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DOS ELEMENTOS ACIDENTAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO: CONDIÇÃO, TERMO E ENCARGO CONDIÇÃO CONCEITO: é acontecimento futuro e incerto de que depende a eficácia do negócio jurídico (art.121, CC). Da sua ocorrência depende o nascimento ou a extinção de um direito. ELEMENTOS: Voluntariedade: depender da vontade das partes. Se por determinação legal, não é condição. Assim, como também não é o evento futuro, ainda que incerto quanto ao momento, cuja eficácia do negócio está subordinado, mas que decorra da sua própria natureza. Futuridade: em se tratando de passado ou presente, ainda que ignorado, não é condição. Incerteza: pode ocorrer ou não * DIFERENÇA – CONDIÇÃO SUSPENSIVA E RESOLUTIVA CLASSIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES QUANTO À LICITUDE - Não podem ir de encontro ao ordenamento jurídico. Exs.: Obrigar alguém a mudar de religião; obrigar alguém a se entregar à prostituição; proibir casamento ou exigir conservação de estado de viuvez. *Relativas: a de não se casar com determinada pessoa Proibição legal - arts. 122 e 123, CC. QuANTO A POSSIBILIDADE Impossíveis (física e juridicamente) Exs.: Dar-te-ei 200 se tocares o céu com o dedo (física e genérica, ou seja, atingir a qualquer um). Adotar pessoa da mesma idade (art. 1619,CC); negócio jurídico que tenha por objeto herança de pessoa viva (art. 426,CC – (jurídicas) QUANTO À FONTE QUE PROMANAM (essa classificação leva em conta a participação da vontade do sujeito) a) Casuais: que não dependem da vontade humana, dependem do acaso, do fortuito de fato alheio à vontade das partes (ocorrência de evento da natureza). *Parte da doutrina também considera causal a condição que subordina a obrigação a acontecimento que depende exclusivamente de um terceiro. b) Potestativas: subordinadas a vontade ou ao poder de uma das partes. Subdividem-se em: (b.1) Puramente Potestativa: consideradas ilícitas (art. 122, CC)= “condições defesas” por sujeitarem todo efeito do ato ao puro arbítrio de uma das partes, sem influência de qualquer outro fator externo – cláusula si voluero, ou seja, se me aprouver, dependem de puro capricho. (b.2) Simplesmente ou meramente potestativa: são admitidas por não dependerem somente da manifestação da vontade de uma das partes, mas também de algum acontecimento ou circunstância exterior que escapa de seu controle. c) Mistas: dependem, ao mesmo tempo, da vontade de uma das partes e do acaso ou da vontade de terceiro. *Parte da doutrina considera ainda as denominadas condições Perplexas ou contraditórias: privam de todo efeito o negócio jurídico, incompreensível o propósito da sua estipulação, invalidam o Negócio Jurídico. IRRETROATIVIDADE E RETROATIVIDADE DA CONDIÇÃO O tema em estudo nos remete ao estudo no que tange aos efeitos ex nunc e ex tunc da estipulação. Assim, admitida a retroatividade (ex tunc), é como se o ato tivesse sido puro e simples desde a origem. Mas o que significa efeito ex nunc e ex tunc? Ex nunc - expressão de origem latina que significa "desde agora". Assim, no meio jurídico, quando dizemos que algo tem efeito ex nunc, significa que seus efeitos não retroagem, valendo somente a partir da data da decisão tomada. Ex tunc - expressão de origem latina que significa "desde então", "desde a época". Assim, no meio jurídico, quando dizemos que algo tem efeito ex tunc, significa que seus efeitos são retroativos à época da origem dos fatos a ele relacionados. O art. 126, CC determina:: Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquelas novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. É proteção ao credor condicional que cria uma expectativa que não pode ser frustrada em razão de disposições incompatíveis com o direito visado, e de aplicação com o princípio da retroatividade das condições ratificado pelo art. 1359 do mesmo diploma que determina: Art. 1.359. Resolvida a propriedade pelo implemento da condição ou pelo advento do termo, entendem-se também resolvidos os direitos reais concedidos na sua pendência, e o proprietário, em cujo favor se opera a resolução, pode reivindicar a coisa do poder de quem a possua ou detenha. Nesse contexto, importante frisar que, a exemplo do CC de 1916, o atual diploma não adotou uma regra geral a respeito da retroatividade. No entanto abre, de forma inequívoca, uma exceção referente à matéria no art. 128 ao dispor de uma regra para a proteção de negócios jurídicos de execução continuada ou periódica. Preceitua, com efeito, o aludido dispositivo: Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extingue-se, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boa-fé. Significa dizer que nos demais contratos, que não sejam de execução continuada ou periódica (ex.: compra parcelada no cartão de crédito, crediário, aluguéis etc), de certo modo o CC firmou como regra a retroatividade, extinguindo-se para todos os efeitos o direito a que a condição se opõe, desde a conclusão do negócio. PENDÊNCIA, IMPLEMENTO E FRUSTRAÇÃO DA CONDIÇÃO As condições podem ser consideradas sob três estados: 1) Pendente: enquanto não se verifica ou não se frustra o evento futuro e incerto, a condição encontra-se pendente (art. 125, CC). 2) Implemento: a verificação (realização) da condição denomina-se implemento. 3) Frustração: não realizada, ocorre à frustração da condição (art. 129, CC). TERMO CONCEITO: é o acontecimento futuro e certo em que começa ou termina a eficácia do negócio jurídico. CLASSIFICAÇÃO: *Convencional: aposto pela vontade das partes. De direito: decorre da lei. De graça: dilação de prazo concedida ao devedor. a) Certo: se reporta a um fato certo com data certa. b) incerto: fato certo, mas cuja data da ocorrência não se pode precisar. c) Inicial ou suspensivo: é o que suspende o exercício de um direito. Art. 131, CC: O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. a) Termo final ou resolutivo: é o que extingue o direito. CONTAGEM DE PRAZO: AR. 132, CC ENCARGO OU MODO CONCEITO: é uma determinação que, imposta pelo autor de liberalidade, a esta adere, restringindo-a. Trata-se de cláusula acessória às liberalidades (doações, testamentos). Características: Somente em negócio jurídico gratuito; o encargo é coercitivo e não suspensivo; pode ser obrigação de dar (contribuição anual aos pobres; de fazer (construir uma creche) ou de não fazer (não demolir uma capela) e, a mais marcante, a sua obrigatoriedade. Art. 136, CC: “O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva.“ Assim, se o beneficiário morrer antes de cumpri-lo, a liberalidade prevalece, mesmo se for instituída causa mortis. Ver art. 553 do CC Deve ser lícito e possível (art. 137, CC). * Ação revocatória – terceiro beneficiário não pode exigir o cumprimento do encargo, mas pode exigi-lo se o instituidor já tive iniciado a ação.
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