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Economia: Uma Visão Geral

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(VFROD�GH�
1HJyFLRV
(FRQRPLD
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
Uma Visão Geral da Economia: 
Importância na Área de Negócios
1. Introdução
ECONOMIA. Palavra que nos faz pensar em algumas imagens:
Na pessoa “muquirana” (para alguns, para outros, segura) que economiza todo e qualquer centavo.
Em conseguir comprar aquela roupa desejada na liquidação do shopping.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
Na gritaria dos operadores da bolsa de valores.
Nas oscilações do mercado financeiro e no lucro das empresas.
Em uma reunião de governantes internacionais.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
Nos programas dos governos.
Nas notícias dos jornais que ninguém entende.... 
Nossa, se formos colocar no papel todas as imagens que ligamos à economia, teríamos 
uma lista longa. 
A lista é longa sim, pois a Economia está ligada a praticamente tudo o que vivenciamos. 
É cada vez mais comum discutirmos sobre fatos econômicos como: aumento de preços, 
períodos de crise econômica, desemprego, diferenças salariais, balança comercial, 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia5
oscilações na taxa de câmbio, crescimento de setores, taxa de juros, elevação de 
impostos e tarifas públicas, globalização, entre outros. Como a maioria das pessoas 
 à ,acimônoce acitílop ed e siaicos samelborp a e oriecnanif otibmâ oa aimonocE a agil
primeira vista estudar Economia tem baixa popularidade. 
Então para que estudar Economia? Os autores Hall e Lieberman (2003) apontam alguns 
motivos interessantes:
• “para compreender melhor o mundo”, já que a aplicação de ferramentas da economia 
pode ajudar a entender eventos globais e locais, simples (como o trânsito da cidade, 
oscilações nos preços dos produtos, por exemplos) ou complexos e duradouros (como 
as guerras entre nações e os ciclos econômicos).
• “para adquirir autoconfiança”: as pessoas que jamais se interessaram por economia 
têm a impressão de que se trata de algo nebuloso, que ninguém entende e que 
nunca vão entender. Os economistas têm um vocabulário complicado, o economês, 
que muitas vezes parece incompreensível, desestimulando as pessoas a gostarem do 
assunto. Depois de aprender um pouco sobre a economia, esse sentimento muda, a 
seção de Economia dos jornais não parece mais escrita em uma linguagem “de outro 
planeta” e diminui o desespero de mudar de canal quando começa o telejornal, as 
pessoas passam até a arriscar comentários sobre as notícias econômicas do dia.
• para realizar mudanças sociais, atualmente as pessoas despertaram interesses em 
“construir um mundo melhor” e para tanto a economia é indispensável, já que é 
preciso compreender as raízes dos problemas sociais (fome, pobreza, doenças, 
violência, etc.) e ambientais (poluição, aquecimento global, falta de recursos naturais, 
entre outros) a fim de desenvolver esforços para resolvê-los. 
• Mais um motivo para que você pense a respeito: para ajudar na preparação da sua 
carreira. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
Ao longo do nosso curso, você verá que a Economia é uma ciência complexa, mas 
fascinante. Que seu foco não está nos problemas, mas na melhoria da qualidade 
de vida das pessoas. Entendendo esse foco, você verá que o estudo da Economia é 
interessante e até divertido. Duvida? Então acompanhe nossas aulas e verá. Em cada 
unidade, venceremos um novo desafio que encorajará você a desenvolver o gosto 
por esta ciência...bem se não chegar a tanto, você pelo menos entenderá por que é 
imprescindível aprender um pouco de economia nos dias atuais, independentemente da 
sua profissão, interesses pessoais e preocupações. 
Vamos lá?
2. Conceito de Economia
Em termos etimológicos, a paralavra Economia origina-se da palavra grega oikosnomos, 
sendo oikos = casa e nomos = norma, lei, o que significa a arte de administrar o lar. 
Gradativamente esse conceito foi sendo ampliado para a “arte de administrar a polis” 
(cidade-estado). 
A utilização do termo Economia provém de Aristóteles, que lançou as bases da ciência 
e quem primeiro formulou os problemas econômicos que interessariam aos pensadores 
posteriores. Apenas na Idade Moderna é que a Economia tornou-se uma ciência, a 
partir das obras de François Quesnay, O Tableau Économique (O Quadro Econômico), 
de 1758, na qual apresenta de forma simplificada a interdependência das atividades 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
econômicas, usando terminologias da Biologia (já que, além de filósofo e economista, o 
autor era médico) e de Adam Smith, economista escocês, cuja obra intitulada A Riqueza 
das Nações, de 1776, investiga a causa e a natureza da riqueza das nações, analisando 
a Inglaterra no auge da Revolução Industrial. 
Um conceito atual de Economia é: 
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem 
(escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de 
modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer 
as necessidades humanas. (VASCONCELLOS & GARCIA, 2004, p.2). 
Vamos decifar esse conceito.
A economia é uma ciência social porque as ciências sociais estudam a organização e 
o funcionamento da sociedade, e estudam o relacionamento entre as pessoas (que no 
caso da economia enfoca como as pessoas se empenham na produção, distribuição e 
consumo dos bens e serviços).
Em decorrência do fato de que os recursos produtivos são escassos, a sociedade se 
depara com a necessidade de fazer escolhas. A escassez é o problema fundamental 
da Economia, como não é possível produzir tudo o que se deseja, na quantidade e 
forma que se deseja, é preciso criar mecanismos para analisar as melhores condições 
e situações de modo que se atendam as necessidades humanas. Este é o foco da 
Economia, estudar as melhores formas de resolver os problemas para que se utilizem os 
recursos de forma eficiente a fim de satisfazer as necessidades de um maior número de 
pessoas, buscando o bem-estar. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
3. Divisões da Economia
A Teoria econômica se divide em duas grandes áreas: Microeconomia e Macroeconomia.
Microeconomia Macroeconomia
Vem da palavra grega mikos, que significa 
pequeno. Dedica-se ao estudo em close, ou 
seja, como se a economia estivesse sendo 
analisada por um microscópio. Estuda o 
comportamento individual dos agentes 
econômicos (famílias, empresas e governo). 
Estuda a formação dos preços nos diversos 
mercados a partir da ação conjunta da 
demanda e da oferta.
Vem da palavra grega makros, que significa 
grande. Dedica-se a uma visão geral da 
economia, ou seja, estuda o resultado 
global do comportamento dos agentes, a 
partir da análise de indicadores (inflação, 
desemprego, produção total, consumo, 
volume total de poupanças, etc.). Estuda 
as condições de equilíbrio estável entre a 
renda e o dispêndio nacional. As políticas 
econômicas de intervenção procuram 
sempre estabelecer tal equilíbrio.
4. O Problema da Escassez
Vimos que o principal problema econômico é a escassez. A escassez significa que a 
sociedade tem menos a oferecer do que aquilo que os indivíduos desejam e necessitam, 
ou seja, a escassez surge porque as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos 
necessários para satisfazer tais necessidades são limitados. Por isso a Economia é 
conhecida como a “ciência da escolha”, já que é preciso escolher quais recursos serão 
utilizados, em que quantidade e quais necessidades serão atendidas. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�
Fazemos escolhas constantemente, desde a roupa que colocaremos para sair, o que 
comeremos no café da manhã, a quantidade de dinheiro que destinaremos para as 
férias, qual será opasseio do final de semana, até questões mais importantes como 
a profissão que escolhemos, a universidade que frequentamos, a aquisição de uma 
moradia, entre outros. As empresas fazem escolhas sobre fornecedores, materiais, 
recursos humanos, projetos, entre outros; e os governos, decidem empregar os recursos 
do orçamento nas áreas como educação, saúde, infraestrutura, etc. As escolhas 
ponderam as necessidades e desejos com duas limitações essenciais: a escassez de 
tempo e de poder aquisitivo. Os consumidores, empresas e governos analisam as 
alternativas possíveis e decidem qual é a mais conveniente. Ao fazerem isso, estão 
atuando no âmbito da Economia (está vendo como a Economia está presente em tudo?). 
Resumindo:
4.1. As necessidades humanas
Segundo Passos e Nogami (2003) “as necessidades humanas representam a sensação 
de carência de algo unida ao desejo de satisfazê-la”. As pessoas têm diversos tipos de 
necessidades: ar, água, alimentos, vestuário, moradia, lazer, sabedoria, paz, amor, etc. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia10
Essas necessidades são sempre renovadas (desejamos cada vez mais e novas coisas) 
e por isso diz-se que as necessidades humanas são ilimitadas. Por serem ilimitaddas, 
nem todas as necessidades podem ser satisfeitas. O ditado “quanto mais se tem mais se 
quer” parece refletir fielmente a atitude dos indivíduos em relação às necessidades.
A Economia se preocupa com o atendimento das necessidades humanas que podem 
ser satisfeitas por bens produzidos pelo homem (e têm um preço), denominadas 
de necessidades econômicas. As necessidades econômicas são satisfeitas por bens 
econômicos.
4.2. Os Bens
BEM é tudo aquilo capaz de satisfazer uma necessidade humana (RIZZIERI, 2005, p.10). 
Existem vários critérios de classificação dos bens:
• livres: são abundantes na natureza, podem ser obtidos com pouco ou nenhum 
esforço humano e por isso não possuem preço (ex.: ar, luz do sol, mar, etc.)
• econômicos: são relativamente escassos, demandam trabalho humano na sua 
obtenção e possuem preço. É o objeto de estudo da Economia. Podem ser divididos 
em:
• imateriais ou serviços: mesmo sem criar objetos materiais se destinam à 
satisfação das necessidades; são intangíveis e por não poderem ser tocados, 
não podem ser estocados (ex. serviços médicos, serviços advocatícios, 
consultoria empresarial, aula ministrada, etc.)
Universidade Anhembi MorumbiEconomia11
• materiais: permitem a atribuição de características físicas de peso, forma, 
dimensão, sendo portanto tangíveis e por isso podem ser estocados (ex.: 
roupas, alimentos, veículos, relógios, canetas, etc.). São divididos em:
• bens de consumo: diretamente utilizado para satisfazer as necessidades. 
Podem ainda ser classificados em:
Bens de consumo duráveis Bens de consumo não duráveis
quando podem ser utilizados por um 
longo período de tempo (ex.: roupas, 
eletrodomésticos).
(ou perecíveis), quando são usados uma 
única vez, ou poucas vezes (ex.: alimentos, 
combustível).
• bens de capital: servem para a produção de 
outros bens (máquinas, instalações, etc.) e por 
isso atendem indiretamente à satisfação de 
necessidades.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
4.3. Recursos Produtivos
Para satisfazer as infinitas necessidades econômicas precisamos produzir os bens, que 
por sua vez, dependem da utilização de recursos produtivos (ou fatores de produção). 
Qualquer bem que se produza na economia resulta da combinação desses recursos. Os 
economistas classificam os recursos produtivos em:
• Terra (ou recursos naturais): Na economia, o termo terra é usado no sentido amplo 
indicando os elementos da natureza que podem ser utilizados na atividade produtiva 
(solo para agricultura e construções prediais, recursos hídricos, recursos minerais, 
etc.). O preço pago pela utilização do recurso terra é denominado aluguel.
• Trabalho: Representa o esforço humano, físico ou intelectual, despendido na 
produção de bens e serviços. A qualidade e o tamanho da força de trabalho 
também são limitadas. A remuneração dos proprietários do recurso trabalho é 
denominada salário.
• Capital: Conjunto de bens duradouros fabricados pelo homem utilizados no 
processo de produção de outros bens (ex.: edifícios, máquinas, equipamentos, 
matérias-primas, etc.). Ao contrário do recurso terra que a natureza nos dá, o 
recurso capital é produzido em algum período passado. Desse modo, em economia, 
o termo capital significa capital físico (ou capital real), o que é diferente de capital 
financeiro (dinheiro, ações, títulos, etc.). Uma carteira de ações, por exemplo, não 
é capital no sentido econômico porque não constitui um recurso produtor de bens 
e serviços. Não haverá aumento de riqueza na sociedade se o capital financeiro 
aumentar sem que ocorra aumento no capital real. O recurso capital também 
inclui o capital humano, ou seja, as habilidades e conhecimentos adquiridos pelos 
indivíduos por meio da educação e da experiência.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
Em geral, nas economias capitalistas, esses recursos são de propriedade privada, 
constituem capital próprio e seus proprietários têm direito a receber os lucros produzidos 
por aquele capital; se forem tomados de empréstimo, então constituem capital de 
terceiros, os quais recebem juros como remuneração.
5. Questões Centrais da Economia
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas 
do homem, originam-se as questões centrais da economia (ou problemas econômicos 
fundamentais):
• O que e quanto produzir? 
Dada a escassez de recursos, a sociedade terá que escolher dentro das 
possibilidades de produção, quais bens e serviços serão produzidos e suas 
respectivas quantidades.
• Como produzir? (tecnologia)
A sociedade terá que escolher ainda de que maneira serão produzidos, dado 
os diferentes tipos de técnicas existentes. Os produtores escolherão dentre os 
métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo, além de escolher a 
energia que será empregada, os insumos utilizados, a quantidade de trabalho 
humano na produção e suas características. 
• Para quem produzir? (distribuição)
A sociedade terá que decidir também quem irá receber esses bens e serviços, em 
outras palavras, como os indivíduos desfrutarão do total da produção nacional.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
6. O Problema da Escassez - A Curva de Possibilidade de Produção
O problema da escassez - e a necessidade de fazer escolhas - pode ser explicada pela 
Curva de Possibilidade de Produção (CPP) ou Fronteira de Possibilidade de Produção. 
A escassez de recursos faz com que a capacidade produtiva de uma economia tenha 
limites e por isso é necessário tomar a decisão (escolha), de quais bens serão produzidos 
e suas quantidades, ou seja, em algumas situações será necessário produzir mais de um 
bem A e menos de um bem B. 
Para simplificar, consideramos o seguinte exemplo: uma empresa do segmento têxtil 
que produza pijamas e camisolas. O dono da empresa solicitou um levantamento das 
máximas combinações da produção de pijamas e camisolas utilizando a totalidade da 
capacidade produtiva e o resultado apresentado foi:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
Se utilizar toda a capacidade para produzir pijamas, não terá como produzir camisolas 
(alternativa F). Por outro lado, se sua dedicação for somente para a produção de 
camisolas, não produzirá pijamas (alternativa A). Essas são duas posições extremas; 
existem entre elas inúmeras soluções alternativas que combinam as duas produções 
(representadas no exemplo pelas alternativas B,C,D e E).
Se traçarmos o gráfico com estas alternativas de produção, temos o seguinteresultado:
A linha resultante da união dos pontos que compõem as alternativas de produção é a 
Curva de Possibilidade de Produção (CPP).
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
Assim, a CPP mostra todas as combinações possíveis de dois bens que podem ser 
produzidos dentro de uma limitada quantidade ou qualidade de recursos (BOYES & 
MELVIN, 2006, p.25).
Através desse conceito, vale ressaltar que os pressupostos do modelo são:
• Os recursos são fixos (número de máquinas e trabalhadores é fixo).
• O conhecimento tecnológico é constante (no curto prazo não há nenhuma 
inovação tecnológica).
• Somente dois produtos são passíveis de fabricação.
Algumas constatações merecem destaque: 
a) Eficiência produtiva: Tem-se eficiência produtiva em qualquer ponto sobre a fronteira 
(ao longo da linha AF), na qual ao aumentarmos a produção de pijamas temos que 
reduzir a produção de camisolas e vice-versa.
b) Um ponto dentro da curva (Ponto H) - representa uma produção possível de ser 
atingida, embora implique em ociosidade na utilização dos fatores de produção. 
(Situação de desemprego - terras inativas, trabalhadores desocupados, máquinas 
paradas ou qualquer outro tipo de utilização ineficiente dos recursos disponíveis). 
c) Um ponto fora da curva (Ponto G) - representa uma produção impossível de ser 
alcançada com a utilização dos fatores de produção disponíveis. A produção em um 
ponto fora da curva exigiria a utilização de mais recursos ou um avanço tecnológico 
(que permitiria um aumento na qualidade dos recursos utilizados), essas situações 
provocariam o deslocamento da CPP para fora até alcançar o ponto G.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
6.1. Custo de Oportunidade
A Curva de Possibilidade de Produção permite identificar o conceito econômico de Custo 
de Oportunidade, que representa aquilo que se deve renunciar para se obter algo, mas 
concretamente, representa as quantidades de um bem que se deve abrir mão para 
aumentar a produção do outro bem (MOCHÒN, 2006, p. 5). 
A economia nos ensina que não existe “nada grátis”, para conseguirmos algo, temos 
que renunciar a outras coisas e esse é o princípio do custo de oportunidade.
No nosso exemplo: suponha que a empresa esteja produzindo no Ponto A e decida 
produzir a alternativa B: (aumentar a produção de pijamas). O custo de oportunidade seria:
 Ponto A => Ponto B
0 pijamas => 3.000 pijamas 
10.000 camisolas => 8.000 camisolas 
O custo de oportunidade de se aumentar a produção de pijamas para 3.000 unidades 
são as 2.000 camisolas sacrificadas. 
Agora suponha que a empresa esteja operando no ponto B e decida aumentar a 
produção de camisolas, passando a produzir no ponto A.
 Ponto B => Ponto A 
8.000 camisolas => 10.000 camisolas 
3.000 pijamas => 0 pijamas 
O custo de oportunidade de se aumentar a produção de camisolas para 10.000 
unidades são as 3.000 unidades de pijamas sacrificadas. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
7. Funcionamento Simplificado da Economia: Fluxo Circular 
Com os conceitos que aprendemos até agora, já é possível entender de modo 
simplificado como a economia funciona. Em uma economia, são utilizadas várias 
combinações dos recursos produtivos terra, capital e trabalho, resultando na produção 
dos bens e serviços existentes. 
Dessa relação, surge nosso primeiro fluxo: o fluxo real da economia. Por Fluxo Real 
entendemos o movimento dos recursos produtivos e bens e serviços entre os diversos 
agentes econômicos. Como estamos tratando de uma simplificação vamos considerar 
apenas dois grandes agentes: as famílias, proprietárias dos recursos de produção e as 
empresas, produtoras dos bens e serviços disponíveis. As firmas contratam mão-de-
obra, compram matérias-primas e bens de investimento (ou seja, adquirem os recursos 
produtivos) e, produzem bens que são posteriormente vendidos a outras firmas as quais 
transformam o produto ainda mais, até que o produto final seja vendido ao consumidor/
famílias. 
 
Sabemos que toda vez que um bem é transferido de um agente para outro, são 
efetuados pagamentos em troca deles. Surge, então, mais um fluxo: o fluxo monetário. 
As empresas ao adquirem os recursos produtivos das famílias, pagam por eles; os donos 
das terras recebem aluguel por suas propriedades, os trabalhadores recebem os salários 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia1�
e os detentores do capital ganham os juros ou o lucro. As famílias, por sua vez, utilizam 
seus recursos monetários para comprar os bens e serviços oferecidos pelas empresas. O 
dinheiro recebido com a venda das mercadorias e serviços, retorna para as empresas, 
que podem adquirir mais recursos de produção, tornando o fluxo circular. O fluxo 
monetário gira, consequentemente, em direção contrária ao fluxo real. 
Ao juntarmos os dois fluxos, temos o “Fluxo Circular da Renda”, que representa 
um modelo econômico elementar que demonstra de forma simplificada e gráfica a 
organização econômica. Esse fluxo está exemplificado a seguir:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�0
No diagrama acima, o fluxo monetário está representado pelas setas azuis e o fluxo 
real pelas setas vermelhas. Esse diagrama também permite responder as três questões 
centrais da economia:
a) O que e quanto produzir? 
As necessidades e desejos dos consumidores (famílias) determinarão quais bens 
e serviços serão produzidos e em que quantidade, surgindo assim o mercado de 
bens e serviços.
b) Como produzir?
É determinado pela concorrência entre produtores. Cada produtor procurará 
minimizar seus custos e buscará métodos e recursos mais eficientes para 
maximizar seus resultados e sobreviver à concorrência. Cria-se um mercado de 
fatores de produção, no qual as empresas buscam os melhores recursos para 
sua produção.
c) Para quem?
Será determinado pela oferta e demanda no mercado de fatores de produção, 
já que a remuneração destes recursos (aluguéis, lucro, juros e salários) 
determina a renda disponível de cada agente, o que permite a aquisição de 
certos bens e serviços, fazendo com que o preço se torne um instrumento 
de exclusão, visto que alguns indivíduos não terão renda disponível para o 
consumo de alguns bens.
 
Podemos usar esse fluxo para analisar vários mercados e situações. E, se quisermos um 
fluxo mais complexo e realístico, basta incluirmos o governo, o mercado financeiro e 
ainda, o comércio internacional. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia�1
A análise desse diagrama nos aponta novas terminologias, como mercados, oferta, 
demanda, preços... mas a discussão sobre esses conceitos é assunto da nossa próxima 
unidade. Nos encontramos lá!
Universidade Anhembi MorumbiEconomia2
Mecanismos de Mercado: Demanda, Oferta e Equilíbrio
1. Introdução
Na aula anterior estudamos o conceito de Economia, suas áreas de estudo, o problema 
da escassez, a necessidade de fazer escolhas e como funciona de forma simplificada 
a Economia, através da análise do fluxo circular da renda. Esse primeiro contato com 
a Economia, nos mostrou que seu funcionamento gira em torno dos mercados...bem, 
existe uma história de que “faça qualquer pergunta a um economista e ele pensará em 
mercados”. E com razão, eles estão por toda parte. Veja alguns exemplos:
A volkswagen no topo do pódio
A montadora bate recordes de venda e se torna a 
maior fabricante de caminhões do País, depois de 50 
anos de domínio da Mercedes-Benz.
No ano de ouro da indústria automobilística 
brasileira, os veículos comerciais se tornaram o 
pedaço mais vigoroso desse mercado (...) No 
ano passado, a Volkswagen Ônibus eCaminhões 
roubou de sua principal concorrente, a conterrânea 
Mercedes-Benz, o posto de maior fabricante de 
caminhões acima de cinco toneladas do País. (...) A 
participação de mercado da empresa rondava os 
15%. Hoje, encontra-se em 30,5%. 
(ISTO É DINHEIRO, 01/FEV/2008)
Universidade Anhembi MorumbiEconomia3
Mercado de trabalho nos EUA perde 17 mil vagas
Resultado realimenta temores de recessão 
no país (...)
(FOLHA DE S. PAULO, 02/fev/2008)
Campeonato Paulista (Boleiros)
E finalmente o futebol está de volta! (...) 
O hábito ancestral e hereditário de ir 
direto aos cadernos de Esportes todas as
manhãs se desenvolveu e se transformou numa espécie de maníaca investigação do 
que estaria perdido nas entrelinhas e implícito no espaço entre os parágrafos (...) Em 
primeiro lugar, checamos o dia a dia do nosso time para depois espiar o que ocorre 
com os concorrentes. É uma espécie de prazer sutil e doce, principalmente quando o 
mercado está agitado e as novidades não cessam de espocar.
(O ESTADO DE S. PAULO, 17/jan/2008)
A Invasão dos Homens da Bolsa
Empresas do mercado financeiro apostam na 
profissionalização do mercado da moda e compram 
algumas das principais grifes brasileiras. O grande 
zunzum do São Paulo Fashion Week teve como 
protagonistas homens acostumados a desfilar de terno 
e gravata pelo mercado financeiro que decidiram ir às 
compras. De grifes, bem entendido (...) Apesar de ainda 
desorganizado, o mercado da moda tem visibilidade e 
espaço para se expandir. O consumo interno não para 
de crescer (..) 
(VEJA, 30/JAN/2008)
Universidade Anhembi MorumbiEconomia4
Moda, futebol, música, alimentos, revistas, veículos, imóveis, finanças, câmbio, saúde, 
educação, transporte... são todos mercados, cujas flutuações são resultados da interação 
dos compradores e produtores. “É tudo uma questão de oferta e demanda”. Você já 
deve ter ouvido isso muitas vezes, mesmo sem perceber. Esses são conceitos presentes no 
nosso dia a dia, mas você sabe o que eles realmente significam? Esse é o objetivo desta 
unidade: desvendar os mistérios da oferta e demanda. Vamos lá?
2. A Microeconomia
Na unidade anterior estudamos que a Microeconomia preocupa-se com o 
comportamento dos agentes econômicos (consumidores, empresas e governo). A 
Microeconomia tem algumas características:
• Visão global: Ela não foca sua análise em uma empresa específica, como a 
Administração de Empresas, e sim no mercado no qual esta empresa está inserida.
• É parcial: para analisar um mercado isoladamente, considera que todos os outros 
mercados e variáveis são constantes. Em Economia, usa-se a expressão originária 
do latim coeteris paribus, que significa “tudo o mais permanecendo constante”. 
Quando utilizada, indica que ao considerarmos a influência de uma variável 
sobre a outra, as demais variáveis que poderiam interferir na análise permanecem 
inalteradas.
A Microeconomia também é chamada de Teoria dos Preços, porque são os preços que
coordenam as decisões dos agentes econômicos no mercado.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia5
3. Entendendo os Mercados: Uma Introdução
Para iniciar, precisamos conceituar mercado. Originalmente, mercado significava um 
local onde os bens e serviços são comercializados. Mas com a evolução das formas 
de comercialização, mercado tornou-se um termo abstrato, sem necessariamente uma 
referência geográfica. Atualmente, podemos conceituar mercado como a interação entre 
compradores e vendedores de um produto ou serviço. 
Mas quem são esses compradores e vendedores? Quando pensamos em vendedores,
imaginamos empresas. Na maioria dos casos são as firmas que fornecem grande 
parte dos bens e serviços produzidos em uma economia, mas em alguns mercados, 
os vendedores são as pessoas, como por exemplo, o mercado de carros usados e o 
mercado de trabalho, no qual são as pessoas que “vendem” sua mão de obra para 
as empresas. O mesmo ocorre com o outro lado, quando pensamos em compradores 
imaginamos pessoas, que são as principais consumidoras de bens e serviços, mas as
Universidade Anhembi MorumbiEconomia6
empresas também são consumidoras de serviços (como por exemplo, segurança, 
serviços contábeis, etc.) e de fatores de produção (matérias-primas, mão de obra). O 
governo também é consumidor de bens e serviços. Com isso, a primeira lição para 
entendermos o funcionamento de um mercado é identificar quem são seus compradores 
e seus vendedores.
Depois precisamos definir a área geográfica em que os compradores e vendedores se
localizam. Mesmo que um mercado não tenha uma referência geográfica é preciso fazer 
um corte espacial para analisarmos um mercado, por exemplo, o mercado brasileiro de 
automóveis tem características e necessidades diferentes do mercado europeu.
Uma terceira lição é compreendermos como vários fatores interferem no comportamento
dos consumidores e vendedores. Isso descobriremos a seguir:
4. A Demanda
A Demanda pode ser definida como a quantidade de um bem ou serviço que os 
consumidores estão dispostos e seriam capazes de adquirir a cada nível de preços, em 
determinado período de tempo.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia7
A demanda representa o máximo que os consumidores podem aspirar, dada sua renda 
e os preços no mercado (VASCONCELLOS, 2002, p.49). Demanda é, portanto, diferente 
de compra. “Demandar significa estar disposto a comprar, ao passo que comprar é 
efetuar realmente a aquisição. A demanda reflete uma intenção, um desejo, enquanto a 
compra constitui uma ação” (MOCHÒN, 2006, p.21).
Existem vários fatores que interferem no comportamento da demanda. O preço 
do próprio bem é o principal deles. É através da relação entre preço e quantidade 
demandada é que se estabelece a Lei Geral da Procura, a qual revela que existe uma 
relação inversa entre a quantidade demandada e seu preço, ou seja, a quantidade 
demandada aumenta com a queda no preço e diminui com a elevação (considerando 
ceteris paribus).
Isso faz sentido. Quanto mais elevado for o preço de um produto, menores quantidades 
o consumidor está disposto a adquirir, porém, quando o preço sofre reduções, os 
consumidores aspiram por quantidades cada vez maiores.
Como exemplo, consideremos a demanda mensal de uma família por sucos de laranja. 
A tabela a seguir ilustra as quantidades demandadas de suco a cada preço:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia8
Construindo o gráfico, temos:
A curva de demanda é decrescente da esquerda para a direita e nada mais é do que a
representação gráfica da Lei da Demanda.
Cabe destacar que o termo Demanda é usado para se referir a toda a curva e não 
a apenas a um ponto dela; quando nos referimos a um ponto da curva, usamos a 
expressão quantidade demandada. Mudanças nos preços provocam alterações na 
quantidade demandada, já que ocorre o deslocamento ao longo da curva de demanda. 
Dentro do nosso exemplo, quando o preço sobe de R$2,00 para R$3,00 o litro, a 
família deixa de consumir 40 litros e passa a consumir 20 litros mensais de suco de 
laranja, passando do ponto D para o ponto B na curva de demanda.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia9
4.1. Comportamento da Curva de Demanda
Por que a curva de demanda é decrescente?
De acordo com Alfred Marshall (economista inglês, autor do livro Princípios de 
Economia, de 1890), o comportamento da demanda está baseado no Princípio da 
Utilidade Marginal Decrescente, princípio segundo o qual, quantidades a mais que 
forem consumidas de um bem irão gerar cada vez menos utilidade. Estranho, né? 
Vamos explicar melhor.
A utilidade é um fator subjetivo que representa a satisfação gerada pelo consumo de 
bens econômicos. Os consumidores fazem uma avaliação dosbens e serviços, definem 
sua utilidade e estabelecem o preço máximo que estão dispostos a pagar pela aquisição 
desses bens. Assim, cada ponto na curva de demanda supõe que o consumidor está 
maximizando sua utilidade ou satisfação.
Para entender a utilidade marginal decrescente vale lembrar a antiga história do copo 
de água. Inicialmente, como a sede é grande, este copo de água traz uma satisfação 
elevada. Quanto mais água for consumida, maior será a satisfação total (a utilidade total 
é crescente), mas à medida que a sede é saciada, o próximo copo passa a trazer uma 
utilidade cada vez menor. Como utilidade marginal (ou suplementar) representa a utilidade 
que o consumidor obtém ao consumir uma unidade adicional de um bem, ela diminui à 
medida que se consome mais e mais. Em decorrência disso, quanto mais saciados estiverem 
os consumidores, menor deve ser o preço do produto para induzir um consumo maior. 
Isso ajuda a explicar, por exemplo, porque os lançamentos (as novidades) têm sempre um 
preço elevado, como os consumidores não estão saciados, pelo contrário, estão ávidos por 
consumir, o preço é elevado. À medida que o consumo vai se pulverizando, a saciedade 
aumenta, a utilidade marginal decresce e, portanto, a tendência é que os preços caiam.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia10
A relação inversa entre preço e quantidade também é explicada por outros dois fatos: 
• Efeito-substituição: Quando o preço de um bem aumenta, alguns consumidores 
que antes o adquiriam, deixarão de fazê-lo ou comprarão quantidades menores, 
passando a procurar outros bens para substituí-lo. Um exemplo é o mercado 
turístico. Quando o preço das diárias dos hotéis aumenta, os turistas passam a 
procurar pousadas, chalés, casas de campo, etc.
• Efeito-renda: Considerando que a renda do consumidor, permaneça a mesma, se o 
preço de um produto aumentar, os consumidores demandarão menos quantidade 
do produto, porque têm a sensação de que seu poder aquisitivo diminuiu. 
4.2. Exceções à Lei da Demanda
Existem algumas exceções à Lei Geral da Demanda. São elas:
• Bem de Giffen: bem cuja curva de demanda é positivamente inclinada 
(ascendente), ou seja, um bem cuja demanda aumenta quando seu preço sobe 
e diminui quando seu preço desce. Geralmente, são bens de baixo valor, mas 
de grande importância no orçamento dos consumidores de baixa renda. Essa 
forma de comportamento foi verificada por Robert Giffen 
ao observar que as famílias mais pobres compravam mais 
pão à medida que seu preço aumentava. Embora mais 
caro, o pão ainda é um produto barato, o que faz com que 
os consumidores deixem de comprar outros produtos (mais 
caros) para comprar mais pão. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia11
• Bens de Veblen: são bens de consumo ostentatório (obras de arte, carros de luxo, 
tapeçarias, joias, etc.) para os quais a procura tende a aumentar simultaneamente 
à elevação de seus preços, já que o objetivo do consumidor 
ao comprá-los é mostrar que possui um grande poder 
aquisitivo (dá prestígo social). Thorstein Bunde Veblen, 
economista que observou este fenômeno em sua principal 
obra intitulada “Teoria da Classe Ociosa”, definiu o 
conceito de consumo conspícuo que é o dispêndio feito 
em finalidade de demonstração de condição social, manifestando-se 
através da compra de artigos de luxo e quaisquer gastos ostentatórios.
4.3. Demanda de Mercado
A demanda de mercado é a soma das demandas individuais por um bem ou serviço 
em uma determinada economia. Exemplo: Imagine que numa economia só existam 
três consumidores e que suas demandas individuais de chocolates por semana sejam 
representadas na tabela 
ao lado. A demanda 
de mercado será a 
soma das quantidades 
demandadas dos três 
consumidores.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia12
4.4. Fatores que afetam a demanda de um bem ou serviço
Além do preço do próprio bem, existem outros fatores que interferem na demanda 
por um bem ou serviço, como a renda do consumidor, as preferências do consumidor, 
tamanho do mercado e o preço dos bens relacionados - substitutos e complementares. 
Esses fatores provocam deslocamentos da curva de demanda.
Toda mudança que aumente a quantidade demandada de um bem ou serviço a dado 
preço, desloca a curva para a direita, nessa situação dizemos que ocorreu um aumento 
da demanda. Na situação inversa, toda mudança que reduza a quantidade demandada 
de um bem ou serviço a um dado preço, desloca a curva de demanda para a esquerda, 
ou seja, provoca uma diminuição da demanda. Para facilitar, tudo que afete a demanda 
que não seja o preço do próprio bem, desloca a curva inteira.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia13
a) Renda do Consumidor:
Quando ocorre um aumento na renda dos consumidores, estes podem consumir mais 
de todos os bens, qualquer que seja o preço, provocando um deslocamento da curva 
de demanda para a direita. Ao contrário, quando a renda dos consumidores sofre uma 
queda, espera-se que as pessoas desejem consumir uma quantidade menor para cada 
preço, deslocando a curva de demanda para a esquerda. Alguns exemplos ocorridos na 
economia brasileira:
Renda do brasileiro cresceu 10,2% entre 2005 e 2006, revela BNDES
(Agência Brasil, 06/dez/2007)
Otimista com a economia, classe média planeja consumir mais em 2008
Segundo estudo da TNS InterScience realizado em novembro de 
2007 na cidade de São Paulo, as expectativas de consumo para 
2008 são bem melhores que no ano anterior (...)
De acordo com a pesquisa, 52% dos entrevistados de classe média 
já sentiram que seu poder de compra aumentou em 2007, e 65% 
acreditam que vai continuar melhorando em 2008. O mesmo 
movimento ocorre em relação à baixa renda: 47% avaliaram que 
2007 foi melhor que o ano anterior e 53% acreditam que 
a tendência é melhorar ainda mais neste ano. 
(CIDADE BIZ: Economia, Marketing e Negócios, 30/jan/2008).
Porém, isto não ocorre com todos os bens, o que nos permite classificar os bens em:
• Bens normais: bens cuja quantidade demandada aumenta quando se eleva a 
renda.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia14
• Bens inferiores: bens cuja quantidade demandada diminui 
quando se eleva a renda. Exemplo: Transporte coletivo, Carne 
de segunda (sua demanda se reduz quando o indivíduo 
aumenta seus ganhos, pois ele passa a consumir mais carne de 
primeira).
b) Preços dos outros bens relacionados:
Alterações no preço de um bem também podem afetar a demanda de outros bens 
relacionados a ele. Para compreendermos esse efeito é preciso classificar os bens em: 
• Substitutos: São bens que satisfazem a mesma necessidade para o consumidor.
Apresentam relação direta entre o preço de um bem e a quantidade demandada 
de seus bens substitutos, ou seja, o aumento do preço de um bem provoca uma 
elevação na demanda do outro bem. Ex: carne e frango, manteiga e margarina; 
café e chá. Consideremos a manteiga e a margarina como substitutos. Se o preço 
da manteiga sofrer uma elevação, as pessoas terão menos interesse em consumir 
manteiga e procurarão um substituto, aumentando a demanda por margarina. 
A demanda de margarina foi afetada pelo preço da manteiga (é um mercado 
interferindo no outro). 
•Complementares: São bens que se complementam para a satisfação de uma 
mesma necessidade. Existe uma relação inversa entre o preço do bem x e a 
quantidade demandada do bem y, ou seja, o aumento do preço de um bem reduz 
a demanda do outro bem. Ex: lapiseira e grafite, carro e combustível, impressoras 
e cartuchos de tinta, xampu e condicionador, etc. Peguemos como exemplo as 
impressoras e cartuchos de tinta. Se os cartuchos de tinta de um certo modelo 
tiverem seus preços aumentados, os consumidores procurarão um modelode 
impressora que tenha um cartucho com preço mais acessível, assim um aumento 
no preço dos cartuchos diminui a demanda por impressoras jato de tinta.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia15
c) Gostos ou Preferências do Consumidor:
A preferência do consumidor talvez seja o fator mais evidente na demanda, pois em
geral só demandamos o que gostamos. Como os gostos se modificam ao longo do 
tempo, alterações na preferência do consumidor impulsionam ou retraem a demanda de 
um bem. Fatores como qualidade, tecnologia, campanhas publicitárias e moda podem 
ser fundamentais para a escolha de um bem ou serviço. Se os gostos se alterarem no 
sentido de se desejar consumir mais de um bem, a demanda se deslocará para a direita 
e, se os gostos forem afetados negativamente, a demanda diminuirá, deslocando sua 
curva para a esquerda. 
d) Outros fatores:
Além dos fatores citados, existem outros que afetam a demanda de um bem. Um deles 
é o tamanho do mercado. Por exemplo, se a população de uma região aumenta, o 
tamanho do mercado consumidor aumenta e, portanto, a demanda de alguns bens se 
deslocará para a direita. Outro fator é a expectativa em relação ao futuro. Por exemplo, 
se uma pessoa acredita que seus rendimentos serão maiores no futuro, tende a consumir 
mais desde hoje, aumentando a demanda dos bens. Já se uma pessoa acredita que 
o preço de determinado bem irá subir em algumas semanas, tende a aumentar o 
consumo deste bem hoje para se antecipar ao aumento.
Vimos que vários fatores podem afetar a demanda de um bem. O quadro a seguir 
apresenta um resumo:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia16
Universidade Anhembi MorumbiEconomia17
5. A Oferta
Oferta pode ser definida como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores 
estão dispostos e aptos a oferecer a cada faixa de preços, em determinado período de 
tempo (BOYES & MELVIN, 2006, p.41). Cabe ressaltar que ofertar é diferente de vender. 
“Ofertar é ter a intenção ou estar disposto a vender, enquanto que vender é fazê-lo de 
fato. A oferta mostra as intenções de venda dos produtores” (MOCHÒN, 2006, p.27).
Assim como na Demanda, o principal fator que interfere na oferta é preço do próprio 
bem. A relação entre preço e quantidade ofertada define a Lei da Oferta, a qual 
estabelece que existe uma relação positiva entre quantidade ofertada e seu preço, 
ou seja, quando o preço do bem aumenta, a produção e a venda deste bem se 
tornam mais lucrativas, e por isso, os produtores tendem a produzir mais deste bem, 
aumentando a quantidade ofertada (considerando ceteris paribus).
Como exemplo, consideremos a oferta de uma empresa de bonés. A tabela a seguir 
ilustra as quantidades ofertadas semanalmente a cada preço:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia18
Construindo o gráfico, temos:
A curva de oferta é crescente da esquerda para a direita e nada mais é do que a 
representação gráfica da Lei da Oferta. Cabe ressaltar que quando nos referimos a 
um ponto da curva usamos a expressão quantidade ofertada. Mudanças nos preços 
provocam alterações nas quantidades ofertadas, já que ocorre o deslocamento ao longo 
da curva de oferta. Dentro do nosso exemplo, quando o preço sobe de R$ 15,00 para 
R$ 20,00, a empresa lucraria mais vendendo ao preço maior, a tendência é ofertar 
mais. Desse modo, a quantidade ofertada passa de 75 unidades para 100 unidades, 
ocorrendo um movimento ao longo da curva de oferta do ponto A para o B.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia19
5.1. A Oferta de Mercado
A oferta de mercado é a soma das ofertas individuais de todos os produtores de um bem 
e serviço a cada nível de preço e em determinado período de tempo. Exemplo: Em uma 
cidade existem apenas três produtores de leite e suas ofertas individuais em litros por 
semana estão representadas 
na tabela a seguir. Indique 
a oferta de mercado e 
represente graficamente as 
quantidades ofertadas de cada 
produtor e do mercado.
5.2. Fatores que afetam a oferta de um bem ou serviço
Além do preço do próprio bem, existem outros fatores que interferem na oferta de um 
bem ou serviço, como a tecnologia, os custos de produção, a lucratividade dos outros 
bens relacionados,número de produtores. Esses fatores provocam deslocamentos da 
curva de oferta.
Quando os vendedores optam por vender mais a um determinado preço, a curva de 
oferta se desloca para direita – há um aumento da oferta. Quando escolhem vender 
menos a determinado preço, a curva de oferta se desloca para a esquerda – ocorre uma 
diminuição da oferta (HALL & LIEBERMAN, 2003, p.73).
Universidade Anhembi MorumbiEconomia20
As diferentes variáveis que afetam a oferta merecem uma descrição mais detalhada:
a) Custo dos fatores de produção:
As quantidades ofertadas de bem ou serviço dependem, acima de tudo, do custo de 
produção. Estes dependem do preço pago pela utilização dos fatores de produção. 
Reduções nos preços dos fatores de produção (exemplo, redução nos níveis salariais, nos 
preços das matérias-primas, etc.), reduzem os custos dos produtores, tornam a produção 
mais lucrativa, estimulando a expansão da oferta. Já um encarecimento nos preços dos 
fatores de produção, aumenta os custos, torna a produção menos lucrativa e reduz a 
oferta.
b) Tecnologia:
Qualquer melhora da tecnologia permite produzir a custos menores, estimulando 
a produção e elevando a oferta (a curva se deslocaria para a direita). Exemplo: a 
descoberta de um novo fertilizante pode aumentar a produtividade na agricultura, 
aumentando a oferta dos produtos beneficiados pela inovação tecnológica. Porém, 
avanços tecnológicos que aumentem os custos, tendem a reduzir a oferta de um bem, 
deslocando a curva para a esquerda.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia21
c) Lucratividade dos outros bens:
A oferta de um produto pode ser afetada pela variação na lucratividade dos outros 
produtos que sejam substitutos ou complementares na produção.
• Bens Substitutos: bens substitutos na produção são bens que poderiam ser 
produzidos com aproximadamente os mesmos recursos. Muitas firmas podem 
mudar sua produção com relativa facilidade entre diferentes bens e serviços, 
desde que todos requeiram mais ou menos ou mesmos insumos de produção. 
Nesse caso, existe uma relação inversa entre o preço de um bem e a quantidade 
ofertada de seus bens substitutos, ou seja, o aumento do preço do bem x diminui 
a quantidade ofertada do bem y. Exemplo: uma clínica estética pode facilmente 
reduzir a oferta de tratamento para acne e aumentar a oferta de tratamento para 
rugas, se este se apresentar mais lucrativo.
• Bens Complementares: bens complementares na produção são aqueles que 
apresentam alteração na produção em função de variações de preço de outro 
bem. Apresentam relação direta entre o preço de um bem e a quantidade ofertada 
de seus bens complementares, ou seja, o aumento do preço do bem x aumenta a 
quantidade ofertada do bem y. Ex: carne e couro (se aumentar o preço da carne, 
tornado-a mais lucrativa, provoca um aumento nos abates e aumenta a oferta 
de carne e por decorrência aumenta a oferta de couro, deslocando sua curva de 
oferta para a direita. O mercado de couro foi afetado pelo aumento no preço da carne). 
d) Outros fatores:
Além dos fatores citados, existem outros que afetam a oferta. O número de empresas
ofertantes é um deles. Um aumento no número de produtores, provoca 
consequentemente, um aumento na oferta, deslocando a curva para a direita. Outro 
fator a ser considerado apenas para alguns bens e serviços é o clima. No caso de 
produtos agrícolas e pecuários o clima é um fator relevante. Por exemplo, uma geada 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia22
pode reduzir a oferta de um bem. Tambémtemos que considerar as expectativas dos 
produtores. Um exemplo oportuno, citado por Passos e Nogami (2003, p.89), é o de um 
criador de gado, se ele acredita que no futuro ocorrerá um aumento no preço da carne, 
é provável que retenha o fornecimento atual de gado para o abate, a fim de aproveitar 
preços mais altos posteriormente, provocando uma redução na oferta atual de carne.
O quadro a seguir apresenta um resumo dos fatores que afetam a oferta:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia23
6. Equilíbrio de Mercado
Quando analisamos conjuntamente as decisões e comportamento de consumidores e 
produtores com seus respectivos planos de consumo e produção, podemos entender 
como se estabelece o preço e a quantidade que equilibram um mercado e compreender 
situações que deslocam o equilíbrio.
Para analisar a determinação do preço e da quantidade de equilíbrio de um mercado, 
basta desenhar em um mesmo gráfico as curvas de oferta e demanda.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia24
O ponto de equilíbrio é dado pela intersecção das curvas de demanda e de oferta. 
Esse ponto é único, as quantidades que os compradores desejam comprar (quantidade 
demandada) é exatamente igual à quantidade que os produtores desejam vender 
(quantidade ofertada), não há excesso de demanda ou de oferta.
Uma observação importante é que nossa análise de mercado está voltada para 
os mercados competitivos, aqueles em que existem muitos compradores e muitos 
vendedores, de tal forma que nenhum deles individualmente consegue exercer influência 
significativa sobre os preços e quantidades de mercado. Nesse mercado, quem determina 
o equilíbrio entre oferta e demanda não são os consumidores nem os produtores, é 
o próprio mercado. Existem outras formas de organização dos mercados, com mais 
concentração, com produtos diferenciados, etc. Mas vamos deixar esse assunto para 
outra unidade, por enquanto só nos interessa saber que nosso modelo de oferta e 
demanda pressupõe um mercado competitivo. 
Determinação do Equilíbrio:
Podemos determinar matematicamente o equilíbrio.
Exemplo:
Imagine que a função de demanda de um mercado seja:
Qd = 10-2P 
e a função oferta seja:
Qo = 2 + 2P
Calcule o preço e a quantidade de equilíbrio.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia25
No ponto de equilíbrio, como a oferta é igual a demanda,
só precisamos igualar as duas funções. 
Substituindo o preço de equilíbrio em uma das funções determinamos a quantidade de 
equilíbrio.
Qo = Qd
Universidade Anhembi MorumbiEconomia26
O mercado não funciona sempre em equilíbrio. Por isso é importante analisarmos outros 
pontos fora do ponto de equilíbrio. Vamos utilizar outro exemplo. A tabela abaixo nos 
mostra a escala de demanda e de oferta mensais de camisas a cada nível de preço.
Preço
(R$/camisa)
Quantidade
demandada
camisas/mês
Quantidade
ofertada
camisas/mês
Excesso de Oferta (+)
Excesso de Demanda (-)
Pressão sobre 
o Preço
80,00 2.000 8.000 + 6.000 Redução ( )
70,00 3.000 7.000 + 4.000 Redução ( )
60,00 4.000 6.000 + 2.000 Redução ( )
50,00 5.000 5.000 0 Nenhuma
40,00 6.000 4.000 - 2.000 Elevação ( )
30,00 7.000 3.000 - 4.000 Elevação ( )
O preço de equilíbrio, preço que iguala a quantidade demandada e ofertada, é 
R$ 50,00. A quantidade de equilíbrio é 5.000 camisas mensais. A esse preço não há 
escassez nem excesso de produto. Para qualquer preço diferente de R$ 50,00 existirão 
diferenças 
entre a oferta 
e a demanda, 
gerando excesso 
ou escassez de 
produto.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia27
Excesso de Oferta: 
Aos preços de R$ 80,00, R$ 70,00 e R$ 60,00 a oferta de camisas é maior que a 
demanda, surgindo um excedente de camisas no mercado. Esse excedente é chamado 
de Excesso de Oferta.
Esse excesso faz com que os fabricantes fiquem com mercadoria encalhada, 
aumentando os estoques. Com a intenção de realizar alguma receita e eliminar o 
excesso de mercadoria, os produtores passam a vender o seu produto a preços 
mais baixos. Essa redução de preços faz com que aumente a quantidade demandada 
(deslocamento ao longo da curva de demanda) de camisas, ao passo que a quantidade 
ofertada se reduz (deslocamento ao longo da curva de oferta). 
A redução nos preços continuará até atingir o nível de R$ 50,00, quando a quantidade 
de camisas que os consumidores estarão dispostos a adquirir será exatamente igual à 
quantidade de camisas que os produtores estarão dispostos a oferecer no mercado (ou 
seja, ocorrerá uma pressão sobre os preços até que estes atinjam o equilíbrio).
Excesso de Demanda:
Aos preços de R$ 40,00 e R$ 30,00 a demanda é maior que a oferta de camisas, 
surgindo uma escassez de camisas no mercado. Isso ocorre porque a esse preço tão 
baixo poucos serão os produtores dispostos ou em condições de produzir o bem. Essa 
escassez é chamada de Excesso de Demanda. 
Esse excesso de demanda faz com que os consumidores disputem entre si as camisas 
disponíveis no mercado, e com isso o preço começa a se elevar. Essa elevação de preços 
faz com que diminua a quantidade demandada (deslocamento ao longo da curva de 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia28
demanda) de camisas, ao passo que a quantidade ofertada se amplia (deslocamento ao 
longo da curva de oferta), reduzindo o excesso de demanda.
A elevação nos preços continuará até atingir o nível de R$ 50,00, quando a quantidade 
de camisas que os consumidores estarão dispostos a adquirir será exatamente igual à 
quantidade de camisas que os produtores estarão dispostos a oferecer no mercado (ou 
seja, da mesma forma que ocorre com o excesso de oferta, o o excesso de demanda 
provoca uma pressão sobre os preços até que estes atinjam o equilíbrio). 
Podemos concluir que mesmo ocorrendo um desvio temporário entre o preço praticado 
e o preço de equilíbrio, este último tende a ser alcançado naturalmente, através da 
interação entre as forças da oferta e da demanda, sem que haja intervenção de nenhum 
agente externo (ex.: governo). Assim, o equilíbrio é uma situação na qual não há forças 
inerentes que estimulem uma mudança, por isso a tendência é que o preço se estabilize 
neste patamar, sem pressão para variações. Cabe ressaltar que mudanças podem 
acontecer apenas como resultado de fatores exógenos que alterem a demanda e/ou a
oferta e portanto, deslocariam o equilíbrio. Isso veremos a seguir.
6.2. Quando as coisas mudam
Se qualquer uma das variáveis que afetam a demanda ou a oferta mudar, uma das 
curvas se deslocará e o equilíbrio do mercado também mudará. Conhecer a teoria da 
oferta e da demanda faz com que muitos desses efeitos sejam previsíveis. Vamos analisar 
alguns deles:
Universidade Anhembi MorumbiEconomia29
a) Movimentos da Demanda
Consideremos que um mercado está na situação de equilíbrio (no gráfico abaixo, o 
equilíbrio inicial E1). Se ocorrer, por exemplo, um aumento na renda da população, as 
pessoas poderão comprar mais do bem a dado preço, deslocando a curva de demanda 
para a direita (de D1 para D2). 
Se for mantido o preço inicial PE1 
teremos uma demanda maior que 
a oferta (a quantidade demandada 
será Qx e a ofertada QE1), 
caracterizando excesso de demanda. 
Isso pressionará os preços para cima 
e, portanto, o equilíbrio se alterará 
para E2, com preço e quantidade 
superiores à situação inicial.
Situações semelhantes ocorrem com uma elevação no preço de um bem substituto, 
redução no preço de um bem complementar, aumento na preferência do consumidor, 
entre outros.
No caso de fatores que reduzam a demanda, teríamos o movimento inverso. Considere 
o mercado de óleo de soja. Uma redução no preço de um bem substituto, por exemplo, 
do óleo de milho, fariacom que as pessoas comprassem mais óleo de milho e 
reduzissem a demanda por óleo de soja, deslocando a curva de demanda de D2 para 
D1. Isso gera temporariamente um excesso de oferta, visto que os produtores estão 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia30
oferecendo a quantidade inicial de óleo de soja e os consumidores passaram a desejar 
menores quantidades. A tendência é que os preços caiam gradativamente para eliminar 
o excesso de oferta, até que o novo equilíbrio seja atingido (passará de E2 para E1), 
com preço e quantidades menores que a situação inicial. 
b) Movimentos da Oferta
Mudanças no custo dos fatores de produção, na quantidade de produtores, na 
tecnologia e na lucratividade dos outros bens relacionados, deslocarão a oferta, o que 
consequentemente, afetarão equilíbrio do mercado.
Consideremos que um mercado está na situação de equilíbrio (no gráfico abaixo, o 
equilíbrio inicial E1). Se ocorrer, por exemplo, uma redução no custo de produção, a 
lucratividade da empresa por unidade produzida aumentará, o que tende a aumentar 
a oferta, deslocando sua curva para a direita, passando de O1 para O2. Ao antigo 
preço de equilíbrio PE1 passa a 
existir excesso de oferta, já que os 
produtores passaram a produzir 
mais, mas os consumidores 
permanecem desejando consumir 
a mesma quantidade. O excesso 
de oferta pressiona o preço para 
baixo até que o novo equilíbrio 
seja alcançado (E2) com um preço 
menor e uma quantidade maior.
Universidade Anhembi MorumbiEconomia31
No caso de fatores que reduzam a oferta, teríamos o movimento inverso. Por exemplo, 
uma geada destrói a plantação de milho. A oferta do produto sofreria uma redução, 
deslocando a curva para a esquerda (de O2 para O1). Ao antigo preço passa a existir 
uma excesso de demanda, visto que os consumidores desejam adquirir a mesma 
quantidade de milho, mas os produtores não possuem essa quantidade para ofertar. 
Ocorrerá uma pressão para a elevação do preço, até que o novo equilíbrio seja atingido 
(E1) com preço superior e quantidade menor que a situação inicial.
Esses são apenas alguns exemplos. Com esta abordagem podemos explicar o 
movimento dos preços de diversos mercados. Você é capaz de usá-la para descrever 
situações do nosso cotidiano, por exemplo, para descrever por que os celulares e as TVs 
de LCD inicialmente apresentaram um preço elevado e hoje são mais acessíveis, por que 
no verão os imóveis do litoral apresentam um aluguel mais elevado, por que o comércio 
é aquecido na época do Natal, entre outros. Imagine uma situação e tente explicá-la 
usando as ferramentas da oferta e demanda, tenha certeza que conseguirá. 
Você já sabe traçar tendências sobre o comportamento dos preços, mas não temos 
ferramentas suficientes para dimensionar o tamanho das mudanças. Sabemos que 
pela Lei da Demanda um aumento do preço provoca uma redução na quantidade 
demandada, mas de quanto é essa redução? Será uma redução pequena ou expressiva? 
Para conseguirmos responder esse tipo de indagação precisamos conhecer mais uma 
ferramenta: a elasticidade. Assunto para nossa próxima unidade. Nos encontramos lá!!
Universidade Anhembi MorumbiEconomia2
Teoria da Elasticidade
1. Introdução
Até agora, estudamos que a quantidade demandada e o preço apresentam movimentos 
opostos, ou seja, se o preço de um produto aumentar, a quantidade demandada sofrerá 
uma redução. Mas em quanto? “Quanto” é uma pergunta muito importante, pois a 
dimensão dessa queda afetará significativamente a decisão das empresas. 
Por exemplo, se a elevação do preço causar uma redução expressiva na demanda, 
a empresa perderá muito mercado e pode até ser eliminada. Porém, se o aumento 
do preço causar uma pequena queda na quantidade demandada, as vendas em 
dinheiro da empresa podem até aumentar (o aumento do preço compensa a queda na 
quantidade). Analisar esses efeitos é uma questão fundamental para qualquer negócio. 
Mas como saber o “quanto”? Para responder a essa questão, a Economia utiliza a 
Elasticidade. A Elasticidade é uma medida de sensibilidade de uma variável em 
relação a outra. A Elasticidade informa a variação percentual que ocorrerá em uma 
variável em decorrência da variação de 1% em outra variável. 
Preço
Qtd. 
Demandada
Preço
Qtd. 
Demandada
Universidade Anhembi MorumbiEconomia3
Existem vários tipos de Elasticidades que nos permitem analisar situações do tipo:
a) Quanto a demanda de um consumidor por um produto mudará em resposta à 
mudança (aumento ou redução) no seu preço?
b) Quanto a demanda por um produto mudará em resposta à mudança na renda do 
consumidor?
c) Quanto a demanda por um produto mudará em resposta à mudança no preço de 
algum outro produto?
d) Quanto a oferta mudará em resposta às variações no preço?
Essas perguntas são relevantes não apenas para economistas, mas para qualquer 
profissional da área de negócios. Por exemplo, para o lançamento de um produto no 
mercado é preciso projetar a demanda, conhecendo o público-alvo e analisando suas 
características e preferências. 
Também é importante avaliar o grau de aceitação deste produto no mercado e a 
Elasticidade é uma das medidas que pode ajudar, pois permite analisar a relação do 
consumidor perante alterações de preços do produto, colaborando para a projeção dos 
ganhos e para a definição de estratégias de preço e de divulgação. 
O objetivo desta unidade é mostrar a importância da Elasticidade e suas técnicas de 
cálculo. 
Vamos lá?
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2. Elasticidade-Preço da Demanda
A Elasticidade-preço da demanda (Epd) mede a sensibilidade da demanda de um 
produto diante das mudanças no seu preço, ou seja, mede quanto varia a quantidade 
demandada em decorrência da variação do preço do produto. Ela é calculada da 
seguinte forma:
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Exemplo:
Consideremos a seguinte escala de demanda de agendas:
Calculando a elasticidade preço da demanda de agendas, temos:
P0 = R$ 10,00/ unidade => Qdo = 100 unidades/mês
P1 = R$ 12,00/ unidade => Qd1 = 60 unidades/mês
∆P = 2 ∆Q = - 40
Podemos calcular também a elasticidade usando as variações percentuais. No exemplo 
das agendas, o preço passou de R$ 10,00 para R$ 12,00, um aumento de 20% e a 
quantidade demandada passou de 100 para 60 unidades, registrando uma queda de 
40%. A elasticidade seria:
Esse resultado mostra que para cada movimentação no preço das agendas, a 
quantidade demandada é afetada duas vezes (2x) mais.
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Vamos calcular outro exemplo. Considere a seguinte escala de demanda de lápis de cor: 
Calculando a elasticidade, temos:
P0 = R$ 10,00/ unidade => Qdo = 200 unidades/mês
P1 = R$ 15,00/ unidade => Qd1 = 100 unidades/mês
∆P = 5 ∆Q = - 100
Neste caso, o aumento no preço provocou uma redução na quantidade demandada 
na mesma proporção, ou seja, o aumento do preço de R$ 10,00 para R$ 15,00 
(aumento de 50%), provocou uma redução na quantidade demandada também em 50% 
(passando de 200 para 100 unidades).
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Cabe fazermos mais um exemplo. Considere a seguinte escala de demanda de estojos 
escolares:
Nesse caso, o aumento do preço provoca um impacto na quantidade em menor 
proporção. O preço aumentou de R$10,00 para R$ 15,00, um aumento de 50%, a 
quantidade demandada caiu apenas 20%, passando de 100 para 80 unidades. 
O coeficiente de elasticidade-preço da demanda será sempre um número negativo, pois 
representa a relação inversa que existe entre as variações na quantidade demandada de 
um bem e as variações no seu preço (Lei da Demanda). Porém, é comum ignorar o sinal 
negativona análise de elasticidade, considerando-se apenas seu valor numérico (ou 
valor absoluto). 
1.1 - Classificação da Elasticidade:
A Elasticidade-preço da demanda permite estabelecer três categorias:
a) Demanda Elástica : Quando a quantidade demandada tem uma variação 
percentual maior que variação percentual do preço. Se considerarmos os valores 
absolutos, ou seja, ignorarmos o sinal negativo, quando Epd > 1 a demanda é 
elástica. (Nosso primeiro exemplo, das agendas, é um caso de demanda elástica, 
já que Epd = 2)
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Nesse caso os consumidores se mostram sensíveis a mudanças de preço, já que uma 
elevação no preço provoca uma grande redução na quantidade demandada 
desse bem. Estratégias de aumento de preços para esses bens devem ser muito 
bem analisadas. 
b) Demanda com Elasticidade Unitária: Quando o coeficiente for exatamente 
igual a -1 (ou exatamente 1 se considerarmos valores absolutos) diz-se que a 
sua demanda possui elasticidade unitária, ou seja, a quantidade demandada e o 
preço apresentam a mesma variação percentual. O nosso segundo exemplo, do 
lápis de cor, se enquadra nessa categoria. 
c) Demanda Inelástica: Quando a quantidade demandada tem uma variação 
percentual menor que a variação percentual do preço. Se considerarmos os 
valores absolutos quando 0 < Epd < 1 a demanda é inelástica. É o caso do 
exemplo dos estojos escolares, que resultou em uma elasticidade de -0,4.
 Quando a demanda é inelástica os consumidores são pouco sensíveis às 
variações de preço, assim, uma elevação no preço provoca uma pequena 
redução na quantidade demandada do bem. 
O que faz uma demanda ser elástica e outra inelástica? 
A resposta é a inclinação da curva de demanda. 
Veja os gráficos a seguir:
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Portanto, a elasticidade-preço da demanda depende da inclinação da curva de demanda, quanto mais inclinada, 
mais inelástica e quanto menos inclinada (mais “deitada”), mais elástica é a demanda.
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A inclinação da curva de demanda nos remete a dois casos especiais (Extremos):
1.2 - Fatores que influenciam a Elasticidade-preço da demanda: 
a) Essencialidade do bem: Quanto se trata de um bem de primeira necessidade, 
é de se esperar que os valores da elasticidade sejam reduzidos, porque como 
trata-se de um bem essencial, o aumento do preço não afetará de forma 
expressiva a quantidade demandada (as pessoas terão que comprar o bem, 
mesmo com o aumento do preço). Assim, quanto mais essencial for o bem, mais 
inelástica tenderá a ser sua demanda. 
b)Possibilidade de Substituição: Os bens que têm substitutos próximos tendem 
a ter uma demanda mais elástica porque o consumidor migrará para o substituto 
se o bem que está acostumado a adquirir sofrer uma elevação no preço. Assim, 
quanto mais substitutos uma mercadoria tiver, mais elástica deverá ser a sua 
demanda.
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c) Importância relativa do bem no orçamento: Os bens que têm uma 
representatividade significativa no orçamento tendem a ter uma demanda mais 
elástica, pois como o peso do gasto com esses bens é expressivo, o consumidor é 
muito sensível a variações no preço. Já para bens que não pesam no orçamento, 
o consumidor tende a não se importar tanto com elevações no preço, e portanto, 
a demanda tende a ser mais inelástica. Assim, quanto maior o peso de um bem 
no orçamento, mais os consumidores buscarão substitutos quando seu preço 
aumentar e portanto, mais elástica tende a ser a demanda.
d) Horizonte temporal: Em longos horizontes de tempo os bens tendem a ter 
uma demanda mais elástica, já que com o passar do tempo, novos substitutos 
surgirão e novos hábitos de consumo serão desenvolvidos, fazendo com que 
os consumidores busquem soluções para se adaptarem às mudanças de preço. 
Assim, a elasticidade de longo prazo tende a ser maior (e portanto mais elástica) 
que a elasticidade de curto prazo.
1.3 - Elasticidade-preço da demanda e a Receita Total: 
A relação entre elasticidade, mudança de preço e receita total constitui-se um dos 
aspectos mais importantes do conceito de elasticidade-preço da demanda. Quando um 
produtor altera seus preços, espera que o efeito sobre seu faturamento seja positivo. A 
Elasticidade-preço da demanda ajuda a analisar essas situações e por isso, torna-se uma 
importante ferramenta para elaboração de estratégias de preço. 
Antes de analisarmos esses efeitos, precisamos conceituar a receita total. Receita Total 
é a quantidade paga pelos compradores e recebida pelos vendedores do bem, é o 
faturamento da empresa, ou ainda o valor monetário das vendas. É calculada como o 
preço unitário multiplicado pela quantidade vendida.
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Receita Total = Preço Unitário (P) x Quantidade Vendida (Q)
RT = P. Q
Se o preço de um bem aumentar a quantidade vendida diminuirá 
e assim a receita poderá aumentar ou diminuir dependendo da 
dimensão das variações ocorridas no preço e na quantidade, 
portanto, o efeito sobre a receita total dependerá do grau de 
sensibilidade da demanda perante as variações no preço. 
Desse modo, existe uma forte relação entre a receita total e a 
elasticidade-preço da demanda. O gráfico a seguir ajuda a 
analisar essas situações:
• Na parte elástica da demanda: uma elevação no preço, 
provoca uma queda significativa na quantidade demandada e 
portanto, a receita total sofrerá reduções. Assim, quando Epd 
> 1, preço e receita total oscilam em sentidos opostos.
• Na parte inelástica da demanda: como a demanda cai pouco 
em decorrência do aumento no preço, a receita aumentará. 
Assim, quando 0 < Epd < 1, o preço e a receita total variam no 
mesmo sentido.
• Quando a elasticidade-preço da demanda é unitária: a 
elevação no preço provoca uma redução na quantidade 
demandada na mesma proporção, não alterando a receita 
total. Assim, se Epd = 1, a receita se mantém constante quando 
o preço se altera. 
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O exemplo a seguir nos ajuda a aplicar essa relação em uma situação real
Exemplo: Quando a Cia de Transportes “Só Busão” elevou sua tarifa de R$ 2,20 
para R$ 2,75 o número de passageiros diminuiu de 30.000 para 27.000. Qual a 
elasticidade-preço da demanda de transportes nesse intervalo de preços? Seria, nesse 
caso, a elevação de tarifa uma forma adequada para a empresa aumentar sua receita? 
Calculando a elasticidade preço da demanda, temos:
P0 = R$ 2,20 Q0 = 30.000
P1 = R$ 2,75 Q1 = 27.000
∆P = R$ 0,55 ∆Q = - 3.000
∆%P = 0,55/2,20 = 25% ∆%Q = - 3.000/30.000 = -10%
 Epd = ∆%Q = - 10% = -0,4 (Demanda inelástica)
 ∆%P 25% 
 
Sabemos que quando a demanda é inelástica, a quantidade demandada cai em 
proporção menor do que o aumento do preço e como a quantidade cai menos, a 
receita total tende a se elevar, sendo portanto uma boa estratégia se o objetivo da 
empresa for o aumento da receita. Vamos calculá-la para conferir?
Antes do aumento do preço: Depois do aumento do preço:
 RT = P.Q RT = P.Q
 RT = 2,20 X 30.000 RT = 2,75 x 27.000
 RT = R$ 66.000,00 RT = R$ 74.250,00
 
 
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2 - Elasticidade-renda da demanda: 
Ao estudarmos os mecanismos de mercado, mostramos que a renda é um fator que 
influi na demanda. Vimos que variações na renda provocam alterações na demanda. A 
resposta da demanda a variações na renda pode ser medida pela Elasticidade-renda. 
A Elasticidade-renda da demanda mede o grau em que a quantidade demandada de 
um bem responde a uma variação da renda dos consumidores. É definida por:
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Exemplos:
Considere a demanda de frango. Um consumidor com renda de R$ 1.000,00 demanda 
por ano 50 quilos de carne de frango. Um aumento na renda para R$ 1.200,00 
provoca uma elevação na quantidade demandada para 55 quilos de carne de frango. 
Calcule a elasticidade-renda da demanda. 
 Renda inicial = Y0 = R$ 1.000,00 => Qdo = 50 
 Renda Final = Y1 = R$ 1.200,00 => Qd1 = 55 
 ∆Y = 200 ∆Q = 5
Esse resultado mostra que um aumento na renda provoca uma elevação na demanda 
por carne de frango em uma proporção 0,5 vezes maior. No exemplo, a renda 
aumentou 20% e a quantidade demanda de frango aumentou 10% (ao passar de 50 
para 55 quilos).
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Agora considere a demanda por carne bovina de segunda. O mesmo consumidor com 
renda de R$ 1.000,00 demanda por ano 50 quilos de carne bovina. Um aumento na 
renda para R$ 1.200,00 provoca uma redução na quantidade demandada para 40 
quilos de carne. Calcule a elasticidade-renda da demanda.
 Y0 = R$ 1.000,00 => Qdo = 50 
 Y1 = R$ 1.200,00 => Qd1 = 40 
 ∆Y = 200 ∆Q = -10 
O resultado da elasticidade-renda nos revela que um aumento na renda, provoca uma 
redução na quantidade demandada do bem (em decorrência do resultado negativo) na 
mesma proporção, ou seja, se a renda subir 20%, a quantidade demandada cai 20%.
2.1 - Classificação da Elasticidade-renda: 
Sempre que o coeficiente de elasticidade-renda da demanda for um número positivo 
podemos afirmar tratar-se de um Bem NORMAL, cuja demanda aumenta diretamente 
em relação à renda (é o que aconteceu com a carne de frango do nosso exemplo).
No tocante aos bens normais, podemos dividi-los em:
• bens elásticos em relação à renda (quando Er > 1)
 Geralmente os bens supérfulos, tais como joias, casacos de pele, denominados bens 
 de luxo, possuem alta elasticidade-renda.
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• inelásticos em relação à renda (quando 0 < Er < 1) 
 Geralmente os bens considerados como de primeira necessidade (alimentação, 
 educação, etc.) apresentam baixa elasticidade-renda. É o caso do nosso exemplo da 
 carne de frango.
• com elasticidade-renda unitária (Er = 1).
 A procura por moradias apresenta coeficiente de elasticidade-renda próximo a 1
Já quando o coeficiente de elasticiade-renda da demanda for um número negativo 
podemos afirmar que se trata de um Bem INFERIOR, cuja demanda varia inversamente 
em relação à renda. É nesse caso que se enquadra nosso exemplo da carne bovina de 
segunda.
3 - Elasticidade-preço da oferta 
Podemos aplicar o conceito de elasticidade também para a oferta. A Elasticidade-preço 
da Oferta (Epo) mede a sensibilidade da oferta de um produto diante das mudanças 
no seu preço, ou seja, mede quanto varia a quantidade ofertada em decorrência da 
variação do preço do produto. Ela é calculada da seguinte forma:
 Epo = Variação Percentual da Quantidade Ofertada
 Variação percentual do preço
 
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Exemplo: Consideremos a seguinte escala de oferta de refrigerantes:
Calculando a elasticidade preço da oferta temos:
 P0 = R$ 2,00/ unidade => Qdo = 10.000 unidades/mês
 P1 = R$ 3,00/ unidade => Qd1 = 16.000 unidades/mês
 ∆P = 1 ∆Q = 6.000
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Podemos calcular também a elasticidade usando as variações percentuais. No exemplo, 
o preço passou de R$ 2,00 para R$ 3,00, um aumento de 50% e a quantidade ofertada 
passou de 10.000 para 16.000 unidades, registrando uma elevação de 60%. 
A elasticidade seria:
Esse resultado mostra que para cada movimentação no preço dos refrigerantes, a 
quantidade ofertada é afetada 1,2 vezes mais.
Observe que a elasticidade-preço da oferta é calculada do mesmo modo que a 
curva da oferta. Porém como a curva de oferta tem inclinação ascendente, 
a elasticidade-preço da oferta será sempre positiva. A classificação da elasticidade preço 
da oferta também é semelhante:
• Elástica (Epo > 1): um aumento no preço provoca uma elevação na quantidade 
ofertada em uma proporção maior.
• Inelástica ( 0 < Epo < 1): um aumento no preço provoca uma elevação na 
quantidade ofertada em uma proporção menor.
• Unitária (Epo = 1): um aumento no preço provoca uma elevação na quantidade 
ofertada na mesma proporção. 
A Elasticidade-preço da oferta não é muito utilizada na prática, pois os produtores 
sabem como reagirão às mudanças no preço dos seus produtos, não precisam, 
portanto, fazer cálculos para isso. 
Universidade Anhembi MorumbiEconomia20
A Elasticidade se aplica com muita frequência no caso da demanda, visto que 
os produtores precisam definir um nível de produção suficiente para atender aos 
consumidores, por isso fazem uma série de estudos e planejamentos quanto ao 
comportamento da demanda. 
Os produtores definem sua produção levando em conta uma série de aspectos como o 
comportamento da demanda, fatores de produção, produtividade do trabalho, custos, 
entre outros. A demanda nós já estudamos e os demais aspectos são assunto para nossa 
próxima unidade. 
Nos encontramos lá!
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TEORIA DA FIRMA: PRODUÇÃO, CUSTOS
1. Introdução
Esta unidade concentra-se no estudo das variáveis que afetam diretamente as empresas, 
ou seja, no que está por trás da curva de oferta. 
Em Microeconomia denominamos este estudo de Teoria da Firma. Esta teoria foi criada 
pelo economista britânico Ronald Coase, em seu artigo publicado em 1937, intitulado 
“A Natureza da Firma”. Segundo o autor, as firmas trabalham com o lado da oferta 
de mercado, ou seja, com os produtos e serviços que irão produzir para oferecer aos 
consumidores.
 Isso parece uma afirmação óbvia e simples, e é; mas nesta simplicidade está uma 
importante relação econômica: são as firmas que reúnem o capital e trabalho 
necessários para transformar as matérias-primas em produtos, agregando valor 
durante o processo de produção. Para produzir, as firmas ainda precisam basear-se na 
demanda, para ajustar a oferta aos desejos e necessidades dos consumidores. É isso 
que faz o mercado funcionar! 
 A Teoria da Firma está dividida em Teoria da Produção, Teoria dos Custos e em 
Estruturas de Mercado. Cada uma destas divisões será tratada a seguir.
 Vamos lá?
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2. Teoria da Produção
A Teoria da Produção analisa a relação existente entre as quantidades produzidas 
de um bem ou serviço e as quantidades utilizadas pelos fatores de produção. É um 
importante ramo da Micoeconomia, já que explica como se dá a geração dos bens 
e serviços que são oferecidos à sociedade, pelo mercado. Além disso, a teoria da 
produção proporciona a base para a análise de custos e da oferta de bens produzidos 
e é ferramenta para análise de preços dos fatores de produção e sua alocação entre os 
diversos usos alternativos na economia. 
Antes de estudarmos a teoria da produção, alguns conceitos iniciais são necessários:
O primeiro deles é o conceito econômico de firma (ou empresa). 
Segundo Móchon (2006) a firma tem como função básica transformar os fatores de 
produção em bens e serviços próprios para o consumo ou para o investimento. Carvalho 
(2005), afirma que “a firma é uma unidade de produção que atua racionalmente 
procurando maximizar seus resultados relativos à produção e lucro”. 
A atividade fundamental de uma empresa é, portanto, a produção de bens e serviços. 
Mas o que é produção? Este é o nosso segundo conceito inicial. 
Produção é a transformação dos fatores adquiridos pela empresa em produtos para a 
venda no mercado. Vasconcellos (2002) coloca que, segundo

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