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Aula 2 - parte 2

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Biomas do Brasil 
A classificação dos biomas 
normalmente obedece a 
critérios relacionados ao tipo 
de vegetação predominante e 
as formas de relevo presentes 
na área. Como são possíveis 
muitas definições para o 
termo, a ênfase em um ou 
outro aspecto vai depender da 
relevância que este aspecto 
apresenta para a compreensão 
da dinâmica do bioma bem 
como do conhecimento sobre a 
constituição da região estudada. Assim, alguns biomas são facilmente reconhecidos e 
determinados, outros dependem do enfoque que se deseja dar. 
 Brasil apresenta uma área territorial com dimensões continentais da ordem de 
8.514.877 km2, uma localização geográfica privilegiada principalmente do ponto de 
vista climático, uma variedade considerável de solos e relevo com altitudes variando do 
nível do mar até aproximadamente de 3000m. Essas condições permitem a adaptação de 
um grande número de espécies vegetais e animais que, quando distribuídas e 
organizadas numa grande área caracterizada por um tipo de vegetação dominante 
recebem o nome de biomas. O IBGE classifica esses conjuntos ambientais em seis 
grandes biomas, (ver figura...), ou seja, o bioma Amazônia, o bioma Cerrado, o bioma 
Mata atlântica, o bioma Caatinga o bioma Pampa e o bioma Pantanal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O bioma Amazônia 
O Bioma Amazônia ocorre no norte do 
Brasil e também nos países vizinhos 
como Bolívia, Equador, Colômbia, 
Guiana Francesa, Suriname, Guiana, 
Venezuela, Peru e Bolívia. Abrange 
uma área territorial de 
aproximadamente 7.000.000 km2 
sendo que destes 5.000.000km2 
pertencem ao Brasil com presença 
significativa em vários estados da 
federação, abrangendo a totalidade das 
terras do Acre, Amazonas Amapá, 
Roraima, Pará, e partes dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins. 
Este bioma corresponde a 60% do território brasileiro. 
Como marca que identifica o bioma temos a maior floresta tropical do planeta que 
abriga mais de um terço das espécies existentes no mundo, só de árvores são mais de 
2500 espécies. Além da sua riqueza em biodiversidade a floresta se caracteriza por 
apresentar porte avantajado, ser densa e extremamente heterogênea. Outra característica 
marcante se refere à sua diferenciação e disposição interna, ou seja, a diferentes 
formações florestais acompanham as modificações do relevo assim, a floresta pode ser 
dividida em vários três estratos principais, ou seja, mata de igapó, mata de várzea e mata 
de terra firme. 
Mata de igapó corresponde porção da floresta que se desenvolve junta à planície de 
inundação. Nestas áreas os solos encontram-se permanentemente inundados, somente as 
espécies adaptadas as condições de grande umidade se desenvolvem. A vegetação é 
constituída por árvores de menor porte no estrato superior, associadas a arbustos, cipós 
entre outras formações nos andares inferiores, porém com grande densidade, 
caracterizando assim essa porção da floresta como mata fechada. 
Seguindo a hierarquia do relevo encontramos a mata de várzea, esta por sua vez ocupa 
porções do terreno um pouco mais elevadas denominadas de terraço fluvial, onde as 
inundações são periódicas de acordo com os ciclos de cheias e vazantes. Nestes locais, o 
trabalho dos rios é importantíssimo para a manutenção da fertilidade dos solos já que 
depositam grandes quantidades de sedimentos e de nutrientes. A boa qualidade dos 
solos associada a períodos de menor umidade, pois esses solos não estão sujeitos a 
inundações permanentes, permitem o desenvolvimento de uma vegetação de maior 
porte, com árvores de até 40m de altura. A mata de várzea é a zona de transição entre a 
mata de igapó e a floresta de terra firme. 
 A mata de terra ocupa as áreas mais elevadas do relevo e caracteriza-se principalmente 
pela sua exuberância, o estrato superior é constituído de árvores que podem chegar até 
60m de altitude com copas bastante fechadas, dificultando a chegada da luz ao nível do 
solo. Esse fato interfere no desenvolvimento da vegetação dos estratos inferiores, por 
isso essa parte da floresta é mais aberta. 
A condição de tropicalidade é determinante para o desenvolvimento deste bioma já que 
o clima quente e úmido associado à topografia regional e o sistema hidrológico 
permitem a instalação de uma variedade grande de ecossistemas que abrigam formações 
pioneiras, florestas, campos, savanas, brejos, entre outras. 
Outro aspecto importante a ser ressaltado do bioma Amazônia, é o fato de que a 
exuberância da floresta, assim como a sua grande biodiversidade não são frutos da 
qualidade dos seus solos, pois estes na sua grande maioria são pobres em nutrientes 
naturais. Apenas 10% dos solos da Amazônia apresentam boa fertilidade natural. Como 
então se explica o desenvolvimento da maior floresta do planeta sobre solos pobres? 
 
A resposta para esta questão passa pelo entendimento da dinâmica do ambiente ao longo 
do ano onde a interação dos elementos do clima com à topografia, a hidrografia e a 
ciclagem dos nutrientes dentro da própria floresta proporcionam as condições ideais 
para o desenvolvimento da floresta vejamos: A floresta amazônica está assentada sobre 
a maior bacia hidrográfica do mundo tendo no seu entorno terras mais elevadas como 
planalto central do Brasil ao sul, o planalto das Guianas ao norte, a cordilheira do 
Andes a oeste. Esse contexto permite que a rede hidrográfica transporte grandes 
quantidades de sedimentos e de nutrientes oriundos dos processos erosivos das áreas 
mais altas do entorno para o interior da bacia, portanto, parte considerável dos 
nutrientes que alimentando a floresta tem sua origem fora do bioma. 
Esse processo também é fortemente influenciado pelo clima, pois este se caracteriza por 
apresentar grande radiação solar, altas temperaturas durante o ano todo e índices 
pluviométricos superiores a 2000mm bem distribuídos durante o ano. Apenas parte da 
Amazônia oriental apresenta um período curto de poucas chuvas. Os volumes de chuvas 
associados ao derretimento do gelo dos Andes nas estações mais quentes, disponibiliza 
um grande volume de água para abastecer o sistema hidrológico do local tornando os 
rios caudalosos, que inundam áreas significativas da floresta nesses períodos. 
 
O clima por sua vez também vai ser influenciado pela floresta, pois aproximadamente 
50% das chuvas que precipitam na área decorrem da evapotranspiração da mesma, 
também a grande umidade do ar presente na área contribui para a manutenção da 
temperatura do ar, por isso a sensação de abafamento no interior da floresta. As 
condições de umidade e temperaturas elevadas permitem a decomposição da matéria 
orgânica de forma acelerada disponibilizando nutrientes para a floresta manter o seu 
metabolismo. Portanto, a dinâmica da floresta não se explica por si apenas, mas pelo 
conjunto das interações entre os vários elementos que se manifestam no interior do 
bioma como também no seu entorno. 
A floresta amazônica vem sendo fortemente pressionada pelo avanço da fronteira 
agrícola e extração de madeira atividades essa que tem contribuído de forma constante 
para a diminuição e degradação do ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mata atlântica 
 
 
 
O bioma Mata Atlântica se 
desenvolve sobre aproximadamente 
13% do território brasileiro o que 
representa pouco mais de 85000 
Km². Estende-se pela costa litorânea 
desde o Rio Grande do Norte ao Rio 
Grande do Sul, abrangendo parte 
dos estados de Alagoas, 
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe, Bahia, Paraíba, São Paulo, Paraná e Rio 
Grande do Sul e a totalidade das terras dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e 
Santa Catarina. Em algumas regiões a mata atlântica penetra para o interior do 
continente ocupando parte das áreas dos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso 
do Sul chegando ao Paraguai e a Argentina. 
 Mata Atlântica por caracterizar-se como uma florestatropical, assemelha-se bastante à 
floresta Amazônica em se tratando principalmente de exuberância. No entanto apresenta 
características próprias em virtude dos de sua localização geográfica e demais fatores de 
ordem física que a afetam. Assim a mata atlântica é latifoliada e perene, fechada e muito 
heterogênea, apresenta uma variedade de formações vegetais, com estruturas e 
composições florísticas bem diferenciadas, acompanhando as características climáticas 
e de topografia da região de ocorrência. No entanto, um elemento comum a todos os 
ambientes é determinante para a dinâmica do bioma como um todo, ou seja, a exposição 
aos ventos úmidos que sopram do oceano. Assim, a mata atlântica é reconhecida 
também como um mosaico de biomas, pois na sua constituição podem ser encontrados 
vários tipos de florestas como a mata de Araucária, as matas de encosta e a floresta 
estacional semidecídua, entre outras formações. Também a fauna é muito rica, no 
entanto muitas espécies estão correndo risco de extinção devido principalmente a 
degradação do ambiente. Essa diversidade de ecossistemas detém a maior 
biodiversidade do Brasil e uma das maiores do planeta. 
Alguns fatores de ordem geográfica condicionaram o desenvolvimento dessa grande 
diversidade de ambientes do bioma mata atlântica, dentre eles destacamos a localização, 
o clima, e a topografia vejamos: o bioma se formou sobre uma extensa faixa latitudinal 
do território brasileiro, como reflexo disso ocorrem significativas variações de energia 
ao longo do ano fato que afeta além do metabolismo das plantas as características do 
clima. Nessa faixa temos climas tropicais quentes e úmidos na porção centro norte e 
climas subtropicais úmidos, com temperaturas amenas no verão e frias no inverno na 
metade sul. Por vezes, em situações pontuais também temos os efeitos da altitude sobre 
o clima com ocorrência de temperaturas amenas mesmo nas regiões de clima tropical. 
As condições de grande umidade na área são determinadas pela presença constante de ar 
úmido proveniente do oceano, no litoral do sudeste chove aproximadamente 3000mm 
anuais fato que caracteriza este ambiente como um dos mais úmidos do Brasil. Os 
efeitos da topografia sobre a dispersão geográfica dos ecossistemas também é decisiva 
neste bioma já que o mesmo se desenvolve entre altitudes baixas da planície litorânea 
até as áreas mais elevadas do planalto com aproximadamente 3000m. Essa condição 
permite a instalação de mosaicos paisagísticos organizados em vários estratos 
acompanhando as variações de temperatura e umidade decorrentes das mudanças de 
altitude. Assim a diversidade climática influenciada pela posição geográfica, presença 
de oceano e altitude conjuntamente com a fertilidade natural dos solos favorece a 
presença de uma biodiversidade maior inclusive que a verificada na floresta amazônica. 
A mata atlântica já cobriu aproximadamente 15% do território nacional, encontra-se 
atualmente reduzida a menos de 7% da cobertura original, por isso é um dos biomas 
brasileiros mais degradados. Somente nas áreas de difícil acesso como a Serra do Mar 
onde a topografia muito acidentada impediu a ocupação humana ainda apresenta mata 
original. Essa situação decorre do processo de ocupação do espaço brasileiro, pelo fato 
da população ter se instalado no litoral, inicialmente. Portanto é o bioma que a mais 
tempo sofre com às agressões das atividades humanas. Na busca de preservar o que 
ainda resta, o bioma mata atlântica é protegido atualmente por uma legislação específica 
com fins de conservação. Assim, temos em sua área diversas Unidades de Conservação 
nas quais medidas restritivas procuram evitar maior desmatamento e preservar a fauna e 
a flora. 
 
Cerrado 
O bioma Cerrado é um típico 
representante das savanas no Brasil, 
se caracteriza por apresentar diversas 
formações vegetais com o predomínio 
de pequenas árvores e arbustos 
bastante retorcidos, com casca grossa, 
geralmente caducifólia e com raízes 
profundas. Influenciadas pelas 
características dos solos e pelo clima, 
outras formações também se fazem 
presentes como os campos de 
cerrados com predominância das 
gramíneas e redução da densidade arbórea, o cerradão constituído por árvores de porte 
médio que se assemelha a uma floresta e matas de galeria junto aos rios. Essa 
diversidade de formações contribui para que o cerrado seja considerado o bioma de 
savanas mais rico do planeta em biodiversidade, podendo ser comparado a áreas de 
florestas tropicais neste aspecto. Outra característica marcante do cerrado é a capacidade 
adaptação da vegetação a presença do fogo, neste ambiente essa possibilidade pode 
ocorrer de forma espontânea e ou provocada. 
 O bioma cerrado ocupa uma área de aproximadamente 2.000.000 de km2 
correspondente a 24% do território nacional. É a segunda maior formação vegetal do 
país; entretanto, a devastação causada pela ocupação humana vem reduzindo 
gradativamente essa participação, restando atualmente menos de 20% da formação 
original. Estende-se principalmente sobre as terras do centro do Brasil, incluindo os 
estados de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Mato Grosso. O cerrado também 
se desenvolve nos estados do Maranhão, Tocantins, Bahia, Piauí, Rondônia, São Paulo, 
e Paraná. 
Dentre os fatores principais que condicionam a dinâmica dos cerrados podemos destacar 
o clima e os solos. 
O primeiro se caracteriza por apresentar radiação solar intensa durante o ano todo e duas 
estações bem definidas, ou seja, o verão chuvoso e o inverno seco, com a estiagem 
podendo se prolongar por até 7 meses do ano. Essa condição produz uma característica 
peculiar à vegetação do local isto é, o ciclo vegetativo é mais curto, pois como o déficit 
hídrico restringe o desenvolvimento de todas as funções da planta, esta reduz o seu 
metabolismo. Assim, à medida que situação hídrica se estabiliza em poucos dias as 
plantas se recuperam e retomam o ciclo completo novamente abrangendo as estapas 
dede a germinação até a frutificação. 
Já os solos por sua vez apresentam-se extremamente pobres em fertilidade natural muito 
ácidos e pouco agregados, a topografia mais suave contribui para a manutenção dos 
mesmos minimizando os processos erosivos. 
Apesar do seu aspecto de aridez no bioma cerrado existem áreas deprimidas que 
armazenam grandes quantidades de água nos períodos de chuva, áreas essas 
denominadas conforme as regiões, de brejos e ou veredas. Também ocorre o 
afloramento de águas subterrâneas em alguns locais. Essa situação contribui para a 
formação de das nascentes de grandes bacias hidrográficas do Brasil com destaque para 
as bacias do Paraná, Araguaia-Tocantins e São Francisco. 
A diminuição progressiva da área do cerrado brasileiro decorre do extrativismo vegetal 
para a fabricação do carvão que abastece as siderúrgicas e principalmente pela expansão 
das atividades agropecuárias com destaque a cultura da soja. A atividade agrícola foi 
possível nessas áreas à medida que se criaram as condições para a correção da acidez e 
reposição de nutrientes no solo por meio dos insumos agrícolas modernos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Caatinga 
O bioma da caatinga que significa 
mata branca na linguagem tupi, 
recebe esse nome em alusão a 
vegetação sem folhas em tons 
esbranquiçados que predomina 
durante o verão. Este é um bioma 
que para alguns é exclusivamente 
brasileiro se desenvolve 
principalmente sobre o território dos 
estados nordestinos, desde o 
Maranhão até a Bahia passando 
Pelos estados do Ceará, Piauí, Rio 
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, atingindo também o norte 
de Minas Gerais.
 
O referido bioma abrange aproximadamente 10% do território nacional, ocupando uma 
área de 844.000 Km². É constituído principalmente por savana estépica já que se 
desenvolve sobre clima semi-árido cujos índices pluviométricos ficamabaixo de 
700mm anuais. 
Este tipo climático apresenta como características principais variações de temperatura 
entre 23ºC e 33ºC com médias anuais de entorno d 28ºC. As chuvas são mal distribuídas 
durante o período e por vezes se concentram em dois ou três meses do ano. O período 
de maior ocorrência de chuvas é conhecido na região como inverno, no entanto não há 
coincidência com os meses de inverno do hemisfério sul, pois as chuvas se concentram 
principalmente no outono, isto é de março a junho. A aridez presente no bioma caatinga 
está associado principalmente à presença do planalto da Borborema na sua porção leste 
fato que impede o ar úmido proveniente do oceano atlântico de atingir o interior do 
continente, concentrando as chuvas no litoral. 
Os solos da região normalmente são rasos e apresentam grande quantidade de 
afloramentos rochosos na superfície, apesar disso, são razoavelmente férteis 
naturalmente. Uma característica marcante dos solos dessa região é o fato dos mesmos 
se tornarem por vezes salinos, pois o processo de evaporação é maior do que a 
precipitação, neste caso os sais dissolvidos afloram na superfície salinizando-os. O 
processo de salinização pode ser acelerado devido à irrigação mal conduzida. 
Outra característica importante do Bioma caatinga refere-se aos longos períodos de 
estiagens aos quais o mesmo é submetido podendo chegar a alguns pontos por mais de 
dois anos. Essa condição torna o sistema hídrico muito frágil fazendo com que a maioria 
dos rios da região adquirem características de sazonalidade deixando de correr em 
alguns trechos na superfície, durante longo período. A exceção é o rio São Francisco 
que corta grande parte deste bioma. 
Apesar da aridez climática que afeta o bioma, o mesmo apresenta uma rica 
biodiversidade, pois a vegetação adquiriu mecanismos para compensar a pouca 
umidade. Essa formação, portanto, é caracterizada como caducifólia e xerófila. 
Algumas plantas desenvolveram raízes profundas e espinhos, assim conseguem manter 
o seu metabolismo economizando água. As cactáceas são um bom exemplo. Outras 
plantas como arbustos e árvores de pequeno porte além de desenvolverem espinhos em 
seus troncos mantém as folhas em suas copas somente no período das chuvas, portanto, 
durante aproximadamente 8 meses do ano elas estão economizando água. 
Do ponto de vista ambiental o bioma Caatinga que em sua grande parte corresponde ao 
sertão nordestino também está muito alterado, pois conjuntamente com a mata atlântica 
foi um dos primeiros espaços a ser ocupados no Brasil. As atividades da agropecuária 
conjuntamente com o extrativismo vegetal deixaram marcas profundas tanto na 
vegetação original que está sendo diminuída drasticamente quanto na qualidade dos 
solos já que prática agrícolas inadequadas tendem a sua exaustão. Na atualidade a 
agricultura somente é viável mediante a irrigação. Esta por sua vez ocorre 
principalmente no vale do são Francisco e no entorno dos grandes açudes construídos 
para armazenar água. Cabe aqui ressaltar o projeto ora em curso da transposição das 
águas do São Francisco como mais uma das medidas adotadas para viabilizar a 
permanência da população no campo.
 
 
 
 
 
Pantanal 
 O bioma pantanal cobre uma área 
aproximada de 210000 km2 
quadrados, sendo que destes 150000 
km2 pertencem ao território brasileiro 
distribuído entre os estados do Mato 
Grosso e Mato Grosso do Sul, o 
restante integra os territórios da 
Bolívia e do Paraguai, onde é 
chamado de chaco. A região é maior 
planície aluvial alagável do mundo 
sendo drenada por um complexo sistema de rios e canais das bacias hidrográficas do 
dos rios Paraguai e Paraná. As altitudes são baixas com médias próximas a 100m, no 
entanto, nas bordas da bacia podem atingir até 200 m. As diferenças topográficas 
associadas ao clima da região caracterizado como tropical quente e úmido com uma 
estação seca, são determinantes para o sistema pantaneiro já que o seu funcionamento é 
influenciado pelos períodos de cheias e vazantes. 
Assim, as chuvas que tem início em novembro e se estendem normalmente até abril, 
elevam o nível dos rios que deságuam no pantanal inundando extensas áreas, podendo 
atingir até dois terços do total da área. A partir desse momento tem início a vazante 
quando as águas começam a baixar de forma lenta e os solos secam. A vazante se 
estende até o final da primavera quando o ciclo de chuvas recomeça. 
Esse processo é fortemente influenciado pela pouca declividade do terreno na área da 
planície de inundação, ou seja, no sentido norte sul a variação de declividade pode 
chegar à 1cm ou 2cm por km enquanto que no sentido leste-oeste pode atingir de 6cm à 
12cm, portanto o terreno é plano. Esta característica da topografia funciona como um 
regulador hidrológico, pois permite a retenção de grandes volumes de água provenientes 
das partes mais altas da bacia no período das chuvas e a liberação lenta aos cursos d’ 
água no período seco. Como o escoamento da água é lento pode ocorrer que a parte sul 
do pantanal continue enchendo mesmo quando o período das chuvas já tenha se 
reduzido desse modo, por vezes, as cheias podem se prolongar até os meses de inverno. 
O ciclo da vida do pantanal depende dessa dinâmica, assim durante a época das chuvas, 
são depositadas grandes quantidades de nutrientes nos solos sob a forma de sedimentos 
e uma fina camada de húmus, esses nutrientes são responsáveis pela retomada e 
desenvolvimento da vegetação durante o período seco. 
Também no período das cheias, a água forma canais e lagunas e abastece lagoas 
permanentes e baias, interligando os diversos ambientes aquáticos e permitindo dessa 
forma o deslocamento, alimentação e reprodução das espécies. Na época de seca, 
acompanhando o lento deslocamento da água em direção ao rio Paraguai é comum se 
formar lagoas isoladas, que passam abrigar grandes quantidades de peixes e plantas. À 
medida que estas vão secando se tornam pontos de alimentação, abrigo e reprodução 
para inúmeras espécies de aves, inclusive migratórias e outros animais que se 
concentram nestes locais em busca de alimento. 
Outra característica importante presente ao bioma pantanal refere-se a sua grande 
diversidade biológica, nele podemos encontrar as principais formações vegetais dos 
demais biomas brasileiros como o Cerrado, floresta Amazônia, a Mata Atlântica, a 
Caatinga, matas ciliares entre outras. Como formação predominante e que identifica o 
bioma temos a savana estépica alagada. Portanto, pode-se dizer que o pantanal é um 
mosaico de biomas. 
O bioma pantanal também desempenha uma importante função ecológica à medida que 
pela suas características geográficas, possibilita a integração das espécies das duas 
maiores bacias hidrográficas sul americanas, ou seja, a bacia Platina e a bacia 
Amazônica. Através dessa integração é possível a dispersão das espécies e a troca de 
material genético tanto de fauna como de flora entre essas bacias, fato este que melhora 
o padrão genético e garante a manutenção da biodiversidade. 
 Esta situação, somada aos pulsos de inundação, permite o desenvolvimento de uma 
significativa diversidade de espécies além de tornar o bioma um refúgio para muitas 
espécies de animais que se tornaram extintas em outros biomas. 
Entre as principais ameaças que assombram o pantanal podemos destacar os efeitos da 
expansão agrícola nas suas bordas, principalmente em relação aos processos erosivos 
que estão assoreando o local e a contaminação por agrotóxicos e as atividades da 
pecuária, esta em escala menor, pois de certa forma já está integrada ao ambiente, já que 
é desenvolvida à muito tempo. 
Cabe aqui ressaltar que o bioma pantanal é uma importante fonte de água doce, a 
segunda maior do Brasil, este fato por si só determina a necessidade de manutenção dos 
ciclos hidrológicos e da conservação da biodiversidade para a sustentabilidadedo 
sistema e da população que ocupa este espaço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pampa 
 O bioma pampa se estende por uma 
vasta área de topografia plana em 
torno de 700000km2 distribuídos 
entre os territórios do Brasil, 
Argentina e Uruguai. No Brasil é 
encontrado na metade sul do Estado 
do Rio Grande do Sul onde ocupa 
uma área aproximada de 170000 km2 
que corresponde a 60% do território 
gaúcho e pouco mais de 2% do 
território nacional. É constituído 
principalmente por vegetação herbácea com predominância das gramíneas, no entanto 
outras tipologias campestres se fazem presentes como arbustos, matas de galeria e 
capões isolados. Os campos recebem denominações específicas de acordo com a 
ocorrência da vegetação, assim nas regiões ondas gramíneas são exclusivas recebem o 
nome de campos limpos é o caso de grande parte do pampa uruguaio e argentino, no 
Brasil, as gramíneas encontram-se misturadas a arbustos, neste caso temos os campos 
sujos. 
Apesar de o Bioma pampa ser encontrado apenas no Estado do Rio Grande do Sul, 
formações campestres bem diversificadas também podem ser encontradas de forma 
descontínua, em outras áreas do território brasileiro como os campos de cima da serra 
do planalto meridional onde a vegetação campestre se desenvolve entremeada à mata de 
araucária, os campos de altitude da Serra da Mantiqueira, as formações rasteiras 
inundáveis na ilha de Marajó e em parte do estado de Roraima onde a vegetação se 
aproxima das savanas. 
No bioma pampa, de modo geral a vegetação campestre mostra uma aparente 
uniformidade, no entanto pode se perceber a disposição em estratos, assim a partir do 
topo temos a instalação de forma rala da formação herbácea mais baixa com poucas 
espécies, pois nestas áreas normalmente os solos são mais rasos e apresentam pouca 
condição de reter água, a medida que se desce á encosta ocorre a maior presença de 
umidade no solo, isso possibilita a instalação de um vegetação mais densa aparecendo 
também as leguminosas. Na parte baixa da topografia a mata aluvial se instala 
favorecida pela maior umidade e pelos sedimentos ricos em nutrientes que são 
depositados pelos processos erosivos das área de maior altitude. A mata aluvial é rica 
em espécies arbóreas. 
O bioma pampa se desenvolve sob as condições de clima temperado com chuvas bem 
distribuídas durante ano. Os índices pluviométricos indicam precipitações anuais em 
torno de 1500mm, são um pouco menores do que os verificados na área de mata ao 
norte. Apresenta temperaturas baixas nos meses de inverso com a ocorrência freqüente 
de geadas e verões quentes. As temperaturas médias anuais ficam em torno dos de 
18°C. 
Assim, de certa forma a vegetação está condicionada mais pelas características de solos 
do que clima já que este não se apresenta como um fator limitante para a maioria das 
espécies. Os solos nas regiões de topografia mais elevada denominada de coxilhas se 
apresentam mais rasos e pobres em nutrientes e bastante suscetível à erosão. Já nas 
áreas de várzeas adquirem grande fertilidade natural fato que proporcionou o 
desenvolvimento da agricultura, principalmente do arroz, no Rio Grande do Sul. 
 
Do ponto de vista da biodiversidade, o bioma pampa apesar de sua fisionomia 
aparentemente frágil, apresenta a maior biodiversidade deste tipo de formação do 
planeta, restam ainda em torno de 40% da vegetação original com mais de 3000 
espécies de plantas que servem de abrigo para uma centena de espécies de mamíferos e 
mais de 400 espécies de aves. 
 
Essa diversidade está sedo ameaçada pela expansão da agricultura já que os solos 
podem ser recuperados pelos insumos da agricultura moderna, no entanto se mal 
manejados podem levar ao fenômeno da arenização como já ocorre em alguns pontos 
próximos à fronteira sudoeste mais precisamente nos municípios de Quaraí e Alegrete. 
Outras ameaças referem-se a atividade da pecuária que continua a utilizar a prática das 
queimadas para a limpeza da área, impedindo dessa forma que a formação arbustiva 
se desenvolva em condições normais e, mais recentemente o florestamento com 
espécies exóticas, levado adiante pelos interesses da indústria de celulose, 
principalmente.

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