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RESUMO - HISTORIA DP E ESCOLAS PENAIS

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RESUMO - EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL. A HISTÓRIA DO DIREITO PENAL BRASILEIRO. ESCOLAS PENAIS.
Livro: Direito Penal Esquematizado - Cleber Masson
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL:
I.) O Direito Penal e os povos primitivos:
I.1.) Introdução:
A história de pena se confunde com a história da própria humanidade. Em todos os tempos e em todas as raças, vislumbra-se a pena como uma espécie de ingerência na esfera do poder e da vontade do indivíduo que ofendeu e porque ofendeu as esferas de poder e da vontade de outrem.
O Direito Penal se desenvolveu para atender as necessidades de seu tempo. É a primeira e mais antiga camada da história da evolução do Direito.
Assim, adota-se uma tríplice divisão, representada pelas seguintes fases:
i.) vingança divina;
ii.) vingança privada e;
iii.) vingança pública.
1.2) Vingança divina:
O homem primitivo regulava sua conduta não pela consciência e pelos princípios da causalidade, mas por temor religioso ou mágico, sobretudo em relação aos antepassados, cumpridores de normas, e certas instituições de fundo mágico ou religioso.
A visão mágica e contraditória do homem era marcada por totens - via de regra, um animal, às vezes um vegetal ou um fenômeno natural, como a chuva - e tabus - proibição dos profanos de se relacionarem com pessoas, objetos ou lugares determinados ou dele se aproximarem, em razão de seu caráter sagrado.
Como para esses povos a origem da lei era divina, punia-se o infrator para desagravar a divindade. Os castigos eram severos, como o sacrifício da vida do infrator, sua expulsão do grupo, etc. Os castigos eram severos pois deveriam estar em consonância com a grandeza do deus ofendido.
A legislação típica dessa fase era o Código de Manu, mas esses princípios foram adotados na Babilônia, no Egito (Cinco Livros), na China (Livro das Cinco Penas), na Pérsia (Avesta) e pelo povo de Israel.
I.3) Vingança privada:
Posteriormente à vingança divina, surge a fase da vingança privada.
O homem primitivo tinha forte ligação com sua comunidade. Assim, a vingança ocorria entre os grupos, eis que encaravam a infração como uma ofensa não relacionada diretamente à vítima, mas ao grupo que pertencia.
Desse modo, imperava a lei do mais forte, a vingança de sangue. Fazia-se "justiça com as próprias mãos".
Inexistia qualquer proporção entre o delito e a pena. A desproporção era tamanha que não raras as vezes atingia como retribuição crianças e pessoas doentes, integrantes do grupo infrator. Recaía até sobre animais ou coisas.
Assim, para evitar a dizimação dos grupos, surge a Lei de Talião - do latim, talis = tal qual. "Pagará a vida com a vida; mão com mão; pé por pé, olho por olho, queimadura por queimadura".
A vingança privada foi somente uma realidade; não uma instituição jurídica.
Parece impressionante, mas a Lei de Talião foi a primeira manifestação do princípio da proporcionalidade.
Com o passar do tempo, evoluiu-se para o sistema de composição, forma de conciliação entre o ofensor e o ofendido e seus familiares.
Dispunha norma das Leis Mosaicas: "Se um homem furtar um boi ou um carneiro, e o matar ou vender, pagará cinco bois pelo boi e quatro carneiros pelo carneiro".
Foi adotado no Código de Hamurabi: 
"Art. 209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez ciclos pelo feto".
"Art. 210 – Se essa mulher morre, então deverá matar o filho dele".
A composição constitui um dos antecedentes da moderna reparação do dano civil.
1.4) Vingança pública:
Com a evolução política da sociedade e melhor organização comunitária, o Estado avocou o poder-dever de manter a ordem e a segurança, conferindo a seus agentes a autoridade para punir em nome de seus súditos. A pena assume caráter público.
Cabia a uma terceira pessoa, no caso o Estado, decidir impessoalmente a questão posta à sua análise, ainda que de maneira arbitrária.
As penas ainda eram largamente cruéis, destacando-se o esquartejamento, a roda, a fogueira, a decapitação, a forca, amputações, entre outras.
II.) Idade Antiga: Direito Penal grego e Direito Penal romano.
II.1) Direito Penal grego:
Na Grécia Antiga, o crime e a pena se inspiravam no sentimento religioso. Governava-se em nome de Zeus.
A civilização grega produziu filósofos, historiadores, escritores e grandes pensadores, que iniciaram o estudo da ciência política. Podem ser lembrados Sócrates, Aristóteles, Platão, Ésquilo, Sófocles, Eurípedes, etc.
Apesar dos estudos democráticos e filosóficos então reinantes, os gregos pouco se preocuparam com os direitos fundamentais. Todas as questões giravam em torno da polis. O homem não era concebido na sua individualidade.
O fundamento da pena era a intimidação e a vingança, tendo sido concebida como meio de retribuição, de intimidação e de expiação.
No entanto, na justiça ateniense, as penas passaram a ser dotadas de certa dose de humanidade. Ex: Autorizava-se a absolvição do culpado, quando sua eliminação fosse capaz de prejudicar inocentes dele dependentes para sobreviver. Pensava-se no desenvolvimento da sociedade, não propriamente do acusado.
O Direito Penal grego, em especial o de Atenas, marcou a passagem do Direito Oriental para o Direito Ocidental. A ele coube o mérito de afastar a influência religiosa, marcante até então, e dar início à humanização da pena.
Outras ideias penais do Direito Penal Grego foram: a concentração dos três poderes pelo soberano, a ausência do Princípio da legalidade, a não extinção da punibilidade pela morte, as noções de dois crimes. Eram também admitidas a imputabilidade e responsabilidade penal indireta e coletiva.
II.2) Direito Penal romano:
O Direito Romano perdurou por 22 séculos (de 753 a.C a 1.453 d.C).
Em matéria penal, o poder dos magistrados, intitulado coercitio, era totalmente discricionário e limitado pela apelação do povo (provocatio ad populum), direito exclusivo do cidadão romano. Mulheres, escravos e estrangeiros não podiam se valer dele - não eram cidadãos.
Por força dessa possibilidade de apelação, as decisões dos magistrados passaram a ser fundamentadas, proporcionando maior segurança jurídica aos romanos.
A elaboração da Lei das XII Tábuas disciplinou o uso da vingança privada. Com o tempo, a administração da justiça passou do particular para o poder estatal central.
Da mesma maneira, o Direito Romano passou por uma laicização, deixando a lei de ser uma mensagem dos deuses.
Somente com o Cristianismo houve maior percepção da importância pelo respeito aos direitos fundamentais do homem, que passou a ser concebido como imagem e semelhança de Deus.
Surgiu a distinção entre crimes públicos e crimes privados. Crimes públicos eram aqueles que envolviam traição ou conspiração política contra o Estado e o assassinato, enquanto os demais eram crimes privados (critério residual). O julgamento dos crimes públicos era feita pelo Estado, por meio de um magistrado, e realizado por tribunais especiais. A sanção aplicada era a pena capital.
Ao final da República foram publicadas as leges corneliae e juliae, as quais criaram verdadeira tipologia de crimes, catalogando os comportamentos criminosos. Foi a primeira manifestação, ainda que tímida, do princípio da reserva legal.
Os romanos também conheceram institutos como o dolo, a culpa, caso fortuito, inimputabilidade, menoridade, concurso de pessoas, legítima defesa, penas e sua dosagem. Não procuraram defini-los. Ao contrário, os utilizavam casuísticamente, sem o apego à uma Teoria Geral do Direito.
III.) Idade Média:
III.1) Direito Penal germânico:
Não tinha leis escritas. Era um direito consuetudinário, concebido como uma ordem de paz. Sua transgressão poderia assumir caráter público ou privado: se público, impunha a perda da paz, consistente na ausência de proteção jurídica, podendo o agressor ser perseguido e morto por qualquer pessoa; se privado o crime, o infrator era entregue à vítima ou a seus familiares para que exercessem seu direito de vingança.
Mais tarde, por influência do Direito Romano e do Cristianismo, foram adotadas a Leido Talião e a composição, demonstrando traços de proporcionalidade.
A pena de morte, após a instituição de um poder público, representante do povo, passou a poder ser substituída por um preço da paz - em que o infrator pagava um preço por sua liberdade (como uma fiança). Era o sistema da composição pecuniária (Vehgeld).
Em relação às provas, colhiam-se as ordálias ou juízos de deus. Eram superstições e atos cruéis, como andar sobre o fogo ou mergulhar em água fervente, sem se ferir, para provar sua inocência.
III.2) Direito Penal canônico:
É o ordenamento jurídico da Igreja Católica Apostólica Romana e a primeira consolidação de sua normas se deu por volta do ano de 1.140, por decreto de Graciano.
Inicialmente, teve caráter disciplinar, destinando-se apenas a seus membros. Aos poucos, estendeu-se aos religiosos e leigos, desde que os fatos tivessem conotação religiosa.
Não obstante predominasse o caráter retributivo da pena, no Direito Penal canônico a pena se dirigia à cura do delinquente, à sua recuperação, pois se destinavam ao seu arrependimento.
A jurisdição eclesiástica era dividida em dois grupos: em razão da pessoa (ratione personae) e em razão da matéria (ratione materiae). Na primeira, o religioso era sempre julgado por um Tribunal da Igreja, independente do crime praticado. Na segunda, por seu turno, a competência eclesiástica era fixada ainda que o crime fosse cometido por um leigo. 
Os delitos se dividiam em:
a.) Delicta eclesiastica: ofendiam o direito divino; eram da competência dos tribunais eclesiásticos e punidos com penitências.
b.) Delicta mera secularia: ofendiam apenas a ordem jurídica laica, eram julgados pelos tribunais do Estado e suportavam as penas comuns.
c.) Delicta mixta: violavam as ordens religiosa e laica e eram julgados pelo Tribunal que primeiro tivesse conhecimento da ofensa.
Contribuiu consideravelmente para a prisão moderna, para a reforma do criminoso. A palavra "penitência" deu origem ao termo "penitenciária". O cárcere era instrumento espiritual de castigo, uma vez que, pelo sofrimento e solidão, a alma do homem se depura do pecado.
A época foi palco de grandes injustiças e horrores, caracterizada pela arbitrariedade do Judiciário, o qual criava a extinguia definições de crime ao seu bel-prazer, bem como pela crueldade das penas (forca, fogueira, enterramento com vida, afogamento, mutilações, esquartejamentos, etc.).
Torturava-se para obtenção de confissões e da verdade, mormente em relação às feiticeiras - mulheres com conhecimentos medicinais.
A razão da vingança social ou divina justificavam os excessos.
IV.) Idade Moderna:
IV.1) Período humanitário - O pensamento de Beccaria:
Sob o influxo do Iluminismo, destaca-se a obra "Dos Delitos e das Penas" de Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria.
A sociedade não mais suportava o Absolutismo e a filosofia iluminista orientava a evolução da humanidade.
De forma impressionante, Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, antecipa as ideias posteriormente consagradas na Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, pugnando pela abolição da pena de morte.
Publica, em Milão, a obra "Dos Delitos e das Penas", que abre caminho para a Escola Clássica.
·	Baseia seu pensamento no contrato social de Rousseau, de forma que o criminoso é violador do pacto social. A pena perde seu caráter religioso, predominando a razão.

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