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UNIVERSIDADE ESTADUALDE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE FÍSICA DISCIPLINA 3212 – FÍSICA EXPERIMENTAL CIRCUITO RL EM SÉRIE EM CORRENTE ALTERNDA Acadêmicos e acadêmica: Bruno Moisés da Silva Valentin R.A.: 90255 Gleicon Vinícius de Paula R.A.: 89706 Letícia Utiyama R.A.: 88941 Rômulo Luzia de Araújo R.A.: 82193 Docente: Dr. Antônio Medina Neto MARINGÁ Dezembro de 2015 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3 2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 5 3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS ................................................................................. 6 3.1. Materiais ....................................................................................................................... 6 3.2. Procedimentos ............................................................................................................ 6 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 7 5. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 12 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 12 3 1. INTRODUÇÃO Os resistores são elementos muito utilizados na eletrônica; estes fazem parte de circuitos elétricos e têm como função converter energia elétrica em energia térmica ou dificultar a passagem de corrente elétrica, podendo ser usados como aquecedores ou dissipadores de eletricidade, onde esse processo de transformação é denominado Efeito Joule. Um indutor é um solenoide ou bobina, construído por várias voltas (ou espiras) de fio de metal condutor enrolado em uma forma que permite a geração de campos magnéticos axiais. O uso do indutor em circuitos elétricos está baseado na lei de Faraday-Lenz que diz que quando ocorre uma variação do fluxo magnético, , através das espiras do solenoide, aparece uma voltagem induzida nos seus terminais, de modo a se opor a essa variação de fluxo. Esses dois elementos quando combinados formam um circuito RL. Ao ligar um circuito RL série a uma fonte de força eletromotriz senoidal, conforme ilustra-se na Figura 1, o indutor passa por um processo de carga e descarga periódica. Figura 1: Circuito RL. A tensão no resistor estará em fase com a corrente, enquanto a tensão no indutor estará adiantada de 90º, em relação à tensão no resistor, conforme a Figura 2, que também representa vetorialmente o fenômeno. Figura 2: Fasor de circuito RL. 4 Aplicando a relação de soma de vetores a partir das formações fornecidas pelo gráfico da Figura 2, temos a Equação 1. �⃗� 𝑇 = �⃗� 𝑅 + �⃗� 𝐿 (1) Onde sabemos que: 𝑉𝐿 = 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 (2) 𝑒 𝑉𝑅 = 𝑅𝑖 (3) De onde: ∫𝑑𝑖 = ∫ 𝑉𝐿 𝐿 𝑑𝑡 (4) 𝑖 = 𝑉𝐿 𝐿 ∫ 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡)𝑑𝑡 (5) 𝑖 = − 𝑉𝐿 𝜔𝐿 cos𝜔𝑡 (6) 𝑖 = − 𝑖 𝑐𝑜𝑠 𝜔𝑡 (7) 𝐼 = 𝑉𝐿 𝜔𝐿 = 𝑉𝐿 = (𝜔𝐿) 𝐼 (8) 𝑉𝐿 = 𝑋𝐿 𝐼 (9) 𝑋𝐿 = 2𝜋𝑓𝐿 (10), 𝑜𝑛𝑑𝑒 2𝜋𝑓 = 𝜔 (11) Logo, substituindo as equações (3) na (2), ter-se-á a equação diferencial 12: 𝐿 𝑑𝑖 𝑑𝑡 + 𝑅𝑖 = 𝑉𝑇 sen(𝜔𝑡) (12) Esta equação apresenta resolução por modo análogo ao do circuito RC, portanto, sabe-se que: 𝑖 = 𝑖𝑚 sen(𝜔𝑡 − Φ) (13) 𝑖𝑚 = 𝑉𝑇 𝑍 (14) Onde Z, mais uma vez, é a impedância do circuito, explícita por: 𝑍𝑐𝑎𝑙𝑐 = √𝑅2 + 𝜔2𝐿2 = √𝑅2 + 𝑋𝐿 2 (15) 5 E a fase (Φ) é expressa por: 𝑡𝑔 𝜙 = 𝑉𝐿 𝑉𝑅 = 𝑋𝐿 𝐼 𝑅𝐼 = 𝜔𝐿 𝑅 (16) Φ = arctg ( 𝜔𝐿 𝑅 ) (17) De (8) pode-se obter: 𝑋𝐿𝑒𝑥𝑝 = 𝑅 ( 𝑉𝐿 𝑉𝑅 ) (18) ∴ 𝑍𝑒𝑥𝑝 = √𝑅2 + 𝑅 ( 𝑉𝐿 𝑉𝑅 ) 2 (19) Sabe-se que quando a frequência da fonte é 𝜔 = 𝑅/𝐿 , a reatância do indutor e sua resistência serão iguais (𝑋𝐿 = 𝑅) e 𝑉𝑅 = 𝑉𝐿; A frequência nesse caso é conhecida como frequência de corte, mostrada pela relação matemática a seguir: 𝑓𝑐 = 𝑅 2𝜋𝐿 (20) Para frequências bem menores que a frequência de corte a corrente no circuito tende a um valor, graficamente resultando em uma reta, sendo expresso pela Equação 10: 𝑖 ≃ 𝑉𝑚 𝑅 sen(𝜔𝑡) (21) Já para frequências consideralvemente maiores que a frequência de corte, a corrente no circuito tende a zero e a tensão presente estará quase toda aplicada sobre o indutor. 2. OBJETIVOS Visa-se verificar o comportamento de um circuito RL em série, além de verificar-se e compreender-se as mudanças em suas variáveis conforme 6 mudança da frequência da corrente. Com isso, espera-se poder, ao final, calcular-se experimentalmente a indutância de um indutor. 3. MATERIAIS E PROCEDIMENTOS 3.1. Materiais Placa de Bornes; Fios; Osciloscópio; Resistor de 98,93 Ω; 2,591 mH; Fonte de corrente alternada; 3.2. Procedimentos Primeiramente montou-se circuito como o indicado na Figura 3: Figura 3: Circuito RL utilizado na prática experimental. Em seguida, ajustou-se a tensão da fonte para 10 V, com a forma de onda sendo senoidal, mantendo-a constante a cada medida. Logo após, com o auxílio do osciloscópio, conferiu-se e aferiu-se tal valor; além disso, ele foi programado para medir a tensão pico a pico nos canais 1 e 2, a frequência do canal 2 e a diferença de fase (Φ) do canal 2 tendo como referência o primeiro canal. 7 Variou-se, então, a frequência em valores pré-determinados e, utilizando diversas fórmulas, foi possível calcular outras grandezas experimentais – como as reatâncias capacitivas (XL) e as impedâncias (Z) teóricas e experimentais – que se encontram em gráfico presente na seção “Resultados e discussões”. Vale reforçar que, para realizar as medidas de VR e VL, a parte respectiva, isto é, indutor ou capacitor, deveria estar no canal 1. Logo, elas eram posicionadas de acordo no momento oportuno. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES A transcrição das grandezas encontradas por intermédio deste experimento, sejam elas teóricas ou de puro caráter empírico encontram-se na Tabela 1: Tabela 1: valores experimentais encontrados e calculados F (Hz) VR (V) VL (V) VTcalc (V) Φexp (o) Φcalc (o) XLexp (Ω) XLcalc (Ω) Zexp (Ω) Zcalc (Ω) 300 10,3 ± 0,1 552 x10-3 ± 0,001 10,31 2,18 ± 0,1 2,72 5,29 4,88 98,97 98,95 700 10,3 ± 0,1 1,26 ± 0,01 10,37 6,05 ± 0,1 6,58 12,09 11,34 99,57 99,48 1000 9,76 ± 0,1 1,66 ± 0,01 9,90 9,36 ± 0,1 9,35 16,81 16,28 100,25 100,16 2000 9,63 ± 0,1 3,24 ± 0,01 1,13 17,3 ± 0,1 18,23 33,35 32,56 104,30 104,05 3000 9,68 ± 0,1 4,88 ± 0,01 10,84 24,5 ± 0,1 26,30 49,82 47,74 110,68 110,24 4000 8,56 ± 0,1 5,84 ± 0,01 10,36 31,0 ± 0,1 33,35 67,46 65,15 119,66 118,35 5000 7,84 ± 0,1 6,64 ± 0,01 10,27 36,7 ± 0,1 39,47 83,70 81,40 129,51 128,04 6000 7,12 ± 0,1 7,12 ± 0,01 10,06 39,8 ± 0,1 44,66 98,83 97,68 139,77 138,96 7000 6,48 ± 0,1 7,68 ± 0,01 10,04 45,4 ± 0,1 49,07 117,13 113,96 133,25 150,84 8000 6,16 ± 0,1 8,32 ± 0,01 10,35 48,3 ± 0,1 52,81 133,48 130,24 166,08 163,49 9000 5,68 ± 0,1 8,48 ± 0,01 10,20 51,2 ± 0,1 56,00 147,55 146,52 177,59 176,73 10000 5,20 ± 0,1 8,64± 0,01 10,08 51,9 ± 0,1 58,74 164,21 162,79 191,66 190,44 11000 4,88 ± 0,1 8,94 ± 0,01 10,20 56,3 ± 0,1 61,11 181,46 179,08 206,63 204,54 12000 4,64 ± 0,1 9,12 ± 0,01 10,23 56,3 ± 0,1 63,16 194,25 195,35 218,48 218,93 14000 4,00 ± 0,1 9,36 ± 0,01 10,17 61,9 ± 0,1 66,56 231,26 227,82 251,49 248,33 18000 3,24 ± 0,1 9,60 ± 0,01 10,13 66,6 ± 0,1 71,36 292,83 293,03 309,06 309,25 20000 2,96 ± 0,1 9,76 ± 0,01 10,19 67,0 ± 0,1 73,15 325,84 325,59 340,50 340,26 23000 2,56 ± 0,1 9,76 ± 0,01 10,09 70,3 ± 0,1 75,21 376,90 374,43 389,54 387,25 8 26000 2,30 ± 0,1 9,92 ± 0,01 10,18 71,3 ± 0,1 76,86 426,26 423,27 437,57 434,65 29000 2,08 ± 0,1 9,92 ± 0,01 10,13 71,2 ± 0,1 78,17 471,34 472,11 481,60 482,34 40000 1,54 ± 0,1 10,20 ± 0,01 10,31 73,4 ± 0,1 81,37 654,59 651,19 662,01 658,65 60000 1,03 ± 0,1 10,20 ± 0,01 10,25 77,5 ± 0,1 84,22 978,70 976,79 983,68 981,78 80000 768 x10-3 ± 0,001 10,10 ± 0,01 10,12 80,6 ± 0,1 85,66 1299,72 1302,38 1303,47 1306,12 10000 604 x10-3 ± 0,001 10,20 ± 0,01 10,21 81,5 ± 0,1 86,53 1669,00 1627,92 1671,92 1306,12 Através dos valores obtidos através da tabela 1, plotou-se o gráfico da Figura 4, com os valores de potencial em variação da frequência, com o objetivo de determinar a FCExp. do circuito. Figura 4: Gráfico das tensões medidas em função da frequência. Com o auxílio do software de gráficos, determinou-se que a FCexp=6022,41Hz. Com os valores das grandezas determinadas no início da prática, determinou-se também a FCCal. Que resultou em 6070Hz. Através da equação de desvio, definiu-se o erro dos valores que foi de 0,78%. Pode-se notar 9 que em baixas frequências, o potencial total (VT), variou de forma anômalo, devido a variação não tão precisa fornecida pela fonte de corrente alternada e, também, por parte do experimentador na variação fonte. Nota-se que para valores de frequência inferiores a FC, o circuito é resistivo, ou seja, a corrente está em fase com o potencial no resistor. Na FC, o potencial no resistor e no indutor são os mesmos e, e a diferença de fase entre a corrente e os potenciais no indutor e no resistor é de 45°. Valores superiores a FC, o circuito passa ser indutivo e a corrente se adianta e em frequências infinitas, a corrente tende a entrar em fase com o potencial do indutor. A fonte de corrente alternada utilizada na prática, não mantém um potencial constante ao circuito, o que o experimentador a acertar o potencial a cada medida. Essa constante correção faz com haja erros sistemáticos. Porém, no presente experimento, não houve discrepâncias nos valores de potencial no resistor e no indutor. Com os valores de XL Exp. e XL Cal., construiu-se o gráfico da Figura 5, em dependência com a frequência. Figura 5: XLExp. e XLCal. em função da frequência. 10 Sabendo que é possível calcular a indutância (L), através do coeficiente angular (α) da reta XL e da equação de XL cal. Fazendo uma simples comparação com a equação geral da reta (y= αx + b). Onde: 𝑌 = 𝑋𝐿𝑐𝑎𝑙𝑐 𝛼 = 2𝜋𝐿𝑒𝑥𝑝 𝑥 = 𝑓 𝑏 = 0 Do gráfico da Figura 5, o coeficiente angular encontrado foi de α=0,01647. Assim, manipulando a equação de α, encontrou-se LExp.=2,621mH. Do valor de indutância determinado no início do experimento de L=2,591mH, houve um desvio de 1,17%. Um desvio relativamente pequeno em práticas experimentais. Considerando as incertezas das medidas e erros por parte do experimentador na variação de frequência do experimento. Com os valores de R, XL Exp., ZCal. e ZExp., fez-se o gráfico da Figura 6, em dependência da frequência, com o intuito de determinar a frequência de corte experimental (FCExp.) do circuito. Figura 6: R,ZExp.,ZCal. em função da frequência. 11 O valor da FC é determinado através da intersecção da XLExp. com o valor de R, uma constante. Esse valor, foi determinado pelo software de gráficos foi de FCExp.= 5997,62Hz. A FC é determinada através dos valores das grandezas utilizadas no circuito. A FC teórica foi de 6070Hz, havendo um desvio de 1,19% com a obtida do gráfico. Nota-se que para frequências inferiores à Fc, o circuito é estritamente resistivo, e, assim, XL é menor que R. Na FC, XL possui o mesmo valor de R. Logo, o potencial no resistor e no indutor são iguais, e isso implica que a corrente do circuito ficar a 45° de ambos potenciais. Para valores superiores à FC, o circuito passa a ser indutivo e a XL aumenta linearmente com o aumento da frequência. Pelo gráfico, percebe-se que ZExp. e ZCal. possuem valores muito próximos a ponto das retas se sobreporem. Isso implica numa paridade muito próxima entre os valores teóricos e experimentais. Com os valores de defasagem de fase, entre o potencial do resistor e do indutor, fez-se o gráfico da Figura 7 em dependência da frequência. Figura 7: ΦCal. e ΦExp. em função da frequência. Sabendo que na FC em um circuito RL em série, o ângulo de defasagem entre a corrente os potenciais no indutor e resistor é de 45°, com o auxílio do 12 software de gráficos, determinou-se a FCExp. Neste caso, FCExp=6090,92Hz. Determinada anteriormente, a FC teórica era de 6070Hz, comparada com a obtida através do gráfico, houve um desvio de 0,34%. Um erro relativamente baixo, que pode ter sido causada pelas incertezas nas medidas e os erros de observação e determinação por parte do experimentador. 5. CONCLUSÃO A partir do descrito nas discussões acima, conclui-se que foi possível observar as características de um circuito RL em série, sem maiores discrepâncias entre os resultados experimentais e os teóricos, ou seja, conseguiu-se provar as relações matemáticas que regem o assunto. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS WEINAND, W. R.; MATEUS, E. A.; HIBLER, I.; CIRCUITO SÉRIES SOB TENSÃO ALTERANADA E ÓTICA. Universidade Estadual de Maringá, 2009, p. 11 – 14. TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros Vol. 2: eletricidade e magnetismo, óptica. 6ª Ed. Editora LTC, 2009. <http://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material2010- 2%20FFI0106%20LabFisicaIII/12-CircuitosdeCorrenteAlternada-I.pdf>, acessado em 01 de dezembro de 2015.
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