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Resumo de conceitos básicos em Eletrotermofototerapia

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Resumo de conceitos básicos em Eletrotermofototerapia
Prof. Ian Lara Lamounier Andrade – 2010
Este conteúdo foi elaborado a partir das referências citadas na bibliografia, que deve ser consultada para aprofundar os conhecimentos e melhorar a fixação do conteúdo abordado.
Processo de reparo dos tecidos (processo inflamatório)
O reparo é um processo complexo sem o qual seria improvável a sobrevivência dos seres vivos. Envolve ações integradas das células, matriz e mensageiros químicos e visa restaurar a integridade do tecido. O reparo de uma lesão pode ser entendido como uma quimiocinese, multiplicação celular e diferenciação. A resposta inflamatória é governada por substâncias quimiotáxicas liberadas no local e pode ser dividida em três fases, para efeitos didáticos, mas que na realidade se superpõem: fase aguda, fase sub-aguda (proliferativa) e fase crônica (remodelagem).
A fase aguda: Esta fase pode ser descrita por mudanças vasculares e celulares, é uma resposta imediata a uma lesão que provocou morte celular e/ou ruptura de vasos sangüíneos. Caso haja hemorragia e perda de líquido ocorre uma vasoconstrição para evitar maiores perdas e se forma um coágulo pela atividade plaquetária. A lesão tecidual estimula a produção e/ou liberação de mediadores que irão atrair neutrófilos e monócitos e gerar uma vasodilatação (característica desta fase) e conseqüente aumento da permeabilidade vascular (histamina, prostaglandinas e peróxido de hidrogênio). Subseqüentemente a bradicinina e anafilotoxinas aumentam a permeabilidade também dos vasos não lesionados. Os neutrófilos e monócitos são as primeiras células a chegar no local da lesão. 	Os neutrófilos fagocitam bactérias, células mortas ou avariadas, sua infiltração nos tecidos termina por volta de dois dias. Os monócitos migram do interior da vasculatura e rapidamente (algumas horas) se diferenciam em macrófagos que são essenciais no processo de reparo: liberam colagenases e proteoglicanos (enzimas degradantes), liberam fatores que atraem fibroblastos que incrementam a deposição de colágeno, e também realizam as funções normais dos neutrófilos. Os sinais característicos da fase aguda são: rubor, tumor, calor, dor e perda ou redução de função. A fase aguda predomina em geral por 24 a 48 horas, mas ser prolongada se algum evento irritante persistir.
As prostaglandinas são produzidas em praticamente todas as células do corpo em seguida a uma lesão, em decorrência de alterações no conteúdo dos fosfolipídeos das paredes celulares. Algumas são pró-inflamatórias aumentando a permeabilidade vascular, sensibilizando os receptores de dor e atraindo leucócitos, outras são antiinflamatórias.	
Fase sub-aguda ou proliferativa: O tecido de granulação é intensamente formado durante a fase proliferativa, sendo uma estrutura temporária constituída por uma neomatriz, neovasculatura, macrófagos e fibroblastos. O tecido de granulação precede o tecido cicatricial maduro. Os fibroblastos produzem e organizam os principais componentes extracelulares do tecido de granulação, sintetizam ácido hialurônico, fibronectina e colágeno do tipo III (cicatricial ou embrionário), com a maturação diminuem os níveis de ácido hialurônico, fibrinogênio e o colágeno tipo III vai sendo transformado em tipo I (fibrilar maduro). A angiogênese continua a ocorrer, pois existe necessidade de um extenso sistema vascular nesta fase.
Fase crônica ou de remodelação: A matriz presente é remodelada ao longo de meses e anos e sofre grandes influências da utilização do tecido. Nesta fase a resistência tênsil é aumentada pela maturação do colágeno.
Fisiologia da Dor
A dor é principalmente um mecanismo de proteção do corpo, ocorre normalmente quando um tecido está sendo lesado. A experiência sensorial pode causar reação imediata no cérebro ou a memória da experiência e influenciar, no futuro, reações corporais. E torno de 99% da informação sensorial é descartada pelo cérebro como irrelevante. Quando informação sensorial importante excita a mente ela é canalizada para regiões integradoras para causar a resposta desejada. 
Sinapses elétricas: canais abertos diretos de uma célula para outra. Presentes em músculo liso, cardíaco. As sinapses químicas são pontos de junção de um neurônio com o próximo, possuem condução em uma só direção, constituem-se pontos vantajosos para o controle da transmissão da dor. As sinapses podem gerar sinais inibitórios ou facilitatórios no próximo neurônio. Um neurônio secreta neurotransmissores fora da sua membrana celular que atua sobre proteínas receptoras na membrana do próximo neurônio, excitando-o ou inibindo-o. As sinapses químicas são as principais sinapses do SNC.
Há vesículas de neurotransmissor para gerar desde algumas centenas até mais de 10.000 potenciais de ação. O neurotransmissor pode abrir canais iônicos ou ativar um segundo mensageiro na membrana do neurônio pós-sináptico. Canais iônicos geram respostas rápidas, gastam apenas alguns ms. Sistemas dos “Segundos Mensageiros” geram alterações prolongadas.
Inibição Pré-sináptica: causada por descargas de sinapses inibitórias que ficam no exterior das fibrilas nervosas antes que estas cheguem ao neurônio pós-sináptico. Na maioria dos casos o neurotransmissor é o GABA (ácido gama-aminobutírico), que tem efeito de abrir canais aniônicos, hiperpolarizando a célula.
Alcalose: Aumento da excitabilidade neuronal. Ex. Hiperventilação em pessoas propensas a convulsões.
Acidose: Deprime a função neuronal, pode levar ao coma.
Hipóxia: Inexcitabilidade completa de alguns neurônios.
Estricnina: inibe a ação de alguns transmissores inibitórios de neurônios, resultando em espasmos musculares tônicos graves.
Tipos de Receptores Sensoriais:
Mecanorreceptores: detectam compressão ou estiramento;
Termorreceptores: alguns receptores detectam frio, outros receptores detectam calor, a pessoa começa a perceber o calor como sendo dor quando os tecidos são aquecidos acima de 45oC (quando começa a ocorrer lesão).
Nociceptores (receptores de dor): detectam lesões ocorrendo nos tecidos, raramente são estimulados pelo tato e pressão a menos que estes se tornem intensos o bastante para causar lesão aos tecidos, são terminações nervosas livres.
Receptores Eletromagnéticos: luz na retina do olho;
Quimiorreceptores: O2, CO2, odores, etc.
Transmissão da dor:
Dor rápida-aguda: 0,1s, “picada”, pequenas fibras A, mielinizadas, velocidade de 6 a 30 m/s, lâmina I (marginal), trato neoespinotalâmico . Neurotransmissor geralmente associado: Glutamato.
Dor lenta-crônica: 1s ou mais e aumenta gradativamente, associada à destruição de tecido, fibras C, amielínicas, velocidade 0,5 a 2 m/s, lâminas II e III, via paleoespinotalâmica. . Neurotransmissor geralmente associado: Substância P. A dor lenta consegue aumentar a atividade em todo o encéfalo, impedindo o sono em algumas situações.
Receptores de Dor: terminações nervosas livres, difusamente distribuídas em camadas superficiais da pele e outros tecidos internos (periósteo, paredes arteriais, superfícies articulares, foice e tentório). Outros tecidos são supridos mais escassamente. A natureza não adaptável dos receptores de dor permite que a dor informe sobre o estímulo lesivo enquanto este persistir. Geram dor a bradicinina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina e enzimas proteolíticas. Prostaglandinas e substância P geram hiperalgesia. A dor química é especialmente importante para a dor lenta.
Algumas causas da dor: 
Isquemia tecidual: quando o fluxo sanguíneo é interrompido o tecido se torna dolorido após alguns minutos. Dor associada ao acúmulo de ácido láctico e/ou agentes químicos liberados por lesão (bradicinina e enzimas proteolíticas).
Espasmo muscular: efeito direto em mecanorreceptores, gera também isquemia por compressão de vasos e aumento de metabolismo;
Dor visceral: isquemia, química, espasmo de víscera oca, hiperdistenção de víscera oca. 
Dor parietal: causada geralmente por uma lesão visceral.
Dor irradiada: relação com compressão nervosa, seguedermátomos.
Dor referida: dor em parte distante da causa. Local de origem apresenta sinapses comuns com áreas da pele, de origem embrionária.
Ondas
Onda: Propagação de energia sem transporte de matéria. 
Ondas Mecânicas: Precisam de matéria para se propagar. Ex. Som, ultrassom, ondulações na superfície da água ou corda, terremotos.
Ondas Eletromagnéticas: Propagam-se também no vácuo. Ex. luz, ondas de rádio, raios cósmicos.
Ondas Transversais: As partículas oscilam perpendicularmente à direção de propagação da onda. 
Ondas longitudinais: As partículas oscilam na mesma direção de propagação da onda. 
Reflexão: Uma onda incide na fronteira entre dois meios e volta ao meio original.
Refração: Uma onda incide na fronteira entre dois meios e sua energia ingressa no novo meio.
Difração: Fenômeno em que uma onda contorna um obstáculo. Ex. Luz ao passar por uma fenda sofre difração, quanto menor a fenda maior a difração.
Absorção: Um meio ao ser atravessado por uma onda fica com parte ou toda sua energia. Ex. Luz em vidro escuro, som no ar.
Interferência construtiva: sobreposição dos efeitos de duas ou mais ondas, sua energia aumenta temporariamente.
Interferência destrutiva: uma onda anula total ou parcialmente outra onda durante seu encontro.
Ondas periódicas: nascem de um evento repetitivo ou regular. 
Frequência (f): é o número de eventos por unidade de tempo, os eventos podem ser pulsos elétricos, ondas eletromagnéticasou pulsos por segundo. Unidade Hz.
Amplitude: deslocamento máximo de um ponto em relação à posição de equilíbrio. Indica a intensidade em eletroterapia.
Período (T): é o tempo gasto para executar uma oscilação completa ou ondulação completa, também chamada de duração do pulso. É medido geralmente em µs ou ms (dependendo do aparelho).
Comprimento de onda (): é a distância percorrida pela onda em um período. Medida em nm, mm, cm, m...
Observação: A velocidade de uma mesma onda depende do meio em que ela se propaga, a freqüência de uma onda depende da fonte emissora. V = . f
Ex. Velocidade do som em diversos materiais: Ar: 331,4 m/s (0°C), água: 1450 m/s (15°C), ferro: 5130 m/s (20ºC), Borracha: 54 m/s (20°C).
Eletricidade
Corrente elétrica (I): é o fluxo de cargas elétricas através de um condutor. A corrente elétrica não é uma onda já que envolve o deslocamento de elétrons em um metal ou de íons no corpo humano, mas a corrente elétrica gera ondas eletromagnéticas. A corrente elétrica em um condutor depende da voltagem e da resistência elétrica do circuito.
Coulomb (C): unidade de medida de carga elétrica, 01 Coulomb equivale à carga de 6,02 x1018 elétrons.
Ampère (A): unidade de medida de carga elétrica, um 01 Ampère significa que ocorre o fluxo de 01 Coulomb por segundo em um condutor.
Eletrólito: líquido no qual os íons são os transportadores da carga. Nosso corpo funciona de forma similar por sermos ricos em água e íons.
Isolante: material que não deixa passar corrente elétrica. Se a voltagem for muito alta alguns isolantes se tornam condutores.
Resistência elétrica (R): oposição relativa ao movimento de partículas carregadas em condutores. Unidade: Ohm (). A Resistência depende da área de seção transversa, do comprimento e do material do condutor. 
Voltagem (V) ou Diferença de potencial (DDP): é o “desnível” elétrico. Entre dois pontos existe uma DDP de 1V se as forças do campo realizam um trabalho de 1J ao deslocar uma carga de 1C de um ponto a outro. Podemos chamá-la de força eletromotriz.
Campo elétrico: existe em torno de qualquer partícula carregada, mesmo parada. É invisível aos olhos, mas pode ser testado. Linhas de força: trajetórias percorridas por cargas livres dentro de um campo elétrico.
Campo eletromagnético: a corrente elétrica produz um campo em forma de círculos concêntricos à sua volta. 
Solenóide: espiral (bobina) de fio metálico conduzindo corrente elétrica. Consegue criar um campo eletromagnético uniforme em seu interior. É a base de funcionamento dos motores elétricos e dos geradores de energia das hidroelétricas. 
Capacitor: semelhante a um sanduíche composto de duas placas condutoras com um isolante no meio. Apresenta a propriedade de armazenar energia, conduz correntes alternadas (bidirecionais), mas não conduz correntes diretas (unidirecionais).
Classificação das correntes elétricas: 
As correntes elétricas podem ser classificadas:
- Quanto ao seu sentido no condutor: diretas (unidirecionais, monofásicas) ou alternadas (bidirecionais, bifásicas);
- Quanto a sua continuidade: contínuas ou pulsadas (interrompidas);
- Quanto a sua simetria: simétricas ou assimétricas;
- Quanto ao seu balanceamento: balanceadas ou desbalanceadas;
- Quanto à forma de seu pulso: quadrático, triangular, senoidal...
A classificação das correntes é importante no intuito de relacionar cada corrente com seu efeito biológico. Alguns nomes foram criados e são utilizados fazendo referência a algumas correntes elétricas ou conjuntos de correntes, não tendo, necessariamente, sido propostos pela classificação das mesmas. Os nomes podem ter razões históricas ou relativos ao seu uso. Usaremos a classificação para estudar as estimulações elétricas e seus efeitos no corpo humano, mas citaremos seus nomes comerciais.
ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA EM FISIOTERAPIA
Contra indicações gerais em eletroterapia: Usuários de marcapasso cardíaco, cardiopatas ou epilépticos sem autorização médica, fechar o circuito sobre câmaras cardíacas, sobre vasos sanguíneos trombóticos ou embolíticos, sobre tecidos ou vasos vulneráveis a hemorragia, área abdominal de gestantes (alguns autores realizam), sobre seios carotídeos, alterações de sensibilidade sem estratégias seguras, indivíduos com psoríase ou dermatite, tecidos neoplásicos, estado febril, infecções em geral, hipertensão.
Efeitos fisiológicos da eletricidade: 
- Eletrotérmico: o movimento de partículas (íons) em um meio condutor ou resistência a esta passagem provoca fricção e gera calor. Esta quantidade de calor é descrita pela lei de Joule: a quantidade de calor produzido (H) é proporcional à resistência do condutor (R), e ao tempo de passagem desta corrente e inversamente proporcional ao quadrado da área total em que a corrente é aplicada. As correntes usadas aqui provocam pouco efeito eletrotérmico.
- Eletroquímico: a passagem de corrente elétrica por tecidos biológicos pode provocar a formação de novos compostos químicos. Mais observado em correntes diretas.
Reação alcalina: 2Na + 2 H2O 2NaOH + H2
Reação ácida: 2Cl2 + 2H2O 4HCl + O2
A reação alcalina ocorre sob o pólo negativo (cátodo) e a reação ácida sob o pólo positivo (ânodo). O efeito eletroquímico altera o pH tecidual e provoca uma vasodilatação a fim de restituir o equilíbrio. Alterações químicas que não são neutralizadas pelo organismo geram queimaduras químicas.
- Eletrofísico: a corrente elétrica, dependendo principalmente de sua intensidade, consegue despolarizar membranas excitáveis de nervos e/ou músculos. Pode gerar contração muscular em diversos graus, alívio de dor, redução de edema, dor, entre outros efeitos.
Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation TENS
A corrente usada no Tens de boa qualidade é alternada e balanceada. Muitos equipamentos são desbalanceados. O valor de T (período) é dado pela duração do pulso e pode ser de 40 a 500 µs. A freqüência pode variar de 01 a 150 Hz. Apresenta classicamente quatro modulações de corrente:
TENS convencional: freqüência 75 a 100 Hz, T < 0.2 ms (200 µs), Intensidade: limiar sensorial. Opção para primeiro uso, porém sofre grande acomodação. Duração: 20 minutos até 24h/dia. Mecanismo de ação prioritário: comportas espinhais - curta duração cessado o estímulo. 
TENS breve intensa: 150 Hz, T > 0.3 ms (300 µs), Intensidade: alta, no limite do suportável. Analgesia de efeito rápido, quase instantânea. Em geral é usada por 15 minutos ou o tempo necessário ao procedimento. Indicada em dores agudas e procedimentos terapêuticos dolorosos como fricção transversa ou extraçãode dente. Efeito pequeno em dores crônicas. Mecanismo das comportas espinhais – curta duração cessado o estímulo. 
TENS acupuntura: 1 a 5 Hz, T = 0.2 a 0.3 ms (200 a 300 µs), Intensidade: limiar motor leve. Pequena acomodação. A analgesia inicia após 20 a 30 min. O tempo ótimo é de 40 minutos. Tempos grandes demais levam a irritabilidade muscular. Libera opióides endógenos – maior duração cessado o estímulo. Revertido por naloxona (antagonista opióide). A meia vida da endorfina no ser humano é de 2 a 6 horas.	
TENS Trens de pulso ou Burst: simula 2 Hz de freqüência mas possui 200 Hz, Intensidade: limiar motor leve. Baixa acomodação. Em patologias agudas o movimento pode não ser indicado. A analgesia inicia após 20 a 30 min. O tempo deve se limitado a 1 hora para evitar irritabilidade muscular. Mecanismo de ação: opióides endógenos - maior duração cessado o estímulo, ação revertida pela naloxona.
Melzack e Wall em 1965, que propuseram uma teoria para explicar o controle e modulação da dor: A teoria das comportas espinhais ou inibição pré-sináptica. As fibras C, amielínicas e finas, conduzem o estímulo doloroso. As fibras Aß, grossas e mielinizadas, conduzem sensações mecânicas periféricas e também facilmente a corrente elétrica, estas fibras criam um estímulo inibitório pré-sináptico nas células T do corno dorsal da medula, reduzindo a informação nociceptiva transmitida para centros superiores do SNC.
O papel desempenhado pelos peptídeos endógenos foi demonstrado por Eriksson e col. em 1979 e Salar e col. em 1981. Após estimulação elétrica transcutânea houve aumento da concentração dos peptídeos opióides no LCR, diante de uma estimulação elétrica transcutânea. Esta é outra teoria que pode explicar como o tens causa analgesia.
Indicações clássicas: analgesia ou seja redução de dor crônica e/ou aguda. Sendo não invasivo e com poucos efeitos colaterais. Contra-indicações: Dor de origem desconhecida (atrapalha ou mascara a causa real que deve ser descoberta) e as gerais para eletroterapia.
A técnica de uso preconiza o uso de eletrodos de silicone/carbono por serem práticos, baratos e a corrente ser alternada balanceada. O tamanho do eletrodo relaciona-se mais com a área a ser tratada e o conforto, quanto maior mais confortável deve ser devido a redução da densidade de corrente. O paciente deve ser instruído sobre o que vai sentir, ser posicionado de forma confortável evitando-se posições de extremos de ADM, ser tranquilizado, a intensidade subida suave e gradativamente. Nada deve ser feito sem o consentimento do paciente.
Variadas são as colocações de eletrodos sendo que, em geral, quanto mais próxima for a estimulação da região dolorosa mais eficaz será. Colocações bipolares, 2 eletrodos de mesmo tamanho na região, em relação à dor: proximal e distal, em cima e proximal, em cima e distal, em cima e no trajeto do nervo, distal e sobre a raíz nervosa, etc. Colocações quadripolares, 4 eletrodos de mesmo tamanho ao redor da dor, seguindo o trajeto do nervo, sobre a dor e no trajeto do nervo, etc.
Obs: As modalidades que requerem contração muscular os eletrodos devem vir sobre os ventres musculares longitudinalmente ou no trajeto de nervos motores. 
Exemplos das variadas colocações de eletrodos no TENS:
Estimulação Elétrica Neuromuscular - EENM
EENM caracteriza-se por objetivar contrações musculares fortes e/ou funcionais. Vários outros nomes são usados como sinônimos ou como correntes dentro do padrão EENM: Functinal Electrical Stimulation (FES) ou Strong Muscle Stimulation (SMS). O nome FES deveria ser usado apenas quando há geração de função. Várias correntes podem desencadear contração a muscular dependendo da intensidade, freqüência e período. As correntes mais usadas são alternadas balanceadas. Frequências entre 30 e 100 Hz para contrações tetanizadas (utilizadas para ganho de força). A fadiga ocorre mais rapidamente em frequências mais altas.
A colocação de eletrodos: geralmente no ponto motor e outro distal no ventre muscular ou apenas proximal/distal no ventre muscular. Quadripolar: (4 eletrododos) usados para músculos grandes. Material do eletrodo: silicone/carbono. 
 	Indicações: Hipertrofia muscular (a EENM está bem indicada quando o exercício voluntário não é possível e/ou quando o músculo está demasiado fraco), prevenção de atrofia muscular, reeducação muscular, recuperação ou prevenção de perda da ADM, redução de espasmo muscular, treino de marcha, melhora da capacidade aeróbia, redução de edema e ativação da circulação.
 	Para gerar hipertrofia deve ser usado no mínimo 3 x semana, (máximo investigado 3 x dia), associar resistência externa adequada para o músculo em questão (caneleira, pesos, resistência manual) se possível em torno de 60% de 1 RM, realizar no mínimo 10 contrações e no máximo 15 minutos/sessão por músculo (relação on/off influencia). Pode ser realizado na ADM completa da articulação ou em ADM específica dependendo da indicação.
O recrutamento das fibras ( tipo II primeiro) é inverso em relação à contração voluntária. O ganho de força é variável, alguns artigos demonstram que dependendo do exercício ela pode ser até superior à adquirida com exercícios voluntários (isométricos), mas geralmente é um pouco inferior.
As EENM possuem tempos de subida, platô, descida e desligado, sendo que os três primeiros caracterizam o tempo ligado. A escolha dos tempos é variável devendo-se levar em conta o movimento funcional como exemplo e o objetivo que se quer (hipertrofia, treino de marcha...). A relação tempo ligado/desligado (on/off) varia de 1/1 músculos fortes, 1/2 músculos fracos, 1/3 a 1/5 músculos muito fracos ou denervados. Sendo que esta escolha também determina a velocidade do aparecimento da fadiga, sendo maior para relações próximas de 1/1. 
Em músculos denervados é necessária uma maior intensidade e/ou duração do pulso (T) e a frequência indicada é menor (35 a 50 Hz). Pode ser necessária a utilização de correntes monofásicas.
A Corrente Russa foi utilizada para fortalecimento muscular em atletas e chamou atenção para este uso. Esta corrente é igual ao FES nas indicações, podendo ser incluída no tipo EENM, porém tem freqüência de 2.000 a 10.000 Hz modulada em trens de pulso (burst) com envoltória de 50 Hz, ou seja o corpo “percebe” 50 Hz. Muito utilizada na estética.
Correntes Diretas (apresentam efeitos eletroquímicos)
Corrente Farádica: Corrente unidirecional (monofásica), T= 1ms (1000 µs) e freqüência de 50 Hz. Forma de onda pulsos exponenciais:
Indicações: eletroestimulação de fibras musculares desnervadas, eletrodiagnóstico.
Aplicação monopolar: eletrodo negativo sobre o ponto motor ou ventre muscular e eletrodo dispersivo distalmente no ventre ou outra região.
Limites: densidade de corrente 0,5 mA/cm2 e 15 minutos por aplicação para evitar queimaduras.
Corrente Ultra excitante: Monofásica (polarizada), período (T) de 2 ms (2000 µs), freqüência de 142 Hz. Forma de onda: pulsos quadráticos:
Grande capacidade de excitar fibras musculares. 
Indicações: Eletroestimulação muscular (músculo desnervado) e eletrodiagnóstico. Técnica monopolar.
High-voltage Pulsed Current - HVPC: 
Corrente unidirecional, forma de onda de picos geminados ou seqüência de dois pulsos. T < 0,2 ms (200 µs), Voltagem ou DDP de 100 V ou mais. F = 2 a 120 Hz. 
A alta voltagem é compensada pela corrente média baixa, geralmente 1,5 mA. Devido à baixa corrente total a reação química sob os eletrodos é limitada não ocorrendo alterações significativas de PH.
O intervalo entre os pulsos é muito longo. Em uma corrente com T = 0,14ms e F = 125Hz, em 1 minuto a corrente flui apenas 1,05 s. 
Indicações: reeducação muscular, redução de edema, controle da dor, manutenção da ADM, redução do espasmo muscular, aumento da circulação sanguínea local, cicatrização de feridas (apesar de existirem artigos que contrariem esta última indicação). Contra-indicações: as gerais para eletroterapia. Cuidado com implantes metálicos, pois apesar da corrente baixa, éuma corrente monofásica. 
Cicatrização de feridas: existem evidências de que a HVPC dependendo do eletrodo atrai leucócitos, fibroblastos e aumenta os níveis de colagenase na área tratada. Também inibe o crescimento de certas bactérias na região. O mecanismo ainda não está bem explicado. Os protocolos são variados, nossa bibliografia recomenda polaridade negativa na lesão cutânea por 20 min. e positiva por mais 40 min.
As aplicações para ativação muscular duram de 15 a 20 min e podem ser repetidas várias vezes por dia e seguem protocolos parecidos com os da EENM. Ainda não existem evidências de que a HVPC possa gerar aumento da força muscular. 
Correntes Diadinâmicas: São modificações da corrente alternada, simétrica, sinusoidal (doméstica). São combinações de retificações de meia onda e onda completa. Elas são: DF (difásica), MF (monofásica fixa), CP (curto período), LP (longo período), RS (ritmo sincopado). Tem caído em desuso por serem pouco específicas. Efeitos fisiológicos: quando em intensidades altas tem efeitos similares aos da corrente galvânica. Promovem contração muscular, analgesia, redução de edema e ativação de circulação periférica, mas devido à polaridade não podem ser usadas por tempos elevados em geral não ultrapassando os 15 minutos. Em músculos denervados promovem contração com mais facilidade que correntes despolarizadas. Técnica geralmente usada monopolar (um eletrodo maior, em região de grande massa muscular, chamado dispesivo e um eletrodo menor, sobre região onde se quer a ação, chamado ativo).
Corrente Galvânica: monofásica, contínua, com forma de onda quadrática. Outros nomes pelos quais ela é conhecida: CD (corrente direta) e CC (corrente contínua).
Gera eletroforese: migração de íons ou moléculas carregadas de acordo com o sinal de suas cargas quando expostas a um campo elétrico. 
Iontoforese: Técnica que utiliza a corrente elétrica para introdução transcutânea de íons medicamentosos. A base de sua aplicação é o princípio de que cargas de mesmo sinal se repelem, e cargas de sinal contrário se atraem. Os íons penetram na pele através dos poros dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas. A corrente utilizada normalmente é a galvânica. Deve-se tomar precauções para evitar queimaduras químicas.
Íons carregados positivamente, chamados cátions, serão atraídos para o pólo negativo, chamado por isso de Cátodo, que tem cor preta como padrão. Os íons carregados negativamente, chamados ânions, serão atraídos pelo pólo positivo, chamado por isso Ânodo, cor padrão vermelho.
O eletrodo que contém a droga é chamado de ativo ou de distribuição. O outro é chamado de dispersivo (técnica monopolar). Vantagens do método: não invasivo e administração local. Desvantagens do método: difícil dosimetria e pequena penetração.
Queimadura química: vermelhidão excessiva, edema, aumento de temperatura local, pode chegar a formar bolhas na pele. 
Cátodo: atração de íons positivos, reação alcalina pela formação de NaOH, mais lesivo ao tecido. Ânodo: atração de íons negativos, reação ácida pela formação de HCl, menos lesivo que a reação ocorrida no cátodo para os tecidos.
Para evitar a queimadura química na iontoforese:
A intensidade da corrente deve ser superior a 1mA e não deve exceder 5mA.
A densidade de corrente no eletrodo ativo não deve exceder 0,16 mA/cm2.
A dosimetria, que relaciona tempo e intensidade, varia dependendo do medicamento (tabela), mas em geral situa-se entre 40 a 80 mA.min.
Eletrodos podem ser de vários tipos: metálicos sobre esponja úmida (mais usados), auto-adesivos, eletrodos-bolsa. Os de silicone/carbono devem ser evitados. Os metálicos com esponja têm melhor indicação em correntes monofásicas. Os eletrodos devem ter distância mínima equivalente ao eletrodo maior se coplanares. A colocação contralateral é mais indicada. 
Contra-indicações: presença de metal próximo da área a ser tratada, paciente sem prescrição médica para o medicamento e as gerais para eletroterapia.
Crioterapia
O frio é um estado relativo caracterizado pela diminuição do movimento molecular. O termo crioterapia refere-se a aplicação terapêutica de modalidades de frio que variam em geral de 0o a 18oC. A redução da temperatura ocorre por condução e gera efeitos locais e sistêmicos. A eficácia do resfriamento está relacionada principalmente com três fatores: temperatura da modalidade, tempo de exposição e superfície de exposição. Um resfriamento muito intenso ou brusco não é necessariamente mais terapêutico: temperaturas negativas podem gerar lesão e resfriamento rápido gera dor.
O calor é medido em calorias que descrevem a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1g de água em 1oC no estado líquido. Calor específico é medido pela caloria gasta para elevar em 1oC a temperatura de 1g de uma substância. Coeficiente de condutividade indica quantas calorias de energia térmica são transferidas por segundo, através de 1cm do material, quando a diferença de temperatura entre as extremidades é de 1oC. Gera a sensação de pisos “frios” e “quentes”.
Efeitos locais da Crioterapia: Vasoconstrição local, redução do metabolismo celular (redução do consumo de O2 e de produção de resíduos celulares), redução da dor, da inflamação e do espasmo muscular local, previne a instalação do edema ou reduz sua instalação. Obs: aumenta a oferta relativa de O2.
Efeitos sistêmicos da Crioterapia (Exposição prolongada de grandes áreas ao frio): Tremores, vasoconstrição geral (resposta ao esfriamento do hipotálamo posterior), aumento do tônus muscular, bradicardia e bradipnéia. Pode culminar com a morte.
Crioterapia – Indicações: Traumatismos ou inflamação aguda, Uso logo após exercícios intensos, dor aguda ou crônica, espasmo muscular agudo ou crônico, edema, pós-cirúrgico em geral, espasticidade por distúrbios do SNC, nevralgias, pequenas queimaduras (1o e 2o graus), artrite reumatóide e osteoartrites, outras relacionadas aos efeitos fisiológicos do frio.
 Precaução e/ou Contra-indicações: Insuficiência circulatória, pele anestesiada, ferimentos abertos, alergia ao frio, diabetes avançada, patologia cardíaca ou respiratória significante, outras relacionadas aos efeitos fisiológicos do frio.
OBS: Fenômeno de Raynaud: reação vascular à aplicação de frio ou estresse, que resulta em uma alteração na coloração da pele das extremidades, que podem ficar brancas, vermelhas ou azuladas.
Efeito terapêutico intra-articular: o tempo deve ser suficiente (grandes articulações 20 minutos) e depende também da temperatura e do tamanho da fonte e da articulação. Ex:
Crioterapia – Modalidades
Compressas de gelo: gelo picado ou triturado, contendo um pouco de água, dentro de saco plástico fino, envolto ou não em toalha. Coloca-se na região a ser resfriada e, com uso de atadura, realiza-se a fixação com leve compressão. Duração de 10 a 20 minutos em média. Efetiva no resfriamento. Vantagem: temperatura da fonte razoavelmente constante (0 a 20 C).
Compressas de gel: colocação similar a do gelo, porém em grandes articulações devem ser usadas duas ou três. 10 a 20 minutos. Efetiva no resfriamento. Desvantagem: temperatura da fonte variável.
Imersão: usadas em extremidades ou grandes áreas. Posição pode favorecer edema. Temperaturas variadas, geralmente positivas. Muito efetiva no resfriamento.
Spray: Usado em esportes, rápida queda da temperatura superficial, logo após outra modalidade deve ser eleita. Cuidado com suas substâncias do gás, algumas podem ter efeitos não desejados.
Cryo-cuff: resfriamento similar a compressa de água e gelo, prático, com acessórios específicos para cada articulação.
 
Termoterapia
O aquecimento de tecidos biológicos é utilizado desde os tempos remotos em situações patológicas. Pode ser utilizado inadequadamente trazendo prejuízos principalmente em fase aguda do processo inflamatório. Seus efeitos potencializam os gerados pelo processo inflamatório, os riscos são: instalação de um edema exuberante, hemorragia e mortecelular por hipóxia. Ainda temos a temperatura como desnaturadora de enzimas caso a temperatura seja muito elevada. Por isso logo após a lesão deve-se optar pela crioterapia e o aquecimento nas fases sub-aguda e crônica ou quando não houver lesão tecidual significativa, como em um espasmo muscular gerado por postura inadequada. A Temperatura da fonte é de extrema importância e varia com o recurso. O tecido não deve ser aquecido acima de 45o C pois isto geraria dor e início de lesão tecidual. O calor pode ser transferido por condução, radiação, convecção, evaporação ou uma conjugação destas. Os recursos termoterapêuticos em fisioterapia são vários e podem ser divididos em calor profundo (aquece diretamente tecidos profundos) e calor superficial (aquece diretamente apenas tecidos superficiais).
Aquecimento profundo: Ondas Curtas, microondas e ultrasom.
Aquecimento superficial: Compressas quentes, banho de parafina, infravermelho, laser, turbilhão, hidroterapia.
Efeitos fisiológicos do aquecimento local: Vasodilatação, aumento do metabolismo, redução da dor, aumento da extensibilidade dos tecidos, redução da rigidez articular, alívio de espasmos musculares.
Contra indicações ou precauções: Tecido isquêmico ou pouco vascularizados, tumor, processo inflamatório agudo, hemorragia, infecção, sensação térmica comprometida, estado febril.
Compressas quentes
 Fácil acesso e colocação: bolsas de borracha com gargalo grande, bolsas de gel, toalhas aquecidas entre outros. Apresenta tempo variável nas aplicações, geralmente entre 10 a 20 minutos. Tomar cuidado com peles sensíveis ao calor. Métodos muito bem aceitos.
	Banho de Parafina: normalmente restrito às extremidades, temperatura em torno de 48 a 52oC. A parafina é misturada a um óleo mineral para baixar seu ponto de fusão que é de 54oC. Método de imersão ou método de enrolamento. Gera também uma lubrifição da pele, lúdico mas gera um pouco de sujeira.
Diatermia por Ondas Curtas
	Aplicação terapêutica de campo eletromagnético de alta frequência (27,12 MHz + 160 KHz) conhecida como Diatermia (aquecimento) por Ondas Curtas (DOC). Esse método gera um aquecimento profundo de tecidos e a produção de calor se dá pela interação do campo eletromagnético com as moléculas do corpo. O campo é produzido por oscilações de elétrons em placas ou cabos. Os campos gerarão correntes elétricas nos tecidos e o corpo humano torna-se parte do circuito elétrico. O Ondas Curtas pode ser contínuo ou pulsado, porém o pulsado apenas passa menor energia ao tecido causando aquecimento menos significativo ou não aquecendo. Seu efeito atérmico não tem comprovação científica. A intensidade deve ser, até que se tenham dosagens mais específicas, apenas um calor leve relatado pelo paciente, pois os receptores térmicos estão mais concentrados na superfície. O tempo de aplicação é, em média, de 10 a 20 min. 
Técnica capacitiva: usam-se dois eletrodos grandes emborrachados ou revestidos por feltro. Os eletrodos devem ser de mesmo tamanho, ligeiramente maiores que a parte do corpo a ser tratada se possível, devem estar eqüidistantes em ângulo reto com a pele e mantendo uma distância de 2 a 4 cm da pele. Evite a formação de pontos quentes melhorando a técnica de colocação de eletrodos ou distanciando os mesmos da pele. Disposição dos eletrodos: contraplanar (transversal), coplanar e longitudinal.
Técnica indutiva: usa um cabeçote com uma bobina interna (similar às microondas) ou enrola-se o membro do paciente com o cabo apropriado para esse fim (antes se envolve o membro com várias camadas de tecido atoalhado). 
Contra-indicações: aparelho ou metal dentro do campo terapêutico (marcapasso, próteses...), sensação térmica comprometida, gestação, áreas hemorrágicas, tecido isquêmico, tumores malignos, infecção, trombose venosa recente, pirexia do paciente, áreas afetadas anteriormente por aplicações de raios-X. 
O OPERADOR DEVE: excluir qualquer contra-indicação, retirar todos os objetos metálicos e aparelhos da área a ser tratada, remover bandagens, assegurar-se que a pele está seca e que a maca não é de metal nem hajam metais próximos, manter distância de 1 a 3 m durante a aplicação e não permitir movimentação excessiva do paciente nem que o paciente toque no aparelho após este ter sido ligado. A sala deve possuir baritamento (gaiola de Faraday).
Ultra-som na Fisioterapia
Onda mecânica longitudinal que consiste em vibrações de alta freqüência, provocam oscilações nas partículas do meio onde se propagam. Freqüências das ondas ultra-sônicas são acima de 20 KHz (20.000 Hz). US na fisioterapia 0,75 a 3 MHz, US diagnóstico 5 a 20 MHz.
O ultra-som é gerado através do efeito piezoelétrico invertido ocorrido no cristal de quartzo presente dentro do cabeçote. Com a vibração do cristal ondas longitudinais são criadas formando zonas de rarefação e compressão.
Cavitação: formação de micro-bolhas ou micro-cavidades através de diferenças de alta e baixa pressão nos líquidos que contém gases.
Correntes Acústicas: movimento unidirecional do fluido dentro de um campo ultra-sônico.
Ondas Estacionárias: quando o US atinge a interface entre dois meios de diferente impedância, como músculo e osso, parte da onda é refletida, e pode ocorrer uma interferência construtiva com ondas que estão chegando. Cabeçote parado pode ser perigoso! Altas intensidades e/ou formação de ondas estacionárias podem ser prejudiciais ao organismo por produzirem grandes quantidades de calor e radicais livres. Interface osso/periósteo: 30% das ondas são refletidas a partir do osso e 70% absorvidas. Ondas transversais absorvidas pelo periósteo geram aquecimento, o resfriamento é precário pela baixa circulação. Pode gerar queimadura e/ou dor.
ATENUAÇÃO: a intensidade diminui a medida que as ondas de ultra-som passam através de um meio. Esta redução ocorre principalmente pela reflexão e absorção da onda. D/2 (meia distância) = distância na qual a intensidade cai pela metade. ERA: área efetiva de radiação. Intensidade: depende da área, tecido, patologia, profundidade. Áreas grandes devem ser divididas. Movimentação contínua, em movimentos circulares ou não, e lentos (+ 4 cm/s). Utilizar um meio de acoplamento apropriado: gel. Não aumentar a intensidade sem contato com algum meio.
TEMPO DE APLICAÇÃO: 1 a 2 minutos para cada área do cabeçote. Não existe consenso a este respeito.
CONTRA INDICAÇÕES OU PRECAUÇÃO EM: Olhos, coração, gônadas, crânio, útero de gestante, placas epifisárias, áreas anestesiadas, tumores, áreas desvitalizadas por radiações, tromboflebites e varizes.
EFEITOS BIOLÓGICOS: Alívio da dor, aumento do metabolismo celular, diminuição da rigidez articular, aumento do fluxo sangüíneo, estímulo à formação do calo ósseo, diminuição do espasmo muscular, acelera a reparação de tecidos moles, reduz edema. (não necessariamente associados ao efeito térmico). Efeitos biológicos: Com associação ou não do efeito térmico? Efeito térmico: intensidade maior que 0,5 W/cm2 modo contínuo e sem efeito térmico significativo: intensidade menor que 0,5 W/cm2 modo pulsado. Evitar intensidades superiores a 1,5 W/cm2 no modo contínuo, risco de queimaduras.
EFEITO TÉRMICO: As ondas ultra-sônicas penetram os tecidos humanos e são absorvidas parcialmente pelos tecidos gerando aquecimento. Tecidos com alto conteúdo protéico absorvem mais quantidade de energia enquanto tecidos gordurosos menos. Quanto maior a freqüência, 1 ou 3 MHz, maior a absorção e calor e menor a penetração. Efeitos não térmicos do Ultrasom (alguns em estudo): Aumento da permeabilidade das membranas e difusão celular, aumento da síntese protéica (Ex. fibroblastos), degranulação de mastócitos, liberação de histamina e agentes quimiotáxicos, aumento da circulação de líquido tissular, normalização do pH, efeitos sobre os nervos periféricos e nos tecidos pelas oscilações mecânicas, aumento da atividade enzimática nas células.
Terapia por Radiação Ultravioleta
No início do século a Actinoterapia (lâmpadas como fonte de radiação) e a Helioterapia (solcomo fonte de radiação) foram muito usadas. A descoberta dos antibióticos e os avanços nas descobertas científicas levaram a uma situação atual em que a Radiação Ultravioleta (UVR) tem um papel terapêutico limitado: Em dermatologia a combinação de UVR com medicamentos fotoativos tem efeitos benéficos na pele em algumas patologias. Em úlceras infectadas por microorganismos multi-resistentes.
Os Raios Ultravioletas A (UVA) correspondem a maior parte do espectro da radiação ultravioleta. São os mais longos e atingem áreas mais profundas da pele. Produzem alterações que levam a manchas, ao fotoenvelhecimento e ao câncer. Mantêm sua intensidade constante durante todo o ano. Raios Ultavioleta B (UVB) são menos longos e, portanto, penetram pouco na pele. São mais intensos do que os Raios Ultravioleta e têm uma incidência maior no verão, em altas altitudes e próximos à linha do Equador. São eles os responsáveis pela vermelhidão e queimaduras após a exposição solar. Também podem causar o câncer de pele. Raios Ultravioleta C (UVC) são os mais perigosos, mas, graças à camada de ozônio, essa radiação é absorvida antes de chegar à Terra.
A Radiação Ultravioleta é produzida artificialmente pela passagem de corrente elétrica através de um gás, comumente o mercúrio vaporizado. Como há variação nos comprimentos e onda emitidos por uma lâmpada o ideal é a análise do gráfico de potência espectral que consiste de potência irradiada em função do comprimento de onda. A maioria das lâmpadas precisar aquecer por alguns minutos antes de estabilizar a emissão de energia. O tratamento com UVB é mais comum na fisioterapia pois a pele é 100 a 1000 mais sensível à UVB em comparação com UVA.
Dose Eritematosa Mínima (MED) é a dose mínima necessária para causar um eritema, detectável a olho nu de 8 a 24 horas após a exposição ao UV. Medida na 1ª sessão através de placa opaca de papel com furos pequenos nos quais se irradia dosagens diferentes que aumentam sucessivamente 40% a cada furo, geralmente de 6 a 8 furos. Varia consideravelmente entre indivíduos e deve ser feita para cada paciente e depois de algumas sessões repetida. Existem outros protocolos.
Efeitos fisiológicos do Ultravioleta
Eritema ou rubor da pele decorrente da dilatação dos vasos sanguíneos superficiais é o efeito mais comum, limitando e guiando assim a terapêutica. Ocorre de 2 a 4 horas após a aplicação com pico entre 8 e 24 horas após a exposição. Vários dias são necessários para o completo desaparecimento. Caso haja exagero na dose pode ocorrer eritema imediato, edema, dolorimento e bolhas. O mecanismo do eritema ainda não é bem explicado, ocorre liberação de compostos como prostaglandinas e também pode estar relacionada ao efeito lesivo sobre o DNA.
Bronzeamento: pigmentação prolongada da pele ou pigmentação melanínica. Constitutiva (genética) ou facultativa (resposta a estímulos externos como o UV).
Hiperplasia: resposta adaptativa ao longo tempo de exposição na vida ao UV, com espessamento ou hiperplasia epidérmica, limita os danos decorrentes à nova exposição.
Produção de vitamina D: radiação UV converte os precursores do esterol em vitamina D que facilita a absorção do cálcio nos intestinos e as trocas de cálcio nos ossos.
Envelhecimento da pele: exposição crônica à luz solar leva a aspecto ressecado, grosseiro e coriáceo, frouxidão e enrugamento e várias alterações pigmentares, devidas principalmente ao espectro UV da luz solar.
Conjuntivite: inflamação da mucosa interna das pálpebras.
Fotoceratite: inflamação da córnea, devido principalmente à radiação UVC e UVB.
Catarata: há evidências de que a radiação UVB tem papel na gênese da catarata (perda parcial ou completa da transparência do cristalino). 
Indicações: Úlceras infectadas, psoríase, eczema cutâneo, acne, pitiríase liquenóide, fotoerupção polimórfica, prurido (particularmente relacionado à doença renal) e outros distúrbios foto sensíveis. 
Radiação Infravermelha
Radiação infravermelha (IR) situa-se no espectro eletromagnético de 0,78 µm (780 nm) a 1000 µm (1 mm), estando entre o microondas e a luz visível. Dividem-se em IR-A (0,78 a 1,4 µm), IR-B (1,4 a 3,0 µm) e IR-C (3,0 µm a 1,0 mm).
Prática clínica: mais usada de 0,7 a 1,5 µm ou IR-A.
Gera calor ao ser absorvida pela matéria. Muitas fontes de luz visível e ultravioleta também emitem IR e todos os corpos acima do zero grau absoluto emitem IR, quanto mais quentes mais IR é emitida. Calor seco (toalha fina e úmida pode ser adicionada: calor úmido). Existem geradores luminosos (lâmpadas) e não luminosos (resistências). Podem ser usados filtros para limitar determinados tipos de ondas não desejáveis. A potência em aparelhos terapêuticos varia de 250 a 1500 W. É necessário deixar que as fontes aqueçam alguns poucos minutos para que se atinja uma potência estável. É um calor superficial. Penetração de 1 a 10 mm, dependendo das propriedades da pele, do ângulo de colisão, da intensidade da fonte e do comprimento de onda (quanto menor mais penetrante).
Efeitos fisiológicos: alívio da dor e rigidez tecidual, aumento da mobilidade articular, aceleração do reparo das lesões em tecidos moles e distúrbios da pele (não agudos). Não gera efeitos fotoquímicos, seu efeito se deve ao aquecimento local que gera alterações metabólicas, circulatórias e neurológicas. Aumento do metabolismo devido ao efeito direto do calor nos processos químicos. Circulatórias: aumento da circulação sangüínea cutânea (vasodilatação pelo efeito direto do calor sobre os vasos e/ou inervação vasomotora). Neurológicas: há redução da dor pelo calor por mecanismos ainda não compretamente elucidados.
Contra-indicações: áreas com sensibilidade térmica limitada ou deficiente, locais de circulação periférica comprometida, tecido desvitalizado por tratamento prévio por radiações ionizantes, estado febril agudo, inflamação aguda, testículos.
Técnica: pele desnuda, limpa e seca. Lâmpada em ângulo reto com a pele a uma distância de 50 a 75 cm. Deve-se atingir aquecimento cutâneo de 38 a 40 graus. O tempo varia de 5 a 20 minutos dependendo da patologia e localização. 
Laser
Laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) Delineado por Albert Einstein no início do século XX, só foi construído em 1960 por Theodore Maiman (um Laser de rubi). Logo apresentou várias utilidades: cortes variados, visores para determinação de distâncias e alvos, leitor de código de barras, cirúrgico. Atualmente somos rodeados por lasers: fibra ótica, DVD, CD...
Na medicina: cirurgias gerais e oftálmicas (cortar, soldar e destruir tecidos orgânicos). Ablação: termo cirúrgico que significa remoção de estrutura orgânica ou parte dela.
Princípios físicos: Monocromaticidade, a luz produzida por um laser é monocromática, tem “uma só cor”, um único comprimento de onda, o que determina os efeitos terapêuticos pela especificidade de absorção da energia pelas biomoléculas; Colimação: praticamente não existe divergência da luz produzida pelo laser; Coerência: só em lasers verdadeiros, as depressões e picos das ondas encaixam-se perfeitamente no tempo (coerência temporal) e no espaço (coerência espacial).
Laser de baixa potência
O professor Endre Mester, no início dos anos 70, começou a estudar os efeitos não-térmicos dos lasers de baixa intensidade < 500 mW. O nome Low Intensity Laser Therapy LILT ganhou apelidos: soft lasers, cold lasers, mid lasers, low-power lasers. Estes lasers geram Biomodulação: o laser estimula ou inibe processos celulares. 
LILT mais comuns: Mistura gasosa de hélio e neônio He-Ne 632,8 nm, luz vermelha.,
Semicondutores de AlGaInP 670 nm, Arsenito de gálio e alumínio - GaAlAs 830 nm, Arsenito de gálio - GaAs 904nm.
Técnica: O cabeçote deve ser sempre aplicado perpendicularmente à pele. Pode ser em contato com um ponto da área a ser tratada e leve pressão - técnica pontual com contato; ou aplicado à um ponto mantendo uma pequena distância da pele da área a ser tratada – pontual sem contato; ou movimentando-o a uma pequena distância da pele sobre toda a áreaa ser tratada - técnica de varredura. Segundo Kert e Rose, 1989 Densidade de energia (J/cm2) = potência (W) x tempo (s) / área (cm2). Sendo que 30 mW x 60s = 1,8 j de energia.
Mecanismos e ação: a energia pode atuar liberando substâncias pré-formadas como histamina, bradicinina e serotonina ou modificando reações enzimáticas. Também exerce estímulo à produção de ATP. Ocorre também em algumas situações alteração em potenciais elétricos das membranas celulares.
Indicações: cicatrização de úlceras e ferimentos superficiais, tratamento de distúrbios artríticos, tratamento de lesões em tecidos moles (lesão interna), alívio da dor, redução de edema e infiltrado inflamatório em processo agudo. (Consultar estudos específicos para parâmetros e limitações).
	Contra indicações: carcinomas, útero gravídico, áreas de hemorragia, aplicação direta nos olhos e utilização sem óculos protetores.
	Este recurso tem sido estudado para melhor determinação de seu uso terapêutico, bem como de dosagens e parâmetros de irradiação.
Atenção
A utilização inadequada dos Recursos Terapêuticos como o abuso destes por alguns profissionais ou a descrença nos mesmos por outros, na maioria das vezes por desconhecimento do potencial terapêutico e limitações, nos leva a situações perigosas.
BIBLIOGRAFIA
Livros:
Eletroterapia de Clayton. Sheila Kitchen e Sarah Bazin. Ed. Manole; 1998.
Tratado de fisiologia médica. Guyton e Hall. Ed. Guanabara Koogan, 2002.
Fisioterapia Dermato-Funcional. Elaine Guirro e Rinaldo Guirro. Ed. Manole, 2004.
Modalidades Terapêuticas em Medicina Esportiva. William E. Prentice. Ed. Manole, 2002.
Reabilitação Física das Lesões Desportivas. James R. Andrews, Gary L. Harrelson, Kevin E. Wilk. Ed. Guanabara Koogan, 2000.
Recomendo a leitura dos livros acima e dos artigos enviados!
1
Prof. Ian Lara Lamounier Andrade - 2010

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