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Agentes Publicos - Nota de Aula 2a parte abr 15

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Universidade Federal do Ceará
Faculdade de Direito – Departamento de Direito Público
Direito Administrativo II – Prof. Dr. Carlos Cintra
NOTA DE AULA – AGENTES PÚBLICOS (2ª PARTE)
REMUNERAÇÃO
Remuneração é o montante recebido pelo servidor público a título de vencimentos e de vantagens pecuniárias (gratificações, adicionais, vantagens etc.)�,�,�de caráter contraprestacional. É, pois, em geral, tudo o que recebe o servidor.
Vencimento (ou vencimento-base) é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício das atribuições do cargo (ressalvadas, claro, situações de férias, licenças, situações, enfim, ligadas à noção de interrupção da relação de trabalho). A estipulação de seus valores é matéria reservada à lei, cabendo a iniciativa, no caso da Administração pública, ao Chefe do Poder Executivo.
Subsídio é meio remuneratório especial, reservado a determinadas categorias de agentes (detentores de cargo eletivo, Ministros de Estado e Secretários Estaduais e Municipais, membro do MP, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública, notadamente). Tem por característica a integralidade: constitui-se necessariamente em parcela única, vedados adicionais, gratificações ou vantagens não estipulados constitucionalmente (13º salário, v.g.).
Observação – Lei para fixar subsídio:
	Cargo
	Iniciativa
	Fundamento constitucional
	Deputado estadual, governador,vice-governador e secretários
	Assembléia Legislativa
	Art. 27, §2º e 28, §2º
	Prefeito, vice-prefeito e secretários
	Câmara Municipal
	Art. 29, V, VI
	Magistratura
	Conjunta
	Art. 48, XV
	Demais servidores
	Cada caso
	Art. 37, X.
Regras Genéricas. É assegurada (desde que haja lei específica regulando o assunto�) a revisão geral anual dos valores tanto de vencimentos, quanto de subsídios, o que não se confunde com revisão específica: aquela corrige perdas decorrentes de processo natural inflacionário, esta reajusta valores da remuneração de determinada carreira, a fim de equipará-lo, por exemplo, com os salários da iniciativa privada.
	É assegurada também, para todos os servidores (inclusive em cargo comissionado) e empregados a irredutibilidade dos vencimentos (inclusos, aqui, de um lado, por óbvio, subsídios e, de outro, a vencimento-base: estão excluídos adicionais ou gratificações transitórias, v.g.). Veda-se, assim, a redução direta, mas não a indireta, ou seja, aquela decorrente de processo inflacionário comum ou aquela, referente ao decréscimo nominal, decorrente da incidência de impostos.
É proibida a vinculação ou equiparação automática de vencimentos para o efeito de remuneração de pessoal no serviço público. Quer-se, com a regra, evitar perdas substanciais e imediatas nos cofres públicos diante dos chamados aumentos em cascata.
“A Constituição da República veda a acumulação de acréscimos pecuniários para fins de cálculo de acréscimos ulteriores, sob o mesmo fundamento” (AI 392.954-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 4-11-2003, Plenário, DJ de 5-3-2004)
Teto. A CF/88 atualmente admite um teto remuneratório geral, que se confunde com o subsídio mensal do ministros do STF, e outros específicos (subtetos), estabelecidos pelo art. 37, XI da Carta�. Só se limitam ao teto as parcelas de caráter remuneratório� (proventos, pensões, vantagens, adicionais, vencimento, subsídio etc.), não as de caráter indenizatório� (ajuda de custo para mudança, auxílio-moradia, auxílio-alimentação, diária, auxílio-funeral, auxílio-transporte, licença-prêmio convertida em pecúnia etc.).
Se as empresas públicas e sociedades de economia mista (ou subsidiárias) receberem recursos das pessoas federativas a que estão vinculadas a fim de pagamento de despesas com pessoal ou com custeio geral, deverão limitar os salários de seus agentes ao teto constitucional.�
Portanto, conforme a CF, 37, XI, o teto remuneratório foi alterado pela EC 19/98 (estabeleceu como limite único o subsídio dos Ministros do STF) e pela EC 41/03 (deu o conteúdo hoje em vigor). A EC 47/05 acrescentou os parágrafos 11 e 12. 
	As principais observações são:
Teto geral  subsídio de Ministro do STF. A lei é de iniciativa do STF e sujeita-se a sanção do PR. Não pode ser ultrapassado por nenhum poder em nenhuma esfera.
Limites específicos:
Municípios  subsídio do Prefeito;
Estados e DF: PE  subsídio do Governador; PL  subsídio dos deputados estaduais e detritais; PJ  desembargadores do TJ (também aplicável aos membros do MP, Procuradores de todas as carreiras e Defensores Públicos).
OBSERVAÇÃO: 
1. Na esfera federal só há um limite (subsídio de Ministro do STF).
2. Todos os procuradores, ainda que vinculados ao Poder Executivo ou a autarquias, se submetem ao subteto de Desembargadores do TJ, conforme decidiu o STF. RE 558.258.
3. O STF julgou inconstitucional o estabelecimento de limites diferentes de remuneração para os magistrados estaduais e federais, já que se sujeitam a um só estatuto de âmbito nacional (LC 75/79), o que violava a isonomia. Assim, excluiu os magistrados estaduais do subteto de remuneração, dando interpretação conforme ao 37, XI e §12 (não houve supressão de nenhuma parte dos dispositivos.
§12. os Estados e DF, por meio de emendas às CE e LO, de iniciativa do Governador, tem como faculdade estabelecer como limite único o subsidio de desembargador do TJ. Tal limite único não pode ultrapassar 90,25% do subsídio de Ministro do STF e não se aplicará para deputados estaduais, federais nem vereadores.
§11. os limites incluem todas as espécies remuneratórias e todas as parcelas que integram o valor total percebido (incluídas as vantagens pessoais), excetuadas as de caráter indenizatório previstas em lei.
o limite se aplica a qualquer forma de acumulação (ex.: remuneração + subsídio; remuneração ou subsídio + aposentadoria, pensão etc.).
§9. quanto às empresas públicas e sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, o teto só se aplica para as que recebem recursos públicos para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
De acordo com o art. 17 do ADCT (aplicação determinada pelo art. 9º da EC 41/03), a remuneração (em sentido amplo) e os proventos que estejam em desacordo com o 37, XI, devem ser reduzidos aos limites estabelecidos, não se admitindo invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer titulo.
OBSERVAÇÃO:
são vantagens pessoais: a) adicional por tempo de serviço (STF, ADIn 14, Rel. Min.CÉLIO BORJA); b) quintos, isto é, incorporação de parcela de cargo em comissão exercido (STF, RE 185842/PE, Rel. Acórdão MAURICIO CORREIA); c) estabilidade financeira, vantagem que garante ao servidor efetivo, depois de determinado tempo de exercício de cargo em comissão ou assemelhado, a continuidade da percepção dos vencimentos dele, ou melhor, da diferença entre estes e o do seu cargo efetivo (STF, ADIn MG, 1279,27.9.95, Rel. Min MAURICO CORREIA); d) adicional na aposentadoria (art. 174 da Lei 1711); e) gratificações de gabinete e função incorporadas (ADIMC 1.344-AL, DJU de 19.4.96);
não são vantagens pessoais: a) gratificação de produtividade e retribuição adicional variável (RAV) (STF, RE-185842/PE, OCTAVIO GALLOTTI, Rel. Acórdão MAURICIO CORREA); b) as vantagens de função gratificada, representação de gabinete, cargo em comissão, de função gratificada e de tempo integral (STF, RE N. 218.465-PR , Rel. Min OCTAVIO GALLOTT); c) verba de honorários advocatícios (STF, RE 220.397-SP, ILMAR GALVÃO); d) indenizações de habilitação (STF, AGRSS-530/CE, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI) 
O TRF1 adota o entendimento do Supremo no sentido da inexistência de direito adquirido em razão da EC 41/2003:
ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. SUBPROCURADOR REGIONAL DO TRABALHO APOSENTADO. PROVENTOS PERCEBIDOS COM PARCELA DE QUINTOS INCORPORADOS. PRETENSÃO DE PERCEPÇÃO CUMULATIVA DA VANTAGEM PREVISTA NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 232 DA LC 75/93. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI Nº 8.112/90. DIREITO ADQUIRIDO. ATO JURÍDICO PERFEITO. TETOREMUNERATÓRIO. ART. 37, XI, DA CF/88. EC N 19/98 E 41/2003. INCLUSÃO DE VANTAGENS FUNCIONAIS.
1. Aos membros do Ministério Público da União, apesar de regidos por estatuto próprio, qual seja, a LC 75/93, aplicam-se, subsidiariamente, as regras da Lei nº 8.112/90, relativamente às vantagens gerais concedidas aos servidores públicos. Incidência do art. 287, caput, e seu parágrafo primeiro, da LC 75/93.
(...)
3. O sistema original da Constituição Federal de 1988, vigente antes da EC nº 41/2003, excluía do limite do teto remuneratório as vantagens de caráter pessoal, bem assim as relativas ao local e natureza do trabalho. A partir de 05/04/2004, com a fixação do valor do subsídio de Ministro do STF, em Sessão Administrativa daquela Corte, todas as vantagens de qualquer natureza, incluídas as pessoais, passaram a ser computadas no teto remuneratório. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. 
4. Precedentes da Corte (AR 2002.01.00.034915-3/PA, Rel. Desembargador Federal Antônio Sávio de Oliveira Chaves, Primeira Seção, DJ de 10/05/2006, p.3; AC 2002.34.00.005025-3/DF, Rel. Desembargador Federal José Amílcar Machado, Primeira Turma, DJ de 11/07/2005, p.16). (...)
6. Apelação a que se nega provimento. Remessa oficial provida parcialmente. 
[TRF1, AC 0022795-20.2000.4.01.3400/DF, Rel. Dês. Federal José Amilcar Machado, e-DJF1 24/03/2010]
CF, 37, XII. Os vencimentos pagos para cargos pelo Poder Legislativo e Poder Judiciário não podem ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. Tem papel moralizador, já que o Poder Executivo é o principal responsável pela obtenção de receitas que integrarão o orçamento público. Ainda que a Constituição não o haja dito expressamente, a mesma regra haverá de valer no que concerne a funções e empregos. (C.A). A EC 19/98 suprimiu o texto do §1º que assegurava isonomia de vencimentos aos servidores que exercessem cargos de atribuições iguais ou assemelhadas nos três Poderes.
CF, 37, XIII. Não é permitida a vinculação ou equiparação entre as remunerações (em sentido amplo) pagas no serviço público. É norma de eficácia plena. Vide s. 681 do STF: “É INCONSTITUCIONAL A VINCULAÇÃO DO REAJUSTE DE VENCIMENTOS DE SERVIDORES ESTADUAIS OU MUNICIPAIS A ÍNDICES FEDERAIS DE CORREÇÃO MONETÁRIA”.
A vedação se dirige ao legislador ordinário. A própria CRF estabelece: a) equiparação dos subsídios dos Ministros do TCU aos dos STJ (73, §3º); b) vinculação entre os subsídios dos Ministros do STF, dos Tribunais Superiores e dos demais membros da Magistratura (93, V).
2. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E FUNÇÕES. Genericamente, diz-se que é vedada a acumulação remunerada� de cargos, de empregos e de funções, tanto na Administração Direta, quanto na Indireta, além de subsidiárias e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo Poder Público.
A CF/88, todavia, apresenta situações de permissividade, ressalvados, em todo caso, a compatibilidade de horários e o teto remuneratório: 1) 2 cargos de professor; 2) um cargo de professor com outro técnico ou científico; 3) 2 cargos ou empregos privativos de profissionais da saúde� com profissões regulamentadas.� Para membros do MP� e magistrados, será permitida a acumulação com outro cargo de magistério.
"É possível a acumulação de um cargo de professor com um emprego (celetista) de professor. Interpretação harmônica dos incisos XVI e XVII do art. 37 da CF" (RE 169.807, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 24-6-1996, Segunda Turma, DJ de 8-11-1996)
Caso haja a acumulação, e o servidor esteja de boa-fé, ser-lhe-á concedido o direito de escolha. Caso aja de má-fé, a Lei nº 8.112 parece achar a solução (art. 133): o servidor perderá ambos os cargos e restituirá o que tiver percebido indevidamente.
“O art. 37, XVI, c, da CF autoriza a acumulação de dois cargos de médico, não sendo compatível interpretação ampliativa para abrigar no conceito o cargo de perita criminal com especialidade em medicina veterinária, como ocorre neste mandado de segurança. A especialidade médica não pode ser confundida sequer com a especialidade veterinária. Cada qual guarda característica própria que as separam para efeito da acumulação vedada pela Constituição da República” (RE 248.248, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 2-9-2008, Primeira Turma, DJE de 14-11-2008).
Portanto,conforme a CF, 37, XVI, em regra, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. Aponta-se como exceções, desde que (i) haja compatibilidade de horário e (ii) seja respeitado o teto do art. 37, XI:
a) dois cargos de professor; 
b) um cargo de professor com outro, técnico ou cientifico; 
c) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
No texto constitucional encontram-se outras exceções à vedação de acumulação remunerada: vereadores (38, III), juízes que exercem o magistério (95, parágrafo único, I), membros do MP que exercem o magistério (128, §5º, II, d).
§10. Acrescentado pela EC 20/98. Não pode haver acumulação de proventos decorrentes do regime próprio de previdência com remuneração de cargo, emprego ou função pública. Aponta-se como exceções à regra:
cargos acumuláveis  o cargo em que o servidor se aposentou deve ser acumulável com o cargo efetivo;
cargos em comissão  não importa o cargo em que o servidor se aposentou;
cargos eletivos  não importa o cargo em que o servidor se aposentou. 
A EC 20/98 (art. 11) excluiu dessa vedação os que, já sendo aposentados, tivessem ingressado novamente no serviço publico até a data da sua publicação, sendo, todavia, proibida a percepção de mais de uma aposentadoria pelo regime próprio.
A doutrina se posiciona favoravelmente à possibilidade de haver renúncia aos proventos, para ingressar em cargo público para o qual o servidor tenha prestado concurso, com utilização do tempo de contribuição anterior para obter uma nova aposentadoria, mais favorável. Alguns chamam esse fenômeno de “desaposentação”.
O STJ tem posição consolidada sobre esta possibilidade no RGPS (arresto a seguir). Em pesquisa à base de precedentes do citado tribunal, há decisão que admite a renúncia à aposentadoria concedida pelo RGPS, para fins ulterior obtenção de proventos pelo RPPS, com a utilização do tempo de contribuição passado, mediante compensação entre os sistemas. Vide os arrestos referidos:
CONSTITUCIONAL, PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RENÚNCIA À APOSENTADORIA. POSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO DE VALORES. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES. IMPOSSIBILIDADE DE INOVAÇÃO DE FUNDAMENTOS. ANÁLISE DE DISPOSITIVOS E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE.
1. Prevalece nesta Corte entendimento no sentido de se admitir a renúncia à aposentadoria objetivando o aproveitamento do tempo de contribuição e posterior concessão de novo benefício, independentemente do regime previdenciário que se encontra o segurado, não importando em devolução dos valores percebidos.
2. A apreciação de suposta violação de preceitos constitucionais não é possível na via especial, nem à guisa de prequestionamento, porquanto matéria reservada pela Carta Magna ao Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental improvido.
[STJ. AgRg no REsp 1323628 / RS, Rel. Min. Humberto Martins, T2, DJE 08/08/2012]
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA NO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DIREITO DE RENÚNCIA. CABIMENTO. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DE CERTIDÃO DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO PARA NOVA APOSENTADORIA EM REGIME DIVERSO. EFEITOS EX NUNC. DEVOLUÇÃO DE VALORES RECEBIDOS. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES. CONTAGEM RECÍPROCA. COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO DA AUTARQUIA.
1. É firme a compreensão desta Corte de que a aposentadoria, direito patrimonial disponível, pode ser objeto de renúncia, revelando-se possível, nesses casos, a contagem do respectivo tempo de serviço para a obtenção de nova aposentadoria, ainda que por outro regime de previdência.
2. Com efeito, havendo a renúncia da aposentadoria, inexistirá a vedação legal do inciso III do art. 96 da Lei nº 8.213/1991,Segundo o qual "não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de aposentadoria pelo outro", uma vez que o benefício anterior deixará de existir no mundo jurídico, liberando o tempo de serviço ou de contribuição para ser contado em novo benefício.
3. No ponto da renúncia, ressalto que a matéria está preclusa, dado que a autarquia deixou de recorrer. O cerne da controvérsia está na obrigatoriedade, ou não, da restituição dos valores recebidos em virtude do benefício que se busca renunciar.
4. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o ato de renunciar ao benefício tem efeitos ex nunc e não envolve a obrigação de devolução das parcelas recebidas, pois, enquanto aposentado, o segurado fez jus aos proventos.
5. A base de cálculo da compensação, segundo a norma do § 3º da Lei nº 9.796/1999, será o valor do benefício pago pelo regime instituidor ou a renda mensal do benefício segundo as regras da Previdência Social, o que for menor.
6. Apurado o valor-base, a compensação equivalerá à multiplicação desse valor pelo percentual do tempo de contribuição ao Regime Geral utilizado no tempo de serviço total do servidor público, que dará origem à nova aposentadoria.
7. Se antes da renúncia o INSS era responsável pela manutenção do benefício de aposentadoria, cujo valor à época do ajuizamento da demanda era R$316,34, após, a sua responsabilidade limitar-se-á à compensação com base no percentual obtido do tempo de serviço no RGPS utilizado na contagem recíproca, por certo, em um valor inferior, inexistindo qualquer prejuízo para a autarquia.
8. Recurso especial provido.
[STJ, REsp 557231 / RS, Rel. Min. Paulo Gallotti, T6, DJe 16/06/2008]
Esse parágrafo 10 é complementado pelo §6º, segundo o qual é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria do regime próprio, salvo se os cargos fossem acumuláveis.
A Lei 8112/90 estabelece regras relativas à acumulação: arts. 118 a 120.
CF, 37, XVII. Conforme alteração pela EC 19/98, a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público.
ATENÇÃO: Servidores em exercício de mandados eletivos
CF, 38. Servidor público eleito para qualquer cargo do Executivo ou Legislativo, federal, estadual ou distrital, será obrigatoriamente afastado do seu cargo (efetivo ou em comissão), função ou emprego público. A remuneração será obrigatoriamente a do cargo eletivo.
Servidor público investido no mandato de prefeito, será obrigatoriamente afastado do seu cargo, função ou emprego público. Poderá optar entre a remuneração do cargo de prefeito e a do cargo, emprego ou função de que foi afastado.
Servidor público eleito para cargo de vereador, havendo compatibilidade de horários, poderá acumular o exercício da vereança com o do seu cargo, função ou emprego, recebendo as duas remunerações, observado o teto do art. 37, XI. Se não existir compatibilidade, o servidor será afastado do seu cargo, exercendo apenas a vereança, mas podendo optar entre a remuneração do cargo de vereador e a do que foi afastado.
Em todos os casos em que for exigido o afastamento do servidor do seu cargo, o tempo de exercício no mandato eletivo será contado para todos os efeitos legais (inclusive para fins de benefício previdenciário), como se ele em efetivo exercício estivesse, exceto promoção por merecimento.
ESTABILIDADE (arts. 41, 169, §3º e 19, do ADCT, CF/88)
Se efetividade é atributo do cargo, estabilidade é qualidade do servidor: trata-se de direito a, passados 3 anos de efetivo exercício� (período de estágio probatório) e obtendo-se aprovação em avaliação especial de desempenho�, não se ver desligado da Administração senão por uma série de condições específicas, que, assim, dificultam a quebra do vínculo estatutário.
SYLVIA DI PIETRO: “Estabilidade é a garantia de permanência no serviço público assegurada, após dois anos de exercício, ao servidor público nomeado por concurso, que somente pode perder o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Prevista no art. 41 da Constituição, a estabilidade somente beneficiará o funcionário público, ou seja, aquele investido em cargo. O dispositivo, no caput, diz que “são estáveis, após três anos de efetivo exercício, os servidores nomeados em virtude de concurso público”. Nos termos do § 1º, o servidor público estável só perderá o cargo em virtude “de sentença judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa”. A referência a cargo e a nomeação exclui a aplicação do dispositivo para os servidores admitidos ou contratados para desempenho de emprego ou função pública. Isto significa que constitui requisito para aquisição de estabilidade a efetividade do servidor, ou seja, a sua condição de funcionário nomeado por concurso para ocupar cargo público que só possa ser provido por essa forma”.
São os seguintes, em resumo, os requisitos da estabilidade: concurso público, cargo efetivo e estágio probatório.
HELY LOPES MEIRELLES: “A nomeação em caráter efetivo é a condição primeira para a aquisição da estabilidade. A efetividade, embora se refira ao servidor, é apenas um atributo do cargo, concernente a sua forma de provimento, e, como tal, deve ser declarada no decreto de nomeação e no título respectivo, porque um servidor pode ocupar transitoriamente em cargo de provimento efetivo (casos de substituição, p. ex.), sem que essa qualidade se transmita ao seu ocupante eventual. É por isso que os nomeados em comissão e os admitidos na forma do art. 37, IX, da CF, cujos vínculos empregatícios têm sempre um caráter provisório, jamais adquirem estabilidade. Não podem pretender a permanência no serviço público, porque essa garantia, repetimos, é exclusiva dos servidores regularmente investidos em cargos públicos de provimento efetivo”.
Ressalte-se que a estabilidade é atributo exclusivo dos servidores ocupantes de cargos efetivos�, investidos por meio de concurso público�: em cargos comissionados, o provimento e a exoneração são livres; em cargos vitalícios, cingem-se os respectivos servidores da vitaliciedade�, sobre que já se discorreu.
“Funcionário publico. Cargo isolado. Não se pode falar em estagio probatório quando a nomeação foi feita sem concurso. Não aplicação da sumula 21. Recurso conhecido e provido. (STF, RE 63138, MG, Segunda 
Turma, Relator: Min. ADAUCTO CARDOSO, data do julgamento 17/04/1969)”.
PINTO FERREIRA: “Deve-se também distinguir nitidamente entre estabilidade e vitaliciedade, da seguinte maneira: a) ambas são garantias constitucionais (CF de 1988, arts.41 e 95, I); b) a estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público, enquanto a vitaliciedade é a garantia de permanência no serviço e no cargo público; c) a demissão do servidor público estável somente pode ocorrer por sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo (CF de 1988, art. 41), mas o servidor vitalício só pode ser demitido em virtude de sentença judicial transitada em julgado (CF de 1988,art. 95, I); d) a estabilidade é adquirida depois de um biênio de efetivo exercício para os servidores nomeados em virtude de concurso público (CF de 1988, art.41), enquanto a vitaliciedade é adquirida pelos magistrados, no primeiro grau, após dois anos de exercício (CF de 1988, art. 95, I). Os agentes nomeados para os tribunais adquirem vitaliciedade desde a posse (LOMN, art. 22, I); e) a estabilidade não ampara o servidor público contra a extinção do cargo (Súmula 23 do STF), enquanto a extinção do cargo por servidor público não-estável admite a exoneração (RT, 36:465 e 86:543). Em se tratando de servidor público estável, extinto o cargo ele será posto em disponibilidade remunerada, até seu aproveitamento em outro cargo (CF de 1988, art.41,§ 3º; RTJ, 33:493). A vitaliciedade também não impede a extinção do cargo (Súmula 11 do STF)”.
A estabilidade garante ao servidor que só será demitido por meio de sentença judicial transitada em julgado ou por meio de processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Assim, são requisitos para tal demissão: 1) cometimento de infração legal grave; 2) apuração em processo judicial ou administrativo; 3) em todo caso, que seja garantido o exercício da ampla defesa.
HELY LOPES MEIRELLES: “Estabilidade é a garantia constitucional de permanência no serviço público outorgada ao servidor que, nomeado para cargo de provimento efetivo, em virtude de concurso público, tenha transposto o estágio probatório de três anos, após ser submetido a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade, (...) ao instituí-las, as Constituições não visam unicamente ao resguardo dos interesses dos servidores como erroneamente se pensa, (...) juntamente com as garantias outorgadas aos servidores o texto constitucional assegura ao Estado os meios para realizar uma boa administração, dentre os quais o poder-dever de zelar pela eficiência, moralidade e aprimoramento do pessoal administrativo”.
O período que corresponde entre o início do exercício e a aquisição da estabilidade é denominado de estágio probatório e este tem por finalidade apurar se o funcionário apresenta condições para o exercício do cargo, referentes à moralidade, assiduidade, disciplina e eficiência�.
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: “disponibilidade é a colocação do servidor titular de cargo em inatividade remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. Este é um direito que a Constituição confere ao servidor público civil estável, caso seu cargo venha a ser extinto ou declarado desnecessário (§ 3º do art. 41) ou ainda quando, em virtude de reintegração de outrem, seja desalojado do cargo que ocupava sem ter um cargo de origem para regressar a ele (art. 43, § 2º, precitado)”.
ATENÇÃO:
Provimento
É o fato administrativo que designa o preenchimento de um cargo público, fato esse que se consubstancia por meio de algum ato administrativo de caráter funcional.� 
CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO: “Provimento é o ato de designação de uma pessoa para titularizar um cargo público”. Segundo este autor, uma das principais classificações dos cargos públicos dividi-os conforme a sua vocação para a retenção dos ocupantes. Por este critério, os cargos públicos dividem-se em (a) cargos de provimento em comissão; (b) cargos de provimento efetivo; (c) cargos de provimento vitalício. Os dois últimos estão predispostos ao preenchimento por ocupantes definitivos, enquanto o primeiro é reservado para preenchimento por agentes sem vocação de fixidez, de livre designação e exoneração pela autoridade nomeante. A lei pode criar cargos de provimento em comissão ou de provimento efetivo, mas somente a Constituição”.
 
MARÇAL JUSTEN FILHO: “investidura é o ato formal de assunção da posição jurídica correspondente ao cargo (...) o provimento consiste em um ato administrativo unilateral, por meio do qual o Estado investe um particular na condição de titular de um cargo, de provimento efetivo ou discricionário”
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETR: provimento é “o ato pelo qual o servidor público é investido no exercício do cargo, emprego ou função”
Dá-se o provimento originário quando, pela primeira vez, o particular se vincula ao Estado por meio de determinada relação estatutária (assim, mesmo que o indivíduo já fosse agente, mas passa a integrar cargo de outra carreira, o provimento será considerado originário). Dá-se o provimento derivado quando o agente já era regulado por determinado estatuto, passando, todavia, a ocupar um outro cargo (promoção, v.g.)
Tipos de provimento (art. 8º Lei 8.112): Nomeação, promoção, readaptação, reversão, reintegração, recondução e aproveitamento
Nomeação materializa o provimento originário, que, em geral, acontece por meio de aprovação em concurso público (cargos vitalícios e efetivos; para cargos em comissão, não se exige o certame). A nomeação seria então o ato unilateral da Administração que dá início à investidura no cargo ou função, com o seu provimento pelo nomeado por meio de portaria. 
A fase inicial da investidura pode ocorrer por ato bilateral, mediante contratação, no caso dos celetistas e contratados por prazo determinado. Com a contratação se constituiria plenamente o vínculo jurídico entre os contratantes, o que não ocorre na nomeação, por ser ato unilateral dependente da aceitação do nomeado para a formação do liame institucional com o Estado 
Observação: JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO aponta que nomeação seria um dos procedimentos da Investidura, série complexa de atos do Estado e do particular que permitiriam o legítimo provimento do cargo.
Assim, além da nomeação (que só pode ser desfeita se garantidos o contraditório e a ampla defesa), que materializa o provimento, temos a posse, ato pelo qual o servidor passa a se submeter aos direitos, prerrogativas e deveres inerentes ao cargo, jurando fielmente cumpri-los. Completa-se, aqui, a relação estatutária.
Não há confundir tais noções com a de exercício, que designa a efetiva realização das funções (será ele,
portanto, que dará margem à remuneração)
Promoção é a passagem do servidor do último padrão de uma classe ou categoria para o primeiro padrão da classe ou categoria imediatamente superior de sua Carreira Funcional. Progressão é a passagem do servidor para o padrão imediatamente superior dentro da classe ou categoria atual de sua Carreira Funcional. É por meio da progressão e da promoção que ocorre o desenvolvimento do servidor nas carreiras (ou cargos)
O art. 39, §2º, da CF, prescreve para a promoção a necessidade de cursos em escolas de governo. Como ainda não se generalizou a criação destas escolas, só é razoável exigir referido requisito quando já estejam criada tais escolas. 
A readaptação acontece em casos de limitação ou debilidade física ou mental, decorrente de evento superveniente ao provimento originário que faz que o servidor passe a ocupar cargo compatível com suas atuações possibilidades.
Reversão se dá quando o servidor indevidamente aposentado retorna ao cargo. Diz-se “Indevidamente” em 2 casos: ou quando o servidor aposentado por invalidez se restabelece (o que deve ser comprovado por laudo médico) ou quando o ato de aposentadoria é considerado nulo, por vício de legalidade.�
Recondução é o “retorno do servidor que tenha estabilidade ao cargo que ocupava anteriormente”, seja devido à desaprovação em estágio probatório de cargo de outra carreira, seja devido à reintegração de servidor cujo cargo tenha passado a ocupar.
Reintegração é o retorno do servidor ao cargo que deixou de ocupar por ter sido demitido: o ato de demissão (que é vinculado), aqui, é reconhecido, mediante sentença, como ilegal. O servidor que, até a prolação de sentença, ocupava o cargo, se estável, poderá ser reconduzido, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. Se não for estável, poderá ser exonerado pela Administração Pública.
O aproveitamento acontece quando o cargo que o servidor ocupava tenha sido extinto ou tenha sido ocupado por servidor reintegrado. Enquanto não se dá o aproveitamento, o servidor fica em disponibilidade remunerada. 
VACÂNCIA
Fato administrativo que se refere à situação em que o cargo está sem servidor titular, ou seja, não está provido. Pode ocorrer por transferência, promoção, readaptação, exoneração, demissão, aposentadoria e, óbvio, falecimento.
MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO: “é o ato administrativo pelo qual o servidor é destituído do cargo, emprego ou função”
MARÇAL JUSTEN FILHO: “efeito jurídico de ato ou fato que produz a desvinculação do servidor do cargo que até então ocupava”
Exoneração e demissão são atos que rompem o vínculo estatutário. Todavia, existem diferenças fundamentais entre elas. A demissão,ato de caráter punitivo, encontra base fática em uma infração grave, violação a dever legal. A exoneração se dá por interesse do agente ou da Administração�.
MARCUS BITTENCOURT: “exoneração consiste em uma forma de desligamento do servidor do cargo público, a pedido ou de ofício, sem o caráter de penalidade (...) demissão é uma sanção consistente na extinção do vínculo estatutário mantido pelo Estado com um servidor em virtude da prática de ato reprovável, nos termos da lei”
APOSENTADORIA
É o direito a receber remuneração na atividade, verdadeiro fato-administrativo decorrente de determinados fatos previstos pela lei e de atos administrativos (tanto da autoridade concedente, que verifica a concretização dos suportes fáticos do benefício, quando do Tribunal de Contas respectivo, que verifica a legalidade desse outro ato). É benefício previdenciário de caráter contributivo que extingue o vínculo estatutário.
MARÇAL JUSTEN FILHO: “a aposentadoria é o ato estatal unilateral e complexo que investe o ocupante de cargo público de provimento efetivo na condição de inativo, assegurando-lhe a percepção vitalícia de proventos em valor determinado e produzindo a vacância do cargo público”
"O ato de aposentadoria configura ato administrativo complexo, aperfeiçoando-se somente com o registro perante o Tribunal de Contas. Submetido a condição resolutiva, não se operam os efeitos da decadência antes da vontade final da administração" (MS 24.997, MS 25.015, MS 25.036, MS 25.037, MS 25.090 e MS 25.095, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 2-2-2005, Plenário, DJ de 1º-4-2005) No mesmo sentido: AI 844.718-AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 22-11-2011, Primeira Turma, DJE de 13-12-2011; MS 26.320, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 2-8-2011, Primeira Turma, DJE de 17-8-2011. Vide: MS 24.781, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 2-3-2011, Plenário, DJE de 9-6-2011.
O regime previdenciário especial do art. 40 da Constituição se destina aos servidores estatutários titulares de cargo efetivo, além dos membros do MP, dos Tribunais de Contas e dos magistrados.
Modalidades
Aposentadoria Voluntária. Além dos requisitos legais, exige manifestação de vontade do servidor. Assim, será concedida por tempo de contribuição� ou por idade. No primeiro caso, completados os seguintes requisitos, terá o servidor direito a proventos integrais (se não, proporcionais): 1) 35 anos de contribuição, se homem, 30, se mulher; 2) idade mínima de 60 anos (homens) ou 55 (mulher); 3) ter cumprido 10 anos de efetivo exercício no serviço público; 4) ter ocupado o cargo efetivo em que vá se aposentar por 5 anos�. Na aposentadoria por idade, poderão pleiteá-la o servidor homem com 65 e a servidora mulher com 60 (recebendo proventos proporcionais).
Aposentadoria por Invalidez. Verifica-se em casos de impossibilidade física ou psíquica, de caráter permanente, que, sobrevindo ao servidor, impossibilite-o de exercer as funções do cargo. Dão margem, em regra, a proventos proporcionais. Serão, todavia, integrais em casos de: acidente de serviço, moléstia profissional, doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei.
Aposentadoria Compulsória. Ocorre quando o servidor complete 70 anos, independente de qualquer aspecto subjetivo (vigor físico do servidor, v.g.). Trata-se de presunção legal absoluta de inaptidão ao trabalho.
Desde a Constituição 1988 já foram aprovadas três emendas à Constituição (20/98, 41/03 e 47/05), com alterações substantivas na previdência dos servidores públicos, conforme segue.
Antes da Emenda 20/98, as regras previdenciárias dos servidores eram absolutamente simples. Além das aposentadorias compulsórias (aos 70 anos) e por idade (aos 65 anos, os homens e aos 60, as mulheres), havia a aposentadoria por tempo de serviço, que poderia ser proporcional ou integral, e as aposentadorias especiais (professores, magistrados, etc).
As aposentadorias compulsória, por idade e por tempo incompleto (com 5 anos a menos de contribuição) eram sempre proporcionais, enquanto a aposentadoria por tempo de serviço completo (35 anos homem e 30 mulher) e as especiais, assim como a aposentadoria por invalidez decorrente de acidente de trabalho ou moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, eram integrais.
A atualização das aposentadorias (integrais e proporcionais), concedidas com base nas regras anteriores à Emenda 20 (16/12/98), era paritária, ou seja, o que fosse dado aos ativos era estendido aos aposentados e pensionistas.
Emenda 20
Com a Emenda 20, além da substituição do tempo de serviço por tempo de contribuição, também passou a ser exigida idade mínima, tanto na parte permanente do texto (artigo 40), quanto na regra de transição. 
Na regra permanente, válida somente para quem ingressou no serviço público a partir da Emenda 20 (16/12/98), a aposentadoria perdeu a paridade e passou a ser calculada com base na média das contribuições, além depender do cumprimento dos requisitos de tempo de contribuição (35 anos para homem e 30 para mulher) e da idade mínima (60 anos homem e 55 mulher), exigências que foram mantidas nas Emendas 41 e 47. (artigo 1º, dando nova redação ao artigo 40 da Constituição)
Nos três casos (aposentadoria proporcional, integral e direito adquirido) o servidor terá direito à paridade plena, ou seja, fará jus a todos os ganhos que forem assegurados aos servidores em atividade. (artigo 1º, parágrafo 8º da Emenda 20)
Emenda 41
A partir de 31 de dezembro de 2003, data do inicio da vigência da Emenda 41, desaparece a possibilidade de aposentadoria proporcional, aquela concedida com cinco anos a menos no tempo exigido, respectivamente de 35 e 30 anos de homens e mulheres, desde que o segurado tivesse 53 ou 48, se homem ou mulher. Apenas os servidores que já haviam preenchidos os requisitos para obtenção desse direito poderão fazer uso dele a qualquer tempo com base nas regras da Emenda 20. (artigo 2º da Emenda 41)
As futuras pensões, antes concedidas no mesmo valor das aposentadorias deixadas pelos servidores falecidos, passam a sofrer um redutor de 30% sobre o valor que excedesse ao teto do regime geral de previdência social a partir de vigência da Emenda 41. Em valores de junho de 2008, o teto acima do qual incide o redutor é de R$ 3.038,99. (artigo 1º, dando nova redação ao incisos I e II do parágrafo 7º do artigo 40 da Constituição)
A aposentadoria por invalidez, antes integral quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, também passa a ser proporcional.
Emenda 47
A principal mudança introduzida pela Emenda 47 foi a fórmula “95” para os homens e “85” para as mulheres, por intermédio da qual permite que o servidor que ingressou no serviço público até 15/12/98 possa trocar o tempo de contribuição excedente por idade, desde que comprovasse pelo menos 25 anos efetivos de serviço público.
O servidor que contasse mais de 35 de contribuição, se homem, ou mais de 30 de contribuição, se mulher, poderia abater esse tempo excedente na idade mínima, de tal sorte que a soma do tempo de contribuição com idade somasse 95, no caso do homem, ou 85, no caso da mulher. O servidor nessa situação fará jus a aposentadoria integral e com paridade.
RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO
Pode ser, nos termos da Lei nº 8.112/90, civil, administrativa e penal, em princípio independentes, sendo, portanto, também em princípio, cumuláveis as sanções.
A responsabilidade civil é subjetiva. Concerne à obrigação de o servidor reparar o dano causado à própria Administração ou a terceiro�, por dolo ou culpa, por ato ou omissão. O pagamento do dano por meio de desconto em folha de pagamento só será possível se com essa condição concordar o servidor.
A responsabilidade penal é regida pela legislação penal, seja geral (arts. 312 a 326, CP), seja específica. Veda-se, obviamente, a responsabilização objetiva.
A responsabilidade administrativa é prevista pelo estatuto respectivo.Deve ser apurada mediante processo administrativo disciplinar em que se garantam a Ampla Defesa e o Contraditório. Não existe, como no direito penal, tipificação estrita: elencam-se direitos e deveres (na Lei nº 8.112, os arts. 116 e 117, respectivamente) que, quando violados, dão margem à responsabilização. 
MARÇAL JUSTEN FILHO: “A responsabilidade administrativa consiste no dever de responder pelos efeitos jurídico-administrativos dos atos praticados no desempenho de atividade administrativa estatal, inclusive suportando a sanção administrativa cominada em lei pela prática de ato ilícito”.
Daí decorre que a aplicação de sanções deverá ser regida por princípios específicos, como o da adequação punitiva (proporcionalidade), dada certa discricionariedade da Administração em escolher a sanção, e da motivação, a ensejar controle da Administração Pública.
LEI Nº 8.112/90
→ A Lei 8112/90 nasceu para integrar os preceitos contidos no Art. 37 da CF
→ Define o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais (9 Tíitulos; 253 artigos)
→ ATENÇÃO
Art. 8º – Formas de provimento 
Art. 9º – Nomeação
Art. 13 – Posse
Art. 15 – Exercício 
Art. 20 – Estágio probatório
Art. 34 – Exoneração
Art. 36 – Remoção
Art. 49 – Vantagens
Art. 51 – Indenizações
Art. 61 – Gratificações / Adicionais
Art. 81 – Licenças
Art. 93 – Afastamento
Art. 97 – Concessões
Art. 116 – Deveres
Art. 117 – Proibições
Art. 121 – Responsabilidade do Servidor
Art. 127 – Sanções
Art. 143 – Processo Administrativo Disciplinar
Art. 153 – Inquérito Administrativo
Art. 167 – Julgamento
Art. 174 – Revisão
OBSERVAÇÃO: 
Lei nº 9.826/74 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará
Lei nº 6.794/90 – Estatuto dos Servidores Municipais de Fortaleza
JURISPRUDÊNCIA APLICÁVEL
“FUNCIONARIO PUBLICO. ESTABILIDADE. ESTAGIO PROBATORIO. - A ESTABILIDADE DIZ RESPEITO AO SERVIÇO PUBLICO E NÃO AO CARGO. - O SERVIDOR ESTAVEL, AO SER INVESTIDO EM NOVO CARGO, NÃO ESTA DISPENSADO DE CUMPRIR O ESTAGIO PROBATORIO NESSE NOVO CARGO. - NÃO SE EXIGE INQUERITO ADMINISTRATIVO PARA EXONERAR FUNCIONARIO EM ESTAGIO PROBATORIO.” (RMS 859/RJ – Recurso Ordinário em Mandado de Segurança 1991/0002637-9. Ministro José de Jesus Filho. Órgão Julgador: Segunda Turma). (grifamos).
	“RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO. ESTABILIDADE. AQUISIÇÃO. EFETIVO EXERCÍCIO. LICENÇA-MÉDICA. SUSPENSÃO. INSANIDADE MENTAL. EXAME. PEDIDO. INDEFERIMENTO. LEGALIDADE. COMISSÃO DE AVALIAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO. RELATÓRIO. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. LEGALIDADE. I - Impossibilitada a avaliação do servidor no período de três anos a que se refere o art. 41, caput, da CR/88, em decorrência de afastamentos pessoais, esse prazo deve ser prorrogado pelo mesmo período do afastamento ou licença, de modo a permitir a avaliação de desempenho a que se refere o cogitado comando constitucional (art. 41, §4º, da CR/88). (...)”. (RMS 19884/DF. Recurso Ordinário em Mandado de Segurança. 2005/0061423-6. Ministro Felix Fischer. Órgão Julgador: Quinta Turma). (grifamos).
“EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. ART. 5º, LXXI DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. CONCESSÃO DE EFETIVIDADE À NORMA VEICULADA PELO ARTIGO 37, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEGITIMIDADE ATIVA DE ENTIDADE SINDICAL. GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL [ART. 9º DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL]. APLICAÇÃO DA LEI FEDERAL N. 7.783/89 À GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO ATÉ QUE SOBREVENHA LEI REGULAMENTADORA. PARÂMETROS CONCERNENTES AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELOS SERVIDORES PÚBLICOS DEFINIDOS POR ESTA CORTE. CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO. ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO ANTERIOR QUANTO À SUBSTÂNCIA DO MANDADO DE INJUNÇÃO. PREVALÊNCIA DO INTERESSE SOCIAL. INSUBSSISTÊNCIA DO ARGUMENTO SEGUNDO O QUAL DAR-SE-IA OFENSA À INDEPENDÊNCIA E HARMONIA ENTRE OS PODERES [ART. 2O DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL] E À SEPARAÇÃO DOS PODERES [art. 60, § 4o, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL]. INCUMBE AO PODER JUDICIÁRIO PRODUZIR A NORMA SUFICIENTE PARA TORNAR VIÁVEL O EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS, CONSAGRADO NO ARTIGO 37, VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
O acesso de entidades de classe à via do mandado de injunção coletivo é processualmente admissível, desde que legalmente constituídas e em funcionamento há pelo menos um ano.
A Constituição do Brasil reconhece expressamente possam os servidores públicos civis exercer o direito de greve --- artigo 37, inciso VII. A Lei n. 7.783/89 dispõe sobre o exercício do direito de greve dos trabalhadores em geral, afirmado pelo artigo 9º da Constituição do Brasil. Ato normativo de início inaplicável aos servidores públicos civis.
O preceito veiculado pelo artigo 37, inciso VII, da CB/88 exige a edição de ato normativo que integre sua eficácia. Reclama-se, para fins de plena incidência do preceito, atuação legislativa que dê concreção ao comando positivado no texto da Constituição. 
Reconhecimento, por esta Corte, em diversas oportunidades, de omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Precedentes. 
Diante de mora legislativa, cumpre ao Supremo Tribunal Federal decidir no sentido de suprir omissão dessa ordem. Esta Corte não se presta, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia. 
A greve, poder de fato, é a arma mais eficaz de que dispõem os trabalhadores visando à conquista de melhores condições de vida. Sua auto-aplicabilidade é inquestionável; trata-se de direito fundamental de caráter instrumental. 
A Constituição, ao dispor sobre os trabalhadores em geral, não prevê limitação do direito de greve: a eles compete decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dela defender. Por isso a lei não pode restringi-lo, senão protegê-lo, sendo constitucionalmente admissíveis todos os tipos de greve. 
Na relação estatutária do emprego público não se manifesta tensão entre trabalho e capital, tal como se realiza no campo da exploração da atividade econômica pelos particulares. Neste, o exercício do poder de fato, a greve, coloca em risco os interesses egoísticos do sujeito detentor de capital --- indivíduo ou empresa --- que, em face dela, suporta, em tese, potencial ou efetivamente redução de sua capacidade de acumulação de capital. Verifica-se, então, oposição direta entre os interesses dos trabalhadores e os interesses dos capitalistas. Como a greve pode conduzir à diminuição de ganhos do titular de capital, os trabalhadores podem em tese vir a obter, efetiva ou potencialmente, algumas vantagens mercê do seu exercício. O mesmo não se dá na relação estatutária, no âmbito da qual, em tese, aos interesses dos trabalhadores não correspondem, antagonicamente, interesses individuais, senão o interesse social. A greve no serviço público não compromete, diretamente, interesses egoísticos do detentor de capital, mas sim os interesses dos cidadãos que necessitam da prestação do serviço público. 
A norma veiculada pelo artigo 37, VII, da Constituição do Brasil reclama regulamentação, a fim de que seja adequadamente assegurada a coesão social. 
A regulamentação do exercício do direito de greve pelos servidores públicos há de ser peculiar, mesmo porque "serviços ou atividades essenciais" e "necessidades inadiáveis da coletividade" não se superpõem a "serviços públicos"; e vice-versa. 
Daí porque não deve ser aplicado ao exercício do direito de greve no âmbito da Administração tão-somente o disposto na Lei n. 7.783/89. A esta Corte impõe-se traçar os parâmetros atinentes a esse exercício. 
O que deve ser regulado, na hipótese dos autos, é a coerência entre o exercício do direito de greve pelo servidor público e as condições necessárias à coesão e interdependência social, que a prestação continuada dos serviços públicos assegura.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente. 
O Poder Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o ordenamento jurídico. 
No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia o texto normativo que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito de greve dos servidores públicos. 
Mandado de injunção julgado procedente, para remover o obstáculo decorrente da omissão legislativa e, supletivamente, tornar viável o exercício do direito consagrado no artigo 37, VII, da Constituição do Brasil.”(MI 712/PA – Pará. Mandado de Injunção. Relator: Min. Eros Grau. Julgamento em 25/10/2007. Tribunal Pleno.) (grifamos).
“A referência ao termo ‘procuradores’, na parte final do inciso IX do art. 37 da Constituição, deve ser interpretada de forma a alcançar os procuradores autárquicos, uma vez que estes se inserem no conceito de advocacia pública trazido pela Carta de 1988. A jurisprudência do STF, de resto, é firme no sentido de que somente por meio de lei em sentido formal é possível a estipulação de teto remuneratório.” (RE 558.258, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 9-11-2010, Primeira Turma, DJE de 18-3-2011)
"A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que, após a EC 41/2003, as vantagens pessoais, de qualquer espécie, devem ser incluídas no redutor do teto remuneratório, previsto no inciso XI do art. 37 da CF." (RE464.876-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 16-12-2008, Primeira Turma, DJE de 20-2-2009)
“Incorporação. Gratificação de representação. Lei 11.171/1986 do Estado do Ceará. É necessário que o servidor público possua – além da estabilidade – efetividade no cargo para ter direito às vantagens a ele inerentes. O Supremo fixou o entendimento de que o servidor estável, mas não efetivo, possui somente o direito de permanência no serviço público no cargo em que fora admitido. Não faz jus aos direitos inerentes ao cargo ou aos benefícios que sejam privativos de seus integrantes. Precedentes.” (RE 400.343-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 17-6-2008, Segunda Turma, DJE de 1º-8-2008)
“(...) Já assentou a Suprema Corte que a norma do art. 29, V, da CF, é autoaplicável. O subsídio do prefeito é fixado pela Câmara Municipal até o final da legislatura para vigorar na subsequente. Recurso extraordinário desprovido.” (RE 204.889, Rel. Min.Menezes Direito, julgamento em 26-2-2008, Primeira Turma, DJE de 16-5-2008)
“(...) a concessão a delegado de polícia estadual do direito ao reajuste de seus vencimentos de acordo com os percentuais estabelecidos para a remuneração do Delegado-Geral da Polícia Civil, por si só, caracteriza vinculação ou equiparação de remuneração, vedada pela Carta Maior.” (RE 585.303-AgR, voto do Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em1º-6-2010, Primeira Turma, DJE de 6-8-2010
“Servidor público em situação de acumulação ilícita de cargos ou empregos pode se valer da oportunidade prevista no art. 133, § 5º, da Lei 8.112/1990 para apresentar proposta de solução, comprovando o desfazimento dos vínculos, de forma a se enquadrar nas hipóteses de cumulação lícita. Contudo, o art. 133, § 5º, da Lei 8.112/1990 não autoriza que o servidor prolongue indefinidamente a situação ilegal, esperando se valer do dispositivo legal para caracterizar, como sendo de boa-fé, a proposta de solução apresentada com atraso. No caso em exame, os empregadores do impetrante, quando consultados a respeito do desfazimento dos vínculos – fato que tinha sido informado pelo próprio impetrante ao INSS –, informaram que estes não haviam sido desfeitos, tendo um deles sido inclusive renovado. Recurso ordinário a que se nega provimento.” (RMS 26.929, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-10-2010, Segunda Turma, DJE de 11-11-2010)
“Impossibilidade da acumulação de cargo de juiz classista com o de empregado de sociedade de economia mista (CF, art. 37, XVI e XVII).” (RE 282.258-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 9-3-2004, Segunda Turma, DJ de 26-3-2004)
“A Constituição Federal prevê a possibilidade da acumulação de cargos privativos de profissionais da saúde, em que se incluem os assistentes sociais.” (RE 553.670-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 14-9-2010, Segunda Turma, DJE de 1º-10-2010)
SÚMULAS STF
SÚMULA Nº 15: DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO, O CANDIDATO APROVADO TEM O DIREITO À NOMEAÇÃO, QUANDO O CARGO FOR PREENCHIDO SEM OBSERVÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO.
SÚMULA Nº 16: FUNCIONÁRIO NOMEADO POR CONCURSO TEM DIREITO À POSSE.
 
SÚMULA Nº 18: PELA FALTA RESIDUAL, NÃO COMPREENDIDA NA ABSOLVIÇÃO PELO JUÍZO CRIMINAL, É ADMISSÍVEL A PUNIÇÃO ADMINISTRATIVA DO SERVIDOR PÚBLICO.
SÚMULA Nº 19: É INADMISSÍVEL SEGUNDA PUNIÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO, BASEADA NO MESMO PROCESSO EM QUE SE FUNDOU A PRIMEIRA.
SÚMULA Nº 20: É NECESSÁRIO PROCESSO ADMINISTRATIVO COM AMPLA DEFESA, PARA DEMISSÃO DE FUNCIONÁRIO ADMITIDO POR CONCURSO.
 
SÚMULA Nº 36: SERVIDOR VITALÍCIO ESTÁ SUJEITO À APOSENTADORIA COMPULSÓRIA, EM RAZÃO DA IDADE.
SÚMULA Nº 359: RESSALVADA A REVISÃO PREVISTA EM LEI, OS PROVENTOS DA INATIVIDADE REGULAM-SE PELA LEI VIGENTE AO TEMPO EM QUE O MILITAR, OU O SERVIDOR CIVIL, REUNIU OS REQUISITOS NECESSÁRIOS.
SÚMULA Nº 678: SÃO INCONSTITUCIONAIS OS INCISOS I E III DO ART. 7º DA LEI 8162/1991, QUE AFASTAM, PARA EFEITO DE ANUÊNIO E DE LICENÇA-PRÊMIO, A CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO REGIDO PELA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO DOS SERVIDORES QUE PASSARAM A SUBMETER-SE AO REGIME JURÍDICO ÚNICO.
SÚMULA Nº 679: A FIXAÇÃO DE VENCIMENTOS DOS SERVIDORES PÚBLICOS NÃO PODE SER OBJETO DE CONVENÇÃO COLETIVA.
SÚMULA Nº 680: O DIREITO AO AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO NÃO SE ESTENDE AOS SERVIDORES INATIVOS.
SÚMULA Nº 681: É INCONSTITUCIONAL A VINCULAÇÃO DO REAJUSTE DE VENCIMENTOS DE SERVIDORES ESTADUAIS OU MUNICIPAIS A ÍNDICES FEDERAIS DE CORREÇÃO MONETÁRIA.
 
SÚMULA Nº 683: O LIMITE DE IDADE PARA A INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO SÓ SE LEGITIMA EM FACE DO ART. 7º, XXX, DA CONSTITUIÇÃO, QUANDO POSSA SER JUSTIFICADO PELA NATUREZA DAS ATRIBUIÇÕES DO CARGO A SER PREENCHIDO. 
SÚMULA Nº 684: É INCONSTITUCIONAL O VETO NÃO MOTIVADO À PARTICIPAÇÃO DE CANDIDATO A CONCURSO PÚBLICO.
SÚMULA Nº 685: É INCONSTITUCIONAL TODA MODALIDADE DE PROVIMENTO QUE PROPICIE AO SERVIDOR INVESTIR-SE, SEM PRÉVIA APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO DESTINADO AO SEU PROVIMENTO, EM CARGO QUE NÃO INTEGRA A CARREIRA NA QUAL ANTERIORMENTE INVESTIDO.
SÚMULA Nº 686: SÓ POR LEI SE PODE SUJEITAR A EXAME PSICOTÉCNICO A HABILITAÇÃO DE CANDIDATO A CARGO PÚBLICO.
SÚMULA Nº 726: PARA EFEITO DE APOSENTADORIA ESPECIAL DE PROFESSORES, NÃO SE COMPUTA O TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO FORA DA SALA DE AULA.
�	 A garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, assim, não se refere ao vencimento-base, mas sim ao seu valor somado de gratificações e vantagens (se não os houver, será somado abono, a fim de que se atinja o salário mínimo).
�	 Vantagens, gratificações etc. não incidem umas sobre as outras, mas, antes, sobre o vencimento-base, evitando, assim, o chamado efeito cascata.
�	 É vedado adotar-se o salário mínimo como indexador de base de cálculo de qualquer parcela remuneratória dos servidores públicos.
�	 A ausência da lei enseja inconstitucionalidade por omissão.
�	  “a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagenspessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o sub-sídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;”
�	 Existem, ainda aqui, exceções, valores que, apesar de deterem caráter remuneratório, podem exceder ao teto, como o 13º salário, abono de permanência ou horas extraordinárias de trabalho.
�	 Art. 37, § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei
�	 Art. 37, § 9º “O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.”
�	 Admitir-se-ia, assim, a cumulação não remunerada, desde que, claro, haja compatibilidade de horários. O assunto, todavia, parece ser controverso.
�	 Não se fala em “área da saúde”, situação em que técnicos, auxiliares administrativos etc. estariam contemplados pela regra autorizativa.
�	 É interessante notar que o art. 37, § 10 determina que “É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”.
�	 O Conselho Nacional do Ministério Público determinou, por meio de Resolução, que os membros do MP não poderiam exercer cargo de magistério, público ou privado, por período superior a vinte horas semanais, salvo as funções a serem exercidas nas escolas de aperfeiçoamento da própria instituição. 
�	 Assim, afastado, por licença, o servidor, suspende-se o prazo.
�	 E se a Administração for morosa em avaliar o servidor? José dos Santos Carvalho Filho defende, com esteio em decisão do STF, que a avaliação foi normatizada em favor dos interesses da Administração, que, se não a realizou, não poderia obstar a conquista da estabilidade do servidor (poderíamos imaginar a situação absurda de o Poder Público demorar 10 anos para realizar a avaliação...). Assim, passados os 3 anos, presume-se estável o servidor.
�	 Existe controvérsia sobre a estabilidade de empregados públicos, mas a corrente majoritária afasta tal atributo desses agentes.
�	 Existe exceção. Existiu, em nossa Constituição, o fenômeno da estabilização: todos os servidores (excluídos, claro, os ocupantes de cargos em comissão) e empregados que estivessem em exercício há 5 anos na data da promulgação da CF/88, mesmo admitidos sem concurso público, seriam considerados estáveis. Daí decorre que pode haver estabilidade sem efetividade.
�	 Cabe, todavia, anotar que a vitaliciedade, em geral, só se aperfeiçoa com 2 anos de efetivo exercício (vitaliciedade mediata), período durante o qual, no caso da magistratura, a perda do cargo dependerá de deliberação do tribunal a que estiver vinculado o juiz. Existe, todavia, casos de vitaliciedade imediata, concomitante à investidura, no caso de advogado nomeado, por meio do quinto constitucional, a cargo em Tribunal ou no caso de membro de Tribunal de Contas.
�	 HELY LOPES MEIRELLES: “Estágio probatório é o período de exercício do funcionário durante o qual é observada e apurada pela Administração a conveniência ou não de sua permanência no serviço público, mediante a verificação dos requisitos estabelecidos em lei para a aquisição da estabilidade (idoneidade moral, aptidão, disciplina, assiduidade, dedicação ao serviço, eficiência etc.)”.
�	 Alguns autores consideram o próprio ato como provimento.
�	 Não sem críticas, inclusive quanto à Constitucionalidade, a Lei nº 8.112/90 passou a admitir a reversão “no interesse da administração”, desde que a) haja solicitação do servidor; b) a aposentadoria tenha sido voluntária e concedida nos 5 anos anteriores ao pedido de reversão; c) o servidor, quando da aposentadoria, já fosse estável e d) haja cargo em vacância.
�	 De fato, a exoneração pode-se dar a pedido ou ex officio, quando parta da Administração. A dispensa, nesse caso, só será possível quando (arts. 34 e 35, lei nº 8.112): a) o servidor, ocupante de cargo efetivo, não satisfizer as condições do estágio probatório; b) o servidor, nomeado, não entra em exercício no prazo legal; c) assim decidir a autoridade competente, nos casos de cargo de provimento ad nutum. Atualmente, admite-se a exoneração de servidor estável, desde que, antes, o Poder Público: a) reduza em, ao menos, 20% as despesas com cargos comissionados ou funções de confiança; b) sejam exonerados os servidores não estáveis, considerados aqueles admitidos sem concurso após 5/10/1983.
�	 Ficou vedada qualquer tipo de contagem fictícia de tempo.
�	 Caso o servidor ainda não tenha pedido de aposentadoria em tramitação, poderá continuar em serviço, auferindo o chamado abono de permanência, desde que: 1) tenha preenchido as condições da aposentadoria voluntária; 2) opte expressamente por continuar em atividade.
�	 O assunto será melhor tratado quando do estudo da Responsabilidade Civil do Estado.

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