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i CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER ESCOLA SUPERIOR POLITÉCNICA BACHARELADO EM ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA DE CIRCUITOS ELÉTRICOS II RELATÓRIO DE ATIVIDADE PRÁTICA ALUNO: LUCIANO CAMATTI. PROFESSORA: PRISCILA BOLZAN. TOLEDO – PARANÁ 2025 1 1 INTRODUCAO Através da análise de componentes como resistores, capacitores e indutores, e da apli- cação de leis como as de Kirchhoff e Ohm, podemos compreender o comportamento da corrente e da tensão, e como manipulá-las para criar sistemas eficientes e inovadores. Os circuitos RC, por exemplo, revelam a dinâmica do carregamento e descarregamento de capacitores, com apli- cações que vão desde filtros de sinais até sistemas de temporização. Ferramentas matemáticas avançadas, como a Transformada Inversa de Laplace, nos per- mitem modelar e prever o comportamento de circuitos complexos ao longo do tempo, enquanto o fator de potência nos ajuda a otimizar o uso da energia elétrica. Além disso, os transformado- res, componentes essenciais na distribuição de energia, garantem que a eletricidade chegue a todos os lugares de forma segura e eficiente. Dominar os conceitos básicos de circuitos elétricos é, portanto, o alicerce para qualquer engenheiro elétrico que busca projetar sistemas avançados e inovadores, impulsionando o de- senvolvimento tecnológico e moldando o futuro da nossa sociedade. 1.1 OBJETIVOS • Calcular, projetar e simular circuitos elétricos. • Analisar as respostas dos circuitos simulados. 2 2 ATIVIDADE 1 - CIRCUITO RC Para determinar o valor do resistor em um circuito, utilizamos o código RU 4233945. Através desse código, especificamos a necessidade de um resistor de: 𝑅 = (4 × 1000) + (2 × 100) = 4.2 kΩ o qual foi alcançado combinando um resistor de 3.9 kΩ com um resistor de 300Ω em série. O terceiro dígito do RU, sendo 3, define o valor do capacitor como: 𝐶 = 1000 𝜇F Com esses valores de resistência (R) e capacitância (C), calculamos a constante de tempo (τ) do circuito utilizando a fórmula τ = R * C, obtendo um valor de 4.2 segundos. Com a constante de tempo em mãos, podemos calcular os tempos de carga e descarga do capacitor. O tempo de carga, correspondente a 5 vezes a constante de tempo (5τ), resultou em 21 segundos, enquanto o tempo de descarga, também igual a 5τ, foi de 21 segundos. Para validar os cálculos teóricos, simulamos o circuito no software MULTISIM e com- paramos os tempos de carga e descarga obtidos na simulação com os valores calculados. As Figuras 01 e 02 apresentam os resultados da simulação, demonstrando a concordância entre os valores teóricos e práticos. Figura 01 – Fase de carga. 3 Figura 02 – Fase de descarga. 4 3 ATIVIDADE 2 - TRANSFORMADA DE LAPLACE Para o desenvolvimento da atividade associamos o valor do RU a diversos termos, con- forme exemplificado a seguir: 4 2 3 3 9 4 5 Q W E R T Y U I Exercício 01. Substituindo 𝑊 = 2 e 𝑇 = 9, Equação inicial Equação com os números do RU: 𝓛−𝟏 { 𝑾 ∙ 𝒔 + 𝑻 (𝒔 + 𝟐) ∙ (𝒔 + 𝟑) ⋅ (𝒔 + 𝟒) } ℒ−1 { 2𝑠 + 9 (𝑠 + 2)(𝑠 + 3)(𝑠 + 4) } Equação expandida em frações parciais ℒ−1 { 2𝑠 + 9 (𝑠 + 2)(𝑠 + 3)(𝑠 + 4) } = ℒ−1 { 𝐴 𝑠 + 2 + 𝐵 𝑠 + 3 + 𝐶 𝑠 + 4 } Resposta da expansão em frações parciais ℒ−1 { 5 2 𝑠 + 2 + (−3) 𝑠 + 3 + ( 1 2) 𝑠 + 4 } Transformada de Laplace inversa da equação 5 2 𝑒−2𝑡 − 3𝑒−3𝑡 + 1 2 𝑒−4𝑡 Cálculos: Equação em frações parciais: ℒ−1 { 𝐴 𝑠 + 2 + 𝐵 𝑠 + 3 + 𝐶 𝑠 + 4 } mmc ℒ−1 { 𝐴(𝑠 + 3)(𝑠 + 4) + 𝐵(𝑠 + 2)(𝑠 + 4) + 𝐶(𝑠 + 2)(𝑠 + 3) (𝑠 + 2)(𝑠 + 3)(𝑠 + 4) } 5 ℒ−1 { 𝑠2(𝐴 + 𝐵 + 𝐶) + 𝑠(7𝐴 + 6𝐵 + 5𝐶) + (12𝐴 + 8𝐵 + 6𝐶) (𝑠 + 2)(𝑠 + 3)(𝑠 + 4) } Para encontrar os valores de A, B e C, montamos um sistema: 𝑠2 → 𝑠1 → 𝑠0 → { 𝐴 + 𝐵 + 𝐶 = 0 7𝐴 + 6𝐵 + 5𝐶 = 2 12𝐴 + 8𝐵 + 6𝐶 = 9 Logo: 𝐴 = 5 2 𝐵 = −3 𝐶 = 1 2 Resposta da expansão em frações parciais: ℒ−1 { 5 2 𝑠 + 2 − 3 𝑠 + 3 + 1 2 𝑠 + 4 } Transformada de Laplace inversa da equação: 5 2 𝑒−2𝑡 − 3𝑒−3𝑡 + 1 2 5𝑒−4𝑡 6 Exercício 02. Com base na tabela: 4 2 3 3 9 4 5 Q W E R T Y U I Substituindo 𝑅 = 3 e 𝐸 = 3. Equação inicial Equação com os números do RU: ℒ−1 { 𝑅𝑠 + 𝐸 (𝑠 + 2)2 } ℒ−1 { 3𝑠 + 3 (𝑠 + 2)2 } Equação expandida em frações parciais ℒ−1 { 8𝑠 + 6 (𝑠 + 2)2 } = ℒ−1 { 𝐴 (𝑠 + 2)2 + 𝐵 𝑠 + 2 } Resposta da expansão em frações parciais ℒ−1 {− 3 (𝑠 + 2)2 − 3 𝑠 + 2 } Transformada de Laplace inversa da equação −3𝑡𝑒−2𝑡 + 3𝑒−2𝑡 Cálculos: Equação expandida em frações parciais: ℒ−1 { 𝐴 (𝑠 + 2)2 + 𝐵 𝑠 + 2 } Aplicando m.m.c. tem-se: ℒ−1 { 𝐴 + 𝐵(𝑠 + 2) (𝑠 + 2)2 } ℒ−1 { 𝐵𝑠 + (𝐴 + 2𝐵) (𝑠 + 2)2 } Para encontrar os valores de A e B, montamos um sistema: 7 𝑠1 → 𝑠0 → { 𝐵 = 3 𝐴 + 2𝐵 = 3 Logo: 𝐴 = −3 𝐵 = 3 Resposta da expansão em frações parciais: ℒ−1 { (−3) (𝑠 + 2)2 + 3 𝑠 + 2 } Transformada de Laplace inversa da equação: −3𝑡𝑒−2𝑡 + 3𝑒−2𝑡 8 Exercício 03. Com base na tabela: 4 2 3 3 9 4 5 Q W E R T Y U I Substituindo 𝑌 = 4. Equação inicial Equação com os números do RU: ℒ−1 { 𝑌𝑠 𝑠(𝑠2 + 2𝑠 + 5) } ℒ−1 { 4 (𝑠2 + 2𝑠 + 5) } Equação expandida em frações parciais ℒ−1 { 2 (𝑠 + 1)2 + 22 } = ℒ−1 { 4 (𝑠 + 1)2 + 22 } Resposta da expansão em frações parciais ℒ−1 { 4 (𝑠 + 1)2 + 22 } Transformada de Laplace inversa da equação 2𝑒−1𝑡 sin(2𝑡) Cálculos: A função original apresentava termos em "s" tanto no numerador quanto no denominador. Para simplificá-la, realizamos a divisão por "s" em ambos os lados, resultando em: ℒ−1 { 𝑌𝑠 𝑠(𝑠2 + 2𝑠 + 5) } = ℒ−1 { 4𝑠 𝑠(𝑠2 + 2𝑠 + 5) } = ℒ−1 { 4 (𝑠2 + 2𝑠 + 5) } Observamos que, após a simplificação, ocorre o cancelamento de termos "s", indicando a pre- sença de raízes complexas na equação. Podemos observar na equação anterior que ocorre uma simplificação entre do s. Nesse caso temos raízes complexas: 𝑠 = −1 ± 2𝑖 O denominador da função simplificada pode ser reescrito utilizando a parte real e imaginária das raízes complexas, da seguinte forma: 9 𝑠2 + 2𝑠 + 5 = (𝑠 + 1)2 + 22 Resposta da expansão em frações parciais: ℒ−1 { 4 (𝑠 + 1)2 + 22 } = ℒ−1 {2 × 2 (𝑠 + 1)2 + 22 } Aplicando a transformada de Laplace inversa à equação resultante da expansão em frações par- ciais, obtemos: 2𝑒−1𝑡 sin(2𝑡) 10 4 ATIVIDADE 3 – POTÊNCIAS Com base no RU 4233945, a potência ativa da máquina é determinada pelos três últimos dígitos, resultando em 945 Watts. A seguir, apresentamos os cálculos para determinar a potên- cia aparente total e a necessidade de correção do fator de potência. Inicialmente, calculamos a potência ativa e reativa da carga 2, 𝑃2 = 𝑆2 × 𝐹𝑃2 = 500 × 0.8 = 400 W 𝑄2 = √(𝑆2)2 − (𝑃2)2 = √5002 − 4002 = 300 VAr seguido pela potência aparente da carga 3. Utilizando o triângulo de potências, reescrevemos a função em termos de potência aparente, o que nos permitiu calcular a potência ativa da carga 3 𝜃 = cos−1(𝐹𝑃) = cos−1(0.6) = 53.13° 𝑆3 = 𝑄3 sin(53.13°) = 40 sin(53.13°) = 50 Va 𝑃3 = 𝐹𝑃3 × 𝑆3 = (0.6) × (50) = −30 Var Somando as potências ativas das três cargas, obtivemos a potência ativa total: 𝑃𝑇 = 𝑃1 + 𝑃2 + 𝑃3 = 945 + 400 + 30 = 1375 W De forma similar, somamos as potências reativas para encontrar a potência reativa total: 𝑄𝑇 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 = 0 + 300 + (−40) = 260 Var Com esses valores, calculamos a potência aparente total: 𝑆𝑇 = √𝑄𝑇 2 + 𝑃𝑇 2 = √(260)2 + (1375)2 = 1.399 kVA Finalmente, calculamos o fator de potência total: 𝐹𝑃𝑇 = 𝑃𝑇 𝑆𝑇 = 1375 1.399 × 103 = 0.98 11 Como o fator de potência resultante foi superior ao limite especificado,concluímos que não é necessária a correção do fator de potência. 12 5 ATIVIDADE 4 – TRANSFORMADOR A partir do RU 4233945, determinamos o valor do resistor necessário para o circuito.: 𝑅 = (2 × 1000) + (3 × 100) = 2.3 kΩ Constatamos que o resistor desejado não está disponível comercialmente, o que nos leva a optar pela associação em série de dois resistores, o de 2.2 kΩ em série como 100 Ω, comer- ciais para alcançar o valor requerido. Considerando a tensão de pico no primário do transformador, calculamos a tensão eficaz correspondente: 𝑉𝑃 = 𝑉𝑚 √2 = 127 √2 = 89.8026 V De forma análoga, determinamos a tensão eficaz no secundário a partir da tensão de pico fornecida.: 𝑉𝑠 = 𝑉𝑚𝑠 √2 = 12 √2 = 8.4853 V A relação de espiras do transformador é calculada: 𝑁 = 𝑉𝑃 𝑉𝑠 = 89.8 8.48 = 10.5833 assim como a corrente eficaz no secundário: 𝐼𝑠 = 𝑉𝑠 𝑅 = 8.4853 2.3 × 103 = 3.7 mA Com a relação de espiras e a corrente no secundário, determinamos a corrente no pri- mário: 𝐼𝑃 = 𝑉𝑠 × 𝐼𝑠 𝑉𝑃 = 8.4853 × 3.7 × 10−3 89.8026 = 0.34 mA 13 Por fim, calculamos a potência do transformador com base nos valores de tensão e cor- rente encontrados.: 𝑃𝑠 = 𝑃𝑃 = 𝑉𝑃 × 𝐼𝑃 = 89.8026 × 0.34 × 10−3 = 31.3 mW Os resultados obtidos através dos cálculos foram validados por meio de simulação no software MULTISIM, conforme demonstrado nas Figuras 03. Figura 03 – Tensões de pico Com base em todos os resultados se encontram na Tabela 1. Tabela 01 – Tabela de dados. Calculado Multisim Multímetro Osciloscópio KIT Tensão eficaz no primário (V) 89.8026 89.803 ------------------- --- Tensão eficaz no secundário (V) 8.4853 8.4853 Tensão de pico do primário (V) 127 126.81 -------------- - ------------------- --- Tensão de pico do secundário (V) 12 11.982 -------------- 14 6 CONCLUSÃO Este trabalho explora diversos conceitos fundamentais da eletricidade e eletrônica, desde a análise de circuitos básicos até a aplicação de ferramentas matemáticas avançadas. O ponto de partida é o estudo dos circuitos elétricos, onde se compreende o comportamento da corrente e tensão, e como componentes como resistores, capacitores e indutores influenciam esse comportamento. Os circuitos RC são destacados como um exemplo prático, demonstrando a dinâmica do carregamento e descarregamento de capacitores. A análise desses circuitos envolve o cálculo da constante de tempo e dos tempos de carga e descarga, além da simulação em software como o MULTISIM para validar os resultados teóricos. Ferramentas matemáticas como a Transformada Inversa de Laplace são introduzidas para modelar e prever o comportamento de sistemas dinâmicos complexos. O fator de potência é abordado como uma métrica crucial para otimizar o uso da energia elétrica e reduzir perdas. A aplicação prática dos conceitos é demonstrada através de cálculos detalhados para determinar a potência ativa, reativa e aparente em um sistema, bem como a correção do fator de potência. A análise de transformadores também é abordada, incluindo o cálculo da relação de espiras, correntes e potência. Em resumo, os textos abrangem desde os princípios básicos dos circuitos elétricos até aplicações práticas e ferramentas matemáticas avançadas, demonstrando a importância do do- mínio desses conceitos para engenheiros e profissionais da área. 15 7 REFERÊNCIAS ALEXANDER, C.; SADIKU, M. Fundamentos de Circuitos Elétricos. Nova York: McGraww-Hill Education, 2013.