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RESUMO-CAP.5-CIÊNCIA POLÍTICA-alciris marinho

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Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
 
 
 
O Estado é uma sociedade que se forma basicamente de um grupo de 
indivíduos, unidos e organizados permanentemente para realizar um bem comum. 
Dentro da finalidade social deparamos com uma concepção determinista, 
segundo a qual o homem deve ceder a leis naturais subordinadas ao principio da 
causalidade. Há uma automatização da vida social e a ateísmo em modificações 
qualitativas. 
Os autores de repercussão foram: Niccoló Machiavelli e Jean Bodin, estes, 
demonstram o significado do Absolutismo na construção do estado Nacional. 
Os postulados O Príncipe e o Leviatã, Os Seis Livros da República, Segundo 
Tratado de Governo Civil, O Espírito das Leis e o Contrato Social, acabam por trazer 
as palavras viajantes da Modernidade Política que seriam delineadas ao longo de 
seus estudos como: soberania, poder, unidade do estado e lei. 
O jusnaturalismo1 é analisado como fundamento da organização política, que 
se legitimou desde o aparecimento do Estado Nacional, perpassando pelas pela 
concretização das instituições políticas no constitucionalismo clássico, e ainda 
contextualizando conceitos capitais para o Estado constitucional. 
De maneira filosófica os jusnaturalistas, têm como contributos os 2maítre-
penseurs, da Teoria do Estado temos: Thomas Hobbes, Jonh Locke, Chareles de 
Seconat, Barão de Montesquieu, e Jean Jacques Rosseau, para o processo de 
legitimação do Estado Moderno concebido a luz da realidade histórica em que 
viviam. 
Historicamente na primeira metade do século XVI, foram levantados os pilares 
de sustentação do Estado Constitucional na Inglaterra. 
Enquanto o absolutismo avançava na Europa Continental, foram rebatidas na 
experiência inglesa pretensões absolutistas que foram refreadas com o despertar da 
consciência jurídica e da captação teórica das condições constitucionais da 
liberdade. 
 
1 Corrente do direito natural, teoria que procura fundamentar a partir da razão prática, a partir do que e natural 
ao homem. 
2 Pensadores mestres. 
 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
Com os alicerces do sistema parlamentar com a divisão de poderes surgiu a 
reação contra o absolutismo, que se faziam pela condução das estruturas jurídicas 
medievais. 
Assim, pode-se afirmar que o Direito Natural Racional definido em Rousseau, 
desencadeou papel inovador e revolucionário no desenvolvimento político do 
Ocidente, sendo que o Direito Natural Clássico, pode ser analisado como o 
causídico e mantenedor do imobilismo social3, e das tendências próprias e 
conservadoras do absolutismo. 
O marco inicial das constituições clássicas é necessariamente jusnaturalista 
racional. O constitucionalismo, as divulgações das constituições escritas que 
derivam dos conteúdos claros do direito natural revolucionário e do contrato social, 
vontade geral e soberania popular, liberdade e igualdade. Em acordo com o 
jusnaturalismo racional veio a juridicização4 do fator político do liberalismo. 
O objetivo da juridicização do poder político visava predominantemente 
estabelecer as vertentes negativas: 
1. Limitar o poder da monarquia; 
2. Despersonalizar e objetivar o Direito; 
3. Assegurar o poder político as minorias cultas, vinculadas a burguesia, 
por meio de sistema representativo manifestando o voto censitário. 
 
Essas manifestações se fazem, dentro de uma ordem para que a sociedade 
possa agir na procura do bem comum. Traduz-se na forma de uma existência de leis 
regulatórias da vida social. Os homens participam da escolha das normas, não 
excluindo a vontade e a liberdade dos indivíduos. Os indivíduos, por sua vez, têm a 
possibilidade de cumpri-las ou a receber a punição conjeturada pela desobediência. 
Os próprios indivíduos da sociedade devem dirigir suas ações no sentido de 
que estas não se desenvolvam em sentido contrário daquele que conduz ao bem 
comum. Devem ter em conta as exigências de realidade social. Nisso consiste a 
adequação. 
O poder social é um fenômeno social, verificável em todos os 
relacionamentos sociais. Incide numa relação bilateral que acontece na capacidade 
de alguém impor sua vontade a outrem. 
 
3 Aversão a mudanças sociais. 
4 Aquisição do estatuto Jurídico. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
 
MAQUIÁVEL: Entre o Virtú e a Fortuna, o tratamento instrumental das 
ações morais como razão do Estado. 
Maquiavel estuda o governo como pertencente a um homem apenas. Para 
ele, a sociedade não é uma comunidade homogênea. A política deriva da ação 
social, lutas internas, que buscam unificar e dar identidade à sociedade. É pela 
política que os grandes chefiam e oprimem o povo; ela não tende ao bem comum. 
Maquiavel foi secretario da segunda chancelaria da República da Florença 
(1498 a 1512), diplomata, historiador, poeta e dramaturgo, arquétipo de um caráter 
renascentista. 
Em sua obra “O Príncipe”, escrito em 1513, o florentino fala que é um cientista 
político a desenvolver uma conceituação política do Estado, consoante com os 
métodos empíricos. Observa as duas formas de poder vigentes na Itália que naquela 
época se encontrava fragmentada entre a República e o Principado. 
Polêmico foi criticado pelos calvinistas tais como: Inocêncio Gentillet, que 
atribuía aos métodos alinhavados nesta obra o acontecimento do Massacre da noite 
de São Bartolomeu, em Paris, 1572. Trata-se de um livro vivo cuja ideologia a teoria 
política encontram-se de forma dramática, do mito, do símbolo, da vontade coletiva. 
É uma abstração doutrinária e pressupõe que “O Príncipe”, deveria ter a capacidade 
do condottiere5 á unidade do Estado Italiano, encarnando a aspiração da burguesia 
e a de um Estado Moderno unificador da nação italiana. Maquiavel crê que o poder 
há de ser conquistado e mantido, por meio da virtude. O príncipe não pode ser 
odiado, mas temido e respeitado. Sua virtude passar a existir nas instituições que 
souber criar e manter, e na capacidade que tiver para enfrentar situações adversas 
ou não. O poder do príncipe deve ser maior do que o poder dos grandes, e deve 
estar a serviço do povo para que seja legitimo. 
Nos Discorsi sopra La prima Deca di Tito Lívio,o autor estuda as 
exigências inerentes ao governo republicano, sobre as bases prevalecendo-se de 
exemplos tirados das histórias antigas. Esta obra é norteada pela procura da 
verdade efetiva, invalida a escolástica medieval e com a pressuposição 
socioeconômica que as sustentam, resgatando o paradigma Greco-romano. 
 
5 Comandante militar. 
 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
Maquiavel deve ser estudado direcionado ao seu contexto histórico, pois foi 
fiel aos acontecimentos daquela época. Em sua obra o autor constantemente usa 
metáforas, fala com ironia para distinguir os homens como seres malignos 
(pessimismo antropológico), ingratos e volúveis, hipócritas, dissimuladores, 
gananciosos, e temerosos ante os perigos. Tais atributos negativos fazem parte da 
natureza do homem, e provam conflito e amor, são incrementos imprescindíveis 
entre paixões e instintos malévolos. 
Essas bases antropológicas da concepção maquiavélica explicitam a 
incredulidade dele, em relação a possibilidade em permanecer a República, 
crescendo sua esperança num Príncipe audazdotado de Virtú e protegido pela 
Fortuna, que possa libertar a Itália de seus opressores. Maquiavel faz alusão aos 
principados novos, tem a certeza que o poder pode ser conquistado por meio das 
seguintes formas: 
a) Virtú- realidade subjetiva que exige atitude dinâmica do governante, o 
qual dotado de sabedoria e ambição dos grandes fundadores do 
estado. 
b) Fortuna- acaso ou sorte que deve sempre acompanhar o governante, 
numa realidade objetiva e mutável. 
c) Vis ou Força- O governante sempre que necessário deve fazer uso da 
força, para ascensão e manutenção no poder, usando ações rápidas e 
nefandas ou a favor dos outros concidadãos. 
d) Consentimento dos cidadãos- anuência dos compatriotas. 
O conceito de pessimista do homem, no sistema metodológico de ideias do 
Maquiavel explica a conduta cínica, sem contemplações dos governantes, para 
mostrar que pela imutável natureza do homem, ocorrem as corrupções no governo. 
As diretrizes de seu método de reflexão: 
a) Acumula exemplo de autores de historiadores antigos para demonstrar 
sua tese; 
b) Usa tanto casos contemporâneos como antigos; 
c) Indica exemplos negativos para determinar as circunstâncias sob as 
quais se cumprem cursos de ação opostos; 
d) Desenvolve tratamento instrumental de ações morais. 
Nesta expectativa, Maquiavel e todos os outros autores da razão do Estado 
que o seguem chegam mesmo a exterminar toda a espécie de limites de normativos 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
morais que possam entravar a autoridade do príncipe, e tão somente se submetem 
ás normas técnicas do poder, á ratio status6. 
 
BODIN: O SIGNIFICADO DE SUMMA POTESTAS7: 
O conceito de soberania, como essência do estado moderno foi criado por 
Bodin, o teórico mais importante dentre os politiques8. A procura da fundamentação 
da causa da comunidade política que permitia á monarquia francesa estabilizar-se á 
partir da determinação por meio de imposição da ordem pública. Em sua De La 
Republique, escrita numa França conturbada, marcada pelos problemas de horror 
da guerra religiosa, o autor pregava a razão natural do Estado que consistia no 
reconhecimento do estado em sua estrutura hierárquica a ser de acordo com o 
interesse dos súditos e os hegemônicos do monarca, pressupondo a conservação 
da vida mediante a paz e a alimentação dos governados em prejuízo a guerra. 
Apenas na satisfação dos interesses os homens iriam realizar algo pela 
história,ciências humanas, astronomia, e astrologia, e no plano espiritual, a 
veneração e a glória divina(Six Livres de La République). 
Bodin desenvolveu o princípio de legitimação da soberania, com a 
fundamentação filosófica clássica do estado moderno e da razão política. Para o 
autor o poder absoluto (summa potesta) era perpétuo, inabalável e imprescritível 
limitado apenas às leis naturais e divinas. Bodin aborda como sendo o núcleo do 
Estado Moderno a soberania absoluta. Amplia o principio da legitimação da 
soberania pelo poder supremo, juridicamente ilimitado, sobre cidadãos e súditos. 
O conceito de soberania absoluta, foi concebido por Bodin, mas limitado por: 
a) A própria finalidade do Estado e o direito natural(apesar de natural 
como postulado moral, não implica em sanções, em caso de suas 
violações; 
b) As leis de sucessão, as quais não podiam ser mudadas pelo soberano, 
pois esta mudança poderia trazer conflitos sangrentos; 
 
6 Razão de Estado 
7 Soberania absoluta. 
8 Pequeno grupo de francesas que queriam trazer a paz para a França. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
c) Os tratados Internacionais caso o soberano absoluto violasse a lei, ou 
a deixasse sem efeito o princípio pacta sunt servanda9, não teria 
capacidade de celebrar tratados; 
d) O consentimento dos estamentos10 em relação aos atributos cobrados 
pelo monarca, que permitia aos estamentos deter o poder de controle 
em relação ao soberano. 
 
HOBBES THE LEVIATHAN, O PODER COERCITIVO 
 
Thomas Hobbes (1588-1679) foi um matemático, teórico político, e filósofo 
inglês, autor da obra “Leviatã” (1651) na qual elucidou a sua teoria sobre a natureza 
humana e sobre a obrigação de governos e sociedades. No Estado natural, 
enquanto que alguns homens pudessem ser mais fortes ou mais inteligentes do que 
outros, nenhum se ergue tão acima dos demais, pelo medo de que o outro homem 
lhe possa fazer mal. 
Em Hobbes, apresentamos o julgamento de que os homens vivem isolados e 
em luta permanente. Há um inexaurível desejo pelo poder. A razão humana leva a 
celebração de um contrato social; os homens passam a compor um corpo social, 
político, dando origem a uma pessoa artificial, o Estado. 
O soberano pode ser um rei, grupo de aristocratas ou assembléia 
democrática. Não implica a quantidade, o que envolve é a determinação de quem 
tem o poder. Poder este, pertencente ao Estado, o criador das instituições publicas 
tem a liberdade de promulgar leis e afiançar a propriedade privada. Deve ordenar 
obediência de seus súditos desde que reverencie a vida e liberdade e a paz dos 
mesmos. 
Hobbes, um dos mais lúcidos dos teóricos do individualismo utilitarista 
(emana do poder individual), desenvolve a sua obra no séc. XVII período de intenso 
antagonismo da Coroa e o Parlamento Inglês controlados pela Dinastia Stuart, 
defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente partidária do liberalismo. 
Hobbes, filósofo político, obcecado pela ideia de dissolução da autoridade, 
preconiza a unidade do poder contra a monarquia, em sua Teoria do Estado, 
estruturada pelo conceito humanista sucessivamente, em Elements of Law Natural 
 
9 Os contratos devem ser cumpridos. 
10 Estratificação social. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
and Politic(1640)em de cível(1642), e no Leviathan(1651). A figura do Leviatã, que 
ilustra essa obra, retrata um monstro bíblico com, representado pelo estado como 
um homem artificial dotado de uma armadura composta de escamas, as quais são 
seus próprios súditos, esta imagem está intimamente ligada á imagem de alienação 
de direitos e da própria vontade dos súditos (outorga das leis) em favor do soberano. 
Embora a tendência absolutista, Hobbes, renuncia a tese de que o poder é de 
concepção divina. Constrói o fundamento de sua concepção autocrática do poder, 
em perpesctiva laica, estabelecendo como paradigma o Estado soberano e a lei 
suprema do seu e dever em busca dão poder comum. 
No livro, há situações de desordens constatadas quando os homens não têm 
suas ações reprimidas pela voz da razão ou por instituições públicas eficientes, o 
homem no estado de natureza ameaça á sociedade, sempre que a paixão silenciar a 
razão ou a autoridade fracassa. 
Para Hobbes, a natureza humana encontra-se em três causas principais de 
discórdia: a competição, a desconfiança e a glória. 
a) A competição- leva os homens a atacar uns aos outros; 
b) A desconfiança- faz lutar por mecanismos de segurança para defendê-
los. 
c) A glória- os faz combater pela reputação. 
Hobbes diverge de Aristóteles fazendo crítica ao conceito de Zoon Politikon.11, 
aao considerar a constante tensão existente entre os homens, proveniente da lei 
fundamental da natureza: cada homem deve esforçar-se pela paz. 
A permanente bellum omnium contra omnes12oriunda da fantasiosa homo 
lupos homini (homem é lobo do homem), só pode ser evitada pela razão humana 
conduzindo á celebração do contrato social. 
A concordância do autor consiste no pactum subjectionis13, contemplando o 
princípio da realidade e da repressão. Ao valorizaro pacto preconiza o absolutismo 
como a solução para a mediação de conflitos de autoridade, ordem e segurança. 
Enunciado na formula do bem comum: 
Autorizo e cedo o meu direito de governante a mim mesmo, a este 
homem , ou a esta assembléia de homens, com a seguinte condição: que tu 
 
11 (Animal Político) é uma expressão utilizada pelo filósofo grego Aristóteles. 
12 "A guerra de todos contra todos". 
13 Acordo entre o REI e os SÚDITOS baseado no compromisso de governos justos, em face dos qual 
Deus seria o árbitro. Em latim: pacto de sujeição. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
cedas o teu direito e autorizes todas as ações do mesmo modo.(Leviathan, 
Cap.XVII). 
A instauração do Poder Legal Irresistível de Hobbes: 
a) Uma multidão de indivíduos unidos com uma pessoa por um poder 
comum para a paz, defesa e vantagens do mesmo (Elemenst,Cap. I); 
b) Uma única pessoa, cuja vontade, em virtude dos pactos contratados 
reciprocamente por muitos indivíduos representam a vontade dos 
mesmos, de mesmo modo que tal pessoa possa servir das forças, e 
dos bens desses indivíduos para a paz e defesa comum (De Cive, 
Cap.VI); 
c) Uma pessoa de cujos atos cada indivíduo de uma grande multidão, 
mediante pactos mútuos entre si, faz-se o autor a fim de que 
mencionada a pessoa possa utilizar-se da força e dos meios peculiares 
a todos, conforme creia oportuno para a paz e defesa comuns. 
(Leviathan, Cap. XVII); 
- Uma multidão de homens se torna uma única pessoa quando estes, 
são representados por um homem só. 
Para Hobbes, a criação de leis deve ser outorgada a quem tem o poder da 
espada. Esta única pessoa deve ter o direito das espadas da justiça, e da querra 
combatendo sem tréguas, as causas da dissolução da unidade estatal: a separação 
dos poderes no âmbito dos Estados e a dicotomia entre o poder espiritual e 
temporal. Deve ordenar a obedecer todas as leis civis em virtude da lei natural que 
proíbe violar os pactos. 
Todos os direitos e faculdades derivam do Estado, conferidas ao poder 
soberano, com o consentimento do povo reunido, representando os pilares da Teoria 
da Representação Hobbesiana e a essência do paradigma da soberania absoluta. 
Fundamentalmente o pacto da união celebrado pelos súditos, não obriga por 
pacto anterior qualquer coisa que contradiga o atual. Sendo assim, não se mantém 
um pacto anterior que se contradiga ao atual. 
O direito de representação outorgado pelo corpo social ao soberano, 
mediante ao pacto em si, resulta na impossibilidade de sua quebra, desta forma 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
nenhum dos súditos podem ser liberados do pactum subjectionis14, sob qualquer 
pretexto de infração. 
A legitimidade do soberano se dá de sua escolha, pela maioria do corpo 
social, pressupondo o consentimento dos demais súditos, devendo ser reconhecido 
por todos os atos e decisão do soberano, recaindo em sanções quem não o fizer. 
Assim, cada súdito na outorga do soberano, torna-se autor de todos os atos e 
decisões, e jamais poderá ser considerada injúria, por nenhum de seus súditos. 
Hobbes reconhece o fim das antigas limitações do Sistema Feudal, á 
propriedade, e isto estão de acordo com a classe burguesa, empenhada em terminar 
com os direitos da classe popular á terras comunais ou privadas. Competindo ao 
poder soberano a judicatura, o direito de fazer a guerra e paz com os outros Estados 
a eleição dos conselheiros, ministros, magistrados, e funcionários tanto na paz 
quanto na guerra, o direito de recompensar com riquezas e honra, e o de punir com 
castigos corporais ou pecuniários, ou com ignonímia15, a qualquer súdito, de acordo 
com a lei e conceder títulos de honra, assinalando qual preeminência, dignidade e 
manifestação de respeito deve corresponder de cada súdito em contratos públicos 
ou privados. (Leviathan, Cap.XVIII). 
O direito da desobediência civil para Hobbes, não representa nenhuma 
diminuição do poder soberano, está adstrito ao caso de o soberano ordenar que um 
súdito ainda que justamente condenado, que se fira, se mutile, ou que resista a um 
ataque, ou que se abstenha de viver (Leviathan, Cáp. XXI), dado que o direito a vida 
é inviolável. Com embasamento na ideia de que Hobbes considerou a possibilidade 
de resistência civil, ampliando-se duas linhas de pensamento ou hipóteses. A 
primeira dessas se refere à liberdade dos súditos. Para Hobbes, em seu 
entendimento, o súdito não é obrigado a obedecer nenhuma ordem do soberano que 
tente contra sua própria vida e sua integridade física. 
O mais genial de tudo é que Hobbes procura explicar a e justificar o mundo, a 
partir das forças vivas que pulsam no seu interior, á realidade estatal. 
Falando politicamente, Hobbes era um conservador, jamais um totalitário, 
buscou fundamentar a sua persona civilis16 o seu paradigma com o Estado 
absolutista numa época,dominada pela concepção mecanicista do universo. 
 
14 Pacto de sujeição. 
15 Grande desonra infâmia. 
16 Pessoa Civil. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
Sendo o maior equívoco de sua obra e de Bodin, é a renúncia dos súditos a 
segurança jurídica e a á liberdade e á participação política. 
 
LOCKE: O PODER CIVIL DA COMMONWEALTH17 
 
A filosofia do autor em questão, primeiro interprete inglês do iluminismo, 
apareceu inserida nos ensaios publicados em 1690, com o intuito de publicar alguns 
princípios de Whigs (membros do Partido político inglês a favor da Reforma) 
consolidados na Revolução Gloriosa. A doutrina de Locke encontra suas bases na 
de Hobbes em função social do Estado, pretendo explicar o nascimento histórico do 
aparato estatal por meio do pactum societati18, 
Para John Locke, o poder político se constitui em poder derivado e não em 
poder originário. O homem possui dois poderes no seu estado de natureza: primeiro 
o de fazer tudo o que é permitido pelas leis naturais; e segundo o de punir os delitos 
cometidos contra essas leis. Assim, da renúncia ao primeiro deriva o poder do 
Estado de fazer leis para garantir a conservação dos indivíduos, em particular, da 
sua propriedade; da renúncia ao segundo deriva a força conjunta do Estado, que 
tem condições de punir os que violam estas leis. Portanto, os dois poderes típicos do 
Estado em Locke são o legislativo e o executivo. 
O poder civil em Locke, nada mais é do que a derivação do poder natural dos 
homens e não um poder originário. O Estado de posse deste poder instaura as leis e 
pune aqueles que violam as mesmas, com o único objetivo de resguardar os direitos 
naturais do homem. 
Do ponto de vista do construtivismo, Locke, além de algumas concepções de 
Pufendorf19·, inspirou-se nos preceitos hobbesianos. Desta forma a teoria Política 
começa a descrição do estado da natureza, como uma situação de liberdade e 
igualdade: é uma condição em que os homens livres apara decidirem suas ações, 
dispor de seus bens e de suas pessoas, e sendo iguais compreendem a igualdade 
como a situação em que a reciprocidade determina o poder de toda competência, 
mas não é o estado de permissividade em que eles podem pilhar uns aos 
outros(The second treatise of governmente, Cap.II, inciso 4° e 6º). 
 
17 Comunidade de Nações. 
18 Contrato social. 
19 Foi um jurista alemão. Expoentes da corrente jusnaturalista. Obra: de Jure nature El gentium. Cap. I. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
O estado de natureza está regido como um direito natural, que se impõe a 
todos com respeito á razão, que é esse direito,toda humanidade aprende que, 
sendo todos iguais e independentes, ninguém deve lesar os outros em sua vida, 
identidade e posses. Sendo assim, as leis positivas ao invés de cessarem as leis da 
natureza, ao contrário, agrupam as mesmas e em muitos casos até as avigoram na 
medida em que a sua observância é tanto maior quanto mais claras e versadas são 
as penalidades pelo seu não cumprimento. Em suma, não há lei positiva que seja 
legítima se não observa os direitos naturais já existentes à constituição da 
sociedade civil. 
Porém, Locke discorda com Hobbes, no que se refere ao estado natural, que 
para Hobbes, que o Estado da natureza diferencia-se do estado de guerra é um 
estado de paz, benevolência e assistência e conservação recíproca, o outro é um 
estado de hostilidade, maldade, violência e muita destruição (era anomia e guerra 
total. (The second treatise of governmente, Cap.III, inciso 19°). 
 Em seu enunciado Locke dizia que o estado natural, há guerra parcial, e 
intermitente, devido à inexistência de leis positivas e de juízes competentes para 
julgar. 
Segundo Hobbes, no estado da natureza, caracterizado pela anomia e 
anarquia, a guerra total surge o ab initio20, havendo de se identificar onde se situam 
conflito, e contê-lo de forma drástica. Assim impõe-se a sua supressão, em favor do 
estado civil por meio do pacto da união, que deve ter leis que protejam e defendam 
os seus súditos. 
No estado da natureza para Locke, há querra parcial e intermitente, devido a 
leis positivas e de juízes competentes com autoridade para julgar. 
Locke teorizou o possessive individualism21, os pilares do estado limitado. 
Locke tornou-se o marco teórico do Estado liberal de direito ao preconizar o poder 
civil derivado do consentimento popular. Fala que a liberdade só pode existir pela 
limitação do Poder Estatal. 
Ao falar do direito de propriedade, Locke, o homem usufrui de muitos direitos, 
porém, o gozo deles é precário devido as invasões. Assim Locke tem por objetivo 
principal e capital da união de homens de comunidade civil e submissão dea 
 
20 Expressão latina que significa desde o início, desde o começo. 
21 Individualismo possessivo- a pessoa é essencialmente proprietária de suas própria pessoa e de sua 
capacidade.Por isso nada deve a sociedade. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
governos é o gozo pacífico e seguro da propriedade. Converte então a ordem de 
propriedade burguesa como substrato natural e do poder estatal fundamental 
contratualmente. Estabelecida a sociedade civil há de se determinar a ordem do 
governo, observando-se que, qualquer que seja a opção, tal governo deverá atender 
demandas da commonwealth ou comunidade social: 
a) Fazer Leis dotadas de sanção, incluindo a pena de morte, com o 
fim de regular a propriedade; 
b) Empregar a força da comunidade, para a boa executoriedade da 
lei; 
c) Defender a commonwealth contra inimigos externos garantindo 
destarte ao bem público. 
O legislativo é o poder supremo que as vota, quer seja elepermanente ou 
intermitente, submetendo-se aos seguintes limites: 
a) Deve governar com leis estabelecidas e promulgadas, e abster-se de 
modificá-las em casos particulares; 
b) As leis devem ter finalidade com o bem comum; 
c) Não deve instituir impostos sobre as propriedades do povo sem que 
esta expresse seu consentimento, individualmente e de seus 
representantes; 
d) Não deve e nem pode transferir para outros, o poder de legislar, muito 
menos depositá-lo sem outras mãos, se não aquelas que o povo 
confiou. (The second treatise of government, Cap. IX, inciso 135 e 
142). 
Para Locke a proteção do direito da propriedade não se realiza por meio de 
direitos fundamentais, e sim a partir do voto, adstrito tão somente aos proprietários. 
 
MONTESQUIEU: L’ESPIRIT DES LOIS E O SISTEMA DE FREIOS E 
CONTRAPESOS NA SEPARAÇÃO DAS FUNÇÕES 
A teoria da separação dos poderes de Montesquieu passa a ser vista no meio 
daqueles que procuravam a democracia através de seus ditames constitucionais 
como sistema de freios e contrapesos. Este sistema admitia que o Estado praticasse 
dois tipos de atos, os gerais e os especiais. 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
O autor abandona a premissa de contrato social empreendendo na tarefa de 
desenvolver uma teoria sociológica do governo e do direito, demonstrando a 
estrutura e funcionamento de ambos. 
Em concordância com o L’Espirit de Lois, antes estão todas as leis da 
natureza, derivadas unicamente da constituição do ser humano. 
Vivendo em sociedade, os homens perdem o sentimento de sua fragilidade, 
pois a igualdade existente entre eles desaparece gerando dois tipos de estado de 
guerra: 
a) Quando a sociedade particular começa a sentir sua força, implicando 
estado de guerra de nação a nação; 
b) Quando os particulares, também, em cada sociedade, presentem sua 
força, procurando colocar a seu favor as principais vantagens desta 
sociedade, acabando por despertar a bellum omnium contra 
omnes22 
 
Montesquieu subverte as tipologias da tradição(regimes, segundo critério 
quantitativo dos governantes) a superior distinção entre governos moderados e não 
moderados aas três principais espécies clássicas de governo: 
a) A Republicana-aquela que o povo em seu conjunto tem o poder 
(democracia) ou apenas parte (aristrocacia); 
b) A Monárquica- aquela na qual só um governa, por meio de leis fixas e 
estabelecidas. 
c) A Despótica- aquela que um só governa- sem regras e sem lei, impõe 
a sua vontade, e seus caprichos(L’Espirit de Lois, Liv.II, Cap.I). 
 
Não obstante, Montesquieu, foi o primeiro filósofo a explicar o Estado e a 
atividade política de modo programático. A liberdade política do cidadão para 
ele significava a tranqüilidade de espírito oriunda da opinião de que cada um 
tem sua própria segurança, e para que usufrua dessa liberdade é necessário 
que o governo seja tal, que um cidadão não tema o outro. 
 
 
22 "A guerra de todos contra todos". 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
A partir dos moldes da constituição inglesa, Montesquieu dividiu os três 
poderes da seguinte forma: 
 
- O Executivo seria regido pelo rei, com o poder de veto sobre as decisões 
do legislativo que era formado pelo parlamento (ou legislativo). 
 
- O Legislativo, sempre convocado pelo executivo, seria constituído por duas 
esferas: uma de pessoas da própria sociedade (o “corpo dos comuns”) que era 
composta por pessoas do povo, que representavam as mais diferentes classes 
sociais e outra constituída por nobres, intelectuais e pessoas influentes que 
apresentavam herança hereditária de influência ou poder (o “corpo dos nobres”) e 
continham o poder de veto sobre as decisões e propostas do corpo dos comuns. 
Eram assembleias autônomas que sugeriam propostas de leis e estatutos que iriam 
reger a monarquia e o estado, tendo de passar pela aprovação do rei. 
 
- O Judiciário não deveria ser único, pois acatava que nobres deveriam ser 
julgados por outros nobres, o que segundo alguns teóricos, indica que Montesquieu 
não defendia uma igualdade de todos perante a lei. Outra visão é de que, para 
diferentes particularidades de cada caso, houvesse diferentes tribunais, todos eles 
refletindo segundo a constituição do país a sentença de acordo com o caso. 
 
O autor Montesquieu, influenciou logo em seguida na criação da constituição 
dos Estados Unidos e, automaticamente, a tripartição dos poderes se tornou a 
alicerce de qualquer esfera democrática no mundo contemporâneo.ROUSSEAU: LA VOLONTÉ GÉNÉRALE23 COMO EXPRESSÃO DAS LEIS 
A vontade geral não é outra coisa senão a "vontade do corpo político" 
entendido como "ser moral" - é a vontade do soberano. Como pessoa moral, o 
soberano teria uma vontade, em sentido comparável ao que ocorre com as pessoas 
naturais. Duas questões, porém, se impõem, em analogia a essa primeira leitura - de 
resto, amplamente respaldada pelos textos de Rousseau: a primeira diz respeito à 
forma como devemos tomar e interpretar essa analogia (uma remissão aos 
 
23 Vontade Geral 
Teoria do Estado-Resumo- Cap. 5- Mário Lúcio Quintão 
desdobramentos da teoria dos seres morais em Hobbes e Puffendorf, em especial, 
se faz necessária para isso, mas não exploraremos essa via, neste texto); a 
segunda aponta para uma duplicidade que cerca o conceito de "vontade", que tanto 
pode fazer referência a à faculdade de querer quanto ao ato de querer, que 
poderíamos esse último, identificar com a decisão. Entretanto, se o fato de um corpo 
moral (coletivo) tomar decisões não representa um problema especial, atribuir uma 
faculdade de querer à pessoa moral, que é o soberano, nos termos de Rousseau. 
A sociedade descrita por Rousseau, em primeiro momento, refere-se ao 
continuum,á medida que existe um conjunto de cidadão, de forma que cada um 
deles corresponde a uma parte proporcional da soberania, noutro o momento capta 
oportunamente o influxo da propriedade privada na ordem estamental que se 
transforma em ordenação classista.

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