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RESUMO DE O ALIENISTA

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INSTITUTO FEDERAL DE PERNAMBUCO
CAMPUS GARANHUNS
GABRIEL ALVES ROCHA
RESUMO DO CONTO MACHADIANO O ALIENISTA 
Resumo apresentado à disciplina de Língua Portuguesa II, ministrada 	pelo Prof. André Alexandre Padilha Leitão, como requisito parcial para 	obtenção de nota da Unidade IV
	
GARANHUNS – PE
2015
1. Resumo do conto O alienista
	O conto O Alienista (ASSIS, M. O alienista. São Paulo: Ática, 2000) de Machado de Assis vai se formar em torno do Dr. Simão Bacamarte, médico renomado formado na Europa. Após voltar à sua terra natal, Itaguaí, o seu objetivo é dedicar-se inteiramente à ciência, partindo para o estudo da insanidade. Ele se torna obcecado pelo assunto e decide fundar, com o apoio do governo local, um hospício para abrigar os loucos de Itaguaí. A Casa Verde. 
Ele continua seus trabalhos em torno da loucura e, repentinamente, aceita a teoria de que onde não há razão, consequentemente, há desequilíbrio mental. O boticário, Crispim Soares, aceita a ideia de Bacamarte, porém, o vigário Lopes acredita que esse pensamento pode ser uma ameaça para a vila.
Depois de formulada a teoria foi posta em prática. Simão começou internar na Casa Verde pessoas consideradas normais pelos moradores de Itaguaí. Os primeiros a serem internados foram: Martim, com mania de recitar, alfaiate Matheus, o vaidoso da Vila, Gil Bernardes que emprestava dinheiro sem querer nada em troca e até D. Evarista, mulher do médico, foi trancafiada no asilo. 
A população indignada pelo número insignificante de internações resolve organizar uma revolução para acabar com a “tirania” de Simão Bacamarte. A revolta foi liderada pelo barbeiro Porfírio, que prometia derrubar a Casa Verde. Entretanto, o barbeiro entrou em acordo com o médico e traiu os interesses iniciais da revolução. Isso foi motivo para um novo levante, agora liderado pelo barbeiro João Pina. Forças armadas vindas de outras terras restabeleceram a ordem e Simão retomou seus trabalhos.
A nova teoria do médico consentia como louco os que estavam em perfeito estado mental e não quem possuía juízo doentio. A partir desta teoria Simão Bacamarte liberta todos os loucos e prende na Casa Verde o vigário Lopes, a mulher de Crispim e Porfírio. Depois de estudar todos os presos Bacamarte solta todos mais uma vez, considerando-os curados
O alienista, Simão Bacamarte, não estava satisfeito com suas ideias e então decidiu formular mais uma. Chegou à conclusão de que ninguém estava de fato doente, os desequilíbrios faziam parte do comportamento de todos eles. Então, ele decide trancafiar-se na Casa Verde para estudar a sua sanidade mental, declarando ser o único equilibrado na vila. Sua morte deu-se 17 meses depois.
2. Caracterização das personagens
A personagem principal, Dr. Simão Bacamarte, é descrita como “… filho da nobreza da terra e maior dos médicos do Brasil, Portugal e das Espanhas.” (pág. 1). Estudou medicina em Coimbra e Pádua e aos trinta e quatro anos voltou para o Brasil, voltou à vila de Itaguaí. O desejo dele era se entregar ao estudo da ciência. Aos quarenta anos casou-se com D. Evarista, “… senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora… era mal composta de feições …” (pág. 1), que segundo o alienista reunia condições fisiológicas de primeira, estando apta a dar-lhe filhos robustos. Porém, D. Evarista não possuía as condições que Dr. Bacamarte enxergava, ela não lhe deu filhos. Outra personagem rica em detalhes na estória é Crispim Soares, amigo e comensal do alienista, era o boticário da vila. Crispim estava sempre ao lado do Dr. Simão Bacamarte, era sempre o primeiro a saber das novas ideias que surgiam da mente desvairada do amigo. Uma das personagens do conto que sempre estava ciente que essas ideias poderiam prejudicar a população é o Vigário Lopes. Dizia o vigário: “… isso de estudar sempre, sempre, não é bom, vira o juízo.” (pág. 2). Ele alerta a população sobre esses problemas. “A propósito da Casa Verde, a senhora não vem achá-la muito cheia de gente.”(pág. 22), dirige-se o vigário à D. Evarista.
	A loucura do alienista chegou ao nível de ser preciso controlá-la para a população de Itaguaí não se prejudicar. É a partir deste momento da obra que o personagem Porfírio é desenvolvido. “É preciso derrubar o tirano!” (pág. 16). Dizia o barbeiro Porfírio para incentivar a Revolta dos Canjicas, que tinha por objetivo derrubar a Casa Verde (a casa de orates) e parar as ideias loucas do alienista. 
Muitas das personagens vão sofrendo reviravoltas durante a estória. Crispim Soares, por exemplo, mantinha uma amizade com o alienista por interesses pessoais. Porfírio tinha o objetivo de ganhar poder em Itaguaí e não ajudar, de fato, a população. E isso deixa claro o que o conto quer mostrar ao leitor. As pessoas que compõem a sociedade são defeituosas.
3. Características do Realismo em trechos da obra
Subjetividade, mulher não idealizada, entendimento psicológico da sociedade, caracterização detalhada dos fatos, influência dos métodos experimentais entre outras características marcam o período da literatura realista. Podemos perceber que essas características estão presentes no conto, colocando-o na fase realista de Machado de Assis. No trecho “… senhora de vinte e cinco anos, viúva de um juiz de fora, e não bonita nem simpática … D. Evarista era mal composta de feições …” (pág. 1) podemos perceber que a mulher não é idealizada como no período romântico. Noutro trecho o autor procura analisar a parte psicológica da sociedade: “Suponho o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair a pérola, que é a razão; por outros termos, demarquemos definitivamente os limites da razão e da loucura. A razão é o perfeito equilíbrio de todas as faculdades; fora daí insânia, insânia e só insânia.” (pág. 10). Também podemos enxergar na obra aspectos da crítica sociopolítica. “Destruamos o cárcere de vossos filhos e pais, de vossas mães e irmãs, de vossos parentes e amigos, e de vós mesmos”(pág. 32), neste trecho o barbeiro, na liderança de revolução, instrui todos a derrubada da Casa Verde. Porém, Porfírio, após conseguir a liderança do governo, vai se mostrar um político buscando necessidades pessoais. “Engana-se vossa senhoria, engana-se em atribuir ao governo intenções vandálicas…” (pág. 39), aqui o barbeiro se mostra contrário a revolta e diz a Simão Bacamarte que não derrubará a Casa Verde.
4. Análise da obra
A obra ajudar a inaugurar a fase realista de Machado de Assis e apresenta diversas características que a obra desse escritor apresentará a partir de então, tais como a análise psicológica e a crítica social. Neste conto, Machado consegue mostrar e explorar o comportamento humano que vai além das aparências. Ele usa um humor amargo, a sátira, para denunciar a hipocrisia humana e uma sociedade fácil de ser manipulada pelo conhecimento e liderança. 
Ele vai explorar o que é lado e anormal, através de um médico que procurar entender os problemas psicológicos da população. Para Assis o homem é um ser ganancioso movido pela intenção de mais e mais poder. É exatamente isso que a gente pode ver em Porfírio, um homem cheio de interesses pessoais. 
Com uma linguagem clara e sucinta o autor deixa evidente, por meio de críticas, as complicações que eram enfrentadas no século XIX. Dessa forma, o leitor terá um melhor entendimento da leitura e com isso Machado Assis faz honra ao título de símbolo da literatura nacional.

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