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PROJETO INTEGRADOR EXTENSIONISTA ÉTICA E COMPLIANCE Prof. Me. HENRIQUE LACERDA NIEDDERMEYER Profa. Dra. ELAINE FACHINI COMPLIANCE II Disponível em: https://br.freepik.com/ O QUE É COMPLIANCE EMPRESARIAL? Caro aluno, continuando nosso estudo sobre o Compliance, trataremos do programa de Compliance Empresarial, também conhecidos como Sistemas De Compliance, representam o conjunto de mecanismos e controles internos estabelecidos para garantir a conformidade com as normas e regras de conduta de uma organização. Eles constituem os programas a serem implementados para concretizar a cultura de compliance dentro da empresa. O programa define "os meios pelos quais a pessoa jurídica poderá alcançar o compliance em sua acepção de 'termo-produto' ou 'estar de acordo com'" (Carvalho et al. 2021, p. 112). Em termos mais simples, os programas de compliance são ferramentas que as empresas utilizam para: • Assegurar o cumprimento das leis e regulamentos: Isso inclui leis governamentais, regulamentos da indústria e normas internas da empresa. • Prevenir a ocorrência de condutas antiéticas ou ilegais: Isso pode envolver a implementação de políticas e procedimentos para evitar corrupção, fraude, discriminação e outras práticas prejudiciais. • Promover uma cultura de ética e integridade: Isso significa criar um ambiente de trabalho onde os funcionários se sintam incentivados a agir de forma ética e responsável. Os programas de compliance podem incluir uma variedade de elementos, tais como: • Códigos de conduta: Documentos que estabelecem os princípios e valores éticos da empresa. • Políticas e procedimentos: Regras detalhadas sobre como os funcionários devem agir em situações específicas. • Treinamento e comunicação: Programas para educar os funcionários sobre as políticas de compliance e promover a conscientização sobre questões éticas. • Canais de denúncia: Mecanismos para que os funcionários possam relatar condutas antiéticas ou ilegais sem medo de retaliação. • Monitoramento e auditoria: Processos para verificar se as políticas de compliance estão sendo seguidas e para identificar áreas de melhoria. A implementação de um programa de compliance eficaz é fundamental para proteger a reputação da empresa, evitar problemas legais e financeiros e construir um ambiente de trabalho ético e sustentável. Para implementar, um programa de compliance é necessário que a empresa apresente os 10 pilares de sustentação do programa, cada programa deve refletir a realidade e riscos de cada organização. Conforme o quadro abaixo, organizado por Sibille, et al. 1. Suporte da Alta Administração: Um robusto programa de compliance deve receber o aval explícito e apoio incondicional dos mais altos executivos (ou donos) da empresa. Além disso, as empresas que têm um programa de compliance efetivo devem nomear um profissional para o cargo de responsável pela área de Compliance, com autoridade e recursos suficientes, e com suficiente autonomia de gestão, para garantir que o programa seja eficaz para prevenir, detectar e punir as condutas empresariais antiéticas. 2. Risk Assessment (análise de riscos): Cada empresa tem riscos diferentes da outro. Cada programa de compliance será diferente um do outro. Tipos de risco: contratos públicos, licenças e alvarás, fraudes internas, fraudes com fornecedores, segurança do trabalho, falha na documentação, excesso de oralidade, falta de um canal de comunicação para reportar falhas na empresa, controles frágeis etc. • Avaliação de riscos deve ser periódica. 3. Código de Conduta e Políticas: • O que a empresa espera da conduta dos funcionários e órgãos de direção. • Regulamenta: ➢ tratamento com empresas; ➢ presentes e vantagens; ➢ conflito de interesses; ➢ reporte de atos ilícitos ➢ tratamento de pedidos de patrocínio; ➢ ajuda em campanha etc. 4. Controles Internos: Os controles internos são mecanismos, geralmente formalizados por escrito nas políticas e procedimentos da empresa, que, além de minimizar riscos operacionais e de compliance, asseguram que os livros e registros contábeis e financeiros reflitam completa e precisamente os negócios e operações da empresa. Entre outras coisas, os controles internos estabelecem as regras para revisão e aprovação de atividades (especialmente aquelas ligadas a compromissos contratuais e despesas), existência das atividades (para se evitar pagamentos por serviços não-prestados, por exemplo), documentação suporte, processamento e registro das transações. 5. Treinamento e Comunicação: Cada funcionário da empresa, do chão de fábrica ao CEO, deverá entender os objetivos do Programa de Compliance, as regras e, talvez o mais importante, seu papel para garantir o sucesso do programa. Há diversas maneiras de se conduzir treinamentos e comunicações (presencial vs online, concentrada ou em pílulas, realizadas por profissionais internos ou externos), cada uma delas com seus prós e contras, custos, facilidade de acesso e de entendimento. É importante que o responsável pelo Programa de Compliance busque o equilíbrio entre custo e benefício. 6. Canais de Comunicação e Denúncia: Independente. Confidencialidade para funcionários. Proibição de retaliação. Facilidade de acesso – multiportas (site, 0800 ágil etc.). É regulado por uma política interna, que direciona as informações para os responsáveis. 7. Investigações Internas: As empresas devem possuir processos internos que permitam investigações para atender prontamente às denúncias de comportamentos ilícitos ou antiéticos. Tais processos devem garantir que os fatos sejam verificados, responsabilidades identificadas e, em sendo necessário, definir as sanções (medidas disciplinares, por exemplo) e ações corretivas mais apropriadas e consistentes a serem aplicadas, não importando o nível do agente, gerente ou funcionário que as causou. 8. Due Diligence: Análise de parceiros comerciais/terceiros. Pré-contratação e pós- contratação (M&A) • Análise da empresa, dos sócios e com quem ela ou eles se relacionam (vínculos no poder público, grupos empresariais, partidos, doações políticas, “laranjas”, participação em escândalos, autenticidade de produtos, antecedentes, situação fiscal e jurídica da empresa etc). 9. Auditoria e Monitoramento: Monitoramento: análise interna. Auditoria: análise externa. Monitorar riscos, novos mercados, mudanças no perfil da gestão, novos contratos e atuações, fluxos de trabalho etc. Monitoramento do próprio programa de compliance. Monitoramento contínuo. 10. Diversidade e Inclusão: O programa de compliance é baseado no fomento de uma conduta positiva das pessoas e construir processos, controles ou treinar pessoas sem pensar em inclusão e diversidade é optar por não ver a realidade e seguir com um viés parcial e muitas vezes preconceituoso sobre as minorias. O compliance se tornou um elemento de relevância na gestão empresarial, buscando sanar a mitigação de eventuais riscos que possam causar danos operacionais, financeiros, judiciais e reputacionais. Desse modo o programa em compliance, faz com que a empresa esteja em conformidade com as normas internas e externas, como também ter uma postura ética e que o colaborador tenha uma postura reta e transparente. CONECTE-SE Como criar um programa de Compliance? Acesse o link e assista o vídeo: https://youtu.be/OlBh2byH5V0 https://youtu.be/OlBh2byH5V0 Referências ASSI, Marcos. Compliance como implementar. 1. ed. São Paulo: Bookwire - Trevisan Editora, 2018. 203 p. Disponível em: https://elibro.net/pt/lc/unimar/titulos/209196. Acesso em: 05 abr. 2025. CARVALHO, André Castro; BERTOCCELLI, Rodrigo de Pinho; ALVIM,Tiago Cripa; VENTURINI, Otávio (org.). Manual de Compliance. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021. SIBILLE, Daniel; SERPA, Alexandre; FARIA, Felipe. Os Pilares do Programa de Compliance: Uma Breve Discussão. [Ebook]. 2024. Disponível em: https://lec.com.br/materiais-gratuitos/. Acesso em: 7 abr. 2025. https://lec.com.br/materiais-gratuitos/