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Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Noções de Direito Administrativo – INSS: Técnico do Seguro Social Professor: André Barbieri Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Apresentação Salve, Salve! Seja muito bem-vindo! Seja muito bem-vinda! Meu nome é André Barbieri, sou professor de Direito Administrativo há mais de sete anos, sempre na preparação daqueles que ontem eram concurseiros e, hoje, após muita dedicação e perseverança são agentes públicos. Dessa forma, a busca pela melhor preparação para você é uma meta diária! Minha formação acadêmica sempre foi voltada para o Direito Público (três especializações e um mestrado), bem como toda à atividade docente voltada para esse apaixonante ramo do Direito. É com grande satisfação e felicidade que começamos os estudos para esse grande concurso do INSS, tendo em vista a remuneração, o alto número de vagas, uma banca examinadora que, tanto pode ser o CESPE/UNB quanto a FCC – tendo em vista os últimos concursos – mas, de qualquer forma, podem ser perfeitamente mapeadas e estudadas para uma otimização dos seus estudos pois, ao final, o que mais desejo é a sua vitória! Lembre-se, há apenas uma forma de não conquistar sua aprovação no concurso público...desistindo e, com toda sinceridade, nem cogito isso para você! Quantos foram os objetivos já conquistados na sua vida?! Diversos! Então, esse será mais um! Para conquistarmos sua aprovação quero que saiba que as nossas aulas de Direito Administrativo abordarão o edital de forma precisa, sempre tendo em vista o foco da banca organizadora (CESPE/UNB ou FCC são as mais prováveis) que, nesse caso, como você bem sabe, existem perguntas e “pegadinhas” peculiares, razão pela qual os estudos serão acompanhados (sempre) da resolução dos exercícios. Somado ao conteúdo doutrinário e aos exercícios teremos inúmeros macetinhos, esquemas e resumos para otimizar seu estudo, reunindo sempre as informações essenciais daquele ponto. A partir do estudo das últimas provas, bem como da reunião de toda a estatística prometo, de todo o meu coração: você terá o melhor curso preparatório para o INSS!!! Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Ah, por falar nisso, lembra da nossa primeira aula e o que combinamos?! Não pode ficar com dúvida, seja ela qual for. Por isso, esteja à vontade para solucionar seus questionamentos e, se preferir, poderemos utilizar do facebook, acesse minha página (www.facebook.com/professorandrebarbieri), clique em curtir e, do que precisar, está em casa! Um grande abraço, ótimos estudos, sucesso em sua vida e fica com Deus!!! Prof. Barbieri Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Assunto: Agentes Públicos Tema: Agentes Públicos (Teoria Geral) 1. Conceito Vamos lá! Primeiro de tudo, quem é considerado agente público? Será agente público toda e qualquer pessoa que atue em nome do Estado. Em outras palavras, a compreensão é ampla e, dessa forma, quer seja com aprovação prévia em concurso público (ou não), de forma remunerada (ou não) e com vínculo duradouro (ou não), aquele que prestar um serviço ou exercer uma função, em nome do Estado, será considerado agente público. Um bom artigo para realizar a leitura é o artigo 2º da Lei 8.429/92 (Lei da Improbidade Administrativa): Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. Você deve perguntar: Barbieri, mas, como compreender esse tema tendo em vista um conceito tão amplo?! Pois é, por isso precisamos estudar a classificação e todos os seus desdobramentos. 2. Classificação Dentro dos agentes públicos (gênero) temos três espécies (agentes políticos, agentes administrativos e particulares em colaboração com o Estado). Os Agentes Políticos são aqueles que exercem função política, ou seja, estão no topo da estrutura do Estado, possuem competência constitucional ou legal e, Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social geralmente, eleitos. Assim, serão considerados agentes políticos os eleitos, os secretários de Estado, os Ministros de Estado, os membros do Ministério Público e membros do Poder Judiciário Cuidado: A súmula vinculante n.º 13 (que fala do nepotismo) não se aplica aos agentes políticos, pois a nomeação, nesses casos, é um ato político. Lembra do exemplo que falei em sala? Se eu for o Governador do Estado a Clara, minha filha, pode sim ser nomeada para ser a Secretária de Estado. Os Agentes Administrativos estão ligados com o Estado por um vínculo e, justamente este vínculo é quem determina suas características. Assim, temos o celetista, o estatutário e o temporário. Celetista: O vínculo é contratual e os direitos e obrigações estão estabelecidos no contrato de emprego que firmou com o Estado. Muito cuidado porque jamais adquirem estabilidade. A súmula 390 do TST não é aplicada. O celetista é detentor de EMPREGO PÚBLICO. Estatutário: O vínculo é legal, uma vez que todos os direitos e obrigações estão estabelecidos na lei contrato, mas na Lei. AO contrário do celetista, o estatutário pode adquirir estabilidade. Mas, a parte ruim é que o estatutário não terá direito adquirido, pois, mudou a lei mudou o vínculo com o Estado. Podem adquirir estabilidade, mas cuidado que a estabilidade é somente para os detentores de cargos efetivos, não em cargos em comissão. Uma vez estável poderá perder a estabilidade por: PAD, avaliações periódicas de desempenho, sentença judicial transitada em julgada e o corte de despesa pública (artigo 169, §4º, CF). O estatutário é detentor de CARGO PÚBLICO. Cuidado: Lembrar que a licença prêmio não existe mais na esfera federal. Cuidado: o prazo de validade do concurso público é de ATÉ 2 anos, prorrogável uma única vez, por igual período. Temporários: contratados com base no artigo 37, IX, CF, sempre tendo em vista uma serviço temporário, com interesse público e prestado em hipóteses Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social excepcionais,ou seja, em momentos de anomalia. O temporário é detentor de FUNÇÃO PÚBLICA. Olha o que diz o artigo 37, inciso IX, da CF: IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; Cuidado: Não pode contratar temporário no lugar da nomeação daquele aprovado mediante concurso público para exercer o mesmo cargo/função. Os Particulares em Colaboração com o Estado não possuem vínculo administrativo com o Estado (uma vez que são particulares), mas são considerados agentes públicos pois atuam em nome do Estado. Podem ser designados/honoríficos, voluntários, credenciados e delegados. 3. Vitaliciedade e estabilidade Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (...) § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 7 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social II - exoneração dos servidores não estáveis. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) A vitaliciedade é somente para os membros da Magistratura, Ministério Público e Tribunal de Contas, tendo um prazo de estágio probatório de 2 anos. A vitaliciedade somente será perdida por sentença judicial transitada em julgado. Por sua vez, muito cuidado com a estabilidade, pois o prazo de estágio probatório passa a ser de 3 anos. Para adquirir a estabilidade precisa somar: aprovação prévia em concurso público (requisito óbvio) + 3 anos de exercício (estágio probatório) + avaliação especial de desempenho. Barbieri, quais são as hipóteses pelas quais se perde a estabilidade? A estabilidade pode ser perdida por sentença judicial transitada em julgado, PAD, avaliação periódica de desempenho e o corte de despesas públicas (artigo 169, §4º, CF). Cuidado: Existem duas avaliações de desempenho, quais sejam: a avaliação especial de desempenho que concede a estabilidade e a avaliação periódica de desempenho que, se reprovado, perderá a estabilidade. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 8 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social 4. Direito de greve e sindicalização do servidor Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical; VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (...) § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se- lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (...) IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; Tema fácil e muito importante. Vale lembrar que o servidor público civil tem direito de greve e de sindicalização. Cuidado: O militar não tem direito de greve e nem de sindicalização. Porém, quanto o direito de greve do servidor público civil, tal direito é garantido constitucionalmente, porém, até hoje não há norma que regulamente o exercício desse direito. Sendo assim, o STF mandou aplicar a lei geral de greve do particular para o servidor público civil, NAQUILO QUE FOR CABÍVEL! Lembra da nossa aula?! O servidor público civil ligado na prestação de um serviço público essencial não poderá paralisar a prestação desse serviço de forma completa. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 9 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Ex: um hospital público não pode paralisar integralmente suas atividades, pois, as cirurgias e atendimentos emergenciais deverão continuar. Assunto: Agentes Públicos Tema: Agentes Públicos (Lei 8.112/90) Assim inicia o texto da Lei 8.112/90: Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Art. 2o Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3o Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. Art. 4o É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. 1. Quais são os requisitos para ser servidor público federal? Art. 5o São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental.§ 1o As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei. § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 10 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. § 3o As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. Ser brasileiro (nato ou naturalizado) + 18 anos de idade + quitação militar e eleitoral + gozo dos direitos políticos + nível de escolaridade para o cargo + aptidão física e mental para o exercício do cargo Cuidado: o estrangeiro pode ingressar na Administração a partir das Universidades Públicas e Instituições de Pesquisas (Cientistas, Técnicos, Professores...), desde que respeite os requisitos da lei. Olha o que determina o artigo 37, Inciso I, da CF: I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. 2. Portadores de Deficiência (Necessidades Especiais) O máximo de reserva de vagas para quem tem necessidade especial (portador de deficiência) será de até 20 % das vagas. A lei 8.112/90 não fala do mínimo, por isso o STJ estabeleceu que o mínimo será de5% das vagas para o cargo. 3. Provimentos a) Originário: é o primeiro provimento na carreira, não no serviço público. O único existente hoje no Brasil é a nomeação. Cuidado: A investidura no cargo se dá com a posse. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 11 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Cuidado: Uma vez nomeado tem o prazo máximo de 30 dias para tomar posse, inclusive com procuração com poderes específicos. Tomou posse, então tem até 15 dias para entrar em exercício. Barbieri, o que acontece se: o servidor foi nomeado e não tomou posse? E se o servidor tomou posse, mas não entrou em exercício? No primeiro caso a nomeação fica sem efeito, no segundo caso o servidor será exonerado! Não caia na pegadinha que o servidor será “demitido”; lembre que a demissão (na Administração Pública) tem conteúdo de sanção/punição. b) Derivado: agora falamos da promoção, readaptação, reversão, reintegração, recondução e aproveitamento. Cuidado: A transferência e ascensão (acesso) foram declarados inconstitucionais. Promoção: alternadamente por antiguidade e merecimento. É o chamado provimento vertical. Precisa ter cargo vago. Readaptação: é o provimento horizontal e ocorre quando o servidor sofrer limitação na capacidade física ou mental. A readaptação não depende de cargo vago, pois fica como excedente. Reversão: é a volta do servidor aposentado. Quando não mais existir o motivo para a aposentadoria ocorrerá a reversão. O máximo da reversão é a idade de 70 anos. Reintegração (tem que ser estável): é o retorno do cargo público do servidor em razão da anulação do ato de demissão. A reintegração, automaticamente, acarreta o direito do recebimento da verba indenizatória. Recondução (tem que ser estável): tanto pode acontecer quando estiver no contexto da reintegração como, também, não for apto no estágio probatório de outro cargo. Na recondução não existe indenização. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 12 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Aproveitamento (tem que ser estável): é o retorno daquele que estava em disponibilidade. Cuidado: A disponibilidade é remunerada proporcionalmente ao tempo de serviço do servidor. 4. Vacância A promoção e a readaptação são hipóteses de vacância e, também, de provimento, as demais são: falecimento, aposentadoria, promoção, readaptação, demissão, exoneração e posse em outro cargo inacumulável. 5. Acumulação lícita/remunerada na Administração Pública Vamos lembrar? A regra é que não pode acumular! Mas, excepcionalmente, desde que tenha disponibilidade de horário e respeite o teto remuneratório do STF é possível acumular nas seguintes hipóteses SOMENTE: 1º. 2 cargos de professor; 2º. 2 cargos da área da saúde, com profissão regulamentada; 3º. 1 cargo de professor com outro cargo de técnico/pesquisador; 4º 1 juiz + 1 professor 5º 1 promotor + 1 professor 6º 1 efetivo + 1 vereador 6. Exercício de mandato eletivo Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 13 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse. Uma vez servidor e detentor de mandato eletivo a situação será assim: Se o mandato for federal, estadual ou distrital o servidor deverá se afastar do cargo e da respectiva remuneração e exercer o mandato. Se o mandato for municipal pode ser para prefeito ou para vereador. Se prefeito deverá se afastar do cargo e optar pela remuneração. Se vereador existirá um novo desdobramento: 7. Remoção e redistribuição de cargos A Redistribuição é o deslocamento do cargo, ocupado ou vago, desde que seja dentro do mesmo Poder. A redistribuição ocorre sempre no interesse da Administração Pública. Cuidado: Não existe distribuição a pedido, pois o que se analisa é o cargo. Na Remoção ocorre o deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de carreira, podendo mudar de sede ou não. A remoção pode ser de ofício (no interesse da Administração) ou a pedido (a critério da Administração, mas a pedido do servidor). Cuidado: Como regra a remoção é sempre discricionária Lembra das nossas aulas?! Se existe regra é porque existe exceção! No caso da remoção existem 3 exceções, em outras palavras, o servidor vai pedirpara ser Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 14 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social removido e à Administração Pública deverá removê-lo. São essas as exceções mencionadas: 1ª. Deslocamento do cônjuge do servidor que foi deslocado de ofício no interesse da Administração (desde que tenha coabitação e os dois sejam servidores). 2ª. Por motivo de saúde do próprio servidor, do cônjuge ou de dependente econômico dele. 3ª. Concurso de remoção (concurso interno realizado quando existem mais interessados na vaga do que vagas disponíveis). Vamos resolver questões... Olha como esse tema foi cobrado na prova de 2012 (CESPE/UNB) 01. Cargos públicos, segundo a Constituição Federal, (A) são preenchidos apenas por candidatos aprovados em concurso público de provas e títulos. (B) podem ser acumulados, inclusive de forma remunerada, na hipótese de serem dois cargos de professor com outro, técnico ou científico, desde que haja compatibilidade de horários. (C) impedem que o servidor público civil exerça o direito à livre associação sindical. (D) em nenhuma hipótese são acessíveis a estrangeiros. (E) proporcionam estabilidade ao servidor nomeado em caráter efetivo, após três anos de efetivo exercício e mediante avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. COMENTÁRIOS... 01. Letra B. Literalidade da Constituição Federal.... Artigo 37, inciso XVI, CF. Agora, vamos resolver questões do CESPE/UNB e da FCC sobre os assuntos estudados... Lembre-se: todas as questões são das provas desse ano (2014), ou seja, temos aqui uma tendência de cobrança na sua prova do INSS!!! Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 15 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social 01. Acerca dos agentes públicos e do processo administrativo disciplinar, julgue o item seguinte. A promoção, a readaptação e a posse em outro cargo inacumulável incluem-se entre os fatos que geram a situação de vacância do cargo público. ( ) Certo ( ) Errado 02. No que concerne ao regime jurídico do servidor público federal, julgue os próximos itens. A nomeação para cargo de provimento efetivo será realizada mediante prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos ou, em algumas situações excepcionais, por livre escolha da autoridade competente. ( ) Certo ( ) Errado 03. Em relação ao regime jurídico dos servidores públicos federais, julgue os itens subsequentes. A posse do servidor público nomeado, que pode ocorrer mediante procuração específica, deve acontecer no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento, sendo, ainda, conferidos ao servidor mais trinta dias para entrar em exercício no cargo. ( ) Certo ( ) Errado 04. Claudio, servidor público federal ocupante de cargo efetivo, foi colocado em disponibilidade em face da extinção do órgão no qual estava lotado. Posteriormente, o Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determinou o imediato provimento, por Cláudio, de vaga aberta junto a outro órgão da Administração pública federal. De acordo com as disposições da Lei no8.112/90, referida situação caracteriza a) aproveitamento, cabível desde que se trate de cargo com vencimentos e atribuições compatíveis com o anteriormente ocupado pelo servidor. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 16 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social b) recondução, obrigatória apenas se o servidor estiver em disponibilidade há menos de 5 (cinco) anos. c) reintegração, somente obrigatória em se tratando de órgão sucessor do extinto nas respectivas atribuições. d) reversão, facultativa para o servidor, que poderá optar por permanecer em disponibilidade, recebendo 50% (cinquenta por cento) de seus vencimentos. e) redistribuição, obrigatória para o servidor, independentemente dos vencimentos do novo cargo. COMENTÁRIOS... 01. Certo. Texto de lei da 8.112/90. Lembra que essa questão é sempre cobrada, tanto pela CESPE quanto pela FCC. 02. Errado. Nomeação em cargo de provimento efetivo é sempre mediante aprovação em concurso público. 03. Errado. Para entrar em exercício o prazo é de 15 dias. 04. Letra A. É o conceito de aproveitamento... Aquele que estava em disponibilidade e foi chamado para retornar à prestação do serviço pela Administração Pública. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 17 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Assunto: Agentes Públicos Tema: Agentes Públicos (Lei 8.112/90 e o Regime Disciplinar) 1. Introdução Vamos lá! Na Lei 8.112/90 é de fundamental importância compreender todos os desdobramentos do Regime Disciplinar, ou seja, compreender o artigo 116 e seguintes, bem como todos os seus reflexos. Não esqueça: os temas mais cobrados da Lei 8.112/90 são: a parte inicial (vai até remoção e redistribuição) e a parte do regime disciplinar (começa no artigo 116). Por já estudarmos a parte inicial, cumpre iniciarmos o estudo do regime disciplinar. Para uma melhor compreensão faremos a leitura da “Teoria Geral do Regime Disciplinar” para, posteriormente, compreender as espécies sancionatórias. 2. Teoria Geral do Regime Disciplinar a) Verdade Sabida: primeiramente, lembre-se: a verdade sabida é INCONSTITUCIONAL!!! Como assim, Barbieri? O Instituto da verdade sabida nada mais é do que, perante um flagrante da prática de uma irregularidade pelo agente público, este seria automaticamente punido. Ou seja, já que o agente foi flagrado praticando o ato irregular/ilícito, não haveria razão para ele se defender no processo. É facilmente perceptível que esse instituto ofende todas as garantias constitucionais e, por isso, não é mais aplicado, tendo inclusive sendo declarado inconstitucional pelo STF. A conclusão imediata é: se o servidor for punido com a pena mais branda, qual seja, advertência, ainda assim deverá ter a garantia do devido processo legal. Cuidado: para toda e qualquer possível sanção a ser aplicada ao agente é, obrigatória, a garantia prévia do devido processo legal, mesmo que seja para aplicar uma pena branda ou que tenha sido o agente flagrado praticando o ato irregular/ilícito. Qualquer pena aplicada sem o devido processo legal será uma sanção nula. b) Devido processo legal: é a grande garantia/princípio processual, estando no artigo 5º, inciso LIV, da CF, bem como no artigo 2º da Lei 9.784/99. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 18 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social O devido processo legal determina que ninguém poderá perder seus bens ou ser privado de sua liberdade sem antes ter a garantia da defesa e, claro, com todos os meios legítimos para tal. Assim,junto com o devido processo legal temos os desdobramentos no princípio do contraditório (também chamado de audiência bilateral, pois, uma parte acusa e a outra tem o direito de defesa) e no princípio da ampla defesa (dentro do processo deve a parte se defender com todos os meios de prova permitidos: prova testemunhal, perícias, documentos, depoimento pessoal, dentre outros). A ampla defesa sofre um desdobramento, qual seja: autodefesa (é o direito daquele que está sendo processado apresentar defesa antes da decisão final) e defesa técnica (aquela realizada pelo advogado). É muito importante lembrar que o devido processo legal é aplicado tanto no processo judicial quanto no processo administrativo, porém, muito cuidado, pois a defesa técnica (aquela realizada pelo advogado), não é mais obrigatória no processo administrativo. Cuidado: a Súmula Vinculante n.º 05 garante que a ausência de defesa técnica no processo administrativo disciplinar não ofende o texto constitucional. Em outras palavras: na esfera administrativa o advogado é PRESCINDÍVEL (se quiser contratar pode, mas, se não tiver advogado para realizar a defesa administrativa isso não acarreta a nulidade do processo administrativo disciplinar.). c) Sindicância x PAD: muito cuidado que a sindicância não se confunde com o processo administrativo disciplinar. Vamos lá... Uma vez instaurada a sindicância ela pode ter três resultados possíveis: 1º. Arquivamento, pois não existiu qualquer irregularidade, uma vez que era apenas uma fofoca; 2º. Aplicar a sanção de advertência ou suspensão. 3º. Para penas graves (demissão, cassação de aposentadoria...) a sindicância deverá ser convertida em PAD. Cuidado: a suspensão do servidor público vai de 1 até 90 dias, se a sindicância aplicar a suspensão será de, no máximo, 30 dias. Em outras palavras, a sindicância pode, perfeitamente aplicar sanções, desde que seja advertência ou suspensão de até 30 dias. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 19 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Barbieri, uma suspensão de 31 dias deve ser feita por...? PAD!!! Por sindicância somente advertência ou suspensão de até 30 dias! Porém, existe outra diferença entre a sindicância e o PAD? Sim, quanto ao prazo. A sindicância deve durar até 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. Já, o PAD deve durar até 60 dias, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, além de mais 20 dias para à autoridade julgar. Enquanto a sindicância pode alcançar até 60 dias, o PAD pode alcançar até 140 dias. Lembra, por favor, que o extrapolar desses prazos não causa nulidade. d) Revelia: muito cuidado...muito cuidado mesmo! A revelia deve sempre ser analisada em duas partes: o instituto em si e os efeitos. Vamos por etapas... O instituto da revelia determina que o servidor que responde ao processo e, regularmente citado, não apresenta defesa, não mais será notificado ou informado de qualquer outro ato processual... Ou seja, o processo administrativo caminhará sem a sua presença. Já, quanto aos efeitos, aquele que não apresentar defesa terá contra si presunção de que tudo aquilo pelo qual foi acusado será verdade. Vamos ao exemplo: imagine que um servidor foi acusado da prática de corrupção. Instaurando o PAD ele foi regularmente notificado, porém, não apresentou defesa e/ou compareceu para dar suas explicações. O que acontecerá? Será aplicado o instituto da revelia, assim, o processo administrativo caminhará sem que novas notificações sejam feitas ao investigado. Porém, a grande pegadinha é quanto aos efeitos da revelia. Lembra: no PAD existe sim o instituto da revelia, porém JAMAIS SERÃO APLICADOS OS EFEITOS DA REVELIA! Como assim? Aquele servidor que não apresentou defesa será declarado revel, contudo, à Administração Pública não presumirá que, de fato, ele é um corrupto. Então, na prática, como faz? Será nomeado um outro servidor para defender os interesses daquele que está sendo processado e, ao final, poderá ser condenado ou não. Barbieri, e na hora da prova, como faço para lembrar? Muito fácil!!! Na esfera administrativa existe o instituto da revelia, mas NÃO EXISTE OS EFEITOS DA REVELIA! Pronto! e) Prescrição: por mais culpado que alguém seja, o Estado tem um prazo para processar e, se for o caso, punir esse indivíduo. Assim, de forma bem simples, o prazo prescricional é o intervalo de tempo que à Administração Pública tem para processar e julgar o servidor que praticou um ato irregular/ilícito. Porém, a pergunta na prova será Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 20 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social outra: quando é que começa a contar o prazo prescricional? Começa no momento em que o ato foi praticado? Começa no momento em que à Administração Pública tomou conhecimento? E agora, José?! Olha que fácil... Na esfera administrativa o prazo prescricional sempre será contado do momento em que à Administração Pública tomou conhecimento! Vamos ao exemplo: imagina que o Zezinho, servidor público, praticou improbidade administrativa no ano de 2012. Porém, à Administração Pública tomou conhecimento somente em março de 2014. Pergunta: quando começou a contar o prazo prescricional para o Zezinho ser processado e demitido? Em março de 2014, pois foi a data em que à Administração Pública tomou conhecimento do ato ilícito. Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido. § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas também como crime. § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. f) Reformatio in pejus: já ouviu falar num cara chamado Murphy? Isso mesmo, o responsável pela famosa Lei de Murphy: “se alguma coisa pode dar errado, dará.”. Então, a reformatio in pejus é a lei de Murphy aplicada no processo administrativo, pois aquilo que já estava ruim...ficará pior! Tenha cuidado com o comparativo entre o processo judicial e o processo administrativo. A reformatio in pejus existe no processo administrativo, mas NÃO EXISTE NO PROCESSO JUDICIAL. Assim, imagine que o servidor foi punido, no PAD, com uma pena de 35 dias de suspensão. Inconformado ele recorreu e, adivinha?! A pena passou de 35 dias para 55 dias de suspensão! Essa Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 21 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social é a reforma para piorar, ou seja, a reformatio in pejus. Sobre o outro desdobramento da reformatio in pejus verifique o item abaixo. g) Recurso administrativo x Revisãodo processo administrativo: agora sim! Pensa uma questão que, quando cobrada, derruba quase todo mundo! Fica esperto... Lembra da reformatio in pejus? Então, ela existe somente no recurso administrativo. Assim, lembre-se: NÃO EXISTE REFORMATIO IN PEJUS NA REVISÃO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. Porém, quais são as reais características e distinções entre o recurso e a revisão. Vamos lá... O recurso administrativo é utilizado contra uma decisão, uma vez que o processo administrativo está em curso, enquanto que a revisão do processo administrativo, como o próprio nome diz, revisa o processo em si, pois ele já encerrou. Para recorrer basta uma contrariedade, para revisar precisa do fato novo, ou seja, aquela circunstância que, não apreciada no processo, pode influenciar em nova decisão. Para recorrer tem prazo, para revisão não tem prazo e, mesmo depois do falecimento do servidor apenado, poderá, por exemplo, a viúva ingressar com a revisão, desde que exista um fato novo. A decisão do recurso administrativo pode ter três possíveis desfechos: 1ª. Manutenção da decisão recorrida; 2ª. A decisão recorrida foi modificada a favor do servidor; 3ª. A decisão recorrida foi modificada contrariamente aos interesses do servidor, ou seja, o que estava ruim ficou pior (é a reformatio in pejus!). Já, a decisão da revisão do processo administrativo pode ter dois possíveis desfechos: 1ª. Manutenção da decisão revisada; 2ª. A decisão revisada foi modificada a favor do servidor. Ou seja, na revisão do processo administrativo NÃO EXISTE A REFORMATIO IN PEJUS. h) Proibição de prova ilícita: tanto no processo administrativo quanto no processo judicial as provas ilícitas NÃO PODEM SER UTILIZADAS!!! Se o tema for cobrado na sua prova pode ter certeza que a banca examinadora vai tentar lhe induzir ao erro com algum tipo de exceção! Lembre-se: PROVAS ILÍCITAS SÃO PROIBIDAS!!! i) Duração razoável do processo: o mesmo raciocínio do item acima vale para esse, porém, invertido. Agora, a duração razoável do processo é aplicada tanto ao processo administrativo quanto ao processo judicial! Barbieri, tá bom, mas, na prática, qual é o tempo da duração razoável do processo? Adivinha? Não tem! Então, para a prova, você precisa lembrar que a duração razoável é aplicada... Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 22 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social j) Comissão do PAD: a comissão do processo administrativo disciplinar deve ser formada por 3 servidores estáveis (se for PAD sumário bastam dois servidores estáveis). A estabilidade dos membros da comissão é uma garantia de quem estiver sendo processado, pois, dessa forma, não serão influenciados ou direcionados para decidir de uma certa forma. Lembre-se: se na comissão do PAD existir algum servidor que não tenha estabilidade a decisão será nula! Então, cuidado se a comissão do PAD tiver um servidor em cargo em comissão ou um servidor em estágio probatório, ok?! k) Esferas sancionatórias: quando o agente público praticar um ato irregular/ilícito poderá responder em três esferas sancionatórias. Dessa forma, poderá receber uma sanção civil, uma sanção penal e uma sanção administrativa. Eis que você pode me perguntar: Barbieri, essas três esferas devem, necessariamente, serem aplicadas em conjunto? Não. Deve ser visualizado o caso concreto, uma vez que pode ser aplicada uma sanção, duas ou, até mesmo, as três sanções de forma cumulativa. Daí, você me faz a segunda pergunta: Barbieri, mas se mais de uma sanção for aplicada para o mesmo ato irregular/ilícito existirá bis in idem (quando alguém é punido duas vezes pelo mesmo fato)? Não! Sendo assim, se o servidor for punido nas três esferas, sendo legítimas as punições, não há que se falar em bis in idem. Então, é importante lembrar que a regra é que as esferas sancionatórias são autônomas (cada uma caminha por si só) e independentes (o resultado de uma não interfere no resultado da outra). Porém, quando existe regra é porque também existirá a exceção... Nesse caso, a exceção fica por conta da esfera penal que, a depender do caso, pode vincular a esfera administrativa. Quando isso acontecerá? Quando ocorrer uma absolvição na esfera penal por inexistência de materialidade (absolvido porque não existiu o crime) ou negativa de autoria (absolvido porque não foi o autor do crime, mesmo que o crime tenha ocorrido) esse resultado vinculará a esfera administrativa e somente a esfera administrativa (a esfera civil não sofre qualquer vinculação!). Muito importante lembrar que não é toda e qualquer absolvição na esfera penal que vincula a esfera administrativa, mas, tão somente as absolvições ditas acima! Sendo assim, se o servidor for absolvido por ausência de provas (in dubio pro reo) ou por prescrição, isso em nada vincula a esfera administrativa! Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 23 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. § 1o A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública 2. Dos Deveres e das Proibições Muito cuidado com os artigos 116 (deveres) E 117 (proibições) da Lei 8.112/90. Lembre-se que que o artigo 116 fafla dos deveres genéricos e, sendo assim, cuidado Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 24 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social com o inciso IV, porque o servidor deve obedecer as ordens do superior hierárquico, salvo quando elas forem manifestamente ilegais. Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicaçãoas atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. Já, no artigo 117 temos as infrações e, assim, a ofensa a qualquer desses incisos acarretará em sanção. A Lei 8.112/90 expressamente definiu quais são as sanções aplicadas a cada conduta, são elas: Art. 117. Ao servidor é proibido: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 25 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 26 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. Cuidado: Para uma melhor visualização das sanções que resultarão da inobservância das proibições acima, segue uma tabelinha: Do inciso I ao VIII resulta em advertência. Do inciso IX ao XVI resulta na demissão (+ artigo 132) Do inciso XVII ao XVIII resulta em suspensão. Inciso XIX resulta advertência 3. Espécies sancionatórias Art. 127. São penalidades disciplinares: I - advertência; II - suspensão; III - demissão; IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade; V - destituição de cargo em comissão; VI - destituição de função comissionada. Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais. Demissão: a competência para demitir o servidor é do chefe do poder ao qual o servidor está vinculado. Tenha muito cuidado porque essa competência é delegável, ou seja, é perfeitamente possível que o Presidente da República delegue ao Ministro Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 27 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social (da respectiva pasta) a competência para demitir o servidor. Ex: O Presidente delega ao Ministro da Justiça a competência para assinar o ato demissional do agente da Polícia Federal. A prescrição é de 5 anos. Cuidado: tanto o abandono de cargo quanto à inassiduidade habitual acarretam a demissão, porém, no abandono é preciso ter + de 30 faltas consecutivas (injustificadas) e na inassiduidade é preciso ter 60 faltas interpoladas (durante 12 meses). Cassação de aposentadoria/disponibilidade: ocorrerá a cassação da aposentadoria sempre que o servidor aposentado tiver praticado, na ativa, falta punível com demissão. O mesmo vale para o servidor que está em disponibilidade (o cargo foi extinto e o servidor está em disponibilidade, por exemplo). Além disso, seguem as mesmas regras válidas para a pena de demissão. Destituição de Cargo em Comissão e de Função de Confiança: não confuda destituição (que tem caráter de pena) com a exoneração (que não possui caráter de pena). A exoneração é sempre livre, mas a destituição é penalidade e, assim, depende de processo. Será destituído o servidor que praticar qualquer conduta apenada com demissão ou suspensão. Cuidado: não existe suspensa do servidor que ocupa cargo em comissão. A prescrição é de 5 anos e será competente para aplicara pena à autoridade que nomeou. Suspensão: o prazo máximo de suspensão é de 90 dias. Cuidado: pode à Administração Pública substituir a penalidade da suspensão por 50% da remuneração do servidor. Cuidado: a reincidencia na advertencia gera a suspensão, porém, a reincidência na suspensão não gera demissão automática. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 28 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Cuidado: o servidor que não se submeter a inspeção médica será suspensão por 15 dias. A prescrição na suspensão ocorre em 2 anos e a competência para aplicar a pensalidade vai depender do tempo de sanção: para suspensão de até 30 dias basta o chefe da repartição aplicar a sanção; para supensão de 31 dias até 90 dias será de competência da autoridade imediatamente inferior daquela que aplica demissão. Exemplo: na esfera do Poder Executivo Federal quem aplica a demissão é o Presidente da República, logo, quem suspenderia o servidor por mais de 30 dias seria o Ministro. Cuidado: a suspensão por até 30 dias do servidor pode ser por sindicância, contudo, se a suspensão for de 31 dias até 90 dias, somente por PAD. Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. § 1o Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação. § 2o Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. Advertência: é cabível para as irrgularidas brandas. O prazo prescricional é de 180 dias e a competencia para aplicar a penalidade é do próprio chefe da repartição. Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 29 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Vamos treinar com as questões do CESPE/UNB e FCC 01. Determinado servidor público federal, que responde a processo administrativo disciplinar, requereu sua aposentadoria voluntária, e a administração pública indeferiu- lhe o pedido. Nessa situação, o indeferimento do pleito está de acordo com a legislação de regência, pois o servidor que responde a processo disciplinar somente poderá ser aposentado voluntariamente após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade eventualmente aplicada. ( ) Certo ( ) Errado 02. Acerca dos agentes públicos e do processo administrativo disciplinar, julgue o item seguinte. A instauração de processo administrativo disciplinar é obrigatória para a aplicação das penas de suspensão por mais de trinta dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão ( ) Certo ( ) Errado 03. Em relação ao controle e à responsabilidade civil da administração, julgue os itens subsequentes. Uma infração administrativa de impontualidade de um servidor causa a sua responsabilidade administrativa e também acarreta sua responsabilidade penal. ( ) Certo ( ) Errado 04. Com referência aos agentes administrativos, julgue os itens subsequentes. Um dos fundamentos aptos a ensejar a revisão do processo disciplinar é a alegação e a demonstração da injustiça na aplicação da pena. ( ) Certo ( ) Errado Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 30 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social 05. Mediante portaria ministerial, um ministro de Estado determinou a demissão de um funcionário do cargo de servidor público, com restrição do seu retorno ao serviço público federal, devido ao fato de este ter praticado ato de improbidade administrativa e ter-se valido do cargo para lograr proveito pessoal. Com base nessa situação hipotética, julgue os itens que se seguem. Não gera nulidade do ato administrativo o fato de o servidor processado, apesar de intimado, não se fazer acompanhar por advogado no momento do seu interrogatório. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS... 01. Certo. Artigo 172, da Lei 8.112/90 02. Certo. Artigo 146, da Lei 8.112/90 03. Errado. Chegar atrasado não é crime. 04. Errado. Artigos 174 e 176, da Lei 8.112/90 05. Certo. Súmula Vinculante n.º 05, STF. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 31 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Assunto: Princípios do Direito Administrativo Tema: Princípios Constitucionais e Infraconstitucionais 1. Introdução SALVE, SALVE FUTURO APROVADO NO INSS!!! Vamos lá! Compreender os Princípios do Direito Administrativo é tema de fundamental importância por, no mínimo, duas razões: primeiro, porque podem surgir perguntas específicas sobre o tema, segundo, porque a partir da compreensão desse assunto poderemos resolver questões das mais diversas na prova, pois todo o sistema do Direito Administrativo já foi entendido. 2. Princípios Constitucionais Assim determina o artigo 37, “caput”, da CF: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: a) Legalidade: a legalidade pública é sempre restritiva, ou seja, o administrador só pode fazer o que a lei permitir, aquilo que a lei determinar. Assim, o administrador está subordinado à lei, somente podendo atuar nos termos da lei e conforme a lei. Sendo assim, administrar é aplicar a lei de ofício. Lembre-se: se a lei nada afirmar o administrador não pode atuar. Pergunta: Barbieri, legalidade se confunde com reserva de lei? Não! Quando a Constituição Federal determina que um assunto x seja abordado por lei complementar isso é a reserva de lei. Ex: no artigo 37, inciso XIX, da CF, a lei complementar é a responsável por definir o campo de atuação da fundação pública. b) Impessoalidade: esse princípio se desdobra em três reflexos, quais sejam: 1º. Garantia da Sociedade; 2º. Artigo 37, §1º, CF e, 3º. Garantia do Agente Público. No primeiro caso o administrador não pode discriminar, nem privilegiar ninguém, ou seja, Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 32 de 52Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social todos devem ser tratados com isonomia/igualdade. No segundo caso é proibido ao agente público se autopromover com a coisa pública. No terceiro caso, agora uma garantia do agente público, pois, quando ele atuar exercendo a função e causar um dano ao particular deverá o Estado responder. Resumo: A impessoalidade acaba por impor três reflexos, quais sejam: não privilegiar ou prejudicar ninguém, não se autopromover com a utilização da coisa pública e, na responsabilidade civil, o dano praticado pelo agente público, no exercício da função, acarreta a responsabilidade do Estado, não do agente, no primeiro momento. Pergunta: Barbieri, a Súmula Vinculante 13 se aplica a todos os agentes públicos? Não! Não se aplica aos agentes políticos e nem ao grau de parentesco de primo. c) Moralidade: é a probidade, a honestidade, a boa-fé, ou seja, não desejamos o corrupto. Muito cuidado que não se confunde com a moralidade social. Pergunta: uma saia curta ou um decote ofende a moralidade pública? Não. A moralidade comum/social não se confunde com a moralidade pública. d) Publicidade: é sempre a regra na Administração Pública, ou seja, o Estado tem o dever de revestir seus atos com a publicidade. Em outras palavras, como regra, afastamos os atos secretos. Porém, como exceção, temos: a segurança do Estado, a segurança da Sociedade e a intimidade/privacidade dos indivíduos. A publicidade não se confunde com a publicação, pois esta é espécie da qual aquela é o gênero. Assim, a publicidade exterioriza alguns efeitos clássicos: i) contagem do prazo; ii) controle da legalidade e iii) exigibilidade da conduta. Pergunta: Publicidade é sinônimo de publicação? Não! O primeiro é gênero e o segundo é espécie. e) Eficiência: passou a ser expressamente contido na Constituição Federal com a Emenda Constitucional n.º 19/98. Assim, eficiência será sempre o alcance do máximo de resultado com o menor custo possível. Importante lembrar que a eficiência não requer, para sua aplicação, a existência de lei, pois possui aplicação imediata, irradiando-se como regra para o Estado e para todos os agentes públicos. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 33 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Pergunta: A avaliação especial de desempenho para adquirir ou perder a garantia da estabilidade. Lembrete: O atual modelo de administração pública brasileira é o modelo gerencial. 3. Princípios infraconstitucionais Sobre os princípios infraconstitucionais é de fundamental importância compreender o artigo 2º, da Lei 9.784/99. Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: I - atuação conforme a lei e o Direito; II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades; IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público; VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão; VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 34 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio; XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei; XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados; XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. a) Supremacia do interesse público sobre o privado: O Estado pode restringir direitos individuais em benefício da coletividade. Assim, o Estado possui prerrogativas que não são estendidas ao particular. Ex: desapropriação, requisição, tombamento, dentre outas. Pergunta: Todo interesse público será sempre supremo em face do interesse do particular? Não! Somente o Interesse público primário prepondera ao interesse do particular. Lembre-se que o interesse público não prepondera contra o particular. b) Indisponibilidade do interesse público: o limite da supremacia do interesse público é encontrado na indisponibilidade do interesse público, assim, enquanto aquele concede prerrogativas, este impõe limitações à atuação estatal. Assim, o administrador não pode abrir mão do interesse público para buscar o interesse do particular. Cuidado: A supremacia do interesse público e a indisponibilidade são considerados os dois grandes princípios do Direito Administrativo, razão pela qual são complementares. Lembrete: Se o Estado for condenado ao pagamento de R$ 100,00 (cem reais) de indenização ao particular, DEVERÁ ingressar com à ação regressiva contra o agente público causador do dano. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 35 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social c) Devido processo legal: O devido processo legal determina que ninguém poderá perder os seus bens ou sua liberdade sem a garantia do devido processo legal. Assim, mesmo que esteja na Constituição Federal (artigo 5º, inciso LIV), a cobrança acaba por recair nos aspectos infraconstitucionais. O devido processo legal se desdobra em: contraditório e ampla defesa. O contraditório é à audiência bilateral, onde uma parte acusa e a outra rebate, uma afirma e a outra se defende. Já, para a ampla defesa todo e qualquer meio de defesa (legítimo) pode ser utilizado no processo, tais quais: provas documentais, provas periciais, testemunhas...A ampla defesa, por sua vez, se manifesta como o direito de defesa prévia/autodefesa, ou seja, o particular tem direito de se manifestar anteriormente à uma decisão que o imponha uma lesão. A defesa técnica também faz parte da ampla defesa, porém, no processo administrativo, a ausência do advogado não viola tal princípio, pois, com a súmula vinculante n.º 05 a figura do advogado passou a ser prescindível. e) Proporcionalidade: meios e fins d) Razoabilidade: é a noção de equilíbrio, ou seja, todae qualquer decisão extremada deverá ser afastada. Cuidado, na prova pode ser cobrada uma distinção entre razoabilidade e proporcionalidade. Lembrete: a razoabilidade é sempre a noção do equilíbrio. e) Proporcionalidade: é a relação entre meios e fins, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado ao fim pretendido. f) isonomia: devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida da desigualdade. Assim, a depender do caso concreto, os editais de concursos públicos podem discriminar sim, desde que a discriminação seja proporcional, ou seja, compatível com a prestação do serviço. Ex: forças de segurança limitam o acesso quanto ao critério da idade. Claro, como regra, se o exercício da atividade for comum, não poderá o edital do concurso restringir o acesso de homens ou mulheres. g) Impulso Oficial/Oficialidade: à Administração Pública pode atuar de ofício, assim como também pode atuar por provocação do interessado. Porém, quando Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 36 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social comparamos com o Poder Judiciário, este somente pode atuar por provocação do interessado, pois a jurisdição é inerte. h) Gratuidade: os atos da Administração Pública devem ser gratuitos, nos termos da Súmula Vinculante n.º 21, pois não podemos admitir a cobrança de custas, por exemplo, para à admissibilidade do recurso administrativo. i) Segurança Jurídica: novas interpretações por parte da Administração Pública não podem retroagir, ou seja, não podem ir ao passado. Lembrete: a ofensa a qualquer princípio da Administração Pública gera a possibilidade de responder por ato de improbidade administrativa - Lei de Improbidade Administrativa – artigo 11. Vamos treinar com as questões já cobradas nas provas do INSS 01. Em relação à organização administrativa do estado brasileiro e aos princípios administrativos, julgue os itens a seguir Dado o princípio da legalidade, os agentes públicos devem, além de observar os preceitos contidos nas leis em sentido estrito, atuar em conformidade com outros instrumentos normativos existentes no ordenamento jurídico nacional. ( ) Certo ( ) Errado 02. Acerca do regime jurídico-administrativo e dos princípios jurídicos que amparam a administração pública, julgue os itens seguintes. O atendimento ao princípio da eficiência administrativa autoriza a atuação de servidor público em desconformidade com a regra legal, desde que haja a comprovação do atingimento da eficácia na prestação do serviço público correspondente. ( ) Certo ( ) Errado Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 37 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social 03. No que se refere aos poderes e princípios da administração pública, assinale: a) O estágio probatório configura exemplo de instituto relacionado ao princípio da eficiência, norteador da atuação administrativa. b) O princípio da moralidade administrativa não exige do agente público a obediência a padrões éticos específicos no exercício de suas atribuições, basta que atenda à moral comum vigente na sociedade. c) O STF entende, com base no princípio da ampla defesa, que, em processo administrativo disciplinar, é obrigatório que a defesa técnica seja promovida por advogado. d) Em razão do princípio da publicidade, que rege a administração pública, todos têm direito de obter dos órgãos públicos, desde que mediante o pagamento de taxa, certidões para a defesa e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 04. Com referência aos princípios do direito administrativo e aos poderes da administração, julgue os próximos itens. O princípio da moralidade administrativa torna jurídica a exigência de atuação ética dos agentes públicos e possibilita a invalidação dos atos administrativos. ( ) Certo ( ) Errado COMENTÁRIOS... 01. Certo. A legalidade é sempre restritiva e se desdobra no dever de cumprir as leis e regulamentos. 02. Errado. Ser eficiente é um dever, mas não autoriza a cometer condutas ilícitas. Assim, a eficiência não pode ser um pretexto para o Estado descumprir a lei. 03. a) Correto. É um dos reflexos da eficiência. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 38 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social b) Errado. É exatamente o contrário, a moralidade pública exige um comportamento honesto, probo do agente público. c) Errado. A defesa técnica não mais é obrigatória no processo administrativo disciplinar. Ver súmula vinculante 05, STF. d) Errado. O artigo 5º, inciso XXXIV, afasta o pagamento de taxa. 04. Correto. O agir com probidade é um dever do Estado e do Agente Público. Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 39 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Assunto: Agentes Públicos Tema: Improbidade Administrativa 1. Introdução SALVE, SALVE FUTURO APROVADO NO INSS!!! Vamos lá! Compreender Improbidade Administrativa é tema de fundamental importância uma vez que está no contexto dos agentes públicos e, inevitavelmente, é um tema sempre presente nas provas. 2. Fundamentos e Natureza Jurídica O fundamento constitucional está no art. 37, §4º, da CF, uma vez que determinou o constituinte: Art. 37: § 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Pergunta: Qual é a pena, qual é a sanção que não está no art. 37, §4º? Cuidado que é pegadinha!!! Não tem pena de prisão, bem como não existe a cassação dos direitos políticos. Cuidado!!! Não existe cassação de direitos políticos, porque existe a suspensão de direitos políticos. Pergunta: Qual foi o princípio concretizado pela Lei 8.429/92? Foi o princípio da moralidade administrativa. Agora, veja lá... Por um único ato de improbidade administrativa poderá o agente responder em três esferas sancionatórias, quais sejam: esfera civil, esfera criminal e esfera administrativa. Sendo assim, pergunta-se: qual é a natureza jurídica do ato de improbidade administrativa? Prof. André Barbieri www.aprovaconcursos.com.br Página 40 de 52 Professor André Barbieri Noções de Direito Administrativo p/INSS: Técnico do Seguro Social Para facilitar, a natureza jurídica é uma ação civil. E sendo uma ação civil, o STF e STJ pacificaram o entendimento em que não se aplica a prerrogativa de foro/ prerrogativa de função, pois são institutos das ações penais, além de iniciar na vara cível, deve ser proposta perante o juiz singular. Cuidado: Nos termos do art. 29, X, da CF, quando se fala sobre o julgamento do prefeito e
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