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Apostila de Direito Eleitoral - FRACA entretanto é da FGV

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DIREITO ELEITORAL E PARTIDÁRIO
Prof. Sérgio Franco Leão
Ponto 01: Dos Partidos Políticos:
1. Dos Partidos Políticos:
1.1. Conceito:
	Para o Prof. Uadi Lammêgo Bulos (2009, p. 771), partidos políticos “são associações de pessoas, unidas por uma ideologia ou interesses comuns, que, organizadas estavelmente, influenciam a opinião popular e a orientação política do país”.
	Para José Afonso da Silva, citado por VASCONCELOS (2011, p. 54), “partido político é uma forma de agremiação de um grupo social que se propõe organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo”.
	Diante de tais conceitos, podemos identificar alguns elementos em comum: a) partido político é uma união de pessoas; b) o que gera essa união é o mesmo interesse ou ideologia; c) o partido político serve para instrumentalizar a vontade popular; d) e, por fim, o partido tem o fim de assumir o poder para realizar o seu programa.
1.2. Natureza jurídica:
		
	Pela própria atividade fim desenvolvida pelos partidos políticos, os mesmos se apresentam como personalidades jurídicas de direito privado, como assim disciplina, de forma expressa, o artigo 44, inciso V, do Código Civil de 2002.
1.3. Do Registro Civil e Político do partido:
 
	O ponto de partida para o registro de um partido político é a aplicação do princípio da liberdade partidária, assim estampado no artigo 17, da Constituição Federal:
	Artigo 17: é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
	I – caráter nacional;
	II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
	III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
	IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei. 	
	Para a constituição de um partido político, portanto, devem ser cumpridas as seguintes etapas então previstas na Lei n° 9.096/95 e Resolução TSE n° 19.406/95:
a) aquisição da personalidade jurídica civil na forma da lei: realizar o requerimento de registro junto ao Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal. O referido requerimento deve ser subscrito por seus fundadores, em número nunca inferior a 101 (cento e um), com domicílio eleitoral em, no mínimo, 1/3 dos Estados da Federação. Cumpridas as exigências, o Oficial do Cartório lança o respectivo registro no livro correspondente (observância ao artigo 114, inciso III, da Lei de Registros Públicos – Lei n° 6.515/77);
b) lista de apoio: após a aquisição da personalidade jurídica, o partido deve promover a obtenção da lista de apoio ou apoiamento, que conter, no mínimo com o apoio de eleitores correspondentes a pelo menos 0,5% dos votos válidos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, distribuídos por 1/3 ou mais, dos Estados (pelo menos em nove Estados), com um mínimo de 0,01% do eleitorado que haja votado em cada um deles.
	Após a lista de apoio, o partido se organizará, na forma de seu estatuto, os órgãos de direção municipal e regional, designando os seus dirigentes; organizado em, no mínimo, um terço dos Estados, constituindo, também, o seu órgão de direção nacional. Após a constituição e designação dos órgãos de direção municipais e regional, o Presidente Regional do Partido solicitará o registro no respectivo TRE (vide artigo 17, §1°, da CF/88).
c) registro na Justiça Eleitoral: os dirigentes nacionais promoverão o registro do estatuto do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (vide art. 17, §2°, CF/88). Apenas com o registro do estatuto é que o partido assegura a sua exclusividade da sua denominação, sigla e símbolos.
	Ressalta-se que o parágrafo 4°, do artigo 17, da Constituição Federal, veda de forma expressa a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar, delimitando, de forma expressa, que os partidos políticos são entidades de natureza civil.
1.4. Da participação no fundo partidário:
	Após a definida constituição do partido, o mesmo passa a ter acesso ao fundo partidário, como assim é definido no artigo 17, §3°, da CF/88, inclusive, com acesso gratuito ao rádio e à televisão. Tal previsão é vista como direito e garantia constitucional dos partidos políticos.
	
1.4.1. Do fundo partidário:
	O Fundo Partidário de Assistência Financeira aos Partidos Políticos é constituído através da arrecadação das multas aplicadas com base na legislação eleitoral, doações e dotações (previsões) orçamentárias da União fundadas no número de eleitores, como assim prevê o artigo 38, da Lei n° 9.096/95.
	Assim, prevê o referido dispositivo infraconstitucional:
 	Art. 38. O Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos (Fundo Partidário) é constituído por:
        	I - multas e penalidades pecuniárias aplicadas nos termos do Código Eleitoral e leis conexas;
        	II - recursos financeiros que lhe forem destinados por lei, em caráter permanente ou eventual;
       	III - doações de pessoa física ou jurídica, efetuadas por intermédio de depósitos bancários diretamente na conta do Fundo Partidário;
        	IV - dotações orçamentárias da União em valor nunca inferior, cada ano, ao número de eleitores inscritos em 31 de dezembro do ano anterior ao da proposta orçamentária, multiplicados por trinta e cinco centavos de real, em valores de agosto de 1995.
	Os depósitos para o fundo partidário é feito em conta específica e é dividido da seguinte forma: 5% do total é dividido em partes iguais a todos os partidos que tenham registro de seus estatutos no TSE e 95% é distribuído na proporção dos votos obtidos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados, nos termos do artigo 41-A, da Lei n° 9.096/95.
	No ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas (são as chamadas doações).
 	As pessoas físicas poderão doar até 10% do seu rendimento bruto auferidos no ano anterior à eleição. Já as doações feitas por pessoas jurídicas não poderão ser superior a 2% do seu faturamento bruto do ano anterior à eleição. A doação superior a tais limites sujeita os doadores a aplicação de multa no valor de 5 a 10 vezes a quantia em excesso; e, ainda, às pessoas jurídicas resta proibido de participar de licitações públicas e de celebrar contratos com o Poder Público pelo período de cinco anos, em processo apurado perante a Justiça Eleitoral, assegurada a ampla defesa.
	As penalidades são aplicadas de acordo com a previsão do art. 22, da Lei Complementar n° 64/90, e o prazo de recurso contra tais decisões é de 3 (três) dias, a contar da data da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.
	Ressalta-se que toda doação feita a candidato deve ser feita mediante recibo, em formulário impresso ou em formulário eletrônico, no caso de doação via internet, sendo, neste caso, dispensada a assinatura do doador.
1.4.2. Do acesso gratuito ao rádio e à televisão:
	A questão da propaganda eleitoral realizada pelos partidos políticos é regulamentada, de forma conjunta, pelas Leis n° 9.096/95 e 9.504/97.
	De forma, geral, o artigo 17, §3°, da Constituição Federal, estabelece o direito dos partidos políticos ao acesso gratuito ao rádio e à televisão.[1: Artigo 17: § 3º: os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei.]
	O acesso gratuito ao rádio e à televisão se divide em propagandas institucionais e propagandas eleitorais, sendo que esta última estudaremos mais adiante e um capítulo específico.
	A propaganda institucional, também conhecida como propaganda oficial, é realizada para divulgar de forma moral os atos e feitos da Administração realizada por determinado partido político, sempre para informar a população. Tal propaganda é realizada pelos partidospolíticos mediante autorização do agente público e com recursos públicos, não havendo possibilidade de subvenção por parte da iniciativa privada (VASCONCELOS, 2011, p. 86).
	A Constituição Federal, em seu artigo 37, §1°, estabelece que “a publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizam promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. 
	A infringência a tal dispositivo constitucional é configurado como abuso de autoridade, ficando o autor de tal conduta sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma, nos termos do artigo 74, da Lei n° 9.504/97.[2: Art. 74.  Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o responsável, se candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma.]
	A referida propaganda de previsão constitucional é conceituada como propaganda genérica e exclusiva do programa e da proposta política do partido, se diferenciando da propaganda eleitoral em si. Assim, ela não pode conter nomes de candidatos a cargos eletivos, exceto os partidários.
	A propaganda de rádio e televisão tem previsão nos artigos 45 a 49, da Lei n° 9.096/95, sendo a mesma restrita aos horários gratuitos disciplinados pela legislação eleitoral. No artigo 45, podemos destacar os seguintes objetivos (VASCONCELOS, 2011, p. 87):
a) divulgar os programas e a ideologia do partido político;
b) transmitir mensagens a seus filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com estes relacionados e das atividades congressuais do partido;
c) difundir a posição do partido em relação a temas político-comunitários, de interesse da sociedade;
d) promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10%.
	O parágrafo 1°, do mencionado dispositivo também traz as condutas que são vedadas nas propagandas de rádio e televisão:
a) participação de pessoa filiada a partido que não o responsável pelo programa;
b) divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos;
c) a utilização de imagens ou cenas incorretas ou incompletas, efeitos ou quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou sua comunicação. Portanto, fica proibida a utilização da “trucagem”, montagem ou simplesmente a apresentação de cenas incompletas ou incorretas.
	A propaganda política partidária vai ao ar entre as 19h:30min e as 22 horas, sendo vedada a realização de propaganda paga fora do horário especificado pela legislação. Registra-se que tal propaganda é gratuita para os partidos políticos, porém o veículo emissor é sempre ressarcido pelo poder público através de compensação tributária, nos termos do artigo 52, parágrafo único, da Lei n° 9.096/95. A produção e transmissão do programa são de inteira responsabilidade dos órgãos de direção do partido.[3: Parágrafo único: as emissoras de rádio e televisão terão direito a compensação fiscal pela cedência do horário gratuito previsto nesta Lei.]
	Quanto ao tempo de propaganda eleitoral, o mesmo é definido em decorrência da representação parlamentar do partido. Quanto maior o número de votos obtidos na eleição para a Casa Legislativa, maior será o tempo disponibilizado (VASCONCELOS, 2011, p. 88).
	No segundo semestre do ano eleitoral, é proibida a veiculação de propaganda partidária no rádio e na televisão, pois a propaganda realizada durante esse período é de natureza eleitoral e não partidária, sendo vedada inclusive se a propaganda partidária for paga. Em caso de descumprimento de tal norma, o partido político será inserido nas disposições do artigo 45, da Lei n° 9.504/97, sendo punido: a) se a infração ocorrer nas transmissões em bloco, com a cassação do direito de transmissão no semestre seguinte; b) quando a infração ocorrer nas transmissões em inserções, com a cassação de tempo equivalente a 5 (cinco) vezes ao da inserção ilícita, no semestre seguinte.
1.4.2.1. Propaganda intrapartidária:
 	Segundo VASCONCELOS: “é aquela realizada por filiados de um partido político, nos 15 dias que antecedem a convenção, visando convencer os correligionários do partido a escolher o seu nome para concorrer a um cargo eletivo, em determinada eleição” (2011, p. 88).
 	Para tal propaganda é proibido o uso de rádio e televisão, sendo possível, apenas o uso de mala direta ou faixas afixadas nas proximidades do local onde será realizada a convenção, nos termos do artigo 36, §1°, da Lei n° 9.504/97.
	Os partidos ainda têm autorização para realizar as chamadas prévias eleitorais, que são reuniões antes das convenções para conhecer a opinião dos filiados sobre a escolha de candidatos, a qual deve ser confirmada na convenção. Excepcionalmente se permite a realização de convenções em prédios públicos (artigo 8°, §2°, Lei n° 9.504/97), sendo que os partidos ficam responsáveis por quaisquer danos então provocados aos prédios.
3. Das obrigações dos partidos políticos:
	Os partidos políticos têm as seguintes obrigações (artigo 17, I a IV, da CF/88):
a) ter caráter nacional: os partidos devem ter representantes na maioria dos Estados da Federação e com propostas que englobem o interesse de toda a nação. Portanto, fica vedada a criação de partidos políticos regionais, que defendam apenas interesses locais;
b) proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a interesses alienígenas: tal regra visa preservar a soberania do País, vedando que os partidos possam receber de forma direta ou indiretamente doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de entidade de governo estrangeiro, assim como entidade de classe sindical entre outros (artigo 13, da Resolução TSE n° 22.160).
ATENÇÃO: somente pode-se falar em arrecadação e em aplicação de recursos nas campanhas eleitorais após os candidatos e comitês financeiros efetuarem a respectiva inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas – CNPJ. Depois do recebimento do pedido de registro da candidatura, a Justiça Eleitoral deverá fornecer, em até 3 dias úteis, o número de registro de CNPJ. É obrigatório para o partido e para os candidatos abrir conta bancária específica para registrar todo o movimento financeiro da campanha. Os bancos são obrigados a acatar, em até 3 dias, o pedido de abertura de conta de qualquer comitê financeiro ou candidato escolhido em convenção, sendo-lhes vedado condicioná-la a depósito mínimo e à cobrança de taxas e/ou outras despesas de manutenção. Cumprida essas exigências, ficam os candidatos e comitês financeiros autorizados a promover a arrecadação de recursos financeiros e a realizar as despesas necessárias à campanha eleitoral (art. 22, §1° e 22-A, da Lei n° 9.504/97).
3.1. Dos meios de doação financeira:
	As doações de recursos financeiros somente poderão ser efetuadas na conta bancária, por meio de:
I) cheques cruzados e nominais ou transferência eletrônica de depósitos;
II) depósitos em espécie devidamente identificados até o limite, no caso de pessoa física, de 10% dos rendimentos brutos auferidos no ano anterior à eleição;
III) mecanismo disponível em sítio do candidato, partido ou coligação na internet, permitindo o uso do cartão de crédito, e que deverá atender aos seguintes requisitos:
a) identificação do doador;
b) emissão obrigatória de recibo eleitoral para cada doação realizada.
4. Prestação de contas para a Justiça Eleitoral:
	A legislação eleitoral prevê duas formas de prestação de contas:
a) prestação de contas anual, regulada nos artigos 30 a 33, da Lei n° 9.096/95;
b) prestação de contas de campanha eleitoral, regulada pela Lei n° 9.504/97.4.1. Prestação de contas anual:
	Os partidos estão obrigados a prestar contas anualmente à Justiça Eleitoral, com a apresentação do balanço contábil do exercício financeiro findo, até o dia 30 de abril do ano seguinte. O balanço contábil do órgão nacional será enviado ao TSE, o dos órgãos estaduais aos TRE’s e o dos órgãos municipais aos Juízes Eleitorais.
	No ano em que ocorrerem as eleições, o partido deve enviar balancetes mensais à Justiça Eleitoral, durante os 4 meses anteriores e os dois meses posteriores ao pleito eleitoral. A falta de prestação de contas ou sua desaprovação total ou parcial implica a suspensão de novas contas do Fundo Partidário e sujeita os responsáveis às penas da lei.
	A sanção de suspensão do repasse de novas cotas do Fundo Partidário, deverá ser aplicada de forma proporcional e razoável, pelo período de 1 mês a 12 meses, ou por meio de desconto, do valor a ser repassado, da importância apontada como irregular, não podendo ser aplicada a sanção de suspensão, caso a prestação de contas não seja julgada, pelo juízo ou tribunal competente, após 5 anos de sua apresentação.
	Da referida decisão, caberá recurso para os Tribunais Regionais Eleitorais ou para o TSE, conforme o caso, o qual deverá ser recebido com efeito suspensivo. Ressalta-se que tal exame de prestação de contas dos órgãos partidários tem caráter jurisdicional, e não administrativo.
4.2. Prestação de contas eleitorais:
	As prestações de contas dos candidatos às eleições majoritárias serão feitas por intermédio do comitê financeiro, com o devido acompanhamento dos extratos das contas bancárias referentes à movimentação dos recursos financeiros usados na campanha e da relação dos cheques recebidos, com a indicação dos respectivos números, valores e emitentes.
 	Por outro lado, as prestações de contas dos candidatos às eleições proporcionais serão feitas pelo comitê financeiro ou pelo próprio candidato.
	A não observância do prazo para encaminhamento das prestações de contas impede a diplomação dos eleitos, enquanto não cumprir tal exigência legal.
	De acordo com o artigo 29, §3°, da Lei n° 9.504/97, eventuais débitos de campanha não quitados até a data de apresentação da prestação de contas poderão ser assumidos pelo partido político, por decisão do seu órgão nacional de direção partidária. Nesse caso, o órgão partidário da respectiva circunscrição eleitoral passará a responder por todas as dívidas solidariamente com o candidato, hipótese em que a existência do débito não poderá ser considerada como causa para a rejeição das contas.
	Nessa análise das contas eleitorais, a Justiça Eleitoral decidirá (artigo 30, incisos I a IV, Lei n° 9.504/97):
a) pela aprovação, quando estiverem regulares;
b) pela aprovação com ressalvas, quando verificadas falhas que não lhes comprometam a regularidade;
c) pela desaprovação, quando verificadas falhas que lhes comprometam a regularidade;
d) pela não prestação, quando não apresentadas as contas após a notificação emitida pela Justiça Eleitoral, na qual constará a obrigação expressa de prestar as suas contas, no prazo de 72 horas.
	A decisão que julgar as contas dos candidatos eleitos será publicada em sessão até 8 dias antes da diplomação.
	De acordo com o artigo 30, §§ 2° e 2°-A, os erros formais e materiais corrigidos não autorizam a rejeição das contas e a cominação de sanção a candidato ou partido. Por outro lado, erros formais ou materiais irrelevantes no conjunto da prestação de contas, que não comprometam o seu resultado, não acarretarão a rejeição das contas.
	Da decisão que julgar as contas prestadas pelos candidatos ou comitês financeiros eleitorais caberá recurso ao órgão superior da Justiça Eleitoral, no prazo de 3 dias, a contar da publicação no Diário Oficial. No mesmo prazo, caberá recurso especial ao TSE (artigo 121, inciso I e II, do §4°, da CF/88).
	Destaca-se que qualquer partido ou coligação poderá representar junto à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias da diplomação, relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em desacordo com a norma Eleitoral, relativas à arrecadação e gastos de recursos (artigo 30-A). O prazo de recurso contra decisões proferidas em representações será de 3 dias, a contar da publicação do julgamento no Diário Oficial.
4.3. Sobras eleitorais:
	Em caso de sobras financeiras eleitorais, o artigo 31, da Lei n° 9.504/97, determina que essa sobra deve ser declarada na prestação de contas e, após julgados todos os recursos pendentes, a mesma deve ser transferida ao órgão do partido na circunscrição do pleito ou à coligação, sendo, neste caso, dividida entre os partidos que a compõem.
	A sobra financeira eleitoral deverá ser utilizada pelos partidos políticos, devendo tais valores ser declarados em suas prestações de contas perante a Justiça Eleitoral, com a respectiva identificação dos candidatos (art. 31, parágrafo único).
4.4. Conservação dos documentos:
	A Lei Geral das Eleições, em seu artigo 32, ainda determina que até cento e oitenta dias após a diplomação, os candidatos ou partidos devem conservar sob sua posse a documentação referente às suas contas eleitorais. E, estando pendente o julgamento de qualquer processo judicial relativo às contas eleitorais, a respectiva documentação deve ser conservada até a decisão final.
Ponto 02: Da Filiação Partidária:
1. Da Filiação Partidária:
	A questão da filiação partidária esbarra justamente na discussão se o mandato eletivo é da agremiação política ou se configura como um direito subjetivo do representante independentemente se ele foi eleito em razão da contribuição dos votos de legenda ou do aproveitamento das sobras partidárias.
	A Constituição Federal, em seu artigo 17, §1°, dá margem para que o estatuto dos partidos políticos possam estabelecer as regras de fidelidade partidária.
	Por seu turno, o artigo 25, da Lei n° 9.096/95, além de dispor sobre medidas disciplinares básicas de caráter partidário, prevê que o estatuto possa estabelecer penalidades, inclusive com desligamento temporário da bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação na respectiva Casa Legislativa ao parlamentar que se opuser pela atitude ou pelo voto às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários.
	No artigo 26, da referida norma, estabelece que perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.
	Tal situação ficou apenas no âmbito interno dos partidos, ou seja, na relação entre partido e filiado, não atingindo a perda do mandato em si, quando o parlamentar contrariasse a orientação da agremiação ou abandonasse tal legenda.
	Todavia, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 27 de março de 2007, ao responder a Consulta n° 1.398, fixou, por maioria, que os “partidos políticos e as coligações conservam direito a vaga obtida pelo sistema eleitoral proporcional, quando houver pedido de cancelamento de filiação ou transferência de um candidato eleito por um partido para outra legenda”. Tal entendimento também foi extensível aos cargos majoritários através da Consulta n° 1.407, de 16/10/2007.
	Por seu turno, diante de tal decisão, o Supremo Tribunal Federal (STF) reviu sua posição originária e passou a reconhecer que a mudança de legenda partidária leva à perda de mandato. Assim, no julgamento da ADIN n° 3.999/DF, proposta pelo Partido Social Cristão – PSC – foi reconhecido o direito dos partidos políticos conservarem os seus assentos nos respectivos cargos eletivos. Eis a ementa da decisão:
	
 	EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. RESOLUÇÕES DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL 22.610/2007 e 22.733/2008. DISCIPLINA DOS PROCEDIMENTOS DE JUSTIFICAÇÃO DA DESFILIAÇÃO PARTIDÁRIA E DA PERDA DO CARGO ELETIVO. FIDELIDADE PARTIDÁRIA. 1. Ação direta deinconstitucionalidade ajuizada contra as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008, que disciplinam a perda do cargo eletivo e o processo de justificação da desfiliação partidária. 2. Síntese das violações constitucionais arguidas. Alegada contrariedade do art. 2º da Resolução ao art. 121 da Constituição, que ao atribuir a competência para examinar os pedidos de perda de cargo eletivo por infidelidade partidária ao TSE e aos Tribunais Regionais Eleitorais, teria contrariado a reserva de lei complementar para definição das competências de Tribunais, Juízes e Juntas Eleitorais (art. 121 da Constituição). Suposta usurpação de competência do Legislativo e do Executivo para dispor sobre matéria eleitoral (arts. 22, I, 48 e 84, IV da Constituição), em virtude de o art. 1º da Resolução disciplinar de maneira inovadora a perda do cargo eletivo. Por estabelecer normas de caráter processual, como a forma da petição inicial e das provas (art. 3º), o prazo para a resposta e as consequências da revelia (art. 3º, caput e par. ún.), os requisitos e direitos da defesa (art. 5º), o julgamento antecipado da lide (art. 6º), a disciplina e o ônus da prova (art. 7º, caput e par. ún., art. 8º), a Resolução também teria violado a reserva prevista nos arts. 22, I, 48 e 84, IV da Constituição. Ainda segundo os requerentes, o texto impugnado discrepa da orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal nos precedentes que inspiraram a Resolução, no que se refere à atribuição ao Ministério Público eleitoral e ao terceiro interessado para, ante a omissão do Partido Político, postular a perda do cargo eletivo (art. 1º, § 2º). Para eles, a criação de nova atribuição ao MP por resolução dissocia-se da necessária reserva de lei em sentido estrito (arts. 128, § 5º e 129, IX da Constituição). Por outro lado, o suplente não estaria autorizado a postular, em nome próprio, a aplicação da sanção que assegura a fidelidade partidária, uma vez que o mandato "pertenceria" ao Partido.) Por fim, dizem os requerentes que o ato impugnado invadiu competência legislativa, violando o princípio da separação dos poderes (arts. 2º, 60, §4º, III da Constituição). 3. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento dos Mandados de Segurança 26.602, 26.603 e 26.604 reconheceu a existência do dever constitucional de observância do princípio da fidelidade partidária. Ressalva do entendimento então manifestado pelo ministro-relator. 4. Não faria sentido a Corte reconhecer a existência de um direito constitucional sem prever um instrumento para assegurá-lo. 5. As resoluções impugnadas surgem em contexto excepcional e transitório, tão somente como mecanismos para salvaguardar a observância da fidelidade partidária enquanto o Poder Legislativo, órgão legitimado para resolver as tensões típicas da matéria, não se pronunciar. 6. São constitucionais as Resoluções 22.610/2007 e 22.733/2008 do Tribunal Superior Eleitoral. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente.
	Após a decisão proferida pelo STF, o TSE editou a Resolução n° 22.610, alterada pela Resolução n° 22.733, sendo que, em seu artigo 1°, §1°, estabeleceu que considera justa causa, para não ocorrer a perda do mandato, a incorporação ou fusão do partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário e grave discriminação pessoal.
	Para tal fim, podem formular o pedido de perda do mandato eletivo, o próprio Partido Político interessado, o Ministério Público Eleitoral e aqueles que demonstrarem interesse jurídico.
	O TSE é órgão competente para processar e julgar os pedidos relativos à perda dos mandatos de âmbito federal (Presidente, Senadores e Deputados Federais); sendo que nos demais casos, a competência passa para os respectivos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE).
2. Das coligações partidárias:
2.1. Conceito:
	Entende-se por coligação “a junção temporária de dois ou mais partidos políticos, visando ao objetivo de alcançar êxito na disputa eleitoral de um pleito. Trata-se de faculdade atribuída aos partidos conforme suas disposições, devendo, ao menos em tese, ser feita entre partidos que tenham afinidade ideológica” (VASCONCELOS, 2011, p. 62). Apesar de não terem verdadeira personalidade jurídica, as coligações funcionam como autênticos partidos temporários. Nas palavras da Ministra Carmen Lúcia (STF), a “coligação assume perante os demais partidos e coligações, os órgãos da Justiça Eleitoral e, também, os eleitores, natureza de superpartido”.[4: Julgamento do MS n° 30.260/DF, julgado em 27/04/2011.]
	Diante de tal formatação jurídica, cumpre destacar que os partidos que compõem a coligação somente podem peticionar em conjunto, bem como pedir registro, impugnar candidatos, recorrer entre outros atos, sendo-lhes, portanto, realizar qualquer ato isolado.
	O artigo 6°, da Lei Eleitoral, determina que é facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso, formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a coligação para o pleito majoritário.
	Segundo o parágrafo 1°, do artigo 6°, da Lei Eleitoral, as coligações terão denominação própria, podendo ser a junção de todas as siglas dos partidos que a integram, devendo funcionar como um só partido no relacionamento com a Justiça Eleitora e no trato dos interesses interpartidários. Ou seja, todos os atos celebrados e praticados pelas coligações devem ser assinados por todos os partidos que a compõe.
	As coligações também não podem coincidir, incluir ou fazer qualquer referência a nome ou número de candidato, nem conter pedido de voto para determinado partido político. Nas propagandas para a eleição majoritária, a coligação deverá, obrigatoriamente, apresentar todas as legendas dos partidos que a integram, enquanto que na proporcional, cada partido usará apenas sua legenda sob o nome da coligação.
2.2. Da atuação da coligação partidária:
	A legislação impõe a participação solidária de todos os partidos políticos que compõem a coligação, tanto nos atos perante a Justiça Eleitoral, quanto na realização de atos interpartidários. Todavia, o partido político coligado somente possui legitimidade para atuar de forma isolada no processo eleitoral quando pretender questionar a validade da própria coligação, durante o intervalo de tempo da data da convenção e o termo final para o prazo da impugnação do registro de candidatos.
2.3. Do direito à vaga dos suplentes dos candidatos eleitos que assumem cargos executivos:
	Questão polêmica que girou em torno da discussão sobre a titularidade do mandato nos casos em que os candidatos eleitos assumem cargos executivos em seus respectivos Estados.
	O Supremo Tribunal Federal (STF), por voto da Ministra Carmén Lúcia, decidiu que a vaga dos candidatos eleitos que assumem cargos executivos em seus Estados deve ser assumida pelos suplentes da coligação e não dos partidos políticos de forma isolada, tendo em vista que a finalidade daquela é disputar o pleito eleitoral sob a forma de “superpartidos”, distinguindo-se dos partidos propriamente ditos, sendo que essa coalizão não se exaure no dia do pleito e nem apaga os vestígios então produzidos. Segundo a Ministra Relatora, as coligações também são formadas com o intuito de forma o quociente eleitoral, de modo a eleger os seus membros. Assim segue a ementa do voto proferido:
 	MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. CONSTITUCIONAL. SUPLENTES DE DEPUTADO FEDERAL. ORDEM DE SUBSTITUIÇÃO FIXADA SEGUNDO A ORDEM DA COLIGAÇÃO. REJEIÇÃO DAS PRELIMINARES DE ILEGITIMIDADE ATIVA E DE PERDA DO OBJETO DA AÇÃO. AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. SEGURANÇA DENEGADA. 1. A legitimidade ativa para a impetração do mandado de segurança é de quem, asseverando ter direito líquido e certo, titulariza-o, pedindo proteção judicial. A possibilidade de validação da tese segundo a qual o mandato pertence ao partido político e não à coligação legitimaa ação do Impetrante. 2. Mandado de segurança preventivo. A circunstância de a ameaça de lesão ao direito pretensamente titularizado pelo Impetrante ter-se convolado em dano concreto não acarreta perda de objeto da ação. 3. As coligações são conformações políticas decorrentes da aliança partidária formalizada entre dois ou mais partidos políticos para concorrerem, de forma unitária, às eleições proporcionais ou majoritárias. Distinguem-se dos partidos políticos que a compõem e a eles se sobrepõe, temporariamente, adquirindo capacidade jurídica para representá-los. 4. A figura jurídica derivada dessa coalizão transitória não se exaure no dia do pleito ou, menos ainda, apaga os vestígios de sua existência quando esgotada a finalidade que motivou a convergência de vetores políticos: eleger candidatos. Seus efeitos projetam-se na definição da ordem para ocupação dos cargos e para o exercício dos mandatos conquistados. 5. A coligação assume perante os demais partidos e coligações, os órgãos da Justiça Eleitoral e, também, os eleitores, natureza de superpartido; ela formaliza sua composição, registra seus candidatos, apresenta-se nas peças publicitárias e nos horários eleitorais e, a partir dos votos, forma quociente próprio, que não pode ser assumido isoladamente pelos partidos que a compunham nem pode ser por eles apropriado. 6. O quociente partidário para o preenchimento de cargos vagos é definido em função da coligação, contemplando seus candidatos mais votados, independentemente dos partidos aos quais são filiados. Regra que deve ser mantida para a convocação dos suplentes, pois eles, como os eleitos, formam lista única de votações nominais que, em ordem decrescente, representa a vontade do eleitorado. 7. A sistemática estabelecida no ordenamento jurídico eleitoral para o preenchimento dos cargos disputados no sistema de eleições proporcionais é declarada no momento da diplomação, quando são ordenados os candidatos eleitos e a ordem de sucessão pelos candidatos suplentes. A mudança dessa ordem atenta contra o ato jurídico perfeito e desvirtua o sentido e a razão de ser das coligações. 8. Ao se coligarem, os partidos políticos aquiescem com a possibilidade de distribuição e rodízio no exercício do poder buscado em conjunto no processo eleitoral. 9. Segurança denegada.
	Desta feita, o STF determinou que quem deve ocupar as vagas dos candidatos eleitos e que ocupam cargos executivos em seus respectivos Estados devem ser os suplentes das coligações e não os suplentes dos partidos políticos, tendo em vista a natureza jurídica da própria coligação.
PONTO 03: Do Registro de Candidaturas:
1.1. Conceito:
	É o procedimento de verificação do eleitor que se pretende disputar cargo eletivo desde que preencha as condições mínimas exigidas na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional.
1.2. Natureza jurídica:
	O deferimento do registro de candidaturas é uma decisão judicial de jurisdição voluntária que produz efeitos constitutivos e que faz coisa julgada formal. É direito subjetivo do candidato a disputar as eleições, a não ser que, por ato voluntário venha a desistir de disputar o pleito eleitoral. Do deferimento do registro da candidatura poderá o interessado propor Ação de Impugnação de Registro de Candidatura (AIRC), sendo que da decisão que não deferir o referido pedido, caberá recurso no prazo legal.
1.3. Nome do candidato a ser registrado:
	De acordo com o artigo 12, da Lei n° 9.504/97 (Lei Eleitoral), o candidato às eleições proporcionais indicará, no pedido de seu registro, além do seu nome completo, as possíveis variações de seu nome, até no máximo de três opções, com as quais deseja ser registrado, sendo que poderá ser registrado o seu prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual é mais conhecido, desde que não traga dúvida quanto à sua identidade, que atente contra o puder e não seja ridículo ou irreverente, mencionando a ordem de preferência de registro.
 
1.4. Procedimento:
	O procedimento para o registro da candidatura é previsto nos artigos 10 a 16-A da Lei Eleitoral.
2. Do registro dos candidatos:
	O registro do candidato a chefe do Poder Executivo será feito conjuntamente com o do seu vice em chapa única e indivisível (princípio da indivisibilidade de chapa), nos termos do artigo 19, do Código Eleitoral (Lei n° 4.737/65). Já o candidato a senador deve ser registrado com dois suplementes, de acordo com a escolha feita em convenção.
2.1. Documentos necessários para o registro de candidaturas:
	É necessária a apresentação da seguinte documentação (artigo 11, §1°, da Lei n° 9.504/97):
a) cópia da ata a que se refere o artigo 8°, da Lei n° 9.504/97;[5: Artigo 8: a escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ser feitas no período de 10 a 30 de junho do ano em que se realizarem as eleições, lavrando-se a respectiva ata em livro aberto e rubricado pela Justiça Eleitoral.]
b) autorização do candidato, por escrito;
c) prova da filiação partidária (ficha de filiação);
d) declaração de bens, assinada pelo candidato;
e) cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo Cartório Eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no artigo 9°, da Lei n° 9.504/97;[6: Artigo 9: para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de, pelo menos, um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo.]
f) certidão de quitação eleitoral;[7: Para fins de expedição dessa certidão, considerar-se-ão quites aqueles que: I – condenados ao pagamento de multa, tenham, até a data da formalização do seu pedido de registro de candidatura, comprovado o pagamento ou parcelamento da dívida regularmente cumprido (no caso de parcelamento, a Justiça Eleitoral observará as regras previstas na legislação tributária federal); II – pagarem a multa que lhes couber individualmente, excluindo-se qualquer modalidade de responsabilidade solidária, mesmo quando imposta concomitantemente com outros candidatos e em razão do mesmo fato. A Justiça Eleitoral enviará aos partidos políticos, na respectiva circunscrição, até o dia 5 de junho do ano da eleição, a relação de todos os devedores de multa eleitoral, a qual embasará a expedição das certidões de quitação eleitoral.]
g) certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual;
h) fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no §1°, do artigo 59, da Lei n° 9.504/97;
i) propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, Governador de Estado e a Presidente da República;
2.2. Da substituição de candidato:
	De acordo com o artigo 13, da Lei n° 9.504/97, somente será possível substituir um candidato, após o encerramento do prazo, que:
a) falecer;
b) renunciar;
c) declarar inelegível;
d) tiver o seu registro indeferido ou cancelado.
	Fora essas situações, nenhuma candidatura poderá ser retirada sem a anuência do candidato.
	De acordo com o §1° a 3°, da Lei n° 9.504/97, a escolha do substituto far-se-á na forma estabelecida no estatuto do partido a que pertencer o substituído e o registro deverá ser requerido até 10 dias contados do fato ou da notificação do partido da decisão judicial que deu origem à substituição. Nas eleições proporcionais, a substituição só se efetivará se o novo pedido for apresentado até 60 dias antes do pleito.
2.3. Prazo para envio da relação de devedores:
	A Justiça Eleitoral tem até o dia 05 de julho do ano eleitoral para enviar, aos partidos políticos, a relação dos candidatos que se encontram em débito com a Justiça Eleitoral, de modo que as irregularidades possam ser sanadas para evitar a impugnação da candidatura.
2.4. Prazo para envio da relação de candidatos:
	Os partidos políticos têm o prazo de 45 (quarenta e cinco) diasantes das eleições para envio à Justiça Eleitoral da relação de todos os candidatos dos partidos ou das coligações, sendo que devem encontrar todos os pedidos já julgados ou com efeito suspensivo da decisão que indeferiu o registro.
	De acordo com o artigo 16-A, da Lei Eleitoral, o candidato cujo registro esteja sub-judice poderá efetuar todos os atos relativos à campanha eleitoral, inclusive utilizar o horário eleitoral gratuito no rádio e televisão e ter seu nome mantido na urna eletrônica enquanto estiver sob essa condição. Os votos que porventura forem obtidos terão a sua validade e o seu cômputo condicionado ao deferimento de seu registro pela instância superior.
3. Da propaganda eleitoral:
3.1. Conceito:
	A propaganda eleitoral é a forma de captação de votos usada pelos partidos políticos, coligações e candidatos, em época determinada por lei, através de divulgação de suas propostas, visando à eleição a cargos eletivos.
3.2. Regramento jurídico da propaganda eleitoral:
	A propaganda eleitoral é regulada pelos artigos 36 a 57, da Lei n° 9.504/97 e pelos artigos 240 a 256, da Lei n° 4.737/65.
3.2.1. Das condutas proibidas:
	O Código Eleitoral enumera, em seu artigo 243, de forma básica, as práticas vedadas nas propagandas eleitorais:
	Artigo 243: não será tolerada propaganda:
	I – de guerra, de processos violentos para subverter o regime, a ordem política e social ou de preconceitos de raça ou de classes;
	II – que provoque animosidade entre as forças armadas ou contra elas, ou delas contra as classes e instituições civis;
	III – de incitamento de atentado contra pessoa ou bens;
	IV – de instigação à desobediência coletiva ao cumprimento da lei de ordem pública;
	V – que implique em oferecimento, promessa ou solicitação de dinheiro, dádiva, rifa, sorteio ou vantagem de qualquer natureza;
	VI – que perturbe o sossego público, com algazarra ou abusos de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
	VII – por meio de impressos ou de objeto que pessoa inexperiente ou rústica possa confundir com moeda;
	VIII – que prejudique a higiene e a estética urbana ou contravenha as posturas municipais ou a outra qualquer restrição de direito;
	IX – que caluniar, difamar ou injuriar quaisquer pessoas, bem como órgãos ou entidades que exerçam autoridade pública.
	Percebe-se que as previsões legais apontam para vedações que se preocupam com a ordem pública e as questões de segurança nacional. Isso se deve em decorrência da instituição do regime militar instalado no País e a grande preocupação com as questões de ordem publica.
3.2.2. Do início da propaganda eleitoral e material de campanha:
	A propaganda eleitoral, de acordo com o artigo 36, da Lei n° 9.504/97, somente é permitida após o dia 05 de julho do ano de cada eleição, sendo que na propaganda realizada para os cargos majoritários o nome dos candidatos a vice ou a suplentes de Senador deve aparecer de forma clara e legível e em tamanho não inferior a 10% (dez por cento) do nome do titular.
	A comprovação de tal cumprimento deve ser encaminhada à Justiça Eleitoral, da seguinte forma:
a) ao Tribunal Superior Eleitoral: propaganda eleitoral dos candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República;
b) aos Tribunais Regionais Eleitorais: propaganda eleitoral dos candidatos a Governador, Vice-Governador, Deputado Federal e Senador da República, Deputado Estadual e Distrital;
c) aos Juízes Eleitorais: propaganda eleitoral dos candidatos a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
3.2.3. Das condutas que não caracterizam propaganda eleitoral antecipada:
	De acordo com o artigo 36-A, da Lei Eleitoral, acrescido pela Lei n° 12.034/2009, não será considerada propaganda eleitoral antecipada:
	I – a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e projetos políticos, desde que não haja pedido de votos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever de conferir tratamento isonômico;
	II – a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais, planos de governos ou alianças partidárias visando às eleições;
	III – a realização de prévias partidárias e sua divulgação pelos instrumentos de comunicação intrapartidária; ou
	IV – a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se mencione a possível candidatura, ou se faça pedido de votos ou de apoio eleitoral.
	Destaca-se que tais condutas são exaustivas e não permite a ampliação o rol de situações estampadas no presente dispositivo legal.
3.2.4. Da propaganda em bens públicos:
	Para tratar de tal assunto é interessante relembrar a classificação de bens públicos, assim definida pela legislação civil (artigo 98 e seguintes, do Código Civil). Para tanto, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados, nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos (artigo 37, caput, Lei n° 9.504/97).
	A utilização de propaganda eleitoral em bens particulares não depende de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral, sendo que a mesma pode ser exercida através de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não sejam superiores a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a legislação eleitoral.
	No âmbito do Poder Legislativo, o uso de suas dependências para veiculação eleitoral depende de decisão da respectiva Mesa Diretora.
	Não é permitida, em hipótese alguma, a utilização de propaganda eleitoral em árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e tapumes divisórios, ainda que tal propaganda não venha causar dano.
	É permitida a colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que sejam móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos. Todavia, tal material somente pode ser colocado a partir das seis horas da manhã e deve ser retirado às vinte e duas horas.
3.2.5. Da propaganda eleitoral em bens particulares:
	É possível a veiculação de propaganda eleitoral em bens particulares, desde que seja espontânea e gratuita, não podendo haver nenhum tipo de pagamento em troca do espaço utilizado.
 	A distribuição de folhetos, volantes e outros impressos não depende de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral, sendo que a edição de tal material é de responsabilidade dos partidos, coligações ou candidatos.
 	Todo material impresso de campanha eleitoral deve conter o CNPJ ou número do CPF do responsável pela confecção, bem como de quem a contratou e a respectiva tiragem (quantidade).
3.2.6. Da realização de propaganda em locais fechados:
	Os partidos políticos poderão realizar atos de propaganda eleitoral em recinto fechado ou aberto independentemente de licença das autoridades policiais, sendo que o candidato, partido ou coligação que estiver promovendo o ato deverá fazer a devida comunicação à autoridade policial, no prazo mínimo de vinte e quatro horas antes de sua realização, a fim de garantir o direito de usar o espaço, no dia e horário estabelecido, preservando a ordem de prioridade do aviso.
3.2.7. Do uso de alto-falantes ou amplificadores de som e de trios elétricos:
	O funcionamento de alto-falantes ou amplificadores de som, somente é permitido entre as oito e as vinte e duas horas, não podendo instalar esses aparelhos a uma distância mínima de duzentos metros das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares; dos hospitais e casas de saúde; das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando se encontrarem em funcionamento. Todavia, quando da realização de comícios a utilização da sonorização poderá ser feita no horário compreendido entre as oito e as vinte e quatro horas, inclusive através de trios elétricos.
3.2.8. Da utilização de alto-falantes, carreata, comícios, arregimentação de eleitores ou “boca de urna” e divulgação de candidatos:
	Tais condutas são consideradas crimes se praticadas no dia da eleição, sendo punidas com detenção de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período e multa pecuniária a ser fixada.
3.2.9. Da distribuição de brindes, da realização de “showmícios” e uso de outdoors:
	A Lei Eleitoral passou a proibir de forma expressa a distribuição de brindes para eleitores, sob qualquer forma, seja a distribuição feita por comitês, candidatos ou por terceira pessoa autorizada pelos candidatos (art. 39, §6°).
	Da mesma forma, a legislação também proibiu a realização de “showmícios” ou de qualquer outro evento assemelhado com o intuito de promover algum candidato, assim como a apresentação, remunerada ou não, de artistas com a finalidade de animar comício ou reunião eleitoral (artigo 39, §7°).
	Também restou vedada a veiculação de propaganda eleitoral através de outdoors, o que submete à imediata retirada por parte da empresa responsável, partidos políticos, coligações ou candidatos que fizerem uso desse tipo de publicidade, estando sujeitos à aplicação de multa.
3.2.10. Das condutas permitidas até a véspera e no dia da eleição:
	A Lei Eleitoral (artigo 39, §9°) autoriza que até as vinte e duas horas do dia anterior às eleições possa haver distribuição de material gráfico, caminhada, carreata, passeata ou utilização de carro de som divulgando jingles da campanha ou mensagens de candidatos.
	No dia da eleição, segundo o artigo 39-A, também é permitida a manifestação individual e silenciosa da preferência do eleitor por partido político, coligação ou candidato, através de bandeiras, broches, dísticos e adesivos.
3.2.11. Das condutas vedadas no dia da eleição:
	No dia do pleito, até o término do horário de votação, é proibida a aglomeração de pessoas que estejam portando vestuário padronizado, além de estarem utilizando algum tipo de material ou instrumento de campanha, o que possa caracterizar manifestação coletiva, ainda que não estejam utilizando veículos.
	No recinto das seções eleitorais e juntas apuradoras, é vedado aos servidores da Justiça Eleitoral, aos mesários e aos escrutinadores o uso de vestuário ou objeto que contenha qualquer propaganda de partido político, coligação ou candidato.
	Da mesma forma, aos fiscais de partidos, nos trabalhos da votação, só é permitida a utilização de crachás que constem o nome e a sigla do partido ou coligação a que sirvam, sendo vedada a padronização das vestimentas.
3.2.12. Da prova da propaganda irregular e do poder de polícia:
	A representação contra propaganda irregular deve ser devidamente instruída com prova da autoria ou do prévio conhecimento do beneficiário, caso não seja por ela responsável.
	O poder de polícia sobre os atos irregulares durante uma campanha eleitoral é exercido pelos juízes eleitorais e pelos juízes designados pelos Tribunais Regionais Eleitorais. Todavia, tal poder se restringe às providências necessárias para inibir práticas ilegais, sendo vedada a censura prévia sobre o teor dos programas a serem exibidos na televisão, no rádio ou na internet. Ou seja, a regra das eleições é pela liberdade de pensamento e de expressão.
	O candidato que doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor, com o fim de obter o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o momento do registro da candidatura até o dia da eleição, é considerado como captação de sufrágio, o que lhe impõe a aplicação de multa e a cassação do registro ou do diploma, observado o procedimento então previsto no artigo 22, da Lei Complementar n° 64/1990 (Código Eleitoral).
	Ressalta-se que a representação para apurar as condutas então previstas deve ser feita até a data da diplomação, sendo que o prazo de recurso contra decisões proferidas nas representações que apuram tais condutas é de 03 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário Oficial.
4. Da propaganda eleitoral na imprensa:
	A Lei Eleitoral permite a propaganda, até a antevéspera das eleições, a divulgação paga, na imprensa escrita e a reprodução na internet do jornal impresso, de até 10 (dez) anúncios de propaganda eleitoral, por veículo, em datas diversas, para cada candidato, no espaço máximo, por edição, de 1/8 (um oitavo) de página de jornal padrão e de 1/4 (um quarto) de página de revista ou tablóide. O desrespeito a tal observância impõe a aplicação de multa no valor de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais) ou equivalente ao valor da divulgação da propaganda paga, se este for maior.
5. Da propaganda no rádio e na televisão:
5.1. Horário e linguagem:
	A propaganda eleitora no rádio e na televisão restringe-se ao horário gratuito então definido na legislação eleitoral, sendo, portanto, vedada a veiculação de propaganda paga. A propaganda de televisão deverá utilizar a Linguagem Brasileira de Sinais – LIBRAS ou o recurso de legenda.
	Em tal horário eleitoral, não se será permitida a utilização de comerciais ou propagada que possam divulgar, ainda que de forma disfarçada ou subliminar, marca ou produto.
	A partir do dia 01 de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisa, em sua programação normal e noticiário: a) transmitir, ainda que sob a forma de entrevista jornalística, imagens de realização de pesquisa ou qualquer outro tipo de consulta de natureza eleitoral em que seja possível identificar o entrevistado ou em que haja manipulação de dados; b) usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito; c) veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes; d ) dar tratamento privilegiado a candidato, partido ou coligação; e) veicular ou divulgar filmes, novelas, minisséries ou qualquer outro programa com alusão ou crítica a candidato ou partido político, mesmo que dissimuladamente, exceto programas jornalísticos ou debates políticos; f) divulgar nome de programa que se refira a candidato escolhido em convenção, ainda quando preexistente, inclusive se coincidente com o nome do candidato ou com a variação nominal por ele adotada. Sendo o nome do programa o mesmo que o do candidato, fica proibida a sua divulgação, sob pena de cancelamento do respectivo registro.
5.1.1. Da trucagem e montagem:
	Entende-se por trucagem todo e qualquer efeito realizado em áudio ou vídeo que degradar ou ridicularizar candidato, partido político ou coligação, ou que desvirtuar a realidade e beneficiar ou prejudicar qualquer candidato, partido político ou coligação.
	Entende-se por montagem toda e qualquer junção de registros de áudio ou vídeo que degradar ou ridicularizar candidato, partido político ou coligação, ou que desvirtuar a realidade e beneficiar ou prejudicar qualquer candidato, partido político ou coligação.
	Todavia, é permitido ao partido político, em sua propaganda eleitoral de âmbito regional, inclusive no horário gratuito, usar imagem e a voz de candidato ou militante de partido político que integre a sua coligação em âmbito nacional.
5.2. Do horário das propagandas eleitorais:
	Os horários reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato e representação na Câmara dos Deputados,observados os seguintes critérios: a) um terço, igualitariamente; b) dois terços, proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerado, no caso de coligação, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integram. Para efeito deste cálculo, a representação de cada partido na Câmara dos Deputados é a resultante da eleição.
	Em caso de campanhas eleitorais no segundo turno, o tempo de rádio e televisão será dividido de forma igualitária entre os candidatos.
	A ordem de apresentação do horário da propaganda eleitoral é feita mediante sorteio pela Justiça Eleitoral, sendo que o partido ou coligação que se apresentar no primeiro dia do horário eleitoral gratuito por último, no próximo dia, será o primeiro, apresentando-se as demais na ordem do sorteio, de modo que possa haver um rodízio entre os partidos ou coligações.
	O plano de mídia dos partidos e das emissoras de televisão deverá ser apresentado à Justiça Eleitoral a partir do dia 08 de julho do ano da eleição, de modo que possa garantir a todos a participação nos horários de maior e menor audiência. 
	Durante a exibição da propaganda eleitoral, é vedada a veiculação de propaganda que possa desagradar ou ridicularizar candidatos, sujeitando-se o partido ou coligação que efetuar tal prática à perda do direito à veiculação de propaganda no horário eleitoral gratuito do dia seguinte. Além da perda do horário eleitoral, a Justiça Eleitoral determinará o impedido da reapresentação da propaganda ofensiva à honra do candidato, à moral e aos bons costumes.
	Na propaganda eleitoral, é vedado aos partidos políticos e às coligações incluir no horário destinado aos candidatos às eleições proporcionais propaganda das candidaturas a eleições majoritárias, ou vice-versa, ressalvada a utilização, durante a exibição do programa, de legendas com referência aos candidatos majoritários, ou, ao fundo, de cartazes ou fotografias desses candidatos. No mesmo sentido, é facultada a inserção de depoimento de candidatos a eleições proporcionais no horário da propaganda das candidaturas majoritárias e vice-versa, desde que o depoimento consista exclusivamente em pedido de voto ao candidato que cedeu o tempo.
	No segundo turno, se houver, não será permitida, nos programas eleitorais, a participação de filiados a partidos que tenham formalizado o apoio a outros candidatos. Lembre-se que tal vedação é apenas nos programas eleitorais do rádio e televisão, não havendo proibição para caminhadas, carreatas, comícios, reuniões etc.
6. Da propaganda na internet:
	A partir do dia 05 de julho está liberada a utilização da internet para a divulgação da propaganda eleitoral, sendo que tal propaganda pode ser realizada das seguintes formas:
a) em sítio do candidato, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País;
b) em sítio do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no País;
c) por meio de mensagem eletrônica para endereços cadastrados gratuitamente pelo candidato, partido ou coligação;
d) por meio de blogs, redes sociais, sítios de mensagens instantâneas e assemelhados, cujo conteúdo seja gerado ou editado por candidatos, partidos ou coligações ou de iniciativa de qualquer pessoa natural.
	Na internet, é vedada a veiculação de qualquer tipo de propaganda eleitoral paga, além da veiculação gratuita em sítios de pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, sítios oficiais ou hospedados por órgãos ou entidades da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
	A manifestação do pensamento, na internet, é livre, porém, segue a orientação constitucional de vedar o anonimato, assegurado o direito de resposta pelos meios assegurados pela lei eleitoral (art. 58, §3°, inciso IV, alíneas “a”, “b” e “c” e art. 58-A), além da possibilidade da resposta por comunicação interpessoal mediante mensagem eletrônica.
	É vedada a utilização, doação, cessão ou venda de cadastro eletrônico de clientes, em favor de candidatos, partidos ou coligações.
	Os provedores de internet somente serão responsabilizados pelo conteúdo divulgado, se tiver conhecimento prévio do material. Tal situação, todavia, demanda matéria probatória, do contrário, a responsabilidade é apenas do candidato, partido ou coligação que divulgou a respectiva informação.
	No sítio do candidato ou coligação deve conter mecanismo de descadastramento do eleitor, para que este possa requerer que não mais receba mensagens eletrônicas do candidato, por qualquer meio, sendo que tal providência tem que ser tomada no prazo de quarenta e oito horas, sob pena de aplicação de multa de R$ 100,00 (cem reais) por mensagem enviada.

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