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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA E INORGÂNICA BACHARELADO EM FARMÁCIA QUÍMICA GERAL E INORGÂNICA Cinética e Equilíbrio Químico Aluno: Igor Lima Soares Matrícula: 375510 Profa.: Elenir Ribeiro FORTALEZA, 2015 2 Sumário 1. Objetivos.....................................................................................................3 2. Procedimentos e Resultados....................................................................4 2.1. Parte A – Velocidade de uma reação...........................................4 2.2. Parte B - Catálise...........................................................................5 2.3. Parte C – Equilíbrio químico.........................................................7 3. Considerações Finais...............................................................................8 4. Referências Bibliográficas.......................................................................9 3 1. Objetivos Determinar a relação entre velocidade de reação e a concentração dos reagentes; Discutir mecanismos de reação; Verificar a diferença entre catalisador e reagente; Interpretar mudanças no equilíbrio com base no princípio de Le Chatelier. 4 2. Procedimentos e Resultados 2.1. Parte A – Velocidade de uma reação Foram preparados oito tubos de ensaio distintos apresentando combinações diferentes de substâncias, com exceção de um reagente comum a todos que foi adicionado por último, o persulfato de amônia ((NH4)2S2O8), a partir da adição deste foi iniciada uma contagem de tempo que foi registrada e reproduzida na tabela 1, que também exibe o tempo cronometrado em segundos até a ocorrência de reação (até o momento de início da mudança na coloração do sistema). Tabela 1. Composição dos tubos de ensaio e tempos de reação da Parte A. Soluções Composição para cada tubo de ensaio (mL) 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º KI 0,2 mol/L 2 2 2 1 0,5 2 2 2 Na2S2O3 0,0050 mol/L em amido 0,4% 1 1 1 1 1 1 1 1 KCl 0,2 mol/L 1 1,5 K2SO4 0,1 mol/L 1 1,5 CuSO4 0,1mol/L 1 gota (NH4)2S2O8 0,1mol/L 2 2 2 2 2 1 0,5 2 TEMPO (Segundos) 28 35 32,9 45,3 60 57,5 121 6,7 5 Foi observado que o tempo registrado para os três primeiros tubos (28s, 35s e 32,9s) foram número relativamente próximos, porém a variação entre esses valores teve uma diferença significativa, tendo em vista que a quantidade de reagentes utilizados foi à mesma nesses sistemas e, portanto, as medidas realizadas deveriam ter valores mais próximos entre si. Esse erro pode ter sido cometido devido à inexperiência dos analistas (por exemplo: atraso na hora de iniciar a cronometragem). No quarto tubo, a quantidade de iodeto de potássio foi diminuída (colocaram- se apenas 1 mL ao invés de 2 mL) e adicionaram-se 1 mL de um reagente distinto, o cloreto de potássio (KCl). A alteração do volume tornou a velocidade de reação mais lenta, pois em relação aos três primeiros tubos, a média dos valores aferidos foi de aproximadamente 32s e no tubo em questão levou 45,3s. Conforme a quantidade de KCl cresce e a de KI diminui, a mudança de coloração demorava mais a ocorrer, fato que foi comprovado no quinto tubo de ensaio. Nele, foram usados 1,5 mL de KCl e 0,5 mL de KI e o tempo gasto foi de 60s. Nos tubos de números 6 e 7 foram mantidos os 2 mL de iodeto de potássio e 1 mL de tiossulfato de sódio, porém foram adicionados diferentes volumes de sulfato de potássio. No sexto tubo, foi colocado 1 mL de K2SO4 e reduzido 1 mL de persulfato de amônia e o tempo de mudança de coloração foi de 57,5s. Com o aumento da quantidade de K2SO4 e a redução da quantidade (NH4)2S2O8 no sétimo recipiente a reação se deu mais lentamente, levando 121s para que acontecesse mudança da coloração. No oitavo tubo, a mudança de coloração se deu de maneira rápida, levando 6,7s. No caso, o sulfato de cobre agiu como um catalisador, pois acelerou significativamente a velocidade de reação. 2.2. Parte B - Catálise Foram preparados três tubos de ensaio e adicionado a cada um destes 1 mL dos reagentes a seguir: Tubo 1: NaOH 2,5 mol/L Tubo 2: H2SO4 2 mol/L + KmnO4 0,1 mol/L 6 Tubo 3: H2SO4 2 mol/L + CuSO4 0,2 mol/L Em seguida, foram adicionados 2mL de solução de H2O2 2 mol/L em cada tubo. As mudanças foram observadas e sintetizadas na tabela 2 a seguir: Tabela 2. Parte B – Catálise. Reagentes Mudanças após adição de H2O2 NaOH Liberação de gás e calor (reação exotérmica) H2SO4 + KMnO4 Liberação de gás e mudança de cor (incolor) H2SO4 + CuSO4 _ A reação química ocorrida no tubo 1 foi a que na qual se evidenciou o papel dos catalisadores em reações químicas. Utilizando-se da combinação de NaOH e H2O2 foi observada uma reação quase que instantânea, na qual houve liberação de gás e calor, exibida a seguir: 2 H2O2(l) 2H2O(l) + O2(g) ↑ Para o tubo 2 a reação observada foi a seguinte: 2KMnO4(aq) + 5H2O2(aq) + 3H2SO4(aq) 2MnSO4(aq) + 5O2(g) ↑ + K2SO4(aq) + 8H2O(l) Pode-se observar a partir da relação estequiométrica descrita acima que os reagentes foram consumidos e combinaram-se formando produtos. Desta forma, o ácido sulfúrico e o permanganato de potássio não podem ser considerados catalisadores nesta reação, pois uma das peculiaridades de sistemas catalisadores é que estes não se consumem ao realizar a sua função. No tubo 3 não foi percebida a ocorrência de nenhuma reação, apenas um clareamento da coloração dos reagente iniciais, porém, pode ter ocorrido uma pequena liberação de gás, quase que imperceptível 7 2.3. Parte C – Equilíbrio químico Uma solução foi previamente elaborada pela adição de 15 mL de Fe(NO3)3 0,1mol/L e 15 mL de KSCN 0,1 mol/L, seguido da diluição com água até formar-se um volume de 250 mL. Obtendo-se assim uma solução em equilíbrio: Fe3+(aq) + SCN(aq) ⇌ Fe(SCN)2+ (aq) Foram retiradas quatro alíquotas de 5 mL da solução e estas foram dispostas em quatro diferentes tubos de ensaio, sendo um destes reservado como padrão, a fim de comparação com os resultados. Os tubos restantes reagiram com diferentes compostos como se segue: Tubo 1: Adição de 1 mL de Fe(NO3)3 0,1mol/L, o que acarretou no escurecimento em relação a cor do tubo padrão, pois a adição exacerbada do reagente ao equilíbrio o descola em relação ao sentido que favorece a formação de produtos (Fe(SCN)2+ que apresenta coloração vermelha) de maneira a diminuir a concentração de Fe3+, de acordo com o princípio de Le Chatelier. Tubo 2: Adição de 1 mL de KSCN 0,1 mol/L, o que gerou em um escurecimento em relação a cor do tubo padrão ainda maior do que ocorreu no tubo 2, a adição exagerada do reagente ao equilíbrio o desloca em relação ao sentido que favorece a formação de produtos (Fe(SCN)2+), a maior intensificação de escurecimento, é um indicio de que o reagente limitante é o SCN-. Tubo 3: Adição de 5 gotas de NaOH 6 mol/L, a partir da qual foi observada a formação de um precipitado insolúvel, Fe(OH) 3, e também o enfraquecimento da tonalidade vermelha do sistema, devido ao consumo de Fe3+, que desloca o equilíbrio para a esquerda a fim de compensar o consumo deste íon. A equação química que representa o processo descrito se segue: 3 NaOH(aq) + Fe3+(aq) + SCN-(aq) ⇌ Fe(OH)3(s)↓+3 Na+(aq) + SCN-(aq) 8 3. Considerações Finais A partir da realização de toda a prática laboratorial pode-se concluir que a cinética e o equilíbrio químico são importantes áreas de estudo que estão presentes em diversas aplicações, não apenas na indústria química, mas também na indústria farmacêutica e de alimentos, por exemplo. É possível utilizar-se de catalisadores e do princípio de Le Chatelier para aumentar a velocidades de reações ou favorecer a formação de um produto desejado, o que pode ser útil, por exemplo, no desenvolvimento de fármacos com potencial ação na aceleração de reações químicas de desintoxicação celular. Se uma das reações responsáveis por dado processo for beneficial em um dado sentido (por exemplo, na qual esta for exotérmica) através do aumento da temperatura no sistema em equilíbrio, pode-se favorecer o acontecimento desta. Durante os experimentos também foi possível concluir a diferença entre reagente e catalisador: o reagente é consumido durante a reação ao contrário do catalisador. A utilização de catalisadores pode ser essencial em algumas reações, como por exemplo, o caso da síntese de Haber-Bosch que é utilizada na produção de amônia. Esta reação química ocorre melhor na presença do elemento ferro, que atua como catalisador. Ainda em relação à síntese de Haber-Bosch, a temperatura utilizada é de 450°C e a pressão de 250 atm, esses fatores deslocam a reação a fim de produzir maior quantidade de amônia. 9 4. Referências Bibliográficas Universidade Federal do Ceará - Manual de Laboratório 2015.2 – Química Geral e Inorgânica – Prática N° 05. CHANG, R. Química Geral: Conceitos Essenciais. 4ª Ed. São Paulo, McGrawhill, 2006. BROWN, T L.; H. E.; BURSTEN, B. E; BURDGE, J. R. Química, a ciência central. 9. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. KOTZ, J. C., TREICHEL JR, P. M.;WEAVER, G. C. Química Geral e Reações Químicas, Vol 2. 6ª. ed. São Paulo:Cengade Learning, 2010. ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5ª.ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. MASTERTON , W. L., SLOWINSKI, J. E, STANITSKI, C.L. Princípios de Química. 6ª.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
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