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3 - LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL

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Direito Civil – Lei de Introdução ao Código Civil
3 - LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL
Introdução
Conceito: é uma lei de sobre direito, aplicável a todos os ramos do direito.
Finalidade: cuidar da elaboração e da aplicação das demais normas
Estrutura da lei: 
Artigos 1º e 2º: tratam da vigência da norma legal. 
Artigo 3º: trata da obrigatoriedade. 
Artigo 4º: cuida da integração da norma.
Artigo 5º: cuida da interpretação da norma. 
Artigo 6º: trata do conflito normativo no tempo
Demais artigos: tratam do conflito normativo no espaço. 
Vigência da norma 
Vigência x existência: A norma legal existe formalmente com a promulgação. Todavia, isso não significa que ela tenha, ainda, vigência. A vigência é o momento em que a norma ganha coercibilidade. O lapso temporal entre a data promulgação e publicação da norma e sua vigência chama-se vacatio legis. 
Vacatio legis: a vigência da norma está submetida a dois diplomas legais, quais sejam, o art. 1º da LICC e art. 8º da LC 95/98. No silêncio da lei o período de vacatio legis será
No território nacional: 45 dias
No território estrangeiro: 3 meses.
De acordo com o art. 8º da lei complementar 95/98, toda lei deve ter prazo de vacatio legis, suficiente para que todos dela tenham conhecimento. Ademais, todo período de vacatio deve ser fixado em dias. 
Contagem do prazo: segue a regra do art. 8º da lei complementar e não a fórmula do art. 132 do CC. Todavia, ambas chegam a mesma conclusão. Assim, a lei complementar determina que deve-se incluir o primeiro dia e incluir o último dia e entrará em vigor no dia subseqüente ao último. Além disso, essa regra só se aplica à vacatio legis expressa em número de dias. Entretanto, quando o legislador, desrespeitando essa determinação, fixar o prazo em meses ou ano, a regra a ser aplicada para a contagem do prazo será a do art. 132 do CC. 
A dispensa da vacatio legis só pode ser utilizado nas leis de pequena repercussão. A regra do art. 1º da LICC não foi revogada pela lei complementar, mas assumiu um caráter residual. 
Critério da vigência simultânea: a lei entra em vigor em todo território nacional simultaneamente.
Obs.: nenhuma dessas regras se aplica aos atos normativos administrativos, ex.: portaria, decreto, resolução. (art. 5º do Dec. 572/1890)
Correção de erro ou inexatidões durante a vacatio legis
No que tange à correção de erros ou inexatidões, basta a republicação da lei para a correção, impondo-se o recomeço de prazo da vacatio legis apenas da parte republicada. Se a lei já estiver em vigência, haverá necessidade de nova lei. No que tange à modificação ou revogação de lei na vacatio legis, diferente da correção de erros e inexatidões, haverá necessidade de edição de uma nova lei, porque, apesar de a norma ainda não ter vigência, ela já têm existência. 
Princípio da continuidade: Segundo esse princípio, uma lei em vigor continuará em vigor até que outra expressamente a revogue que com ela seja incompatível. Com isso, no Brasil não é aceito o desuetudo, que consiste na revogação de uma lei em vigor pelo costume ou desuso. 
Revogação: a revogação é gênero, do qual ab-rogação (total) e derrogação (parcial) são espécies. Independentemente da espécie, a revogação pode ser expressa ou tácita. Nesse caso, ocorre quando a lei nova trabalha com a mesma matéria da lei anterior. O art. 9º da LC proíbe a cláusula genérica de “revogam-se todas as disposições em contrário”. Atualmente, a revogação deverá, preferencialmente, ser expressa. Mas isso não impede que ocorra a revogação tácita. A lei nova que estabeleça disposições gerais ou especiais, a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. Isso porque as novas disposições são “a par”, ao lado das já existentes e não contrárias.
Repristinação: significa que a revogação da lei revogadora não restabelece os efeitos da lei revogada. A lei que revoga a lei revogadora não repristina lei antiga inicialmente revogada. Todavia, a repristinação não é admitida, mas admite-se efeitos repristinatórios, ou seja, se a lei revogadora expressamente prever a aplicação da lei inicialmente revogada. Isso consta no início no § 3º, do art. 2º da LICC. Em verdade, isso não é repristinação, mas sim a vigência da última lei revogadora. Lembre-se que em controle de constitucionalidade é possível que a existência de efeitos repristinatórios quando a lei revogadora for considerada inconstitucional. Nesse caso, o STF pode controlar tais efeitos repristinatórios, aplicando-os ou não, até mesmo por medida cautelar. A isso se dá o nome de modulação dos efeitos da decisão de inconstitucionalidade. 
Obrigatoriedade da lei: ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece (art. 3º, da LICC). Isso é a proibição da alegação do erro de direito, uma vez que essa regra traz uma presunção de conhecimento da lei. Tal presunção é relativa. Está consagrado, portanto, o princípio da proibição do erro de direito. Todavia, esse princípio não é absoluto, admitindo, por vezes, a alegação de erro de direito. A grande maioria dos casos de alegações de erro de direito é no direito penal. Ex. erro de proibição. Entretanto, também no direito civil existem hipóteses de permissão erro de direito. Ex.: art. 139, inciso III, erro de direito como vício de vontade no negócio jurídico (“No erro o agente se engana sozinho”); casamento putativo quando celebrado de boa-fé, que é fundada tanto em erro de fato quanto em erro de direito. 
Integração da lei 
Proibição do non liquet: o juiz não pode se escusar de julgar, sob a alegação de desconhecimento ou lacuna da lei. O art. 337 do CPC presume que o juiz conhece a lei, pois narra mihi factum dabo tibi jus ou jura novit curia. 
Com base nessa proibição – de desconhecimento da lei -, o juiz não pode determinar que a parte prove a existência do direito e sua vigência, exceto nos seguintes casos:
Lei municipal diversa da sua jurisdição
Lei de estado diverso da sua jurisdição
Direito consuetudinário
Direito estrangeiro
Obs.: na forma do protocolo de Las Leñas, firmado entre os países do Mercosul, haverá presunção de conhecimento das leis. Disso decorre que os documentos em língua estrangeira derivados dos países do Mercosul não precisarão de tradução.
O juiz não poderá se eximir de julgar também sob a alegação de lacuna da lei, já que o art. 4º da LICC determina que o juiz deve-se valer da analogia, costumes e princípios gerais do direito para colmatar a lei. Essas regras são taxativas e preferenciais, ou seja, nessa estrita ordem. 
Analogia: é a colmatação da lei pelo critério da comparação da situação que não foi prevista com outra similar e que foi prevista legalmente. Existem duas formas de analogia:
Analogia legis: é a comparação de uma situação não prevista em norma com uma que está prevista em uma lei específica. Ex. art. 399 aplicável aos companheiros para a validade da compra e venda de bens excluídos da comunhão. 
Analogia júris: é a comparação de uma situação não prevista no sistema jurídico como um todo. Ex.: comparação do casamento aos casos de união homoafetiva.
Obs.: no direito penal e no direito tributário somente se permite analogia in bonam partem.
Qual é a diferença entre analogia e interpretação extensiva? A analogia é forma de integração do direito. Portanto, só se aplica quando inexistir lei. A interpretação extensiva é o elastecimento da norma já existente para albergar um dado caso. Exemplo dessa última: na lesão do CC, se a parte beneficiária se comprometer a reduzir o valor do excesso, o negócio poderá ser mantido. Na lei de usura também tem previsão da lesão, mas não a tem em relação à possibilidade de convalescimento pela redução das disparidades das prestações. 
Costumes: podem ser os usos arraigados, repetidos de uma comunidade. São divididos em três categorias.
Contra legem: é aquele que contraria a lei. Sob o prisma do direito civil, configura abuso do direito. 
Secundum legem: é a utilização do costume quando a lei expressamentedeterminar a sua utilização. Ex.: contrato estimatório/consignatório. É a simples aplicação da lei.
Praeter legis: são os costumes não previstos em lei. Estes sim são métodos integrativos. 
Obs.: se a parte invocar a aplicação do costume pelo juiz, deverá fazer a prova de sua existência.
Princípios gerais do direito: reclamam uma interpretação anterior do significado dos princípios. Hoje são reconhecidos como normas de otimização. Assim todo princípio tem força normativa. Outrora os princípios eram meras recomendações. Atualmente, dentro do sistema jurídico existem categorias de princípios:
Princípios fundamentais: aqueles que possuem força normativa, obrigam seus destinatários. Sempre decorrerão da norma jurídica. Assim, podem vacilar de um ordenamento para outro.
Princípios informativos: não possuem força normativa, são meras regras de desempate. Decorrem de regras judiciais, de atos judiciais. Estes são os princípios gerais de direito. São os princípios de que o juiz se utiliza quando não consegue decidir pela ausência de lei e a analogia e os costumes não foram suficientes. Assim, tais princípios existem em qualquer ordenamento jurídico, pois são postulados de justiças, de equidade, tais como: 
Não lesar a ninguém
Dar a cada um, o que é seu
Viver honestamente
Como conciliar o entendimento de que as normas jurídicas, que são compostas de normas-regras e normas-princípios, com a regra do art. 4º da LICC, que fala que o que é integrada é a lei? Com base na analogia, costumes e princípios informativos gerais do direito.
Equidade: é o senso de justiça, de equilíbrio, de ponderação. Com isso, a equidade confere um subjetivismo exacerbado para quem a utiliza. Dessa forma, a equidade no direito brasileiro só é admitida quando expressamente permitida pela lei. É a equidade legal, ex.: art. 413 e art. 944 do CC. Equidade judicial art. 127 c/c art. 20 do CPC; art. 8º da CLT e art. 1.109 do CPC. 
Interpretação da lei: é buscar o sentido e o alcance da lei. Toda interpretação deve ser sociológica, ou seja, o juiz deve estar atendo aos fins sociais a que se destina. Desta feita, os fins sociais vinculam a interpretação da norma. Ex.: admite-se prova exclusivamente testemunhal para comprovação de tempo de trabalho rural, malgrado proibição expressa em lei. Na interpretação da norma, o interprete poderá chegar a uma interpretação ampliativa, declarativa ou restritiva. 
Ampliativa: para os direitos e garantias fundamentais;
Declarativa: paras as normas de direito administrativo;
Restritiva: normas que estabeleçam privilégios, sanção, renúncia, sanção e aval. Súmula 214 do STJ. 
Aplicação da lei no tempo
Atividade: a aplicação da lei no tempo vai se submeter ao princípio da irretroatividade. Toda lei nova se aplica aos fatos pendentes e futuros, mas não se aplica aos fatos pretéritos. Os fatos pretéritos são assegurados pela irretroatividade. A exceção está na possibilidade de aplicação da lei nova desde que: 
Exista expressa disposição nesse sentido.
Não viole do direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada.
Ato jurídico perfeito: é aquele que já exauriu todos os seus efeitos. Daniel Sarmento propõe a relativização do ato jurídico perfeito em face de direitos e garantias individuais. Nas relações jurídicas continuativas, por não ter extinguido todos os seus efeitos, sofrem os reflexos da lei nova. Logo, toda relação jurídica continuativa não é ato jurídico perfeito. Contudo, ressalte-se que a existência e a validade do ato estão submetidas à lei do tempo da celebração, mas a eficácia será regida pela lei nova. Ex.: alteração do regime de bens de casamento celebrado antes da entrada em vigor do CC/02.
Coisa julgada: a despeito da garantia, o STJ está relativizando a coisa julgada nas ações filiatórias, na coisa julgada inconstitucional. 
Direito adquirido: é aquilo que se incorporou definitivamente ao patrimônio do indivíduo. Dessa forma, tem caráter eminentemente patrimonial. Advirta-se que ninguém pode alegar que possui direito adquirido frente a norma constitucional originária. Todavia, o STF admite de norma constitucional derivada, de forma a não legitimar afronta ao direito adquirido por emenda constitucional.
Ultratividade: é a aplicação de norma já revogada aos fatos consumados durante sua vigência. Ex.: saisine na sucessão. Súmula 112 do STF. 
Aplicação da lei no espaço
O princípio da territorialidade moderada ou mitigada está consagrado no art. 7º da LICC. No território brasileiro, aplica-se a lei brasileira. Tal princípio decorre naturalmente do princípio da soberania da República Federativa do Brasil. 
Excepcionalmente se admite a aplicação da lei estrangeira no território nacional, desde que expressamente prevista a hipótese em lei.
Regras de conexão são normas que permitem que o ordenamento nacional se conecte com o ordenamento estrangeiro e traga a lei estrangeira e aqui a aplique. A essas regras se denomina estatuto pessoal. 
Estatuto pessoal significa a aplicação da lei do domicílio do interessado. Quais são as hipóteses de aplicação da lei estrangeira (estatuto pessoal):
Nome
Personalidade
Capacidade
Direito de família
Capacidade para suceder 
Bens móveis que a pessoa traz consigo 
Penhor
Todavia, para se aplicar as regras do estatuto pessoal, há que se aplicar, ainda, as regras de filtragem da norma estrangeiro para se aferir a compatibilidade da norma com o ordenamento Constitucional brasileiro. Isso para não ferir a soberania nacional. 
Hipóteses autônomas de aplicação da lei estrangeira. A LICC traz uma regra própria de aplicação da lei estrangeira, sem precisar se valer do estatuto do estrangeiro, que são:
Lei sucessória mais favorável ao cônjuge ou descendente brasileiro; O inventário corre no Brasil.
Bens imóveis. Aplica-se sempre a lei do lugar onde estiver situado. 
Lei do domicílio do contratante, nos conflitos relativos aos direitos obrigacionais nos contratos internacionais. Permite-se, da mesma forma, o cumprimento de decisão judicial estrangeira, laudo arbitral estrangeira e carta rogatória, após o exequatur do STJ, que, por sua vez, necessita de três requisitos:
Prova do trânsito em julgado da decisão (STF, 420);
Filtragem constitucional;
Requisitos formais dos arts. 483 e 484 do CPC.
Obs.: o exequatur pode ser dado monocraticamente pelo Presidente do STJ. Quem executará tais sentenças será o juiz federal de 1ª instância. Tem-se entendido que o exequatur é necessário mesmo nas decisões meramente declaratórias. Com isso, o parágrafo único do art. 15 da LICC está revogado tacitamente pelos arts. 483 e 484 do CPC. 
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