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Processos Biológicos: LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO

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PROCESSOS BIOLÓGICOS: LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO
Rondonópolis - MT
2013
Amanda Natalien Tenório de Melo
Izabelle Sabatine da Silva Izaias
Jessica Fernanda de Oliveira Soares
Keylla Cristina de Almeida
PROCESSOS BIOLÓGICOS: LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO
Trabalho desenvolvido durante a disciplina de Águas e Efluentes integrando parte da avaliação referente ao terceiro bimestre, ministrado pelo professor Diogo Italo Segalen da Silva.
Rondonópolis - MT
2013
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Lagoa de Estabilização Zona Leste – Teresina (PI) 		07
Figura 2 – Diagrama lagoa facultativa 						09
Figura 3 – Sistema de lagoa anaeróbia seguido por lagoa facultativa 	10
Figura 4 – Diagrama lagoa aerada facultativa 					12
Figura 5 – Lagoa aerada de uma ETE no sul da França 			12
Figura 6 – Sistema de lagoa aerada de mistura completa seguida por lagoa de decantação 									13
Figura 7 – Sistema que consiste lagoa de maturação 			14
Figura 8 – Lagoa facultativa seguida por lagoa de maturação na Nova Zelândia 										14
Figura 9 – Variação da taxa de aplicação superficial (LS)			15
Figura 10 – Reuso direto da água 						16
Figura 11 – Reuso indireto planejado de água					17
Figura 12 – Tabela de influência de fatores climáticos			19
Figura 13 – Representação da taxa de aplicação superficial 		22
Figura 14 – Tabela de LS de acordo com a temperatura 			22
Figura 15 – Tabela da taxa de aplicação volumétrica 				23
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO								04 
PROCESSOS BIOLÓGICOS						05
LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO						06
TIPOS DE LAGOAS						08
Lagoas Facultativas 					08
Lagoas Anaeróbias – Lagoas Facultativas		10
Lagoas Aeradas Facultativas				11
Lagoas Aeradas de Mistura Completa – Lagoas de Decantação							13
Lagoas de Maturação					14
APLICAÇÃO								15
LOCALIZAÇÃO							18
INFLUÊNCIA DE FATORES CLIMÁTICOS			19
CARGA DE MATÉRIA ORGÂNICA				20
DIMENSIONAMENTOS						21
CONCLUSÃO								24
REFERÊNCIAS								25
introdução
Atualmente, o tratamento biológico de esgotos é o mais utilizado, devido a seu baixo custo e alta eficiência, podendo ser classificado em três tipos: Lodos Ativados, Lagoas Aeradas e Lagoas de Estabilização. No entanto, o foco deste trabalho são as Lagoas de Estabilização.
Lagoas de Estabilização são sistemas de tratamento biológico e químico em que a estabilização da matéria orgânica é realizada pela oxidação bacteriológica (oxidação aeróbia ou fermentação anaeróbia) e/ou por redução fotossintética das algas. Há vários tipos de sistemas de lagoas: Lagoas facultativas, sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas, lagoas aeradas facultativas, sistema de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação e lagoas de maturação. Estes são escolhidos levando em consideração fatores como disponibilidade de área, a temperatura local, latitude, exposição solar, altitude, grau de eficiência desejado, dentre outros.
As águas residuárias domésticas tratadas nas lagoas de estabilização podem ser aproveitadas em diversos usos, como: irrigação de culturas, de áreas de parques e de campos esportivos; dessedentação de animais; aquicultura; recarga de aquíferos subterrâneos; e outros.
Processos biológicos
Atualmente, o tratamento de esgotos mais utilizado, devido a seu baixo custo e alta eficiência, é o biológico. Esse tratamento pode ser classificado em três tipos: Lodos Ativados, Lagoas Aeradas e Lagoas de Estabilização. Estes processos podem ainda ocorrer de três formas: aeróbias, anaeróbias e facultativas, sendo diferenciadas pelos tipos de microrganismos envolvidos no processo, pois todos transformam a matéria orgânica em compostos simples, como CO2, H20 e sais minerais, além de acelerarem o processo natural de degradação biológica da matéria orgânica.
Nos processos aeróbios são utilizados microrganismos que realizam a digestão com oxigênio. Eles são mais resistentes a certas variáveis ambientais, como a temperatura, mas exigem a utilização permanente de ventiladores para a oxigenação do ambiente.
O processo anaeróbio é pouco desenvolvido no mundo, pois em países frios são inconvenientes. Tudo porque a atividade das bactérias anaeróbias, que consomem a matéria orgânica sem a utilização do oxigênio, só é eficiente em temperaturas que variam de 24 a 29 °C. Esse tipo de bactéria resiste menos às variações ambientais e climáticas, mas em países de clima quente tendem a ser mais eficazes por dispensarem gastos com aquecedores e ventiladores nos reatores. 
Já nos processos facultativos, estão presentes duas formas de microrganismos: algas e bactérias. As algas desempenham papel fundamental e se encontram em maior concentração que as bactérias. 
lagoas de estabilização
Lagoas de Estabilização são sistemas de tratamento biológico e químico em que a estabilização da matéria orgânica é realizada pela oxidação bacteriológica (oxidação aeróbia ou fermentação anaeróbia) e/ou por redução fotossintética das algas. 
As Lagoas de Estabilização também podem ser definidas como um corpo de água lêntico, construído pelo homem e destinado a armazenar resíduos líquidos de natureza orgânica (esgoto sanitário bruto e sedimentado, despejos industriais orgânicos e oxidáveis ou águas residuárias oxidadas). Seu tratamento é feito através de processos naturais físicos, biológicos e bioquímicos, denominados autodepuração ou estabilização. Esses processos naturais, sob condições parcialmente controladas, são os responsáveis pela transformação de compostos orgânicos putrescíveis em compostos minerais ou orgânicos mais estáveis.
Modernamente, deve existir nessas lagoas um equilíbrio entre as condições locais e a carga poluidora, e, além disso, devem cumprir dois objetivos principais: a proteção ambiental (com a remoção da DBO) e a proteção da saúde pública (com a remoção dos organismos patogênicos). Caso contrário, haverá exalação de mau cheiro, estética desfavorável, efluente com DBO elevada, coliformes fecais em excesso, mosquitos, etc.
Assim, a dinâmica dos sistemas biológicos de tratamento de águas residuárias, do tipo lagoas de estabilização, em regiões tropicais, acelera a disponibilidade de nutrientes eutrofizantes, pois é um ambiente hipereutrófico que, sob condições especiais de isolação e temperaturas elevadas, criam condições que favorecem o florescimento de cianobactérias e algas. 
As bactérias, fungos, algas, protozoários, rotíferos e outros microrganismos participam ativamente no tratamento biológico de águas residuárias. A matéria orgânica é estabilizada pela ação das bactérias heterotróficas, com participação de fungos e protozoários. Os rotíferos são capazes de metabolizar partículas de sólidos maiores que se apresentam em flocos e que os protozoários não podem assimilar. As algas e cianobactérias são produtoras primárias fotossintetizantes que se desenvolvem a partir do gás carbônico e nutrientes, sendo estimuladas por fosfatos e amônia, os quais estão presentes em esgotos domésticos sob a catálise de luz. Sendo assim, contribuem para produção de oxigênio fotossintético necessário ao processo bacteriano de oxidação da matéria orgânica, para modificações do pH ao longo do ciclo diário, para a eliminação de bactérias patogênicas e para a remoção de nutrientes, em especial nitrogênio e fósforo. 
Lagoa de Estabilização Zona Leste – Teresina (PI)
TIPOS DE LAGOAS
Os tipos de lagoas empregados dependem da área disponível, topografia do terreno e grau de eficiência desejado. Podem ser empregados os seguintes tipos de sistemas de lagoas de estabilização:
Lagoas facultativas;
Sistema de lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas (Sistema Australiano);
Lagoas aeradas facultativas;
Sistema de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação;
Lagoas de maturação.
Lagoas Facultativas 
 O processo de tratamento por lagoas facultativas é o mais simples entre os outros sistemas de lagoas de estabilização. De modo geral, o processo consiste na retençãodos esgotos por um período de tempo longo o suficiente para que os processos naturais de estabilização da matéria orgânica se desenvolvam. As principais vantagens e desvantagens das lagoas facultativas estão associadas, portanto, a predominância dos fenômenos naturais. Estes podem ocorrer em três zonas da lagoa: zona anaeróbia, zona aeróbia e zona facultativa. 
        O efluente entra por uma extremidade da lagoa e sai pela outra. Neste percurso, que pode demorar vários dias, o esgoto sofre os processos que irão resultar em sua purificação. Após a entrada do efluente na lagoa, a matéria orgânica em suspenção (DBO particulada) começa a sedimentar formando o lodo de fundo. Este sofre tratamento anaeróbio na zona anaeróbia da lagoa. Já a matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) e a em suspensão de pequenas dimensões (DBO finamente particulada) permanecem dispersas na massa líquida. Estas sofrerão tratamento aeróbio nas zonas mais superficiais da lagoa (zona aeróbia). Nesta zona há necessidade da presença de oxigênio. Este é fornecido por trocas gasosas da superfície líquida com a atmosfera e pela fotossíntese realizada pelas algas presentes fundamentais ao processo. Para isso, há necessidade de suficiente iluminação solar, por isso estas lagoas são implantadas em lugares de baixa nebulosidade e grande radiação solar. Na zona aeróbia há um equilíbrio entre o consumo e a produção de oxigênio e gás carbônico. Enquanto as bactérias produzem gás carbônico e consomem oxigênio através da respiração, as algas produzem oxigênio e consomem gás carbônico na realização da fotossíntese. As reações são praticamente as mesmas com direções opostas.
Diagrama lagoa facultativa
À medida que se afasta da superfície da lagoa, a concentração de oxigênio diminui devido a menor ocorrência da fotossíntese. Durante a noite não há realização de fotossíntese e a respiração continua ocorrendo. Esta zona, onde pode ocorrer ausência ou presença de oxigênio, é denominada zona facultativa. Nela, a estabilização de matéria orgânica ocorre por meio de bactérias facultativas, que podem sobreviver tanto na ausência quanto na presença de oxigênio.
Como as lagoas facultativas dependem da fotossíntese para a produção de oxigênio, a eficiência desse tipo de sistema de tratamento depende da disponibilidade de grandes áreas para que a exposição à luz solar seja adequada, podendo a chegar a valores de 70 a 90% de remoção de DBO. Como a atividade fundamental do processo consiste no desenvolvimento das algas e estas da presença de luz, as profundidades das lagoas restringem-se a valores variáveis entre 1,5 e 2,0 metros, porém, com volumes elevados, de forma a permitir a manutenção de grandes períodos de detenção, em geral, de 15 a 20 dias. 
Lagoas Anaeróbias – Lagoas Facultativas
O sistema de tratamento de esgotos constituído por lagoas anaeróbias seguidas por lagoas facultativas é conhecido também como sistema australiano.
As lagoas anaeróbias  são normalmente profundas,  variando de  4 a 5 metros. A profundidade tem a finalidade de impedir que o oxigênio produzido pela camada superficial seja transmitido às camadas inferiores. Para garantir as condições de anaerobiose é lançada uma grande quantidade de efluente por unidade de volume da lagoa. Com isto, o consumo de oxigênio será superior ao reposto pelas camadas superficiais. Como a superfície da lagoa é pequena comparada a sua profundidade, o oxigênio produzido pelas algas e o  proveniente da reaeração atmosférica são considerados desprezíveis. No processo anaeróbio, a decomposição da matéria orgânica gera subprodutos de alto poder energético (biogás) e, desta forma, a disponibilidade de energia para a reprodução e metabolismo das bactérias é menor que no processo aeróbio. 
Sistema de lagoa anaeróbia seguido por lagoa facultativa
A eficiência de remoção de DBO por uma lagoa anaeróbia é da ordem de 50 a 60%. Como a DBO efluente é ainda elevada, existe a necessidade de outra unidade de tratamento. Neste caso, esta unidade constitui-se de uma lagoa facultativa, porém esta necessitará de uma área menor devido ao pré-tratamento do esgoto na lagoa anaeróbia. O sistema lagoa anaeróbia mais lagoa facultativa representa uma economia de cerca de 1/3 da área ocupada por uma lagoa facultativa trabalhando como unidade única para tratar a mesma quantidade de esgoto. Devido à presença da lagoa anaeróbia, maus odores, provenientes da liberação de gás sulfídrico  podem ser consequências de problemas operacionais. Por este motivo, esse sistema deve ser localizado em áreas afastadas, longe de bairros residenciais. 
Lagoas Aeradas Facultativas
 Na Lagoa Aerada Facultativa consegue-se um sistema predominantemente aeróbio e de dimensões reduzidas. A principal diferença com relação à lagoa facultativa convencional é quanto à forma de suprimento de oxigênio. Enquanto na lagoa facultativa o oxigênio é advindo principalmente da fotossíntese, na lagoa aerada facultativa o oxigênio é obtido através de aeradores. Estes se constituem de equipamentos providos de turbinas rotativas de eixo vertical que causam um grande turbilhonamento na água através de  rotação em grande velocidade. O turbilhonamento da água facilita a penetração e dissolução do oxigênio. Tendo em vista a maior introdução de oxigênio na massa líquida do que é possível numa lagoa facultativa convencional, há uma redução significativa no volume necessário para esse tipo de sistema, sendo suficiente um tempo de detenção hidráulica variando de 5 a 10 dias, e como consequência, o requisito de área é menor. 
Diagrama lagoa areada facultativa
A lagoa é denominada de facultativa pelo fato do nível de energia introduzido pelos aeradores ser suficiente apenas para a oxigenação, mas não para manter os sólidos em suspensão na massa líquida. Assim, os sólidos tendem a sedimentar e formar uma camada de lodo de fundo, a ser decomposta anaerobiamente.
Lagoa aerada de uma ETE no sul da França
A lagoa aerada pode ser utilizada quando se deseja um sistema predominantemente aeróbio e a disponibilidade de área é insuficiente para a instalação de uma lagoa facultativa convencional. Devido à introdução de equipamentos eletromecânicos, a complexidade e manutenção operacional do sistema são maiores, além da necessidade de consumo de energia elétrica. A lagoa aerada pode também ser uma solução para lagoas facultativas que operam de forma saturada e não possuem área suficiente para sua expansão. 
Lagoas Aeradas de Mistura Completa – Lagoas de Decantação
No sistema de lagoas aeradas de mistura completa seguida por lagoas de decantação, o grau de energia introduzido é suficiente para garantir a oxigenação da lagoa e manter os sólidos suspensos e a biomassa dispersos na massa líquida. Devido a isto, o efluente que sai de uma lagoa aerada de mistura completa, possui uma grande quantidade de sólidos suspensos e  não é adequado para ser lançado diretamente no corpo receptor. Para que ocorra a sedimentação e estabilização destes sólidos é necessária a inclusão de unidade de tratamento complementar, que neste caso, são as lagoas de decantação. 
O tempo de detenção nas lagoas aeradas é da ordem de dois a quatro dias e nas lagoas de decantação da ordem de dois dias. O acúmulo de lodo nas lagoas de decantação é baixo e sua remoção geralmente é feita com intervalos de 1 a 5 anos.  Este sistema ocupa uma menor área e tem requisitos energéticos maiores que outros sistemas compostos por lagoas.
Sistema de lagoa aerada de mistura completa seguida por lagoa de decantação
Lagoas de Maturação
As lagoas de maturação são predominantemente aeróbias projetadas para receber efluentes já tratados em nível secundário, em virtude da remoção de grande parte da carga orgânica nos tratamentos precedentes. Sua função principal é eliminar os organismos patogênicos, para adequar a qualidade sanitária dos efluentes de modo a obedecer aos padrões de lançamento ou proporcionar o reuso dos efluentes. Entre os organismos a serem removidos, incluem-se bactérias,vírus, cistos de protozoários e os ovos de helmintos. 
Sistema que consiste lagoa de maturação
Lagoa facultativa seguida por lagoa de maturação na Nova Zelândia
APLICAÇÃO
Os sistemas de Lagoas de Estabilização constituem-se na forma mais simples para o tratamento dos esgotos. São diversas variantes com diferentes níveis de simplicidade operacional e requisito de área. Isso requer uma Taxa de aplicação superficial (LS), que varia com a temperatura local, latitude, exposição solar, altitude e outros, como mostra a Figura 9:
Variação da taxa de aplicação superficial (LS)
Há algumas vantagens na utilização das lagoas de estabilização, bem como: simplicidade e confiabilidade da operação; os processos naturais são confiáveis, pois não há equipamentos que possam estragar ou esquemas especiais requeridos. 
Entretanto, há também algumas desvantagens que se resumem ao fato da natureza ser lenta. Isso faz com que necessite longo tempo de detenção, o que implica em grandes requisitos de áreas; e a atividade biológica é afetada pela temperatura. 
As águas residuárias domésticas tratadas nas lagoas de estabilização podem ser aproveitadas em diversos usos como: 
Irrigação de culturas, de áreas de parques e de campos esportivos; 
Uso industrial; 
Dessedentação de animais;
Uso recreacional; 
Aquicultura;
Usos domésticos (jardinagem, lavagem de veículos e de pisos, refrigeração, descarga de vasos sanitários);
Recarga de aquíferos subterrâneos;
Manutenção de vazões mínimas em cursos d’água;
Usos urbanos (irrigação de áreas verdes, lavagem de ruas, combate a incêndios);
Dentre outros.
O reuso de água pode ser feito de forma direta ou indireta. Ele é considerado direto quando os efluentes, após devidamente tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, que pode ser interno (reciclagem) ou externo ao local onde são produzidos, como mostra a Figura 10:
Reuso direto de água
O reuso indireto pode ser feito de forma planejada ou não. Diz-se que o reuso indireto é planejado quando os efluentes, depois de convenientemente tratados, são descarregados de maneira planejada nos corpos d’água superficiais ou subterrâneos, para serem utilizados a jusante em sua forma diluída e de maneira controlada, em algum uso benéfico (Figura 11). O reuso indireto não planejado ocorre quando a água, já utilizada uma ou mais vezes em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. 
Reuso indireto planejado de água
LOCALIZAÇÃO
Para a construção de um Sistema de Lagoas de Estabilização, uma série de fatores deve ser levada em conta. O Brasil, assim como toda a América Latina, apresenta condições bastante adequadas para a construção de um desses. Alguns dos parâmetros são:
Suficiente disponibilidade de área em um grande número de localidades;
Construção simples e, de preferência, em terra barata;
Clima favorável (temperatura e insolação elevadas);
Deseja-se método de tratamento que não requeira muito equipamentos;
Operação simples;
Não requeira capacidade especial de operadores;
3m²/habitante;
No mínimo 500 metros de distância de áreas urbanizadas.
As Lagoas de Estabilização tiveram um desenvolvimento maior nos seguintes países: Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia, Israel, África do Sul, Índia, Canadá, e na América Latina, no Brasil, México, Colômbia, Peru, Costa Rica, Cuba, Equador. 
A primeira lagoa construída no Brasil foi a de São José dos Campos, em São Paulo. A maioria dessas lagoas aqui no Brasil foi construída no Sistema Australiano, sendo que foi a Austrália o primeiro país a fazer estudos e realizar o tratamento de esgotos em lagoas de séries.
INFLUÊNCIA DE FATORES CLIMÁTICOS
Nas Lagoas de Estabilização há influências de diversos fatores, alguns controláveis, outros não. Os fatores controláveis estão ligados diretamente ao projeto, como forma, tamanho, profundidade, carga e área da lagoa, tempo de detenção hidráulica, dispositivos de entrada e saída e métodos de operação. Já os incontroláveis são os que independem do projeto da unidade de tratamento. São eles: luz, temperatura, vento, entre outros.
Tabela de influência de fatores climáticos
CARGA DE MATÉRIA ORGÂNICA
A carga de matéria orgânica mede a concentração e a quantidade total de matéria orgânica presente em amostra de determinado volume de esgoto, em quilos de matéria orgânica por unidade de tempo. 
A Taxa de Aplicação Volumétrica e a Taxa de Aplicação Superficial são parâmetros importantes para determinar, respectivamente, se o sistema está saturado ou não para realizar a remoção da carga orgânica obtendo eficiência satisfatória. 
Os materiais orgânicos suspensos ou dissolvidos na água criam o que é conhecido como Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), significando que a decomposição desses materiais é feita por bactérias que consomem o oxigênio presente na água. A DBO é um teste padrão, realizado a uma temperatura constante de 20°C durante um período de incubação também fixo, cinco dias. É uma medida que procura retratar em laboratório o fenômeno que acontece no corpo d’água, sendo também conhecida por DBO5. 
A remoção da DBO em lagoas anaeróbias ocorre principalmente pela sedimentação dos sólidos sedimentáveis dos esgotos e subsequente digestão anaeróbia que ocorre predominantemente em temperaturas acima de 15°C. No fundo da lagoa anaeróbia, onde se forma uma camada de lodo, os produtos do metabolismo anaeróbios particularmente gasosos, tornam-se evidentes na superfície pela formação de bolhas de biogás (70% de metano e 30% de dióxido de carbono). Nas lagoas facultativas, a DBO é oxidada pelas bactérias heterotróficas, que estabelecem uma relação mutualística com as algas e cianobactérias. Estas algas convertem o gás carbônico em biomassa algal através da fotossíntese.
No caso das lagoas facultativas primárias, em determinadas horas do dia funcionam completamente desprovidas de oxigênio (à noite) e 30% da DBO5 afluente deixam o sistema em forma de metano. Como resultado da atividade bacteriana-algal, uma proporção grande de DBO5 efluente que não é transformada em metano é constituída por células de algas. 
Assim, em lagoas facultativas secundárias (e nas camadas superiores de lagoas facultativas primarias) a DBO5 remanescente é convertida em “DBO algal” e isso se manifesta na qualidade do efluente. Os problemas mais frequentes estão ligados às florações de algas e cianobactérias no corpo receptor com a liberação de toxinas e quando se decompõem com consumo extra de oxigênio ou pela sua demanda respiratória, causando a diminuição da disponibilidade de oxigênio, e produção de sabor e odor nas águas.
Em lagoas de maturação em série, a remoção de DBO5 é pequena, principalmente porque a maior parte da DBO5 já foi removida e pelas baixas concentrações de algas, resultado da baixa concentração de nutrientes. Apesar do número reduzido da biomassa algal, entre 70 e 90% da DBO5 do efluente da lagoa de maturação é devido à presença das algas.
DIMENSIONAMENTOS
Levantamentos baseados em projetos e sistemas em operação mostram a grande diversidade de critérios para dimensionamento das lagoas, criando uma série de dificuldades para a utilização desses sistemas. 
O dimensionamento de uma lagoa de estabilização para tratamento de águas residuárias baseia-se, essencialmente, na qualidade do resíduo a ser tratado e na concentração da DBO do efluente. A taxa de carga orgânica volumétrica é um parâmetro básico para projeto de digestores anaeróbios.
Para tratamento de águas residuárias fracas e médias (1.000 mg/L DBO5), uma simples lagoa anaeróbia normalmente é suficiente. Ela é projetada com base na carga orgânica volumétrica expressa em g DBO5/m3/d. Para águas residuárias fortes (1.000 < DBO5 < 30.000 mg/L ou mais), é vantajoso o pré-tratamento em uma série de lagoas anaeróbias. Já para o tratamento de resíduos muito concentrados, é necessária umaetapa preliminar para evitar assoreamento das lagoas. Vários sistemas têm sido propostos, dentre os quais o decantador de palhetas tem se destacado.
Numerosas técnicas têm sido apresentadas para modelar lagoas facultativas, as quais são baseadas na carga orgânica e tempo de detenção, bem como em equações de projetos empírico e racional. Cada um dos tipos de lagoas tem seus critérios definidos, como: 
Taxa de Aplicação Superficial;
Taxa de Aplicação Volumétrica;
Profundidade;
Tempo de detenção;
Geometria (relação comprimento/largura).
Desse modo, nas Lagoas Facultativas a taxa de aplicação superficial é determinada pela equação da Figura 13. Além disso, a taxa de aplicação depende da temperatura local, como mostra a Figura 14. 
Representação da taxa de aplicação superficial
Tabela de LS de acordo com a temperatura
A profundidade desta mesma lagoa varia de 1,5 a 2,0 metros, o seu tempo de detenção hidráulica resultante dura em média de 15 a 45 dias e a sua geometria é de 77,75m/404,75m.
As Lagoas Anaeróbias por sua vez tem a taxa de aplicação volumétrica variada conforme a temperatura média do ar como mostra a Figura 15. Estas ainda possuem o tempo de detenção de 3 a 6 dias e profundidade que varia entre 3,0 e 5,0 metros. Sua geometria é de 64,25m/106,25m. 
Tabela da taxa de aplicação volumétrica
As Lagoas de Maturação tem o tempo de detenção de 3 dias, profundidade que varia de 0,6 a 1,0 metros e taxa de aplicação superficial de 75% da taxa de lagoa facultativa. 
Por fim, nas Lagoas Aeradas Facultativas o tempo de detenção é de 5 a 10 dias, e a sua profundidade varia de 2,5 a 4,0 metros.
CONCLUSÃO
Lagoas de estabilização possuem diversas finalidades. As águas residuárias tratadas nelas podem ser usadas em manutenção de vazões mínimas em cursos d’água; usos domésticos (jardinagem, lavagem de veículos e de pisos, refrigeração, descarga de vasos sanitários); uso industrial ou recreacional; aquicultura; e outros. 
Para escolher o tipo de lagoa adequado, deve-se levar em consideração a qualidade do efluente a ser tratado, a disponibilidade do local, assim como, fatores climáticos, principalmente a temperatura, pois as lagoas precisam de ambientes com alta radiação solar, baixa pluviosidade. 
As vantagens das lagoas de estabilização estão relacionadas à simplicidade e confiabilidade da operação, além de quase não exigir equipamentos, o que evita atrasos no processo. Já as desvantagens se resumem ao fato da natureza ser lenta. Isso faz com que necessite longo tempo de detenção, o que implica em grandes requisitos de áreas. 
REFERÊNCIAS
BASSOI, Lineu José. Processos Biológicos. Disponível em: <http://www.agua.org.br/apresentacoes/59671_MetodosdeControleCIESP2.pdf>. Acesso em 02 de novembro de 2013.
BIBLIOTECA DIDÁTICA DE TECNOLOGIAS AMBIENTAIS. Lagoas. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~bdta/esgoto/lagoas.html>. Acesso em 13 de outubro de 2013.
COMPANHIA DE ÁGUA E ESGOTOS DE RORAIMA. Lagoas de Estabilização. Disponível em: <http://www.caer.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=35&Itemid=29>. Acesso em 13 de outubro de 2013.
SPERLING, Marcos Von. Lagoas de Estabilização. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAKQMAF/lagoas-estabilizacao-completo>. Acesso em 13 de outubro de 2013. 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. Lagoas de Estabilização. Disponível em: <http://www.ufpi.br/subsiteFiles/ces/arquivos/files/pasta/SII/Parte%20II-4-Lagoas.pdf>. Acesso em 13 de outubro de 2013.