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Edgar Morin (Paris, 8 de julho 1921,- ) Simpatia e Happy End “A partir da década de 1930 delineiam-se nitidamente as linhas de força que orientam o imaginário em direção ao realismo e que estimulam a identificação do espectador ou leitor com o herói.” Confidences apresenta em seus contos histórias como se fossem histórias vividas, permitindo a confusão do imaginário com o real O cinema norte americano (1930-1940), local e período onde se inicia a evolução verdadeiramente radical e significativa, onde o ator não é simplesmente um “monstro”, mas sim um sósia exaltado do espectador Os heróis 1930, estabelece-se, cada vez mais uma correlação entre a corrente realista, o herói simpático com o happy end Happy End: é a felicidade dos heróis simpáticos, adquirida de modo quase providencial, depois das provas que, normalmente, deveriam conduzir a um fracasso ou uma saída trágica Rompimento com a tragédia Relação entre o espectador e o herói Adaptação de obras romanescas para o cinema. Exemplos: - Un barrage contre le Pacifique - Marguerite Duras; - Os deuses vencidos (The young lions) - Irwin Shaw; - A ponte do rio Kwai - Pierre Boulle; Os Vasos Comunicantes À partir do século XIX, o imaginário romanesco começa a conquistar espaço nos domínios destinados à informação, representação do real e transmissão de comunicação Formação do duplo setor das mass media: ao lado do romanesco e imaginário, há também o informativo, as atualidades 1930: “ a cultura de massa extravasa o imaginário e ganha a informação”; a dramatização tem peso maior do que a informação propriamente dita Vedetismo: dão atenção maior àquilo que pode ser comovente, sensacional e excepcional, além do que diz respeito à vida das próprias vedetes Cada vez mais, fatos variados – que não mudam o curso da História – são vedetizados por terem paixão, morte e ação do destino Assimilação do sensacionalismo com o imaginário e a tragédia. O primeiro através da lógica das paixões e o segundo pela sujeição à tragédias A informação romanceada e vedetizada, e o sensacionalismo apelam para os mesmos processos de projeção-identificação dos filmes e novelas Além do imaginário e da informação, o novo curso da cultura de massas tenta estreitar a relação com seus consumidores, levando-os não só a dar opinião, mas também a pedir conselhos para “saber viver” O contato também exerce essa função, com apresentadores bonitos, adoráveis, simpáticos e com participações radiofônicas Os conselhos são uma deixa para a publicidade, que se torna parte integrante da cultura de massa A cultura de massa carrega incitações que desenvolvem inveja, desejos e necessidades, enquanto a publicidade vem trazer os produtos que satisfazem essa vontades Os Olimpianos Os olimpianos modernos são as vedetes da imprensa, que se situam entre o real e o imaginário São pessoas que vivem um pouco de tudo, sem se envolver profundamente, são eles: artistas de cinema, da TV, os jogadores de futebol, cantores, modelos, políticos etc A informação eleva a dignidade de eventos, que na verdade são banais, como as dietas, as roupas, os namorados de cada celebridade O novo Olimpio É de fato o produto mais original do novo curso da cultura de massa Conseguem viver na natureza do mundo imaginário e real Passam para o público que são modelos de vida Vivem próximo com a humanidade cotidiana Unem os meios de comunicação A cultura de massa produz heróis, semi-deuses, apesar de se fundamentar no espetáculo, a estética A imprensa “batendo” de frente com os deuses, mostra sua realidade, mostra o que eles consomem, que são mortais e modelos alcançáveis Os novos olimpianos estão longe das lendas, contos de fada, são indiferentes a religiões que só permitem a identificação com um Deus imortal, no além os novos olimpianos estão totalmente ligados com a vida cotidiana O Revólver As aventuras cinematográficas correspondem à vida que compensa a vida real Na cultura de massas, a vida não só é mais intensa, como também mais livre. Não há censura, camuflagem, repressão ou leis. É a vida que conhece a liberdade, cujo homem não está mais a mercê da norma social Essa liberdade é aquela imaginária, adquirida pelos sósias nas mitologias arcaicas e pelos heróis nas mitologias históricas No universo realista da cultura de massa, a liberdade não se encarna fora da condição humana. Ela se exerce em quadros plausíveis, supra, extra ou infrassociais A supraliberdade é gozada pelos ricos, olimpianos e chefes. Eles podem fazer tudo com mais facilidade, seus caprichos podem mais facilmente virar atos e até o ar que respiram é mais puro A extra é a das viagens no tempo e no espaço: as aventuras históricas ou exóticas, num mundo mais livre, de cavaleiros, selvas, savanas A liberdade infra se estabelece nos submundos da sociedade, no mundo da noite, junto aos ladrões, vagabundos e gângsteres É nesse cenário que o homem correto e regulamentado se libera projetivamente naquele que obedece à própria violência As gangues e essa liberdade intra possuem um significado para a cultura de massas “Toda liberdade verdadeira é negra”, sim, porque acaba caindo na zona ruim dos instintos e dos interditos À todas essas violências imaginárias se acrescenta a vedetização das violências da vida cotidiana “A cultura de massa nos entorpece, nos embebeda de barulhos e fúrias. Mas ela não nos curou de nossas fúrias fundamentais... Ela as distrai, ela as projeta em filmes e notícias sensacionalistas.” É através do sensacionalismo, das esquisitices do comportamento humano e do crime que o leitor redescobre, vivendo-os e realizando-os, seus sonhos sádicos e assassinos Vivemos uma vida cuja largura está reduzida à sua faixa central. Acima e abaixo é espetáculo e sonho. A agressividade das faixas marginais parece crescer, enquanto na faixa central a segurança social e o bem-estar também crescem A agressividade que não se “atualiza” nas faixas centrais é mantida tanto pelos fatos variados dos jornais, quanto pelos filmes de aventura e esportes violentos O espetáculo da violência pode apaziguar ao mesmo tempo em que incita: apazigua as necessidades violentas da adolescência, mas também pode ser uma influência a esse comportamento Uma solução para o comportamento violento das pessoas seria o esporte, onde grandes cargas agressivas físicas podem ser descontadas Mas há um problema mais central que ainda permanece: a violência que precede a qualquer civilização e que não pode ser reduzida de maneira alguma A civilização seria, então, uma película que solidificou e conteve o fogo central sem apagá-lo. É a civilização da vida pacífica e sem riscos, que ignora a tragédia A cultura de massas, vem, então, tentar inserir a violência que falta nessa película O “Eros” Quotidiano Questão do erotismo no mundo capitalista Envolvimento do “Sex Appeal” para estimular o consumo Erotismo imaginário que se adapta ao erotismo real Questão publicitária, não material “Problema” da mulher com a propaganda Limpeza Beleza Sex Appeal Finalidades de produtos submersas pela finalidade erótica Erotismo se especializou e difundiu-se de duas formas: a) Produtos de cunho erótico – aumento dos seios b) Consumo imaginário - decotes Evolução da forma de exibição do erotismo Erotismo como ideais de sedução para as mulheres Relação ambivalente: equilibra tabus sexuais com a licença que os corrói sem infringi-lo Tirada do poder de concentração da sexualidade no erotismo e futuro progresso da homossexualidade A Felicidade Ideia de Felicidade Felicidade projetiva e identificativa Herói Aventuroso e a vida real Felicidade comunitária + solitária Ligação com o Presente - ligação com o “happy end” Hedonismo – culto ao prazer, que é a felicidade “Falta-me dinheiro para ser feliz” Cultura de massa – Hedonismo do Presente dissolvendo passado e futuro Foco no Dinheiro Promoção dos bens materiais Marginalização de questões “tristes” – fracasso Combate à angústia com “felicidade” Exorcismo da Morte – progresso infinito
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