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PENSAMENTO - Psicopatologia

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PENSAMENTO E SUAS ALTERAÇÕES
[...] O pensamento se constitui a partir de elementos sensoriais, que, embora não sejam propriamente intelectivos, podem fornecer substrato para o processo do pensar: são as imagens perceptivas e as representações.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PENSAMENTO
1. CONCEITO
2. JUÍZO
3. RACIOCÍNIO
CONCEITOS
Se formam a partir das representações [...] O conceito não apresenta elementos de sensorialidade, não sendo possível contemplá-lo, nem imaginá-lo. Trata-se de um elemento puramente cognitivo, intelectivo, não tendo qualquer resquício sensorial. [...] Nos conceitos, exprimem-se apenas os caracteres mais gerais dos objetos e dos fenômenos. Para a formação dos conceitos são necessários dois passos fundamentais: ELIMINAÇÃO DOS CARACTERES DE SENSORIALIDADE e GENERALIZAÇÃO.
JUÍZOS
Processo que conduz ao estabelecimento de relações significativas entre os conceitos básicos. O juízo consiste, a princípio, na afirmação de uma relação entre dois conceitos.
RACIOCÍNIO
Função que relaciona os juízos. O processo do raciocínio representa um modo especial de ligações entre conceitos, de seqüência de juízos, de encadeamento de conhecimentos, derivando sempre uns dos outros. [...] A ligação entre juízos conduz à formação de novos juízos.
DIMENSÕES DO PROCESSO DE PENSAR
CURSO DO PENSAMENTO: é o modo como o pensamento flui, a sua velocidade e seu ritmo ao longo do tempo.
FORMA DO PENSAMENTO: é a sua estrutura básica, sua “arquitetura”, preenchida pelos mais diversos conteúdos e interesses do indivíduo.
CONTEÚDO PENSAMENTO: aquilo que dá substância ao pensamento, os seus temas predominantes, o assunto em si.
ALTERAÇÕES DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PENSAMENTO
ALTERAÇÃO DOS CONCEITOS
DESINTEGRAÇÃO DOS CONCEITOS
Ocorre quando os conceitos sofrem um processo de perda de seu significado original. [...] Os conceitos se desfazem, e uma mesma palavra passa a ter significados cada vez mais diversos. [...] É bastante característica da esquizofrenia [...] e nas síndromes demenciais. 
Ocorre quando dois ou mais conceitos são fundidos, o paciente involuntariamente condensa duas ou mais idéias em um único conceito, que se expressa por uma nova palavra. 
CONDENSAÇÃO DOS CONCEITOS
ALTERAÇÕES DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PENSAMENTO
ALTERAÇÃO DOS JUÍZOS
JUÍZO DEFICIENTE OU PREJUDICADO
É um tipo de juízo falso que se estabelece porque a elaboração dos juízos é prejudicada por deficiência intelectual e pobreza cognitiva do indivíduo. Aqui, os conceitos são inconsistentes; e o raciocínio pobre e defeituoso. Os juízos são por demais simplistas, concretos e sujeitos à influências do meio social.
JUÍZO DE REALIDADE ou DELÍRIO (Próximo capítulo)
ALTERAÇÕES DOS ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PENSAMENTO
ALTERAÇÃO DO RACIOCÍNIO E DO ESTILO DE PENSAR
O que caracteriza o pensamento normal é ser regido pela lógica formal e orientar-se segundo a realidade e os princípios de racionalidade da cultura na qual o indivíduo se insere. Segundo a visão Aristotélica, os princípios básicos do pensamento lógico-formal que orientam o pensamento tido como normal são:
ALTERAÇÃO DO RACIOCÍNIO E DO ESTILO DE PENSAR
Princípio da IDENTIDADE: denominado princípio da não-contradição.
Princípio da CAUSALIDADE: a causa não pode ser ao menos tempo efeito.
Lei da PARTE e do TODO: discrimina rigorosamente a parte do todo.
ALTERAÇÃO DO RACIOCÍNIO E DO ESTILO DE PENSAR
TIPOS ALTERADOS DE PENSAMENTO
O tipo e estilo do pensamento comum, não acometido por nenhuma psicopatologia, é apenas precariamente lógico. Normalmente as pessoas tendem a usar estereótipos e baseiam muito suas conclusões em premissas que não são verdadeiras, dando verdadeiros saltos de impressões vagas para conclusões precisas.
PENSAMENTO MÁGICO
Tipo de pensamento que fere frontalmente os princípios da lógica formal [...]. O pensamento mágico segue os desígnios dos desejos, das fantasias e dos temores, conscientes ou inconscientes do sujeito, adequando a realidade ao pensamento, e não o contrário.
PENSAMENTO DEREÍSTICO
[...] Algo semelhante ao pensamento mágico, é um tipo de pensamento que se opõe marcadamente ao pensamento realista, o qual se submete à lógica e à realidade. Aqui o pensamento só obedece à lógica e à realidade naquilo que interessa ao desejo do indivíduo, distorcendo a realidade para que esta se adapte aos seus anseios. 
PENSAMENTO CONCRETO ou CONCRETISMO
Trata-se de um tipo de pensamento no qual não ocorre a distinção entre dimensão abstrata e simbólica e dimensão concreta e imediata dos fatos. O indivíduo não consegue entender ou utilizar metáforas, o pensamento é muito aderido ao nível sensorial da experiência. 
PENSAMENTO INIBIDO
Aqui ocorre a inibição do raciocínio, com diminuição da velocidade e do número de conceitos, juízos e representações utilizados no processo de pensar, tornando-se o pensamento lento, rarefeito, pouco produtivo à medida que o tempo flui.
PENSAMENTO VAGO
As relações conceituais, a formação dos juízos e a concatenação destes em raciocínios são caracterizadas pela imprecisão. O paciente expõe um pensamento ambíguo, podendo mesmo parecer obscuro.
PENSAMENTO PROLIXO
Aqui, o paciente não consegue chegar a qualquer conclusão sobre o tema de que está tratando, senão após muito tempo e esforço. O paciente dá longas voltas ao redor do tema, e mescla, de forma imprecisa, o essencial com o supérfluo.
PENSAMENTO DEFICITÁRIO (ou OLIGROFRÊNICO)
É um pensamento de estrutura pobre e rudimentar. O indivíduo tende ao raciocínio concreto; os conceitos são escassos e utilizados em sentido mais literal que abstrato ou metafórico. A abstração apenas ocorre com dificuldade, sem consistência ou grande alcance.
PENSAMENTO DEMENCIAL
Trata-se também de pensamento pobre, porém tal empobrecimento é desigual, ao contrario do que ocorre no pensamento deficitário, no qual o empobrecimento é mais homogêneo. Em certos pontos, o pensamento demencial pode revelar elaborações mais ou menos sofisticadas, embora de forma geral seja imperfeito, irregular, sem unidade ou congruência.
PENSAMENTO CONFUSIONAL
Verifica-se, devido à turvação da consciência, um pensamento incoerente, de curso tortuoso, que impede que o indivíduo apreenda de forma clara e precisa os estímulos ambientais e possa, assim, processar seu raciocínio adequadamente.
PENSAMENTO DESAGREGADO
Pensamento radicalmente incoerente, no qual os conceitos e os juízos não se articulam minimamente de forma lógica. O paciente produz um pensamento que se manifesta como uma mistura aleatória de palavras, que nada comunica ao interlocutor.
PENSAMENTO OBSESSIVO
Aqui, predominam idéias ou representações que, apesar de terem conteúdo absurdo ou repulsivo para o indivíduo se impõem à consciência de modo persistente e incontrolável. 
ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE PENSAR
CURSO DO PENSAMENTO
As principais alterações do curso do pensamento são a ACELERAÇÃO, a LENTIFICAÇÃO, o BLOQUEIO e o ROUBO DO PENSAMENTO.
O pensamento flui de forma muito acelerada, uma idéia se sucedendo à outra rapidamente. Ocorre nos quadros de mania, esquizofrenia [...]. 
ACELERAÇÃO DO PENSAMENTO
O pensamento progride lentamente, de forma dificultosa. Há certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas. Ocorre principalmente nas depressões graves [...].
LENTIFICAÇÃO DO PENSAMENTO
Verifica-se o bloqueio do pensamento quando o paciente, ao relatar algo, no meio de uma conversa, brusca e repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo aparente. 
BLOQUEIO OU INTERCEPTAÇÃO DO PENSAMENTO
É uma vivência, freqüentemente associada ao bloqueio do pensamento, na qual o indivíduo tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado de sua mente, por uma força ou ente estranho, por uma máquina, uma antena, etc.
ROUBO DO PENSAMENTO
ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE PENSAR
FORMA DO PENSAMENTO
As principais alterações da forma ou estrutura do pensamento são: FUGA DE IDÉIAS, DISSOCIAÇÃO DO PENSAMENTO, AFROUXAMENTO DAS ASSOCIAÇÃO, DESCARRILHAMENTO E DESAGREGAÇÃO DO PENSAMENTO.
FUGA DE IDÉIAS
É uma alteração da estrutura do pensamento secundária à acentuada aceleração do pensamento, no qual uma idéia se segue a outra de forma extremamente rápida, perturbando-se as associações lógicas entre os juízos e os conceitos.
DISSOCIAÇÃO DO PENSAMENTO
É a designação cunhada por Bleuler (1985) para DESORGANIZAÇÃO do pensamento encontrada em certas formas de esquizofrenia. Os pensamentos passam progressivamente a não seguir uma seqüência lógica e bem-organizada e os juízos não se articulam de forma coerente uns com os outros.
AFROUXAMENTO DAS ASSOCIAÇÕES
Neste caso, embora ainda haja concatenação lógica entre as idéias, nota-se já o afrouxamento dos enlaces associativos. As associações parecem mais livres, não tão bem articuladas.
DESCARRILHAMENTO DO PENSAMENTO
O pensamento passa a extraviar-se do seu curso normal, toma atalhos colaterais, desvios, pensamentos supérfluos, retornando aqui e acolá ao seu curso original. Geralmente está associado a marcante distraibilidade.
DESAGREGAÇÃO DO PENSAMENTO
Há profunda e radical perda dos enlaces associativos, total perda da coerência do pensamento. Sobram apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e idéias fragmentadas, muitas vezes irreconhecíveis [...].
ALTERAÇÕES DO PROCESSO DE PENSAR
CONTEÚDO DO PENSAMENTO
[...] Os principais conteúdos que preenchem os sintomas psicopatológicos são: Persecutórios; Depreciativos; Religiosos; Sexuais; De poder, riqueza, prestigio ou grandeza; De ruína ou culpa; Conteúdos hipocondríacos

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