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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 0 CAROLINE FERNANDES LIMA DÁFILE ALVES PEIXOTO DENNIS DANNYLO RODRIGUES MATOS DIANE PINHEIRO SILVA INGRID NÁIRE PINHEIRO ISABELA DOS SANTOS CARDOSO ISLANE SANTOS LAYSA FRANCA COLARES MILENA OLIVEIRA NUBIA SANTOS OLIVEIRA RELATÓRIO: CARACTERIZAÇÃO DE SOLO EM CAMPO Teófilo Otoni, 14 de Abril de 2015 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 1 CAROLINE FERNANDES LIMA DÁFILE ALVES PEIXOTO DENNIS DANNYLO RODRIGUES MATOS DIANE PINHEIRO SILVA INGRID NÁIRE PINHEIRO ISABELA DOS SANTOS CARDOSO ISLANE SANTOS LAYSA FRANCA COLARES MILENA OLIVEIRA NUBIA SANTOS OLIVEIRA RELATÓRIO: CARACTERIZAÇÃO DE SOLO EM CAMPO Relatório entregue ao docente Caio Mário Leal Ferraz, para fins avaliativos referentes à disciplina CTT310 Ciência do Solo do curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. Teófilo Otoni, 14 de Abril de 2015. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 2. MATEIRAIS E MÉTODOS................................................................................ 04 2.1 Materiais ......................................................................................................... 04 2.2 Métodos .......................................................................................................... 04 3. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS EXTERNAS ..................................... 05 3.1 Localização .................................................................................................... 05 3.2 Clima .............................................................................................................. 06 3.3 Situação e Declive .......................................................................................... 08 3.4 Litologia .......................................................................................................... 09 3.5 Cobertura Vegetal Original ............................................................................. 10 3.6 Uso Atual ........................................................................................................ 11 4. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS INTERNAS ...................................... 12 4.1 Horizonte A ..................................................................................................... 12 4.2 Horizonte B1 ................................................................................................... 15 4.3 Horizonte B2 ................................................................................................... 17 5. CONSIDERAÇÕES .......................................................................................... 20 6. INTERPRETAÇÕES PARA ENGENHARIA ..................................................... 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 22 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 3 1. INTRODUÇÃO O presente relatório foi realizado com base na aula prática em campo, realizada nos dias 06 e 07 de Abril 2015, proposta e supervisionada pelo docente Caio Mário Leal Ferraz, com o intuito de caracterizar o solo de acordo com a teoria ministrada em sala de aula. Para melhor compreensão deste, é necessário conceituar alguns termos. De acordo a NBR 6502 – Rochas e solos, da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, o termo rocha refere-se ao “material sólido, consolidado e constituído por um ou mais minerais, com características físicas e mecânicas específicas para cada tipo”. O termo solo refere-se ao “material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não conter matéria orgânica”, ainda de acordo com a Norma. As principais propriedades físicas, químicas e mecânicas deste material terroso estão relacionadas com a textura, plasticidade, consistência, composição química e mineralógica, estrutura, resistência a compressão e ao cisalhamento, etc. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 4 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais: o Enxada; o Trena; o Lupa; o Faca; o Câmera Fotográfica; o Água; o Bloco de Anotações. 2.2 Métodos: Para o desenvolvimento deste relatório, foram empregadas duas etapas: Visando compreensão da matéria lecionada em sala, o docente escolheu um local adequado para explanar sobre a prática e fazer uma demonstração de como a mesma seria, e posteriormente escolheu outro ponto do local para que pudéssemos reproduzir os ensaios e analisar as características morfológicas internas, sendo essas: espessura dos horizontes, textura, estrutura do solo, porosidade, cerosidade e consistência. Já a segunda etapa, consistiu em redigir o relatório, onde foram utilizados os conhecimentos adquiridos na etapa anterior, além de pesquisas auxiliares, para a criação de uma análise pedológica do espaço em estudo. Com o auxílio da enxada escavamos o perfil de solo (cerca de 50 cm de largura e 1,75m de altura), após isso foi feita a limpeza para que solos de diferentes horizontes não contaminassem as amostras, essas foram retiradas com o auxílio de uma faca e feito os devidos ensaios em várias dessas até que pudéssemos constatar a existência dos horizontes A, B1 e B2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 5 3. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS EXTERNAS Como estudado em sala de aula, as características externas influenciam diretamente no intemperismo, ou seja, como os solos são formados bem como suas características específicas. Com isso, se faz imprescindível o estudo desses agentes, que se inter-relacionam durante o processo pedogenéticos. 3.1 Localização A prática foi realizada na cidade de Teófilo Otoni – MG (região sudeste do país), no entorno do novo acesso a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri UFVJM, (Figura 2) localizada no bairro Jardim São Paulo, zona Sul da cidade. Coordenadas geográficas do local: 17º88’6575’’ S / 41º49’9439’’ W. Figura 1: Mapa da localização da área analisada Fonte: Google Maps MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 6 Figura 2: Localização aproximada da área de estudo (Adaptado) Fonte: Google Earth3.2 Clima Segundo o sistema de classificação climática de Köppen-Geiger (KÖPPEN e GEIGER, 1928), a região compreendida entre Teófilo Otoni – MG e Prado – BA apresenta o tipo climático Tropical, subtipo climático: clima tropical com estação seca de inverno. Segundo Antunes (1986), em geral, a área apresenta clima seco, com altas temperaturas e baixa pluviosidade anual (entre 700 e 1000 mm). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 7 Figura 3: Clima Minas Gerais (Adaptado) Fonte: IBGE, 2002 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 8 3.3 Situação e Declive Segundo Magalhães (2013), Teófilo Otoni está inserida em termos geomorfológicos: Numa área compreendida na unidade “Planaltos Dissecados do Leste de Minas”, em uma “zona de pontões”, caracterizada por formas de relevo evoluídas por processos de erosão diferencial e descamação concêntrica. O relevo é bastante dissecado caracterizado por encostas muito íngremes com topos convexos e frequentes exposições de rocha em topos e altas encostas, configurando pontões e anfiteatros. De acordo com Ferraz (2006) a região é formada por planaltos “tal morfologia é moldada sobre diferentes rochas arqueano-proterozóicas, que são extremamente falhadas, isso ocorre devido aos eventos tectônicos que afetaram a área”. Figura 4: Mapa Relevo (Adaptado) Fonte: IBGE 2014 A cidade possui topografia com caráter plano, ondulado e montanhoso, sendo respectivamente, 10%, 30%, 60% do território do município (MORAES,2013). MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 9 Conforme análise das informações e observações in loco constata-se um relevo moderadamente dissecado e ondulado, e segundo o Plano Diretor UFVJM Campus Teófilo Otoni, apresentando baixa altitude média em relação ao nível do mar (319m). Figura 5: Altitudes Minas Gerais (Adaptado) Fonte: IBGE 3.4 Litologia O termo litologia refere-se ao o estudo da origem e natureza das rochas. Consiste na descrição de rochas em afloramento ou amostra de mão, com base em várias características tais como a cor, textura, estrutura, composição mineralógica ou granulométrica1. A cidade de Teófilo Otoni compreende duas formações, essas são a Formação Tumiritinga e a Tonalito São Vitor. O Tonalito São Vitor tem seu afloramento isolado observado na estrada que liga Teófilo Otoni a Ladainha. Os tipos petrográficos presentes são biotita-tonalito, hornblena-biotita tonalito e, subordinamente, biotita 1 Glossário Ilustrado dos Termos Geológicos em http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/glossa.html MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 10 granodiorito. As rochas têm como característica a cor cinza, granulações médias a grossas, são normalmente foliadas e, ocasionalmente, apresentam mega cristais centimétricos de feldspato, mostrando textura de fluxo magmático. (PROJETO LESTE - Folha Teófilo Otoni, 1996). Já a Formação Tumiritinga, é uma formação constituída de gnaisses e xistos e possui como características faixas irregulares, são meridianamente alongadas, envolvidas e cortadas pelo Tonalito São Vitor. (PROJETO LESTE - Folha Teófilo Otoni, 1996). Esta que por sinal, compreende o material de origem da área a ser estudada, identificada pela evidência de veios de quartzo (fluidos de circulação) no perfil conforme a Figura (6), estes que são característicos de rochas metamórficas. Figura 6: Veio de quartzo encontrado no perfil analisado. 3.5 Cobertura Vegetal Original Na vegetação do município predomina o cerrado, com algumas ocorrências de mata atlântica. No lugar das antigas matas, hoje a vegetação rasteira predomina, especialmente pastagens com gramíneas tipo braquiária, colonião, meloso e pernambuco, além de muita capoeira. São encontradas ainda algumas reservas de MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 11 mata em propriedades particulares do município. (PLANO DIRETOR UFVJM - Universo de Atuação). Figura 7: Vegetações de Minas Gerais (Adaptado) Fonte: Reserva da Biosfera Mata Atlântica (RBMA) 3.6 Uso Atual A área de estudo é situada próxima ao campus da UFVJM/Teófilo Otoni, a margem de uma estrada que dá acesso a um futuro loteamento no terreno. Contudo, o local já sofreu alterações na sua constituição, sua formação florestal original foi completamente extraída, e atualmente apresenta uma vegetação rasteira. É possível observar vastos campos de pastagem, utilizado para criação de animais (bovinos), no entanto, a região encontra-se bastante degradada o que caracteriza um horizonte A pobre em matéria orgânica e com pouca profundidade, sendo assim podemos dizer que essa degradação começou a algumas décadas. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 12 4. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS INTERNAS 4.1 Horizonte A O horizonte A apresenta uma espessura de aproximadamente 13 centímetros, como observado na Figura (7), nota-se a presença de pouca matéria orgânica resultante de uma fina camada de vegetação, o solo é bastante degradado. Esse horizonte foi depositado no local - de natureza coluvional, transporte a curta distância - como mostra as evidências, pois a situação é na vertente. Esse solo apresenta cor escura, devido a presença de matéria orgânica. Figura 8: Perfil do solo analisado, apresentando horizontes A, B1 E B2. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 13 Figura 9: Torrão de solo do horizonte A. A textura do solo, Figura (10), é caracterizada como areno-argiloso, pois percebe-se a presença de areia através da sensação de aspereza, porém também apresenta a sensação de sedosidade, é plástico e pegajoso, apresenta um complexo de organo-minerais. Figura 10: Experimento para testar a textura do solo do horizonte A. Estrutura do solo é o arranjo ou ordenação das partículas primárias (areia, silte e argila) e secundárias (microagregados) em certos modelos e padrões estruturais, incluindo, necessariamente, o espaço poroso acompanhante (BAVER ET AL., 1973; apud. CREMON, 2004). A estrutura é classificada em tipo, classe de tamanho e grau de desenvolvimento, sendo assim o solo analisado apresenta estrutura granular-médio- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 14 moderada, pois o silte, areia e argila estão juntos em pequenas estruturas, com tamanho de 2 a 5mm e resiste a manipulaçãoleve, como podemos ver na Figura (11). Figura 11: Estrutura do solo do horizonte A, granular-médio-moderada. A porosidade, pode ser definida como sendo a porção do volume do solo não ocupada por partículas sólidas, incluindo todo espaço poroso ocupado por água e ar. Todo solo possui poros, mas sua quantidade, tamanho, distribuição e continuidade são variáveis conforme o solo (FILHO e FRANCELINO, 2001). Esse solo demonstra ter a porosidade pequena, menor que 10 μm, e poros comuns, distribuídos por toda a amostra, como mostrado na Figura (12). Figura 12: Porosidade do solo do horizonte A, pequena e comum. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 15 A expressão consistência do solo é utilizada para caracterizar determinadas propriedades dinâmicas dos solos relacionados à manifestação de forças físicas, especialmente aquelas ligadas à resistência que o material de solo oferece à deformação. A coesão e a adesão, sob várias condições de umidade, dão a consistência ao solo, que é o resultado da atração molecular (coesão) e da tensão superficial (adesão) (FILHO e FRANCELINO, 2001). Com o solo seco, nota-se que a análise observada tem consistência macia (com semelhança à “ligeiramente duro”, pois é fracamente resistente à pressão); com o solo úmido é muito friável; e com o solo molhado é ligeiramente pegajoso e apresenta plasticidade. No caso do solo do Horizonte A, devido a presença do complexo organo-minerais é difícil interpretar a pegajosidade. Figura 13: Experimento para testar a consistência do solo do horizonte A. A cerosidade não é aparente no solo analisado. 4.2 Horizonte B1: O Horizonte B1 constitui-se de um solo que foi depositado, pois como a área analisada é de uma vertente, provavelmente este originou da parte do relevo mais alto e devido processos geológicos foi transportado. Sendo assim ele apresenta características diferentes da rocha de origem desse local e apresenta também MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 16 “cascalhos” de origem diferente. Compreende uma espessura em torno de 49 centímetros, que vai de 15 a 64 cm e uma cor vermelho-amarelo. Na textura do solo percebe-se a sensação de sedosidade, é plástico e pegajoso, Figura (14), o que o caracteriza como argiloso. Figura 14: Experimento para testar a textura do solo do horizonte B1. O solo analisado apresenta estrutura granular-médio-moderada, tendo tamanho de 2 a 5mm, como pode ser mostrada na Figura (15). Figura 15: Estrutura do solo do horizonte B1, granular-médio-moderada. A porosidade desse solo, Figura (16) demonstra ser pequena, com poros comuns, e apresenta ser um pouco menor que no horizonte A, pois a infiltração de água foi mais lenta. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 17 Figura 16: Porosidade do horizonte B1, pequena e comum. A análise observada tem consistência dura com o solo seco, friável com o solo úmido, e ligeiramente pegajoso com o solo molhado, pois após cessar a pressão a massa do solo adere a ambos os dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente (IBGE, 2005), Figura (17). Figura 17: Experimento para testar a consistência do solo do horizonte B1. A cerosidade não é aparente no solo analisado. 4.3 Horizonte B2: O Horizonte B2 apresenta uma espessura de 64 a 175 centímetros(limite do perfil analisado), contudo percebe-se que esse foi originado da rocha de origem, devido a presença de um veio de quarto não intemperizável e exibe a cor vermelha. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 18 A textura do solo, Figura (18), é caracterizada como argilo-arenoso, pois apresenta a sensação de sedosidade, entretanto percebe-se a presença de areia através da sensação de aspereza, contudo um pequeno teor, provavelmente, esses resquícios de areia são provenientes da rocha de origem, além disso é plástico e pegajoso. Figura 18: Textura do solo do horizonte B2. A estrutura do horizonte B2 é definida como granular-médio-moderado, como mostra a Figura (19). Figura 19: Estrutura do solo do horizonte B2, granular-médio-moderado. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 19 Nota-se que a porosidade do horizonte B2 é pequeno, porém menor que a do horizonte A, e maior que a do horizonte B1, Figura (20). Figura 20: Porosidade do solo do horizonte B2, pequeno e comum. A consistência analisada com o solo seco é classificada como duro, com o solo úmido é friável, e com o mesmo molhado é ligeiramente pegajoso, como mostrado na Figura (21). Figura 21: Experimento para testar a consistência do solo do horizonte B2. A cerosidade não é aparente no solo analisado. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 20 5. CONSIDERAÇÕES Mudanças climáticas ou eventos tectônicos têm sido apontados como responsáveis por bruscas rupturas no equilíbrio natural das paisagens, transformando a morfogênese, a morfodinâmica e a geração de sequências deposicionais (MAGALHÃES ET AL, 2013). Originalmente, a vegetação do Vale do Mucuri era parte da Mata Atlântica, úmida e quente. Os níveis pluviométricos no Mucuri, que variam de 800 a 1200 mm anuais, contudo a região também não apresenta estiagens prolongadas (MARTINS, 2010). O Período Quaternário, que engloba o Pleistoceno (1,6 M.a.) e o Holoceno (que inclui somente os últimos dez mil anos), se caracteriza como um período de grandes pulsações climáticas, com longos intervalos de tempo com temperaturas muito baixas (as glaciações) intercalados com tempos mais quentes, como o atual (SALGADO- LABOURIAU, 1994 apud SILVA 2011). Conti e Furlan (2003) apud Silva (2011), comentam que a origem do mosaico geobotânico brasileiro é resultado da expansão e retração das florestas, cerrados e caatingas, provocadas pela alternância de climas úmidos e secos nas regiões tropicais, durante os períodos glaciais do Quaternário. Sendo assim entende-se a presença de carvão no horizonte B1, pois a vegetação original era Mata Atlântica, no entanto houveram épocas de secas intensas, em que a vegetação da região secou e com o início das novas chuvas, a presença de tempestades com relâmpagos provocaram incêndios espontâneos, originando assim o carvão vegetal. Percebe-se também a presença de cascalhos no horizonte B1, sendo este de origem deposicional, já que possui características diferentes da rocha de origem e está em uma região de vertente. O solo analisado é diferente do solo encontrado à alguns metros abaixo, devido a situação e declive serem diferentes MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILOOTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 21 6. INTERPRETAÇÕES PARA ENGENHARIA Tendo como base que a Pedologia é utilizada para fins agrícolas, é condizente destacar que a mesma pode vir a nos esclarecer diversos pontos que causam dúvidas quando tratamos, principalmente, de grandes obras de engenharia como estradas, barragens, canais entre outros (PEREIRA et al, 2004). O solo estudado é considerado um Latossolo devido às características do horizonte B, que apresenta grande profundidade, coloração com matizes avermelhadas e amareladas, distribuição relativamente uniforme de argila ao longo do seu perfil, elevada estabilidade de agregados e baixo conteúdo de silte em comparação à argila (KER, 1997). Segundo Lepsch (1980) a pequena coesão do material do solo e a grande profundidade favorecem bastante os trabalhos de engenharia, que envolvem grandes escavações e fazem com que os Latossolos sejam ótima fonte de matéria-prima para aterros, estradas e barragens de terra. Outro fator relevante é quanto à sua resistência devido à presença de argila, conferindo assim mais rigidez ao solo e indicando um solo que é adequado à construção de fundações. Conclui-se então que o tipo de solo analisado, decorrente as características mencionadas anteriormente, é considerado propício para o uso da engenharia civil. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA www.ufvjm.edu.br 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 6502 - Rochas e solos - Terminologia (1995). ANTUNES, F.Z. Caracterização climática do estado de Minas Gerais: Climatologia Agrícola. Informe Agropecuário, v.12, p.9-13, 1986. Acesso em: 08 de abril de 2015. CODEMIG, Projeto Leste. Disponível em: http://www.codemig.com.br/site/content/parcerias/levantamento_aerogeofisico.asp?i d=30&idSubPrj=50&filhoId=52. Acesso em: 08 de Abril de 2015. CREMON, Cassiano. Variação temporal dos atributos de um latossolo vermelho, cultivado com leguminosas para adubação verde. 2004. 79p. Tese (Pós- Graduação em Solos e Nutrição de Plantas). Universidade Federal de Viçosa, Viçosa- MG. FERRAZ, C.M.L.; VALADÃO, R.C. A tectônica cenozóica e a evolução do relevo: das “chapadas” do Jequitinhonha à planície costeira do sul da Bahia. Maio de 2006. Dissertação de Mestrado, Departamento de Geologia, Belo Horizonte. FILHO, Elpídio Inácio Fernandes; FRANCELINO, Márcio Rocha. Solo como Sistema Trifásico. SOL 250 – Constituição, Propriedades e Classificação de Solos: Apostila, Universidade Federal de Viçosa, Departamento de Solos. Viçosa, 2001. 41p. IBGE, Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. 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MAGALHÃES JR, Antônio; MOREIRA, Patrícia de Fátima. Eventos de “Desequilíbrio Morfodinâmico” na evolução geomorfológica de Minas Gerais – O caso de Teófilo Otoni/Caraí – Região Nordeste do Estado. Revista Geonomos, v. 6, n. 2, 2013. MARTINS, Marcos Lobato. Ocupação e desflorestamento numa área de fronteira: Vale do Mucuri, MG-1890 A 1950. DOI: 10.5212/Rev. Hist. Reg. v. 15i1. 040077. Revista de História Regional, v. 15, n. 1, 2010. MORAES, D. E. Planejamento e gestão da qualidade de vida urbana em Teófilo Otoni, MG. p. 41, Diamantina 2013. PEREIRA, A. da C.; MORAIS, E. O. de; RIBEIRO, S. A. Pedologia aplicada à construção civil no Estado do Rio Grande do Norte. HOLOS, v. 2, 2004. PLANO DIRETOR UFVJM - Universo de atuação. Disponível em: http://mapeamento.ufvjm.edu.br/plano-diretor/campus-to/por-capitulos/capitulo-03- universo-de-atuacao.pdf> Acesso em 9 de Abril de 2015. RBMA - Reserva da Biosfera Mata Atlântica. DMA – Conceitos e Abrangência. 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