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Soluções em Séries Próximas a um Ponto Ordinário, Parte I! • Até$agora,$vimos$métodos$que$nos$permi4am$resolver$ equações$diferenciais$lineares$de$segunda$ordem$com$ coeficientes$constantes.$$$ • Agora,$consideraremos$o$caso$em$que$os$coeficientes$são$ funções$da$variável$independente,$que$denotaremos$por$x.$$ • É$suficiente$considerarmos$a$equação$homogênea$ $já$que$o$método$para$o$caso$nãoBhomogêneo$é$similar.$$ • Primeiramente,$consideraremos$P,$Q,$R$polinômios.$ • Mas,$o$método$pode$ser$aplicado$quando$P,$Q$e$R$são$ quaisquer$funções$analí4cas.$$$ ,0)()()( 2 2 =++ yxR dx dyxQ dx ydxP Pontos$Ordinários ! " Considere que P, Q, R são polinômios sem fatores comuns, e que queremos resolver a equação abaixo em uma vizinhança de um ponto x0: " O ponto x0 é dito ponto ordinário se P(x0) ≠ 0. Como P é contínua, P(x) ≠ 0 para todo x em algum intervalo em torno de x0. Para x neste intervalo, dividimos a equação diferencial por P obtendo " Como p e q são contínuas, temos que existe uma única solução, dadas as condições iniciais y(x0) = y0, y'(x0) = y0' 0)()()( 2 2 =++ yxR dx dyxQ dx ydxP )( )()( , )( )()( que em,0)()(2 2 xP xRxq xP xQxpyxq dx dyxp dx yd ===++ Pontos$Singulares ! " Suponha que queremos resolver a equação abaixo em uma vizinhança de um ponto x0: " O ponto x0 é dito ponto singular se P(x0) = 0. " Como P, Q, R são polinômios sem fatores comuns, segue que Q(x0) ≠ 0 ou R(x0) ≠ 0, ou ambos. " Então, pelo menos um dos dois, p ou q, torna se ilimitado quando x → x0, e assim, não se pode garantir solução, e muito menos unicidade. )( )()( , )( )()( que em,0)()(2 2 xP xRxq xP xQxpyxq dx dyxp dx yd ===++ Soluções$em$Séries$Próximas$a$Pontos$ Ordinários! " Para encontrar uma solução para uma equação diferencial próxima a um ponto ordinário x0, assumiremos a representação em séries da solução desconhecida y: " Enquanto estivermos dentro do intervalo de convergência, esta representação de y é continua e tem derivadas contínuas de todas as ordens. 0)()()( 2 2 =++ yxR dx dyxQ dx ydxP ∑ ∞ = −= 0 0 )()( n n n xxaxy Exemplo$1:$Soluções$em$Séries (1$de$7)$ " Encontre uma solução em séries da equação " Aqui, P(x) = 1, Q(x) = 0, R(x) = 1. Assim, todo ponto x é um ponto ordinário. Tomaremos x0 = 0. " Assumindo uma solução em série na forma ao derivar termo a termo obtemos " Substituindo estas expressões na equação, ficamos com ∑ ∞ = = 0 )( n n nxaxy ( )∑∑∑ ∞ = − ∞ = − ∞ = −=$$=$= 2 2 1 1 0 1)(,)(,)( n n n n n n n n n xannxyxnaxyxaxy ( ) 01 02 2 =+− ∑∑ ∞ = ∞ = − n n n n n n xaxann ∞<<∞−=+## xyy ,0 Exemplo$1:$Combinando$Séries$$$(2$de$7) ! " Nossa equação é " Mudando os índices, obtemos ( ) 01 02 2 =+− ∑∑ ∞ = ∞ = − n n n n n n xaxann ( )( ) ( )( )[ ] 012 ou 012 0 2 00 2 =+++ =+++ ∑ ∑∑ ∞ = + ∞ = ∞ = + n n nn n n n n n n xaann xaxann Exemplo$1:$Relação$de$Recorrência$(3$de$7) ! " Nossa equação agora é " Para esta equação ser válida para todo x, o coeficiente de cada potência de x deve ser zero, e então " Este tipo de equação é chamada de relação de recorrência. ( )( ) ( )( ) ...,2,1,0, 12 ou ...,2,1,0,012 2 2 = ++ − = ==+++ + + n nn aa naann n n nn ( )( )[ ] 012 0 2 =+++∑ ∞ = + n n nn xaann " Para determinar a2, a4, a6, …., fazemos: Exemplo$1:$Coeficientes$Pares (4$de$7)$ ( )( )122 ++ − =+ nn aa nn ( ) ...,3,2,1, )!2( 1 , 12345656 , 123434 , 12 0 2 04 6 02 4 0 2 = − = ⋅⋅⋅⋅⋅ −= ⋅ −= ⋅⋅⋅ = ⋅ −= ⋅ −= k k aa aaa aaa aa k k ! " Para determinar a3, a5, a7, …., fazemos: Exemplo$1:$Coeficientes$Ímpares$ (5$de$7)$ ( ) ...,3,2,1, )!12( 1 , 123456767 , 1234545 , 23 1 12 15 7 13 5 1 3 = + − = ⋅⋅⋅⋅⋅⋅ −= ⋅ −= ⋅⋅⋅⋅ = ⋅ −= ⋅ −= + kk aa aaa aaa aa k k ! ( )( )122 ++ − =+ nn aa nn Exemplo$1:$Solução$$$$(6$de$7)$ • Agora,$temos$a$seguinte$informação:$ • Assim,$ • Obs.:$a0$e$a1$são$determinados$pelas$condições$iniciais.$ • Além$disso,$pelo$teste$da$razão,$podeBse$mostrar$que$estas$ duas$séries$convergem$absolutamente$em$(B∞,$∞),$e$ portanto,$as$manipulações$que$fizemos$na$série$em$cada$ passo$são$válidas.$ 11202 0 !)12( )1(, !)2( )1( que em,)( a k aa k axaxy k k k k n n n + − = − == + ∞ = ∑ 12 0 1 2 0 0 !)12( )1( !)2( )1()( + ∞ = ∞ = ∑∑ + − + − = n n n n n n x n ax n axy Exemplo$1:$Funções$Definidas$por$PVI$(7$de$7)$ • Nossa$solução$é$ • Do$Cálculo,$sabemos$que$esta$solução$é$equivalente$a$ • De$antemão,$sabiamos$que$cos$x$e$sen$x$eram,$de$fato,$ soluções$fundamentais$da$nossa$equação$diferencial.$ $ $$ • Porém,$normalmente,$teremos$funções$cuja$definição$ depende$do$PVI.$$$ 12 0 1 2 0 0 !)12( )1( !)2( )1()( + ∞ = ∞ = ∑∑ + − + − = n n n n n n x n ax n axy xaxaxy sencos)( 10 += ∞<<∞−=+## xyy ,0 Teorema$1 ! " Se x0 é um ponto ordinário da equação diferencial então a solução geral para esta equação é em que a0 e a1 são constantes arbitrárias e y1, y2 são soluções em série linearmente independentes que são analíticas em x0. " Além disso, o raio de convergência de cada uma das soluções em série y1 and y2 é no mínimo do mesmo tamanho que o menor dos raios de convergência das séries de p e q. 0)()()( 2 2 =++ yxR dx dyxQ dx ydxP )()()()( 2110 0 0 xyaxyaxxaxy n n n +=−=∑ ∞ = Raio$de$Convergência ! " Assim, se x0 é um ponto ordinário da equação diferencial, então existe uma solução em séries y(x) = Σ an(x - x0)n. " Além disso, o raio de convergência de cada uma das soluções em série y1 and y2 é no mínimo do mesmo tamanho que o menor dos raios de convergência das séries de p e q. Estes raios podem ser determinados de duas maneiras: 1. Encontrar a série para p e q, e então determinar seus raios de convergência usando um teste de convergência. 2. Se P, Q e R são polinômios sem fatores em comum, então pode-se mostrar que Q/P e R/P são analíticas em x0, se P(x0) ≠ 0, e o raio de convergência da série de potências para Q/P e R/P em torno de x0 é a distância entre x0 e o zero mais próximo de P (incluindo zeros complexos). Exemplo$1 ! " Seja f (x) = (1 + x2)-1. Encontre o raio de convergência da série de Taylor de f em torno de x0 = 0. " A série de Taylor de f em torno de x0 = 0 é " Usando o teste da razão, temos " Logo, o raio de convergência é ρ = 1. " Alternativamente, note que os zeros de 1 + x2 são x = ±i. Como a distância, no plano complexo, de 0 a i ou –i é 1, temos novamente que ρ = 1. !! +−++−+−= + nn xxxx x 2642 2 )1(11 1 1for ,1lim )1( )1(lim 22 221 <<= − − ∞→ ++ ∞→ xx x x nnn nn n Exemplo$2 ! " Encontre o raio de convergência da série de Taylor para em torno de x0 = 0 e em torno de x0 = 1. Primeiro observe que: " Como o denominador não pode ser zero, estabelecemos os limites sobre os quais a função pode ser definida. " No plano complexo, a distância de x0 = 0 até 1 ± i é , então, o raio de convergência para a expansão em série de Taylor em torno de x0 = 0 é ρ = . " No plano complexo, a distância de x0 = 1 até1 ± i é 1 , então, o raio de convergência da expansão em série de Taylor em torno de x0 = 0 é ρ = 1. 12 )22( −+− xx ixxx ±=⇒=+− 10)22( 2 2 2 Exemplo$3: Equação$de$Legendre$(1$de$2)$ " Determine um limitante inferior para o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 para a equação de Legendre " Aqui, P(x) = 1 – x2, Q(x) = -2x, R(x) = α (α + 1). " Assim, x0 = 0 é um ponto ordinário, já que p(x) = -2x/(1 – x2) e q(x) = α (α + 1)/(1 – x2) são analíticas em x0 = 0. " Além disso, p e q tem pontos singulars em x = ±1. " Assim, o raio de convergência para as expansões em série de Taylor de p e q em torno de x0 = 0 é ρ = 1. " Portanto, pelo Teorema 1, o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 é, no mínimo, ρ = 1. ( ) constante. uma ,012)1( 2 ααα =++"−""− yyxyx Exemplo$3: Equação$de$Legendre$(2$de$2)$ " Assim, para a equação de Legendre o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 é no mínimo ρ = 1. " Pode-se mostrar que se α é um inteiro positivo, então uma das soluções em série termina após uma quantidade finita de termos, e assim, converge para todo x, e não apenas para | x| < 1. ( ) ,012)1( 2 =++!−!!− yyxyx αα Exemplo$4: Raio$de$Convergência$$$(1$de$2)$ " Determine um limitante inferior para o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 para a equação " Aqui, P(x) = 1 + x2, Q(x) = 2x, R(x) = 4x2. " Assim, x0 = 0 é um ponto ordinário, já que p(x) = 2x/(1 + x2) e q(x) = 4x2 /(1 + x2) são analíticas em x0 = 0. " Além disso, p e q tem pontos singulares em x = ±i. " Assim, o raio de convergência para as expansões em série de Taylor de p e q em torno de x0 = 0 é ρ = 1. " Logo, pelo Teorema 1, o raio de convergência para a solução em série em torno de x0 = 0 é no mínimo ρ = 1. 042)1( 22 =+!+!!+ yxyxyx Exemplo$4: Teoria$da$Solução$$$(2$de$2)$ " Assim, para a equação o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 é no mínimo ρ = 1, pelo Teorema 1. " Suponha que as condições iniciais y(0) = y0 e y(0) = y0' são dadas. Como 1 + x2 ≠ 0 para todo x, existe uma única solução para o problema de valor inicial em -∞ < x < ∞. " Por outro lado, o Teorema 1 garante apenas uma solução na forma Σ an xn para -1 < x < 1, em que a0 = y0 e a1 = y0'. " Assim, a solução única em -∞ < x < ∞ pode não ter uma representação em série de potências em torno de x0 = 0 que converge para todo x. ,042)1( 22 =+!+!!+ yxyxyx Exemplo$5$ " Determine um limitante inferior para o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 para a equação " Aqui, P(x) = 1, Q(x) = sen x, R(x) = 1 + x2. " Note que p(x) = sen x não é um polinômio, mas ainda assim, possui uma série de Taylor em torno de x0 = 0 que converge para todo x. " Analogamente, q(x) = 1 + x2 tem um série de Taylor em torno de x0 = 0, a saber 1 + x2, que converge para todo x. " Portanto, pelo Teorema 1, o raio de convergência da solução em série em torno de x0 = 0 é infinito. ( ) 0)1(sen 2 =++!+!! yxyxy
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