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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 1 Hoje, nossa aula é sobre sintaxe de concordância. Essa expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal. Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles! Casos Gerais de Concordância Verbal O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e pessoa. é mais estação da alma..." (C. D. A.) "O outono "Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.) 1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...) José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 2 Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É isso mesmo! Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou” tem como núcleo o substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito era o substantivo singular “variedade”. Tal transformação deve levar o verbo a flexionar-se em terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocorreu. Resposta – Item errado. 2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em 2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão atingir outros países. Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a forma verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma correta: “o maior mercado da Europa sofrerá”. Resposta – Item errado. (...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional mostram que a entrada do país resultará em um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão (aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e comércio global superior a US$ 300 bilhões. (...) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 3 Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008. 3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11) está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10). Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a forma verbal “mostram” está no plural. Resposta – Item errado. 4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o quanto à correção gramatical. A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados, impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa. Comentário – Conseguiu encontrar o erro? É a forma verbal “põem”, flexionada incorretamente na terceira pessoa do plural. O sujeito “Internet” (simples e no singular) obriga o verbo pôr (note a manutenção do acento circunflexo para diferenciá-lo da preposição por) a se flexionar na terceira pessoa do singular: “a Internet põe”. O examinador tentou tirar proveito da semelhança existente nas pronúncias de põe e põem. Resposta – Item errado. Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um núcleo, verifica-se o seguinte: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 4 1. Representado por pessoas gramaticais diferentes Î a primeira pessoa (NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência sobre a terceira (ELES). Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos. Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta) Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que os pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o verbo para a terceira pessoa) 2. Anteposto ao verbo Î o verbo ficará sempre no plural (concordância rígida ou gramatical). Pai e filho conversaram longamente. As imagens e o som não estavam adequados. (...) 7 A participação popular e o controle popular do poder guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional, com vistas à conquista de algum bem. A política 10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder 13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. (...) Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência & Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 5 5. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9). Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural (“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação popular e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que afirma o examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender que é verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e racional”. Resposta – Item errado. 6. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são fundamentais, mas de pouco valem sem açõescomplementares, de responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos, tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue. Comentário – Do último período, vamos destacar a oração “...tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos...”. Estamos diante de sujeito composto cujos núcleos (“governos” e “União”) estão ligados pela expressão correlativa “tanto... como”. A norma gramatical estabelece que o verbo vá para o plural quando os núcleos do sujeito composto estiverem ligados por essa ou por outras expressões afins. Exemplos: a) “Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” (Alexandre Herculano” CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 6 b) “Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” (Alexandre Herculano) c) Tanto ele quanto ela parecem guardar segredo. Resposta – Item errado. 3. Posposto ao verbo Î o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo (concordância atrativa). Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar apenas com “uma flor”) Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com todos os núcleos) Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular) ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser feita no plural. Agrediram-se o deputado e o senador. Ofenderam-se o jogador e o árbitro. (...) Como tentativas de acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais. (...) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 7 Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial. In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações). 7. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13) está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior. Comentário – Esse verbo concorda atrativamente com o núcleo (em negrito) mais próximo do sujeito composto “a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais”. Resposta – Item errado. Casos Particulares de Concordância Verbal 1. Verbos impessoais Î não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do singular. Choveu muito. Deve nevar muito naquelas regiões. Aqui faz verões terríveis. Deve fazer dez anos que eles chegaram. Há anos não o vejo. Ia para dez anos que não o via. Já passava de dez horas. Poderá haver alunos reprovados. 1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. (...) Verbos que indicam fenômenos naturais Verbos que indicam tempo decorrido Verbo “haver” com sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer”. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 8 sujeito Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 8. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.1). Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no sentido de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses verbos no que diz respeito à concordância verbal. Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e pessoa. Existem bons alunos neste curso. Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é empregado com o sentido de existir. Há bons alunos neste curso. Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não possuir, deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir. O aluno não teve aula. – conforme a norma culta Não tem aula. – desvio da norma culta Não há aula. – conforme a norma culta. obj. direto sujeito CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 9 sujeito sujeito Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal, cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo “vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo. Resposta – Item errado. 9. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a 31.510 pessoas. Comentário – Observe atentamente a oração “onde haviam 50 mil casos registrados”. Notou a flexão do verbo haver? Como ele foi usado com a sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito e deve se manter na terceira pessoa do singular (“havia”). Resposta – Item errado. 2. Verbos unipessoais Î são os que possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar, caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer, parecer, restar, urgir, etc. Basta uma reflexão. Faltam apenas quatro linhas. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 10 sujeito sujeito 3. Sujeito oracional Î se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal ficará no singular. Falta fazer quatro linhas. Urge que tomemos uma atitude radical. 4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração – “dá” – deve concordar com o sujeito – “aula”) Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo deve flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua como pronome apassivador) Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar na terceira pessoa do singular, situação que se repete com verbos intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE + preposição) 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidadepolítica deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 11 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. (...) Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do período. Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora. Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo fazer mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com “eleição”, antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz representar na função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado (eleições), o verbo deveria ser empregado também no plural. Resposta – Item errado. 1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. (...) Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações). 11. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo “um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 12 plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no plural: se tratam. Comentário – O verbo tratar-se é, quanto à regência, transitivo indireto e possui sujeito indeterminado. Portanto o termo “de um corte epistemológico” é o objeto dele e nenhuma concordância entre eles deve ser mantida. Resposta – Item errado. 5. Coletivo Î o verbo concordará com o coletivo, estando próximo a ele; mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no singular ou no plural, conforme se queira destacar mais a idéia dos indivíduos. O povo não revelou nada. O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou reuniu). (...) Os meus pupilos não são os 31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. (...) Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 12. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal “formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa. Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a ideia de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei acima, esse não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira pessoa do plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que funciona sintaticamente como seu sujeito. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 13 A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância verbal. Resposta – Item errado. 6. Expressão partitiva Î quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a maior parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical) A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa) (...) A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. (...) Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações). 13. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural — apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza, deve ser feita com o termo “maioria”. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 14 Comentário – Quando o sujeito é representado por expressões partitivas (a maioria de, um grande número de, por exemplo) seguido de substantivo no plural, o verbo pode flexionar-se no singular ou no plural. Resposta – Item errado. 7. Quantidade aproximada Î quando houver uma quantidade aproximada (perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o substantivo. Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso. (concordância rígida ou gramatical) 7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos negócios. (...) Veja, 20/8/2008 (com adaptações). 14. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os argumentos. Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que a banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem fazer outras modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria ser, agora, flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo sítios. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 15 ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a expressão surge repetida. Mais de uma máquina estava parada. Mais de um casal se agrediram. Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas. 8. Pronome relativo que Î se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo concordará com o antecedente. Fui eu que cheguei por último. Foste tu que chegaste por último. (...) Não precisamos usar a 22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é parte do mundo que exige explicação. Ela éum dado da realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade. Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 15. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22). Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao substantivo “superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o pronome relativo “que”, representante semântico da expressão “parte do CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 16 mundo”, que – por encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer também no singular. Resposta – Item errado. (...) Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais primitivo, e que evoluíram por meio das especulações filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma unificação que levou milênios para ser atingida. José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 16. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das coisas” (L.13). Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas evoluíram... Note que o núcleo do sujeito faz-se representar pela terceira pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”, de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas gramaticais. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 17 (...) O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. (...) Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 17. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída por existe. Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem sujeito) e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em numero e pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a forma “há”, você precisa identificar que termo funcionará como sujeito daquele verbo. Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a regra gramatical que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo: o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira pessoa do singular. Resposta – Item certo. 18. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos encarregados do combate a dengue. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 18 Comentário – Antecipo a você que meu comentário, aqui, se restringirá ao que diz respeito à concordância, em virtude do propósito desta aula. Observe o segmento “são fatores que determina o aumento”. Agora atente para a oração (subordinada adjetiva restritiva) iniciada pelo pronome relativo “que”: “que determina o aumento”. Responda-me qual é o sujeito da forma verbal “determina”. Sua resposta deve ter sido o pronome relativo “que”, certo? O que diz mesmo a regra de concordância quando o sujeito for o pronome relativo que? Ela diz que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo: o substantivo plural “fatores”. Portanto o verbo determinar deve ser flexionado na terceira pessoa do plural: “são fatores que determinam o aumento” Resposta – Item errado. (...) 13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias. (...) Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 19. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15). Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”, semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”. Resposta – Item errado. 1 Vale a apena rever certas crenças que se têm multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. (...) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 19 Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). 20. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm” (l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas preserva sua coerência e correção gramatical. Comentário – Primeiramente, vamos entender o porquê do acento na forma original. Pergunte-se o que tem sido multiplicado: “certas crenças”. Esse termo é substituído pelo pronome relativo “que”, o qual exerce a função sintática de sujeito do verbo ter. Já disse anteriormente que, nos casos semelhantes, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo. Como o antecedente está no plural, o verbo ter também vai para o plural. O plural desse verbo é indicado pelo acento circunflexo (que foi mantido pelo novo Acordo) para diferenciar da forma singular: (ele) tem. Portanto a troca sugerida pela banca (“certas crenças que se tem multiplicado”) traz prejuízos ao texto. Resposta – Item errado. 9. Pronome relativo quem Î o verbo concordará com o antecedente ou ficará na terceira pessoa do singular. Fui eu quem cheguei por último. Fui eu quem chegou por último. 10. Um dos que Î o verbo ficará na terceira pessoa do singular, concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando com os (dos = de + os). Você é um dos que fala/falam menos. O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta equatorial. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 20 ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no singular. É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no teatro. Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga. 11. Pronomeindefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós, vós ou vocês Î o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome pessoal. Algum dentre vós sairá antes? Quais de nós sairão (sairemos) antes? Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais). 12. Cada um Î o verbo ficará no singular. Cada um de nós estudará para o concurso. Cada um de vocês passará. (...) Além 16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma 19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual do humano. Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 21 21. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam” reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”, empregando-se o referido verbo no singular. Comentário – a flexão de plural em “fundamentam” decorre da concordância com “essas teorias políticas e individuais”, sujeito da forma verbal. A expressão “cada uma das ideologias” concorda com o verbo “constitui”. Resposta – Item errado. 13. Pronome de tratamento Î o verbo concordará sempre na terceira pessoa do singular ou do plural. Vossa Excelência é muito digno. Vossas Senhorias são muito exigentes. 14. Fração Î rigorosamente, o verbo concorda com o numerador; havendo parte inteira, o verbo concordará com ela. Um terço dos alunos foi embora. Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram. ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é sustentada, por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da Língua Portuguesa, 48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008, página 470) “Um quinto dos homens eram de cor escura.” Recomendo que você observe atentamente todas as opções apresentadas pelo examinador. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 22 15. Porcentagem Î o verbo concorda, a rigor, com o numeral. Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar. Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram. Apenas 1,78% votou nesse candidato. ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro: Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a referência numérica”. “Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da Copa.” Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.” Aqui também recomendo que você observe atentamente todas as opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as duas possibilidades de concordância. 16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em gradação Î o verbo concorda gramaticalmente com todos os núcleos ou atrativamente com o mais próximo. Medo e temor me assusta/assustam. Uma palavra, um movimento, um simples gesto causava/causavam-lhe medo. O que é o que é? CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 23 sujeito composto aposto resumitivo aposto resumitivo sujeito composto 1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...) Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 22. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” (L.4), tendo como resultado como se chamam (...). Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz passiva sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa passagem equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é chamada essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz passiva possui sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba que a expressão “essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da forma verbal “chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são substantivos sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em concordância atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para concordar com todos os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse rancor?” ou “como são chamados essa mágoa e esse rancor?”. Resposta – Item certo. 17. Aposto resumitivo Î se o sujeito composto for resumido por um aposto (pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto. Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo. Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais. 18. Infinitivos antônimos ou determinados Î verbo no plural. Discordar e apoiar são próprios da democracia. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 24 O andar e o nadar fazem bem à saúde. ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem determinados, o verbo ficará no singular. Andar e nadar faz bem a saúde. Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca desanimou os professores. 19. Um e outro Î verbo no singular ou no plural. Um e outro jogador foi/foram expulsos. ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro, o plural é obrigatório. Um e outro insultaram-se. 20. Um ou outro; nem um nem outro Î a corrente majoritária indica o singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados autores: Um ou outro jogador fez gols. Nem um nem outro garoto brigou na rua. a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo, exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara, porém, a construção com o verbo no plural quando as expressões se empregam como pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam questionar.” (Nova gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio de Janeiro: Lexikon, 2008, página 527); CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 25 b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural também seja praticado. (...) Não há uniformidade no tratamento dado a essas expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua portuguesa, São Paulo: Scipione, 1998, página 486); c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singularpara o substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548); d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e outro e nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos: Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima gramática da língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008, páginas 556 e 557). ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar questões desse tipo. 21. Sujeitos ligados por ou ou nem Î o verbo ficará, normalmente, no plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia, o verbo ficará no singular. Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário. Pedro ou Paulo sairão mais cedo. José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo – risos) Dida ou Júlio César será o goleiro titular. (somente um goleiro pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 26 “A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da linguagem humana.” ATENÇÃO! Se houver idéia de retificação, o verbo concordará com o mais próximo. O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco. Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco. 22. Sujeitos ligados por com Î o verbo fica no plural, dando ênfase a todos os sujeitos. O professor com o aluno montaram o equipamento. ATENÇÃO: Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia; por isso o verbo fica no singular. 23. Haja vista Î essa expressão, no singular, está sempre certa; porém pode variar se o seu referente estiver no plural: Haja vista o caso. Haja(m) vista os casos. Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a expressão varie) 24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar Î a concordância é feita levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo. Os Lusíadas pertencem a Camões. Os Estados Unidos perderam muitos troféus. Minas gerais ganhou todas as competições. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 27 ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar com o sujeito ou com o predicativo. Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões. 25. Concordância do verbo ser Î em muitas situações, esse verbo deixa de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se quer enfatizar: a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto. Maria era as esperanças de todos. O mundo são os homens. b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome. Os culpados éramos nós. “O Estado sou eu”. c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro pronome. Quem és tu? Tudo são flores. ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a concordância com o pronome. Tudo é flores. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 28 d) O plural tem precedência sobre o singular. A casa eram umas folhas. A sua paixão eram filmes de terror. ATENÇÃO! Modernamente, já se aceita a concordância com o sujeito, quando este é representado coisa/objeto. A casa era umas folhas. Aquele amor é cacos de um passado. e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas expressões que indicam preço, valor, medida, peso. Dois quilos é pouco. Vinte mil cruzeiros é demais. Três metros é mais do que preciso. f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará com estas. Da Tijuca à Barra são oito quilômetros. Era uma hora e cinquenta e nove segundos. Hoje são 21 de maio. 26. Concordância com a expressão é que Î leia o que os ilustres gramáticos Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito: “A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’” CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 29 Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra: “[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros verbos. Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo: ‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se aproveitaram do seu esforço.’ Ou este: ‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu esforço.’.” 27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o infinitivo: Os dias parecem voar. Î a forma verbal parecem é verbo auxiliar de voar; Os dias é o sujeito da oração. Os dias parece voarem. Î aqui houve uma inversão da ordem dos termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo parece é o verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem os dias. Se desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que os dias voam. ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises são possíveis. O dia parece voar. Î não sabemos se aqui o verbo parece é auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 30 dia, ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia voar sujeito do verbo Parece. Para finalizar a parte de concordância verbal, proponho a questão seguinte, que envolve verbo no infinitivo. (...) 16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do 19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil; a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise 22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de hedge. (...) O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro. 23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações). 23. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem manteria a correção gramatical do texto. Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo. I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na mesma oração em que surgeo verbo no infinitivo. Não é necessário [vocês chegarem cedo]. sujeito CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 31 II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo para evitar ambiguidade. Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?) Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho]. III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da oração anterior, também ocorrerá a flexão. [Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente]. IV. Sendo os sujeitos iguais , a flexão é facultativa. [Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós. V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A + INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão. O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem , a flexão é obrigatória. VI. Com a voz passiva As tarefas a serem feitas são essas. Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo diante da preposição “a”. 1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se sujeito CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 32 4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia, com sua experiência de democracia primária ou de assembleia, 7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como inviabilizadores da participação política direta: número de cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais 10 modificada diante dos avanços tecnológicos). Diante da impossibilidade de reunião de todos os envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os 13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a 16 democracia representativa, com seus prós e contras. A rigor, em uma sociedade composta de milhares de pessoas, apenas mediante a representação por um grupo 19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem 22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a ter representantes, ficando alguns alijados do processo decisório. Um governo que se propõe como democrático busca 25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert 28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo, muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor, 31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos representantes com os representados, obrigam as elites a “manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 33 34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição periódica de representantes é a única viável nos Estados contemporâneos. Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para a inclusão social rumo à concretização do estado democrático e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações). 24. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à concordância. A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto. B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como inviabilizadores” (l.7-8). C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural, a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular. D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não interfere na correção gramatical do período. E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com “eleições periódicas” (l.31). Comentário – Alternativa A: a forma verbal em negrito agora foi usada no infinitivo pessoal, por isso ela se flexionou para concordar em número e pessoa com o sujeito “as elites” (l. 32). Sobre a flexão do infinitivo, leia o que eu disse no item V do comentário da questão anterior. Conclui-se, então, que não há prejuízo sintático para o texto. Alternativa B: O verbo existir é pessoal (diferentemente do verbo haver usado no mesmo sentido). Sendo assim, ele tem sujeito, com o qual deve concordar em número e pessoa. Conforme a proposta da banca CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 34 examinadora, esse sujeito é o termo “alguns fatores inviabilizadores” (terceiras pessoa do plural = eles). Isso leva o verbo existir a flexionar-se da seguinte maneira: “existiam” (terceira pessoa do singular). Portanto a opção está errada. Alternativa C: o verbo identificar está na voz passiva sintética, auxiliado pelo pronome apassivador “se”. Toda voz passiva possui sujeito (mas pode não possuir agente da passiva). No texto, o substantivo “necessidade” é o núcleo desse termo sintático. A pluralização dele deve levar, também, o verbo para o plural: “identificaram-se as necessidades”. Com a voz passiva analítica, é mais fácil perceber a necessidade de concordância entre sujeito e verbo: “as necessidades foram identificadas”. Logo o item está errado. Alternativa D: estamos às voltas com a voz passiva, mas agora é a analítica (verbo auxiliar flexionado + verbo principal no particípio): “sejam garantidas”. O verbo auxiliar flexiona-se em número é pessoa para concordar com o sujeito; o verbo principal flexiona-se em gênero e número pelo mesmo motivo. Repare bem: “...sejam garantidas... as possibilidades...”. Talvez, a posposição do sujeito ao verbo tenha dificultado sua análise. É bom ficar atento! A alteração indicada pelo Cespe causa incorreção gramatical. Alternativa E: sim, nada mais natural do que a concordância de número e pessoa entre sujeito e verbo. Resposta – E 1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso da técnica, com transformações profundas das noções de espaço e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse 4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 35 homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. (...) Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, p. 14-5 (com adaptações). 25. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de“dominar no homem” (l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de “humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois de “humanismo”. Comentário – Eis o que o examinador propôs: “...vemos o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo, dominar no homem”. Estariam preservadas as relações de significação e a correção gramatical se a vírgula não fosse inserida. Se você está se perguntando se o verbo “dominar” deveria ir para o plural, esclareço-lhe que: a) é facultativa a flexão do infinitivo (“dominar”) se o sujeito não for representado por pronome átono (“o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais”) e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo (“vemos”) for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir). Veja um exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos. b) flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo. Veja um exemplo: Esperei saírem todos. Mas a tal vírgula causou separação indevida entre o sujeito e o verbo. Por isso a proposição está errada. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 36 A partir de agora, trataremos da concordância nominal. Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia os casos de concordância verbal. Por isso mesmo, o alcance aqui será menor, restrito aos casos observados em provas anteriores. Meu intuito não é derramar sobre você uma avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-los quanto aos prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos pelo Cespe. Nesse sentido, partiremos das questões para a teoria. Quando for conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de concordância nominal. (...) Em comunicado, o grupo considerou a medida como parte complementar do corte anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em 7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...) O Globo, 18/12/2008. 26. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6) concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino singular. Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos (auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa, número, tempo e modo. Exemplos: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 37 Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado) Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado) ...[sujeito: as visitas diurnas] ...[núcleo do sujeito: visitas] ...[visitas: substantivo feminina plural] Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado) Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado) ...[sujeito: o valor das moedas locais] ...[núcleo do sujeito: valor] ...[valor: substantivo masculino singular Resposta – Item certo. Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre adjetivo- -particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. Eis abaixo outras questões semelhantes. 1 Toda a questão do conhecimento, como desejo de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 4 partir do que se deve denominar uma filosofia de superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e analiticamente o mundo das superfícies. (...) Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 38 27. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica” (L. 2). Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo- -particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo do sujeito “Toda a questão do conhecimento”. Resposta – Item errado. 28. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br. A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de ações semelhantes e a multiplicação de processos para apreciação em todos os níveis de jurisdição. Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado nas regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial. Portanto, o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular para concordar com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme”. Resposta – Item errado. (...) Como nada ainda deu certo no planeta, a 7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem duas premissas. (...) Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 39 29. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas. Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal (verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”) assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”, feminino plural. Resposta – Item certo. Lembre-se também de que, conforme a regra geral de concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número. O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças. 1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao mediante ações de coordenação do fluxo de informações 4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 7 sociedade e do país. (...) Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). 30. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo “necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do texto. Art. Adj. Pron. Adj. Num. Adj. CURSO ON-LINE– PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 40 Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias” qualifica o substantivo “informações”. Note que ambos concordam em gênero (feminino) e número (plural). A substituição sugerida pela banca examinadora muda a referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de informações necessário”). Apesar de causar leve desvio na linha argumentativa do texto, a alteração não traz prejuízo à correção gramatical do texto. Resposta – Item certo. (...) Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais primitivo, e que evoluíram por meio das especulações filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma unificação que levou milênios para ser atingida. José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 31. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a argumentação ou a correção gramatical do texto. Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” – feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo gênero e número. Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 41 milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é representado pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a expressão “um nível mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo masculino singular “nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo “atingida” seja empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu, houve prejuízo. Resposta – Item errado. Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo, verifica-se o seguinte: 1. Substantivos do mesmo gênero Æ o adjetivo ficará neste gênero e no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo. Caderno e livro bons. (ou bom) Casa e cadeira lindas. (ou linda) 2. Substantivos de gêneros diferentes Æ o adjetivo ficará no masculino e no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo. Caderno e casa bons. (ou boa) Gravata e terno lindos. (ou lindo) 3. Substantivos antepostos Æ adjetivo no plural ou no singular, conforme exemplos vistos até agora. 4. Substantivos pospostos Æ a concordância mais notável será a atrativa. Tratava-se de inoportuno momento e lugar. Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 42 (...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente 10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta, a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 13 simultaneamente. Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In: L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações). 32. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em “haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”. Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no singular, independentemente de o termo a que se refere estar no singular ou no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial o faz ubíquo”. É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a flexão é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância verbal, o segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável. Parece-me que a banca examinadora tentou confundir os candidatos induzindo-os a raciocinar em função da concordância nominal que envolve o emprego da expressão “a olhos vistos”. Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável: Haja vista o silêncio. Haja(m) vista os barulhentos. Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra “vistos” concorda com o substantivo a que se refere: Ela cresce a olhos vistos. Ela cresce a olhos vista. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 43 Resposta – Item errado. Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas expressões que merecem cuidado especial. 1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido Æ quando o sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se, entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável. É proibida a entrada. É proibido entrada. Água é bom para a saúde. Esta água é boa para a saúde. 2. Todo = totalmente Æ poderá flexionar-se em gênero e número para concordar com o (pronome) substantivo a que se refere. Ele vinha todo de branco. Elas vinham todas de branco. CUIDADO! Eles são todo-poderosos. Elas são todo-poderosas. Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas não o primeiro!!! 3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte: a) se a cor é representada por adjetivo, varia; sapato branco camisas amarelas b) se a cor é representada por substantivo, não varia; sapatos cinza CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 44 camisas rosa c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último elemento varia; blusas verde-claras camisas azul-escuras d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto fica invariável. blusas verde-limão calças azul-piscina Por hoje é só. Bons estudos e que Deus o(a) abençoe! Até a próxima aula, em que estudaremos tipologia, compreensão e interpretação de texto. Professor Albert Iglésia CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 45 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...) José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros. 2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento apresentado constituiparte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em 2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão atingir outros países. (...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional mostram que a entrada do país resultará em um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 46 (aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e comércio global superior a US$ 300 bilhões. (...) Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008. 3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11) está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10). 4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o quanto à correção gramatical. A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados, impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa. (...) 7 A participação popular e o controle popular do poder guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional, com vistas à conquista de algum bem. A política 10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder 13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. (...) Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência & Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 47 5. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9). 6. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos, tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue. (...) Como tentativas de acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais. (...) Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial. In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações). 7. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13) está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior. 1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. (...) Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 48 completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 8. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.1). 9. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a 31.510 pessoas. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. (...) Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 49 10. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do período. 1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. (...) Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações). 11. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo “um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no plural: se tratam. (...) Os meus pupilos não são os 31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. (...) Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 12. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal “formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 6 www.pontodosconcursos.com.br 50 (...) A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior
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