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A produção prevista para o ano de 2020 é 4% a 6,5% maior em relação ao efetivado em
2019, alcançando até 4,25 milhões de toneladas.
É previsto um salto expressivo nas exportações do ano de 2020, podendo alcançar pela
primeira vez 1 milhão de toneladas, 33% a mais que o efetivado em 2019.
Já o consumo per capita de carne suína deverá se manter estável, com total de 15,3
quilos per capita no ano.
A Ásia é o grande drive das exportações internacionais, não apenas do Brasil. A lacuna
deixada pela Peste Suína Africana na produção dos países asiáticos e no trade global
continuará a ditar o comportamento das exportações brasileiras e dos demais
exportadores internacionais de aves e de suínos.
Principal destino, as vendas para o mercado chinês seguem positivas, com alta de 32%
e embarques de 346,3 mil toneladas entre janeiro e junho de 2020. Singapura, com 67,6
mil toneladas (+49%), Filipinas, com 43,8 mil toneladas (+72%) e Vietnã, com 19,8 mil
toneladas (+73%) foram os destaques nas vendas para a região neste ano.
O consumo global de carne aumentou 58% nos últimos 20 anos, de acordo
com estudo publicado o ano passado pelo Bureau Australiano de Ciências e Economia
Agrícola e de Recursos (Abares). Segundo a instituição, tanto o crescimento
populacional quanto o aumento de renda contribuíram igualmente para esse índice.
Países em desenvolvimento, principalmente, foram os responsáveis por esse incremento
no consumo de carne per capita, já que, em países desenvolvidos, o consumo manteve-
se praticamente estável.
Espera-se que, até 2050, o consumo de carne no mundo dobre, devido ao crescimento
populacional e ao aumento da renda per capita, porém a tendência é que o consumo per
capita desacelere, à medida em que o padrão de consumo no mundo se aproxime ao
dos países desenvolvidos. Outra tendência global é que as carnes brancas tomem o
lugar das carnes vermelhas na dieta das pessoas.
De acordo com pesquisa publicada pelo National Pork Board, programa patrocinado pelo
Serviço de Marketing Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em
2018, a carne suína respondeu por 40,1% do consumo per capita mundial; a carne de
boi, por 21,4%; a carne de frango, por 33,3% e a de ovino, por 5,3%.
Pesquisas paleontológicas registram a presença de suínos junto à vida
humana desde 5.000 anos a.C. no continente asiático. Historiadores
defendem que o suíno doméstico descende do javali selvagem.
Os primeiros suínos que chegaram à América foram trazidos por
Cristóvão Colombo por volta do ano de 1493 e foram criados de forma
simples. Muitos escaparam e se embrenharam pelas matas, formando
grupos independentes.
Em terras brasileiras, os suínos chegaram em 1532, trazidos pelo
navegador Martins Afonso de Souza. Os animais pertenciam às raças
da Península Ibérica e desembarcaram no litoral paulista na Capitania
de São Vicente.
Cada raça de suíno é definida por características semelhantes que são
transmitidas aos descendentes.
A classificação das raças de suínos é feita de acordo com o perfil frontonasal,
tamanho e orientação das orelhas com as proporções da cabeça.
Duroc - foi a primeira raça a ser introduzida no Brasil.
Apresenta as seguintes características:
Pelagem vermelha uniforme ou cereja brilhante;
Cabeça de tamanho médio;
Orelhas devem ser de tamanho médio, inclinadas para frente e ligeiramente
para fora;
Pescoço curto e espesso, profundo e ligeiramente arqueado;
Corpo deve ser grande, maciço e liso.
Os machos são indicados para reprodução por transmitir excelentes
descendentes para abate, por isso é conhecida como raça pai. As fêmeas
produzem pouco leite, apresentam frequentes problemas no parto, tetas cegas
ou invertidas, não sendo consideradas boas mães.
O antigo porco Duroc, grande produtor de banha e toucinho, transformou-se
gradativamente num tipo “intermediário” para carne e toucinho. É um porco
ativo, vigoroso e manso, se bem manejado.
Landrace - é de origem dinamarquesa
Foi introduzida no Brasil principalmente por holandeses
e suecos, é a principal raça estrangeira criada no Brasil.
Os animais dessa raça possuem cabeça comprida, de perfil concavilíneo.
As orelhas são compridas, finas, inclinadas para frente, do tipo céltico.
O corpo, com perfeita conformação para a produção de carne, é bastante
comprido e enxuto, de igual largura e espessura em todo o comprimento.
A pele é fina, solta, sem rugas e despigmentada, porém, para as regiões
tropicais prefere-se que seja coberta com manchas escuras.
As fêmeas são excelentes mães, muito prolíferas, produzem leite suficiente
para criar leitegadas numerosas.
Seu aperfeiçoamento busca uma ótima produção de carne magra.
Apresentam sério defeitos de aprumos, problemas de casco e
fotossensibilização.
Pietrain
Raça belga que possui uma excelente
massa muscular
Muito utilizada em cruzamentos.
É conhecida como raça dos quatro pernis, por possuir grande quantidade de
carne nos quartos dianteiros.
É um porco grande, com pelagem de fundo claro malhado de preto. A cabeça é
larga, côncava, com orelhas médias, grossas, dirigidas para frente
horizontalmente.
As fêmeas são boas produtoras de leite e criadeiras. Apresenta problemas
circulatórios, sendo comum morte súbita por deficiência cardíaca, principal
causa da pouca adaptação de animais desta raça nos trópicos.
Large White - originado no norte da Inglaterra
Segundo lugar nos registros da ABCS. 
De pelagem branca e cerdas finas, o Large White possui pele rosada. 
Sua cabeça é média de perfil côncavo. 
As orelhas são de tamanho e largura grande e em pé. 
Tem pescoço cônico e musculoso, corpo comprido e profundo. 
Os membros são altos, aprumados e relativamente finos.
É uma raça com aptidão para produção de carne e com toucinho 
uniformemente distribuído. Tem bom temperamento e rusticidade. Apresenta 
bons resultados quando cruzado com a raça Landrace.
Piau
Em 1989, o Piau foi a primeira raça nativa a ser registrada. A palavra Piau, de
origem indígena, significa “malhado”, “pintado”. A raça teve origem no Brasil,
nos estados do Goiás e Minas Gerais.
Possui pelagem branca-creme, com manchas pretas, orelhas intermediárias
entre ibéricas e asiáticas e perfil cefálico retilíneo e concavilíneo. É
considerado um porco rústico e de boa produção de carne e gordura.
• 38,7 a 39,8ºC adultos e 40,5 ºC filhotes
• Olfato bem desenvolvido – sensibilidade a temperaturas elevadas;
• Sistema termorregulador pouco desenvolvido, necessitam de água
para manterem temperatura corporal adequada;
• O suíno adulto apresenta uma espessa camada de gordura.
Apresenta a maioria das glândulas sudoríparas atrofiadas dificultando
a perda de calor;
• Hábito alimentar onívoro (come de tudo);
• Grande prolificidade e grande complexidade no comportamento;
• São multíparos – várias crias;
• Peso e medidas: varia entre 100 e 500 kg, e em média 1,5 metros de
comprimento;
• Período de gestação: 114 dias (333 M,S,D);
A suinocultura no Brasil pode ser encontrada sob os sistemas de criação extensivo e
intensivo.
Sistema extensivo - Consiste em criar o suíno sem qualquer instalação ou benfeitoria, é
identificado pela permanente manutenção dos animais em campo durante todo o período
do processo produtivo, que envolve a cobertura, a gestação, a lactação e a criação dos
leitões, do nascimento até o abate.
Sistemas intensivos - Podem ser classificados em três tipos:
Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (SISCAL) - Caracterizado por
manter os animais nas fases de reprodução, maternidade e creche em piquetes,
cercados com fios e/ou telas de arame eletrificadas, utilizando um número reduzido de
edificações.
Sistema de Criação Misto ou Semi-Confinado - Utiliza piquetes para algumas
categorias e confinamento para outras, geralmente os suínos recebem alimentação à
vontade durante a fase de crescimento.
Sistema Confinado - Todas as categorias estão sobre piso e sob cobertura. As fases de
criação podem ser desenvolvidas em um ou vários prédios. Utilizando raças altamente
especializadas, no sistema confinadoos animais engordam de maneira rápida, a
eficiência reprodutora e a vida útil dos animais diminuem.
Os tipos de produção podem ser definidos pelas fases de criação existentes na
propriedade, podendo existir todas as fases ou apenas algumas.
Produção de Ciclo Completo - A criação abrange todas as fases da produção e que
tem como produto o suíno terminado com 100 a 120 quilogramas. Esse é o tipo de
produção mais usual em todo o país e independe do tamanho do rebanho.
Produção de Leitões - Criação que envolve basicamente a fase de reprodução e tem
como produto final os leitões, geralmente nascidos com 1,0 a 1,5 quilogramas.
Produção de Leitões Desmamados - O leitão pode ter em média 6 kg de peso vivo aos
21 dias, ou 10 kg aos 42 dias.
Produção de Leitões para Terminação - Tem como produto o leitão com 18 a 25 kg de
peso vivo e 50 a 70 dias de idade. (Reprodutores, Maternidade e Creche).
Produção de Terminados - Envolve somente a fase de terminação dos suínos,
portanto, tem como produto final o suíno terminado. Usualmente, o criador adquire o
leitão com 20 a 30 kg de peso vivo e, portanto, só tem prédio de terminação.
Produção de Reprodutores - Essas criações têm como finalidade principal, futuros
reprodutores machos e fêmeas. Os reprodutores são a base da criação em suinocultura.
Os produtos gerados podem ser assim definidos:
• Suíno terminado, ou seja, pronto para o abate onde é produzido e criado na granja até
o peso de abate.
• Leitões que são separados das mães e vendidos logo após o nascimento.
• Leitão desmamado que é vendido logo após o desmame.
• Leitão para terminação que é vendido após a creche.
• Suíno terminado que é produzido a partir da aquisição e engorda do suíno vindo da
creche.
• Suíno reprodutor que servirá para reprodução de novos leitões
FÊMEAS - Na compra de matrizes é necessário observar as seguintes características:
• pesar no mínimo 90 kg aos 150 dias de idade;
• nascer de uma leitegada numerosa;
• possuir pelo menos 7 pares de tetas funcionais;
• não ter irmãos com defeito de nascença;
• ter bons aprumos e não apresentar desvio de coluna;
• ter bom comprimento e profundidade.
MACHOS - É o animal mais importante do rebanho por acasalar com várias fêmeas e
transmitir suas características aos seus descendentes. Devemos:
• adquirir machos selecionados com peso mínimo de 110 kg aos 150 dias e no máximo
18 mm de espessura de toucinho ao final do teste de granja;
• preferir uma raça que não entrou no cruzamento das fêmeas;
• apresentar bons aprumos e não ter desvios de coluna;
• apresentar os testículos salientes e proporcionais à idade;
• possuir comportamento sexual ativo;
• apresentar pernil desenvolvido e boa largura de lombo.
Puberdade
Puberdade é a época em que os animais estão sexualmente desenvolvidos,
fisiologicamente aptos para a reprodução, ou seja, período em que a fêmea produz seus
primeiros óvulos e os machos seus primeiros espermatozóides.
Porém, não estão ainda preparados fisicamente para a procriação. As marrãs atingem a
puberdade por volta dos 4 a 6 meses de idade, e no macho, a puberdade aparece dos 5
a 8 meses de idade, com a produção dos primeiros espermatozoides.
Ciclo estral
Em relação ao ciclo estral, na espécie suína é do tipo poliestro não estacional, ou seja,
não depende da época do ano para entrar em cio.
O ciclo estral nessa espécie apresenta quatro fases distintas, que duram entre 19 a 23
dias, com média de 21 dias.
Em criações tecnificadas de pequeno a médio portes, os índices reprodutivos médios
estão em 9,5 leitões/leitegada e 1,9 partos/porca/ano, enquanto o potencial biológico
estimado das fêmeas suínas está por volta de 13 leitões/leitegada e 2,6
partos/porca/ano. Isso mostra que existe uma margem considerável entre os resultados
e o potencial genético disponível.
MANEJO REPRODUTIVO DA FÊMEA
Transporte de fêmeas, Mistura de lotes, Contato com o cachaço, Flushing, Primeira 
Cobertura 3º Cio e Local da Cobertura - fêmea levada ao macho.
O diagnóstico deve ser feito duas vezes por dia, pela manhã e a tarde, ao se 
diagnosticar o cio das porcas pela manhã, fazer a cobertura na tarde do mesmo dia, ao 
passo que as fêmeas cuja detecção for feita à tarde deverão ser cobertas na manhã 
seguinte. A remonta, em ambos os casos, é feita 12 horas após a primeira cobertura.
Parto é a expulsão dos fetos do útero após o seu completo desenvolvimento. Poderá
durar de 4 a 6 horas. A proximidade do parto poderá ser verificada pela secreção de leite
das tetas por uma leve pressão. Esta secreção de leite ocorre cerca de 6 horas antes do
parto.
Limpar e Enxugar os Leitões - Os leitões, ao nascer, estão envoltos total ou
parcialmente por membranas fetais. Estas, se presentes nas cavidades oral e nasais,
podem determinar morte por asfixia.
Corte e Desinfecção do Umbigo - O cordão umbilical é o elo de ligação entre a mãe e o
feto. O processo de mumificação e queda do umbigo é rápido, é recomendada a ligadura
e corte do umbigo a uma distância de 3 a 5 cm da inserção.
Primeira Mamada - A imunidade passiva do leitão se dá via colostral, sendo diretamente
proporcional à ingestão e absorção de colostro. A liberação de ocitocina endógena
aumenta com o estímulo de sucção. Colocar os leitões para mamar a medida que
nascem, auxilia o parto.
Fornecer Calor Suplementar - Ao nascer o leitão está neurologicamente bem
desenvolvido mas é, fisiologicamente, incapaz de regular a temperatura corporal. A
temperatura corporal do recém nascido cai de 1,7 a 6,7° C (em média 2,2 °C) logo após
o parto.
Corte dos Dentes - O leitão nasce com 8 dentes (4 caninos e 4 incisivos) extremamente
pontiagudos. Para evitar lesões é recomendado o corte dos dentes com um alicate 8 a
10 horas após o nascimento.
Corte de Cauda - É uma prática muito comum difundida em médias e grandes criações.
Sua justificativa fundamenta-se na maior prevalência de canibalismo.
Identificação - Podem usar brincos numerados e de cores diferentes (colocados com
alicate especial, na orelha do suínos; tatuagens, feitas com alicates (tatuadores) onde
identificamos cada animal com o número do lote, e ou com o dia do nascimento e usar
ainda o sistema
australiano, que consiste numa associação de furos e piques nas bordas das orelhas
(mossa).
Orelha direita: Cada pique embaixo da orelha corresponde a 1, em cima a 3, e na ponta
100, e o furo no centro a 400.
Orelha esquerda: Cada pique embaixo da orelha corresponde a 10, em cima a 30, e na
ponta 200, e o furo no centro a 800.
O ideal e que a marcação seja feita ao nascer, ou no máximo quando os leitões tiverem
12 dias de idade.
• Os piques podem ser usados na seguinte frequência máxima: piques e furos: 800 – 400
- 200 - 100; só podem ser usados uma vez.
• Os piques 10 - 1; podem ser usados no máximo duas vezes.
• Os piques 30 - 3, podem ser usados no máximo 3 vezes.
• Não fazer mais que três piques em cada borda da orelha, e não fazer nenhum pique na
outra borda da mesma orelha
Prevenção à Anemia Ferropriva - O leitão neonato é um ser anêmico. Nasce com
reservas hepáticas de ferro de 50 mg, como medida preventiva deve-se administrar no
3° dia de vida, via intramuscular, 150 mg de ferro. Suínos em sistema SISCAL não
necessitam da administração de ferro, pois o retiram do ambiente.
Início do Arraçoamento - É importante expor o trato gastrintestinal aos principais
ingredientes das dietas futuras, a partir do 7° dia, colocar em comedouro específico,
localizado no escamoteador, ração pré-inicial.
Castração - O problema do abate de machos inteiros se refere ao odor sexual. Esse
odor só está presente em animais maduros sexualmente (+ 85 kg e + 5 meses),
recomenda-se a castração entre o 7° e 12° dia de vida.
Fornecimento de Água - O bebedouro deve ser colocado na área de acesso exclusivo
dos leitões.
Desmama - A separação dos leitões da mãe interfere, principalmente, de três formas
diferentes: nutricional, afetiva e imunológica.
A desmama dos leitões variam de 21 a 35 dias. Os primeiros dias após o desmame
representam uma das fases maisdifíceis do leitão. Um dos sinais clínicos que
evidenciam a desarmonia do momento é a diarreia.
A fase de recria inicia-se após o desmame e vai até os 70 dias de idade, com o leitão
pesando em torno de 25 Kg.
A temperatura ideal na creche deve ser de 25º C.
A troca de ração da fase de maternidade para a fase de creche deve ser gradativa para
evitar problemas com diarréia.
No dia seguinte à desmama, deve-se fornecer 50 gramas de ração por leitão, duas
vezes ao dia e aumentar gradativamente até atingir o consumo à vontade.
No dimensionamento da creche deve ser considerado 0,30 m2 por animal. Não é
aconselhável alojar mais que 10 leitões por baia.
Deverá ser feito tratamento contra vermes dos leitões por volta de 6 a 8 semanas de
vida.
A fase de crescimento se inicia após a fase de creche (aos 70 dias), com o animal pesando por
volta de 25 Kg e vai até os 60 kg (aos 120 dias).
A fase de terminação é subsequente à fase de crescimento e vai até o abate, quando o peso
pode variar de acordo com o mercado e o custo de produção.
Os animais devem ser agrupados em lotes, variando de 10 a 20 suínos com tamanho
uniforme.
Devemos evitar a superlotação, pisos molhados e ventilação inadequada que
contribuem para o surgimento ou agravamento de problemas como pneumonias, rinite atrófica,
diarréia e canibalismo.
As baias devem ser mantidas sempre limpas, com temperatura ambiente em torno de 18 a
20°C para a fase de crescimento e em torno de 15 a 20°C na fase de terminação.
Durante estas duas fases, os animais devem receber ração à vontade. Devemos ter número
adequado de bebedouros (1:10 animais) e comedouros (1 boca : 3 ou 4 animais) e mantê-los
sempre limpos.
Em todas as fases da criação, principalmente nas fases de crescimento e terminação,
devemos ter muito cuidado, evitando que os animais consumam ração velha e mofada nos
cantos dos comedouros para se evitar problemas com micotoxinas.
As instalações para suínos devem atender a determinadas exigências básicas quanto à
higiene, orientação, economia, racionalização do trabalho e facilidade de manejo.
Dentro da propriedade, o local destinado à suinocultura deve ser alto, seco, arejado e
com boa declividade.
Para manter a temperatura interna da instalação dentro da zona de conforto térmico dos
animais, os galpões devem estar posicionados no sentido leste-oeste em relação ao Sol,
diminuindo assim a penetração de raios dentro dos galpões.
Deve ser obedecida a distância entre as instalações, sendo suficiente para que uma não
atue como barreira à ventilação natural da outra.
Recomenda-se afastamento de 10 vezes a altura da instalação entre as duas primeiras,
sendo que da segunda instalação em diante o afastamento deverá ser de 20 a 25 vezes
essa altura.
A utilização de árvores altas próximas às instalações produz microclima ameno, devido à
projeção de sombra sobre o telhado. Devem ser mantidas desgalhadas na região do
tronco para não prejudicar a ventilação natural
Temperatura de conforto para diferentes categorias de suínos
Galpões
Os galpões ou salas são os locais adequados para a criação dos suínos. Na
suinocultura, temos quatro tipos de galpões de criação: maternidade, gestação, creche e
crescimento e terminação.
Galpão Maternidade - deve ser higiênico, de fácil manejo e conter, basicamente, uma
proteção contra o esmagamento dos leitões pela porca, uma fonte de calor para os
recém-nascidos e um abrigo para os leitões.
A maternidade com gaiolas de parição é o tipo mais recomendado para evitar o
esmagamento de leitões pelas porcas, devem ser construídas de ferro, com as seguintes
dimensões: 2,2 m comprimento (C) x 1,1 m altura (A) x 0,6 m largura (L) e de 40 a 60 m
de espaços laterais para os leitões.
Galpão Gestação
Após a cobertura, as porcas vão para as baias coletivas ou gaiolas de gestação
individuais. É indicado cerca de 10 m2 baia com 4 porcas. As gaiolas de gestação devem
ter 2,10 m de comprimento e 0,60 m de largura. As instalações devem conter
bebedouros e comedouros apropriados.
No galpão gestação, podem estar instaladas as baias de reprodutor e pré-cobrição.
Sugerem-se baias coletivas com, no máximo, quatro animais, para as porcas,
considerando 2,5m2 fêmea e baias individuais para o reprodutor de 9m2 macho.
Galpão Creche
O sistema apropriado de creche é a gaiola de piso vazado com divisórias desmontáveis
para melhor higienização e manejo dos animais.
Deve estar suspensa a 0,6 m do piso e dimensionada para receber uma leitegada de 25
leitões menores/baia ou 12 leitões maiores/baia, considerando uma área de 0,45m2
leitão em baias coletivas.
Galpão Crescimento e Terminação
Nessas fases, recomenda-se que os animais permaneçam na mesma baia,
considerando uma área por leitão igual a 1,1 m2.
As paredes divisórias devem ter 1 m de altura e o piso uma inclinação de 2 a 3%, para
facilitar o escoamento dos dejetos.
Reservatório de Água
A água da granja deve ser de boa qualidade, fresca e à vontade para os suínos de todas
as idades.
A quantidade de água utilizada numa criação de suínos depende do sistema de criação,
do tipo de bebedouros e da existência ou não de fossas para a retenção de dejetos.
Além da água para beber, a granja necessita de água para a limpeza das instalações,
chegando a utilizar a mesma quantidade consumida pelos animais.
Recomenda-se um reservatório com capacidade de estocagem de água por um período
mínimo de três dias, assegurando o abastecimento quando houver falta de água e for
necessário um certo tempo para reparo do problema.
Quarentenário
O objetivo da quarentena é evitar a introdução de agentes patogênicos na granja.
É realizada através da permanência dos animais em instalação segregada por um
período de, pelo menos, 30 dias antes de introduzi-los no rebanho.
Essa instalação deve ser construída a aproximadamente 500 metros do sistema de
produção e separada por barreira física (vegetal), esse período serve para realização de
exames laboratoriais e também para o acompanhamento clínico dos animais.
Fábrica de Ração
Atualmente, a maioria das granjas de suínos tem optado por produzir a ração na
propriedade, além de baratear os custos com a alimentação, tem a possibilidade de
controlar a qualidade da ração que será fornecida aos animais.
Essa instalação deve ser construída próxima à entrada da propriedade para facilitar e
chegada dos componentes da ração e deve contemplar os seguintes equipamentos:
Triturador para grãos, balança para pesagem dos componentes, peneira para remoção
das impurezas dos grãos, silo, onde os alimentos são armazenados e misturador, onde
são misturados os componentes armazenados nos silos.
Depósito
Essa instalação é destinada ao armazenamento de materiais utilizados na granja e
alimentação para animais, caso não produza. Recomenda-se ser construída na entrada
da propriedade para facilitar a descarga dos veículos.
Escritório
O escritório é uma instalação de suma importância em um sistema de produção de
suínos, uma vez que é nesse setor da propriedade que são recebidos os visitantes e
feitos os cálculos de contabilidade e negócios de propriedade.
Tratamento dos Dejetos
A suinocultura é considerada, pelos órgãos de controle ambiental, como “atividade
potencialmente causadora de degradação ambiental”, sendo enquadrada como de
grande potencial poluidor.
Do ponto de vista agronômico, a incorporação de resíduos orgânicos é fundamental para
melhorar suas qualidades físicas, químicas e biológicas, além de proporcionar uma
economia de insumos. Cada tonelada de dejetos não aproveitados representa um
desperdício de cerca de 10 kg de nitrogênio, fósforo e potássio.
Cada granja de suínos deve possuir um programa racional de manejo dos dejetos,
visando a sua correta utilização para evitar os problemas de poluição. Para tanto,
devesse levar em conta quatro etapas básicas: a produção e coleta; armazenagem;
tratamento; distribuição e utilização dos dejetos na forma sólida, pastosa ou líquida.
Manejo dos Dejetos
Consiste na separação das partículas maiores (sólida) da fração líquida,obtendo:
- uma fração líquida, mais fluida, conservando as mesmas concentrações em alimentos
e fertilizantes solúveis que os dejetos brutos;
- uma fração sólida, resíduo da peneira com umidade em torno de 70 %, mantendo-se
agregada, podendo evoluir para um composto.
Planejamento e monitoramento da criação
as necessidades do produtor (o que é preciso?);
os recursos ( mão de obra e capital);
as demandas do mercado (o que posso vender?);
as condições do meio ambiente (área de criação)
São condições indispensáveis para o êxito na atividade suinícola a existência de:
• mercado fornecedor de insumos (grãos, vacinas etc.) e mercado consumidor
(carne, embutidos, leitões, reprodutores etc.);
• eficiente estrutura de comercialização (abatedouro, valorização da carcaça);
• instalações adequadas, construídas com economia, devendo atender aos
princípios de boa higiene e conforto para os animais;
• pessoal técnico e mão de obra capacitados;
• bom programa sanitário;
• plano nutricional adequado, incluindo a boa disponibilidade de água;
• escrituração zootécnica e econômica;
• manejo correto nas diversas fases da criação;
Escrituração Zootécnica
A escrituração zootécnica consiste no conjunto de práticas relacionadas às
anotações da propriedade rural que possui atividade de exploração animal.
• nome ou número de seus pais;
• data de nascimento, de desmame, sobre a reprodução (data do 1º e 2º cio,
repetições de cios, ou no caso de machos, a data da 1ª monta);
• nome ou número do varrão que realizou a cobertura, data provável do parto
e data efetiva do parto, número de leitões nascidos vivos por sexo, natimortos
por sexo, peso individual ao nascer e da leitegada, data e peso à desmama,
individual e coletivo;
• aplicação de ferro, vacinas e outros produtos nos animais, individualmente
ou em grupo;
• identificação dos animais.
Escrituração Econômica
A escrituração econômica é a relação dos dados sobre os custos da criação e, assim
como a escrituração zootécnica, também deve ser registrada.
1. Inventário: é a relação detalhada de bens com os respectivos valores calculados;
inclui a relação dos animais de acordo com a fase de criação, alimentos para os
animais, equipamentos e utensílios usados com a criação. Importante: o inventário
deve ser organizado no começo e atualizado no fim de cada ano e constar só o que se
relaciona com a criação dos animais.
2. Alimentos: sejam produzidos na fazenda ou comprados durante o ano, devem ser
debitados à produção de animais/carne.
3. Animais comprados ou criados: quando incluídos no plantel, devem ser anotados
pelo preço de custo.
4. Galpões, benfeitorias e equipamentos: devem ser calculados com base nos
seguintes pontos: depreciação, juros sobre o capital empatado. Reparações, seguros e
custos diversos.
5. Mão de obra: descreve todos os gastos com os trabalhadores, com o trabalho
realizado por animal ou transportes diretamente aplicados à produção dos animais.
6. Gastos extras: realizados com assistência veterinária, com as cotas de registros dos
animais, com o transporte e venda de animais etc.
Estudos demonstram que a alimentação contribui com cerca de 70 a 80% do
custo de produção dos suínos.
Existem no mercado diversos tipos de rações para suínos, sendo:
Rações comerciais de uso imediato;
Concentrados que misturados ao milho tornam-se rações balanceadas; e
Alimentos para se fabricar a ração na própria granja.
Na composição de uma ração balanceada a ser misturada na própria granja,
devem estar alimentos energéticos, protéicos, fontes de minerais e vitaminas.
Dentre os alimentos energéticos podemos usar: fubá de milho, sorgo, farelo
de trigo, farelo de arroz, etc.
Como alimentos protéicos podemos usar: farelo de soja, farelo de amendoim,
farinha de peixes, farinha de carne, etc.
Recomendamos àqueles que desejam fabricar a ração na sua própria granja
que procure orientação de um técnico especializado.
MANEJO ALIMENTAR EM DIFERENTES FASES DO 
CICLO DE PRODUÇÃO
Gestação e pré-natal: Fornecer para a fêmea gestante ração com 12% de proteína
bruta (PB) e 3300 kcal de energia digestível (ED) sendo 1,8 kg até 72 dias de gestação
e 2,5 kg até 113 dias.
Reprodutores: Os reprodutores machos devem receber 2,0 kg de uma ração
“gestação”, podendo ser aumentada ou diminuída de acordo com a conformação física
do animal.
Parto: No dia provável do parto, fornecer apenas água limpa e fresca à vontade. Iniciar
o fornecimento com 2 Kg de ração no 2º dia do parto e aumentar gradativamente até
que no 7º dia. A ração deve conter 13% de PB e 3340 kcal de ED.
Creche: Deve ser feito um melhor manejo da alimentação durante 10 a 12 dias após o
desmame, quando a ração diária deve ser restrita e fracionada em intervalos regulares.
Crescimento: O fornecimento de ração deve ser à vontade e a ração deve conter 3400
kcal de ED e o nível de proteína varia de acordo com o peso dos animais, sendo:
animais de 5 a 10 kg de peso - 20 % de PB; 10 a 20 de peso - 18 % de PB, e animais
de 20 a 50 kg de peso – 15 % de PB.
Terminação: Nesta fase que vai dos 60 kg até o abate, os suínos devem receber ração
à vontade com 13% de PB e 3400 kcal de ED.
Fêmeas para reposição: As fêmeas destinadas à reposição devem ser separadas do
lote aos 120 dias de idade e continuar recebendo ração de crescimento.
DEFICIÊNCIAS MINERAIS
As deficiências minerais em suínos ocorrem, principalmente, pelos seguintes
fatores:
• os suínos são animais de crescimento muito rápido, necessitando, portanto,
de quantidades muito grandes de minerais;
• são animais que se reproduzem precocemente (6 - 7 meses), ainda em fase
de crescimento;
• produzem grandes leitegadas e a fêmea elimina grande quantidade de
minerais durante o parto;
• são criados confinados, não tendo acesso à plantas e ao solo;
• sua alimentação é a base de grãos que, geralmente, são deficientes em
minerais;
• são animais suscetíveis a diarreias, as quais diminuem a absorção de
minerais havendo grande perdas.
É de grande importância a realização do manejo sanitário com o objetivo de
prevenir as doenças dos suínos, conseguindo maiores lucros e melhores
índices zootécnicos com o tratamento preventivo em relação ao curativo.
Doença de Aujeszky
A doença de Aujeszky, também conhecida como pseudoraiva ou peste de
coçar, é uma enfermidade viral, descrita pela primeira vez em 1813, em
bovinos nos Estados Unidos, sendo o suíno o hospedeiro natural do vírus.
Em suínos, são características dessa enfermidade, sinais nervosos e
respiratórios, alto índice de mortalidade em leitões e graves transtornos
reprodutivos em fêmeas gestantes.
Parvovirose suína
A parvovirose suína é uma doença de caráter reprodutivo. Presente em quase
100% das granjas comerciais em todo o mundo. Ela é causada por um vírus
da família Parvoviridae.
A doença chega até a granja por meio da entrada de reprodutores ou mesmo
sêmen de animais contaminados. A disseminação dentro da granja é rápida.
As secreções tanto dos machos quanto das fêmeas, as fezes, restos
placentários, bem como fetos são ricos em vírus
Febre aftosa
A febre aftosa é uma doença aguda e contagiosa, que se caracteriza por um
estado febril inicial, seguido por uma erupção vesicular localizada nas
membranas mucosas e na pele, coroa dos cascos, língua e focinho.
A doença produzida por um dos menores vírus que se conhece.
Peste suína clássica
Peste Suína Clássica (PSC), também conhecida como febre suína ou cólera
dos porcos, é uma doença altamente contagiosa e frequentemente fatal dos
suínos.
Os sinais clínicos iniciais incluem depressão e febre alta associados com
leucopenia severa. São observados eritema, hemorragia e cianose em
animais de pele clara. Hemorragias petéquias. Sinais nervosos são
observados frequentemente, incluindo letargia, convulsões ocasionais, ranger
de dentes e dificuldade de locomoção.

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