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Manual de Operação de ETEs

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1 
 
 
 MANUAL DE OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO 
 
1.TRATAMENTO PRELIMINAR 
 
1.1 Componentes: 
Grade, Caixa de Areia e Medidor de vazão. 
 
1.2 Definições: 
Neste nível de tratamento, são utilizados métodos de ordem física. O 
gradeamento e a caixa de areia, componentes destacados acima, tem objetivo de 
remover os sólidos grosseiros e a areia. A entrada e acumulação destes sólidos 
indesejáveis nas unidades seguintes são prejudiciais ao desempenho do 
tratamento. 
Segundo von Sperling (1996), a remoção dos sólidos grosseiros através do 
gradeamento tem finalidade de proteger os dispositivos de transporte dos 
esgotos, das unidades de tratamento subsequentes e dos corpos receptores. A 
remoção da areia tem finalidade de evitar a abrasão nos equipamentos e 
tubulações; eliminar ou reduzir a possibilidade de obstrução em tubulações, 
tanques, orifícios e sifões e facilitar o transporte do líquido. 
 
1.3 Dimensionamento: 
Grade: NBR 12208 (5.3. Remoção de sólidos grosseiros). 
Caixa de Areia: NBR 12209 (6.1.2. Desarenação). 
 
1.4 Cuidados operacionais: 
Os componentes do tratamento preliminar necessitam de limpeza continua. Nas 
grades o material retido deve ser retirado diariamente. Já na caixa de areia 
recomenda-se limpar a caixa de areia sempre que o material acumulado ocupar a 
metade da altura da câmara de armazenamento ou 2/3 do seu comprimento. 
Seguem abaixo os procedimentos para limpeza manual das unidades de 
tratamento. 
 
 
 
2 
 
 
1.4.1 Grade de limpeza manual: 
1. Remover o material retido usando o rastelo, com o devido cuidado, de 
forma a evitar a entrada de sólidos grosseiros no sistema e o contato 
direto com o material removido. 
2. Depositar o material removido em vasilhame devidamente protegido, 
posteriormente, limpar a grade com jato de água. 
3. Ao fim do turno, medir o volume do material, em seguida, ensacar o 
material para ser encaminhado ao aterro sanitário. 
1.4.2 Caixa de areia manual: 
1. Colocar a comporta (stop-log) para impedir a entrada de esgoto na caixa, 
verificando se ficou bem vedada. 
2. Utilizando balde, retirar o líquido que ficou na caixa, o qual deve ser 
encaminhado para a entrada da caixa de areia em operação. 
3. Retirar o material depositado com a pá e a enxada, colocando-o no 
carrinho de mão e, posteriormente, ensacar o material para o seu 
aterramento. 
4. Limpar a caixa de areia com jato de água, esfregando as paredes internas 
com vassoura, e retirar a água de lavagem. 
 
1.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
O quadro abaixo indica os possíveis problemas operacionais, bem como a forma 
de detecção e correção dos problemas. 
Observação Causa provável Verificar Solução 
Vazão sempre menor 
que a esperada 
População ou 
contribuição per capita 
menor que a projetada 
Dispositivo de 
medição de vazão 
Aumentar população 
beneficiada 
Vazão 
repentinamente 
menor que a 
esperada 
Entupimento na rede 
de esgoto 
Extravasamento na 
área de 
contribuição 
Desentupir a rede de 
esgotos 
Vazão sempre maior 
que a esperada 
População ou 
contribuição per capita 
maior que a projetada 
Dispositivo de 
medição de vazão 
Aumentar 
capacidade de 
tratamento 
Picos diários maiores 
que os esperados 
Equalização menor 
que esperada 
Dispositivo de 
medição de vazão 
Utilizar tanque de 
equalização 
Picos repentinos 
irregulares 
Ligação da rede de 
águas pluviais 
Coincidência com 
chuvas 
Desfazer ligação 
clandestina 
 
3 
 
Vazão 
ocasionalmente 
maior que a esperada 
Infiltração grande de 
água subterrânea 
Coincidência com 
chuvas 
Descobrir pontos de 
infiltração 
pH anormal Despejo industrial Existência de 
fontes clandestinas 
Localizar e atuar 
sobre as fontes, no 
sentido de corrigir o 
problema 
Temperatura anormal Despejo industrial Existência de 
fontes clandestinas 
Localizar e atuar 
sobre as fontes, no 
sentido de corrigir o 
problema. 
Sólidos 
sedimentáveis 
maiores que o normal 
Despejo clandestino 
de lixo doméstico ou 
industrial na rede 
Natureza dos 
sólidos 
sedimentáveis 
Localizar e atuar 
sobre as fontes, no 
sentido de corrigir o 
problema 
Odor ou insetos na 
barra 
Intervalo longo entre 
limpezas 
Intervalo de 
limpeza 
Aumentar a 
frequência de 
limpeza 
Aumento repentino 
da massa de sólidos 
grosseiros retidos 
Descarga clandestina 
de resíduos sólidos 
Existência de 
fontes clandestinas 
Localizar e atuar 
sobre as fontes, no 
sentido de corrigir o 
problema 
Diminuição repentina 
da massa de sólidos 
grosseiros retidos 
Falha de retenção na 
grade 
Condição da grade Consertar a grade 
Aumento repentino 
da massa de areia 
retida 
Descarga de águas 
pluviais na rede 
Vazão de esgoto Desfazer ligação de 
águas pluviais 
Diminuição repentina 
da massa de areia 
retida 
Arraste de areia na 
caixa 
Velocidade da 
água 
(corante) 
Reduzir a velocidade 
Odor de ovo podre na 
caixa de areia 
Sedimentação de 
material orgânico 
Velocidade da 
água 
(corante) 
Aumentar a 
velocidade da água 
Areia retida é cinza, 
tem odor e contém 
graxa 
Sedimentação de 
material orgânico 
Velocidade da 
água 
(corante) 
Aumentar a 
velocidade da água 
Corrosão de metal e 
concreto nas 
unidades de pré-
tratamento 
Ventilação insuficiente Ventilação Melhorar a ventilação 
Fonte: ReCESA (2008). 
 
2. TAQUE SÉPTICO 
 
2.1 Definições: 
 
4 
 
Unidade cilíndrica ou prismática retangular de fluxo horizontal, para tratamento 
de esgotos por processos de sedimentação, flotação e digestão. Também 
conhecido como decanto-digestor ou fossa séptica, o tanque séptico é um 
dispositivo utilizado primordialmente ao tratamento de esgoto doméstico. 
Os tanques sépticos são reatores biológicos anaeróbios, onde há reações 
químicas com a interferência de microorganismos, os quais participam 
ativamente no decréscimo da matéria orgânica. Suas principais funções são: 
reter os despejos domésticos e/ou industriais por um período determinado, 
permitir a sedimentação dos sólidos, decomposição da parte orgânica e retenção 
do material graxo. 
O tratamento do esgoto pelo tanque séptico não apresenta alta eficiência, mas 
produz efluente de qualidade razoável, que pode ser encaminhado a um pós-
tratamento complementar, de preferência aquele que remove matéria orgânica 
dissolvida. 
 
2.2 Dimensionamento: 
NBR 7229 (5.7 Dimensionamento de tanque séptico) 
 
2.3 Restrições ao uso do sistema: 
É vedado o encaminhamento ao tanque séptico de: 
a) águas pluviais; 
b) despejos capazes de causar interferência negativa em qualquer fase do 
processo de tratamento ou a elevação excessiva da vazão do esgoto afluente, 
como os provenientes de piscinas e de lavagem de reservatórios de água. 
Os tanques sépticos devem observar as seguintes distâncias horizontais 
mínimas: 
a) 1,50 m de construções, limites de terreno, sumidouros, valas de 
infiltração e ramal predial de água; 
b) 3,0 m de árvores e de qualquer ponto de rede pública de abastecimento 
de água; 
c) 15,0 m de poços freáticos e de corpos de água de qualquer natureza. 
 
2.4 Cuidados operacionais: 
 
5 
 
O lodo e a escuma acumulados nos tanques devem ser removidos 
periodicamente para que não haja perda de eficiência. Geralmente é de um a 
dois anos, podendo chegar a três. 
A remoção do lodo excedente pode ser feita ser feita basicamente de duas 
maneiras: através de pressão hidrostática ou bombeamento. O mais comum no 
Estado é através de bombeamento sendoo mangote de sucção inserido no 
interior do tanque. Para tanto, o projeto deverá prever um ou mais tubos guias de 
diâmetro igual a 150mm, a fim de possibilitar o correto posicionamento dos 
mangotes de sucção. 
Anteriormente a qualquer operação que venha a ser realizada no interior dos 
tanques, as tampas devem ser mantidas abertas por tempo suficiente à remoção 
de gases tóxicos ou explosivos (mínimo: 5 min). 
 
2.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
Observação Causa provável Solução 
Maus odores 
Sobrecarga de esgotos 
e redução do tempo de 
detenção hidráulica; 
Adicionar nitrato de sódio no 
tanque séptico. 
Queda brusca de 
temperatura do esgoto; 
Adicionar cal (~12g/m³ de 
tanque) para elevar o pH. 
Presença de 
substâncias tóxicas; 
Adicionar produtos que 
sequestram os sulfetos. 
Localizar e eliminar fontes de 
substâncias tóxicas. 
Elevado teor de 
sólidos no 
efluente 
Sobrecarga de esgotos 
e redução do tempo de 
detenção hidráulica; 
Colocar outra unidade em 
operação. 
Frequência inadequada 
de remoção do lodo do 
tanque séptico; 
Promover limpeza do tanque 
séptico, inclusive da camada 
de escuma. 
Entupimento do 
filtro anaeróbio 
Frequência inadequada 
de remoção de lodo do 
tanque séptico. 
Promover limpeza do tanque 
séptico, inclusive da camada 
de escuma. 
Verificar a possibilidade de 
descarte parcial dos sólidos 
retidos no filtro. 
Fonte: ReCESA (2008). 
 
Outros problemas operacionais podem ser prevenidos no projeto e operação. A 
presença de gordura, sólidos grosseiros e lodo interferem e diminuem a eficiência 
no tratamento da água residuária. 
 
2.5.1 Gordura 
 
6 
 
O problema da entrada de gordura advém das características do material que 
vão se constituindo numa camada grossa de escuma, que diminui o volume útil 
do tanque e tende a comprometer o funcionamento do mesmo e das unidades 
subsequentes. A necessidade de implantação de unidades de remoção de 
gordura a montante de tanques sépticos depende intrinsicamente da quantidade 
de óleos e graxas presentes nos esgotos. Como essa unidade de tratamento é 
largamente utilizada para tratamento de esgoto doméstico, é sempre 
imprescindível a implantação de caixa de gordura antecedendo aos tanques 
sépticos. 
2.5.2 Sólidos grosseiros 
A não incorporação de unidades de remoção de sólidos grosseiros, como 
gradeamento, antecedendo os tanques sépticos contribui para a ocorrência de 
problemas operacionais, a exemplo de entupimento de tubulações e 
consequentemente extravasamento dos esgotos a montante do local obstruído. 
2.5.3 Lodo 
A não retirada do lodo produzido, no intervalo de limpeza considerado no projeto, 
ocasionará uma redução no tempo de detenção hidráulica e, consequentemente, 
o mau funcionamento do tanque com a perda excessiva de sólidos na sua saída, 
deteriorando a qualidade do efluente final. 
2.6 Eficiência: 
Os dados sobre eficiência dos tanques sépticos são bastantes variáveis e 
sujeitos as condições locais e de operação da unidade. A bibliografia 
especializada indica as seguintes eficiências médias de remoção: 
 DBO: 30 a 55% 
 Sólidos suspensos: 20 a 90% 
 Óleos e graxas: 70 a 90% 
 
3. REATOR UASB 
3.1 Definições: 
Coluna de fluxo ascendente, composta de uma zona de digestão, uma de 
sedimentação, e o dispositivo separador de fases gás-sólido-líquido, o reator 
UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket) é uma tecnologia de tratamento 
biológico de esgoto baseada na decomposição anaeróbia da matéria orgânica. 
 
7 
 
O esgoto segue uma trajetória ascendente após ser distribuído pelo seu fundo 
até encontrar a manta de lodo (constituída pelos sólidos em suspensão), onde 
ocorre a mistura, a biodegradação e a digestão anaeróbia do conteúdo orgânico 
pela ação dos organismos anaeróbios, gerando gases metano, carbônico e 
sulfídrico. 
 
 
 
3.2 Dimensionamento: 
Chernicharo (1997) (5.4 Projetos de reatores anaeróbios – reatores de manta de 
lodo). 
3.3 Restrições ao uso do sistema: 
3.4 Cuidados operacionais: 
3.4.1 Remoção do lodo 
No reator UASB, o descarte de lodo deve ser feito do fundo e à meia altura do 
compartimento de digestão, a partir da abertura individualizada de registros que 
são previstos na lateral do reator. O monitoramento da concentração e altura do 
lodo no reator é realizado a partir de pontos de amostragem dispostos em 
diferentes alturas da unidade, a fim de definir os volumes de lodo a serem 
descartados em cada ponto (superior e inferior). A frequência de descarga é de 
duas a três semanas, variando de acordo com a capacidade de armazenamento 
de lodo do reator e com o tempo médio de secagem. 
 
3.4.2 Remoção da escuma 
A remoção de escuma é feita a partir da abertura de escotilhas inspecionáveis 
acima da laje dos reatores, que devem ser operadas com cuidado devido aos 
riscos ao se acessar um compartimento contendo o biogás. Deve ser feito o 
fechamento da válvula de gás correspondente ao separador trifásico que se 
queira inspecionar, isolando-o dos demais separadores e não se deve fumar nem 
portar objetos que possam produzir fogo ou faísca durante a realização da 
atividade. 
 
 
 
 
8 
 
3.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
Observação Causa provável Solução 
Distribuição 
desigual do 
afluente 
Estrutura de distribuição 
desnivelada; 
Nivelar estrutura de 
distribuição; 
Ponto de 
distribuição não 
recebe esgoto 
Entupimento; Desbloquear; 
Coleta do efluente 
não uniforme 
Estrutura de coleta 
desnivelada; 
Nivelar a estrutura de 
distribuição; 
 
Camada superficial 
obstrui ponto de coleta; 
Remover obstrução; 
Teor elevado de 
sólidos 
sedimentáveis no 
efluente 
Carga hidráulica 
excessiva; 
Diminuir vazão; 
Excesso de sólidos no 
reator; 
Promover a descarga de lodo 
em excesso; 
Produção de gás 
menos que normal 
Vazamento do biogás; Eliminar vazamento 
Defeito do gasômetro; Consertar ou substituir; 
Diminuição da vazão; Desentupir rede de esgoto; 
Material tóxico no 
afluente; 
Identificar e atuar sobre 
eventuais fontes de materiais 
tóxicos; 
Carga orgânica 
excessiva; 
Diminuir carga orgânica; 
Produção de lodo 
maior que o 
normal 
Sobrecarga do lodo; Diminuir carga aplicada; 
Sólidos grosseiros e/ou 
inorgânicos entrando no 
reator; 
Restabelecer funcionamento 
das unidades de pré-
tratamento; 
Produção de lodo 
menos que o 
normal 
Vazão pequena; Desentupir rede de esgoto; 
Retenção de lodo 
deficiente; 
Consertar separador; 
Alta fração de 
sólidos 
inorgânicos 
Falha da caixa de areia; Diminuir velocidade; 
Baixa velocidade 
ascensional no reator; 
Aumentar velocidade; 
Lodo flutuante 
cresce 
rapidamente 
Carga hidráulica 
excessiva; 
Diminuir carga; 
Eficiência da 
remoção do 
material orgânico 
reduzida 
Carga hidráulica 
excessiva; 
Diminuir carga; 
Descarga do afluente 
deficiente; 
Consertar falhas; 
Fonte: ReCESA. 
 
 
 
 
9 
 
Problemas 
operacionais 
Causas Prováveis Soluções Possíveis 
Odores 
Desagradáveis 
 Sobrecarga de esgoto com 
consequente diminuição do tempo 
de detenção; 
 Elevadas concentrações de 
compostos de enxofre no esgoto 
afluente; 
 Elevadas concentrações de ácidos 
voláteis no reator, alcalinidade 
reduzida e queda de pH; 
 Presença de substâncias tóxicas 
no esgoto; 
 Queda brusca de temperatura do 
esgoto. 
 Diminuir a vazão afluente a 
unidade com problemas; 
 Verificar a possibilidade de reduzir 
as concentrações de sulfetos no 
sistema; 
 Adicionar cal hidratada, a fim de 
elevar a alcalinidadedo reator e 
manter o pH próximo a 7,0 (6,8 a 
7,4); 
 Localizar e eliminar as fontes de 
substancias tóxicas; 
 Caso o reator não seja coberto, 
avaliar a possibilidade de cobri-lo. 
Efluente 
contendo 
elevado teor 
de sólidos 
suspensos 
 Sobrecarga da vazão de esgoto, 
com consequente elevação das 
velocidades superficiais; 
 Elevadas concentrações de 
sólidos suspensos no afluente; 
 Excesso de sólidos no reator. 
 Diminuir a vazão afluente a 
unidade com problemas; 
 Verificar a possibilidade da 
remoção de sólidos a montante 
dos reatores; 
 Proporcionar o descarte do 
excesso de sólidos presentes no 
sistema. 
Queda da 
produção de 
Biogás 
 Vazamentos nas tubulações de 
gás; 
 Entupimento das tubulações de 
gás; 
 Defeito nos medidores de gás; 
 Elevadas concentrações de ácidos 
voláteis no reator, alcalinidade 
reduzida e queda do pH; 
 Presença de substâncias tóxicas 
no esgoto; 
 Queda brusca de temperatura de 
esgoto; 
 Diminuição da vazão; 
 Material tóxico do afluente; 
 Carga orgânica excessiva. 
 Corrigir os vazamentos; 
 Desentupir as tubulações de gás; 
 Reparar os medidores de gás; 
 Adicionar cal hidratada, a fim de 
elevar a alcalinidade do reator e 
manter o pH próximo a 7,0 (6,8 a 
7,4); 
 Localizar e eliminar as fontes de 
substancias tóxicas; 
 Caso o reator não seja coberto, 
avaliar a possibilidade de cobri-lo; 
 Diminuir carga orgânica. 
Queda da 
eficiência do 
sistema 
 Sobrecarga de esgoto com 
consequente diminuição do tempo 
de detenção; 
 Elevadas concentrações de ácidos 
voláteis no reator, alcalinidade 
reduzida e queda de pH; 
 Perda excessiva de sólidos no 
sistema, com redução do leito e da 
manta de lodo; 
 Presença de substâncias tóxicas 
no esgoto; 
 Diminuir a vazão afluente a 
unidade com problemas; 
 Adicionar cal hidratada, a fim de 
elevar a alcalinidade do reator e 
manter o pH próximo a 7,0 (6,8 a 
7,4); 
 Diminuir a vazão afluente a 
unidade com problemas ou retirar 
temporariamente o reator de 
operação; 
 Localizar e eliminar as fontes de 
 
10 
 
 Queda brusca de temperatura do 
esgoto; 
 Carga hidráulica excessiva; 
 Descarga do afluente deficiente; 
 Presença de sólidos grosseiros no 
reator. 
substancias tóxicas; 
 Eventualmente, retirar o reator de 
operação ate que ocorra a 
redução dos ácidos voláteis; 
 Diminuir a carga; 
 Reestabelecer funcionamento das 
unidades de pre-tratamento. 
Flutuação de 
grânulos 
 Sobrecarga de esgoto com 
consequente diminuição do tempo 
de detenção; 
 Reinicialização da operação do 
sistema, apos longos períodos de 
paralização. 
 Diminuir a vazão afluente a 
unidade com problemas; 
 Reinicializar o sistema com 
aplicação de menores cargas 
volumétricas. 
Proliferação 
de insetos 
 Presença de camada de escuma e 
óleo que normalmente se forma 
nos reatores anaeróbios; 
 Sólidos voláteis no reator, 
alcalinidade reduzida e queda no 
pH. 
 Aplicar dosagens adequadas de 
algum tipo de inseticida, de modo 
a não prejudicar o funcionamento 
do reator; 
 Remover a camada de escuma e 
aterrar adequadamente; 
 Caso o reator não seja coberto, 
avaliar a possibilidade de cobri-lo. 
Distribuição 
desigual do 
afluente 
 Estrutura de distribuição 
desnivelada. 
 Nivelar a estrutura. 
Coleta do 
efluente 
desuniforme 
 Estrutura de coleta desnivelada; 
 Camada superficial obstrui ponto 
de coleta. 
 Nivelar a estrutura; 
 Remover obstrução. 
Fonte: Chernicharo (1997). 
 
3.6 Eficiência: 
Remoção de DBO/DQO de ordem de 65-75%. A variação da eficiência é 
diretamente proporcional ao tempo de detenção hidráulica. 
 
4. FILTRO ANAERÓBIO 
 
5.1 Definições: 
Os filtros anaeróbios, utilizados como pós-tratamento de tanque séptico ou reator 
UASB, consistem basicamente em tanques contendo leito de pedras ou outro 
material inerte que serve de suporte para aderência e desenvolvimento de 
microrganismos. O material de enchimento serve como suporte para os 
microrganismos, que formam películas ou um biofilme na sua superfície, 
propiciando alta retenção de biomassa no reator. O esgoto é depurado ao 
 
11 
 
percolar por entre os interstícios do meio suporte, estando em contato com o lodo 
ativo retido. 
(TIPOS DE FLUXOS/ FUNDO FALSO) 
Características gerais 
Fluxo ascendente Fluxo descendente Fluxo horizontal 
 Maior retenção de lodo 
em excesso; 
 Bom tempo de contato 
entre o esgoto e o 
biofilme devido aos lodos 
em sustentação 
hidráulica; 
 Propiciam alta eficiência 
e baixa perda dos sólidos 
que 
 São arrastados no 
efluente; 
 São mais indicados para 
esgotos com baixa 
concentração; 
 Maiores riscos de 
entupimento dos 
interstícios. 
 Apresentam facilidade 
para remoção de lodo 
em excesso; 
 Menor risco de 
entupimento no leito; 
 Podem receber 
esgotos com maior 
concentração de 
sólidos; 
 Indicado para altas e 
baixas cargas 
orgânicas; 
 Os filtros com fluxo não 
afogado apresentam 
baixa eficiência. 
 Funciona com 
características 
intermediárias entre o 
fluxo ascendente e 
descendente. 
 Maior dificuldade na 
distribuição do fluxo; 
 Desempenho 
diferenciado ao longo do 
leito; 
 Concentração de lodo 
em excesso mal 
distribuída; 
 Remoção do lodo difícil; 
 Deve ser usado com 
baixas taxas de carga 
orgânica. 
 
5.2 Dimensionamento: 
NBR 13969/97 (4.1Filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente) 
 
5.3 Restrições ao uso do sistema: 
Podem ser aplicados para tratamento de esgotos concentrados ou diluídos. São 
mais indicados para esgotos com contaminantes predominantemente solúveis, 
pois quanto maior a quantidade de contaminantes particulados (sólidos 
suspensos) maior a possibilidade de entupimento. 
 
5.4 Cuidados operacionais: 
O filtro anaeróbio de fluxo ascendente deve ser limpo quando for observada a 
obstrução do leito filtrante, observando-se os dispostos a seguir: 
a) para a limpeza do filtro deve ser utilizada uma bomba de recalque, 
introduzindo-se o mangote de sucção pelo tubo-guia, quando o filtro 
dispuser daquele; 
 
12 
 
b) se constatado que a operação acima é insuficiente para retirada do lodo, 
deve ser lançada água sobre a superfície do leito filtrante, drenando-a 
novamente. Não deve ser feita a “lavagem” completa do filtro, pois retarda 
a partida da operação após a limpeza; 
c) nos filtros com tubos perfurados sobre o fundo inclinado, a drenagem deve 
ser feita colocando-se mangote de sucção no poço de sucção existente na 
caixa de entrada. 
 
5.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
4.5.1 Sólidos grosseiros 
A não previsão de unidades de remoção de sólidos grosseiros contribui 
negativamente para a ocorrência de problemas operacionais nas unidades de 
jusante, ou seja, quando sólidos flutuantes de maiores dimensões tem acesso a 
um filtro anaeróbio, precedido ou não de tanque séptico, estes podem provocar a 
obstrução dos furos da laje superior do fundo falso do filtro, constituindo-se num 
problema de difícil correção, podendo demandar a paralisação do filtro. Dessa 
forma, torna-se imprescindível a implantação de uma unidade de gradeamento a 
montante de filtros anaeróbicos. 
 
5.6 Eficiência: 
Segundo Chernicharo (1997), estudos estatísticos indicaram que o tempo de 
detenção hidráulica foi o parâmetro que mais influenciou a eficiência de remoção 
de DQO do sistema. Em relação aos módulos corrugados, o acréscimo da área 
superficial pareceu não influir significativamente na eficiência do sistema, 
enquanto o tamanho dos espaçosvazios e a geometria do material corrugado 
mostraram ter influência sobre a eficiência dos reatores. 
Para a DBO5,20, a eficiência pode variar de 40 a 75%, para DQO, de 40 a 70%, 
para sólidos suspensos, de 60 a 90% e para sólidos sedimentáveis, 70% ou 
mais. Os limites inferiores correspondem às temperaturas abaixo de 15ºC e os 
limites superiores correspondem às temperaturas acima de 25ºC. 
 
5.LAGOA FACULTATIVA 
5.1 Definições: 
Lagoas facultativas apresentam processos divididos em três zonas: zona 
anaeróbia, zona aeróbia e zona facultativa. A zona anaeróbia encontra-se no 
 
13 
 
lodo de fundo, formado pela sedimentação da matéria orgânica, que sofre 
decomposição por organismos anaeróbicos. Na camada mais superficial tem-se 
a zona aeróbia, onde a matéria orgânica solúvel e finamente particulada é 
oxidada por meio da respiração aeróbica. À medida que se aprofunda a lagoa, a 
disponibilidade de luz é menor, o que ocasiona a predominância do consumo de 
oxigênio sobre a produção pela fotossíntese. Na região intermediária da lagoa, 
onde pode ocorrer presença ou ausência de oxigênio, é denominada zona 
facultativa. 
O efluente de uma lagoa facultativa possui cor verde devido às algas, elevado 
teor de oxigênio dissolvido e sólidos em suspensão. 
 
Fator Influência 
Radiação solar  Velocidade de fotossíntese. 
Temperatura 
 Velocidade de fotossíntese; 
 Taxa de decomposição bacteriana; 
 Solubilidade e transferência de gases; 
 Condições de mistura. 
Vento 
 Condições de mistura; 
 Reaeração atmosférica. 
Fonte: von Sperling (1996). 
 
 
5.2 Dimensionamento: Cetesb (1981) 
 
5.3 Restrições ao uso do sistema: 
Há fatores naturais não controlados pelo homem que interferem no 
funcionamento das lagoas que podem restringir o uso do sistema em algumas 
localidades. Estes fatores incluem ventos, temperatura, precipitação, evaporação 
e radiação. Os ventos podem formar ondas que causam erosão nos taludes, bem 
como contribui para introdução de oxigênio no meio líquido. A temperatura está 
relacionada com a radiação solar e afeta a velocidade da fotossíntese e a 
velocidade de metabolismo das bactérias responsáveis pela depuração dos 
esgotos. Nas temperaturas baixas, a concentração de oxigênio dissolvido tende a 
ser maior. 
 
 
 
 
14 
 
5.3.1 Precipitação pluviométrica 
A precipitação é desfavorável para o sistema pelo aspecto de produzirem diluição 
dos esgotos, bem como carregam areia para o interior da lagoa. 
 
5.4 Cuidados operacionais: 
Este sistema não necessita de grandes cuidados operacionais, pois não requer 
equipamentos ou capacitação especial dos operadores. A manutenção está 
relacionada a atividades simples. 
 Conferir, periodicamente, as condições estruturais da lagoa, minimizando 
a possibilidade de ocorrência de erosão dos taludes e de infiltração no 
solo, observando-se a variação do nível da lâmina d’água; 
 Evitar os entupimentos nos dispositivos de entrada, para garantir a 
distribuição uniforme do esgoto na lagoa; 
 Promover a retirada de materiais grosseiros que, eventualmente, possam 
passar pelo tratamento preliminar; 
 Conservar limpos os dispositivos de saída; 
 Conservar as margens da lagoa sem qualquer tipo de vegetação, para 
evitar a proliferação de insetos; 
 Fazer diariamente a leitura das vazões com frequência horária e anotar os 
valores no livro de registro de operação. 
 Retirar todo o material sobrenadante - escumas, óleos, graxas, lodo e 
folhas usando peneiras ou jatos d’água. O material removido deve ser 
desidratado, tratado e disposto em valas na área da ETE, com 
recobrimento diário, ou em aterro sanitário preferencialmente licenciado; 
 Variar o nível d’água em função da maior ou menor insolação - mais alto 
no período de maior insolação e mais baixo no de menor insolação; 
 Verificar a coloração do efluente tratado - deve estar preferencialmente 
verde-claro e sem cheiro; 
 Verificar diariamente as condições de tempo, da temperatura do ar e do 
líquido, do pH e do oxigênio dissolvido - OD. Os dados devem ser 
anotados no registro de operação da ETE. 
 
 
 
 
15 
 
5.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
 
Problemas 
operacionais 
Causas Prováveis Soluções Possíveis 
Escuma e 
flutuantes 
 Superfloração de algas 
(formando nata esverdeada); 
 Lançamento de material 
estranho (ex: lixo); 
 Placas de lodo desprendidas 
do fundo; 
 Pouca circulação e atuação 
do vento. 
 Quebrar a escuma com jatos d’água 
ou um rastelo; 
 Remover a escuma com peneiras de 
pano, enterrando-a depois; 
 Descarregar ou remover placas de 
lodo; 
 Remover obstáculos para a 
penetração do vento. 
Maus odores 
causados por 
sobrecarga 
 Sobrecarga de esgotos, 
causando abaixamento do 
pH, queda de concentração 
de OD, mudança na cor do 
efluente de verde para verde-
amarelo (predominância de 
rotíferos e crustáceos, que se 
alimentam das algas), 
aparecimento de zonas 
cinzentas junto ao afluente e 
maus odores. 
 Transformar a operação de série 
para paralelo; 
 Retirar temporariamente a lagoa 
problemática de operação (desde 
que haja pelo menos duas lagoas 
em paralelo); 
 Recircular o efluente na razão de 
1/6/ 
 Considerar entradas múltiplas do 
afluente, para evitar caminhos 
preferenciais; 
 No caso de sobrecargas 
consistentes, considerar a inclusão 
de aeradores na lagoa; 
 Eventualmente adicionar nitrato de 
sódio, como complementação de 
fonte de oxigênio combinado. 
Maus odores 
causados por 
más condições 
atmosféricas 
 Longos períodos com tempo 
nublado e temperatura baixa. 
 Diminuir a altura da lâmina d’água; 
 Colocar uma lagoa em paralelo em 
operação; 
 Instalar aeradores superficiais 
próximos à entrada do afluente; 
Maus odores 
causados por 
bactérias tóxicas 
 Substâncias tóxicas advindas 
de descargas industriais, 
gerando repentinas 
condições anaeróbias na 
lagoa. 
 Efetuar análise físico-química 
completa do afluente, de forma a 
identificar o possível composto 
tóxico; 
 Identificar na bacia de contribuição a 
indústria causadora da descarga, 
tomando as providencias dentro da 
legislação; 
 Isolar a lagoa afetada; 
 Colocar uma segunda unidade em 
operação em paralelo, com aeração, 
caso seja possível. 
Maus odores 
causados por 
 Má distribuição do afluente; 
 Zonas mortas, advindas de 
 Coletar amostras em vários pontos 
da lagoa (ex: OD) para verificar se 
 
16 
 
curtos-circuitos 
hidráulicos 
excessivo aproveitamento de 
curvas de nível; 
 Presença de vegetais 
aquáticos no interior da 
lagoa. 
há significativas diferenças de ponto 
para ponto. 
 No caso de entradas múltiplas, 
regularizar a distribuição uniforme da 
vazão afluente por todas as 
entradas; 
 No caso de entradas simples, 
construir novas entradas; 
 Cortar e remover vegetais aquáticos; 
 No caso de zonas mortas, introduzir 
aeração para causar pequena 
mistura. 
Maus odores 
causados por 
massas de algas 
flutuantes 
 Superfloração de algas, 
impedindo a penetração da 
energia luminosa, e 
causando problemas com a 
mortandade da população 
em excesso. 
 Jateamento com mangueira d’água; 
 Destruição com rastelo; 
 Remoção com peneiras. 
Elevadas 
concentrações 
de algas (SS) no 
efluente 
 Condições atmosféricas que 
favorecem o crescimento de 
certas populações de algas. 
 Retirar o efluente submerso, após 
passar por defletores, que retêm as 
algas; 
 Usar múltiplas células em série, com 
um reduzido tempo de detenção em 
cada célula; 
 Efetuar pós-tratamento do efluenteda lagoa, para remover excesso de 
SS. 
Presença de 
algas (bactérias) 
verde-azuladas 
 Tratamento incompleto; 
 Sobrecarga; 
 Desbalanço de nutrientes. 
 Quebrar as florações de algas; 
 Adicionar criteriosamente sulfato de 
cobre. 
Presença de 
algas 
filamentosas e 
musgo, que 
limitam a 
penetração da 
energia 
luminosa 
 Lagoas superdimensionadas; 
 Carga afluente sazonalmente 
reduzida. 
 Aumentar a carga unitária, através 
de redução do numero de lagoa em 
operação; 
 Usar operação em série. 
Tendência 
progressiva de 
decréscimo no 
OD (OD abaixo 
de 3mg/L nos 
meses quentes) 
 Baixa penetração da luz 
solar; 
 Baixo tempo de detenção; 
 Alta carga de DBO; 
 Despejos industriais tóxicos. 
 Remover a carga na lagoa primária 
através de operação em paralelo; 
 Introduzir aeração 
complementar;Reciclar o efluente 
final. 
 
Tendência 
progressiva de 
decréscimo no 
 Sobrecarga; 
 Logos períodos com 
condições atmosféricas 
adversas; 
 Ver medidas relativas a baixo OD ou 
maus odores por sobrecarga. 
 
17 
 
pH (pH ideal 
acima de 8), com 
mortalidade das 
algas verdes 
 Organismos se alimentando 
das algas. 
Proliferação de 
insetos 
 Presença de vegetais nas 
margens dos taludes internos 
das lagoas. 
 Reduzir o N.A., fazendo com que as 
larvas presas aos vegetais 
desapareçam, quando a área secar; 
 Operar a lagoa com variação do 
N.A.; 
 Proteger o talude interno com placas 
de concreto, argamassa armada, rip-
rap etc; 
 Colocação de peixes na lagoa, como 
tilápia e carpas; 
 Destruir as escumas; 
 Aplicar criteriosamente produtos 
químicos. 
Vegetação 
 Baixar nível operacional da 
lagoa (abaixo de 60cm); 
 Infiltração excessiva; 
 Baixa vazão de esgotos. 
 Operar as lagoas com um nível 
superior a 90cm; 
 Cortar os vegetais nas margens 
internar, evitando que os mesmos 
caiam dentro das lagoas; 
 Proteger o talude internamente com 
placas de concreto, argamassa, rip-
rap etc; 
 Remover vegetais internos à lagoa 
com canoas ou dragas (abaixar o 
N.A. para facilitar operação); 
 Reduzir permeabilidade da lagoa 
com uma camada de argila; 
 Aplicar criteriosamente herbicidas. 
Fonte: von Sperling (1996). 
 
6.LAGOA ANAERÓBIA 
 
6.1 Definições: 
As lagoas anaeróbias são utilizadas para o tratamento de esgotos domésticos e 
despejos industriais predominantemente orgânicos. Desta forma, a grande carga 
de matéria orgânica faz com que a taxa de consumo de oxigênio seja muito 
superior à taxa de produção, garantindo condições estritamente anaeróbias. 
A estabilização anaeróbia é lenta e se desenvolve em duas etapas. Na primeira 
fase há conversão da matéria orgânica a outras formas, como ácidos. Nesta fase 
não há remoção de DBO. Somente na segunda fase a DBO é removida e a 
 
18 
 
matéria orgânica que foi convertida é transformada em metano, gás carbônico e 
água. O carbono é removido pela vaporização do metano. As bactérias 
metanogênicas, responsáveis pela segunda etapa, são muito sensíveis, sendo 
necessário ausência de oxigênio dissolvido, temperatura adequada e pH 
adequado. 
Estas lagoas são usualmente profundas a fim de reduzir a penetração de 
oxigênio da atmosfera pela interface. 
O efluente da lagoa anaeróbia ainda apresenta elevada DBO, implicando na 
necessidade da utilização de um tratamento posterior. As unidades mais 
utilizadas para o tratamento são as lagoas facultativas. Este sistema é 
denominado sistema australiano. 
 
6.2 Dimensionamento: 
CETESB (1981). 
 
6.3 Restrições ao uso do sistema: 
 
 
 
6.4 Cuidados operacionais: 
Este sistema não necessita de grandes cuidados operacionais, pois não requer 
equipamentos ou capacitação especial dos operadores. A manutenção está 
relacionada a atividades simples. 
 Conferir, periodicamente, as condições estruturais da lagoa, minimizando 
a possibilidade de ocorrência de erosão dos taludes e de infiltração no 
solo, observando-se a variação do nível da lâmina d’água; 
 Evitar os entupimentos nos dispositivos de entrada, para garantir a 
distribuição uniforme do esgoto na lagoa; 
 Promover a retirada de materiais grosseiros que, eventualmente, possam 
passar pelo tratamento preliminar; 
 Conservar limpos os dispositivos de saída; 
 Conservar as margens da lagoa sem qualquer tipo de vegetação, para 
evitar a proliferação de insetos; 
 
19 
 
 Fazer diariamente a leitura das vazões com frequência horária e anotar os 
valores no livro de registro de operação. 
 
6.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
Problemas 
operacionais 
Causas Prováveis Soluções Possíveis 
Maus odores 
 Sobrecarga de esgotos e 
diminuição do tempo de 
detenção hidráulica; 
 Carga bem baixa e elevação 
do tempo de detenção 
hidráulica (a lagoa se 
comporta como facultativa, 
com OD na massa líquida); 
 Presença de substâncias 
tóxicas; 
 Queda brusca de 
temperatura dos esgotos. 
 Recircular o efluente da lagoa facultativa 
ou de maturação para a entrada da 
lagoa anaeróbia (razão de recirculação 
de aproximadamente 1/6); 
 Melhorar a distribuição do afluente na 
lagoa (distribuição por tubulações 
perfuradas no fundo da lagoa) 
 No caso de sobrecarga, eventual by-
pass parcial para a lagoa facultativa 
(caso ela suporte elevações de carga); 
 No caso de longos tempo de detenção, 
operar com uma lagoa anaeróbia apenas 
(caso haja duas ou mais lagoas em 
paralelo); 
 Adicionar nitrato de sódio em vários 
pontos da lagoa; 
 Adicionar cal (120 g/10m³ de lagoa) para 
elevar o pH, reduzindo as condições 
ácidas responsáveis pela inibição da 
metanogênese e pela maior presença do 
sulfeto na forma livre, tóxica); 
 Adicionar produtos que sequestrem os 
sulfetos; 
 Evitar a adição de cloro, pois o mesmo 
causará problemas posteriores para o 
reinício das atividades biológicas. 
Proliferação 
de insetos 
 Material gradeado ou areia 
removida não dispostos 
convenientemente; 
 Crescimento de vegetais no 
encontro entre NA e talude 
interno; 
 Camada de escuma e óleo 
sempre presente nas lagoas 
anaeróbias; 
 Circulação e manutenção 
fracas. 
 Aterrar o material removido das grades e 
caixas de areia em valas; 
 Cortar os vegetais desenvolvidos; 
 Revolver, com rastelo ou jato d’água, a 
camada de material flutuante que cobre 
as lagoas; 
 Aplicar cuidadosamente inseticidas ou 
larvicidas na camada de escuma. 
Crescimento 
de vegetais 
 Manutenção inadequada  Vegetais aquáticos (crescem no talude 
interno): remoção total, evitando a sua 
queda na lagoa; 
 Vegetais terrestres (crescem no talude 
externo): capinar o terreno, adicionar 
 
20 
 
produtos químicos para controle de 
ervas. 
Manchas 
verdes no 
encontro do 
NA com o 
talude 
 Proliferação de algas, face à 
pequena profundidade no 
trecho NA-talude. 
 Remover colônias de algas. 
Entupimento 
das 
tubulações 
de entrada 
 Tubulação de entrada 
obstruída. 
 Limpar as tubulações com vara ou 
arame de aço. 
Superfície da 
lagoa 
coberta por 
uma camada 
de escuma 
 Escuma, óleos e plásticos.  Não há que se tomar atitudes: a camada 
de escuma é totalmente normal em 
lagoas anaeróbias, ajudando a manter a 
ausência de oxigênio, e dificultando o 
desprendimento de maus odores. 
Fonte: von Sperling (1996). 
 
6.6 Eficiência 
A eficiência da remoção de DBO nas lagoas anaeróbias é da ordem de 50% a 
60%. 
 
 
 
7. LAGOA DE MATURAÇÃO 
 
7.1 Definições: 
As lagoas de maturação possibilitam um polimento no efluentede qualquer dos 
sistemas de lagoas, cujo objetivo é a remoção de patógenos e não a remoção 
adicional de DBO. Diversos fatores, como temperatura, insolação, pH, escassez 
de alimento e competição contribuem para a mortandade dos patogênicos. 
7.2 Dimensionamento: 
7.3 Restrições ao uso do sistema: 
7.4 Cuidados operacionais: 
Este sistema não necessita de grandes cuidados operacionais, pois não requer 
equipamentos ou capacitação especial dos operadores. A manutenção está 
relacionada a atividades simples. 
 
21 
 
 Conferir, periodicamente, as condições estruturais da lagoa, minimizando 
a possibilidade de ocorrência de erosão dos taludes e de infiltração no 
solo, observando-se a variação do nível da lâmina d’água; 
 Evitar os entupimentos nos dispositivos de entrada, para garantir a 
distribuição uniforme do esgoto na lagoa; 
 Promover a retirada de materiais grosseiros que, eventualmente, possam 
passar pelo tratamento preliminar; 
 Conservar limpos os dispositivos de saída; 
 Conservar as margens da lagoa sem qualquer tipo de vegetação, para 
evitar a proliferação de insetos; 
 Fazer diariamente a leitura das vazões com frequência horária e anotar os 
valores no livro de registro de operação; 
 Dispor, após tratamento e desidratação, o material flutuante e o lodo 
removido em valas na área da ETE, com recobrimento, ou em aterro 
sanitário preferencialmente licenciado. 
7.5 Problemas operacionais e possíveis soluções: 
7.6 Eficiência 
As lagoas de maturação devem cumprir elevadas eficiências na remoção de 
coliformes (E> 99,9 ou 99,99%), para que possam ser atingidos os padrões para 
utilização do efluente para a irrigação, ou padrões para corpos d’água, em função 
da classe a que pertencem. 
 
8. LAGOA AERADA 
8.1 Definições: 
8.2 Dimensionamento: 
8.3 Restrições ao uso do sistema: 
8.4 Cuidados operacionais: 
Este sistema não necessita de grandes cuidados operacionais, pois não requer 
equipamentos ou capacitação especial dos operadores. A manutenção está 
relacionada a atividades simples. 
 Conferir, periodicamente, as condições estruturais da lagoa, minimizando 
a possibilidade de ocorrência de erosão dos taludes e de infiltração no 
solo, observando-se a variação do nível da lâmina d’água; 
 
22 
 
 Evitar os entupimentos nos dispositivos de entrada, para garantir a 
distribuição uniforme do esgoto na lagoa; 
 Promover a retirada de materiais grosseiros que, eventualmente, possam 
passar pelo tratamento preliminar; 
 Conservar limpos os dispositivos de saída; 
 Conservar as margens da lagoa sem qualquer tipo de vegetação, para 
evitar a proliferação de insetos; 
 Fazer diariamente a leitura das vazões com frequência horária e anotar os 
valores no livro de registro de operação; 
 Retirar todo o material sobrenadante - escumas, óleos, graxas, lodo e folhas 
usando peneiras ou jatos d’água. O material removido deve ser desidratado, 
tratado e disposto em valas na área da ETE, com recobrimento diário, ou em 
aterro preferencialmente licenciado; 
 Conferir periodicamente a posição dos aeradores; 
 Executar freqüentemente a manutenção dos equipamentos; 
 Monitorar o OD para estabelecer a disposição mais adequada dos aeradores. 
 
 
8.5 Problemas operacionais e possíveis soluções:/eficiência 
 
 
9. Lodos Ativados 
 
 
1.Geral 
O processo de lodos ativados consiste em se provocar o desenvolvimento de 
uma cultura microbiológica na forma de flocos (lodos ativados) em um tanque 
de aeração, que é alimentada pelo efluente a tratar. 
 
Neste tanque, a aeração tem por finalidade proporcionar oxigênio aos 
microrganismos e evitar a deposição dos flocos bacterianos e os misturar 
homogeneamente ao efluente. Esta mistura é denominada "licor". O oxigênio 
necessário ao crescimento biológico é introduzido no licor através de um 
sistema de aeração mecânica, por ar comprimido, ou ainda pela introdução de 
oxigênio puro. 
 
O licor é enviado continuamente a um decantador (decantador secundário), 
destinado a separar o efluente tratado do lodo. O lodo é recirculado ao tanque 
de aeração a fim de manter a concentração de microorganismos dentro de 
uma certa proporção em relação à carga orgânica afluente. 
 
O sobrenadante do decantador é o efluente tratado, pronto para descarte ao 
corpo receptor. 
 
O excesso de lodo, decorrente do crescimento biológico, é extraído. do 
sistema sempre que a concentração do licor ultrapassa os valores de projeto. 
Este lodo pode ser espessado e desidratado, tendo como aplicação o uso em 
agricultura. 
 
 
23 
 
Neste sistema, seus tanques e acessórios têm as seguintes 
funções: 
 
 
- Tanque de Aeração: promover o desenvolvimento de uma colônia 
microbiológica (biomassa), a qual consumirá a matéria orgânica do 
efluente; a quantidade de biomassa é expressa como SSTA (sólidos em 
suspensão no tanque de aeração). 
 
 
- Aeradores, Compressores ou Sistema de Oxigênio Puro: fornecer 
oxigênio ao licor, mantendo no mesmo uma concentração adequada (1,5 
- 2,0 mg/l) de Oxigênio Dissolvido, necessário ao metabolismo dos 
microorganismos aeróbicos. 
 
 
- Decantador Secundário: separar a biomassa que consumiu a 
matéria orgânica do efluente, a qual sedimenta-se no fundo do 
decantador, permitindo que o sobrenadante seja descartado como 
efluente tratado, já com sua carga orgânica reduzida e isento de 
biomassa. 
 
 
- Bombas de Recirculação: retornar a biomassa ao tanque de 
aeração, para que a mesma continue sua ação depuradora; o 
crescimento da biomassa é contínuo, ocorrendo a necessidade de um 
descarte periódico de quantidades definidas da mesma.
 
24 
 
 
 
2. Controle Operacional 
 
 
a. Parâmetros de Processo 
 
Os seguintes parâmetros são fundamentais para a operação do processo de 
lodos ativados (conforme figura abaixo): 
 
 
Q DBOeCOe 
 
Efluente a 
Tratar 
 
CATO A Va 
Aeração
 
Retor
no 
de 
Lodo 
R
L 
SS
RL 
 
 
 
 
 
 
Tanqu
e de 
Aeraç
ão 
“Lico
r” 
Decant
ador 
Secund
ário 
 
 
 
 
Efluente 
Tratado 
Q 
DBOs
F/M SSTA RS OD 
IVL IL V Qr 
B 
Bomba de 
 
CO
Descarte de Lodo em Excesso DLE 
 
Recirculação
 
25 
 
 
 
 
- Qe, Qs, Qr e Qdle: Vazões de entrada, saída, retorno de lodo, e de 
descarte de lodo em excesso, em m3/d; 
 
- DBOe e DBOs: Valores de DBO de 
entrada e saída; 
 
- COe e COs: Cargas Orgânicas de entrada e 
saída, em kg DBO/d; 
 
- CA: Capacidade de Aeração, kg O2/d, propiciada pelo sistema de 
aeração, depende do tipo de equipamento; 
 
- TO: Taxa de Oxigenação: relação entre a quantidade de oxigênio 
propiciada pelo sistema de aeração e a carga orgânica de entrada no 
tanque de aeração, expressa em kg O2/kg DBO: 
 
 CA (kgO2/d) 
TA = -------------------------- 
 CO (kg DBO/d) 
 
 
- SSTA (sólidos em suspensão no tanque de aeração): 
expresso em mg/l; 
 
- F/M: Relação Alimento/Microorganismo (Food/Microorganism 
Ratio), indicando a proporção entre a Carga Orgânica alimentada ao 
tanque de aeração (COe) e a massa de microorganismos presentes no 
mesmo, expressa em kgDBO/d. kg SSTA: 
 COe (kg DBO/d) 
F/M = ------------------------------ 
 V (m3) x SSTA(g/l) 
- RS (resíduo sedimentável no tanque de aeração): é o volume de lodo que 
se sedimenta em 1 hora, em cone Imhoff, do liquor do tanque de aeração, 
expresso em ml/l; 
 
- OD = Oxigênio Dissolvido no Tanque de Aeração: 
mg/l; 
 
- SSRL (sólidos em suspensão no retorno de lodo): expresso em 
mg/l; 
 
- IVL (índice volumétricode lodo): representa o volume em ml ocupado por um 
grama de sólidos em suspensão (seco), sendo obtido pela divisão do valor de 
RS (ml/l) pelo de SSTA (g/l), e é expresso em ml/g; indica 
qualitativamente os padrões de sedimentabilidade do lodo; 
 
- IL (idade do lodo): representa o tempo médio que uma partícula de lodo 
permanece no sistema, e pode ser estimada grosseiramente dividindo-se a 
quantidade de lodo (seco) contida no tanque de aeração pela quantidade diária 
de lodo (seco) retirada do sistema como lodo em excesso; pode ser calculada 
pela seguinte expressão: 
 
 
 
 
26 
 
Vol. do Tq. de Aeração (m3) x SSTA 
(g/l) 
IL (dias) = ----------------------------------------------------------
Vazão de Lodo em Excesso (m3/d) x SSRL 
(g/l) 
 
 
- A: Superfície de Decantação, 
m2; 
 
- Va (velocidade ascencional no decantador): expresso em m
3/h.m2, 
calculada como: 
 
 
Q(m3/d) 
Va = ----------------------- 
A (m2) x 24 h/d 
Os valores normais para estes índices variam 
entre: TO: 1,0 a 2,2 kg O2/kg DBO 
 
F/M: 0,07 a 0,45 kg DBO/d. kg 
SSTA RS: 300 a 500 ml/l (Cone 
Imhoff) SSTA: 1,5 a 4,0 g/l 
SSRL: 4,0 a 8,0 g/l 
 
O2D: 1,5 a 2,5 mg/l 
IL: entre 10 e 30 dias 
 
 
IVL: 
entre 90 e 150 ml/g --> boa sedimentabilidade 
abaixo de 90 ml/g ----> excelente sedimentabilidade 
acima de 150 ml/g ----> más condições de sedimentação 
Va: 0,4 a 0,8 m
3/h.m2 
 
 
A figura 2.47 abaixo relaciona os principais parâmetros de operação do 
processo de lodos ativados. Nesta figura, o parâmetro “Taxa de Aplicação 
ao Resíduo Seco” eqüivale ao fator F/M acima definido. 
 
 
 
27 
 
 
 
b.Microscopia 
 
 
No processo de lodos ativados verifica-se uma microfauna composta por 
bactérias, fungos e leveduras, pois, a turbulência não permite o crescimento de 
organismos maiores, tampouco desenvolvem-se algas devido à ausência de 
luz provocada pela turbidez do meio. 
 
A composição desta microfauna é um indício importante de funcionamento 
do processo. 
 
É importante a avaliação do desenvolvimento de microrganismos filamentosos, 
sendo estes quase sempre presentes nos lodos ativados, porém, sua 
quantidade relativa aos flocos não pode aumentar de certo ponto sem que 
ocorram problemas de decantação, devido ao intumescimento filamentoso do 
lodo. 
 
O aspecto do lodo ao microscópio, em geral pode ser descrito da seguinte 
forma: 
- as bactérias se agregam formando flocos biológicos, que também 
congregam bactérias filamentosas e na superfície destes flocos fixam-se 
os protozoários e ciliados pedunculados; 
 
- presença de ciliados livre-nadantes, que se movem livremente nos 
espaços entre os flocos; 
 
A realização regular de análises microscópicas de um lodo em aeração, pode 
indicar as tendências do processo de lodos ativados, em termos de eficiência 
de remoção de matéria orgânica, da sedimentação de lodo, da adequação da 
aeração empregada e da eventual presença de compostos tóxicos ou 
 
28 
 
ocorrências de sobrecargas orgânicas, sugerindo a realização de medidas 
operacionais do sistema de tal forma que seu desempenho seja mantido. 
 
As amostras devem ser coletadas em um ponto próximo a saída e ao meio do 
tanque ou lagoa de aeração e devem ser analisadas o mais breve possível. 
 
Para análises qualitativas ou quantitativas, observa-se o aspecto dos flocos 
quanto à forma, tamanho e estrutura (grau de agregação e presença de sólidos 
dispersos) e também a presença de microrganismos filamentosos e sua 
distribuição entre os flocos. 
 
Recomendamos a aquisição da publicação “Microbiologia de Lodos Ativados – 
Série Manuais”, publicada pela CETESB e disponível nas agências regionais 
deste órgão. 
 
 
I M P O R T A N TE : 
 
O sistema de lodos ativados, em sua modalidade de aeração prolongada, é 
bastante estável e controlável, para o tipo de despejo em questão; no 
entanto, o indústria deverá evitar o lançamento excessivo e indiscriminado na 
rede de efluentes industriais, de substâncias que pudessem comprometer a 
boa performance do sistema de tratamento, tais como: 
 
- desinfetantes 
- detergente 
- óleos 
- solventes 
-ácidos e bases fortes 
 
Efetuadas as considerações acima, a operação do sistema secundário deverá 
obedecer os seguintes procedimentos básicos: 
 
-Tanque de Aeração 
 
Manter o sistema de aeração operando 
ininterruptamente.
 
29 
 
 
 
 
 
 
 
%
 R
e
to
rn
o
 
Verificar diariamente os valores RS e SSTA, e calcular o IVL (índice 
Volumétrico de Lodo). Verificar diariamente o OD no tanque de aeração, o qual 
deverá ser mantido em torno de 2,0 mg/l. 
 
 
- Dosagem de Nutrientes 
 
À entrada do Tanque de Aeração: 
DBP:N:P = 100:5:1 (aceitável 
100:3,5:0,5) 
- Decantador Secundário / Elevatória de Lodo 
 
 
Regular a vazão de extração de lodo pelas válvulas de descarga, para valores 
entre 
30 e 150% da vazão média afluente do efluente bruto. 
 
A vazão de recirculação pode ser estimada utilizando-se o gráfico abaixo, em 
função dos Sólidos Sedimentáveis medidos no tanque de Aeração 
 
 
 
100 
 
80 
 
60 
 
40 
 
20 
 
0 
0 100 200 300 400 
500 
 
Sólidos Sedimentáveis 
(ml/l) 
 
Exemplo: 
Q = Vazão de Efluente = 100 m3 /h 
 
SS = 270 ml/l 
% Recirculação = 38% (Obtidos do Gráfico) 
 
% R x Q 100 x 
32 
QR = Vazão de Recirculação = ---------------- = -------------- = 32 m
3/h 
100 
100 
 
Através deste ajuste deverão ser obtidos os padrões de operação acima 
especificado.
 
30 
 
 
3 – Exemplos de Cálculo 
 
 
 
3.1 – Cálculo da Carga Orgânica 
 
 
 
Exemplo: 
 
Vazão de Efluente Primário = Q = 2.200 m3/d 
 
DBO (Efluente Primário) = 2500 mg/l 
 
 Q x DBO 2200 x 2500 
 
Carga Orgânica = ---------- = -------------------- = 5500 kg DBO/d 
 1000 1000 
 
3.2 – Cálculo do Fator F/M 
 
 
 
Dados: 
 
Carga Orgânica = 5500 Kg DBO/d 
 
Volume do Tanque de Aeração = 4374 m3 
 
Sólidos em Suspensão no Tanque de Aeração = 3500 mg/l 
 
 C.O. x 1000 5500 x 1000 
F/M = ---------------- = -------------------- = 0,35 kg DBO/d. KSSTA 
V x SSTA 4374 x 3500 
 
 
 
3.3 – Cálculo da Idade do Lodo 
 
 
 
Conhecidos: 
 
V = 4374 m3 (Tanque de 
Aeração) SSTA = 3500 mg/l 
SSRL = 6000 mg/l (Retorno/ Descarte do Lodo) 
 
QDLE = 150 m3/d (vazão de descarte de 
Lodo) V x SSTA 4374 x 3500 
IL = ------------------ = -------------------- = 17 dias 
QLDE x SSRL 150 x 
6000
 
31 
 
 
 
3.4 – Cálculo da Vazão de Descarte de Lodo em Excesso para Obtenção 
de uma determinada I.L. 
 
 
 
Conhecidos: 
 
V = 4374 m3 
 
SSTA = 3500 mg/l 
 
SSRL = 6000 mg/l 
 
IL = 8 dias (desejada) 
 
V x SSTA 4374 x 
3500 
QDLE = ---------------- = ----------------------- = 318 m
3/d 
IL x SSRL 8 x 6000 
 
Mesmo Exemplo, porém com SSRL = 8000 mg/l 
 
4374 x 3500 
QDLE = ---------------------- = 239 m
3/d 
8 x 8000 
 
 
 
3.5 – Cálculo do IVL 
 
 
 
Conhecidos: 
 
SSTA = 3500 mg/l 
 
SS = 400 ml/l 
 
SS x 1000 400 x 1000 
IVL = ----------------- = ------------------- = 114 ml/g 
 SSTA 3500 
 
3.6 – Cálculo da Velocidade Ascencional no decantador Secundário 
 
 
Exemplo: Q = Vazão = 100 m3/h 
 
Diâmetro do Decantador = 24,00 
 
A = Superfície de Decantação = 452 m2Q 100 
Va = ---- = ------ = 0,22 m3/h.m2 ou 0,22 m/h 
A 452
 
32 
 
 
 
 
3.7 – Espessamento e Desidratação de Lodo Secundário 
 
 
Descarte de Lodo em Excesso = 239 m3/d, com 8000 mg/l de SSRL 
 
239 x 
8000 
“Matéria Seca” no Descarte = ------------------- = 1912 Kg MS/d 
1000 
 
Concentração de Extração de Lodo Espessado = 25 g/l = 25 
Kg/m3 
 
1912 
Volume de Lodo Espessado = -------- = 76 m3/d 
2 
 
 
33 
 
 
GUIA DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 
 
 
 
Lodos Ativados 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Apresentamos a seguir o Guia de Resolução de Problemas para a operação de 
sistemas de tratamentos de efluentes por lodos ativados. 
Este guia é uma extração e adaptação da ACQUA ENGENHARIA a partir do 
livro "Activated Sludge - Manual of Practice OM-9" editado pela Water 
Environment Federation - USA e tem por objetivo fornecer uma referência rápida 
entre os principais problemas encontrados nas estações de tratamento por lodos 
ativados, suas causas e medidas de controle adequada.
 
34 
 
OPERAÇÃO DE SISTEMA DE LODOS ATIVADOS 
GUIA DE ADEQUAÇÃO A PROBLEMAS PRINCIPAIS 
Problemas de Aeração 
Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
1) Baixo O.D. e/ ou 
presença de odores 
sépticos no licor misto 
 
 
 
 
Sub - aeração. 
 
Verificar valor de O.D., deve-se 
ser da ordem de 1,5 a 2 mg/L 
em todo tanque de aeração. 
 
Aumentar aeração para manter taxa 
de O.D. adequada 
 
 Verificar adequada mistura no 
tanque de aeração. 
 
Aumentar a vazão de ar se possível 
 
Verificar taxas de retorno de 
lodo e da camada de lodo no 
decantador. 
 
Ajustar taxa de retorno de lodo para manter 
espessura da camada de lodo em torno 
de 30 a 90 cm no decantador. 
 
Concentração de SSTA 
elevada. 
 
Verificar SSTA. 
 
Ajustar SSTA para taxa adequada de F/M. 
Se F/M estiver adequada, aumentar a 
aeração no tanque. 
 
 
2) Aeração excessiva 
necessária embora sem 
alteração aparente na 
carga orgânica ou na 
carga hidráulica. 
Dificuldade para manter 
taxa de O.D. adequada 
 
Resíduos incrustados na 
lamina 
 
Verificar laminas dos aeradores. 
 
Remover a incrustação da lamina. 
 
Transferência de 
oxigênio insuficiente ou 
inadequada. 
 
Verificar performance do 
sistema de aeração. Sistemas 
de aeração mecânica devem 
prover oxigênio entre 0,45 a 
0,55 Kg de Oxigênio / Kg de 
DBO removida. 
 
 
Acrescentar mais aeradores mecânicos. 
 
Alta taxa de carga orgânica 
(DBO, DQO, material 
suspenso) do efluente bruto 
 
Verificar se a carga orgânica das 
linhas de efluente contribuem 
significativamente para a carga 
do orgânica total do processo 
 
Se a carga orgânica for superior a 15% , 
otimizar operação ou melhorar processos 
na ETE 
 
35 
 
3) Dificuldade na 
manutenção do nível de O.D. 
na entrada do tanque de 
aeração. 
 
Distribuição inadequada da 
entrada de efluentes no 
tanque de aeração. 
 
Verificar se o O.D. também 
esta baixo na saída ou em 
outras partes do tanque 
 
Se possível alterar locais de entrada do 
efluente ou a mistura do tanque de 
aeração. 
 
 
OPERAÇÃO DE SISTEMA DE LODOS ATIVADOS 
GUIA DE ADEQUAÇÃO A PROBLEMAS PRINCIPAIS 
Problemas de Formação de Escumas 
Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Espuma branca, densa, 
com aspecto saponáceo, 
sobre a superfície do 
tanque de aeração 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lodo jovem no tanque de 
aeração sob sobrecarga 
(baixo SSTA). Nota: Esse 
problema ocorre 
normalmente durante o 
período de partida do reator, 
sendo temporário. Sem 
maiores problemas caso 
ocorra nesse período. 
 
Verificar carga orgânica no tanque 
de aeração e SSVTA. Incluir 
qualquer carga orgânica 
proveniente de outras entradas tais 
como sobrenadante do 
digestor, sólidos em suspensão, etc. 
Calcular F/M para determinar 
inventário de SSTA para 
carga orgânica presente. 
 
Após calculado F/M e SSVTA 
necessários, pode-se verificar 
que F/M encontra-se alto e 
SSVTA encontra-se baixo. 
Entretanto, não descartar o lodo 
do processo por alguns dias ou 
manter uma mínima descarga, 
caso já iniciado o descarte. 
 
Verificar se o efluente clarificado 
saindo do decantador secundário 
se esta arrastando sólidos. 
Efluente com aparência turva. 
Manter RL suficiente para 
minimizar o 
arraste de sólidos durante 
períodos de pico de vazão. O 
arraste de sólidos reduz a 
quantidade de SSTA e 
aumenta a relação F/M. 
 
 
Verificar valores de O.D. no tanque 
de aeração, 
 
Tentar manter taxa de O.D. 
entre 1,5 a 
2,0 mg/l . Certificar de 
ocorrência de mistura completa 
no tanque de aeração enquanto 
tenta-se manter valores de O.D. 
 
36 
 
 
 
Considerar inoculação de semente 
de lodo ativado de outro reator. 
 
 
Inocular com lodo ativado de 
outra reator com boa operação. 
 
Elevado descarte de lodo 
em excesso causando 
perda de lodo no processo 
provocando sobrecarga de 
carga orgânica no tanque 
de aeração (baixo SSTA) 
 
Monitorar os parâmetros da ETE e 
sua tendência para: 
a. Redução de SSVTA 
b. Redução de idade do 
lodo 
c. Aumento de F/M 
d. Redução da aeração para 
mesmo níveis de O.D. 
e. Aumento da taxa de descarte. 
 
Reduzir perdas/descartes diária 
para no máximo de 10%, até 
que processo atinja valores 
próximos aos parâmetros de 
controle. Aumentar taxa de 
retorno minimizando arraste de 
sólidos do decantador 
secundário. 
Manter profundidade da camada 
de lodo entre30 a 90 cm no 
fundo do decantador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Problemas de Formação de Escumas - continuação 
 Problemas de Formação de Escumas - continuação 
 Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Espuma branca, densa, com 
aspecto saponáceo, sobre a 
superfície do tanque de 
aeração 
 
Condições desfavoráveis com 
resíduos tóxicos (metais ou 
bactericidas), deficiência de 
nutrientes, pH anormais, O.D. 
insuficientes, baixa 
temperatura ou grandes 
variações da mesma 
provocando redução de SSTA. 
 
Verificar taxa de respiração. 
O distúrbio é devido a tóxicos 
ou bactericidas se a taxa de 
respiração é extremamente 
baixa (menos de 5 mg/g.h). 
Coletar amostra de SSTA e 
testar para metais, bactérias e 
temperatura. 
 
Restabelecer nova cultura de 
lodo ativado. Se possível 
descartar o lodo tóxico do 
processo sem recirculação 
ou retorno para o processo. 
Se possível, obter inoculo de 
outra unidade. 
 
Verificar e monitorar afluente 
para variações significativas de 
temperatura. 
 
Policiar descartes nas 
redes de 
efluentes/esgotos 
 
Perda não intencional de 
biomassa,devido ao arraste de 
sólidos do decantador 
secundário reduzindo SSTA, 
causando sobrecarga no 
tanque de aeração . 
 
 
Verificar escoamento 
superficial no decantador 
secundário. 
 
Consultar guia de resolução 
de problemas arraste de 
sólidos - item 1 e tabela 
Agrupamento e Flotação de 
Lodo - item 1. 
 
 
Distribuição inadequada do 
efluente ou do retorno de lodo 
e conseqüente formação de 
espuma em um ou mais 
tanques de aeração. 
 
Verificar e monitorar 
distribuição do 
efluente e RL para cada 
tanque de aeração. 
Disparidades podem causar 
diferenças nas concentrações 
de SSTA entre os tanques. 
 
Modificar a distribuição de 
modo a equalizar o efluente e 
RL para cada tanque de 
aeração. Concentrações de 
SSTA, RL e O.D. devem ser 
uniformespara tanques 
múltiplos. 
 
38 
 
 Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
2) Espuma marrom escura e 
brilhante na superfície do 
tanque de aeração 
 
 
 
 
 
Tanque de aeração 
aproximando-se de 
condições de baixa carga 
(Baixa F/M) devido a 
insuficiente descarte de lodo 
no processo. 
Verificar e monitorar tendências 
para: 
 a. aumento de SSVTA 
b. aumento de idade do 
lodo c. redução de F/M 
d. aumento da aeração para 
mesmo valores de O.D. 
e. redução dos valores de 
descarte. f. Aumento de 
temperatura. 
Aumentar taxa de descarga 
para até 
10% por dia até o processo 
aproximar- se dos valores 
normais dos parâmetros de 
operação e presença de 
pequena quantidade de 
espuma clara observada na 
superfície do tanque de 
aeração. 
Verificar e monitorar o efluente e 
taxas de retorno de lodo para cada 
tanque. Desequilíbrio pode 
sobrecarregar de SSTA nos 
tanques de aeração. 
 
 
Equalizar efluente e 
recirculação para cada tanque 
de aeração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Espuma grossa marrom 
escura na superfície do 
tanque de aeração 
 
 
 
 
 
 
 
Tanque de aeração 
encontra-se criticamente 
sub-carregado. 
Baixíssimo F/M devido a 
baixa descarga do lodo. 
Verificar e monitorar tendências 
para: 
a. Aumento de SSVTA. 
b. Aumento de idade do 
lodo c. Redução de F/M 
d. Aumento da aeração para 
mesmo valores de O.D. 
e. Redução dos valores de 
descarte. 
f. Aumento de concentração de 
nitrato no efluente secundário 
(acima de 1,0 mg/l) 
g. Aumento na demanda de 
cloro no efluente secundário 
h. Redução no pH do efluente do 
tanque de aeração 
 
 
 
 
Aumentar taxa de descarga 
para até 
10% por dia até processo 
aproximar-se dos valores 
normais dos parâmetros de 
operação e presença de 
pequena 
quantidade de espuma clara 
observada 
na superfície do tanque de 
aeração. 
Verificar e monitorar o efluente e 
taxas de 
retorno de lodo para cada 
tanque. Desequilíbrio pode 
sobrecarregar de SSTA nos 
tanques de aeração. 
 
Equalizar o efluente e 
recirculação para cada 
tanque de aeração. 
 
 
 
39 
 
Problemas de Formação de Escumas - continuação 
Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
3) Espuma grossa marrom 
escura na superfície do 
tanque de aeração 
 
 
Entrada de escuma nos 
tanques de aeração 
 
Verificar: 
a. óleos e graxas no efluente. 
b. sistema de coleta de 
escuma primário 
 
Policiar lançamentos nas redes 
de efluentes. 
 
Aprimorar sistema de 
coleta de escuma 
 
4) Espuma oleosa escura cor 
bronze escuro, consistente e 
carregada para decantador 
 
Organismos filamentosos 
(Nocardia) 
 
Verificar resultados de 
análise microscópica do 
licor misto. 
 
Consultar guia de resolução 
de problemas tabela 
Formação de Lodo - número 2 
 
5) Espuma marrom escura, 
saponácea, quase preta na 
superfície do tanque de 
aeração. Licor misto com 
coloração escura, 
próximo ao preto. Odor 
desagradável exalado do 
tanque de aeração. 
 
Ocorrência de condições 
anaeróbias no 
tanque de aeração 
 
Consultar guia de resolução de 
problemas tabela problemas de 
aeração 
 
Consultar guia de resolução de 
problemas tabela problemas de 
aeração 
 
Resíduos industriais contento 
corantes ou tintas 
 
 
Verificar fontes do resíduo 
industrial 
 
Policiar lançamentos nas 
redes de efluentes. 
 
 
6) Pequena quantidade de 
espuma leve e recente 
cor bronze 
 
Não caracterizado como 
problema. Normalmente indica 
um bom processo de operação 
com produção de efluente de 
boas características. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 OPERAÇÃO DE SISTEMA DE LODOS ATIVADOS GUIA DE ADEQUAÇÃO A 
PROBLEMAS PRINCIPAIS 
 Problemas de Arraste de Sólidos 
 Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
1) Aglomerados 
localizados de sólidos 
de lodo emergindo em 
determinados locais do 
decantador. Licor misto 
com fácil sedimentação 
quando submetido ao 
teste de sedimentação 
com sobrenadante limpo 
claro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mal funcionamento 
do equipamento. 
Verificar a operação dos 
seguintes equipamentos: 
a. calibração do medidor de vazão 
b. entupimento parcial ou 
completo das bombas e/ou 
tubulação de retorno e descarte 
de lodo. 
c. equipamento de coleta de lodo 
(acionamento, correias,etc.) 
d. danos nas chicanas e cortinas 
de entrada e saída do 
decantador. 
e. nivelamento dos vertedores 
 
 
Reparo ou troca de 
equipamento danificado 
a. recalibrar medidores de vazão 
b. desentupir bombas ou 
tubulações c. reparar 
equipamento. 
d. reparar ou substituir partes 
danificadas e. nivelar 
vertedores 
 
 
Verificar taxa de remoção de lodo e 
espessura da camada de lodo no 
decantador. 
 
Ajustar taxas de retorno e coletor 
de lodo e velocidade do 
mecanismo coletor . Se possível 
manter profundidade da camada 
de lodo de 30 cm a 1 m do fundo 
do decantador. 
 
 
 
Ar ou gás aprisionado 
nos flocos de lodo ou 
ocorrência de 
denitrificação 
Executar testes de 
sedimentação do licor. 
Movimentar vagarosamente 
enquanto ocorre sedimentação 
do lodo verificando a liberação 
de bolhas. 
a. caso ocorra, verificar 
concentração de nitrato no 
efluente secundário para 
constatar processo de 
nitrificação 
b. se não ocorre liberação de 
bolhas, não está ocorrendo 
nitrificação. 
 
Dos resultados dos testes: 
 
a. se ocorre nitrificação, 
verificar tabela agrupamento e 
flotação de lodo- item 1. 
 
b. se não ocorre nitrificação , 
verificar causa acima e tabela 
flocos dispersos 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Correntes de 
Temperatura 
 
 
Verificar a temperatura ao 
longo do decantador. 
 
Se diferença de temperatura 
exceder 2 a 4ºC entre topo e 
fundo do decantador, tirar de 
operação 1 ou mais 
decantadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
Problemas de Arraste de Sólidos - 
continuação 
 Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Aglomerados 
localizados de sólidos 
de lodo emergindo em 
determinados locais do 
decantador. Licor misto 
com fácil sedimentação 
quando submetido ao teste 
de sedimentação com 
sobrenadante limpo claro. 
 
Temperatura do sistema 
Verifique as chicanas de entrada 
e saída 
para ter uma distribuição 
apropriada dos sólidos no 
decantador 
Modificar ou instalar chicanas 
adicionais nos decantadores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sobrecarga hidráulica ou de 
sólidos 
Verificar distribuição de vazão 
para cada tanque de aeração e 
decantador. 
Equalizar escoamento ajustando níveis 
de vertedores, válvulas, etc. 
Verificar a velocidade 
ascensional na 
superfície do decantador para 
vazões médias e de pico. 
Se a velocidade ascensional exceder a 
capacidade de projeto, utilizar 
decantadores adicionais se 
possível 
 
 
 
Verificar taxa de aplicação de 
sólidos 
Ampliar o sistema de lodos ativados, 
com a construção de um novo 
decantador ou tanque de aeração, ou 
aumentar o descarte de lodo de 
maneira que a reduzir o SSTA para um 
F/M apropriado. 
 
 
 
 
Verificar camada de lodo no 
decantador 
 
Se a carga de sólidos encontra-se 
correta mas a camada de lodo esta 
muito alta, aumentar taxa de retorno e, 
se possível, mudar a alimentação para 
o processo de estabilização por 
contato, de forma a transferiri o lodo do 
decantador para o tanque de aeração.Aumentar taxa de descarte se o idade 
do lodo está muito alto 
 
Verificar arredores do decantador 
para 
ventos excessivos 
 
Providenciar protetor para ventos caso 
decantador de grandes dimensões. 
 
43 
 
 
Verificar modalidade do 
processo 
Se possível, alterar processos para 
reaeração do 
lodo ou modo de estabilização por 
contato 
 
 
Verificar resultados da JAR-test 
acrescentar polímero ou sulfato 
alumínio como 
medida temporária 
Verificar infiltração ou vazão de 
alimentação excessivos. 
Determinar programa de redução de 
Ivazão/infiltração 
 
44 
 
 
 
 
Problemas de Entumecimento de Lodo (Bulking) 
Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
1) Nuvens de Aglomerados 
homogêneos de lodo no 
decantador. Licor misto 
com fácil sedimentação 
quando submetido ao teste 
de sedimentação com 
sobrenadante limpo claro. 
Exames 
microscópicos mostram 
poucos ou ausência de 
organismos filamentosos. 
Aumento abrupto in IVL. 
 
 
 
 
Carga orgânica inadequada, 
causando 
crescimento de lodo 
entumecido e disperso. 
 
Verificar e monitorar tendências 
para: 
a. variação de SSVTA. 
b. variação do idade do 
lodo. c. variação de F/M 
d. variação dos níveis de O.D. 
e. variação na DBO do afluente 
Ajuste a taxa de descarte para 
não maisque 10% por dia até o 
processo voltar a seus 
parâmetros operacionais 
normais. 
 
Temporariamente aumente a taxa 
de retorno para minimizar o 
arraste de sólidos do decantador. 
Continue até os parâmetros 
operacionais se normalizarem. 
 
Alto nível de O.D. 
causando crescimento 
descontínuo do lodo. 
 
Avalie o aumento dos níveis de 
O.D. 
 
Diminuir o nível de O.D, 
preferencialmente para a faixa 
de 1,5 a 2 mg/l 
Presença de substâncias 
tóxicas causando crescimento 
descontínuo do lodo. 
 
Verifique a taxa de consumo de 
oxigênio do licor do tanque 
de aeração. 
 
Policiar lançamentos nas 
redes de efluentes. 
 
 
2) Mesmo que acima 
exceto que os exames 
microscópicos mostram 
numerosos filamentos 
presentes. 
 
 
Nota: Tente identificar se os 
filamentos são fungos ou 
bactérias. 
 
 
Deficiência de nutrientes no 
efluente causando formação 
de aglomerados 
filamentosos. 
 
 
Verifique o nível de 
nutrientes no afluente do 
tanque de aeração. 
Se o nível de nutrientes é menor 
que a taxa média, realize testes 
procurando dosar nutrientes 
através da adição de nitrogênio 
(amônia anidra), fósforo (fosfato 
trisódico) e/ou ferro na forma de 
cloreto férrico 
 
 
 
Verifique a sedimentabilidade 
do licor misto através de teste 
de sedimentabilidade 
 
Realize teste para melhoramento 
das características de 
sedimentabilidade do lodo através 
da adição de nutrientes. 
 
Clorar o RL a 2 a 3 Kg /dia/1000 
Kg 
SSVTA. 
Acrescentar produtos para 
sedimentação,se possível para 
reduzir os efeitos enquanto o 
problema está sendo corrigido. 
 
45 
 
OPERAÇÃO DE SISTEMA DE LODOS ATIVADOS GUIA DE ADEQUAÇÃO A 
PROBLEMAS PRINCIPAIS 
 
 
 Problemas de Entumecimento de Lodo (Bulking)- continuação 
 Indicações/Observações Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Mesmo que dito acima 
exceto que os exames 
microscópicos mostram 
numerosos filamentos 
presentes. 
 
Nota: Tente identificar quais 
filamentos são fungos ou 
bactérias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Baixo O.D. nos tanques de 
aeração causando 
aglomerados filamentosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Verificar O.D. em diversos 
pontos do tanque 
Se a média de O.D. encontra-se 
inferior a 
0,5 mg/l, aumentar a aeração 
até obtenção de valores de 1,5 
a 4,0 mg/l ao longo do tanque. 
Se O.D. próximo a zero em 
alguns pontos 
do reator porém com 1,0 mg/l 
ou mais em outras localidades: 
aumentar velocidade dos 
aeradores se possível ou 
aumentar a elevação do 
vertedor de saída ou a 
submergência dos 
rotores. 
Se O.D. apresenta-se baixo 
somente à 
entrada dos tanques que estão 
sendo operados com sistema 
"seqüencial", alterar para 
alimentação escalonada ou 
mistura completa, ou usar 
aeração se possível. 
clorar o RL em 2 a 3 
kg/dia/1000kg 
SSTA. 
Acrescentar produtos para 
sedimentação, 
se possível para reduzir efeitos 
enquanto o problema está 
sendo corrigido. 
 
 
46 
 
 Problemas de Entumecimento de Lodo (Bulking)- continuação 
Indicações/Observaçõe
s 
 Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
2) Mesmo que dito acima 
exceto que os exames 
microscópicos mostram 
numerosos filamentos 
presentes. 
 
Nota: Tente identificar 
quais filamentos são 
fungos ou bactérias. 
 
 
 
 
Grande variação no pH da 
água residuária, ou pH do 
tanque de aeração inferior a 
6,5, causando aglomerados 
filamentosos. 
 
 
 
 
 
 
 
Verificar e monitorar pH do 
afluente 
Se o pH for inferior a 6,5, verificar 
a 
origem do efluente industrial. Se 
possível parar ou neutralizar 
descarga na origem, ou antes o 
tanque de aeração. 
Caso impossibilidade de executar 
item 
acima, elevar o pH adicionando 
produto alcalino como 
bicarbonato de sódio, soda 
caustica ou cal no afluente do 
tanque de aeração. 
 
 
 
 
 
Verificar ocorrência de 
nitrificação no processo 
devido a elevada temperatura 
ou baixo F/M 
 
Se não há necessidade de 
nitrificação, aumentar valor de 
descarte para até 10% 
por dia para interromper 
nitrificação. 
 
Se necessária nitrificação elevar o 
pH adicionando produtos alcalinos 
como bicarbonato de sódio, soda 
caustica ou cal no afluente do 
tanque de aeração. 
 
Clorar o RL em 2 a 3 
kg/dia/1000kg SSTA. 
 
Acrescentar produtos para 
sedimentação, se possível para 
reduzir os efeitos enquanto o 
problema está sendo corrigido 
 
47 
 
 
Quantidades elevadas de 
bactérias filamentosas na 
água residuária afluente 
ou linhas internas na ETE 
estão causando 
aglomerados filamentosos 
no processo de lodo 
ativado 
 
 
Verificar a presente de 
filamentos na água 
residuária afluente. 
 
Clorar o afluente em dosagens de 
5 a 10 mg/l.Se necessário alta 
dosagens, efetuar com cautela. 
Aumentar dosagens em 
incrementos de 1,0 a 2,0 mg/l 
 
Verificar nos fluxos 
secundários a presença de 
aglomerados filamentosos 
Otimizar performance de outras 
unidades 
do processo. Expandir 
processos das unidades. 
Gradiente de DBO5 
solúvel insuficiente causando 
baixo F/M 
Verificar solubilidade de 
DBO5 ao longo do tanque 
de aeração 
Avaliar a alteração do 
processo para 
alimentação escalonada ou fluxo 
pistão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 OPERAÇÃO DE SISTEMA DE LODOS ATIVADOS GUIA DE ADEQUAÇÃO A 
PROBLEMAS PRINCIPAIS 
Problemas de AGRUPAMENTO E FLOTAÇÃO DE LODO 
Indicações/Observaçõe
s 
 Causa Provável Verificar/Monitorar Solução 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1) Aglomerados de lodo (do 
tamanho de bolas de ping- 
pong a bolas de futebol) 
surgindo e dispersando na 
superfície do decantador. 
Presença de bolhas na 
superfície do decantador. 
Teste de 
sedimentação do licor 
misto apresenta rápida 
sedimentação, entretanto, 
parte ou todo o lodo flota 
a superfície em período 
de 2 horas após inicio do 
teste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Denitrificação no 
decantador 
 
 
Verificar para aumento de nitratos 
no efluente secundário 
 
se não há necessidade de 
nitrificação, aumentar 
gradualmente valor de descarte 
para reduzir ou interromper 
nitrIficação. Se a nitrificação

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