Aula_3_-_Nova_Teoria_de_Comercio_Internacional

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Disciplina de Economia Internacional - Profa. Gabriela A. Venijio 
 
AULA 3 - NOVA TEORIA DO COMÉRCIO INTERNACIONAL 
 
Por que surgiu uma nova teoria? 
• Relembrando: 
• Smith = vantagens absolutas: 1 único fator de produção = trabalho. 
• A teoria não favorecia o livre comércio no caso dos países sem vantagem absoluta na 
produção de nenhum bem = foi superada. 
• Ricardo = vantagens comparativas: 1 único fator de produção = trabalho. 
• Diferencial: evidenciava que o comércio sempre teria vantagem sobre o isolamento = 
custo de produção. 
• Relembrando: 
• Ricardo também foi questionado 
• o que explicaria a diferença de custo de produção do mesmo produto em 
diferentes países, já que é ele que justifica o comércio entre os países? 
• Por que supor que os custos de produção são constantes? 
• Por que levar em consideração apenas um fator de produção (trabalho)? 
• Relembrando: 
• Heckscher-Ohlin: Modelo 2x2x2 
• Teoria enfatizava a diferença na dotação ou estoque de fatores de produção como 
principal determinante das vantagens comparativas 
• Ou seja: cada país deveria se especializar, produzir e comercializar o bem/serviço que 
requer utilização intensiva de seu fator de produção mais abundante. 
• Problema: e quando envolver mais de dois produtos? Como determinar qual deverá ser 
a especialização do país? 
• Relembrando: 
• Heckscher-Ohlin-Samuelson: comércio de bens como uma forma indireta de 
comerciar os fatores de produção contidos nas mercadorias = troca-se mercadorias 
porque não se pode mobilizar os fatores = teorema da equalização dos preços dos 
fatores de produção. 
EM SUMA: comércio de mercadorias tem o mesmo efeito sobre as taxas de salário e de 
retorno sobre o capital físico que a mobilidade desses fatores = equaliza suas respectivas 
remunerações 
• Relembrando: 
• Teorema de Stolper-Samuelson: o comércio beneficia o fator de produção abundante 
em detrimento do fator escasso de cada país 
• Especialização e comércio = preço do fator abundante aumenta / preço do fator 
escasso diminui. 
• Redistribuição da renda em favor do fator de produção que é abundante = mais um 
argumento favorecendo o comercio de bens/serviços com maior intensidade do fator 
de produção mais abundante. 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
Por que surgiu uma nova teoria? 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Teorias sempre tem aspectos positivos e normativos 
• Elas mudam porque, mudando-se a realidade, há uma necessidade de quebra de 
paradigma, a fim de se explicar o que as teorias anteriores não são mais capazes. 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
- Realidade = as teorias mostram-se limitadas frente à realidade do comércio 
internacional. 
- Evidência: o comércio é feito mais entre as empresas do que entre as nações 
- Necessidade de abordar novas frentes = comércio intra-setorial 
- Desafio: teorização desse fenômeno 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• - EM SUMA: 
 - teorias “puras”: especialização internacional é determinada pelas diferenças 
internacionais das técnicas de produção (Ricardo) ou pelas diferenças internacionais nas 
dotações relativas de fatores de produção (Hecksher-Ohlin). 
- O que acontece, então, se os custos de produção diminuíssem conforme as 
quantidades produzidas aumentassem? 
- Surgem novos enfoques para explicar os fluxo de comércio internacional 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Linder (1961) e o peso da demanda interna: 
• os produtos consumidos em um país são específicos à sua estrutura industrial e 
ao seu nível de renda per capita do país. 
• Mais renda = mais variedade de produtos consumidos = mais produtos ofertados para 
essa nova demanda, 
• LOGO: padrões de demanda são semelhantes em países com o mesmo nível de renda 
per capita = comércio mais intenso 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• PROBLEMA: países semelhantes = produção semelhante 
- A teoria não deixa claro como se dão os ganhos com o comércio, quais seriam suas fontes de 
vantagem. 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Teorias puras: especialização internacional é determinada pelas diferenças 
internacionais nas técnicas de produção (Ricardo) e pela dotação relativas dos fatores 
de produção (H-O-S) 
O que acontece, então, se os custos de produção diminuíssem conforme a quantidade 
produzida aumentasse? 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Posner (1961) e as Economias de Escala: 
• podem ser uma explicação alternativa para a explicação do comércio 
internacional e não está umbilicalmente ligada às teorias de vantagens 
comparativas = foco na tecnologia de produção. 
• Explicação: com um mercado interno grande, o país adquire vantagens na produção de 
um determinado bem = especialização. 
• Resultado: estabilidade na produção com menor custo. 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Economia de Escala podem ser: 
 A) Internas à empresa: quanto mais produz, menor o custo 
 
 B) Externas à empresa: o custo depende da indústria a que a empresa pertence 
 C) Internacionais: o custo depende do tamanho da indústria a nível mundial. 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Economias de Escala = podem ser uma explicação alternativa para a existência dos 
fluxos de comércio internacional. 
• Diferencial = não está umbilicalmente ligada à teoria das vantagens comparativas 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Três possibilidades de crescimento: 
a) Os rendimentos de escala em um setor podem aumentar com o aumento da produção 
daquele setor 
b) Os rendimentos em escala podem aumentar com o crescimento de outro setor 
c) Os rendimentos de escala podem aumentar com a produção daquele setor em nível 
mundial 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Modelos que associam a existência de economias de escala à determinação do fluxo de 
comércio: 
1) Modelo Kemp (1964): 
• Supõe 2 países e 2 produtos 
• Economias de escala externas a firma 
• Os ganhos de escala da firma dependem de outra firma 
• Dada a relação entre os preços dos fatores, a escolha do processo produtivo 
independe do nível de produção 
• A intensidade das economias de escala é semelhante em ambos os setores 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
2) Modelo Panagariya (1980): 
• Difere de Kemp = um fator de produção = trabalho 
• A produção da firma depende do volume de produção do setor a que ela 
pertence 
• Cada firma atua como se não tivesse poder de influenciar as decisões das 
demais firmas do setor 
Problema: economia “pequena” = não haveria possibilidade de especialização no setor com 
rendimentos crescentes de escala = abertura ao comércio seria pior que o isolamento quanto 
ao bem-estar social 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
3) Modelo Krugman (1979): 
• O modelo associa a existencia de economias de escala (internas à firma) a uma 
estrutura de mercado de tipo monopolística 
• Cada firma tem algum poder relativo no mercado, mas a existência de ganhos, atrai 
novos competidores, reduzindo as margens de lucro 
• O modelo está baseado na existência de um único fator de produção = trabalho 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Krugman supõe a possibilidade de comércio entre duas economias exatamente iguais 
= tecnologias e estruturas de demandas idênticas. 
• Como? 
• A abertura do mercado da outra economia amplia o tamanho do mercado percebido 
por cada firma 
• Mercado ampliado = ganhos derivados das economias de escala = redução do custo de 
produção para os itens fabricados 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Triplo efeito positivo para o comércio: 
• Aumento na escala de produção 
• maior variedade de produtos disponíveis para o consumidor 
• Os benefícios afetarão a todos os indivíduos do sistema, aumentando o nível 
de bem-estar social em proporção maior do que previsto nos modelos 
convencionais 
• Problema: não é possível prever o padrão de especialização = quemexporta o quê. 
• Nova Teoria do Comércio Internacional 
• Grande contribuição de Krugman: as economias de escala abrem enormes 
possibilidades para a existência de intercambio, mesmo em situações de semelhança 
nas dotações de fatores. Nova Teoria do Comércio Internacional