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controle concentrado de constitucionalidade

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DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
1	
  
AÇÕES	
   DE	
   CONTROLE	
   CONCENTRADO-­‐ABSTRATO	
   e	
   AÇÕES	
   DE	
   COMBATE	
   ÀS	
  
OMISSÕES	
  CONSTITUCIONAIS	
  
Sumário:	
  
1.	
  Controle	
  concentrado-­‐abstrato	
  
1.1.	
  Diferenças	
  entre	
  o	
  controle	
  abstrato	
  e	
  difuso:	
  o	
  pedido	
  e	
  a	
  causa	
  de	
  pedir	
  
2.	
  Aspectos	
  gerais	
  a	
  todas	
  as	
  ações	
  de	
  controle	
  concentrado-­‐abstrato	
  
3.	
  ADI	
  e	
  ADC	
  	
  
3.1.	
  Objeto	
  	
  
3.2.	
  Parâmetro	
  	
  
3.3.	
  Procedimento	
  	
  
3.3.1.	
  Procurador	
  Geral	
  da	
  República	
  
3.3.2.	
  Advogado	
  geral	
  da	
  União	
  
3.3.3.	
  Amicus	
  curiae	
  
3.3.4.	
  Peculiaridades	
  do	
  procedimento	
  da	
  ADI	
  
3.3.5.	
  Peculiaridades	
  do	
  procedimento	
  da	
  ADC	
  
3.3.6.	
  Efeitos	
  da	
  decisão	
  
4.	
  ADPF	
  
5.	
  Instrumentos	
  de	
  controle	
  das	
  omissões	
  constitucionais	
  
5.1.	
  Ação	
  direta	
  de	
  inconstitucionalidade	
  por	
  omissão	
  
5.2.	
  Mandado	
  de	
  injunção	
  
6.	
  ADI	
  interventiva	
  
	
  
1.	
  Controle	
  concentrado-­‐abstrato	
  
	
   Esse	
   controle	
   é	
   composto,	
   basicamente,	
   de	
   três	
   ações:	
   ADC,	
   ADI	
   e	
   ADPF.	
   A	
   primeira	
  
informação	
   importante	
   aqui	
   é	
   a	
   seguinte:	
  o	
   processo,	
   no	
   controle	
   concentrado-­‐abstrato,	
   é	
   de	
  
índole	
   objetiva.	
   Tem-­‐se,	
   aqui,	
   um	
   processo	
   constitucional	
   objetivo,	
   não	
   havendo	
   partes,	
   mas	
  
interessados.	
   Por	
   conta	
   disso,	
   alguns	
   princípios	
   não	
   se	
   aplicam:	
   contraditório,	
   ampla	
   defesa	
   e	
  
duplo	
  grau	
  de	
  jurisdição.	
  
	
   As	
   Leis	
   9.868/99	
   (ADI/ADC)	
   e	
   9.882/99	
   (ADPF)	
   disciplinam	
   o	
   controle	
   concentrado-­‐
abstrato.	
  	
  
QUESTÃO:	
  Cabe	
  modulação	
  de	
  efeitos	
  quando	
  a	
  decisão	
  declarar	
  a	
  constitucionalidade	
  da	
  lei?	
  
	
   SIM.	
  A	
  lei	
  só	
  fala	
  de	
  modulação	
  no	
  que	
  concerne	
  à	
  declaração	
  de	
  inconstitucionalidade.	
  Contudo,	
  a	
  
doutrina	
   não	
   enxerga	
   impedimento	
   de	
   modulação,	
   como	
   no	
   caso	
   em	
   que	
   o	
   STF	
   dá	
   uma	
   liminar	
  
suspendendo	
  a	
  aplicação	
  de	
  uma	
  lei	
  que	
  institui	
  imposto.	
  Se	
  demorar	
  muito	
  para	
  julgar,	
  irá	
  gerar	
  grandes	
  
prejuízos	
  aos	
  contribuintes	
  que	
  deixaram	
  de	
  pagar	
  o	
  imposto	
  em	
  razão	
  da	
  decisão	
  liminar.	
  Assim,	
  poderá	
  
modular	
  os	
  efeitos	
  para	
  que	
  o	
  imposto	
  seja	
  cabível	
  ex	
  nunc.	
   	
  
	
  
1.1.	
  Diferenças	
  entre	
  o	
  controle	
  abstrato	
  e	
  difuso:	
  o	
  pedido	
  e	
  a	
  causa	
  de	
  pedir	
  	
  
	
   Pedido:	
   No	
   controle	
   difuso,	
   a	
   inconstitucionalidade	
   pode	
   ser	
   reconhecida	
   de	
   ofício.	
   No	
  
controle	
  abstrato	
  tem	
  que	
  haver	
  provocação	
  (em	
  razão	
  do	
  princípio	
  da	
  inércia	
  da	
  jurisdição,	
  pois	
  o	
  
objeto	
  principal	
  da	
  ação	
  é	
  a	
  declaração	
  da	
   inconstitucionalidade),	
  e	
  observância	
  do	
  principio	
  da	
  
adstrição	
  ao	
  pedido.	
  
EXEMPLO:	
   Se	
   o	
   PGR	
   está	
   discutido	
   apenas	
   o	
   art.	
   2º	
   da	
   lei	
   na	
   ADI,	
   o	
   STF	
   não	
   pode	
   analisar	
   a	
  
constitucionalidade	
  do	
  art.	
  1º	
  da	
  mesma	
  lei.	
  
	
   ATENÇÃO:	
  Quando,	
  porém,	
  houver	
   relação	
  de	
   interdependência	
  entre	
  os	
  artigos	
  de	
  uma	
  
lei,	
   o	
   STF	
   pode	
   declarar	
   a	
   inconstitucionalidade	
   do	
   artigo	
   impugnado	
   e,	
   por	
   arrastamento,	
   a	
  
inconstitucionalidade	
   dos	
   artigos	
   que	
   dele	
   dependem,	
   não	
   impugnados	
   na	
   ação	
   de	
   controle	
  
abstrato.	
  Tirando	
  essa	
  hipótese,	
  o	
  tribunal	
  fica	
  vinculado	
  ao	
  pedido.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
2	
  
	
   Causa	
  de	
  pedir:	
  O	
  princípio	
  da	
  adstrição	
  é	
  aplicável	
  somente	
  ao	
  pedido.	
  A	
  causa	
  de	
  pedir	
  é	
  
aberta,	
   nas	
   ações	
   de	
   controle	
   abstrato,	
   pois,	
   uma	
   vez	
   impugnada	
   uma	
   norma,	
   sua	
  
constitucionalidade	
   pode	
   ser	
   analisada	
   com	
   base	
   em	
   qualquer	
   parâmetro	
   constitucional,	
   não	
  
ficando	
  o	
  STF	
  adstrito	
  ao	
  parâmetro	
  invocado.	
  
	
  
2.	
  Aspectos	
  gerais	
  a	
  todas	
  as	
  ações	
  de	
  controle	
  concentrado-­‐abstrato	
  (ADI,	
  ADC	
  e	
  ADPF)	
  
I.	
  Competência	
  
	
   Por	
  se	
  tratar	
  de	
  controle	
  concentrado,	
  a	
  competência	
  para	
  o	
  julgamento	
  dessas	
  ações	
  é	
  do	
  
STF,	
   no	
   âmbito	
   federal,	
   e	
   do	
   TJ,	
   no	
   âmbito	
   estadual	
   (mas	
   vamos	
   estudar	
   o	
   controle	
   de	
  
constitucionalidade	
  nos	
  estados	
  depois).	
  	
  
	
  
II.	
  Índole	
  objetiva	
  
	
   Não	
   existem	
   partes	
   propriamente	
   dita,	
   porque	
   esses	
   processos	
   têm	
   índole	
   objetiva.	
   A	
  
finalidade	
   principal	
   não	
   é	
   proteger	
   o	
   interesse	
   de	
   ninguém,	
   mas	
   assegurar	
   a	
   supremacia	
  
constitucional.	
  
	
  
III.	
  Princípios	
  processuais	
  não	
  aplicáveis	
  
	
   Não	
  se	
  aplicam	
  alguns	
  princípios	
  processuais	
  como	
  o	
  contraditório,	
  a	
  ampla	
  defesa,	
  o	
  duplo	
  
grau	
  de	
  jurisdição	
  etc.	
  porque	
  são	
  princípios	
  que	
  garantem	
  o	
  processo	
  subjetivo.	
  
OBS:	
  Para	
  o	
  STF,	
  o	
  duplo	
  grau	
  não	
  está	
  consagrado	
  na	
  Constituição	
  (tanto	
  que	
  a	
  CF	
  
prevê	
  os	
  casos	
  específicos	
  de	
  competência	
  em	
  duplo	
  grau	
  dos	
  tribunais),	
  embora	
  seja	
  
um	
  importante	
  princípio	
  processual.	
  
	
   Isso	
  foi	
  decidido	
  na	
  primeira	
  ADC	
  (que	
  discutiu	
   justamente	
  a	
  constitucionalidade	
  da	
  ADC,	
  
que	
  foi	
   introduzida	
  na	
  Constituição	
  pela	
  EC	
  3/93),	
  em	
  que	
  se	
  decidiu	
  que	
  por	
  gerar	
  um	
  processo	
  
objetivo,	
  que	
  não	
  se	
  propõe	
  a	
  proteger	
  direitos	
  subjetivos	
  e	
  não	
  possui	
  partes,	
  não	
  é	
  necessário	
  
que	
  as	
  ações	
  de	
  controle	
  concentrado	
  de	
  constitucionalidade	
  respeitem	
  os	
  princípios	
  processuais,	
  
que	
  servem	
  para	
  assegurar	
  os	
  direitos	
  das	
  partes.	
  
	
  
IV.	
  Nessas	
  ações	
  não	
  se	
  admite:	
  	
  
a) Desistência	
  –	
  Não	
  se	
  pode	
  desistir	
  porque	
  a	
  supremacia	
  da	
  Constituição	
  (que	
  se	
  busca	
  com	
  
o	
  processo	
  objetivo)	
  é	
  indisponível.	
  Embora	
  não	
  possa	
  desistir	
  da	
  ação,	
  o	
  PGR	
  pode	
  depois	
  
dar	
   parecer	
   contrário	
   à	
   açãoque	
   houver	
   ajuizado,	
   se	
   posteriormente	
   mudar	
   seu	
  
entendimento.	
  
b) Intervenção	
  de	
  terceiros	
  (amicus	
  curiae?)	
  	
  
c) Assistência	
  –	
  Atenção:	
  nem	
  todos	
  consideram	
  assistência	
  como	
   intervenção	
  de	
  terceiros.	
  
Apesar	
  de	
  a	
   lei	
   fazer	
  menção	
  a	
  “intervenção	
  de	
  terceiros”,	
  também	
  não	
  cabe	
  assistência,	
  
pois	
  o	
  regimento	
  do	
  STF	
  possui	
  dispositivo	
  que	
  a	
  veda	
  nessas	
  ações.	
  
d) Recurso	
  da	
  decisão	
  de	
  MÉRITO,	
  salvo	
  embargos	
  de	
  declaração	
  –	
  Isso	
  porque	
  não	
  haveria	
  
para	
  onde	
  recorrer.	
  Se	
  o	
  relator	
  não	
  admitir	
  a	
  inicial,	
  cabe	
  agravo.	
  
Lênio	
   Streck	
   diz	
   que	
   os	
   embargos	
   declaratórios	
   só	
   existem	
   no	
   Brasil.	
   Ele	
   entende	
   que	
   é	
  
inconstitucional	
  a	
  previsão	
  dos	
  embargos	
  declaratórios,	
  mas	
  só	
  ele	
  defende	
  isso.	
  
e) Ação	
  rescisória.	
  
	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
3	
  
V.	
  Natureza	
  híbrida	
  
	
   As	
  decisões	
  têm	
  natureza	
  judicial	
  e	
  legislativa	
  (já	
  que	
  o	
  STF	
  atua	
  como	
  legislador	
  negativo).	
  
	
  
VI.	
  Momento	
  a	
  partir	
  do	
  qual	
  a	
  decisão	
  se	
  torna	
  obrigatória	
  
	
   Nessas	
   ações,	
   a	
   decisão	
   (definitiva	
   ou	
   cautelar)	
   se	
   torna	
   obrigatória	
   a	
   partir	
   de	
   sua	
  
publicação	
   da	
   ata	
   da	
   sessão	
   de	
   julgamento	
  de	
   no	
  DOU/DJU,	
   não	
   sendo	
   necessário	
   aguardar	
   o	
  
trânsito	
  julgado.	
  	
  
	
   Isso	
  ocorre	
  porque	
  a	
  decisão	
  do	
  STF	
   tem	
  a	
  mesma	
  generalidade	
  e	
  abstração	
  de	
  uma	
   lei.	
  
Para	
  ser	
  obrigatória	
  precisa	
  ser	
  publicada,	
   igual	
  a	
  uma	
   lei	
   comum.	
  Não	
  pode	
  ser	
  do	
   trânsito	
  em	
  
julgado	
  porque	
  o	
  processo	
  objetivo	
  não	
  tem	
  partes.	
  
QUESTÃO	
  (CESPE):	
  A	
  decisão	
  da	
  ADI	
  se	
  torna	
  obrigatória	
  a	
  partir	
  da	
  publicação	
  do	
  inteiro	
  teor	
  
do	
  julgamento,	
  mesmo	
  que	
  não	
  tenha	
  ainda	
  transitado	
  em	
  julgado.	
  FALSO,	
  porque	
  é	
  a	
  partir	
  
da	
  ata	
  da	
  sessão	
  de	
  julgamento.	
  	
  
	
  
VII.	
  Legitimidade	
  
	
   A	
   legitimidade	
   de	
   todas	
   essas	
   ações	
   é	
   a	
  mesma,	
   prevista	
   no	
   art.	
   103	
   da	
   CF/88.	
   A	
   CF/88	
  
reduziu	
   bastante	
   o	
   âmbito	
   de	
   incidência	
   do	
   controle	
   incidental/difuso,	
   ao	
   ampliar,	
   de	
   forma	
  
marcante,	
  a	
  legitimação	
  para	
  a	
  propositura	
  da	
  ADI.	
  
Art.	
   103.	
   Podem	
   propor	
   a	
   ação	
   direta	
   de	
   inconstitucionalidade	
   e	
   a	
   ação	
   declaratória	
   de	
  
constitucionalidade:	
  (Redação	
  dada	
  pela	
  Emenda	
  Constitucional	
  nº	
  45,	
  de	
  2004)	
  
I	
  -­‐	
  o	
  Presidente	
  da	
  República;	
  
II	
  -­‐	
  a	
  Mesa	
  do	
  Senado	
  Federal;	
  
III	
  -­‐	
  a	
  Mesa	
  da	
  Câmara	
  dos	
  Deputados;	
  
IV	
  -­‐	
  a	
  Mesa	
  de	
  Assembléia	
  Legislativa	
  ou	
  da	
  Câmara	
  Legislativa	
  do	
  Distrito	
  Federal;	
  	
  
V	
  -­‐	
  o	
  Governador	
  de	
  Estado	
  ou	
  do	
  Distrito	
  Federal;	
  
VI	
  -­‐	
  o	
  Procurador-­‐Geral	
  da	
  República;	
  
VII	
  -­‐	
  o	
  Conselho	
  Federal	
  da	
  Ordem	
  dos	
  Advogados	
  do	
  Brasil;	
  
VIII	
  -­‐	
  partido	
  político	
  com	
  representação	
  no	
  Congresso	
  Nacional;	
  
IX	
  -­‐	
  confederação	
  sindical	
  ou	
  entidade	
  de	
  classe	
  de	
  âmbito	
  nacional	
  
	
   Antes	
  da	
  CF/88,	
  a	
  legitimidade	
  era	
  restrita	
  ao	
  PGR.	
  Depois	
  dessa,	
  essa	
  legitimidade	
  ativa	
  foi	
  
ampliada.	
   Segundo	
   a	
   jurisprudência	
   do	
   STF,	
   existem	
   legitimados	
   ativos	
   que	
   são	
   universais,	
  
enquanto	
  outros	
  são	
  apenas	
   legitimados	
  ativos	
  especiais1.	
  O	
  que	
  os	
  diferencia	
  é	
  a	
  existência	
  de	
  
pertinência	
  temática,	
  que	
  é	
  exigida	
  em	
  relação	
  aos	
  legitimados	
  especiais.	
  Há,	
  assim:	
  
a) Legitimados	
  ativos	
  universais	
  ! 	
  Não	
  precisam	
  demonstrar	
  pertinência	
  temática.	
  
b) Legitimados	
   ativos	
   especiais	
  ! 	
   Estes	
   precisam	
   demonstrar	
   pertinência	
   temática.	
   Para	
   Gilmar	
  
Mendes	
  essa	
  exigência	
  não	
  tem	
  respaldo	
  na	
  CF,	
  não	
  se	
  compatibilizando,	
  também,	
  com	
  o	
  controle	
  
abstrato	
  de	
  normas.	
  
	
  
Pertinência	
  temática	
  
	
   Entende-­‐se	
   por	
   pertinência	
   temática	
   a	
   relação	
   existente	
   entre	
   o	
   objeto	
   da	
   ação	
   e	
   a	
   finalidade	
  
institucional	
   do	
   autor	
   interessado.	
   Assim,	
   os	
   legitimados	
   especiais	
   devem	
   demonstrar	
   que	
   o	
   objeto	
   de	
  
controle	
  viola	
  interesse	
  da	
  sua	
  categoria,	
  das	
  pessoas	
  que	
  representa.	
  
	
  
	
  
	
  
 
1	
  Isso	
  não	
  está	
  na	
  lei,	
  mas	
  apenas	
  na	
  jurisprudência	
  do	
  STF.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
4	
  
Legitimados	
  Ativos	
  Universais	
   Legitimados	
  Ativos	
  Especiais	
  
Não	
   têm	
   necessidade	
   de	
   demonstrar	
   pertinência	
  
temática.	
  
Devem	
   demonstrar	
   a	
   pertinência	
   temática	
   como	
  
requisito	
  de	
  admissibilidade.	
  
São	
   legitimadas	
   as	
   autoridades	
   relacionadas	
   à	
  
União.	
  (União	
  –	
  Universais)	
  
São	
   legitimadas	
   as	
   autoridades	
   relacionados	
   aos	
  
Estados.	
  (Estaduais	
  –	
  Especiais)	
  
	
  
Assim,	
  podemos	
  concluir:	
  
" O	
  objeto	
  da	
  ADI	
  deve	
  guardar	
  relação	
  de	
  pertinência	
  com	
  a	
  atividade	
  de	
  representação	
  da	
  
confederação	
  sindical	
  ou	
  da	
  entidade	
  de	
  classe	
  de	
  âmbito	
  nacional,	
  p.	
  ex.	
  (ADI	
  202/BA);	
  
" O	
  Governador	
  de	
  Estado/Assembléia	
  legislativa	
  devem	
  demonstrar	
  relação	
  de	
  pertinência.	
  
Segundo	
  o	
  STF,	
  o	
  Governador	
  deve	
  assinar	
  a	
  petição	
  inicial	
  sozinho	
  ou	
  juntamente	
  com	
  o	
  
Procurador-­‐Geral	
  ou	
  outro	
  advogado.	
  São	
   ineptas	
  as	
  ações	
  diretas	
  propostas,	
  em	
  nome	
  
do	
   Governador,	
   firmadas	
   exclusivamente	
   pelo	
   Procurador-­‐Geral	
   do	
   Estado	
   (ADI	
  
1.814/DF).	
  
ATENÇÃO:	
  em	
  recente	
  julgado	
  (ADI	
  2906,	
  julgada	
  em	
  2011),	
  o	
  STF	
  parece	
  ter	
  entendido	
  
de	
  maneira	
  diversa!	
  Confira-­‐se:	
  
AÇÃO	
   DIRETA	
   DE	
   INCONSTITUCIONALIDADE	
   –	
   LEGITIMIDADE	
   E	
   CAPACIDADE	
  
POSTULATÓRIA.	
  Descabe	
  confundir	
  a	
  legitimidade	
  para	
  a	
  propositurada	
  ação	
  direta	
  de	
  
inconstitucionalidade	
  com	
  a	
  capacidade	
  postulatória.	
  Quanto	
  ao	
  Governador	
  do	
  Estado,	
  
cuja	
   assinatura	
   é	
   dispensável	
   na	
   inicial,	
   tem-­‐na	
   o	
   Procurador-­‐Geral	
   do	
   Estado.	
   AÇÃO	
  
DIRETA	
  DE	
   INCONSTITUCIONALIDADE	
   –	
  NATUREZA	
  DA	
  NORMA	
   E	
   ALCANCE.	
  O	
   fato	
   de	
   a	
  
norma	
   disciplinar	
   matéria	
   balizada	
   não	
   a	
   torna	
   de	
   efeito	
   concreto.	
   Este	
   pressupõe	
   a	
  
individualização.	
  AÇÃO	
  DIRETA	
  DE	
  INCONSTITUCIONALIDADE	
  –	
  ATUAÇÃO	
  DO	
  ADVOGADO-­‐
GERAL	
  DA	
  UNIÃO.	
  Consoante	
  dispõe	
  o	
  §	
  3º	
  do	
  artigo	
  103	
  da	
  Constituição	
  Federal,	
  cumpre	
  
ao	
  Advogado-­‐Geral	
  da	
  União	
  o	
  papel	
  de	
  curador	
  da	
  lei	
  atacada,	
  não	
  lhe	
  sendo	
  dado,	
  sob	
  
pena	
  de	
  inobservância	
  do	
  múnus	
  público,	
  adotar	
  posição	
  diametralmente	
  oposta,	
  como	
  se	
  
atuasse	
   como	
   fiscal	
   da	
   lei,	
   qualidade	
   reservada,	
   no	
   controle	
   concentrado	
   de	
  
constitucionalidade	
   perante	
   o	
   Supremo,	
   ao	
   Procurador-­‐Geral	
   da	
   República.	
   “GUERRA	
  
FISCAL”	
  –	
  PRONUNCIAMENTO	
  DO	
  SUPREMO	
  –	
  DRIBLE.	
  Surge	
  inconstitucional	
  lei	
  do	
  Estado	
  
que,	
   para	
   mitigar	
   pronunciamento	
   do	
   Supremo,	
   implica,	
   quanto	
   a	
   recolhimento	
   de	
  
tributo,	
   dispensa	
   de	
   acessórios	
   –	
   multa	
   e	
   juros	
   da	
   mora	
   –	
   e	
   parcelamento.	
  
Inconstitucionalidade	
  da	
  Lei	
  nº	
  3.394,	
  de	
  4	
  de	
  maio	
  de	
  2000,	
  regulamentada	
  pelo	
  Decreto	
  
nº	
  26.273,	
  da	
  mesma	
  data,	
  do	
  Estado	
  do	
  Rio	
  de	
  Janeiro.	
  
	
  
	
  
	
   Executivo	
   Legislativo	
   Judiciário	
   MP	
   Outros	
  
Legitimados	
  
Universais	
   Presidente	
  
Mesa	
  da	
  Câmara	
  	
  
Mesa	
  do	
  Senado	
  	
  
	
  
PGR	
  
Partido	
  Político	
  (no	
  CN)	
  
OAB	
  (Conselho	
  Federal)	
  
Legitimados	
  
Especiais	
  
Governador	
  
(Estados	
  e	
  DF)	
  
Mesa	
  da	
  Assembléia	
  
Legislativa	
   (Estados)	
  
ou	
  Câmara	
  (no	
  DF)	
  
	
   	
   Confederação	
  Sindical	
  
(nacional)	
  
Entidade	
  Classe	
  (nacional)	
  
	
  
	
  
	
   A	
  interpretação	
  que	
  se	
  dá	
  a	
  estes	
  legitimados,	
  previstos	
  no	
  art.	
  103,	
  deve	
  ser	
  restritiva,	
  e	
  
não	
  extensiva.	
  Isso	
  por	
  se	
  tratar	
  de	
  norma	
  excepcional.	
  Na	
  dúvida?	
  Interpretação	
  restritiva.	
  
	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
5	
  
Questões	
  possíveis:	
  
1)	
   O	
   Vice	
   presidente	
   e	
   o	
   Vice	
   Governador	
   têm	
   legitimidade?	
  Na	
   dúvida,	
   é	
   para	
   interpretar	
   de	
   forma	
  
restritiva	
   o	
   dispositivo	
   do	
   art.	
   103.	
   Ou	
   seja,	
   eles	
   não	
   podem	
   ajuizar	
   a	
   ação.	
   Embora	
   eles	
   não	
   tenham	
  
legitimidade	
  em	
  regra,	
   terão	
   se	
  estiverem	
  na	
   titularidade	
  do	
  cargo.	
  Detalhe:	
   Se	
  o	
  vice	
  propõe	
  a	
  ação	
  e,	
  
antes	
  de	
  seu	
  julgamento,	
  a	
  titularidade	
  do	
  cargo	
  volta	
  ao	
  Presidente/governador,	
  que	
  retorna,	
  a	
  ação	
  não	
  
será	
  extinta,	
  continuando	
  o	
  vice	
  no	
  pólo	
  ativo.	
  
	
  
2)	
  Mesa	
  do	
  Congresso	
  Nacional	
   tem	
   legitimidade?	
  A	
  Mesa	
  do	
  Congresso	
  NÃO	
   tem	
   legitimidade	
  para	
   a	
  
propositura	
   de	
   ação	
   de	
   constitucionalidade	
   em	
   controle	
   concreto	
   abstrato,	
   porque	
   a	
   interpretação	
   é	
  
restritiva	
  (mesmo	
  ela	
  sendo	
  formada	
  por	
  componentes	
  da	
  mesa	
  do	
  Senado	
  e	
  da	
  Câmara).	
  
	
  
3)	
  Quando	
  deve	
  ser	
  analisada	
  a	
  legitimidade	
  do	
  partido	
  político?	
  A	
  legitimidade	
  do	
  partido	
  político	
  deve	
  
ser	
   analisada	
   no	
  momento	
   da	
   PROPOSITURA	
   da	
   ação.	
   Assim,	
   se	
   no	
  momento	
   da	
   propositura	
   o	
   partido	
  
tiver	
   um	
   único	
   representante	
   no	
   Congresso,	
   mesmo	
   que	
   antes	
   do	
   julgamento	
   o	
   partido	
   perca	
   o	
  
representante,	
   a	
   ação	
   continua	
   (Obs:	
   até	
   2004,	
   o	
   STF	
   entendia	
   que	
   deveria	
   extinguir	
   a	
   ação	
   sem	
  
julgamento	
  de	
  mérito).	
  
Entende	
   o	
   Supremo,	
   ainda,	
   que,	
   para	
   propor	
   ADI,	
   suficiente	
   é	
   a	
   decisão	
   do	
   presidente	
   do	
   partido,	
  
dispensando-­‐se	
   intervenção	
  do	
  diretório	
  partidário.	
  Todavia,	
  exige-­‐se	
  que	
  na	
  procuração	
  outorgada	
  pelo	
  
órgão	
  partidário	
  conste	
  a	
  lei	
  ou	
  dispositivos	
  impugnados.	
  
	
  
4)	
  As	
  associações	
  devem	
  ser	
  compostas	
  por	
  pessoa	
  física	
  ou	
  podem	
  ser	
  por	
  pessoa	
  jurídica?	
  Desde	
  2004,	
  
o	
  STF	
  entende	
  que	
  as	
  associações	
  de	
  associações	
  (associações	
  compostas	
  por	
  pessoas	
  jurídicas)	
  possuem	
  
legitimidade,	
  assim	
  como	
  as	
  associações	
  de	
  pessoas	
  físicas.	
  Obs:	
  isso	
  pode	
  ser	
  cobrado,	
  pois	
  foi	
  objeto	
  de	
  
recente	
  mudança	
  jurisprudencial.	
  
Na	
  ADI	
  79/DF,	
  o	
  STF	
  entendeu	
  não	
  possuírem	
  legitimidade	
  as	
  pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  privado,	
  que	
  
reuniam,	
   como	
  membros	
   integrantes,	
   associações	
  de	
  natureza	
   civil	
   e	
  organismos	
  de	
   caráter	
   sindical,	
  
exatamente	
   em	
   decorrência	
   desse	
   hibridismo	
   isso	
   porque	
   o	
   STF	
   não	
   admitia	
   que	
   as	
   associações	
  
formadas	
  por	
  pessoas	
   jurídicas	
   fossem	
   legitimadas.	
  A	
  partir	
  de	
  12-­‐8-­‐2004,	
  o	
  posicionamento	
  alterou:	
  
atualmente,	
   o	
   Supremo	
   admite	
   como	
   legitimados	
   “associações	
   de	
   associações”.	
   Ex.:	
   federação	
  
composta	
  por	
  associações	
  estaduais.	
  
	
  
5)	
   Os	
   legitimados	
   têm	
   capacidade	
   postulatória?	
   Somente	
   partido	
   político,	
   confederação	
   sindical	
   e	
  
entidade	
  de	
  classe	
  NÃO	
  têm	
  capacidade	
  postulatória,	
  precisando	
  ser	
  representados	
  por	
  advogados	
  para	
  
propositura	
  da	
  ação.	
  Os	
  demais	
  possuem	
  capacidade	
  postulatória	
  que	
  decorre	
  da	
  CF.	
  
O	
  STF	
  entende	
  que	
  a	
  petição	
  inicial,	
  quando	
  subscrita	
  por	
  advogado,	
  deve	
  vir	
  acompanhada	
  de	
  procuração	
  
outorgada	
   com	
   poderes	
   especiais	
   para	
   a	
   instauração	
   da	
   ADI,	
   indicando,	
   objetivamente,	
   a	
   lei	
   ou	
   o	
   ato	
  
normativo	
  e	
  respectivos	
  preceitos	
  que	
  estejam	
  sendo	
  impugnados	
  (STF,	
  ADI	
  2.187/BA).	
  	
  
	
  
6)	
  O	
  que	
  é	
  entidade	
  de	
  classe	
  de	
  âmbito	
  nacional?Para	
  que	
  a	
  entidade	
  seja	
  considera	
  de	
  âmbito	
  nacional,	
  
ela	
  deve	
  estar	
  presente	
  em,	
  pelo	
  menos,	
  1/3	
  dos	
  Estados	
  (ou	
  seja,	
  atuação	
  transregional	
  em	
  9	
  Estados2),	
  
não	
  sendo	
  suficiente	
  para	
  atendimento	
  desse	
   requisito	
  a	
   simples	
  declaração	
   formal	
  ou	
  manifestação	
  de	
  
intenção	
  constante	
  de	
  seus	
  atos	
  constitutivos.	
  	
  
Obs.:	
  no	
   julgamento	
  da	
  ADI	
  38/ES,	
  esse	
  critério	
  foi	
  relativizado	
  pelo	
  mesmo	
  Min.	
  Moreira	
  Alves.	
  
Foi	
  decidido	
  que	
  “esse	
  critério	
  [9	
  Estados]	
  cederia	
  nos	
  casos	
  em	
  que	
  houvesse	
  a	
  comprovação	
  de	
  
que	
   a	
   categoria	
   dos	
   associados	
   só	
   existe	
   em	
   menos	
   de	
   9	
   estados”.	
   Foi	
   o	
   caso	
   da	
   Associação	
  
Brasileira	
   dos	
   Extratores	
   e	
   Refinadores	
   de	
   Sal/Abersal,	
   que	
   se	
   enquadrou	
   nessa	
   situação	
  
excepcional,	
   pois	
   a	
   produção	
   de	
   sal	
   ocorre	
   apenas	
   em	
   alguns	
   Estados	
   da	
   Federação,	
   sendo	
  
atividade	
  econômica	
  de	
  relevância	
  nacional.	
  
As	
   confederações	
   sindicais	
   são	
   de	
   âmbito	
   federal,	
   as	
   federações,	
   de	
   âmbito	
   regional,	
   e	
   o	
   sindicado	
   é	
  
 
2	
  Aplicação	
  analógica	
  de	
  idêntico	
  parâmetro	
  estabelecido	
  na	
  Lei	
  Orgânica	
  dos	
  Partidos	
  Políticos,	
  orientação	
  do	
  Min.	
  Moreira	
  Alves.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
6	
  
organização	
  de	
  âmbito	
   local.	
  Veja	
  que	
  a	
  CF	
  não	
   fala	
  em	
  organização	
  sindical,	
  mas	
   sim	
  confederação,	
  ou	
  
seja,	
  o	
  sindicado	
  de	
  âmbito	
  federal.	
  Assim,	
  como	
  aponta	
  Gilmar	
  Mendes	
  –	
  e	
  de	
  acordo	
  com	
  o	
  STF	
  –	
  exclui-­‐
se	
   a	
   legitimação	
   de	
   entidades	
   sindicais	
   de	
   menor	
   hierarquia	
   (federações	
   e	
   sindicatos),	
   ainda	
   que	
   de	
  
âmbito	
  nacional	
  (ADI-­‐QO	
  1.006/PE).	
  
ATENÇÃO:	
  “a	
  simples	
  associação	
  sindical	
  –	
  Federação	
  nacional	
  que	
  reúne	
  sindicatos	
  em	
  cinco	
  Estados	
  –	
  
não	
  tem	
  legitimidade”	
  (ADI	
  398/DF).	
  
O	
   conceito	
   de	
   entidades	
   de	
   classe	
   de	
   âmbito	
   nacional	
   tem	
   preocupado	
   o	
   STF	
   desde	
   1988.	
   Segundo	
   o	
  
Supremo,	
  não	
  constituem	
  entidade	
  de	
  classe:	
  
a)	
  “aquelas	
  instituições	
  integradas	
  por	
  membros	
  vinculados	
  a	
  extratos	
  sociais,	
  profissionais	
  ou	
  econômicos	
  
diversificados,	
  cujos	
  objetivos,	
  individualmente	
  considerados,	
  revelam-­‐se	
  contrastantes”	
  (ADI	
  108/DF);	
  
b)	
  outros	
  segmentos	
  da	
  sociedade	
  civil,	
  por	
  exemplo,	
  a	
  UNE;	
  
c)	
   associação	
   civil	
   voltada	
   à	
   finalidade	
   altruísta	
   de	
   promoção	
   e	
   defesa	
   de	
   aspirações	
   cívicas	
   de	
   toda	
   a	
  
cidadania	
  (Associação	
  Brasileira	
  de	
  Defesa	
  do	
  Cidadão);	
  
d)	
   Associação	
   que	
   reúne,	
   como	
   associados,	
   órgãos	
   públicos,	
   sem	
   personalidade	
   jurídica	
   e	
   categorias	
  
diferenciadas	
   de	
   servidores	
   (Associação	
   brasileira	
   de	
   Conselhos	
   de	
   Tribunal	
   de	
   Contas	
   dos	
  Municípios	
   –	
  
Abraccom)	
  –	
  ADI	
  67/DF.	
  
	
  
	
   Até	
   a	
   EC	
   n.	
   45,	
   existia	
   uma	
   diferença	
   entre	
   ADI	
   e	
   ADC	
   (esta	
   última	
   tinha	
   um	
   rol	
   mais	
  
limitado	
  de	
   legitimados:	
  Presidente,	
  PGR,	
  mesas	
  do	
  Senado	
  e	
  da	
  Câmara).	
  Com	
  esta	
  emenda,	
  os	
  
legitimados	
  passaram	
  a	
  ser	
  idênticos	
  para	
  ADI,	
  ADC	
  e	
  ADPF.	
  
	
  
3.	
  ADI	
  e	
  ADC	
  
	
   A	
  ADI	
  e	
  a	
  ADC	
  são	
  ações	
  que	
  têm	
  caráter	
  dúplice	
  ou	
  ambivalente.	
  
Lembrando:	
  Objeto	
  é	
  o	
  ato	
  impugnado	
  e	
  parâmetro	
  é	
  a	
  norma	
  violada	
  com	
  o	
  ato.	
  
	
  
3.1.	
  Objeto	
  
	
   Podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI	
  leis	
  ou	
  atos	
  normativos	
  primários	
  federais	
  ou	
  estaduais:	
  	
  
Art.	
   102	
   da	
   CF.	
   Compete	
   ao	
   Supremo	
   Tribunal	
   Federal,	
   precipuamente,	
   a	
   guarda	
   da	
   Constituição,	
  
cabendo-­‐lhe:	
  
I	
  -­‐	
  processar	
  e	
  julgar,	
  originariamente:	
  
a)	
   a	
   ação	
   direta	
   de	
   inconstitucionalidade	
   de	
   lei	
   ou	
   ato	
   normativo	
   FEDERAL	
   ou	
   ESTADUAL	
   e	
   a	
   ação	
  
declaratória	
  de	
  constitucionalidade	
  de	
  lei	
  ou	
  ato	
  normativo	
  FEDERAL;	
  
	
  
	
   Em	
  relação	
  ao	
  objeto,	
  três	
  aspectos	
  devem	
  ser	
  observados:	
  
" Natureza	
  do	
  ato	
  
" Limite	
  temporal	
  
" Limite	
  espacial	
  
	
  
1º) NATUREZA	
  DO	
  ATO	
  # 	
  Lei	
  ou	
  ato	
  normativo.	
  
	
   Analisa-­‐se,	
  aqui,	
  a	
  essência	
  do	
  ato,	
  e	
  não	
  o	
  nome	
  que	
  é	
  dado	
  a	
  ele.	
  A	
  antiga	
  jurisprudência	
  
do	
  STF	
  exigia	
  3	
  requisitos:	
  
a) O	
  ato	
  deveria	
  ser	
  ato	
  normativo	
  PRIMÁRIO,	
  causando	
  uma	
  violação	
  direta	
  à	
  Constituição.	
  
b) O	
  ato	
  deveria	
  ser	
  GERAL,	
  e	
  não	
  específico	
  –	
  a	
  generalidade	
  refere-­‐se	
  ao	
  destinatário	
  da	
  norma.	
  
c) O	
  ato	
  deveria	
  ser	
  ABSTRATO,	
  e	
  não	
  concreto	
  –	
  a	
  abstração	
  refere-­‐se	
  ao	
  objeto	
  da	
  norma.	
  	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
7	
  
	
   Com	
  base	
  nesse	
  entendimento,	
  STF	
  não	
  admitia	
  o	
  controle	
  de	
  constitucionalidade	
  de	
   leis	
  
que	
   tivessem	
   efeitos	
   concretos	
   (porque	
   não	
   atenderiam	
   aos	
   requisitos	
   da	
   generalidade	
   e	
   da	
  
abstração).	
   Assim,	
   o	
   STF	
   não	
   aceitava	
   que	
   leis	
   orçamentárias	
   fossem	
   objeto	
   de	
   ADI,	
   já	
   que	
  
possuem	
  efeitos	
  concretos	
  (leis	
  “meramente	
  formais”,	
  como	
  se	
  refere	
  o	
  Supremo).	
  
QUESTÃO:	
  o	
  que	
  é	
  uma	
  lei	
  de	
  efeitos	
  concretos?	
  
A	
   lei	
  de	
  efeitos	
  concretos	
  é	
  aquela	
  que	
  tem	
  a	
  natureza	
  de	
  ato	
  administrativo,	
  apesar	
  de	
  ter	
  
forma	
  de	
  lei.	
  
	
   ATENÇÃO:	
  Esse	
  entendimento	
  foi	
  alterado	
  no	
  final	
  de	
  2008,	
  no	
  julgamento	
  da	
  ADI	
  4.048,	
  
ajuizada	
  pelo	
  PSDB3,	
  que	
  tinha	
  por	
  objeto	
  justamente	
  leis	
  orçamentárias.	
  
	
   Posicionamento	
  atual	
  do	
  STF	
  #	
  Não	
  importa	
  se	
  o	
  ato	
  é	
  geral	
  ou	
  específico,	
  se	
  é	
  abstrato	
  
ou	
   concreto.	
   Para	
   haver	
   controle	
   de	
   constitucionalidade	
   é	
   necessário	
   quea	
   controvérsia	
  
constitucional	
  seja	
  suscitada	
  em	
  abstrato,	
  ainda	
  que	
  o	
  ato	
  seja	
  de	
  efeito	
  concreto.	
  
	
   Assim,	
  hoje,	
  somente	
  permanece	
  o	
  requisito	
  de	
  que	
  a	
  violação	
  seja	
  direta	
  à	
  Constituição	
  
(esse	
  requisito	
  vale	
  tanto	
  para	
  a	
  lei	
  quanto	
  para	
  o	
  ato	
  normativo).	
  
	
   ATENÇÃO:	
  O	
   STF	
   atualmente	
   distingue	
   o	
   ato	
   normativo	
   de	
   efeito	
   concreto	
   editado	
   pelo	
  
Poder	
  Público	
  sob	
  a	
  forma	
  de	
  lei	
  (ou	
  medida	
  provisória)	
  e	
  o	
  ato	
  normativo	
  de	
  efeito	
  concreto	
  não	
  
editado	
   sob	
   a	
   forma	
   de	
   lei.	
   Este	
   terá	
   que	
   ser	
   geral	
   e	
   abstrato	
   para	
   ser	
   objeto	
   de	
   controle	
  
concentrado	
  de	
  Constitucionalidade,	
  enquanto	
  a	
  lei/MP	
  não	
  precisa	
  atender	
  a	
  esses	
  requisitos4.	
  	
  
	
  
I.	
  Questões	
  
a) Um	
  decreto	
   pode	
   ser	
   objeto	
   de	
   controle	
   de	
   constitucionalidade?	
  Sim,	
   se	
   se	
   tratar	
   de	
  DECRETO	
  
AUTÔNOMO,	
  editado	
  pelo	
  Presidente	
  da	
  República	
  com	
  fundamento	
  de	
  validade	
  na	
  CF,	
  como	
  ato	
  
normativo	
  primário.	
  
Em	
   regra	
   se	
  diz	
  que	
  o	
  decreto	
   regulamentar	
  não	
  pode	
   ser	
  objeto.	
   Isso	
  porque	
  há	
  uma	
   lei	
   entre	
  este	
   (ato	
  
normativo	
  secundário)	
  e	
  a	
  CF.	
  Como	
  regra,	
  atos	
  normativos	
  secundários	
  não	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  
concentrado	
  de	
  constitucionalidade,	
  já	
  que	
  não	
  revestidos	
  de	
  autonomia	
  jurídica	
  (antes	
  de	
  inconstitucionais,	
  
são	
   ilegais).	
   Mas	
   atente:	
   o	
   Presidente	
   da	
   República	
   pode	
   editar	
   um	
   Decreto	
   autônomo,	
   regulamentando	
  
diretamente	
  a	
  CF.	
  Neste	
  caso,	
  o	
  decreto	
  vira	
  um	
  ato	
  normativo	
  primário,	
  podendo	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI/ADC5.	
  
Ementa:	
   CONSTITUCIONAL	
   E	
   TRIBUTÁRIO.	
   AÇÃO	
  DIRETA	
  DE	
   INCONSTITUCIONALIDADE.	
  PRELIMINARES	
  DE	
   INÉPCIA	
   DA	
  
INICIAL,	
   DE	
   INCINDIBILIDADE	
   DA	
   LEI,	
   E	
   DE	
   IMPOSSIBILIDADE	
   DE	
   CONTROLE	
   CONCENTRADO	
   DE	
   DECRETO	
  
REGULAMENTAR	
   REJEITADAS.	
   PRELIMINAR	
   DE	
   AUSÊNCIA	
   DE	
   PERTINÊNCIA	
   TEMÁTICA	
   PARCIALMENTE	
   ACOLHIDA.	
  
DECRETOS	
   ATACADOS	
   QUE	
   FORAM	
   REVOGADOS	
   OU	
   CUJOS	
   EFEITOS	
   SE	
   EXAURIRAM.	
   CARÊNCIA	
   SUPERVENIENTE	
   DA	
  
AÇÃO.	
   INTERESSE	
   PROCESSUAL.	
   UTILIZAÇÃO	
  DE	
   POLÍTICA	
  DESONERATÓRIA	
   PELO	
  DF.	
   ICMS.	
   "GUERRA	
   FISCAL".	
   ARTIGO	
  
155,	
   §	
   2º,	
   INCISO	
   XII,	
   g,	
   DA	
   CF.	
   LEI	
   COMPLEMENTAR	
   24/75.	
   NECESSIDADE	
   DE	
   CONSENSO	
   DE	
   TODOS	
   OS	
   ENTES	
  
FEDERATIVOS.	
  PARCIAL	
  PROCEDÊNCIA.	
  	
  
I	
  -­‐	
  Rejeição	
  da	
  preliminar	
  de	
  inépcia	
  da	
  petição	
  inicial	
  pela	
  ausência	
  de	
  indicação	
  dos	
  dispositivos	
  legais	
  apontados	
  como	
  
violadores	
   da	
   Constituição	
   Federal.	
   Deixou	
   evidenciado	
   o	
   autor	
   que,	
   no	
   seu	
   entender,	
   os	
   textos	
   legais	
   são,	
   na	
   sua	
  
integralidade,	
  violadores	
  do	
  ordenamento	
  constitucional	
  pátrio.	
  Possibilidade.	
  Precedentes	
  do	
  STF.	
  
 
3	
   Na	
   ADI	
   4048	
  MC/DF,	
   rel.	
  Min.	
   Gilmar	
  Mendes,	
   17.4.2008.(ADI-­‐4048),	
   o	
   Pleno	
   por	
  maioria	
   de	
   votos	
  mudou	
   o	
   seu	
   entendimento	
   afirmando	
   a	
  
possibilidade	
   do	
   controle	
   concentrado	
   de	
   normas	
   de	
   efeito	
   concreto,	
   admitindo-­‐se	
   o	
   controle	
   de	
   constitucionalidade	
   da	
   Medida	
   Provisória	
  
405/2007,	
  que	
  abriu	
  crédito	
  extraordinário,	
  em	
  favor	
  da	
  Justiça	
  Eleitoral	
  e	
  de	
  diversos	
  órgãos	
  do	
  Poder	
  Executivo.	
  Outrossim,	
  é	
  certo	
  que	
  entre	
  as	
  
medidas	
  existentes	
  para	
  o	
  controle	
  concentrado	
  temos	
  a	
  Ação	
  de	
  Descumprimento	
  de	
  Preceito	
  Fundamental	
  –	
  ADPF,	
  a	
  qual	
  admite	
  o	
  controle	
  
de	
  constitucionalidade	
  de	
  norma	
  de	
  efeito	
  concreto.	
  
4	
  Ex:	
  Medida	
  provisória	
  de	
  efeitos	
  concretos	
  que	
  abre	
  créditos	
  extraordinários	
  pode	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  de	
  constitucionalidade,	
  pois	
  tem	
  força	
  de	
  
lei.	
  
5	
  “Os	
  decretos	
  que	
  veiculam	
  ato	
  normativo	
  também	
  devem	
  sujeitar-­‐se	
  ao	
  controle	
  de	
  constitucionalidade	
  exercido	
  pelo	
  STF”	
  (ADI	
  2.950-­‐AgR	
  p/	
  o	
  
ac.	
  Min.	
  Eros	
  Grau).	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
8	
  
II	
   -­‐	
   Rejeição	
   da	
   preliminar	
   de	
   incindibilidade	
   das	
   leis	
   para	
   efeitos	
   do	
   exercício	
   do	
   controle	
   concentrado	
   de	
  
constitucionalidade,	
   posto	
   que	
   alegação	
   dessa	
   natureza	
   não	
   pode	
   ser	
   invocada	
   quando	
   o	
   normativo	
   atacado	
   trata	
  
individualmente	
  questões	
  diferentes.	
  
III	
  -­‐	
  Rejeição	
  da	
  alegação	
  de	
  impossibilidade	
  de	
  controle	
  concentrado	
  de	
  decreto	
  regulamentar,	
  posto	
  não	
  se	
  tratar	
  de	
  
mero	
  antagonismo	
  entre	
  ato	
  infralegal,	
  de	
  um	
  lado,	
  e	
   lei	
  em	
  sentido	
  formal,	
  de	
  outro.	
  A	
  controvérsia	
  enfrentada	
  diz	
  
respeito	
  ao	
  ATO	
  ADMINISTRATIVO	
  NORMATIVO	
  editado	
  em	
  perfeita	
  consonância	
  com	
  a	
  lei	
  regulamentada,	
  mas	
  que,	
  
assim	
  como	
  ela,	
  supostamente	
  estaria	
  a	
  atentar	
  contra	
  o	
  texto	
  constitucional.	
  
IV	
  -­‐	
  Alegação	
  preliminar	
  de	
  ofensa	
  indireta	
  à	
  Constituição	
  que	
  se	
  confunde	
  com	
  próprio	
  mérito	
  da	
  controvérsia	
  travada.	
  
V	
  -­‐	
  Acolhimento	
  da	
  alegação	
  de	
  ausência	
  de	
  pertinência	
  temática	
  do	
  autor	
  para	
  a	
  discussão	
  da	
  constitucionalidade	
  da	
  Lei	
  
2.427,	
   de	
   14	
   de	
   julho	
   de	
   1999,	
   pois	
   o	
   mencionado	
   diploma	
   normativo	
   não	
   traz	
   referência	
   específica	
   alguma	
   à	
  
competência	
   legislativa	
   estadual,	
   assim	
   como	
   não	
   faz	
   qualquer	
   menção	
   aos	
   incentivos	
   ou	
   benefícios	
   tributários	
  
relacionados	
  ao	
  ICMS.	
  
VI	
   -­‐	
   O	
   controle	
   de	
   constitucionalidade	
   concentrado	
   NÃO	
   encontra	
   obstáculo	
   na	
   norma	
   constitucional	
   de	
   eficácia	
  
contida.	
  A	
   regulamentação	
   relegada	
   à	
   lei	
   federal	
   deve	
   necessariamente	
   respeitar	
   os	
   fins	
   e	
   os	
   limites	
   traçados	
   pela	
  
norma	
  constitucional,	
  razão	
  pela	
  qual,	
  quando	
  violados	
  algum	
  destes,	
  perfeitamentepossível	
  o	
  exercício	
  do	
  controle	
  
de	
  constitucionalidade.	
  
VII	
  -­‐	
  O	
  art.	
  155,	
  §	
  2º,	
  inciso	
  XII,	
  g,	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  dispõe	
  competir	
  à	
  lei	
  complementar,	
  mediante	
  deliberação	
  
dos	
   Estados	
  membros	
   e	
   do	
   Distrito	
   Federal,	
   a	
   regulamentação	
   de	
   isenções,	
   incentivos	
   e	
   benefícios	
   fiscais	
   a	
   serem	
  
concedidos	
  ou	
  revogados,	
  no	
  que	
  diz	
  respeito	
  ao	
  ICMS.	
  Evidente	
  necessidade	
  de	
  consenso	
  entre	
  os	
  entes	
  federativos,	
  
justamente	
  para	
  evitar	
  o	
  deflagramento	
  da	
  perniciosa	
  "guerra	
  fiscal"	
  entre	
  eles.	
  À	
  lei	
  complementar	
  restou	
  discricionária	
  
apenas	
  a	
   forma	
  pela	
  qual	
  os	
  Estados	
  e	
  o	
  Distrito	
  Federal	
   implementarão	
  o	
  ditame	
  constitucional.	
  A	
  questão,	
  por	
  sua	
  
vez,	
   está	
   regulamentada	
  pela	
  Lei	
   Complementar	
   24/1975,	
   que	
  declara	
  que	
  as	
   isenções	
   a	
  que	
   se	
   faz	
   referência	
   serão	
  
concedidas	
  e	
  revogadas	
  nos	
  termos	
  dos	
  CONVÊNIOS	
  celebrados	
  e	
  ratificados	
  pelos	
  Estados	
  e	
  pelo	
  Distrito	
  Federal.	
  
VIII	
   -­‐	
  Necessidade	
  de	
  aprovação	
  pelo	
  CONFAZ	
  de	
  qualquer	
  política	
   extrafiscal	
   que	
   implique	
  na	
   redução	
  ou	
  qualquer	
  
outra	
  forma	
  de	
  desoneração	
  do	
  contribuinte	
  em	
  relação	
  ao	
  ICMS.	
  Precedentes	
  do	
  STF.	
  
IX	
   -­‐	
   Necessidade	
   de	
  modulação	
   de	
   efeitos	
   da	
   declaração	
   de	
   inconstitucionalidade,	
   diante	
   do	
   decurso	
   do	
   tempo,	
   bem	
  
como	
  pelo	
  fato	
  de	
  inúmeros	
  empreendimentos	
  econômicos	
  terem	
  sido	
  beneficiados	
  com	
  o	
  incentivo	
  fiscal	
  contestado.	
  
X	
  -­‐	
  O	
  Decreto	
  20.957,	
  de	
  13	
  de	
  janeiro	
  de	
  2000	
  teve	
  os	
  seus	
  efeitos	
  integralmente	
  exauridos,	
  enquanto	
  que	
  os	
  Decretos	
  
21.077/00,	
   21.082/00	
   e	
   21.107/00	
   foram	
   revogados,	
   fato	
   que	
   implicou	
   na	
   carência	
   superveniente	
   da	
   ação.	
   Interesse	
  
processual.	
  	
  
XI	
  -­‐	
  Parcial	
  procedência	
  da	
  ação	
  para	
  declarar	
  a	
  inconstitucionalidade	
  do	
  artigo	
  2º,	
  inciso	
  I	
  e	
  seus	
  §§	
  2º	
  e	
  3º;	
  do	
  artigo	
  5º,	
  
seus	
  incisos	
  I,	
  II	
  e	
  III	
  e	
  seu	
  parágrafo	
  único,	
  inciso	
  I;	
  do	
  artigo	
  6º,	
  na	
  sua	
  integralidade;	
  e	
  dos	
  parágrafos	
  1º	
  e	
  2º,	
  do	
  artigo	
  
7º,	
  todos	
  da	
  Lei	
  2.483,	
  de	
  19	
  de	
  novembro	
  de	
  1999.	
  
ADI	
  2549/DF.	
  Min.	
  Ricardo	
  Lewandowski.	
  Tribunal	
  Pleno.	
  J.	
  01/06/2011.	
  
	
  
b) Uma	
  portaria	
  pode	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  abstrato?	
  Depende.	
  Em	
  se	
  tratando	
  de	
  ato	
  normativo	
  
primário,	
  pode.	
  
c) Uma	
  resolução	
  pode?	
  Mesma	
  coisa.	
  Violações	
  indiretas	
  é	
  que	
  não	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI	
  e	
  ADC.	
  
Decreto,	
  portaria	
  e	
  resolução	
  !	
  Devem	
  ser	
  atos	
  normativos	
  primários,	
  para	
  fins	
  de	
  controle.	
  
d) Deliberações	
   administrativas	
   dos	
   órgãos	
   judiciários?	
   Podem	
   ser	
   objeto	
   de	
   controle	
   de	
  
constitucionalidade,	
   segundo	
   entendimento	
   do	
   STF	
   (ADI	
   728),	
   salvo	
   as	
   convenções	
   coletivas	
   de	
  
trabalho	
   (ADI	
   681).	
   O	
   Supremo	
   já	
   reconheceu,	
   inclusive,	
   o	
   caráter	
   normativo	
   das	
   resoluções	
   do	
  
Conselho	
  Internacional	
  de	
  Preços.	
  
e) Regimentos	
  internos	
  de	
  tribunais?	
  Podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  de	
  constitucionalidade.	
  	
  
f) Medidas	
   provisórias?	
  Podem	
   ser	
   objeto	
   de	
   controle	
   de	
   constitucionalidade	
   concentrado	
   porque	
  
possuem	
  força	
  de	
  lei.	
  No	
  entanto,	
  se	
  for	
  convertida	
  em	
  lei	
  ou	
  tiver	
  perdido	
  sua	
  eficácia,	
  considerar-­‐
se-­‐á	
  prejudicada	
  a	
  ADI	
  (no	
  caso	
  de	
  conversão,	
  o	
  legitimado	
  tem	
  que	
  aditar	
  o	
  pedido).	
  
Obs.1:	
   Os	
   requisitos	
   constitucionais	
   legitimadores	
   da	
   edição	
   de	
   MP	
   “relevância	
   e	
   urgência”	
  
(conceitos	
   jurídicos	
   indeterminados),	
   apenas	
   em	
   caráter	
   excepcional	
   se	
   submetem	
   ao	
   controle	
  
jurisdicional,	
  por	
  força	
  da	
  separação	
  dos	
  poderes.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
9	
  
Obs.2:	
  Os	
  requisitos	
  constitucionais	
  de	
  “imprevisibilidade	
  e	
  urgência”,	
  específicos	
  da	
  MP	
  que	
  abre	
  
crédito	
   extraordinário,	
   podem	
   ser	
   objeto	
   de	
   controle	
   jurisdicional,	
   pois	
   recebem	
   densificação	
  
normativa	
  da	
  Constituição	
  no	
  art.	
  167,	
  §3º,	
  em	
  forma	
  de	
  interpretação	
  analógica	
  –	
  ao	
  contrário	
  do	
  
que	
   ocorre	
   em	
   relação	
   aos	
   requisitos	
   de	
   “relevância	
   e	
   urgência”	
   (art.	
   62),	
   que	
   se	
   submetem	
   a	
  
ampla	
  margem	
  de	
  discricionariedade	
  por	
  parte	
  do	
  Presidente	
  (ADI	
  4.048-­‐MC6,	
  j.	
  14/05/2008).	
  	
  
Art.	
   167,	
   §	
   3º	
   da	
   CF	
   -­‐	
   A	
   abertura	
   de	
   crédito	
   extraordinário	
   somente	
   será	
   admitida	
   para	
   atender	
   a	
  
despesas	
   imprevisíveis	
   e	
   urgentes,	
   como	
   as	
   decorrentes	
   de	
   guerra,	
   comoção	
   interna	
   ou	
   calamidade	
  
pública,	
  observado	
  o	
  disposto	
  no	
  art.	
  62	
  [relevância	
  e	
  urgência].	
  
	
   Também	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle:	
  emendas	
  constitucionais;	
  medidas	
  provisórias	
  (exceto	
  se	
  
tiverem	
   perdido	
   sua	
   eficácia	
   ou	
   tenham	
   sido	
   convertidas	
   em	
   lei);	
   tratados	
   internacionais	
   (de	
   qualquer	
  
natureza);	
  	
  
	
  
II.	
  Atos	
  que,	
  segundo	
  a	
  jurisprudência	
  do	
  STF,	
  não	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI	
  ou	
  ADC:	
  
a) Atos	
  tipicamente	
  regulamentares	
  –	
  Segundo	
  a	
  jurisprudência	
  do	
  STF,	
  o	
  decreto	
  regulamentar	
  (que	
  
regulamenta	
  a	
  lei,	
  não	
  atendendo	
  ao	
  requisito	
  da	
  violação	
  direta	
  da	
  Constituição),	
  ainda	
  que	
  tenha	
  
exorbitado	
  os	
  limites	
  da	
  regulamentação	
  legal,	
  não	
  pode	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI	
  ou	
  ADC.	
  
ATENÇÃO:	
  Embora	
  o	
  decreto	
  regulamentar	
  não	
  possa	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  de	
  constitucionalidade,	
  o	
  
decreto	
   editado	
   pelo	
   Presidente	
   para	
   regular	
   diretamente	
   a	
   Constituição	
   pode	
   ser	
   objeto	
   porque	
   é	
  
considerado	
  ato	
  primário	
  (ligado	
  diretamente	
  à	
  Constituição).	
  
DICA:	
  Não	
  importa	
  se	
  a	
  questão	
  tratade	
  lei	
  ou	
  de	
  decreto;	
  o	
  que	
  importa	
  é	
  se	
  o	
  ato	
  é	
  primário	
  ou	
  não.	
  
	
  
b) Questões	
  interna	
  corporis	
  –	
  Trata-­‐se	
  de	
  questões	
  que	
  devem	
  ser	
  resolvidas	
  dentro	
  do	
  âmbito	
  de	
  
determinado	
  poder.	
  A	
  doutrina	
  costuma	
  chamá-­‐las	
  de	
  questões	
  próprias	
  de	
  regimento	
  interno.	
  	
  
Exemplos:	
   o	
   julgamento	
   do	
   Presidente	
   da	
   República	
   pelo	
   Senado	
   é	
   interna	
   corporis,	
   já	
   que	
   possui	
  
natureza	
  essencialmente	
  política;	
  cassação	
  de	
  deputado	
  por	
  quebra	
  de	
  decoro	
  parlamentar.	
  O	
  STF	
  não	
  
pode	
  invadir	
  o	
  mérito	
  dessas	
  questões.	
  
Mas	
   cuidado:	
   Recentemente,	
   algumas	
   questões	
   do	
   STF	
   têm	
   relativizado	
   este	
   entendimento.	
   Se,	
  
juntamente	
  a	
  essa	
  questão,	
  existe	
  uma	
  violação	
  de	
  direitos	
  consagrados	
  na	
  Constituição	
  (sobretudo	
  
direitos	
   fundamentais),	
   o	
   Poder	
   Judiciário	
   pode	
   analisar	
   a	
   questão.	
   Assim:	
   se	
   a	
   questão	
   for	
  
exclusivamente	
  interna	
  corporis,	
  não	
  cabe	
  análise	
  pelo	
  Poder	
  Judiciário;	
  caso	
  contrário,	
  cabe.	
  
Questão:	
  Normas	
  de	
  um	
  regimento	
   interno	
  de	
  um	
  tribunal	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI?	
  SIM,	
  claro.	
  
Normas	
  de	
   regimento	
  não	
  se	
  confundem	
  com	
  questões	
   internas.	
  Não	
  é	
  o	
   regimento	
   interno	
  que	
  
está	
  excluído,	
  mas	
  sim	
  as	
  questões	
  internas	
  ao	
  órgão.	
  
	
  
c) Normas	
  constitucionais	
  originárias	
  –	
  No	
  Brasil,	
  não	
  se	
  admite	
  esse	
  controle,	
  à	
  luz	
  do	
  princípio	
  da	
  
unidade	
   (Otto	
  Bachof)7.	
   Por	
   outro	
   lado,	
  As	
   normas	
   constitucionais	
   derivadas	
   (que	
   integram	
  a	
   CF	
  
através	
   de	
   emenda)	
   se	
   submetem	
   ao	
   controle	
   de	
   constitucionalidade,	
   pois	
   o	
   Poder	
   Constituinte	
  
Derivado	
  Reformador	
  deve	
  observar	
  as	
  exigências	
  formais	
  do	
  art.	
  60	
  e	
  as	
  cláusulas	
  pétreas.	
  
d) Leis	
  revogadas	
  ou	
  que	
  tenham	
  perdido	
  sua	
  vigência	
  após	
  a	
  propositura	
  da	
  ADI	
  –	
  Mesmo	
  que	
  a	
  ADI	
  
já	
  tenha	
  sido	
  proposta,	
  ela	
  será	
  extinta	
  por	
  perda	
  do	
  objeto,	
  pois	
  não	
  há	
  mais	
  ameaça	
  à	
  supremacia	
  
da	
  Constituição.	
  Esse	
  é	
  o	
  posicionamento	
  do	
  STF8.	
  	
  
Vale	
  destacar	
  que	
  na	
  ADI	
  3.232	
  (j.	
  14/08/2008)	
  o	
  STF	
  afastou	
  a	
  prejudicialidade	
  da	
  perda	
  do	
  objeto	
  
por	
  se	
  tratar	
  de	
  revogação	
  da	
  lei	
  objetivo	
  da	
  ação	
  com	
  o	
  intuito	
  direto	
  de	
  frustrar	
  o	
  julgamento.	
  O	
  
 
6	
  Aguardar	
  julgamento	
  final,	
  para	
  ver	
  se	
  confirma.	
  
7	
  Na	
  Alemanha	
  se	
  aceita	
  a	
  inconstitucionalidade	
  de	
  normas	
  originárias.	
  No	
  Brasil,	
  por	
  duas	
  vezes	
  o	
  STF	
  negou	
  aplicação	
  à	
  tese.	
  
8	
   Já	
   entendeu	
   o	
   STF	
   que	
   “a	
   revogação	
   superveniente	
   da	
   norma	
   impugnada,	
   independentemente	
   da	
   existência	
   ou	
   não	
   de	
   efeitos	
   residuais	
   e	
  
concretos,	
  prejudica	
  o	
  andamento	
  da	
  ação	
  direta”	
  (ADI	
  709).	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
10	
  
STF	
   entendeu	
   que	
   se	
   tratava	
   de	
   verdadeira	
   fraude	
   processual	
   e,	
   assim,	
   superou	
   a	
   questão	
   de	
  
ordem.	
  
Gilmar	
  Mendes	
   vem	
   propondo	
   a	
   revisão	
   da	
   jurisprudência	
   do	
   STF	
   para	
   o	
   fim	
   de	
   admitir	
   o	
  
prosseguimento	
  do	
  controle	
  abstrato	
  nas	
  hipóteses	
  em	
  que	
  a	
  norma	
  atacada	
  tenha	
  perdido	
  a	
  
vigência	
   após	
   o	
   ajuizamento	
   da	
   ação,	
   seja	
   pela	
   revogação,	
   seja	
   em	
   razão	
   do	
   seu	
   caráter	
  
temporário,	
  restringindo	
  o	
  alcance	
  dessa	
  revisão	
  às	
  ações	
  diretas	
  pendentes	
  de	
  julgamento	
  e	
  
às	
  que	
  vierem	
  a	
  ser	
  ajuizadas.	
  
STF.	
  2011.	
  ADI:	
  PREJUDICIALIDADE	
  E	
  FRAUDE	
  PROCESSUAL	
  -­‐	
  ADI	
  3306/DF	
  
a)	
   O	
   STF	
   declarou	
   a	
   inconstitucionalidade	
   de	
   resoluções	
   da	
   Câmara	
   Legislativa	
   do	
   DF	
   que	
  
tratam	
  da	
   remuneração	
  dos	
   servidores	
  do	
   referido	
  órgão.	
  b)	
  Configura	
   fraude	
  processual	
  e	
  
não	
  afasta	
  o	
  conhecimento	
  da	
  ação	
  a	
  posterior	
  alteração	
  das	
  normas	
   impugnadas	
  em	
  ADI	
  
com	
   o	
   intuito	
   de	
   prejudicar	
   a	
   demanda	
   [alteração	
   de	
   posição	
   anterior	
   que	
   declarava	
  
prejudicada	
   a	
   ADI	
   nessas	
   situações].	
   In	
   casu,	
   após	
   a	
   prolação	
   de	
   medida	
   cautelar	
   que	
  
suspendera,	
   com	
   efeitos	
   ex	
   tunc,	
   os	
   dispositivos	
   impugnados,	
   em	
   razão	
   de	
   vício	
   formal,	
   a	
  
Câmara	
   Legislativa	
   teria	
   realizado	
   várias	
   alterações	
  nas	
   referidas	
  normas,	
   visando	
  ensejar	
   a	
  
prejudicialidade	
  da	
  ação.	
  	
  
	
  
e) Alteração	
  do	
  parâmetro	
  constitucional	
  invocado	
  –	
  o	
  STF	
  entende	
  que	
  há	
  perda	
  do	
  objeto	
  da	
  ADI.	
  
f) Leis	
  suspensas	
  pelo	
  Senado	
  
g) MP	
  revogadas,	
  rejeitadas	
  ou	
  prejudicadas	
  –	
  O	
  mesmo	
  das	
  leis.	
  
h) Leis	
  temporárias,	
  após	
  o	
  período	
  da	
  sua	
  vigência	
  –	
  Isso	
  porque	
  não	
  há	
  ameaça	
  para	
  a	
  supremacia	
  
da	
   Constituição	
   nas	
   leis	
   de	
   eficácia	
   exaurida,	
   assim	
   como	
   as	
   leis	
   revogadas,	
   rejeitadas	
   e	
  
prejudicadas.	
  	
  
ATENÇÃO:	
  Se	
  a	
   lei	
   temporária	
   tiver	
  extra-­‐atividade,	
  a	
  pessoa	
  pode	
  alegar,	
  em	
  sua	
  defesa,	
  a	
  
inconstitucionalidade.	
  Mas	
   isso	
   em	
   controle	
   difuso.	
   Em	
   controle	
   concentrado,	
   Novelino	
   diz	
  
que	
  não	
  se	
  admite	
  ADC/ADI,	
  mas	
  pode	
  ser	
  que	
  se	
  admita	
  ADPF	
  (como	
  veremos	
  depois).	
  
Nenhum	
  destes	
  atos	
  pode	
   ser	
  objeto	
  de	
  ADI.	
  O	
   controle	
   concentrado-­‐abstrato,	
   aquele	
  em	
  que	
  a	
  
pretensão	
  é	
  deduzida	
  em	
  juízo	
  através	
  de	
  um	
  processo	
  constitucional	
  objetivo,	
  tem	
  por	
  finalidade	
  
principal	
  assegurar	
  a	
  ordem	
  constitucional	
  objetiva.	
  
Nenhum	
  destes	
   atos	
   pode	
   vir	
   a	
   ameaçar	
   a	
   supremacia	
   da	
   Constituição,	
   de	
  modo	
   que	
   o	
   STF	
   não	
  
admite	
  que	
  sejam	
  objeto	
  de	
  ADI	
  e	
  ADC	
  (na	
  ADPF,	
  a	
  situação	
  é	
  diferente,	
  como	
  veremos).	
  
	
  
a) Projetode	
   lei	
   e	
   lei	
   aprovada,	
   mas	
   ainda	
   não	
   promulgada	
   –	
   Essa	
   questão	
   já	
   caiu	
   em	
   vários	
  
concursos.	
  O	
   controle	
   abstrato	
  pressupõe	
   a	
   existência	
   formal	
   da	
   lei	
   ou	
   do	
   ato	
   normativo	
   após	
   a	
  
conclusão	
   definitiva	
   do	
   processo	
   legislativo.	
   Assim,	
   o	
   projeto	
   de	
   lei	
   não	
   pode	
   sofrer	
   controle	
  
abstrato	
  de	
  constitucionalidade.	
  Pela	
  via	
  judicial,	
  os	
  PLs	
  somente	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  de	
  
constitucionalidade	
  mediante	
  MS	
  impetrado	
  por	
  parlamentar	
  (controle	
  difuso).	
  Conclusões:	
  
" Não	
  se	
  exige	
  que	
  a	
  lei	
  esteja	
  em	
  vigor	
  (ADI	
  466).	
  Basta	
  a	
  publicação	
  (pode	
  estar	
  na	
  vacatio	
  legis).	
  
" Exclui-­‐se	
  a	
  possibilidade	
  de	
  se	
  propor	
  ADI	
  ou	
  ADC	
  de	
  caráter	
  preventivo	
  (ADI	
  466).	
  
Mas	
   atenção:	
   No	
   julgamento	
   da	
   ADI	
   3.367,	
   o	
   Tribunal	
   afastou	
   o	
   vício	
   processual	
   suscitado	
   pela	
  
AGU,	
  que	
  demandava	
  a	
  extinção	
  do	
  processo	
  pelo	
  fato	
  de	
  a	
  norma	
  impugnada	
  (EC	
  n.	
  45)	
  ter	
  sido	
  
publicada	
   após	
   a	
   propositura	
   da	
   ADI.	
   Entendeu-­‐se	
   que	
   a	
   publicação	
   superveniente	
   da	
   mesma	
  
corrigiu	
  a	
  carência	
  original	
  da	
  ação.	
  
	
  
b) Súmulas	
  –	
  De	
  acordo	
  com	
  a	
  ADI	
  594/DF,	
  só	
  podem	
  ser	
  objeto	
  de	
  controle	
  de	
  constitucionalidade	
  
perante	
  o	
  STF	
  leis	
  e	
  atos	
  normativos	
  federais	
  ou	
  estaduais.	
  Súmula	
  de	
  jurisprudência	
  não	
  possui	
  o	
  
grau	
  de	
  normatividade	
  qualificada.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
11	
  
Mesmo	
   as	
   súmulas	
   vinculantes	
   não	
   podem	
   ser	
   objeto	
   de	
   controle,	
   pois,	
   além	
   de	
   não	
   serem	
  
marcadas	
   pela	
   generalidade	
   e	
   abstração,	
   há	
   um	
   procedimento	
   específico	
   de	
   revisão	
   (L.	
  
11.417/2006).	
  Em	
  algumas	
  decisões,	
  a	
  Min.	
  Ellen	
  Grace	
  entendeu	
  que	
  o	
  mecanismo	
  para	
  se	
  rever	
  a	
  
súmula	
   vinculante	
   seria	
   a	
   ADI	
   (HC	
   96.301,	
   06/10/2008),	
   mas	
   Lenza	
   continua	
   entendendo	
   que	
  
prevalece	
  a	
  impossibilidade	
  de	
  súmula	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADI9.	
  
	
  
c) Divergência	
  entre	
  a	
  ementa	
  da	
  lei	
  e	
  o	
  seu	
  conteúdo	
  –	
  O	
  STF	
  entendeu	
  não	
  caracterizar	
  situação	
  de	
  
controle	
  de	
  constitucionalidade	
  (ADI	
  1.096-­‐4).	
  
	
  
d) Respostas	
   emitidas	
   pelo	
   TSE	
   –	
   O	
   STF	
   entendeu	
   não	
   caracterizar	
   situação	
   de	
   controle	
   de	
  
constitucionalidade,	
   já	
   que	
   não	
   possuem	
   “eficácia	
   vinculativa	
   aos	
   demais	
   órgãos	
   do	
   Poder	
  
Judiciário”	
  (ADInMC	
  1.805-­‐DF).	
  	
  
	
  
	
  
e) Lei	
   estadual	
   e	
   concorrência	
   de	
   parâmetros	
   de	
   controle	
   –	
   Declarada	
   a	
   inconstitucionalidade	
   de	
  
direito	
   local	
   em	
   face	
   da	
   Constituição	
   estadual,	
   com	
   efeito	
   erga	
   omnes,	
   há	
   de	
   se	
   reconhecer	
   a	
  
insubsistência	
  de	
  qualquer	
  processo	
  eventualmente	
  ajuizado	
  perante	
  o	
  STF	
  que	
  tenha	
  por	
  objeto	
  a	
  
mesma	
  disposição	
  (Gilmar	
  Mendes).	
  
Também	
  a	
  declaração	
  de	
  inconstitucionalidade	
  em	
  face	
  da	
  CF	
  torna	
  sem	
  objeto	
  eventual	
  argüição	
  
requerida	
  perante	
  Corte	
  estadual.	
  
Mas	
   ATENÇÃO:	
   A	
   suspensão	
   cautelar	
   da	
   eficácia	
   de	
   uma	
   norma	
   não	
   torna	
   inadmissível	
   a	
  
instauração	
   do	
   processo	
   de	
   controle	
   abstrato,	
   nem	
   afeta	
   o	
   objeto	
   do	
   processo	
   já	
   instaurado	
  
perante	
  outra	
  corte.	
  
	
  
Questão	
  importantíssima	
  suscitada	
  por	
  Gilmar	
  Mendes:	
  
	
   Questão	
  problemática	
  há	
  quanto	
  aos	
  processos	
  instaurados	
  simultaneamente	
  perante	
  TJ	
  e	
  STF,	
  no	
  
caso	
   de	
   ações	
   diretas	
   contra	
   determinado	
   ato	
   normativo	
   estadual	
   em	
   face	
   de	
   parâmetros	
   estadual	
   e	
  
federal	
  de	
  conteúdo	
  idêntico.	
  
	
   O	
  STF	
  tem	
  entendido	
  que,	
  nos	
  casos	
  de	
  tramitação	
  paralela	
  com	
  objeto	
  comum,	
  e	
  com	
  fundamento	
  
em	
  norma	
  constitucional	
  de	
  reprodução	
  obrigatória	
  para	
  o	
  Estado-­‐membro,	
  há	
  de	
  se	
  suspender	
  o	
  processo	
  
no	
  âmbito	
  da	
  Justiça	
  estadual	
  até	
  a	
  deliberação	
  definitiva	
  da	
  Suprema	
  Corte.	
  
	
  
2º) LIMITE	
  TEMPORAL	
  # 	
  Para	
  que	
  o	
  ato	
  seja	
  considerado	
  inconstitucional,	
  deve	
  ser	
  posterior	
  à	
  
Constituição.	
  Não	
  há	
  inconstitucionalidade	
  superveniente,	
  como	
  vimos.	
  
	
   Assim,	
  os	
  atos	
  normativos	
  objeto	
  de	
  ADI	
  e	
  ADC	
  devem	
  ser	
  posteriores	
  a	
  05.10.1988	
  ou,	
  no	
  
caso	
  de	
  emenda,	
  ao	
  parâmetro	
  invocado	
  (ou	
  seja:	
  quando	
  o	
  parâmetro	
  constitucional	
  for	
  alterado	
  
por	
  emenda,	
  o	
  ato	
  normativo	
  deve	
  ser	
  posterior	
  à	
  Emenda).	
  
	
   A	
  ADC	
  foi	
  acrescida	
  à	
  CF/88	
  por	
  Emenda	
  (EC	
  03/93).	
  Para	
  parte	
  da	
  doutrina,	
  somente	
  atos	
  
posteriores	
  a	
  03/93	
  poderiam	
  ser	
  objeto	
  de	
  ADC.	
  Esta	
  ressalva	
  não	
  é	
   feita	
  pelo	
  STF.	
  O	
  Supremo	
  
não	
  se	
  importa	
  com	
  esta	
  questão	
  (a	
  ADC	
  n.	
  1,	
  p.	
  ex.,	
  tinha	
  por	
  objeto	
  uma	
  lei	
  de	
  1991).	
  
	
  
3º) LIMITE	
  ESPACIAL	
  # 	
  Há,	
  aqui,	
  uma	
  distinção	
  entre	
  ADI	
  e	
  ADC.	
  
 
9	
   Inclusive	
   porque	
   em	
   dez.	
   de	
   2008	
   o	
   presidente	
   do	
   STF	
   editou	
   resolução	
   disciplinando	
   o	
   processamento	
   de	
   proposta	
   de	
   edição,	
   revisão	
   e	
  
cancelamento	
  de	
  súmula	
  vinculante	
  de	
  forma	
  bem	
  diferente	
  da	
  ADI	
  (processamento	
  eletrônico,	
  v.g.).	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
12	
  
1ª A	
  ADC	
  só	
  pode	
  ter	
  como	
  objeto	
  uma	
  lei	
  ou	
  ato	
  normativo	
  emanados	
  da	
  esfera	
  federal,	
  
por	
  expressa	
  previsão	
  constitucional	
  (essa	
  informação	
  cai	
  muito	
  em	
  concursos)10.	
  
2ª A	
  ADI,	
  por	
  outro	
  lado,	
  pode	
  ter	
  por	
  objeto	
  lei	
  ou	
  ato	
  normativo	
  federal	
  ou	
  estadual.	
  
(Anomalia:	
   autoridade	
   federal	
   pode	
   propor	
   ADC,	
   mas	
   esta	
   ação	
   não	
   pode	
   ter	
   por	
  
objeto	
  ato	
  normativo	
  estadual).	
  
Art.	
  102.	
  Competeao	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal,	
  precipuamente,	
  a	
  guarda	
  da	
  Constituição,	
  cabendo-­‐lhe:	
  
I	
  -­‐	
  processar	
  e	
  julgar,	
  originariamente:	
  
a)	
   a	
   ação	
   direta	
   de	
   inconstitucionalidade	
   de	
   lei	
   ou	
   ato	
   normativo	
   FEDERAL	
   ou	
   ESTADUAL	
   e	
   a	
   ação	
  
declaratória	
   de	
   constitucionalidade	
   de	
   lei	
   ou	
   ato	
   normativo	
   FEDERAL;	
   (Redação	
   dada	
   pela	
   Emenda	
  
Constitucional	
  nº	
  3,	
  de	
  1993).	
  
	
  
	
  
	
   As	
   leis	
   ou	
   atos	
   normativos	
  municipais,	
   por	
   falta	
   de	
   previsão	
   legal,	
   não	
   estão	
   sujeitos	
   ao	
  
controle	
  concentrado	
  por	
  via	
  da	
  ADI	
  ao	
  STF.	
  
	
  
	
  
	
  
a) Leis	
  e	
  atos	
  normativos	
  federais	
  –	
  Devemos	
  entender	
  com	
  tais:	
  
i. Disposições	
  da	
  CF	
  propriamente	
  dita	
  (direito	
  constitucional	
  secundário);	
  
ii. Lei	
   de	
   todas	
   as	
   formas	
   e	
   conteúdos	
   (inclusive	
   MPs,	
   se	
   não	
   rejeitadas,	
   revogadas	
   ou	
  
prejudicadas);	
  
iii. Decreto	
  legislativo	
  que	
  contém	
  aprovação	
  do	
  Congresso	
  aos	
  tratados	
  e	
  autoriza	
  o	
  Presidente	
  a	
  
ratificá-­‐los	
  em	
  nome	
  do	
  Brasil	
  (art.	
  49,	
  I);	
  
iv. Decreto	
  do	
  chefe	
  do	
  Executivo	
  que	
  promulga	
  os	
  tratados	
  e	
  convenções;	
  
v. Decreto	
   legislativo	
   do	
   CN	
   que	
   suspende	
   execução	
   de	
   ato	
   do	
   Executivo,	
   em	
   virtude	
   de	
  
incompatibilidade	
  com	
  a	
  lei	
  regulamentada	
  (art.	
  49,	
  V,	
  CF);	
  
vi. Atos	
  normativos	
  editados	
  por	
  pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  público	
  criadas	
  pela	
  União,	
  em	
  como	
  
os	
  regimentos	
  dos	
  Tribunais	
  Superiores,	
  se	
  configurado	
  seu	
  caráter	
  autônomo,	
  não	
  meramente	
  
ancilar;	
  
vii. O	
  Decreto	
   legislativo	
  aprovado	
  pelo	
  CN	
  com	
  o	
  escopo	
  de	
  sustar	
  os	
  atos	
  normativos	
  do	
  PE	
  que	
  
exorbitem	
  do	
  poder	
  regulamentar	
  ou	
  dos	
  limites	
  de	
  delegação	
  legislativa	
  (49,	
  V);	
  
viii. Outros	
  atos	
  do	
  PE	
   com	
   força	
  normativa,	
   com	
  os	
  pareceres	
  da	
  Consultoria-­‐Geral	
  da	
  República,	
  
devidamente	
  aprovados	
  pelo	
  Presidente,	
  ou	
  Decreto	
  que	
  assuma	
  perfil	
  autônomo	
  ou	
  exorbite	
  
flagrantemente	
  do	
  âmbito	
  do	
  Poder	
  Regulamentar.	
  
	
  
b) Leis	
  e	
  atos	
  normativos	
  estaduais	
  –	
  Podem	
  ser	
  assim	
  considerados:	
  
i. Disposições	
  das	
  Constituições	
  estaduais;	
  
ii. Leis	
  estaduais,	
  qualquer	
  que	
  seja	
  seu	
  conteúdo;	
  
iii. Leis	
  estaduais	
  editadas	
  para	
  regulamentar	
  matéria	
  de	
  competência	
  exclusiva	
  da	
  União;	
  
iv. Decreto	
  editado	
  com	
  força	
  de	
  lei;	
  
v. Regimentos	
  internos	
  dos	
  tribunais	
  estaduais	
  e	
  assembléias	
  legislativas;	
  
vi. Atos	
  normativos	
  expedidos	
  por	
  pessoas	
  jurídicas	
  de	
  direito	
  público	
  estadual.	
  
	
  
 
10	
  Hoje	
  existe	
  uma	
  PEC	
  no	
  Senado	
  Federal	
  para	
  alterar	
  o	
  objeto	
  da	
  ADC,	
  visando	
  igualá-­‐lo	
  ao	
  objeto	
  da	
  ADI.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
13	
  
c) Leis	
   e	
   atos	
   normativos	
   do	
   Distrito	
   Federal	
   –	
   O	
   Distrito	
   Federal	
   exerce	
   competência	
  
legislativa	
   híbrida:	
   a	
   lei	
   distrital	
   pode	
   ter	
   conteúdo	
   típico	
   de	
   lei	
   estadual	
   ou	
   de	
   lei	
  
municipal.	
  	
  
" Se	
  a	
  norma	
  distrital	
  tiver	
  conteúdo	
  estadual,	
  caberá	
  ADI	
  em	
  face	
  da	
  CF	
  ao	
  STF11.	
  
" Se	
   a	
   norma	
   distrital	
   tiver	
   conteúdo	
   municipal,	
   poderá	
   sofrer	
   controle	
   de	
  
constitucionalidade	
  concentrado	
  pelo	
  TJ/DF	
  em	
  face	
  da	
  Lei	
  Orgânica:	
  
Súmula	
  642	
  do	
  STF.	
  Não	
  cabe	
  Ação	
  Direta	
  de	
  Inconstitucionalidade	
  de	
  lei	
  do	
  distrito	
  federal	
  derivada	
  da	
  
sua	
  competência	
  legislativa	
  municipal.	
  
Antes	
   de	
   adentrar	
   no	
   mérito	
   da	
   questão	
   aqui	
   debatida,	
   anoto	
   que,	
   muito	
   embora	
   não	
   tenha	
   o	
  
constituinte	
  incluído	
  o	
  Distrito	
  Federal	
  no	
  art.	
  125,	
  §2º,	
  que	
  atribui	
  competência	
  aos	
  Tribunais	
  de	
  Justiça	
  
dos	
  Estados	
  para	
  instituir	
  a	
  representação	
  de	
  inconstitucionalidade	
  em	
  face	
  das	
  constituições	
  estaduais,	
  
a	
   Lei	
   Orgânica	
   do	
   Distrito	
   Federal	
   apresenta,	
   no	
   dizer	
   da	
   doutrina,	
   a	
   natureza	
   de	
   verdadeira	
  
constituição	
  local,	
  ante	
  a	
  autonomia	
  política,	
  administrativa	
  e	
  financeira	
  que	
  a	
  Carta	
  confere	
  a	
  tal	
  ente	
  
federado.	
   Por	
   essa	
   razão,	
   entendo	
   que	
   se	
   mostra	
   cabível	
   a	
   propositura	
   da	
   ação	
   direta	
   de	
  
inconstitucionalidade	
  pelo	
  MPDFT	
  no	
  caso	
  em	
  exame	
  (STF,	
  RE	
  577.025,	
  j.	
  11/12/2008)	
  
	
  
ATENÇÃO:	
  Normas	
  municipais	
  
	
   Em	
  relação	
  aos	
  atos	
  normativos	
  MUNICIPAIS	
  não	
  haverá	
  controle	
  concentrado	
  em	
  face	
  da	
  
Constituição	
  Federal,	
  por	
  falta	
  de	
  previsão	
  legal	
  (silêncio	
  eloqüente).	
  Jurisprudência:	
  
" Cabe	
  ADPF	
  contra	
  a	
  norma	
  municipal	
  que	
  contrariar	
  a	
  CF,	
  perante	
  o	
  STF.	
  
" Não	
  pode	
   a	
  Constituição	
  Estadual	
  prever	
  o	
  controle	
  concentrado	
  de	
  constitucionalidade	
  
de	
  normas	
  municipais	
  em	
  face	
  da	
  CF	
  realizado	
  pelo	
  TJ	
  local	
  (STF,	
  ADI	
  347/SP).	
  	
  
" Pode	
  haver	
  controle	
  concentrado	
  perante	
  o	
  TJ	
  de	
  normas	
  municipais	
  em	
  face	
  da	
  CE,	
  ainda	
  
que	
  a	
  norma	
  da	
  CE	
   invocada	
  como	
  parâmetro	
  seja	
  de	
  repetição	
  obrigatória	
  e	
   idêntica	
  à	
  
norma	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  (STF,	
  Rcl	
  383/SP).	
  
Obs:	
   Cabe	
   RE	
   ao	
   STF	
   quando	
   a	
   norma	
   que	
   serviu	
   de	
   parâmetro	
   de	
   controle	
   da	
   Constituição	
  
Estadual	
  for	
  norma	
  de	
  reprodução	
  obrigatória,	
  repetida	
  e	
  copiada	
  da	
  Constituição	
  Federal.	
  
	
  
" Pode	
  haver	
  controle	
  difuso	
   (inclusive	
  com	
  a	
  possibilidade	
  de	
  posterior	
  suspensão	
  do	
  ato	
  
pelo	
  Senado	
  Federal).	
  
" O	
  controle	
  de	
  norma	
  municipal	
  em	
  face	
  da	
  Lei	
  Orgânica	
  do	
  Município	
  não	
  é	
  controle	
  de	
  
constitucionalidade,	
  mas	
  sim	
  de	
  legalidade.	
  	
  
	
  
	
  
3.2.	
  Parâmetro	
  
	
   Como	
  pontua	
  Pedro	
  Lenza,	
  é	
  parâmetro	
  do	
  controle	
  o	
  BLOCO	
  DE	
  CONSTITUCIONALIDADE,o	
  qual	
  foi	
  ampliado	
  pela	
  EC	
  45,	
  que	
  passou	
  a	
  prever	
  os	
  tratados	
  de	
  direitos	
  humanos	
  com	
  status	
  
de	
  emenda	
  constitucional	
  (quando	
  aprovados	
  pelo	
  quorum	
  qualificado)12.	
  Assim,	
  estão	
  abrangidos	
  
no	
  bloco	
  de	
  constitucionalidade:	
  
" Normas	
  da	
  Constituição	
  (originárias	
  ou	
  decorrentes	
  de	
  emendas)	
  
 
11	
  Algumas	
  leis	
  do	
  Distrito	
  Federal	
  tratam	
  tanto	
  de	
  competência	
  típica	
  estadual	
  quanto	
  municipal.	
  Neste	
  caso,	
  o	
  controle	
  abstrato	
  se	
  restringe	
  ao	
  
conteúdo	
  estadual,	
  ante	
  a	
  impossibilidade	
  de	
  se	
  proceder	
  ao	
  exame	
  direto	
  de	
  constitucionalidade	
  da	
  lei	
  municipal,	
  perante	
  o	
  STF.	
  
12	
  Segundo	
  Lenza,	
  mesmo	
  a	
  tendência	
  ampliativa	
  do	
  bloco	
  de	
  constitucionalidade	
  ainda	
  lhe	
  parece	
  tímida,	
  pois	
  adota	
  a	
  supremacia	
  formal,	
  apoiada	
  
no	
  conceito	
  de	
  rigidez	
  constitucional	
  e	
  na	
  conseqüente	
  obediência	
  aos	
  princípios	
  e	
  preceitos	
  decorrentes	
  da	
  Constituição.	
  
DIREITO	
  CONSTITUCIONAL	
  –	
  JOÃO	
  PAULO	
  LORDELO	
  
 
 
14	
  
" Princípios	
  expressos	
  e	
  implícitos	
  decorrentes	
  do	
  sistema	
  constitucional	
  
" Tratados	
  internacionais	
  com	
  status	
  de	
  emenda	
  constitucional	
  
	
   Nos	
   termos	
   do	
   art.	
   102,	
   I,	
   a,	
   CF,	
   o	
   parâmetro	
   do	
   controle	
   abstrato	
   de	
   normas	
   é,	
  
exclusivamente,	
   a	
   Constituição	
   vigente.	
   Não	
   se	
   admite	
   controle	
   abstrato	
   tendo	
   por	
   parâmetro	
  
norma	
  constitucional	
  já	
  revogada.	
  Essa	
  hipóteses	
  seria	
  possível	
  na	
  via	
  incidental.	
  
Dúvida:	
  é	
  possível	
  o	
  exame	
  de	
  constitucionalidade	
  de	
  uma	
   lei	
   se	
  o	
  parâmetro	
  de	
  controle	
   foi	
  
modificado	
  após	
  a	
  propositura	
  da	
  ação?	
  
Prevalecia	
   no	
   STF	
   o	
   entendimento	
   de	
   que,	
   se	
   ocorresse	
   alteração	
   no	
   parâmetro	
   constitucional	
  
invocado,	
  e	
   já	
  proposta	
  a	
  ADI,	
  esta	
  deveria	
  ser	
   julgada	
  prejudicada	
  em	
  razão	
  da	
  perda	
  superveniente	
  de	
  
seu	
  objeto.	
  Isso	
  aconteceria,	
  por	
  exemplo,	
  se	
  o	
  parâmetro	
  fosse	
  alterado	
  por	
  emenda.	
  Gilmar	
  Mendes	
  (QO	
  
na	
  ADI	
  1.244)	
  entendia,	
  isoladamente,	
  que	
  ADI	
  deveria	
  continuar	
  a	
  ser	
  julgada	
  nestes	
  casos.	
  
“Julga-­‐se	
  prejudicada	
  total	
  ou	
  parcialmente	
  a	
  ação	
  direta	
  de	
   inconstitucionalidade	
  no	
  ponto	
  em	
  que,	
  
depois	
   de	
   seu	
   ajuizamento,	
   emenda	
   à	
   Constituição	
   haja	
   ab-­‐rogado	
   ou	
   derrogado	
   norma	
   de	
   Lei	
  
Fundamental	
   que	
   constituísse	
   paradigma	
   necessário	
   à	
   verificação	
   da	
   procedência	
   ou	
   improcedência	
  
dela	
  [...]”.	
  (ADI	
  1.434/SP).	
  
Em	
   15/09/2010,	
   no	
   julgamento	
   da	
   ADI	
   2158,	
   o	
   STF	
   alterou	
   seu	
   posicionamento,	
   rejeitando	
   a	
  
preliminar	
  de	
  prejudicialidade,	
  mesmo	
  tendo	
  havido	
  alteração	
  no	
  parâmetro	
  em	
  confronto,	
  para	
  analisar	
  
a	
  constitucionalidade	
  da	
   lei	
  à	
   luz	
  da	
   regra	
  constitucional	
  que	
  vigorava	
  à	
  época	
   (pois	
  o	
  STF	
  não	
  admite	
  o	
  
fenômeno	
   da	
   constitucionalidade	
   superveniente	
   e,	
   assim,	
   a	
   lei	
   deve	
   ser	
   nulificada	
   perante	
   a	
   regra	
   da	
  
Constituição	
   que	
   vigorava	
   è	
   época	
   de	
   sua	
   edição	
   –	
   princípio	
   da	
   contemporaneidade).	
   Argumentos	
  
utilizados	
  pelo	
  STF:	
  	
  
EMENTA	
   Ação	
   Direta	
   de	
   Inconstitucionalidade.	
   AMB.	
   Lei	
   nº	
   12.398/98-­‐Paraná.	
   Decreto	
   estadual	
   nº	
  
721/99.	
  Edição	
  da	
  EC	
  nº	
  41/03.	
  Substancial	
  alteração	
  do	
  parâmetro	
  de	
  controle.	
  Não	
  ocorrência	
  de	
  
prejuízo.	
   SUPERAÇÃO	
   DA	
   JURISPRUDÊNCIA	
   DA	
   CORTE	
   ACERCA	
   DA	
   MATÉRIA.	
   Contribuição	
   dos	
  
inativos.	
  Inconstitucionalidade	
  sob	
  a	
  EC	
  nº	
  20/98.	
  Precedentes.	
  1.	
  Em	
  nosso	
  ordenamento	
  jurídico,	
  não	
  
se	
   admite	
   a	
   figura	
   da	
   constitucionalidade	
   superveniente.	
  Mais	
   relevante	
   do	
   que	
   a	
   atualidade	
   do	
  
parâmetro	
  de	
  controle	
  é	
  a	
  constatação	
  de	
  que	
  a	
  inconstitucionalidade	
  persiste	
  e	
  é	
  atual,	
  ainda	
  que	
  
se	
  refira	
  a	
  dispositivos	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  que	
  não	
  se	
  encontram	
  mais	
  em	
  vigor.	
  Caso	
  contrário,	
  
ficaria	
   sensivelmente	
   enfraquecida	
   a	
   própria	
   regra	
   que	
   proíbe	
   a	
   convalidação.	
   2.	
   A	
   jurisdição	
  
constitucional	
  brasileira	
  não	
  deve	
  deixar	
  às	
   instâncias	
  ordinárias	
  a	
  solução	
  de	
  problemas	
  que	
  podem,	
  
de	
  maneira	
  mais	
  eficiente,	
  eficaz	
  e	
  segura,	
  ser	
  resolvidos	
  em	
  sede	
  de	
  controle	
  concentrado	
  de	
  normas.	
  
3.	
   A	
   Lei	
   estadual	
   nº	
   12.398/98,	
   que	
   criou	
   a	
   contribuição	
   dos	
   inativos	
   no	
   Estado	
   do	
   Paraná,	
   por	
   ser	
  
inconstitucional	
  ao	
  tempo	
  de	
  sua	
  edição,	
  não	
  poderia	
  ser	
  convalidada	
  pela	
  Emenda	
  Constitucional	
  nº	
  
41/03.	
  E,	
  se	
  a	
  norma	
  não	
  foi	
  convalidada,	
   isso	
  significa	
  que	
  a	
  sua	
  inconstitucionalidade	
  persiste	
  e	
  é	
  
atual,	
  ainda	
  que	
  se	
  refira	
  a	
  dispositivos	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  que	
  não	
  se	
  encontram	
  mais	
  em	
  vigor,	
  
alterados	
  que	
  foram	
  pela	
  Emenda	
  Constitucional	
  nº	
  41/03.	
  Superada	
  a	
  preliminar	
  de	
  prejudicialidade	
  
da	
   ação,	
   fixando	
   o	
   entendimento	
   de,	
   analisada	
   a	
   situação	
   concreta,	
  não	
   se	
   assentar	
   o	
   prejuízo	
   das	
  
ações	
  em	
  curso,	
  para	
  evitar	
  situações	
  em	
  que	
  uma	
  lei	
  que	
  nasceu	
  claramente	
  inconstitucional	
  volte	
  a	
  
produzir,	
  em	
  tese,	
  seus	
  efeitos,	
  uma	
  vez	
  revogada	
  as	
  medidas	
  cautelares	
  concedidas	
  já	
  há	
  dez	
  anos.	
  
4.	
  No	
  mérito,	
  é	
  pacífica	
  a	
  jurisprudência	
  desta	
  Corte	
  no	
  sentido	
  de	
  que	
  é	
  inconstitucional	
  a	
  incidência,	
  
sob	
  a	
  égide	
  da	
  EC	
  nº	
  20/98,	
  de	
  contribuição	
  previdenciária	
  sobre	
  os	
  proventos	
  dos	
  servidores	
  públicos	
  
inativos	
  e	
  dos	
  pensionistas,	
  como	
  previu	
  a	
  Lei	
  nº	
  12.398/98,	
  do	
  Estado	
  do	
  Paraná	
  (cf.	
  ADI	
  nº	
  2.010/DF-­‐
MC,	
   Relator	
   o	
   Ministro	
   Celso	
   de	
   Mello,	
   DJ	
   de	
   12/4/02;	
   e	
   RE	
   nº	
   408.824/RS-­‐AgR,	
   Segunda

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