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Resumo do livro “A reforma agrária na Roma Antiga”. Pedro P. Pires CORASSIN, Maria Luiza. A reforma agrária na Roma Antiga. São Paulo: Brasiliense, 1988. Maria Luiza Corassin é professora de História Antiga na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências humanas da Universidade de São Paulo. Nessa mesma Faculdade ela concluiu o curso de História em 1963 e obteve o titulo de Mestre em 1972. Lecionou no ensitno de primeiro e segundo grau de São Paulo ate 1980. Foi bolsista do governo italiano em Roma, durante o ano de 1981, recolhendo material para o doutorado e o obteve em 1984 com uma tese sobre a “História Augusta”. Tem publicado artigos sobre Historia de romana em periódicos especializados. O livro supracitado é composto por índice, introdução e cinco subtítulos: Expansionismo romano e mudanças sociais; A lei agrária de Tibério Graco; Ampliação das reformas: Caio Graco; A reação senatorial; A consolidação do poder militar; e indicações para leitura. A autora expõe de maneira muito clara algumas características e relações decorrentes do expansionismo romano, elencando e destacando as consequências das disputas entre as classes sociais, se baseando nas fontes e citando autores importantes, como Apiano, Catão, Cícero, Plutarco entre outros. Nessa obra, Maria Luiza deixa clara a importância da agricultura para a formação socioeconômica e cultural de Roma, uma vez que a agricultura era a principal fonte de riquezas, principalmente para os latifundiários, que eram representantes da elite social na época. A sociedade romana era composta por comunidades de camponeses que mantinham livremente seu cultivo em propriedades pequenas, que por sua vez também eram responsáveis por defender o povo que ali vivia, como em casos de guerras. O processo de expansão territorial romano foi determinante para que este reino se enriquecesse e se transformasse em um dos mais poderosos impérios de toda a Antiguidade. Após sua expansão, a cidade de Cartago, situada na África não podia aceitar concorrência pelo mediterrâneo, então Roma se agrupou com algumas cidades estado, tornando-se mais forte e, assim, ganhando a guerra. A partir do século II, a escravidão passa a fazer parte do mundo romano. Os prisioneiros das guerras se tornaram escravos, e a guerra era uma das principais responsáveis para se adquirir escravos, mas não a única. Como o numero de escravos era enorme, foi necessária a construção da Vila Escravista. Com o passar do tempo, os grandes proprietários de terras passaram a ameaçar os pequenos proprietários. Contudo, algumas transformações na organização política das assembleias foram de suma importância para que essa situação mudasse. Essas transformações permitiram que Tibério Graco e seu irmão mais novo, Caio, fossem eleitos como tribunos da plebe e elaborassem leis que promoveriam uma grande reforma agrária nos territórios romanos em 133 a.C. Tibério Graco foi eleito tribuno da plebe e conseguiu a aprovação de uma lei que delimitava a extensão das terras da nobreza e permitia a distribuição de terras públicas aos menos favorecidos. Contudo, apesar de promover uma transformação benéfica a uma parcela significativa da população romana, este não teve o apoio popular necessário para consolidar seu projeto. Acusado de tirania, por ter deposto um tribuno e conseguido a sua reeleição, Tibério foi assassinado no ano seguinte a sua posse, junto a mais outros 500 políticos que apoiavam o processo de redistribuição de terras. Na Roma Antiga, o Estado explorava as terras cultivadas de diversas formas – nem sempre se expulsava os proprietários, mas os fazia pagar impostos ao Estado. No entanto, o Estado teve que enfrentar a oposição dos ricos, e como o problema da reforma agrária (que propunha melhorias para a classe menos abastada) não foi resolvida da forma que os Graco haviam planejado, os grandes proprietários de terras ficaram cada vez mais poderosos, pois manipulavam o Poder público para que pudessem sempre ser favorecidos. Contudo, em 125 a.C. houve uma reforma da lei romana, que passa a autorizar reeleição dos tribunos da plebe. Isso possibilitou Caio Graco de assumir seu segundo mandato em 123 a.C. Caio, com o objetivo de retomar o projeto de reforma agrária de seu irmão mais velho, Tibério, procura ampliar suas bases de apoio político. Primeiramente, buscou apoio dos cavaleiros romanos, aprovando uma lei que permitia a participação na administração das províncias e na organização dos órgãos judiciários da região. Em seguida, aproximou-se das populações vizinhas de Roma: em um novo projeto de lei, concedeu cidadania plena aos latinos e a cidadania parcial aos demais habitantes da Península Itálica. Ao formar seu grupo aliado, Caio Graco estabeleceu reformas que possibilitaram um novo modelo de distribuição das terras conquistadas em Tarento e Cápua. Além disso, obteve a aprovação da Lei Frumentária, que reduzia o valor de revenda do trigo para pessoas mais pobres. Em 122 a.C. Caio Graco foi reeleito e iniciou o projeto de fundação de uma colônia em Cartago. No entanto, os patrícios, sentindo-se prejudicados pelas transformações e reformas, buscaram apoio dos plebeus para tirar o mandato de Caio. Com o argumento de perda de privilégios, por parte da plebe, devido à extensão da cidadania às populações vizinhas, os patrícios conseguiram manipular os plebeus, que não concederam novo mandato para Caio Graco. Em resposta, Caio tentou armar um golpe de Estado. Tal ação conturbou e desestabilizou o cenário político romano e, deste modo, o Senado decretou estado de sítio e concedeu, aos cônsules, poderes ilimitados. Diante de toda essa situação, Caio Graco, junto de seus partidários, se refugiou no Monte Avelino e, de acordo com Corassin, devido a impossibilidade de reagir a situação, Caio ordenou a um de seus escravos que o matasse. Todavia, apesar de toda oposição ao projeto de reforma agrária dos irmãos Graco, outras figuras políticas tentaram retomar o projeto. Destaca- se, por exemplo, o tribuno Marco Lívio Druso, que em 91 a.C., tentou aprovar uma lei de redistribuição de terras – mais uma vez houve um golpe, por parte dos grandes proprietários, que resultou na morte do tribuno. No entanto, este evento deflagrou a Guerra Social, que destacou as tensões que tomavam Roma devido a questão agrária (entre os anos 90 e 89 a.C.). De acordo com a autora, tais tensões só foram encerradas com o Imperador Augusto, que governou Roma até 14 a.C. Assim, a obra de Corassin nos conta o movimento de reforma agrária em Roma, as diversas tentativas de restaurar o equilíbrio e o bem estar social corrompido pelas transformações decorrentes da expansão de Roma pelo mediterrâneo.
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