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retrospectiva - Questões2015

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SIMULADO
RETROSPECTIVA
Sumário
LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................... 4
Gabarito ....................................................................................................................... 58
RACIOCÍNIO LÓGICO ..................................................................................................... 59
Gabarito ....................................................................................................................... 80
INFORMÁTICA ................................................................................................................. 81
Gabarito ..................................................................................................................... 105
DIREITO ADMINISTRATIVO .......................................................................................... 106
Gabarito ..................................................................................................................... 139
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 140
Gabarito ..................................................................................................................... 177
DIREITO PENAL .............................................................................................................. 178
Gabarito ..................................................................................................................... 192
DIREITO PROCESSUAL PENAL ....................................................................................... 193
Gabarito ..................................................................................................................... 207
DIREITO CIVIL ............................................................................................................... 208
Gabarito ..................................................................................................................... 218
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ......................................................................................... 219
Gabarito ..................................................................................................................... 229
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA ...................................................................................... 230
Gabarito ..................................................................................................................... 232
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA ............................... 233
Gabarito ..................................................................................................................... 235
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS ................................................................................... 236
Gabarito ..................................................................................................................... 254
4
Simulado
Retrospectiva 2015
LÍNGUA PORTUGUESA
(FCC/ ANALISTA - ESTATÍSTICA/ CNMP/ 2015)
FALSIFICAÇÕES NA INTERNET
1 Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara 
com textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo 
perceberá a fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. Drummond, Clarice Lis-
pector, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, por exemplo, jamais escreveriam banalidades
5 recheadas de lugares comuns, em linguagem capenga e estilo indefinido. Mas fica a per-
gunta: o que motiva essas falsificações grosseiras de artistas da palavra e da imaginação?
 � São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem 
gostaria de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, 
ingênuo, piegas, carregado de chavões. Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam
10 o fraudulento, expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento 
malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com 
eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com 
o grande escritor. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta cria-
ção, o falsário dá-se por recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”.
15 Tais casos são lamentáveis por todas as razões, e constituem transgressões éticas, 
morais, estéticas e legais. Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria 
que foi rejeitada em nome de outra, inteiramente postiça. Enganar-se a si mesmo, quando não 
se trata de uma psicopatia grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si. Os gran-
des atores, apoiando-se no talento que lhes é próprio, enobrecem esse desejo tão humano de
20 desdobramento da personalidade e o legitimam artisticamente no palco ou nas telas; os escri-
tores criam personagens com luz própria, que se tornam por vezes mais famosos que seus 
criadores (caso de Cervantes e seu Dom Quixote, por exemplo); mas os falsários da internet, 
ao não assinarem seu texto medíocre, querem que o tomemos como um grande momento 
de Shakespeare. Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado:
25 conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama.
 � Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ga-
nham o ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar 
prazer e corrosão em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a más-
cara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo
30 certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade dequem não se aceita e não se estima.
Terêncio Cristobal, inédito
1. No texto manifesta-se, essencialmente, uma censura a quem,
a. frequentando páginas da internet, deixa-se seduzir com facilidade pelos textos de gran-
des autores, sem antes certificar-se quanto à sua autenticidade.
b. por falta de talento literário e por ressentimento, costuma ressaltar nos textos dos auto-
res clássicos as passagens menos inspiradas ou mais infelizes.
5
Simulado
Retrospectiva 2015
c. com intenção maliciosa, cita autores famosos em páginas da internet, afetando uma fa-
miliaridade que de fato jamais teve com esses grandes escritores.
d. levado pelo sentimento da vaidade, porta-se como se fosse um grande escritor, tratando 
de temas profundos num estilo elevado, próprios dos grandes talentos.
e. cometendo uma fraude, pública na internet textos medíocres, atribuídos a escritores 
célebres, buscando com isso, entre outras coisas, ganhar o aplauso de quem lê.
2. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento em:
a. o ingênuo acolhimento (4º parágrafo) = a recepção incrédula
b. Disfarçar a mediocridade (4º parágrafo) = dissimular a banalidade
c. ressentimento malicioso (2º parágrafo) = remorso astuto
d. a usam como moeda corrente (3º parágrafo) = gastam- na perdulariamente
e. honrar a alegada autoria (1º parágrafo) = enobrecer a presunção de um autor
3. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se 
por recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”.
Caso a frase acima iniciasse com a expressão Se houvesse de fato, as formas verbais 
sublinhadas deveriam ser substituídas, na ordem dada, por:
a. confundira − dera-se − receba − curtisse
b. confundiria − dera-se − recebera − curtia
c. confundira − dar-se-á − recebera − curta
d. confundisse − dar-se-ia − recebesse − curtisse
e. confundisse − deu-se − receberia − curte
4. Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção do texto:
I – Na frase É próprio dos vícios misturar prazere corrosão em quem os sustenta, o prono-
me os refere-se aos nomes prazer e corrosão.
II – Atentando para a regência verbal, o segmento Os grandes atores, apoiando-se no talen-
to que lhes é próprio permanecerá correto caso se substitua apoiando-se no por valen-
do-se do ou contando com o.
III – Ao observar que ninguém deve enganar-se a si mesmo, o autor poderia ter optado pela 
forma do imperativo e nos lançar a seguinte frase, de modo correto e solene: “Não deveis 
enganar-se a vós mesmos”.
Está correto o que se afirma em
a. III, apenas.
b. I e III, apenas.
c. II, apenas.
d. I e II, apenas.
e. I, II e III.
5. Considere as seguintes afirmações:
I – No primeiro parágrafo, o autor do texto imagina que muitos usuários das redes sociais, 
mesmo os versados em literatura, podem se deixar enganar pela fraude das citações, 
uma vez que o estilo destas lembra muito de perto a linguagem dos alegados autores.
6
Simulado
Retrospectiva 2015
II – No segundo parágrafo, duas razões são indicadas para explicar a iniciativa dos fraudu-
lentos: o gosto pela ironia, empregada para rebaixar os escritores de peso, e a busca da 
notoriedade de quem quer ser identificado como um artista superior.
III – Nos dois parágrafos finais, o que o autor ressalta como profundamente grave é o fato 
de os falsários mentirem para si mesmos, dissolvendo a identidade que lhes é própria 
e assumindo, ilusoriamente, a personalidade de alguém cujo valor já está reconhecido.
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em
a. III.
b. II e III.
c. II.
d. I e II.
e. I.
6. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se concordando com o termo subli-
nhado na frase:
a. Seria preciso que se (aplicar) a esses falsários alguma sanção, para que não houvesse 
tantos abusos.
b. Infelizmente não se (punir) esses falsos gênios da internet com medidas rigorosas e 
exemplares.
c. Quem jamais leu Shakespeare nem (imaginar) as lições literárias e as discussões éticas 
que está perdendo.
d. O autor do texto acha que (ser) de se lamentar que tantas pessoas sejam enganadas 
pelos falsários da internet.
e. Não (dever) caber aos usuários da internet o direito de publicar o que quer que seja com 
assinatura falsa.
7. Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
a. É natural que muitos dos usuários da internet se irritem com este fenômeno generaliza-
do: a pessoa pública um medíocre texto de sua autoria como se fosse da lavra de algum 
escritor consagrado.
b. Tratando-se de um fenômeno generalizado na internet, implica na irritação de quem 
toma os textos de alguém famoso cujo o teor foi estabelecido por quem escreveu uma 
mera banalidade.
c. Muitas pessoas, provavelmente com má fé, dão como de outros autores, textos seus, 
imaginando que as assinaturas famosas encobrem as debilidades do texto de cujos são 
criadores.
d. Está cada vez mais usual o seguinte fato: alguém mal intencionado, pública sob um 
nome de autor conhecido um texto de que este jamais teria interesse em escrever, por 
banal que seja.
e. Certamente são irritantes essas falsificações da internet, mormente nas redes sociais, 
aonde escritores sem qualquer talento plagiam autores famosos, tentando se fazer pas-
sar pelos mesmos.
7
Simulado
Retrospectiva 2015
8. Por apresentar falha estrutural de construção, deve-se reelaborar a redação da seguinte frase:
a. Leitores ingênuos deixam-se enganar pelos falsários da internet, mostrando que não 
reconhecem a diferença entre a boa e a má literatura.
b. Há quem busque disfarçar a falta de talento atribuindo a autores famosos os textos me-
díocres que pública nas páginas da internet.
c. A falta de talento faz com que artistas famosos passem por ser alegados como genuínos 
autores daqueles textos de escritores medíocres que não o têm.
d. É fácil entender que alguém cometa uma fraude para enganar os outros; difícil é aceitar 
que alguém se proponha a enganar a si mesmo.
e. Alguns nomes de grandes escritores brasileiros são, muitas vezes, indicados na internet 
como autores de textos que jamais escreveriam.
9. Muita gente nos engana, valendo-se das páginas da internet.
A transposição da frase acima para a voz passiva implicará
a. em que o sujeito de enganar passe a ser nós.
b. em que o sujeito de valendo-se passe a ser internet.
c. a utilização de páginas da internet como sujeito.
d. a utilização da forma verbal enganam-nos.
e. a utilização de muita gente como sujeito.
10. Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
a. Atualmente, ocorre na internet, com cansativa frequência, a atribuição de textos insípi-
dos aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre, certamente, para a propa-
gação do mau gosto e a banalização da fraude.
b. Atualmente ocorre, na internet com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos, 
aos grandes autores, da nossa literatura o que concorre, certamente, para a propagação 
do mau gosto e a banalização da fraude.
c. Atualmente ocorre, na internet, com cansativa frequência a atribuição, de textos insípi-
dos, aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre, certamente para a propa-
gação do mau gosto, e a banalização da fraude.
d. Atualmente ocorre na internet, com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos, 
aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre certamente, para a propagação 
do mau gosto e a banalização da fraude.
e. Atualmente, ocorre na internet com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos 
aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre certamente para a propagação 
do mau gosto, e a banalização da fraude.
(FCC/ ANALISTA JUDICIÁRIO - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/ TRT-15ª REGIÃO/ 2015)
1 Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum*, depois do gato morto, ou 
como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história 
desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos 
debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos.
5 Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.
8
Simulado
Retrospectiva 2015
 � Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, 
reuni umas cinco pessoas, conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), 
no intuito de lhe dar um aspecto simbólico.
 � No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu
10 com a taça de champanha e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, 
há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a 
nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, 
que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado.
 � Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés.
15 Um dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre 
assembleia que correspondesse ao ato que acabava de publicar, brindando ao primeiro dos 
cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos 
os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. 
De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
20 No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
 � – Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais 
um ordenado, um ordenado que...
 � − Oh! Meu senhô! Fico.
 � − ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste
25 imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hojeestás mais alto que 
eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos...
 � − Artura não qué dizê nada, não, senhô...
 � − Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche 
o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de
30 um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.
 � Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me 
não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, 
sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe 
dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
35 Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá, tenho-lhe despedido alguns ponta-
pés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; 
cousas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre. [...] 
*Literalmente, “depois do golpe”, “depois do fato”.
Adaptado de: ASSIS, Machado de. “Bons dias!”,
Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888
11. Sobre a pontuação do texto, considere:
I – Mantém-se a correção alterando-se a pontuação da frase Oh! Meu senhô! Fico. (7º pa-
rágrafo) para Oh, Meu senhô, fico!
II – O ponto e vírgula, no segmento [...] por me não escovar bem as botas; efeitos da liber-
dade... (11º parágrafo), pode ser substituído por dois-pontos.
III – No segmento Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 
de maio... (1º parágrafo), pode-se acrescentar uma vírgula imediatamente após juro.
9
Simulado
Retrospectiva 2015
Está correto o que consta em
a. II, apenas.
b. II e III, apenas.
c. I e III, apenas.
d. I, apenas.
e. I, II e III.
12. O diálogo que se desenvolve a partir do 5º parágrafo
a. prevê o novo padrão das relações de trabalho, pautado por diálogo e negociação de 
direitos, persistente até a atualidade com empregados domésticos.
b. evidencia, em frases como Tu vales muito mais que uma galinha, o valor humano que 
passam a ter os que eram antes considerados simples mercadoria.
c. contrasta a altura do empregado com a pequenez inicial de seu salário, de maneira que 
se compreenda a prosperidade da nova condição de assalariado.
d. ilustra, em frases como Artura não qué dizê nada, não, senhô..., a mentalidade a que 
estava condicionado o escravo, que chega a falar em detrimento de si próprio.
e. demonstra a afeição que ligava senhor e escravo, rompida com o fim do regime de es-
cravidão, como se pode ver nos parágrafos seguintes.
13. O texto
a. trata o fim da escravidão com ironia, mostrando como uma simples carta de alforria não 
significava mudança da condição social do escravo.
b. reconhece o mérito das mudanças políticas de então, ironizando a hierarquia social que 
antes predominava entre escravo e senhor.
c. faz ressalvas ao processo político que envolveu o fim da escravidão, visto que os títulos 
concedidos não possuíam valor legal.
d. reflete o entusiasmo com que foi tomada a libertação dos escravos no Brasil, a partir do 
relato de uma situação particular.
e. mostra como um avanço social, na verdade, beneficia a todos: o escravo se torna livre, 
seu antigo dono adquire prestígio social.
14. Com recurso à subordinação das orações, o 5º e o 6º parágrafos estão reescritos correta-
mente em:
a. No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe, com rara franqueza, que era livre e 
podia ir para onde quisesse; que aqui, no entanto, tinha casa amiga, já conhecida, além 
de ter mais um ordenado, um ordenado que...
b. No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: tu és livre; por isso, 
podes ir para onde quiseres, ao passo que aqui tens casa amiga, já conhecida e tens 
mais um ordenado, um ordenado que...
c. No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe, com rara franqueza, que seria livre, po-
deria ir para onde queria, mas que aqui teria casa amiga, já conhecida, além de ter mais 
um ordenado, um ordenado que...
d. No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza, que fosse livre e 
pudesse ir para onde quisesse; aqui, no entanto, teria casa amiga, já conhecida, com 
que teria mais um ordenado, um ordenado que...
e. No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza, que és livre, podes 
ir para onde quiseres, além de que aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um 
ordenado, um ordenado que...
10
Simulado
Retrospectiva 2015
(FCC/ TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO - ADMINISTRATIVA/ MANAUSPREV-AM/ 2015)
1 O primeiro... problema que as árvores parecem propor-nos é o de nos conformarmos 
com a sua mudez. Desejaríamos que falassem, como falam os animais, como falamos nós 
mesmos. Entretanto, elas e as pedras reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em 
que todos os seres têm pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um
5 silêncio que não está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma 
composição social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que 
está na linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo.
 � Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os 
humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logramos
10 comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo à nossa 
domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo. Ele pende, 
lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não incorpora a árvore à 
atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo até o quadro, parece vaga-
mente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto.
15 De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através da 
arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde uma tapeça-
ria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador da árvore 
genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da Árvore. Vemos através desse 
documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca de Munique, Paisagem com Caça, a
20 árvore colossal domina todo o quadro, e a confusão de homens, cães e animal acuado 
constitui um incidente mínimo, decorativo. Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a 
aventura humana seduz mais o pintor do que o fundo natural em que ela se desenvolve.
 � O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escrever: 
“Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cuidadosamente
25 a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo estudo... Se o fim da pin-
tura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos, hoje pedimos ao amador que pro-
cure tirar dela um prazer diferente do proporcionado pelo espetáculo das coisas naturais”. 
Renunciamos assim às árvores, ou nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, 
que elas, polidamente, se permitem ignorar.
Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de.
A árvore e o homem, em Passeios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8)
15. Na frase Desejaríamos que falassem, como falam os animais..., caso o verbo em negrito 
assuma o mesmo tempo e modo que o sublinhado, teremos as seguintes formas verbais 
no segmento inicial:
a. Desejam que falassem
b. Desejamos que falassem
c. Desejamos que falem
d. Desejam que falem
e. Desejemos que falam
11
Simulado
Retrospectiva 2015
16. No segmento [...] hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente [...], 
a oração sublinhada complementa o sentido de um
a. verbo, e pode ser substituída por outro verbo.
b. verbo, e pode ser substituída por um substantivo.
c. substantivo, e pode ser substituída por um adjetivo.d. verbo, e pode ser substituída por um adjetivo.
e. substantivo, e pode ser substituída por um verbo.
17. Depreende-se do texto:
a. a pintura, como forma artística, se torna mais eficaz do que as iniciais tentativas de comu-
nicação, haja vista quadros como os do pintor Van Gogh, em que a natureza parece falar.
b. a diferente abordagem de um e outro pintor faz com que uns consigam estabelecer efe-
tiva comunicação com a natureza, e outros não, como é o caso de Picasso.
c. o silêncio das árvores contrasta com a ânsia humana por estabelecer elos de comunica-
ção, a ponto de a arte paulatinamente renunciar à simples imitação da natureza.
d. o mutismo das árvores é rompido pouco a pouco com o recurso da arte, uma caracterís-
tica humana que nos põe em contato com a natureza.
e. a pintura, bidimensional, não recupera o volume nem as demais características essen-
ciais da natureza, resultando em quadros que recorrem à exageração, como árvores 
colossais.
18. Mantendo-se o sentido, o trecho sublinhado em Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe 
nossa intemperança pode ser substituído por:
a. nosso descomedimento.
b. nossa ousadia.
c. nossa falta de tempo.
d. nosso infortúnio.
e. nossa intempérie.
19. Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do texto.
I – No segmento [...] genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título [...] (3º parágrafo), a 
vírgula pode ser corretamente suprimida, uma vez que é seguida da conjunção aditiva e.
II – No segmento [...] nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo [...] (2º parágrafo), o 
ponto final pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula, feita a alteração entre 
maiúscula e minúscula.
III – No segmento [...] seduz mais o pintor do que o fundo natural [...] (3º parágrafo), o acrés-
cimo de uma vírgula imediatamente após pintor acarretaria a separação equivocada do 
verbo e seu complemento.
Está correto o que se afirma APENAS em
a. II e III.
b. I.
c. II.
d. I e II.
e. III.
12
Simulado
Retrospectiva 2015
20. Identifica-se um efeito e sua causa, respectivamente, nos segmentos:
a. decididas a guardar um silêncio que não está à mercê dos botânicos // procuram as ár-
vores ignorar tudo (1º parágrafo)
b. que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta // fundada que está na linguagem 
articulada (1º parágrafo)
c. a aventura humana seduz mais o pintor // do que o fundo natural em que ela se desen-
volve (3º parágrafo)
d. incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade // consideramo- lo um elemento da paisa-
gem (2º parágrafo)
e. Renunciamos assim às árvores // ou nos permitimos fabricá-las (4º parágrafo)
21. Uma redação alternativa para a frase Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a 
imitam, evitando cuidadosamente a reprodução de cenas naturais..., em que se mantém a 
correção e, em linhas gerais, o sentido, encontra-se em:
a. Os pintores, quando observam a natureza, não mais a imitam, de modo a resguardar-se 
cuidadosamente para a reprodução de cenas naturais...
b. Embora ainda a observem, os pintores já não imitam a natureza, nem evitam a reprodu-
ção cuidadosa de cenas naturais...
c. Tendo observado a natureza, os pintores já não a imitam, por mais que evitem cuidado-
samente a reprodução de cenas naturais...
d. Se a natureza é observada pelos pintores, não é por eles imitada, uma vez que ela se 
furta cuidadosamente à reprodução de suas cenas...
e. Muito embora os pintores ainda a observem, não mais imitam a natureza, de maneira 
que se acautelam da reprodução de cenas naturais...
22. Desempenha a mesma função que o segmento através da tragédia clássica (2º parágrafo), 
o que está sublinhado em:
a. O que será talvez um traço da arte moderna...
b. [...] o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore...
c. [...] e dá a tudo isso o título [...]
d. [...] certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto.
e. Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede [...]
23. O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido em:
a. ...nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos...
b. ...não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados...
c. ...incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade...
d. ...não está à mercê dos botânicos...
e. Renunciamos assim às árvores...
13
Simulado
Retrospectiva 2015
(CESGRANRIO/ ESCRITURÁRIO/ BB/ 2015)
CARTILHA ORIENTA CONSUMIDOR
Lançada pelo SindilojasRio e pelo CDL-Rio, em parceria com o Procon-RJ, guia des-
taca os principais pontos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), selecionados a 
partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebid
1 O Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio de Janeiro (SindilojasRio) e o Clube de Dire-
tores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio) lançaram ontem uma cartilha para orientar lojistas 
e consumidores sobre seus direitos e deveres. Com o objetivo de dar mais transparência e 
melhorar as relações de consumo, a cartilha tem apoio também da Secretaria Estadual de
5 Proteção e Defesa do Consumidor (Seprocon)/ Procon-RJ.
 � Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres para 
lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de Defesa do 
Consumidor (CDC), selecionados a partir das dúvidas e reclamações mais comuns recebi-
das, tanto pelo SindilojasRio e CDL-Rio, como pelo Procon-RJ.
10 “A partir da conscientização de consumidores e lojistas obre seus direitos e deveres, 
queremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas, tendo como base a 
ética, a qualidade dos produtos a boa prestação de serviços ao consumidor”, explicou o pre-
sidente do SindilojasRio e do CDL-Rio, Aldo Gonçalves.
 � Gonçalves destacou que as duas entidades estão comprometidas em promover mudanças
15 que propiciem o avanço das relações de consumo, além do desenvolvimento do varejo carioca.
 � “O consumidor é o nosso foco. É importante informá-lo dos seus direitos”, disse o em-
presário, ressaltando que conhecer bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas também 
para seus fornecedores.
Jornal do Commercio. Rio de Janeiro. 08 abr. 2014, A-9.
Adaptado.
24. No trecho “Batizada de Boas Vendas, Boas Compras! – Guia prático de direitos e deveres 
para lojistas e consumidores, a publicação destaca os principais pontos do Código de De-
fesa do Consumidor (CDC)” (ℓ. 6-7), são palavras de classes gramaticais diferentes
a. deveres e destaca
b. publicação e pontos
c. direitos e lojistas
d. prático e principais
e. vendas e compras
25. Na frase “‘É importante informá-lo dos seus direitos’” (ℓ. 16) emprega-se o verbo informar 
seguido do pronome oblíquo. Entretanto, o redator poderia ter optado por empregar, em 
vez de lo, o pronome lhe.
A frase resultante, mantendo-se o mesmo sentido e respeitando- se a norma-padrão, seria:
a. É importante lhe informar acerca dos seus direitos.
b. É importante informar-lhe dos seus direitos.
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Simulado
Retrospectiva 2015
c. É importante informar-lhe os seus direitos.
d. É importante informar-lhe sobre os seus direitos.
e. É importante lhe informar a respeito dos seus direitos.
26. Após ler o texto, que é uma reportagem, um funcionário do jornal decidiu enviá-lo por 
e-mail a um colega, mas, além do texto completo, ele resolveu também anexar uma ima-
gem com a capa do jornal. A mensagem enviada tinha, porém, uma concordância que 
desrespeitava a norma-padrão.
Essa concordância equivocada está exemplificada em:
a. Mando-lhe dois arquivos alusivos à matéria mencionada em epígrafe.
b. Segue os dois arquivos que mencionei sobre a cartilha do consumidor.
c. Veja nos anexos os dois arquivos sobre a matéria mencionada.
d. Envio dois arquivos atachados referentes aos itens que mencionei acima.
e. Anexo nesta mensagem dois arquivos relacionados com a reportagem.
27. A comparação do título da reportagem com o texto integral permite afirmarque o
a. texto pode provocar dúvidas nos leitores porque contém muitas siglas desconhecidas.
b. texto e o título focalizam os consumidores como o público-alvo da cartilha.
c. título destaca apenas parcialmente o conteúdo da cartilha de orientação.
d. texto contradiz o título, pois desqualifica a orientação aos consumidores.
e. título é inteiramente fiel ao conteúdo do texto, cujo foco é especificamente a defesa dos 
consumidores.
28. A matéria informa que as orientações contidas na cartilha levaram em consideração al-
guns dados objetivos. Que dados são esses?
a. As queixas e as dificuldades declaradas tanto por compradores como por vendedores
b. As queixas dos consumidores diante da má qualidade de atendimento dos lojistas
c. As desculpas dos lojistas diante da grande quantidade de reclamações dos consumidores
d. As pesquisas feitas por especialistas em técnicas de consumo e vendas
e. O índice elevado de prejuízos dos varejistas diante da falta de pagamento dos consumi-
dores
29. O emprego do verbo destacado no trecho “‘queremos contribuir para o crescimento sus-
tentável das empresas’” (ℓ. 11) contribui para indicar uma pretensão do presidente do Sin-
dicato dos Lojistas, que começa no presente e se estende no futuro.
Se, respeitando-se o contexto original, a frase indicasse uma pretensão que começasse 
no passado e se estendesse no tempo, o verbo adequado seria o que se destaca em:
a. quisermos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
b. quiséssemos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
c. quisemos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
d. quereremos contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
e. quisera poder contribuir para o crescimento sustentável das empresas.
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Simulado
Retrospectiva 2015
30. Considere-se a hipótese de que, antes de publicado no jornal, o texto foi revisto pelo seu 
editor, que propôs a alteração do trecho “tendo como base a ética, a qualidade dos produ-
tos e a boa prestação de serviços ao consumidor” (ℓ. 11-12), pois o texto original continha 
uma vírgula antes da conjunção e.
Se for considerado que ele se baseou nas regras de emprego da vírgula adequado à nor-
ma-padrão, a decisão do editor levou em conta a
a. proibição de colocar vírgula antes da conjunção e.
b. obrigatoriedade de colocar vírgula apenas nos elementos iniciais de uma enumeração.
c. interpretação de que a ênfase criada pela vírgula antes do e era desnecessária.
d. recomendação de separar por vírgula os elementos de uma enumeração.
e. suposição de que a vírgula criaria um efeito de ambiguidade no texto.
31. De acordo com a norma-padrão, se fosse acrescentado ao trecho “disse o empresário” (ℓ. 29) 
um complemento informando a quem ele deu a declaração, seria empregado o acento 
indicativo de crase no seguinte caso:
a. a duas de suas secretárias
b. a suas duas assessoras de imprensa
c. a apenas uma parte dos convidados
d. a todos os presentes
e. a imprensa especializada
32. Na última frase do texto, é transcrita a opinião de um empresário, para quem “conhecer 
bem o CDC é vital não só para os lojistas, mas também para seus fornecedores”. (ℓ. 17-18)
Considerando-se o conteúdo dessa opinião, que outra estrutura frasal poderia representá-la?
a. Conhecer bem o CDC é vital tanto para os lojistas quanto para seus fornecedores.
b. Conhecer bem o CDC é vital nem tanto para os lojistas como para seus fornecedores.
c. Conhecer bem o CDC é vital em especial para os lojistas assim como para seus forne-
cedores.
d. Conhecer bem o CDC é vital não tanto para os lojistas bem como para seus fornecedores.
e. Conhecer bem o CDC é vital inclusive para os lojistas sem falar em seus fornecedores.
33. No seguinte período, a palavra em destaque está grafada de acordo com a ortografia oficial:
a. No rítmo em que a sociedade caminha, em breve exerceremos plena cidadania.
b. O consumidor tem de ser consciênte de seu papel de cidadão.
c. O sindicato se preocupa com o aspécto educativo da cartilha.
d. Várias entidades mantêm convênio conosco.
e. O substântivo que traduz essa cartilha é “seriedade”.
(FCC/ ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA/ TRE-RR/ 2015)
Conselhos ao candidato
Certa vez um enamorado da Academia, homem ilustre e aliás perfeitamente digno de per-
tencer a ela, escreveu-me sondando-me sobre as suas possibilidades como candidato. Não 
pude deixar de sentir o bem conhecido calefrio aquerôntico, porque então éramos quarenta 
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Retrospectiva 2015
na Casa de Machado de Assis e falar de candidatura aos acadêmicos sem que haja vaga é 
um pouco desejar secretamente a morte de um deles. O consultado poderá dizer consigo que 
“praga de urubu não mata cavalo”. Mas, que diabo, sempre impressiona. Não impressionou ao 
conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito que lhe foi pedir o voto 
para uma futura vaga:
− Não posso empenhar a minha palavra. Primeiro porque o voto é secreto; segundo porque 
não há vaga; terceiro porque a futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posição de não 
poder cumprir com a minha palavra, coisa a que jamais faltei em minha vida.
Se eu tivesse alguma autoridade para dar conselhos ao meu eminente patrício, dir-lhe-ia 
que o primeiro dever de um candidato é não temer a derrota, não encará-la como uma capitis 
diminutio, não enfezar com ela. Porque muitos dos que se sentam hoje nas poltronas azuis do 
Trianon, lá entraram a duras penas, depois de uma ou duas derrotas. Afinal a entrada para a 
Academia depende muito da oportunidade e de uma coisa bastante indefinível que se chama 
“ambiente”. Fulano? Não tem ambiente. [...] Sempre ponderei aos medrosos ou despeitados da 
derrota que é preciso considerar a Academia com certo senso de humour. Não tomá-la como o 
mais alto sodalício intelectual do país. Sobretudo nunca se servir da palavra “sodalício”, a que 
muitos acadêmicos são alérgicos. Em mim, por exemplo, provoca sempre urticária.
No mais, é desconfiar sempre dos acadêmicos que prometem: “Dou-lhe o meu voto e posso 
arranjar-lhe mais um”. Nenhum acadêmico tem força para arranjar o voto de um colega. Mas 
vou parar, que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio deJaneiro: Nova Aguilar, 1993, vol. único, p. 683-684)
*aquerôntico = relativo ou pertencente a Aqueronte, um dos rios do Inferno, atravessado 
pelos mortos na embarcação conduzida pelo barqueiro Caronte.
*capitis diminutio: expressão latina de caráter jurídico empregada para designar a dimi-
nuição de capacidade legal.
34. O consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”.
Infere-se, a partir da referência ao dito popular, que o autor
a. se vale da sabedoria popular para considerar-se imune a um eventual desejo secreto do 
candidato de que surja a vaga com a morte de um dos acadêmicos, até mesmo a dele.
b. busca questionar o mal-estar que sentiu ao receber a consulta do provável candidato, 
apoiando-se na sabedoria popular, fato que contraria sua formação erudita de acadêmico.
c. procura justificar sua isenção quanto ao questionamento do candidato, mesmo pondo 
de lado o fato de perceber certo mau agouro embutido na consulta que lhe foi enviada.
d. deseja, secretamente e de antemão, que o candidato não consiga comprovar que tem o 
mérito necessário para justificar sua pretensão de fazer parte da Academia.
e. se considera inteiramente livre de quaisquer compromissos relativos à consulta que lhe 
foi enviada, esquivando-se, também, de tentar conseguir votos para o suposto candidato.
35. No desenvolvimento do texto, o autor deixa transparecer
a. extrema seriedade ao tentar instruir um candidato, com o objetivo de garantir-lhe suces-
so na eleição, ainda que não haja vaga para essa pretensão.
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b. aconselhamento ao candidato que desistade seu intento, com a certeza de que será um 
perdedor, visto que muitos outros já não conseguiram ser eleitos.
c. indecisão sobre se haverá meios eficazes para orientar um candidato, já que o próprio 
autor é um dos escritores que fazem parte do quadro da Academia.
d. tratamento irônico a respeito das pretensões de um candidato à vaga na Academia, pre-
tensão ex - temporânea, pois o quadro está completo.
e. incentivo a quem lhe escreve, de consultar outros acadêmicos, dado que se trata de 
candidato merecedor de pertencer ao grupo.
36. Mas vou parar, que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato.
Identifica-se, no segmento sublinhado acima,
a. noção de causa, que justifica a decisão tomada pelo autor.
b. uma finalidade, que reafirma as intenções do autor, expostas no texto.
c. ressalva que restringe o sentido da afirmativa anterior.
d. a consequência de uma ação deliberada anteriormente.
e. condição, pois o autor conclui não ter conseguido aconselhar o candidato.
37. No Dicionário Houaiss, encontra-se que sodalício é palavra que designa grupo ou socie-
dade de pessoas que vivem juntas ou convivem em uma agremiação; confraria.
Deduz-se corretamente que, segundo o autor, o emprego da palavra reflete
a. conhecimento aprofundado, pois se trata de um grupo formado por escritores eruditos.
b. prepotência, como demonstração de conhecimentos que ultrapassam o dos demais aca-
dêmicos.
c. pedantismo, tendo em vista tratar-se de termo praticamente desconhecido no uso diário 
da língua.
d. ignorância que, já de início, se torna obstáculo intransponível para a eleição pretendida.
e. insistência, na tentativa de angariar adeptos para o ingresso no grupo de escritores.
38. A resposta dada pelo conde Afonso Celso, transcrita no 2º parágrafo, é exemplo de
a. certa incoerência voluntária na sequência de dados oferecidos pelo acadêmico citado.
b. uma resposta evasiva, em razão da intempestiva consulta feita pelo candidato.
c. argumentos que se sucedem, aparentemente, de modo lógico, porém sem resultado 
objetivo.
d. um capcioso jogo de palavras cujo sentido, no entanto, não permite conclusão alguma.
e. um raciocínio completo, com as razões que justificam o posicionamento de quem fala.
39. Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um 
sujeito ...
A expressão sublinhada acima preenche corretamente a lacuna existente em:
a. O novo acadêmico demonstrou grande afeição compartilha das mesmas ideias literárias 
e aborda os mesmos temas.
b. O acadêmico, todos esperavam um vigoroso aparte contrário ao pleito, permaneceu em 
silêncio na tumultuada sessão.
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c. Em decisão unânime, os acadêmicos ofereceram dados da agremiação desejasse parti-
cipar da discussão daquele dia.
d. O discurso de recepção do novo integrante do grupo deveria ser pronunciado apresen-
tasse maior afinidade entre ambos.
e. Aqueles caberia manifestar apoio aos defensores da causa em discussão ainda não ha-
viam conseguido chegar à tribuna.
(CESPE/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ TRE-GO/ 2015)
Xxx. 1032/SeTec
Goiânia, 15 de janeiro de 2015.
Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação
Assunto: Oficinas de apresentação do novo sistema operacional
1) Como é sabido, recentemente adquirimos um novo sistema operacional. Como se trata 
de um sistema muito diferente do anterior, informo a Vossa Senhoria que o Setor de 
Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano, uma série de 
oficinas práticas para apresentação desse novo sistema aos funcionários.
2) Por essa razão, solicito que, no período acima indicado, Vossa Senhoria libere todos os 
funcionários do seu setor duas horas antes do fim do expediente para que eles possam 
frequentar as oficinas.
3) Devo mencionar, por fim, que a participação dos funcionários nas oficinas é obrigatória, 
pois o novo sistema já entrará em funcionamento no dia 20 de julho do corrente ano. 
Nessa data, todos já deverão conhecê-lo e saber como operá-lo.
Atenciosamente,
(espaço para assinatura)
[nome do signatário]
Chefe do Setor de Tecnologia
Com base no disposto no Manual de Redação da Presidência da República, julgue o item 
que se segue, a respeito da correspondência oficial hipotética Xxx. 1032/SeTec, anterior-
mente apresentada, na qual o remetente e o destinatário são funcionários de igual nível 
hierárquico de um mesmo órgão da administração pública.
40. São propósitos comunicativos do texto oficial em questão informar sobre as oficinas de 
apresentação do novo sistema operacional e solicitar a liberação dos funcionários do setor 
de documentação para sua participação nessas oficinas.
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Simulado
Retrospectiva 2015
41. De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar que essa comunicação 
é um memorando. Por esse motivo, em lugar de “Xxx.”, no início do expediente, deveria 
constar a abreviação Mem.
42. O segundo período do primeiro parágrafo do texto poderia ser corretamente reescrito da 
seguinte forma: como esse sistema difere muito do anterior, informo Vossa Senhoria de 
que o Setor de Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 de janeiro deste ano, 
uma série de oficinas práticas para apresentação desse novo sistema aos funcionários.
43. Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto, o primeiro período do 
terceiro parágrafo poderia ser reescrito da seguinte forma: finalmente, consigno que é 
obrigatório que haja participação nas oficinas de todos os funcionários, uma vez que o já 
novo sistema começará a funcionar no dia 20 de julho deste ano. .
44. Dada a presença, no texto, do pronome de tratamento “Vossa Senhoria”, estaria adequa-
da a substituição, no segundo parágrafo da correspondência em apreço, da forma verbal 
“libere” por libereis e do trecho “todos os funcionários do seu setor” por todos os funcio-
nários do vosso setor.
45. A numeração dos três parágrafos que compõem o texto é opcional.
(FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA/ TRE-RR/ 2015)
 É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente do futebol é dos mais inten-
sos do ponto de vista psicológico. Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de 
incessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real. O que varia conforme o 
indivíduo considerado é a passagem de uma condição a outra. Passagem rápida no caso do tor-
cedor, cuja regressão psíquica do lúdico dura algumas horas e funciona como escape para as 
pressões do cotidiano. Passagem lenta no caso do futebolista profissional, que vive quinze ou 
vinte anos em ambiente de fantasia, que geralmente torna difícil a inserção na realidade global 
quando termina a carreira. A solução para muitos é a reconversão em técnico, que os mantém 
sob holofote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de partidas em Copas do Mundo, com a 
seleção alemã, Ballon d’Or de 1990, tornou-se técnico porque “na verdade, para mim, o futebol 
é mais importante do que a família”. [...]
 Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, 
porém calcadas, pelo menos em parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo, 
como a vida social, porém num e noutra a atuação de um só indivíduo pode repercutir sobre o 
todo. Como em qualquer sociedade, na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio precá-
rio entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso pessoal, para o qual depende em 
grande parte dos companheiros; há um sentimento de equipe, que depende das qualidades 
pessoais de seus membros. O torcedor lúcido busca o prazer do jogo preservando sua individu-
alidade; todavia, a própria condição de torcedor acaba por diluí-lo na massa.
JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo:
Companhia das letras, 2007, p. 303-304, com adaptações
*Ballon d’Or1990 − prêmio de melhor jogador do ano
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Simulado
Retrospectiva 2015
46. O jogador busca o sucesso pessoal
A mesma relação sintática entre verbo e complemento, sublinhados acima, está em:
a. ...que depende das qualidades pessoais de seus membros.
b. ...e funciona como escape para as pressões do cotidiano.
c. ...o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas ...
d. É indiscutível que no mundo contemporâneo...
e. A solução para muitos é a reconversão em técnico...
47. As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:
a. O noticiário de jornais, especialmente os esportivos, dão conta dos múltiplos interesses 
que envolvem times, dirigentes, atletas, além do espetáculo, por vezes dramático, de 
jogadores que, estimulados pela torcida, busca atingir seu momento de glória.
b. As torcidas organizadas, muitas vezes objeto de críticas por um comportamento violento 
e antissocial, tem sido alvo de intervenções do poder público, no sentido de que se evite 
brigas que resultam, habitualmente, em morte de torcedores de times rivais.
c. A brilhante atuação de um jogador em campo torna realizáveis todos os sonhos da gran-
de massa fiel de torcedores que veem, encantados, materializar-se a conquista das me-
tas estabelecidas, em cada campeonato, pelos dirigentes de seu time favorito.
d. Certos jogadores conseguem, em momentos do jogo, que passa a ser considerado qua-
se mágica, fazer a bola descrever curvas inesperadas que ludibriam barreiras e, princi-
palmente, goleiros, que resulta no gol que hipnotiza os torcedores mais apaixonados.
e. Nem sempre é aceitável, para um torcedor apaixonado por seu time, os reveses durante 
uma partida de futebol, visto que uns poucos minutos de jogo pode definir um resultado 
negativo inesperado e contrariar todas as expectativas de sucesso.
48. A referência ao jogador da seleção alemã constitui, no texto, exemplo que
a. minimiza a importância de certos prêmios conquistados por futebolistas, como o Ballon 
d’Or de 1990 recebido por Lothar Matthäus, ao considerar que esses apenas reproduzem 
o mundo distante da realidade, de fantasia, em que vivem habitualmente os jogadores.
b. reafirma a percepção equivocada, embora seja geral, de que no futebol predomina o 
sentimento de equipe, pois a premiação se destina somente a um ou a outro jogador, 
aparentemente confirmando a visão de que este busca o sucesso pessoal, acima dos 
interesses do grupo.
c. aborda a dificuldade encontrada pelo jogador de inserção na realidade global quando 
termina a carreira, momento em que busca qualquer possibilidade de se manter sob ho-
lofotes, especialmente depois de ter sido premiado por sua atuação excepcional.
d. comprova a afirmativa sustentada pelo autor, quanto às dificuldades de readaptação de 
um jogador à realidade, depois de viver certo tempo em constante evidência, em situa-
ção de incessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real.
e. insiste na certeza de que o futebol tem implicações e significações psicológicas cole-
tivas, observação que dilui a aceitação habitual da genialidade de grandes nomes do 
futebol, que acabam perdendo sua condição de ídolos, ainda que sejam imprescindíveis 
para as vitórias do time.
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Retrospectiva 2015
49. O desenvolvimento do texto salienta
a. o esquecimento público em relação a alguns jogadores que, mesmo tendo obtido reno-
me, encontram dificuldades em outra atividade após abandonarem os campos.
b. os elementos de permanente fantasia que mantêm certos jogadores em evidência, mes-
mo após haverem perdido o brilhantismo que acompanhou sua atuação.
c. a importância do torcedor nos estádios de futebol, na medida em que ele constitui um 
dos elementos da massa que valoriza cada um dos jogadores.
d. a predominância da individualidade de jogadores, cuja atuação talentosa acaba sendo 
fator determinante para a vitória, essencial para toda a coletividade.
e. a presença de elementos que se desencadeiam mutuamente, quer na esfera individual, 
quer na coletiva, assinalando a dinâmica que caracteriza o futebol.
(FCC/ AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - JURÍDICA/ TCM-GO/ 2015)
Prazer sem humilhação
O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe 
para humilhar ninguém”. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar cla-
reza ao discurso escrito, valendo como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura 
ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém”, 
entendendo-se com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibili-
dade e inteligência do mundo, e não para produzir obras que separem e hierarquizem as pes-
soas. Para ficarmos no terreno da música: penso que todos devem escolher ouvir o que gostam, 
não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que vale a pena discutir: esta-
mos mesmo em condições de escolher livremente as músicas de que gostamos? Para haver 
escolha real, é preciso haver opções reais.
Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de graves repetidos praticamente sem 
variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve aí uma escolha?
Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de 
ouvir muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros 
países, os compositores de outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis 
estilos musicais já inventados e frequentados? Ou se limita a comprar no mercado o que está 
vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso e enganoso do “vende 
porque é bom, é bom porque vende”? Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a 
todas as letras do alfabeto; digo que é importante buscar conhecer todas as letras para esco-
lher. Nada contra quem escolhe um “batidão” se já ouviu música clássica, desde que tenha tido 
realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe digam algo. Não 
acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom 
Jobim e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante 
e a que convida a uma audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo 
isso antes de escolher. A boa música, a boa arte, esteja onde estiver, também não existe para 
humilhar ninguém.
João Cláudio Figueira, inédito
22
Simulado
Retrospectiva 2015
50. Em qualquer época, ...... que se ...... ao grande público o melhor que os artistas ...... .
Haverá plena correlação entre tempos e modos verbais na frase acima preenchendo-se as 
lacunas, respectivamente, com
a. será preciso - oferecesse - produziriam
b. é preciso - ofereça - produzam
c. é preciso - oferecesse - produzissem
d. era preciso - oferecia - produzem
e. seria preciso - ofereça - têm produzido
51. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:
a. clássicos que lhe digam algo (4 º parágrafo) = eruditos que lhe transmitam alguma coisa.
b. ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e insone.
c. alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos excessos.
d. instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de aviltamento ou rejeição.
e. alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera pecaminosa.
52. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:
a. O círculo vicioso do mercado constitui um fenômeno do qual é difícil de se expurgar, 
mesmo por que seu critério é tão somente o lucro.
b. A dificuldade de acesso à diversidade cultural dá ao mercado a possibilidade de determi-
nar e mecanizar o gosto do grande público.
c. A afirmação sobre a crase do poeta Ferreira Gullar exprimea convicção que seu uso 
deve ser facultado sem que se venha a humilhar-se.
d. O autor do texto não crê que se devam dar às artes alguma hierarquia que implicará em 
que as pessoas se separem de modo inconsequente.
e. Pondo-se de lado a lado mestres da música clássica e popular, constata-se de que am-
bas têm o mesmo valor que lhes atribui nosso melhor gosto.
53. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas na frase:
a. Traumatizados pelos decibéis do som que os atormenta, ocorre a alguns motoristas rea-
gir com violência a esses abusos.
b. Ao autor do texto não incomodam as pessoas ouvirem qualquer coisa, mas sim o que a 
elas não é facultado conhecerem.
c. Não deve representar uma humilhação para nós as eventuais falhas de redação, que 
pode e precisa ser sanada.
d. Difunde-se, já há muito tempo, preconceitos contra a grande arte, sob a alegação de que 
ela é produzida para uma pequena elite.
e. Caso não hajam opções reais, o público acabará tendo acesso não a obras de arte, mas 
a mercadorias em oferta.
54. O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da 
música clássica em particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da 
crônica é a seguinte:
a. É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de to-
dos os níveis de cultura que se oferecem ao nosso desfrute.
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Simulado
Retrospectiva 2015
b. Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música 
clássica está em condições de sentir um verdadeiro prazer.
c. Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau 
gosto de quem desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.
d. A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das artes 
não deve constranger, mas estimular nosso prazer.
e. Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas culturais 
são feitas sem qualquer critério ou disciplina.
55. Considere as seguintes afirmações:
I – Têm significação equivalente, no 2º parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desen-
volver nossa sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas.
II – O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso 
de quem, diante de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível.
III – O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções 
possíveis, para que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
a. III.
b. I e III.
c. I.
d. II.
e. II e III.
56. Transpondo-se para a voz passiva a frase Eles alardeavam o insuportável som instala-
do nos carros, obtém-se a forma verbal
a. era alardeado.
b. têm alardeado.
c. eram alardeados.
d. fora alardeado.
e. tinha sido alardeado.
57. A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifestam
a. constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio gosto.
b. obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal diversidade.
c. representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial 
sensibilidade.
d. não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais revo-
lucionárias.
e. cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora seu 
gosto pessoal.
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Simulado
Retrospectiva 2015
Escola de bem-te-vis
Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados 
nos museus − o que é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de 
árvores, produz com mais abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, 
sim. Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora não tive (nem creio que venha a 
ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. Porque evi-
dentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: 
“Dizem que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...”
Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa lin-
guagem que ele entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que 
os pássaros estão conversando.
O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam como doutores. E há 
o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas infelizmente só diz o próprio nome, decerto 
sem saber que assim se chama. [...]
Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar- lhes muitas coisas: a discernir 
um homem de uma sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos − 
ah! principalmente os gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase 
sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! 
Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio 
hesitantes, sem fôlego para as três sílabas.
MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96
58. Os diferentes verbos empregados nas frases transcritas do texto, que apresentam o mes-
mo sentido, encontram-se no par:
a. ... tempo de saber seus nomes ... (1º parágrafo) ... entender sua linguagem. (1º parágrafo)
b. Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ci prestes ... (2º parágrafo) ... mas não 
consigo traduzir nada. (2º parágrafo)
c. ... que fala português de nascença ... (3º parágrafo) Dizem que o sultão Mamude ... (1º 
parágrafo)
d. ... que os pássaros estão conversando. (2º parágrafo) ... e falam como doutores. (3º 
parágrafo)
e. Mas ainda há pássaros, sim. (1º parágrafo) Existem tantos, ao redor da minha casa ... 
(1º parágrafo)
(FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA/ TRE-RR/ 2015)
59. − ah! principalmente os gatos ... (4º parágrafo)
Explica-se o sentido do segmento transcrito acima como uma
a. preocupação quanto à exatidão do que se afirma.
b. lembrança inusitada, embora necessária.
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Simulado
Retrospectiva 2015
c. observação de caráter imediatista.
d. dúvida súbita, relacionada ao senso comum.
e. reflexão com base em conhecimento geral.
60. Infere-se corretamente do texto
a. valorização das facilidades da vida urbana, mesmo que esta implique diminuição na va-
riedade de espécies de aves, com predomínio de somente algumas delas.
b. preocupação quanto ao fato de que seja possível encontrar pássaros em uma cidade e 
de que eles consigam sobreviver em razão das condições desfavoráveis da vida urbana.
c. curiosidade em relação aos hábitos de certas aves, principalmente no ambiente urbano, 
que lhes dificulta conhecimentos necessários à sua sobrevivência.
d. crítica à destruição do meio ambiente, mediante referência ao aumento de construções, 
simbolizadas nos blocos de cimento armado, em substituição aos elementos da natureza.
e. confiança na preservação de algumas espécies de aves, especialmente aquelas que já se 
encontram adaptadas às diferentes situações de perigo existentes em núcleos urbanos.
61. De acordo com o texto, a afirmativa correta é:
a. No 2º parágrafo, é possível perceber que a autora também consegue, com atenção e al-
gum esforço, comunicar-se com os pássaros que costuma observar, principalmente com 
os bem-te-vis, porque falam português de nascença.
b. A autora confessa, no 1º parágrafo, que não tem interesse nem tempo suficiente para ob-
servar os pássaros que eventualmente aparecem em sua casa, nem saber seus nomes, 
conhecer suas cores, entender sua linguagem.
c. A forma como a autora reproduz, no 1º parágrafo, o que constava do livro de inglês − Di-
zem que o sultão Mamude −, não deixa dúvida de que, segundo a narrativa, esse sultão 
realmente conseguia entender a linguagem dospássaros.
d. O último parágrafo aborda uma instrução toda prática e silenciosa, de modo semelhante 
ao que ocorre costumeiramente, ou seja, as gerações mais velhas são incumbidas de 
transmitir conhecimentos úteis aos mais novos.
e. No 3º parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, que falam como doutores, vem 
reforçar a noção de que essas duas espécies, como representantes da fauna brasileira, 
são superiores aos simples bem-te-vis, pássaros bastante comuns nas cidades.
62. (nem creio que venha a ter)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o sublinhado acima 
está em:
a. ... que assim se chama.
b. ... que ele entendia ...
c. ... que existam pássaros ...
d. ... o que lhes ensinam ...
e. ... que uns dizem com voz rouca ...
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Simulado
Retrospectiva 2015
Com base no Manual de Redação da Presidência da República, julgue o item seguinte, 
relativos à correspondência oficial hipotética apresentada.
63. Na situação considerada, quando for enviado, o e-mail com a frequência dos estagiários 
terá seu valor documental garantido por duas razões: por envolver dois setores de um 
mesmo órgão público e por conter informações de caráter meramente administrativo.
64. A situação comunicativa mediada pelo texto em questão envolve três interlocutores: o chefe 
do SePes (comunicador), o chefe do SEst (destinatário direto) e os estagiários
65. A substituição do fecho “Atenciosamente” por Respeitosamente, apesar de denotar im-
pessoalidade, característica dos textos oficiais, seria inadequada no expediente oficial em 
questão.
66. No tipo de texto oficial ilustrado, a assinatura e a indicação do cargo da autoridade que o 
expede constituem informações obrigatórias para a identificação do signatário, ao passo 
que o nome dessa autoridade constitui informação opcional.
67. As regras da norma padrão do português seriam respeitadas se, no parágrafo 4 do texto, 
a expressão “para evitar” fosse substituída por para que se evite.
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Retrospectiva 2015
68. A finalidade comunicativa do expediente em apreço é anunciar novas diretrizes a serem 
seguidas pelo SEst na comunicação da frequência dos estagiários ao SePes.
69. Se, na situação em apreço, o SePes não tivesse determinado o e-mail como via para a 
remessa da planilha de frequência de estagiários pelo SEst, este poderia fazer uso do 
memorando.
(CESGRANRIO/ PROFISSIONAL JÚNIOR - CIÊNCIAS CONTÁBEIS/ PETROBRAS/ 2015)
Meu ideal seria escrever...
1 Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente 
naquela casa cinzenta, quando lesse minha história no jornal, risse, risse tanto que che-
gasse a chorar e dissesse – “Ai, meu Deus, que história mais engraçada!”. E então contasse 
para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a
5 quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, 
que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua 
vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio 
riso, e depois repetisse para si própria – “Mas essa história é mesmo muito engraçada!”.
 � Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido
10 com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse 
atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irri-
tação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhe-
cimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar 
um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do
15 alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.
 � Que, nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história che-
gasse – e tão fascinantemente de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos 
limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de 
ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres
20 colhidas na calçada e lhes dissesse – “Por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto 
de prender ninguém!”. E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus 
dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.
 � E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e 
fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em
25 Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu 
encanto surpreendente; e que, no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, 
muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão 
boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não 
pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a
30 contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, 
deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina”.
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Simulado
Retrospectiva 2015
 � E, quando todos me perguntassem – “Mas de onde é que você tirou essa história?” –, 
eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido 
que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim:
35 “Ontem ouvi um sujeito contar uma história...”. E eu esconderia completamente a humilde 
verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tris-
teza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozi-
nha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.
BRAGA, R. A traição das elegantes. Rio de Janeiro: Editora Sabiá, 1967. p. 91.
70. Considerando-se a força simbólica do termo destacado em “quando pensei na tristeza 
daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha 
naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.” (ℓ. 36-38), seria possível, respeitando sua 
função semântica no contexto, substituí-lo por
a. triste
b. turva
c. ultrapassada
d. confusa
e. velha
(CESGRANRIO/ PROFISSIONAL JÚNIOR - CIÊNCIAS CONTÁBEIS/ PETROBRAS/ 2015)
71. Definido como uma crônica reflexiva, o texto apresenta diversas sequências tipológicas, 
dentre elas a descrição e a narração.
Apresentam-se como traços linguísticos dessas tipologias, respectivamente:
a. conjunções adverbiais e discurso direto
b. adjetivos e verbos de ação
c. verbos no passado e substantivos concretos
d. marcadores temporais e adjetivos
e. advérbios de lugar e predicativo do sujeito
72. No trecho “E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a mi-
nha história em um só segundo” (ℓ. 35-36), os dois-pontos cumprem o papel de introduzir 
uma
a. exclusão
b. restrição
c. explicação
d. concessão
e. enumeração
73. A oração destacada em “e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem 
rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de 
namoro” (ℓ. 13-15) poderia ser reescrita, sem prejuízo à norma-padrão e à semântica do 
período, como
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a. quando ouvisse aquele riso do outro.
b. de modo a ouvir aquele riso do outro.
c. porém ouça aquele riso do outro.
d. conquanto ouvisse aquele riso do outro.
e. para que ouvisse aquele riso do outro.
74. Conforme a leitura integral da crônica de Rubem Braga, seu ideal seria escrever uma his-
tória que
a. oferecesse alento àqueles que vivenciam experiências desagradáveis.
b. evidenciasse em sua estrutura o próprio processo de produção que a originou.
c. inflamasse no leitor o desejo de romper com discursos prontos sobre a vida.
d. conduzisse oleitor a uma reflexão crítica sobre a situação política do país.
e. desvelasse a incapacidade humana de lidar com questões mais subjetivas.
75. No período “Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, 
quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente.” (ℓ. 5-7), a interjeição em 
destaque apresenta o efeito expressivo de
a. retificação
b. adversidade
c. descontinuidade
d. realce
e. espanto
76. Ao estabelecer uma comparação entre sua possível história e um raio de sol (ℓ. 6), o autor 
busca caracterizar sua escrita como
a. engajada
b. insólita
c. desnecessária
d. vívida
e. inconstante
77. O tom hipotético presente no texto se intensifica por meio do uso de
a. linguagem coloquial
b. 1ª pessoa do singular
c. partículas expletivas iniciando o segundo e o terceiro parágrafos
d. ponto e vírgula no quarto parágrafo
e. verbos no futuro do pretérito e no imperfeito do subjuntivo
78. O que o autor enuncia no primeiro período do primeiro parágrafo acerca da história que 
idealiza escrever se articula numa relação semântica de
a. dedução e indução
b. adição e alternância
c. suposição e explicação
d. exposição e proporcionalidade
e. causa e efeito
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79. Em “Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está do-
ente naquela casa cinzenta” (ℓ. 1-2), os pronomes demonstrativos assinalados
a. apontam para a origem do processo narrativo.
b. aproximam o leitor dos elementos da narrativa.
c. implicam ressignificação dos termos “moça” e “casa”.
d. transpõem a narração a um passado recente.
e. marcam uma crítica implícita do autor.
(CESPE/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ TRE-GO/ 2015)
Texto I
1 Os primeiros anos que se seguiram à Proclamação da República foram de grandes incer-
tezas quanto aos trilhos que a nova forma de governo deveria seguir. Em uma rápida olhada, 
identificam-se dois grupos que defendiam diferentes formas de se exercer o poder da Repú-
blica: os civis e os militares. Os civis, representados pelas elites das principais províncias –
5 São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul –, queriam uma república fede-
rativa que desse muita autonomia às unidades regionais. Os militares, por outro lado, defen-
diam um Poder Executivo forte e se opunham à autonomia buscada pelos civis. Isso sem men-
cionar as acirradas disputas internas de cada grupo. Esse era um quadro que demonstrava a 
grande instabilidade sentida pelos cidadãos que viveram naqueles anos. Mas havia cidadãos?
10 Formalmente, a Constituição de 1891 definia como cidadãos os brasileiros natos e, em 
regra, os naturalizados. Podiam votar os cidadãos com mais de vinte e um anos de idade 
que tivessem se alistado conforme determinação legal.
 � Mas o que, exatamente, significava isso? Em 1894, na primeira eleição para presidente da 
República, votaram 2,2% da população. Tudo indica que, apesar de a República ter abolido
15 o critério censitário e adotado o voto direto, a participação popular continuou sendo muito 
baixa em virtude, principalmente, da proibição do voto dos analfabetos e das mulheres.
 � No que se refere à legislação eleitoral, alguns instrumentos legais vieram a públi-
co, mas nenhum deles alterou profundamente o processo eleitoral da época. As prin-
cipais alterações promovidas na legislação contemplaram o fim do voto censitário e
20 a manutenção do voto direto. Essas modificações, embora importantes, tiveram pouca 
repercussão prática, já que o voto ainda era restrito – analfabetos e mulheres não 
votavam – e o processo eleitoral continuava permeado por toda sorte de fraudes.
Ane Ferrari Ramos Cajado, Thiago Dornelles e Amanda Camylla Pereira.
Eleições no Brasil: uma história de 500 anos. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral, 2014, p. 27-8. Internet: <www.tse.jus.br> (com adaptações).
De acordo com as ideias veiculadas no texto I,
80. nos primeiros anos após a Proclamação da República, os civis e os militares discordavam 
quanto à autonomia que deveria ser dada pelo governo às unidades regionais.
81. a instabilidade observada nos anos que se seguiram à Proclamação da República de-
veu-se ao súbito ganho de poder dos civis, o que, de acordo com o texto, gerou acirradas 
disputas com os militares, tradicionais detentores do poder.
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Simulado
Retrospectiva 2015
82. o fim do voto censitário e a manutenção do voto direto foram importantes porque denota-
ram a preocupação do governo com o povo e constituíram o início do processo democrá-
tico no Brasil.
83. os instrumentos legais acerca da legislação eleitoral que surgiram logo após a promulga-
ção da Constituição de 1891 tinham os objetivos de ampliar a parcela votante da popula-
ção e diminuir as fraudes ocorridas durante o processo eleitoral, mas fracassaram nesses 
aspectos.
Julgue o item que se segue, acerca das estruturas linguísticas do texto I.
84. Caso as vírgulas que isolam o trecho “representados (...) do Sul –” (ℓ. de 4 a 5) fossem 
suprimidas, a correção gramatical do texto seria mantida, mas o seu sentido original seria 
alterado.
85. O trecho “votaram 2,2% da população” (ℓ. 14) poderia, sem prejuízo gramatical ou de sen-
tido para o texto, ser reescrito da seguinte forma: 2,2% da população votou.
86. O trecho “que se seguiram à Proclamação” (ℓ.1) poderia ser reescrito, sem alteração da 
ideia original nem prejuízo gramatical, da seguinte forma: que seguiram a Proclamação.
87. A inserção de vírgula logo após “Mas” (ℓ.9) não prejudicaria a correção gramatical do texto, 
pois, nesse caso, a utilização da vírgula é de caráter facultativo.
(CESPE/ VÁRIOS CARGOS/ CGE-PI/ 2015)
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Simulado
Retrospectiva 2015
Considerando as disposições do Manual de Redação da Presidência da República, 
julgue o item que se segue, a respeito da adequação, do formato e da linguagem da co-
municação oficial hipotética Mem. 15/2014-CGE/PI.
88. Seriam mantidas a correção e a adequação da linguagem se fosse inserido o complemento 
a Vossa Senhoria imediatamente após a forma verbal “Informo”.
89. Para se adequar ao padrão exigido para memorando, a referência ao destinatário deveria 
ter sido feita pelo cargo ocupado por José Alves André.
90. Como o memorando é uma forma de comunicação interna, o emprego da sigla do órgão 
expedidor ao lado do tipo e número do expediente é facultativo.
91. No parágrafo introdutório, exige-se, além da apresentação do assunto que motivou a co-
municação oficial, a inserção de formas indiretas como recurso de polidez – “Cumpre-me 
informar que”, por exemplo –, expressão essa que poderia substituir o trecho “Informo que”.
(FCC/ ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA/ TRE-RR/ 2015)
92. O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres.
Hoje elas estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica.
Hoje as mulheres podem investir numa carreira.
A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook.
O Facebook contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
As frases isoladas acima compõem um único parágrafo, devidamente pontuado, com cla-
reza e lógica, em:
a. A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook. Que 
contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social. E ainda, com o cres-
cimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres. Hoje elas estão menos 
obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica; que podem investir numa 
carreira.
b. A visibilidade das mulheres, depois do crescimento da vida urbana, hoje estão menos 
obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica e poder investir numa carrei-
ra. Em razão da revolução das comunicações, que começou com o telefone e prossegue 
no Facebook, o qual contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
c. Hoje as mulheres

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