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ERRO DE TIPO-trabalho penal-certíssimo

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[DIG
ITE O 
NOME DA 
EMPRESA] 
[DIGITE O TÍTULO DO DOCUMENTO] 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ERRO DE TIPO 
ARREPENDIMENTO EFICAZ 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1. ERRO DE TIPO 
 
Dispõe o art.20 do Código Penal: Art.20 O erro sobre elemento constituído do 
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se 
previsto em lei. 
“Erro de tipo é o que incide sobre as elementares ou circunstancias da figura 
típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados 
secundários da norma penal incriminadora” (DAMASIO, 1993, p. 265). 
 
Erro de tipo é o que ocorre sobre certos elementos do tipo pena. Pode incidir 
sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de 
fato de uma causa de justificação ou sobre dados secundários da norma penal 
incriminadora. Não há dolo, porque o agente não sabe que está desempenhando um 
tipo penal. 
Exemplo costumeiro de erro de tipo do agente que, no abolido crime de 
sedução, aproveitando-se da inexperiência da mulher virgem, a seduzia, com ela 
mantendo conjunção carnal, supondo ter a mulher mais de 18 anos, quando, na 
verdade, contava ela 17 anos de idade. Neste exemplo, a falsa percepção da 
realidade recaiu também sobre um elemento do tipo penal do abolido crime de 
sedução (art. 217 do CP), qual seja, a idade da vítima. 
Em relação as teorias surgiram duas vertentes sobre o Erro: 
I. Teoria Causal ou Teoria do Dolo, nesta, o conhecimento da ilicitude é 
o conhecimento do dolo, situa-se na culpabilidade. Desta forma o erro 
de tipo e de proibição. Excluem o dolo, chama-se solução unitária. Esta 
solução gerou três consequências: 
-Teoria Estrita ou Extrema do dolo, sempre elide o crime.Equipara-se ao erro 
de proibição. 
-Teoria Limitada do dolo-exclui-se o dolo, mas matem-se a culpa. 
-Teoria Modificante do Dolo- consiste na consciência da ilicitude, é integrante 
do dolo. Mas o erro de proibição, pode permitir a condenação pela culpa. 
II. Teoria Finalista ou da Culpabilidade, ao contrário o dolo nesta é mera 
consciência e vontade de realização do tipo. O dolo não faz exigência do 
conhecimento normativo(tipo). O conhecimento associa a culpa. A consciência do 
4 
 
injusto está na culpabilidade, sendo o dolo mera consciência e vontade do tipo 
objetivo. Aparecem duas subteorias: 
-Teoria Estrita da Culpabilidade-erro de ilicitude, nesta, fato é erro de 
proibição, todo sempre. 
-Teoria Limitada da Culpabilidade- Há uma divisão de erro de proibição, este, 
podendo ser direto e indireto. No Erro Direto exclui-se o dolo, porém resta a culpa. 
No Erro Indireto, (limite legal, âmbito ou existência de uma causa excludente do 
crime), podendo ser evitável (atenua a pena) ou inevitável(atenua a pena) ou 
inevitável, exclui a culpabilidade). 
1.2. Formas de Erro- Há duas espécies de erro de tipo: 
a) erro de tipo essencial, que incide sobre elementos ou circunstâncias do tipo, 
sem as quais o crime não existiria; 
b) erro de tipo acidental, que recai sobre circunstâncias acessórias, secundárias da 
figura típica. 
1.3. Erro de tipo essencial ocorre o erro de tipo essencial quando a fingida 
percepção da realidade faz com que o agente ignore a natureza criminosa do fato. 
Exemplo: o agente mata uma pessoa supondo tratar-se de animal indomesticado. 
Este tipo de erro essencial pode ser considerado de duas formas: 
a) Erro de tipo essencial escusável (ou invencível): quando não pode ser 
impedido pelo cuidado objetivo do agente, isto quer dizer, que qualquer pessoa, na 
circunstância em que se achava o agente, adviria em erro. Exemplo clássico: 
caçador que, em selva densa, à noite, adverte figura vindo em sua direção e dispara 
sua arma em contra ao que desconfiava ser um animal bravo, matando outro 
caçador que atravessava pelo local. 
b) Erro de tipo essencial inescusável (ou vencível): 
Ocorre quando pela observância do cuidado objetivo pelo agente, acontecer 
por imprudência ou negligência. Exemplo: caçador que, ao se move atrás dele, 
dispara sua arma de fogo sem qualquer cautela, não examinando se era um homem 
ou um animal matando outro caçador que lá se estava. Nesse caso, caso 
5 
 
observasse a agente empregada ordinária diligência, teria prontamente averiguado 
que, em vez de animal bravo, havia um homem atrás deste. O erro de tipo essencial 
escusável afasta o dolo e a culpa do agente. Mas, o erro de tipo essencial 
inescusável exclui apenas o dolo, rebatendo o agente por crime culposo, se previsto 
em lei. 
1.3. Erro de tipo acidental 
É aquele que incide sobre elementos acidentais do delito ou sobre a conduta 
de sua execução. O agente age com a consciência do fato, errando a respeito de um 
dado não essencial de delito ou quanto à forma de execução. 
1.3.1. Espécies 
São espécies de erro acidental: 
a) erro sobre o objeto - error in objeto; 
b) erro sobre a pessoa - error in persona; 
c) erro na execução – aberratio ictus; 
d) resultado diverso de pretendido – aberratio criminis 
 
a) Erro sobre o objeto - “error in objeto” 
Ocorre o erro sobre o objeto quando o agente conjetura que sua conduta recai 
sobre determinada coisa e no real, recai sobre outra. Perante o Direito Penal, o erro 
sobre o objeto é irrelevante, pois de qualquer forma o agente responde pelo crime. 
Exemplos: agente que furta o carro de “A” supondo que pertence a “B”: agente que 
furta uma jóia sem muito valor pensando tratar-se de um diamante raro, entre outros. 
b) Erro sobre a pessoa - “error in persona” 
O erro sobre a pessoa vem previsto no art.20, § 3°, do Código Penal, que dispõe: 
Art.20. (...). 
§ 3° O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. 
Não se incluem, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão a 
da contra quem o agente desejava praticar o crime. Ocorre quando há erro de 
representação. O agente, agindo de maneira errada, atinge uma pessoa supondo 
tratar-se da qual ansiava ofender. Exemplo: o agente atira em “A” pensando tratar-se 
de “B”. 
6 
 
Contudo, o erro sobre a pessoa não exclui o crime (não isenta de pena), pois 
a norma penal não tutela indivíduo determinado, mas todas as pessoas. 
O agente responderá penalmente como se tivesse praticado o crime contra a 
pessoa pretendida, ainda que a vítima efetiva seja outra. Assim, não devem ser 
considerados os dados subjetivos da vítima efetiva, mas sim esses dados com 
relação à vítima virtual, que o agente pretendia atingir. Exemplo: o agente, 
pretendendo matar “A”, atira e mata o próprio irmão. Não sobrevirá sobre o fato a 
agravante genérica do art. 61, II, alínea “e”, do Código Penal. Nas conjecturas 
inversas, almejando o agente matar o próprio irmão e, por erro de representação, 
eliminando um terceiro, será contestado criminalmente como se tivesse matado o 
próprio irmão, incidindo sobre o fato, nesse caso, a agravante genérica citada. 
 
c) Erro na execução - “aberratio ictus” 
O erro na execução, também conhecido pela expressão latino aberratio ictus 
(que significa aberração no ataque), ou crime aberrante, ocorre no mecanismo da 
ação, ou seja, na fase de execução do delito, quando o agente, pretende atingir uma 
pessoa, por desvio no golpe, atinge outra não pretendida, ou mesmo ambas. A 
aberratio ictus é uma modalidade de erro acidental, não excluindo a tipicidade do 
fato. Vêm previstas no art.73 do Código Penal. Como o próprio nome indica, o erro 
na execução do crime pode derivar de vários fatores resultantes da inabilidade do 
agente em executar o delito oude outro caso fortuito. Exemplos: erro de pontaria no 
disparo de arma de fogo, movimento da vítima no momento do tiro, defeito 
apresentado pela arma de fogo no momento do disparo etc. 
 
Neste tipo de erro de execução ocorrem duas formas: 
a) aberratio ictus com unidade simples, ou com resultado único, quando outra 
pessoa que não a mirada pelo agente venha a sofrer o resultado morte ou lesão 
corporal. Exemplo: o agente desfecha um tiro contra “A” e comete um erro, 
acertando “B”, que vem a morrer ou sofrer lesão corporal. 
De acordo com o disposto no art.73 do Código Penal, existe um só delito, doloso, 
pois a tentativa contra a vítima virtual resta absorvida pelo crime consumado contra 
a vítima efetiva; 
b) aberratio ictus com unidade complexa, ou resultado duplo, que ocorre quando o 
agente vem a atingir a vítima virtual e também a vítima efetiva. 
7 
 
Na realidade, nesses casos, existem dois crimes: um homicídio doloso (tentando ou 
consumado) em relação à vítima que pretendia atingir e um homicídio culposo ou 
lesão corporal culposa em relação ao terceiro. 
Nessa hipótese, o Código Penal adota a unidade de conduta criminosa, aplicando a 
regra do concurso formal – art.70 do Código Penal Brasileiro. Quando o agente, 
mediante uma só ação ou omissão, comete dois ou mais crimes, análogos ou não, 
aplica-se-lhe a mais grave das penas das penas cabíveis ou, se iguais, apenas uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso de 1 ∕ 6 (um sexto) até 1∕ 2 (metade). As 
penas são aplicadas de modo cumulativo, se ação ou omissão é dolosa e os crimes 
antagônicos resultam de fins autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Temos algumas hipóteses a seguir as hipóteses que podem acontecer á vista 
de um caso concreto. Por conseguinte, se o agente, almejar matar o indivíduo “A”, 
apreende também a pessoa de “B”, termos o subsequente quadro: 
a) o agente mata “A” e fere “B”: na realidade, há um crime de homicídio doloso em 
relação à “A” e um crime de homicídio culposo em relação à “B”. O agente, desta 
forma, de acordo com a regra do concurso formal, responde por homicídio doloso 
(pena mais grave), aumentando a pena de um sexto até metade; 
b) o agente mata “A” e fere “B”: na realidade, há dois crimes, quais sejam, um 
homicídio doloso em relação a “A” a e uma lesão corporal culposa em relação a “B”. 
O agente, entretanto, segundo a regra do concurso formal, responde por homicídio 
doloso, aumentando a pena de um sexto até metade; 
c) o agente fere “A” e “B”: há temos aqui dois crimes, ou seja, uma tentativa de 
homicídio em relação a “A” e uma lesão corporal em relação a “B”. O agente, 
portanto, responde por tentativa de homicídio, aumentada a pena de um sexto até 
metade, por força do disposto na art.70 do Código Penal; 
d) o agente mata “B” e fere “A”: na realidade, também há dois crimes, sendo uma 
tentativa de homicídio em relação a “A” e um homicídio culposo em relação a “B”. 
Mas se, matou “B” (vítima afetiva) como se tivesse matado “A” (vítima virtual), 
respondendo, nesse caso, por homicídio doloso. Caso haja duplicidade de resultado, 
a pena será a do homicídio doloso, acrescentado a um sexto até metade pelo 
concurso formal. 
 
 
 
8 
 
1.3.4. Desígnios autônomos 
A suposição de concurso formal com intuitos autônomos, que será observada 
em capitulo próprio, presumida no art.70 caput, segunda parte, do Código Penal, 
tem aplicação também nas hipóteses de aberratio ictus. Se o agente, ao almejar 
atingir a vitima virtual, afrontar a vitima efetiva, atuando com intenções autônomas, 
as penas devem ser somadas, ou seja, aplicadas cumulativamente. 
Podemos ter nesses casos de desígnios autônomos, proporciono o seguinte quadro, 
tendo como exemplificação a figura de A e B: 
a) se o agente mata “A” e “B”: responde por dois crimes de homicídio doloso, 
aplicando-se a pena cumulativamente; 
b) se o agente mata “A” e fere “B”: responde por um crime de homicídio doloso 
consumado e por uma tentativa de homicídio, cumulativamente; 
c) se o agente fere “A” e “B”: responde por duas tentativas de homicídio; 
d) se o agente fere “A” e mata “B”: responde por um crime de homicídio doloso 
consumando e por uma tentativa de homicídio, cumulativamente. 
 
Resultado diverso do pretendido ''aberratio criminis (delicti)'' 
O resultado diverso do pretendio, versado como aberratio criminis 
ouaberratio delictio, espécie de crime aberrante, também vemos em mecanismo de 
ação, na fase de execução do delito, quando o agente, pretendendo atingir um bem 
jurídico, adeje outro diverso. A Aberratio criminis é também reconhecida como uma 
modalidade de erro acidental e não abandona a tipicidade do fato. Está prevista no 
art.74 do Código Penal. 
Já na aberratio ictus o desvio incide sobre a pessoa vítima do crime, na aberratio 
criminiso o desvio recai sobre o objeto jurídico do crime, portanto, na primeira, 
muito embora cometendo erro no golpe, a ofensa permanece a mesma, modificando 
apenas a gravidade da lesão; na segunda, dura um resultado de natureza diversa do 
pretendido, com a conseqüente mutação de titulo do crime. 
A solução para tal fato: se sobrevir o resultado diferente do que foi querido 
pelo agente, contestará este por culpa, se o fato for previsto como crime culposo. Se 
caso acontecer também o resultado previsto pelo agente, aproveito a regra do 
concurso formal. Nesse caso específico, o Código Penal aceita que se puna com o 
resultado diferente do pretendido a titulo de culpa. 
 
9 
 
Podem, então, ocorrer às seguintes hipóteses exemplificativas: 
a) o agente quer atingir uma coisa e atinge uma pessoa: contestará pelo 
resultado homicídio ou lesão corporal a título de culpa, porquanto essa modalidade 
de elemento subjetivo é conjeturada para esses delitos. 
 
b) o agente quer atingir uma pessoa e atinge uma coisa: não permanece crime 
de dano culposo, por causa do princípio da excepcionalidade do delito culposo, por 
isso que o agente só responde por tentativa de homicídio ou tentativa de lesão 
corporal, se cabível. 
 
c) o agente quer atingir uma pessoa, vindo atingir esta e também uma coisa: 
contesta somente pela decorrência determinada na pessoa, pois não existe dano 
culposo devido ao princípio da excepcionalidade do delito culposo; 
 
d) o agente quer atingir uma coisa, vindo a atingir esta e também uma pessoa: 
contrapõe pelos crimes de dano (doloso) e homicídio ou lesão corporal culposa em 
concurso formal (art. 70 do CP). Dá-se a pena do crime mais grave com o acréscimo 
de um sexto até metade. 
 
1.4. Erro determinado por terceiro 
Conforme a regra expressa do art.20,2°, do Código Penal, “responde pelo 
crime o terceiro que determina o erro”. Essa afirmação pode ser: 
 
a) Dolosa, quando o terceiro desvirtua o agente a incidir em erro. Exemplo clássico 
da doutrina é o terceiro que entrega arma municiada ao agente, fazendo-o crer que 
se encontrava desmuniciada, induzindo-o a dispará-la em direção á vítima, matando-
a. Nesse caso, o agente induzido não responderá por homicídio culposo. O terceiro 
provocador do erro responderá criminalmente por homicídio doloso. 
 
b) Culposa, quando o terceiro age com culpa, induzindo o agente a incidir em erro 
por imprudência, negligência ou imperícia. Outro exemplo largamente difundido na 
doutrina é o do terceiro que, imprudentemente, sem verificar se a arma se 
encontrava induzindo-o a dispará-la em direção á vítima, matando-a. Sendo nesta 
situação, o agente não responde de por crime algum, se o erro for escusável. Se o 
10 
 
erro for inescusável, o agente induzido objetará por homicídio culposo. O terceiro 
provocador do essencial homicídio culposo. 
 
1.5.Descriminantes putativas 
Prescreve o art. 20, §1. º, do Código Penal: 
Art. 20. (...). 
§ 1. º É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas 
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, revolveria a ação legítima. 
Não há dispensa de pena quando o erro procede de culpa e o fato é punível como 
crime culposo. 
Esse dispositivo trata das chamadas descriminantes putativas, estas 
manifestas por exigentes putativas ou causas putativas de exclusão da 
antijuridicidade. 
Descriminar expressa absolver, inocentar, isentar, exculpar. Putativo é um 
adjetivo aplicável àquilo que aparenta ser verdadeiro, legal certo, sem o ser. 
Desta forma, as descriminantes putativas são aquelas hipóteses que isentam o 
agente de pena, em razão da suposição de fato que, se presente, tornaria legítima a 
ação. 
Os arts. 20 § 1. º, e 21 do Código Penal, três modalidades de erro 
poderão ser apontadas nas descriminantes putativas: 
a) o agente supõe a existência de causa de exclusão da antijuridicidade que 
não existe – essa presunção é de erro de proibição e será contemplada em capítulo 
próprio; 
b) o agente incide em erro sobre os limites da causa de exclusão da 
antijuridicidade – essa hipótese também é de erro de proibição e será apreciada 
em capítulo próprio; 
Cada causa de exclusão da antijuridicidade aludida no art. 23 do Código 
Penal proporciona suas características próprias, impetrando requisitos específicos 
para sua ocorrência. Se o agente incide em erro sobre a situação de fato que 
autoriza a legítima defesa, o estado de necessidade, o exato cumprimento de dever 
legal e o exercício regular de direito, permanecerá isento de pena, pois se trata de 
descriminante putativa. 
 
 
11 
 
2. ARREPENDIMENTO EFICAZ 
O arrependimento eficaz pode ser também cognominado de arrependimento 
ativo, ocorre “quando o agente, tendo já ultimado o processo de execução do crime, 
desenvolve nova atividade impedindo a produção do resultado” (JESUS, 2006, p. 
343/344). 
Artigo 15, segunda parte, Código Penal alude: 
“O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que 
o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”. 
- Temos 03 (três) requisitos para configurar o arrependimento eficaz: 
a) O agente iniciou a execução (3º fase do iter criminis) 
b) O agente não atingiu a consumação (4º fase do iter criminis) 
Ele terminou a execução, mas se arrependeu e impediu a ocorrência do 
resultado A não consumação foi fruto da própria vontade do agente 
(Fórmula de Frank – Ele PODE prosseguir, mas NÃO QUER) 
- O arrependimento eficaz só é possível nos crimes materiais, tendo em vista que 
está preso ao resultado naturalístico. 
- Nesse caso, o agente já terminou a execução, o que constitui que não é mais 
admissível a prática da desistência voluntária. Mas pode ainda, o agente se 
arrepender de sua conduta, adotando atitudes tendentes a evitar a superveniência 
do resultado naturalístico. 
O arrependimento eficaz é uma EXCLUDENTE DA TIPICIDADE MEDIATA OU 
INDIRETA DA TENTATIVA. 
Ou seja, a conduta do agente será tipificada, de acordo com os atos já praticados. 
Sendo assim, agente só responderá pelo que já fez. 
3. ARREPENDIMENTO POSTERIOR 
Artigo 16, Código Penal: 
“Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano 
ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário 
do agente, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3”. 
O arrependimento posterior sobrevém após a consumação do fato. 
Não obstante, exige 04 (quatro) requisitos: 
Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa: 
12 
 
A lei não admite violência ou grave ameaça contra a pessoa. Sendo possíveis 
termos violência contra a coisa. Exemplo: furto praticado mediante rompimento de 
obstáculo. 
Existe uma divergência doutrinária acerca do roubo: 
- Violência contra a pessoa (violência real) 
- Grave ameaça (violência moral) 
- Redução, por qualquer meio, da resistência da vítima 
A discussão recai sobre a “redução, por qualquer meio, da resistência da vítima”. 
 
4. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
4.1. Diz o artigo 15 do Código Penal: 
Artigo 15 – O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na 
execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados. 
4.2. Conceituação dos autores: A desistência voluntária é “a atitude do 
agente que, podendo chegar à consumação do crime, interrompe o processo 
executivo por sua própria deliberação” (DOTTI, 2010, p. 413). Assim, o agente 
começa “a realização de uma conduta típica, pode, voluntariamente, interromper a 
sua execução” (BITENCOURT, 2007, P. 406), conduta essa impunível. Falando de 
outro modo, “o agente, voluntariamente, abandona seu intento durante a realização 
dos atos executórios” (CUNHA, 2010, p. 69). 
A desistência voluntária está para a tentativa inacabada da mesma forma que 
o arrependimento ativo está para a tentativa acabada. Com a finalidade de confirmar 
as diferenças entre os dois institutos, eis o magistério de Celso DELMANTO e 
outros: 
Na desistência voluntária, o agente interrompe o processo de 
execução que iniciara; ele cessa a execução, porque a quis 
interromper (mesmo que haja sido por medo remorso ou 
decepção) e não porque tenha sido impedido por fator externo 
à sua vontade. No arrependimento eficaz, embora já houvesse 
realizado todo o processo de execução, o agente impede que o 
resultado ocorra. (DELMANTO, 2010, p. 141/142). 
 
 
13 
 
4.3. Natureza: 
- Atipicidade: não há forma consumada, também não se amolda às condições da 
norma de ampliação típica da tentativa 
- Causa de isenção de pena: Antes do ato voluntário, já permanecia configurada a 
tentativa, que deixa de ser punível por medida de política criminal. 
Fórmula de Frank: 
“Posso prosseguir, mas não quero”=desistência voluntária 
- Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz 
A doutrina chama os institutos de tentativas qualificadas, ou abandonadas. 
Diferenças: 
 
Figura 1. Diferenças-Arrependimento eficaz e desistência Voluntária 
 
Fonte: http://www3.lfg.com.br/2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
5. ERRO DE PROIBIÇÃO 
 Previsto no artigo 21 do CP., é denominado de erro sobre a ilicitude do fato, é 
conhecido como erro de proibição, pois age sobre a compreensão do agente, sobre 
determinado comportamento considerado criminoso. 
O erro de proibição é um juízo contrário aos preceitos emanados pela 
sociedade, que chegam a ciência de outrem na forma de usos e costumes, da 
escolaridade, da tradição, família, etc. 
No erro de proibição, o erro se caracteriza da ignorância ou da má 
compreensão legal. Pode-se ignorar a lei e ao mesmo tempo reconhecer a norma. 
 
5.1 – FORMAS DE ERRO DE PROIBIÇÃO 
 
5.1.1. Erro de proibição direto 
Este erro envolve a situação do autor em desconhecer a existência da norma 
proibitiva, ou, se o conhecimento obtiver, pondera a norma não vigente ou a 
interpreta de forma errada, e como consequência, não reputa aplicável a norma 
proibitiva. 
 
5.1.2. Erro de proibição indireto 
Neste caso, o autor tem o conhecimento da existência da norma proibitiva, 
porém crê que, em caso concreto, há uma causa que, justificada em juízo, autoriza a 
conduta típica. 
“por erro que concorre uma norma justificante, por desconhecer os limites jurídicos 
de uma causa de justificação admitida ou supor a seu favor uma causa de 
justificação não acolhida pelo ordenamento jurídico”. (GOMES, 1996, p. 109). 
 
5.1.3. Erro de proibição escusável 
Neste não se deve reprovar a conduta do autor, pois, este não se encontraem situação de conhecimento do injusto do fato. Desta forma, o erro de proibição 
invencível deve ser sempre, desculpável. Trata do assunto o Art. 21 do nosso CP: 
“O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta a pena”. 
 
 
 
15 
 
5.1.4. Erro de proibição inescusável 
Neste caso, o agente igualmente ignora o injusto do fato, porém, possui por 
completo a condição de atingir à consciência da ilicitude do fato por conta própria. 
Sendo neste caso, o agente responde pelo crime doloso e há apenas a possibilidade 
de atenuação da pena, conforme o Art. 21, 3ª parte, CP: “(...) se evitável, poderá 
diminuí-la de um sexto a um terço”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
Referências Bibliográficas: 
 
 
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 11. Ed. São 
Paulo: Saraiva 2007. Vol. 1. 
 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Disponível em www.stj.jus.br/SCON acesso 
em: 21.11.2015. 
 
BRASIL. Código Penal, de 1940. In: VADE mecum. 16 ed. São Paulo: 16 ed. São 
Paulo: Saraiva, 2015. 
 
CUNHA, Rogério Sanches. CP para Concursos. 3. Ed. Salvador: Jus Podivm, 2010. 
 
 
DELMANTO, Celso. Código Penal comentado: acompanhado de comentários, 
jurisprudência, súmulas em matérias penais e legislação complementar. 8. Ed. 
São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
DOTTI, Rene Ariel. Curso de Direito Penal: Parte Geral. 3. Ed. São Paulo: RT, 
2010. 
 
JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal: Parte Geral. 28. Ed. São Paulo: 
Saraiva, 2006. Vol. 1. 
 
GOMES, Luiz Flávio. Erro de tipo e erro de proibição: e a evolução da teoria 
causal-naturalista para a teoria finalista da ação. Editora RT, 1996. 3ª edição – 
São Paulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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