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D Civil III ANA PORTO

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Dir Civil III – Obrigações (Profa. Anna Chrystina Porto) - CC art. 233 ao 420
_________________________________________________________________________________________
annachrystina@uol.com.br
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES (ramo do DC que regula as relações jurídicas)
1.	Direito Romano
Ius civile: conjunto de normas (direito civil) criado pelo legislador romano para participar e regular as relações comerciais entre particulares. Pretores ofereciam seus serviços (opcional), intervindo na negociação, determinando a forma de negociação, formalizando um contrato e cobrando comissão para isso. O que o Estado oferecia em troca: o nexum.
Nexum: parte do ius civile que determinava a execução forçada, com o vínculo incidindo sobre a figura do devedor. Se o devedor não cumprisse, o credor procurava o Pretor que realizava a execução forçada: o devedor se tornava escravo do credor (extensiva, inclusive, aos filhos deste, caso não conseguisse cumprir) – a coação estatal alcança a integridade física do devedor. Primeiro indício de execução das obrigações.
Lei Papiria Poetelia: dá um novo formato ao Ius Civile, pondo fim ao Nexum (acabando com o vínculo da dívida sobre a pessoa), mas mantendo a execução forçada, agora incidindo sobre o patrimônio do devedor.
2.	Direito Germânico (Responsabilidade civil x Responsabilidade penal)
Trouxe os institutos do Direito Romano, mas diferenciando as responsabilidades civis (reparar danos a particulares) e penais (reparar dano à sociedade)
3.	Legislação Francesa (Intervencionismo estatal x autonomia das vontades)
Utilizando como fonte o direito romano e o germânico, introduz a autonomia das partes na formalização dos contratos (que no ius civile era ditada pelo Estado). A intervenção estatal continua somente na execução forçada. É o modelo adotado pelo nosso Direito Civil.
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES = DIREITOS PESSOAIS
4.	CC 2002
Fundamentos: autonomia dos contratos, diferenciação das responsabilidades, participação dos Estado somente na execução
Figuras híbridas: são institutos que pertencem a dois ou mais ramos do Direito. No nosso caso, vamos ver figuras que pertencem a dois ramos: Direitos Pessoais ou das Obrigações ou Direitos Reais ou das Coisas. São chamadas também de Propter REM ou Ob rem.
Exemplo: IPTU (em relação ao proprietário ( direitos reais; em relação ao inquilino ( direitos pessoais)
Direitos das Obrigações: relações entre pessoas
Direitos das Coisas: o que decorre diretamente da propriedade em virtude da lei;
Normalmente, o direito das obrigações funciona através de pessoas determinadas, conhecidas, individualizadas. Existe, entretanto, uma espécie obrigacional onde o vinculo não se forma por meio de uma norma convencional (regra de conduta, contrato, lei, etc.); ele resulta simplesmente do fato de alguém ser titular de um direito real, titular de uma coisa. Cuida-se, aqui, das obrigações reais (propter rem).
Situadas numa “zona cinzenta” entre os direitos reais e obrigacionais, são também chamadas de obrigações ob rem, in rem, in rem scriptae, ou ainda ambulatórias. Exemplo clássico é a obrigação que recai sobre cada condômino de contribuir paras as despesas de conservação da coisa comum (taxa condominial), como dispõe o art. 1.315 do CC.
A própria expressão latina propter rem já esclarece bem sua natureza, pois significa “em razão de”, “por causa de”. Temos, assim, que na obrigação real o devedor encontra-se vinculado não por sua vontade, mas por força de sua situação peculiar em relação a determinado bem – o fato de ser proprietário, possuidor, usufrutário, etc.
Relevante traço que diferencia as obrigações propter rem das demais reside na circunstancia de que nelas, o sucessor assume automaticamente os débitos do sucedido, mesmo que não tenha sequer conhecimento de sua existência. Nesse sentido, a 2º Seção do STJ, que abrange as Câmaras de Direito Privado, firmou entendimento no sentido de que a divida condominial constitui obrigação propter rem, de sorte que, por aderir ao imóvel, passa à responsabilidade do novo adquirente deste, ainda que se trate de cotas anteriores à transferência do domínio, ressalvado o seu direito de regresso contra o antigo proprietário.
Atualmente, tem crescido bastante sua relevância também no campo do direito ambiental. Assim, alem de consolidar-se como dever de todo proprietário a preservação do meio ambiente, também o adquirente do imóvel poderá ser responsabilizado em caso de degradação ambiental, pois o respeito à fauna/ flora é obrigação propter rem.
Distinções fundamentais entre Direitos Reais e Direitos Pessoais: as características abaixo são de DIREITOS REAIS, que são as exceções (pois decorrem da lei). Os DIREITOS PESSOAIS tem amplitude muito maior.
Legalidade ou tipicidade: os direitos reais somente existem se a respectiva figura estiver prevista em lei;
Taxatividade: a enumeração legal dos direitos reais é taxativa (numerus clausus), ou seja, não admite ampliação pela simples vontade das partes;
Publicidade: primordialmente para os bens imóveis por se submeterem a um sistema formal de registro que lhes imprime essa característica. Direitos pessoais não necessitam de publicidade para gerar eficácia.
Eficácia erga omnes: os direitos reais são oponíveis a todos indistintamente (os direitos pessoais somente são exigíveis entres os contratantes)
Inerência ou aderência: o direito real adere à coisa (à propriedade) acompanhando-a em todas as suas mutações (ex: venda de imóvel hipotecado). Atenção: pode vender imóvel hipotecado (só não pode se tiver penhorado), só não pode efetuar o registro.
Seqüela: como conseqüência da característica anterior (inerência), o titular de um direito real poderá perseguir a coisa afetada para buscá-la onde se encontre e em mãos de quem quer que seja (ex: de imóvel hipotecado que foi vendido a terceiro ( o terceiro pode ser executado para entregar o imóvel se não for cumprida a obrigação assumida quando da hipoteca).
4.	DIREITO DAS OBRIGAÇÕES - Conceito: conjunto de normas que regula as relações jurídicas entre sujeitos, de cunho patrimonial, que podem ser exigidas espontânea ou coativamente.
ESTRUTURAS DA RELAÇÃO OBRIGACIONAL
Sujeitos: indivíduos que firmaram um acordo de vontade na obrigação. Polaridade da obrigação:
Ativo: o credor (quem tem a receber o objeto da obrigação);
Passivo: o devedor (se compromete com a entrega do objeto)
Ex: cliente contrata um advogado para defendê-la. Objeto da obrigação: serviços do advogado. Sujeito ativo: cliente,vai receber os serviços; Sujeito passivo: o advogado, vai prestar os serviços; Honorários advocatícios: contraprestação.
Sujeito Determinado x Determinável: determinado é aquele explicitamente indicado na formação da obrigação.
Sujeito Determinável: é aquele que num primeiro momento (formação da obrigação) não é possível ser identificado, mas caso a obrigação venha a ser cumprida (execução), este sujeito será identificado.
Ex: sumiço de animal de estimação: pessoa oferece uma recompensa para quem achar o gato. Sujeito passivo: o dono do gato; objeto da obrigação: a recompensa; Sujeito ativo: DETERMINÁVEL (quem encontrar o gato). Outro exemplo: cheque ao portador.
Doutrinariamente, sujeito determinável existiria somente na polaridade ATIVA da obrigação.
Objeto: tudo o que for acordado entre os sujeitos da obrigação
Direto ou imediato (= prestação): aquele que num primeiro momento se faz uma obrigação;
Indireto ou mediato (= objeto): é tudo aquilo que se faz secundariamente e que encerra a obrigação;
Ex: pessoa contrata com marceneiro a feitura de um armário: objeto da obrigação: armário; objeto direto: confecção do armário; objeto indireto: entrega do armário; 
Ex: contratar uma pessoa para dar aula: objeto da obrigação: ministrar aulas; objeto direto e indireto ao mesmo tempo: ministrar aulas (prestação e objeto coincidem no mesmo elemento = ministrar aula)
Prestação possível, lícita e determinável:possível (o que juridicamente pode ser cumprido); lícita (não pode ser ilícita - Art. 882 e 883: obrigações ilícitas); determinável (certa ou incerta -identificada pelo menos pelo gênero e quantidade).
Patrimonialidade: é a possibilidade de se aferir valores econômicos na obrigação. Pode ser verificada:
diretamente no objeto, quando material;
na contraprestação, quando se tratar de objetos imateriais (prestação de serviços);
na indenização (nem sempre consegue-se aferir o valor econômico diretamente no objeto ou na contraprestação, mas sim numa possível indenização pelo não cumprimento). Ex: programa de TV prometendo a realização gratuita de plástica reconstituidora a uma pessoa (se não for feita ou ter resultado inesperado, a pessoa pode exigir indenização)
Provisoriedade: início e fim definidos. Exceção: Art. 331 – obrigações puras (não há vencimento estipulado no contrato): pode ser exigida a qualquer tempo (imediatamente)
Vínculo jurídico: ligação jurídica entre os sujeitos da obrigação
Debitum (Schuld) – débito: é a dívida propriamente dita;
Obligatio (Haftung) – responsabilidade: tornar exigível a dívida.
Obrigações civis: são aquelas com vínculo jurídico perfeito (abrangem o débito e o obrigatio)
OBRIGAÇÃO - conceito: é uma relação jurídica entre um credor e um devedor, de cunho patrimonial, provisória, cujo objeto é exigível espontânea ou coativamente.
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CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS OBRIGAÇÕES
Positivas e Negativas:
Positivas - consistem na prática de determinada conduta (faz alguma coisa) – no CC: DE DAR e DE FAZER;
Negativas – consistem na abstenção de determinada conduta (deixar de fazer) – no CC: NÃO FAZER.
Simples e Conjuntas/cumulativas:
Simples – quando a prestação abrange um único ato ou uma só coisa singular ou coletiva (mesmo coletivos quando não diferem na espécie são simples – ex. 100 cabeças de gado)
Conjuntas ou cumulativas – quando o objeto recai sobre muitas coisas e todas devem ser pagas ou cumpridas (quando se diferem na espécie)
Instantâneas e Periódicas:
Instantâneas – se exaurem em um só ato ou em um só fato (ex: reforma de casa numa única entrega)
Periódicas - solvem-se a obrigação em trato sucessivo ou continuado num espaço de tempo mais ou menos longo (ex: reforma de casa com entrega em etapas: 1 cômodo a cada mês)
Alternativas/Disjuntivas:
Alternativas ou Disjuntivas – embora exista pluralização de prestações, o devedor só está adstrito a uma delas (ex: entrega um carro ou um terreno ( entrega um deles ( em regra a escolha é do devedor)
Únicas e Múltiplas:
Únicas – em que há unidade de sujeitos em qualquer as polaridades da obrigação
Múltiplas – são aquelas em que há pluralidade dos sujeitos em qualquer das polaridades da obrigação 
Divisíveis e Indivisíveis (só faz sentido nas MÚLTIPLAS):
Divisíveis – permitem cumprimento parcelado entre vários credores ou vários devedores da obrigação
Indivisíveis – NÃO permitem cumprimento parcelado entre vários sujeitos por sua natureza (bens indivisíveis por natureza), por motivo de ordem econômica (ex: módulo rural) ou dada a razão determinante do negócio jurídico (por acordo). É obrigado a pagar ou receber na totalidade.
A indivisibilidade se concentra no objeto. 
Solidárias (só faz sentido nas MÚLTIPLAS): dentre várias pessoas designadas como sujeitos ativos ou passivos uma será escolhida para pagar ou para receber embora garantido o direito de reversão para os demais. Solidariedade é o vínculo interno entre os sujeitos (os sujeitos estão em pé de igualdade na relação, como se fossem um só). 
A solidariedade se concentra no sujeito. Pode receber parcialmente, mantendo-se a solidariedade do restante.
Garante o direito de regresso entre os sujeitos da relação.
O FIADOR é um caso clássico de solidário (devendo isso estar expresso no contrato). Se não estiver expresso que o FIADOR é solidário, o credor tem que esgotar a cobrança do devedor para depois cobrar do fiador. Se for solidário pode cobrar do devedor ou do fiador. O garantidor (fiador) responde inclusive com o bem de família – Lei 8.009 (exceção: julgado do STJ: desconstituiu penhora de bem de família do fiador).
De Meio e de Resultado: 
De Meio: o devedor não garante o resultado, mas somente a boa execução do meio (ex: serviços do advogado: se cumpriu todas as diligências não tem como garantir o resultado; no entanto pode ser cobrado se deixou de cumprir prazos, etc.)
De Resultado: o devedor tem que garantir o resultado, independentemente da boa execução do meio (ex: serviços de marcenaria: tem que entregar o resultado de acordo com o contratado). Se não garantiu o resultado, pode ser acionado por danos.
Relevância: o direito de reparar está diretamente ligado ao fato de a obrigação ser de meio ou de resultado.
Puras e Simples: ocorre quando sua eficácia não fica subordinada à qualquer das modalidades dos atos jurídicos (modo, termo, encargo ou condição). Não tem nenhuma condicionante.
Condicionais: ocorrem quando dependentes de acontecimento futuro e incerto que pode se verificar ou não (condição suspensiva). 
Modais: ocorre quando se impõe um ônus ao devedor beneficiado com determinada liberalidade. Ex: doação de imóvel, impondo-lhe dívida de IPTU (se a pessoa que receber a doação aceitar, assume o encargo).
Líquidas e Ilíquidas: 
Líquidas: consideram líquidas as obrigações certas quanto à sua existência e determinadas quanto ao seu objeto. Tem precisão quanto ao seu objeto e montante.
Ilíquidas: inversamente, são as dependem de prévia apuração, visto ser incerto o montante da prestação. Precisam ser tornadas líquidas para que sejam cumpridas. (ex: ação de perdas e danos ( após a decisão favorável exige cálculo para tornar líquida). 
Civis e Naturais/morais:
Civis: são aquelas disciplinas pelo Direito Positivo, reunindo todos os elementos indispensáveis à configuração do vínculo jurídico (débito e responsabilidade).
Naturais ou morais: não são obrigações jurídicas porque o Direito lhes nega a essencial característica que é o direito de ação, por não ter os elementos essenciais do vínculo jurídico (vínculo imperfeito). Exemplos: a dívida de jogo (não é jurídica porque é ilícita – existe o debitum mas não o obrigatio); cheque emitido, não resgatado e prescrito (existe o debitum, mas não o obrigatio, pois já está prescrito ( existe o dever moral de resgatar o cheque, mas não pode ser acionado judicialmente, pois o débito está prescrito). 
Repetição de indébito: reaver em dobro o que foi pago indevidamente. Ex: o que for pago a maior indevidamente poderá ser requerido numa ação de repetição de indébito (tal instituto não se aplica às obrigações naturais).
OBRIGAÇÃO DE DAR – art. 233 a 246
Seção I - Das Obrigações de Dar Coisa Certa
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigaçãose resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Seção II - Das Obrigações de Dar Coisa Incerta
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Conceito: entrega de coisa pelo devedor em prol do credor.
Elemento fundamental: TRADIÇÃO (o ato da entrega). 
	Obrigações de dar são aquelas que se cumprem com a tradição.
Espécies:
Coisa Certa – devidamente identificada no contrato (se aproxima da coisa infungível – insubstituível, mas não precisa ser necessariamente). Ex: automóvel GOL – ano 2010 – placa XXXXX (infungível, pois especifica qual é pela placa), automóvel GOL – ano 2010 (não é infungível, pois pode ser qualquer GOL ano 2010)
Coisa Incerta - vem identificada no contrato pelas suas condições genéricas (art. 243 – pelo menos pelo gênero e quantidade; a doutrina entende também a espécie). Ex: automóvel GOL; 100 sacas de arroz;
Princípio allud pro alio: inerente à obrigação das coisas certas ( o credor se vincula ao objeto convencionado (até pode receber coisa diversa, por liberalidade, mas não é obrigado).
	CC-Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Regra res perito domino: quem está com a coisa tem o dever de zelar por ela até a tradição (o devedor tem a obrigação de zelar pela coisa até a entrega ao credor) – para evitar danos ao credor. Tem a força de princípio.
Diferença entre perecimento e deterioração, com ou sem culpa do devedor
Perecimento: perda total da capacidade de utilização e/ou do valor econômico do objeto da obrigação. O credor não tem a opção de ficar com a coisa. O roubo ou o furto são considerados como perecimento.
Deterioração: é a perda parcial da capacidade de utilização e/ou do valor econômico do objeto da obrigação. O credor tem a opção de aceitar a coisa nas novas condições.
Danos: para verificar se cabe reparação por danos analisa o elemento anímico (culpa):
Com culpa (falta de cuidado, zelo ( por negligência, imprudência ou imperícia): dever de reparação;
Sem culpa: a obrigação se resolve, volta ao status quo (se não tiver pago: nem A paga nem B entrega; se A tiver pago: B devolve o pagamento e não entrega o bem);
Reparação ( perdas e danos: 
Danos materiais: corresponde a toda diminuição de patrimônio por culpa do devedor (previsto no CC); possibilita REPARAÇÃO.
Lucros cessantes: aquilo que razoavelmente o credor deixou de lucrar (previsto no CC); possibilita REPARAÇÃO.
Danos morais: ofensas a valores subjetivos do indivíduo (previsto no CPC – não tem uma regulamentação no direito material, mas somente no processual). Possibilita INDENIZAÇÃO.
Acessórios (art. 233): os acessórios acompanham o principal, exceto se as circunstâncias do negócio presumirem de outra forma ou sua exclusão estiver previsto no termo.
Circunstâncias (os costumes): venda de imóvel (presume-se que os móveis não fazem parte); acessório de automóveis (presume-se que acompanham o carro).
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Perecimento SEM culpa (art. 234):
Até a Tradição: se resolve;
Enquanto pendente condição suspensiva: se resolve;
Perecimento COM culpa (art. 234, in fine): restituir o equivalente + perdas e danos;
Deterioração SEM culpa do devedor (art. 235): aplica-se o princípio allud pro alio, sendo opção do credor:
Resolver a obrigação, restituindo-lhe o que foi pago (se for o caso);
Aceitar o bem, abatido o que se perdeu.
Deterioração COM culpa do devedor (art. 236): aplica-se o princípio allud pro alio, sendo opção do credor:
Exigir o equivalente, restituindo-lhe o que foi pago (se for o caso) + direito exigir perdas e danos;
Aceitar o bem no estado em que se acha + direito de exigir perdas e danos;
	CULPA NAS RELAÇÕES CONTRATUAIS ( é sempre presumida. Cabe ao devedor provar que não houve culpa.
Melhoramentos e acréscimos (art. 237): até a tradição a coisa pertence ao devedor que poderá exigir aumento de preço; se o credor não anuir, o devedor pode resolver a obrigação (retornar ao status quo). 
Frutos colhidos x pendentes (art. 237, § único): não havendo convenção, frutos colhidos ( devedor; frutos pendentes ( credor
	
	DAR
	RESTITUIR (empréstimo)
	Antes da tradição
	Pertence ao DEVEDOR
	Pertence ao CREDOR
	Depois da tradição
	Pertence ao CREDOR
	Pertence ao CREDOR
Nas obrigações de DAR sempre existe transmissão de propriedade.
Nas obrigações de RESTITUIR não existe transmissão de propriedade.
Obrigações de restituir – art. 238 (comodato = empréstimo sem ônus; locação = empréstimo com ônus):	
Perecimento SEM culpa do devedor: a obrigação se resolve, ressalvados os direitos até o dia da perda;
Perecimento COM culpa do devedor (dever de reparar) – art. 239: equivalente + perdas e danos;
Deterioração SEM culpa do devedor – art. 240: a obrigação se resolve (o credor não tem direito a indenização);
Deterioração COM culpa do devedor – art. 240, in fine: equivalente + perdas e danos;
Melhoramento SEM gasto para o devedor – art. 241: lucra o credor, sem indenização ao devedor;
Melhoramento COM gasto para o devedor – art. 242: aplicam-se as regras de benfeitorias abaixo:
	Benfeitorias
	BOA-FÉ
	MÁ-FÉ
	Úteis 
visa conservar bem) 
	Cabe ressarcimento
(com ou sem autorização)
	Cabe ressarcimento (com ou sem autorização) - VALOR EFETIV.PAGO
	Necessárias 
(melhor utilização do bem)
	Cabe ressarcimento
(somente com autorização)
	Não cabe ressarcimento 
(mesmo que autorizado)
	Voluptuárias
(embelezamento, deleite)
	Cabe ressarcimento
(somente com autorização)
	Não cabe ressarcimento 
(mesmo que autorizado)
Frutos colhidos (art. 242, § único): durante o período em que estiver de boa-fé são do devedor; usando-os de má-fé, o credor pode exigir ressarcimento.
Obrigações de dar coisa incerta
Conceito: identificada no contrato por sua generalidade
Generalidades: gênero e quantidade (a doutrina estende para espécie)
Momento da concentração: fase intermediária na obrigação:
serve para especificar a coisa incerta (atribuir qualidade por um ato de escolha ( pelo devedor, via de regra; se o contrário não estiver convencionado);
base para a escolha: a contraprestação é o que define a qualidade do produto (nem coisa pior, nem melhor)
dar ciência da escolha ao credor (decisão do STF: tanto escrita como verbal, desde que comprovada);
transforma em coisa certa;
Perda/deterioração: antes da escolha, ou seja, ainda como coisa incerta ela é considerada fungível (substituível), não podendo o devedor alegar perda ou deterioração.
OBRIGAÇÃODE FAZER – art. 247 a 249
CAPÍTULO II - Das Obrigações de Fazer
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Conceito: consistem na prestação de determinado serviço (de natureza civil) – atividade física ou intelectual.
Espécies:
Infungível ou imaterial (intuiti personae ou personalíssima) – art. 247: são aquelas em que o devedor se compromete a cumprir pessoalmente a prestação do serviço;
Fungível ou material: o devedor não é obrigado a cumprir pessoalmente a obrigação (permite a contratação de terceiros);
Inadimplemento: 
Infungíveis: por culpa do devedor: responde por perdas e danos (dever de reparar); sem culpa: resolve-se a obrigação;
Fungíveis: o credor pode contratar com terceiros, à custa do devedor, mediante autorização judicial; em caso de urgência independe de autorização judicial. 
Astreintes: multa judicial aplicada em via judicial (previsão na legislação processual – CPC-art.461, originária do Direito Francês) – penalizar devedor moroso e minimizar prejuízo do credor. Só o juiz pode aplicar nas obrigações de fazer (em decisão sobre obrigação de fazer, o juiz aplica multa caso não seja cumprida a obrigação pelo devedor ( dar efetividade à sentença).
OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – art. 250 a 251
CAPÍTULO III - Das Obrigações de Não Fazer
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
Conceito: consiste numa obrigação de não fazer algo que, por direito, poderia fazer.
Direito de vizinhança: origem no Direito Romano (a obrigação de não fazer resultam de relação entre vizinhos)
Inadimplemento: 
Sem culpa do devedor (art. 250): se resolve;
Com culpa do devedor (art. 251): o credor por exigir que desfaça, responde por perdas e danos (dever de reparar); em caso de urgência o credor pode desfazer ou mandar desfazer, às custas do devedor, sem autorização judicial e ainda pode exigir perdas e danos (controvérsia: fere direito de propriedade – jurisprudência do STJ: necessária autorização judicial).
OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS – art. 252 a 256
CAPÍTULO IV - Das Obrigações Alternativas
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
Conceito: consiste em pluralidade de prestações, mas o devedor só se vincula a uma delas (ex: contrato para entregar um determinado terreno OU um determinado carro).
Concentração: fase intermediária de escolha que transforma a prestação (várias coisas previstas) em objeto (exigível pelo credor):
a escolha cabe ao DEVEDOR (optante), se outra coisa não se estipulou (art. 252);
o devedor não pode obrigar o CREDOR a receber parte de um e parte de outro (para não comprometer o fim a que se destina – princípio da indivisibilidade do objeto); cabe ao CREDOR a liberalidade de aceitar (§ 1º.);
obrigação de prestações periódicas: a opção pode ser feita em cada período (§ 2º);
pluralidade de optantes sem acordo unânime: juiz decide após dar prazo razoável para acordo (§ 3º);
se a opção couber a terceiro e este não o fizer ou não puder exercê-la e não havendo acordo entre as partes: juiz decide (§ 4º);
Inadimplemento: 
Prestação não pode ser objeto da obrigação (impossibilidade material: perecimento) ou se torna inexequível (impossibilidade jurídica: penhora ou impugnação/embargos de terceiros) ( subsistirá o débito quanto à outra (art. 253);
Perecimento de todas as prestações:
Sem culpa do devedor: se todas as prestações se tornarem impossíveis ( a obrigação se resolve (art. 256);
Com culpa do devedor:
escolha do devedor: pagar o equivalente da última prestação que pereceu + perdas e danos (se ambas pereceram ao mesmo tempo ( jurisprudência do STJ: a mais favorável, a mais cara) – art. 254;
escolha do credor: pode reclamar o valor de qualquer das duas + perdas e danos - art. 255 (in fine);
Perecimento de uma das prestações com culpa do devedor: credor pode escolher a prestação subsistente ou o equivalente à que se perdeu + perdas e danos (art. 255 – in principio).
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS – espécie prevista na Doutrina (não há sessão própria no Código)
Conceito: são obrigações simples (1 só objeto) em que há uma faculdade ao devedor (ou um ou outro)
Faculdade: modo diverso que o devedor tem de cumprir a obrigação (diferenciado do que foi acordado)
Inadimplemento: 
Sem culpa do devedor: a obrigação se resolve;
Com culpa do devedor:
Jurisprudência: vem confirmando o entendimento de Fábio Podestá (igual à Alternativa, ou seja, equivalente + perdas e danos ou o objeto facultativo.
Doutrina: Venosa (equivalente + perdas e danos)
	Alternativa
	Facultativa
	A contratou com B para entregar um boi ou um cavalo - OBJETO: boi ou cavalo
	A contratou com B para entregar um boi, facultando a entrega de um cavalo - OBJETO: boi
	Favorecem ao credor
	Favorecem ao devedor
OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS (1. indivisibilidade # 2.solidariedade – 1.objeto; 2.sujeito)
CAPÍTULO V - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relaçãoaos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Conceito: 
Divisíveis: são obrigações cujas prestações são suscetíveis de cumprimento parcial sem prejuízo de sua substância e de seu valor; FRACIONÁVEL;
Indivisíveis: cuja prestação só pode ser cumprida por inteiro, não permitindo o seu parcelamento; NA INTEGRALIDADE;
Obrigações múltiplas: multiplicidade de sujeitos. Essa classificação só tem interesse jurídico havendo pluralidade de credores ou devedores, pois havendo um único devedor obrigado a um único credor a obrigação será indivisível, ou seja a prestação deverá ser cumprida por inteiro, seja divisível ou indivisível o seu objeto.
Concursu partes fiunt: princípio geral das obrigações divisíveis (art. 257)( cada devedor só responde pela sua parte ou cada credor não pode exigir senão sua quota. A prestação é assim distribuída rateadamente e cada um receberá a cota que lhe cabe. Exceções: indivisibilidade e solidariedade.
Causas da indivisibilidade:
Natureza do objeto: por sua natureza o objeto da obrigação não pode ser dividido (ex: um cavalo de raça);
Motivo de ordem econômica: ex: um módulo rural;
Acordo: quando se acorda dessa forma; se ela é indivisível sempre deve ser cumprida na totalidade, mesmo que por natureza o bem seja divisível (ex: pagar R$ 3.000,00 na totalidade);
Sub-rogação: é a transferência de direitos, ações, garantias e privilégios do credor primitivo para o novo credor mediante pagamento da dívida. Só há sub-rogação se a obrigação for indivisível (tem exceções). 
Ex: A, B e C acordam com D a entrega de um cavalo de raça por R$ 30.000. D tem o direito de receber de A ou B ou C um cavalo de 30 mil. No cumprimento da obrigação somente A cumpre, entregando um cavalo. Nesse momento, A subroga-se dos direitos de D e pode exigir de B e C as suas cotas que deveriam participar no cavalo (10 mil de cada um).
Pluralidade de credores:
Qualquer um dos credores pode exigir a dívida inteira;
O devedor deve cumprir a obrigação:
a todos conjuntamente
a um dos credores, desde com caução de ratificação dos demais (declaração simplificada dos demais para que um deles receba, similar a uma procuração) ( se não exigir a caução de ratificação ficará inseguro, pois os outros que não receberam podem exigir-lhe as suas partes;
Obrigação indivisível resolvida em perdas e danos (culpa dos devedores ou de um deles): deixa de ser indivisível (pois o objeto indivisível não mais existe; qualquer forma de solução será considerada divisível) – art. 263:
se a culpa for de todos: exige-se de todos o equivalente, bem como perdas e danos, em partes iguais;
se a culpa for de apenas um: exige-se de todos o equivalente em parcelas iguais, e perdas e danos apenas do culpado.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
quando um dos credores remitir a dívida (art. 262): a obrigação não ficará extinta para os outros; mas os outros só poderão exigir se descontarem a cota remida. (Ex: A tem que entregar a B, C e D um cavalo de 30 mil; B remite a dívida de A; nesse caso C e D somente podem exigir a entrega do cavalo se descontarem a parte remida por B, ou seja, pagarem 10 mil a A). Se não houver acordo entre credores e devedor por conta dessa remição, a obrigação ficará extinta e se resolverá (ou seja, A deverá devolver 10 mil a C e 10 mil a D).
Conseqüências jurídicas:
DIVISÍVEIS: 
Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito;
De modo idêntico, cada um dos devedores só tem que pagar a própria cota no débito;
Se o devedor solver integralmente a dívida a um só credor não se desobrigará com relação aos demais credores (a obrigação é distinta quanto à responsabilidade) – se pagar mal pode ter que pagar de novo;
O credor que recusa o recebimento de sua cota por pretender solução integral poderá ser constituído em mora; 
A insolvência de um dos devedores não aumentará a cota dos demais;
(credor quirografário: o que não goza de preferência, pois não tem garantias, normalmente os últimos na lista)
INDIVISÍVEIS: 
Sendo indivisível a obrigação, a prescrição aproveita a todos os credores, desde que em favor de um venha a ser reconhecida; 
sua suspensão ou interrupção aproveita ou prejudica a todos;
cada um dos credores deve exigir a dívida por inteiro;
cada um dos devedores responde integralmente pela dívida;
o devedor que paga integralmente o débito a um dos vários credores desonera-se em relação aos demais, mediante a apresentação de caução de ratificação dos demais.
Prescrição – causas:
Interruptivas: zera o prazo ( beneficia o credor
Suspensiva: retoma a contagem ( benéfica o devedor.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS art. 264 a 285
CAPÍTULO VI - Das Obrigações Solidárias
Seção I - Disposições Gerais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Seção II - Da Solidariedade Ativa
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Seção III - Da Solidariedade Passiva
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecerdeixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
Conceito: há vínculo interno entre os sujeitos da obrigação (ou os vários devedores ou os vários credores estão vinculados entre si). Os sujeitos ficam em condição de igualdade como se fossem um só.
Características: 
Pluralidade de sujeitos: mais de um sujeito;
Unidade de prestação: não é relevante o objeto ser divisível ou indivisível; é o direito de exigir a prestação na totalidade (não mais o dever como ocorre na indivisível); Essa é a característica que faz com que se possa exigir a prestação na totalidade;
Corresponsabilidade entre os interessados (art. 266).
Espécies:
Ativa: vínculo entre os credores; gera apenas facilidade aos credores, não vantagens;
Passiva: vínculo entre os devedores;
Mista: quando ocorre simultaneamente entre credores e devedores;
Fundamento: está na solidariedade passiva, que visa a solvência da dívida.
Conseqüência: aumenta a responsabilidade do sujeito, razão pela qual ela NÃO PODE SER PRESUMIDA (art. 265).
Fontes – tem que estar expressa (art. 265):
na Lei: cônjuges em comunhão universal de bens (obrigação assumida por um atinge o outro); alienação de estabelecimento empresarial (art. 1.146 – solidariedade do alienante e adquirente quanto às dívidas);
por vontade das partes (em Contratos): no Direito Civil de forma típica é prevista nos contratos.
SOLIDARIEDADE ATIVA (CREDORES SOLIDÁRIOS): 
Cada um dos credores tem direito de exigir do devedor a prestação por inteiro – art. 267 (pode receber parcial);
Enquanto não houver demanda, o devedor pode pagar a qualquer um – art. 268 (enquanto não for citado, pode pagar a qualquer um dos credores; uma vez citado, somente pode pagar ao demandante);
O pagamento a um dos credores extingue a dívida até o valor pago: pagamento feito a um alcança os demais credores (art. 269);
herdeiros credores: se for divisível: tem direito de cobrar somente o quinhão; se for indivisível: se um dos herdeiros for receber, deverá ser exigida a caução dos demais (Art. 270);
obrigação resolvida em perdas e danos: a solidariedade subsiste porque se concentra nos SUJEITOS e não no OBJETO (Art. 271);
o credor que recebe ou remite: responde perante os outros credores pelas suas partes (Art. 272);
decisões favoráveis a um alcança os demais (a menos que se funde em exceção pessoal); decisões desfavoráveis não atingem os demais; solidariedade divide responsabilidades, não prejuízos (Art. 274, 275 e 281);
Exceção: é meio de defesa argüido em via processual (situações que vão diminuir ou excluir a responsabilidade – ex: argüir que dívida já foi paga ou prescrita ou que é nula ou que houve remição). Pode ser: 
PESSOAL (é meio de defesa que tem por base características pessoais de um indivíduo da obrigação. Ainda que benéfica, jamais alcançará os outros sujeitos); ex: um argui que não vai pagar pois foi contraída mediante coação moral contra ele;
GERAL ou COMUM (é meio de defesa que tem por base características comuns da obrigação. Se benéfica, ainda que argüida por um só sujeito, alcançará os demais). Ex: um argúi que já foi paga.
SOLIDARIEDADE PASSIVA (DEVEDORES SOLIDÁRIOS): 
O credor tem direito de exigir de qualquer um dos devedores a prestação por inteiro – art. 275 (pode receber parcial justifica pela característica de Unidade de Prestação);
Propositura de ação do credor contra um dos devedores não extingue a solidariedade dos devedores – art. 275-§ único;
herdeiros responderão pelo quinhão que cabe a cada um; se ainda não concluído o inventário (em espólio = universalidades dos haveres e deveres) ( herdeiros são único solidário (art. 276);
a remição é pessoal, mas alcança a obrigação; assim, a remição obtida por um alcança os demais somente até a parte relevada ou paga (art. 277);
condição entre um credor e um devedor que pode agravar a obrigação (até por mera hipótese) não se estende aos demais se não houver concordância destes (art. 278);
descumprimento por culpa de um dos devedores ( o equivalente pode ser cobrado de qualquer um dos devedores, por serem solidários, mas as perdas e danos somente do culpado; se todos forem culpados, pode cobrar a totalidade de qualquer um deles (art. 279).
juros de mora: todos respondem, mesmo que a ação seja proposta contra um ( mas o acréscimo pode ser cobrado do culpado pelos demais (art. 280);
Art. 281 – o devedor poder opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; as pessoais não se aproveitam a outro;
Art. 282 – havendo renúncia do credor em favor de um dos devedores, subsistirá a dos demais (pode haver de um ou de todos). Ela se torna divisível, distinta das demais. Doutrina majoritária (havendo renúncia em favor de 1 devedor, a obrigação deste passa a ser apenas da sua cota-parte, ou seja, passa a ser divisível; dessa forma, na cobrança dos demais devedores deve-se abater a cota-parte do que recebeu a renúncia); Doutrina minoritária (mesmo assim, se o que recebeu a renúncia ainda não pagou a sua parte, pode ser cobrado dos demais o valor total);
Art.283 – devedor que satisfez a dívida por inteiro tem o direito de exigir de cada um dos co-devedores as cotas-parte; havendo insolvente, divide-se a parte deste para os demais. Este rateio se estende aos que também forem exonerados da solidariedade (renúncia) também participarão (art. 284).
Art. 285 – Regra: o solidário que pagou pode exigir dos demais suas cotas-partes. Exceção: se a dívida interessar exclusivamente a um deles, responderá este por toda ela para com aquele que pagar (ex: quando quem pagou foi o fiador solidário.
	Fiador (tipos – expressos no contrato ( são incompatíveis entre si ( ou é um ou outro):
Solidário: o credor pode cobrar do devedor principal ou do fiador;
Benefício de ordem: obriga o credor a cobrar primeiramente o devedor principal e, somente esgotados os meios de cobrança, pode executar o fiador (o fiador é subsidiário).
TRANSMISSÃO DE OBRIGAÇÕES - CESSÃO DE CRÉDITOS – art. 286 a 298
TÍTULO II - Da Transmissão das Obrigações
CAPÍTULO I - Da Cessão de Crédito
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a issonão se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação.
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus acessórios.
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1o do art. 654.
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro do imóvel.
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão feita.
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito cedido.
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do devedor.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança.
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Conceito: é um meio pelo qual o credor transfere seus créditos a terceiros. Cessão de crédito é tipicamente especulativa (vantajosa).
Pessoas:
Cedente: credor que cede seus créditos a terceiros;
Cessionário: o terceiro que recebe os créditos, se tornando credor na obrigação;
Cedido: o devedor.
Forma: qualquer forma, verbal ou escrita; mas para ter eficácia perante terceiros, deve ser por instrumento público ou particular revestido das solenidades do art. 654 (§ 1º.);
Notificação do devedor (art. 290): não tem eficácia se o devedor não for notificado; notificação deve ser escrita e pode ser enviada por cartório, correio ou acolhido ciente no termo da cessão (deve ser feita até o vencimento); se o devedor não for notificado, a cessão não é INVÁLIDA, mas apenas NÃO TEM EFICÁCIA em relação ao devedor;
Cláusula proibitiva: existindo não pode haver transferência; se mesmo assim for feita, temos duas situações:
Expressa no contrato: nesse caso presume-se que o cessionário sabia e não pode ir contra o cedente se o devedor não cumprir (cessionário de má-fé);
Não expressa no contrato (cessionário de boa-fé): presume-se que o cessionário não sabia e, de boa fé aceitou a cessão ( nesse caso, pode executar o cedente caso o devedor não cumpra
Principal e acessórios: regra geral, a cessão de um principal acompanha os acessório, salvo disposição em crontário (art. 287);
Eficácia:
1 notificação: notificação ao devedor (290)
Pluralidade de cessão (1 notificação): termo de cessão (art. 291);
Pluralidade de cessão (+ de 1 notificação): termo de cessão + contrato (art. 292);
Escritura pública: notificação ao devedor (art. 292 in fine)
Pluralidade de cessões (art. 291): havendo pluralidade prevalece a que se completar com a tradição do título (quem apresentar o título da cessão;
Responsabilidade:
Pro soluto (art. 296) é a regra geral das cessões; neste caso, o cedente garante ao cessionário a existência e validade do crédito cedido; o cessionário não tem como cobrar do cedente se o devedor não pagar; só tem direito de executar o cedente se houver vício na existência ou validade da dívida e, em função disso, o devedor se recusar em cumprir (ex: compromisso viciado, obtido via coação).
Pro solvendo: é a exceção das cessões, devendo estar expressa no termo da cessão; nesse caso o cedente garante não só a existência e validade do crédito cedido, como também a solvência da dívida; se o devedor não pagar, o cessionário pode exigir do cedente o que lhe pagou + juros + despesas com a cessão + despesas com cobrança.
Espécies:
Onerosa: quando há pagamento do cessionário ao cedente; cedente se responsabiliza pro soluto, mesmo que não expresso;
Gratuita (só é pro soluto): quando não há pagamento ao cessionário ao cedente; só permite que o cessionário vá contra o cedente, caso a obrigação não se cumpra, se este o fez de má fé;
Atos conservatórios – art. 293:
Exceções oponíveis (exceção = meio de defesa) – art. 294: o devedor pode 
Crédito penhorado ( não pode ser transferido – art. 298:
TRANSMISSÃO DE OBRIGAÇÕES – ASSUNÇÃO DE DÍVIDAS – art. 299 a 303
CAPÍTULO II - Da Assunção de Dívida
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação.
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Conceito: meio pelo qual se transfere a dívida da obrigação a um terceiro. Para o DC é sempre negocial (mediante acordo).
Espécies:
Por expromissão: acordo entre credor e terceiro sem participação do devedor; exclusão de vontade do devedor (João recebe cheque pré-datado de Maria e cede esse crédito a Carlos, endossando o cheque ( ao endossar João assume também a dívida);
Por delegação: acordo entre devedor e terceiro, com a posterior anuência do credor (tem que ser expressa);
Com a assunção, o devedor primitivo fica exonerado, salvo se o assuntor, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor não o sabia (art. 299).
O credor deve ser notificado dentro de um prazo para que aceite EXPRESSAMENTE. Se recusar ou ficar em silêncio, a assunção não pode ser feita (art. 299 § único).
Garantias: inversamente à cessão de crédito, via de regra as garantias não acompanham o débito (ficam extintas), exceto se houver assentimento do devedor primitivo;
Substituição de devedor anulada: restaura o débito e suas garantias, exceto as prestadas por terceiro (exceto se este sabia do vício que impedia a assunção, ou seja, agiu de má-fé – ex: fiador que agiu de má-fé ( de difícil comprovação);
Exceções pessoais: o novo devedor não pode opor exceções pessoais ao credorque competiam ao devedor original (art. 302);
Adquirente de imóvel hipotecado: o adquirente pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido. Notificado o credor se este não impugnar em 30 dias entende-se assentido (EXCEÇÃO À REGRA DO ART. 299 § único).
PROVA: 8 questões objetivas (correta ou incorreta – 60%); e 2 questões subjetivas.
Distinções entre Dir Reais e Pessoais
Estrutura da relação obrigacional
Classificação geral das obrigações
Obrigações de dar coisa certa e incerta (233 a 246); de fazer e não fazer (247 a 251); alternativas (252-256); facultativas; divisíveis e indivisível (257-263); solidárias (264-285); naturais (882-883); propter rem.
Cessão de crédito e de débito (286-303)
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