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FACULDADE KURIOS – FAK CURSO: LICENCIATURA EM ADMINISTRAÇÃO MARIA GALBIA DANTAS DE SOUZA A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO ALTO SANTO 2017 MARIA GALBIA DANTAS DE SOUZA A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Pedagogia, como requisito para obtenção do Certificado do Curso de Licenciatura em Administração pela Faculdade KURIOS – FAK sob Orientação da Professora Sâmara Bessa Pinheiro ALTO SANTO 2017 MARIA GALBIA DANTAS DE SOUZA A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO Monografia apresentada ao Curso de Administração, pela Faculdade Kurios (FAK), como requisito para a obtenção do Título de Licenciado em Administração. Orientadora: Professora, Sâmara Roberta Bessa Pinheiro Data de entrega: _____/_____/______. ORIENTADOR: _____________________________________________ Professor/Orientador: Sâmara Roberta Bessa Pinheiro Avaliado por: _________________________________________ Avaliador 1 _________________________________________ Avaliador 2 Conceito geral: _______ _________________________________________ Coordenador Cleison Rabelo AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a Deus, por ter feito grandes obras em minha vida e me deu coragem e benefícios para concluir esse curso. A minha família, por sempre me apoiar e acreditar no meu potencial, em especial a minha mãe, Maria Núbia Costa de Souza Dantas, pessoa muito importante na minha vida, que têm compartilhado comigo as lutas, os sonhos e as dificuldades. Ao meu filho, Ruan Tozel de Carvalho Dantas, pessoa mais importante da minha vida, que desde o primeiro dia que soube que estava em minha barriga mudei meu modo de pensar e agir, com o sentimento mais verdadeiro, o amor de filho e mãe. Ao meu marido, Leonardo Rafael de Carvalho Celestino, que me apoiou e me incentivou em todos os momentos. A todos os meus professores (as), por contribuírem com a minha formação, em especial aos meus professores, Cleison Luis Rabelo e Elialdo Pinheiro de Albuquerque, por serem grandes educadores e exemplos a serem seguidos. Também a minha orientadora, Sâmara Roberta Bessa Pinheiro, que com sua competência, responsabilidade, paciência e estímulo orientou-me durante todo esse período. A minha prima, Eliane, que sempre serei grata por todo carinho, amizade e orientação. Enfim, a todos que me ajudaram de alguma forma e fizeram parte da minha vida durante este período de formação que foi uma grande conquista para me Dedico primeiramente ao meu pai verdadeiro, Deus. Ao meu filho, Ruan Tozel de Carvalho Dantas, pessoa mais importante da minha vida, que apesar de ser uma criança me ensinou a sonhar e acreditar que podemos conseguir nossos objetivos quando acreditamos. Ao meu pai, Francisco Matias Dantas, que não está mais conosco, mas segue em nossos corações e a minha mãe, Maria Núbia Costa de Souza Dantas, que têm compartilhado comigo as lutas, os sonhos, as esperanças, a vida e o amor. Dedico ao meu esposo, Leonardo Rafael de Carvalho Celestino, que me ajudou e meu deu forças. Também às minhas irmãs, Antônia Tássia Dantas de Souza e Maria Natalia Dantas de Souza e ao meu irmão Jonathas Dantas de Souza. Enfim, a toda a minha família que me apoiou e acreditou no meu potencial “A mulher tem conquistado, sutilmente, uma grande colocação no mercado de trabalho. Ela tem mostrado que, mesmo inserida sobre diversas jornadas como a família, trabalho e seus anseios pessoais, tem provado que é e sempre foi capaz de realizar suas funções de forma competente.” Júlio di Paula. A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO RESUMO A finalidade deste trabalho foi analisar a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro e apresentar de forma discursiva uma análise das leis e programas do governo que beneficiam as mulheres no seu âmbito de trabalho, para isso utilizamos como base teórica os seguintes documentos: Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de 1943, a Constituição Federal de 1988 e o Plano Nacional de Políticas para a Mulher (PNPM) de 2013-2015, estes documentos apresentam as leis que beneficiam não só as mulheres, mas toda a classe trabalhadora. Os mesmos tratam de outros direitos importantes como: a moradia, a saúde e a igualdade de gênero, entre outros. As leis apresentadas nesses documentos devem ser observadas e cumpridas de forma justa e organizada pelas autoridades públicas que são responsáveis por garantir a segurança da população. Também levamos em consideração alguns autores que foram importantes para o desenvolvimento desse trabalho como: Probst (2003), Bergamini (1994), Cappellin (2003), Tavares (2010), Barreto (2010), Camarotti e Spink (2003), Baltar e Leone (2008), Biceglia (2002), entre outros que foram citados ao longo da pesquisa. Estes autores apresentam em suas pesquisas a importância de um olhar crítico em relação ao papel da mulher na sociedade, no mercado de trabalho e de suas conquistas ao longo da história da humanidade. Todos os autores foram de grande relevância para podermos compreender melhor a situação da mulher no mercado de trabalho brasileiro e que deve haver um cumprimento das leis, de forma que venha a garantir uma segurança maior para a mulher trabalhadora, tanto nas empresas como no seu lar. Esta pesquisa é qualitativa, e os resultados da mesma são apresentados de forma descritiva e analítica, e para que pudéssemos desenvolver esse trabalho foram feitas várias pesquisas e leituras em diferentes fontes, onde pudemos constatar que existem várias leis, programas e órgãos públicos que beneficiam as mulheres, alguns chegam a ser desconhecidos pelas mesmas, por não haver um incentivo maior por parte do governo em se fazer conhecer essas leis, através de debates e palestras. Por isso, é de grande importância que venhamos discutir mais sobre esse tema, de forma que as mulheres tenham mais conhecimentos dos seus direitos e assim possam exigir o cumprimento dos mesmos. Por fim, constatamos que as mulheres precisam conhecer melhor esses direitos e leis que podem lhes garantir mais segurança no trabalho e igualdade de gênero, assim como a proteção nos lares, não a violência, ao assédio sexual e a discriminação. Muito já se foi feito para mudar essa situação, mas ainda têm muito a se conquistar Palavras-chave: Mulher – Mercado de trabalho – Direitos trabalhistas. THE INSERTION OF WOMEN IN THE BRAZILIAN LABOR MARKET ABSTRACT The purpose of this study was to analyze the insertion of women in the Brazilian labor market and to present in a discursive way an analysis of the laws and government programs that benefit women in their scope of work, for which we use as theoretical basis the following documents: Labor Laws (CLT) of 1943, the Federal Constitution of 1988, and the National Plan of Policies for Women (PNPM) of 2013-2015, these documents present laws that benefit not only women but the entire working class. They deal with other important rights such as housing, health and gender equality, among others. The laws presented in these documents must be observed and enforced in a fair and organized manner by the public authorities that are responsible for ensuring the safety of the population. We also take into account some authors that were important for the development of this work such as: Probst (2003), Bergamini (1994), Cappellin (2003), Tavares (2010), Barreto (2010), Camarotti and Spink Leone (2008), Biceglia (2002), among others that were cited throughout the research. Thesecomeçaram a ganhar espaço através de movimentos, que ocorreram por volta da década de 70 ainda sob o regime militar. Esse movimento de mulheres lutou contra os vários tipos de descriminações sofridas por elas na sociedade e na família, e com isso, foram ganhando espaço no meio social e político e conquistando espaços para desenvolver políticas voltadas especificamente para as mulheres. Ao analisarmos os direitos trabalhistas das mulheres faz-se necessário observarmos primeiramente a Consolidação das Leis Trabalhistas- CLT, que foi criada em 1943, esse documento traz muitas normas de proteção para a mulher, mas faremos menção apenas das leis que regem o trabalho feminino, visto que esse é o principal objetivo desse trabalho científico. Na CLT de (1943) existe um capítulo que fala exclusivamente sobre a mulher- o cap. III do título III. O capítulo mostra de forma clara e explícita muitos 39 direitos, que em sua maioria, são desconhecidos para as próprias mulheres que precisam tanto de apoio e proteção no que se refere ao trabalho e também no âmbito familiar. Este capítulo trata: “I. Da duração, condições do trabalho e da discriminação contra a mulher; II. Do trabalho noturno; III. Dos períodos de descanso; IV. Dos métodos e locais de trabalho; V. Da proteção à maternidade; VI. Das penalidades.” Essas normas, também se encontram na CF/88, as mesmas são avanços do governo para melhorar a condição de trabalho da mulher e em cada uma se busca a proteção dela no tocante a vários pontos. “1.1. Promoção da inserção e da permanência das mulheres em relações formais de trabalho não discriminatórias em razão de sexo, origem, raça, etnia, classe social, idade, orientação sexual, identidade de gênero ou deficiência, com igualdade de rendimentos e fomento à ascensão e à permanência em cargos de direção. 1.2. Promoção da autonomia econômica das mulheres por meio da assistência técnica e extensão rural, do acesso ao crédito e do apoio ao empreendedorismo, ao associativismo, ao cooperativismo e à comercialização, com fomento a práticas de economia solidária. 1.3. Ampliação da oferta de equipamentos públicos e de políticas que favoreçam o aumento do tempo disponível das mulheres, promovendo a sua autonomia, inclusive para a sua inserção no mercado de trabalho. 1.4. Estímulo à capacitação profissional de mulheres e a sua inserção em ocupações que não reforcem a divisão sexual do trabalho. 1.5. Ampliação e regulamentação dos direitos das trabalhadoras domésticas. 1.6. Promoção da proteção e seguridade social das mulheres, em especial daquelas em situação de vulnerabilidade, com vistas a erradicar a pobreza e melhorar suas condições de vida. 1.7. Promoção da obtenção de documentação civil e jurídica para mulheres, nos espaços urbanos e rurais, ampliando seu acesso a direitos e serviços.” (BRASIL-PNPM.2013,p.5). Diante dessas normas citadas acima podemos observar que as mulheres não estão em um todo desamparadas, mas que existem muitas leis a seu favor. O que ocorre é a falta de conhecimento por parte das mesmas, para que assim façam cumprir seus direitos. Sabemos que é muito importante lembrar dessas políticas públicas que protegem as mulheres seus direitos trabalhistas, de forma que elas não venham sofrer nenhum tipo de preconceito e discriminação. De acordo com pesquisadores e estudiosos do assunto, foi por volta de 1982 que surgiu, em São Paulo, o Conselho Estadual da Condição Feminina (CECF), 40 o mesmo buscava contribuir para a formulação e o acompanhamento das políticas públicas referentes aos direitos da mulher. Também em Minas Gerais surge, o Conselho dos Direitos da Mulher (CNDM), todos objetivavam garantir, as mulheres, mais direitos de igualdade e oportunidades. Mas a luta das mulheres pelos seus direitos continuou, cada vez mais ganhando forças, e no ano de 1985, no mês de agosto, o Congresso criou o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (Lei 1.353) para lutar contra a discriminação e que assolava as mulheres e garantir sua participação no meio social. Percebemos que a história dos direitos da mulher vem sendo construída através de processos e de movimentos em conjunto, ou seja, as mulheres se uniram para ganhar forças, muitas delas sofreram e até foram mortas para garantir esses direitos que existem hoje em dia, mas também muitas se destacaram na criação desses programas e projetos de leis. Dessa forma não podemos nos esquecer de tudo o que as mulheres passaram, de todas as lutas travadas e de todos os movimentos feministas, assim como do esforço para a criação do CNDM. Devemos continuar mantendo um olhar crítico a situação da mulher da atualidade que ainda sofre tanta violência e abusos. Às mulheres, continuaram na luta por mais direitos e conseguiram um novo marco na história, em outubro de 1988, a Constituição Federal foi promulgada trazendo um momento de muita festa e alegria. E é sobre essa conquista que vamos continuar nossa análise, pois a Constituição Federal de 1988 (CF) veio para garantir muitas mudanças em relação discriminação contra as mulheres. A CF/88 é muito ampla em relação aos direitos, não só das mulheres, mas de todas as pessoas no geral. Nesse trabalho nos focaremos apenas nos direitos trabalhistas das mulheres que é um tema muito importante i discutido nos últimos tempos. Na CF/88, Art. 7º, inciso XX, fala sobre a “proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei”. Dessa forma, percebemos que existe uma preocupação por parte da CF/88 em proteger a mulher de sua vulnerabilidade. Felizmente esses cuidados com a mulher vem diminuindo, pois elas estão a cada dia conquistando o seu espaço no mercado de trabalho, no meio social e dentro dos seus lares. 41 Segundo alguns pesquisadores, em muitos setores a mulher já superou os homens. Então, vale ressaltar que essa regra do inciso XX já não se faz tão necessária sua observância, no entanto, ainda constitui um direito da mulher por parte da CF/88 e que deve ser mantida. A CF/88 enfoca direitos e garantias fundamentais para a igualdade entre homens e mulheres. Mas, apesar de todas essas leis que asseguram o direito a mulher ainda há muitas desigualdades, como no caso da maternidade, onde a mulher, na maioria das instituições não podem gozar de seus direitos, como afirma o Art.7, inc. XVIII da CF/88 que, “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: - licença a gestação, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias”. Sabemos que não é bem assim que funciona com as mulheres que têm apenas contrato com a empresa empregadora, uma grande injustiça com as mesmas. Em sua gestação, a mulher trabalhadora têm alguns direitos como: consultas médicas, exames, entre outros e nesse período em que ela precise se ausentar do trabalho a falta não será descontada, ela também têm direito a transferência de função, caso o seu trabalho exija muito esforço ou força física. Mas sabemos que há um descaso muito grande em relação a esses direitos, a realidade é outra bem diferente, a mulher em sua gestação sofre muito se a mesma for empregada em alguma empresa. Muitas mulheres, talvez por não conhecerem seus direitos, ou por acharem que vão perder o seu emprego, acabam não exigindo nenhum direito da empresa empregadora. E o que deve ser feito para mudar esse quadro é incentivar cada dia mais as mesmas a procurarem seus direitos e exigir o cumprimento dos mesmos. A mulher não sofre apenas com o descaso da maternidade, como já havíamos falado anteriormente, o Art. 5º da CF/88 determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. De acordo com Barreto (2010): “O princípio da igualdade na Constituição Federal de 1988 encontra-se representado, exemplificativamente, no artigo 4º, inciso VIII, que dispõe sobre a igualdade racial; do artigo 5º, I, que trata da igualdade entre os sexos; do artigo 5º, inciso VIII, que versa sobre a igualdade de credo religioso; do artigo 5º, inciso XXXVIII, que trata da igualdade jurisdicional; do artigo 7º, inciso XXXII, que versa sobre a igualdade trabalhista; do artigo 14, que dispõe sobre a igualdade política ou 42 ainda do artigo 150, inciso III, que disciplina a igualdade tributária”. (Barreto. 2010): Mas se observarmos, historicamente o trabalho da mulher sempre teve um menor valor do que o do homem, como o caso do salário, onde estudos recentes apontam que na maioria das empresas a mulheres ganham menos do que o homem, enquanto a constituição no Art. 7º inciso XXX fala sobre a “- proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”. E o artigo 5º da CLT também afirma a mesma coisa, dentre outros direitos que são muito importantes não só para as mulheres, mas para toda a classe trabalhadora que sofrem muitos abusos pelas autoridades que deveriam protegê-los. Com relação às diferenças entre homens e mulheres no âmbito do trabalho Barreto (2010) afirma em seu estudo, que o Brasil assumiu compromissos internacionais de proteção à mulher: “O Brasil ratificou ainda várias convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT): a Convenção 100/1951, sobre a igualdade de remuneração entre homens e mulheres por trabalho de igual valor; a Convenção 111/1958, que trata da discriminação em matéria de emprego e ocupação; a Convenção 156/1881, sobre a igualdade de oportunidades e de tratamento para homens e mulheres trabalhadoras com encargo de família; a Convenção 103/1996 (revisão da Convenção 3/1919); a Convenção 171/1990, revisão da convenção 89/1948, referente ao trabalho noturno” (Barreto. 2010). A carta Constitucional de 1988 também ampliou os direitos trabalhistas, da proteção do trabalho da mulher, diminuiu o tempo para requerer a aposentadoria. Apesar dessa lei está sendo mudada atualmente, foi, no início, uma conquista das mulheres através da CF/88. Também estabeleceu um horário melhor de trabalho para a classe feminina e deu condições iguais às do homem, sem preconceito ou discriminação. “A Constituição do Brasil de 1988 significou um importante marco para a transição democrática brasileira” (Barreto. 2010). Houve inúmeros avanços em relação às diversas questões trabalhistas que beneficiam as ao longo dos anos mulheres, apesar de ainda estarmos muito distante da situação ideal. “A Constituição Federal de 1988 representa, portanto, um marco contra a discriminação da família contemporânea, constituída sob várias formas” (Barreto. 2010). 43 Gostaríamos de apresentar também uma pequena análise reflexiva sobre, o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), mostrando sua importância para a evolução da conquista dos direitos trabalhistas das mulheres ao longo da história. O PNPM foi uma iniciativa muito importante para o fortalecimento dos direitos da mulher. Esse documento é o resultado da luta e coragem de várias mulheres brasileiras, de forma unificada e participativa. Ele têm por objetivos prioridades e metas/planos, que assegurem os direitos das mulheres em vários aspectos. Depois da implementação desse Plano muito já se avançou como, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), coordenadorias e secretarias de políticas para as mulheres de estados e municípios. Houve um intenso trabalho de todas as áreas da SPM. “Houve um processo de sistematização das pactuações, bem como das sugestões, comentários e críticas advinda do CNDM”. (PNPM, Brasília, 2013-2015, p.11). “O Plano está organizado em dez capítulos. Cada capítulo tem seus objetos gerais e específicos, metas, linhas de ação e ações. Ao longo do PNPM, algumas metas estão quantizadas e outras não. Isso ocorre porque muitas das metas já estavam negociadas. Algumas são metas que já constam do Plano Plurianual – PPA 2012-2015, enquanto outras estão sendo constantemente repactuadas” (PNPM, Brasília, 2013-2015, p.11). Discutiremos e analisaremos um pouco o capítulo primeiro do PNPM (2013-2015), especificamente a parte que fala sobre “igualdade no mundo do trabalho e autonomia”. Esse capítulo reúne objetivos, metas, prioridades e ações relacionadas aos direitos das mulheres no mundo do trabalho e a autonomia econômica delas. As linhas de ações do PNPM (2013-2015) são: “1.1. Promoção da inserção e da permanência das mulheres em relações formais de trabalho não discriminatórias em razão de sexo, origem, raça, etnia, classe social, idade, orientação sexual, identidade de gênero ou de ciência, com igualdade de rendimentos e fomento à ascensão e à permanência em cargos de direção. 1.2. Promoção da autonomia econômica das mulheres por meio da assistência técnica e extensão rural, do acesso ao crédito e do apoio ao empreendedorismo, ao associativismo, ao cooperativismo e à comercialização, com fomento a práticas de economia solidária. 1.3. Ampliação da oferta de equipamentos públicos e de políticas que favoreçam o aumento do tempo disponível das mulheres, promovendo 44 a sua autonomia, inclusive para a sua inserção no mercado de trabalho. 1.4. Estímulo à capacitação profissional de mulheres e a sua inserção em ocupações que não reforcem a divisão sexual do trabalho. 1.5. Ampliação e regulamentação dos direitos das trabalhadoras domésticas. 1.6. Promoção da proteção e seguridade social das mulheres, em especial daquelas em situação de vulnerabilidade, com vistas a erradicar a pobreza e melhorar suas condições de vida. 1.7. Promoção da obtenção de documentação civil e jurídica para mulheres, nos espaços urbanos e rurais, ampliando seu acesso a direitos e serviços” (PNPM, Brasília, 2013-2015, p.15). Todas essas ações citadas acima são de grande importância para as mulheres, pois garantem a elas uma liberdade de escolhas no ramo trabalhista, um novo marco em suas vidas, onde elas podem trabalhar e se sentir seguras e protegidas pela lei. Não de forma secundária como afirmam alguns estudiosos, mas sim como pessoas independentes e seguras de si. Alguns estudiosos afirmam que foi por volta dos anos 40, especificamente no ano de 43, que houve um grande avanço em relação à autonomia das mulheres e sua inserção no mercado de trabalho. As mulheres, hoje em dia, ocupam grande parte dos cargos nas empresas, mas sabemos que isso não significa dizer que está tudo ótimo e perfeito, foi apenas o cumprimento de uma etapa, ainda têm muitos desafios pela frente, pois infelizmente não existe um total cumprimento das leis, e isso ocorre na maioria das vezes por falta de conhecimento por parte das trabalhadoras, trazendo uma série de desconfortos para elas no seu local de trabalho. Esse plano assegura, além da independência econômica, a educação inclusiva, o acesso à saúde, a conquista do poder pela mulher, o direito a moradia e a terra, o enfretamento da violência, do racismo e das desigualdades de geração. O PNPM somado a outras ações demonstra o interesse do estado em promover a igualdade de gênero. Desde a primeira conferência para as mulheres até agora já ocorreram muitas coisas, onde os estados brasileiros e prefeituras, juntos, formaram um acordo de enfrentamento a violência contra a mulher, pois sabemos que não é apenas no ambiente doméstico onde ocorre a violência, mas também no trabalho, e 45 isso é algo que precisa ser analisado pelas autoridades públicas de forma mais aprofundada, buscando solucionar essas questões que assolam as mulheres até os dias atuais. Muitas mulheres sofrem discriminação no seu local de trabalho com relação a conquista de cargos importantes, um salárioinferior ao dos homens, o abuso sexual, a violência, os direitos referidos a gravidez, entre outros. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido em direção à extinção dessas desigualdades. Para que se dê um basta de vez nessas desigualdades é preciso que o governo tome iniciativas contra esses problemas das mulheres no âmbito do trabalho, votando projetos de leis que aperfeiçoem as políticas já existentes, para a questão da igualdade de gêneros. Os órgãos públicos que cuidam dos direitos das mulheres devem estar atentos a essas políticas, de forma que elas venham estar em cumprimento tanto nos setores públicos como nos privados, também estimular as mulheres a serem empreendedoras, donas do seu próprio negócio, abrindo um espaço para que elas tenham acesso a esses avanços tão importantes e significativos na vida delas. Vale lembrar também que é preciso preparar as mulheres não só para a produção do seu produto, mas para a comercialização e suas regras. Se todos os direitos forem observados e cumpridos, as mulheres terão mais acesso ao mercado de trabalho de forma justa e digna de um ser que vem lutando durante anos e anos por uma vida sem preconceitos, discriminações e violências. Portanto, essa pesquisa busca contribuir para um conhecimento maior sobre esse tema tão importante que a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro, pois apesar das várias conquistas que as mulheres tiveram ao longo dos anos, elas ainda sofrem os efeitos de um entendimento pobre por parte da maioria das pessoas, que separam homens e mulheres em grau de importância diferentes, agindo de forma discriminatória e preconceituosa no mercado de trabalho. 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho, observamos que muitas pesquisas e estudos que foram desenvolvidos e que são desenvolvidos atualmente sobre, a inserção da mulher no mercado de trabalho, não podem ser considerados apenas como algo simples e que já foi muito discutido, pois há sempre novas questões a serem investigadas, sendo assim, ele deve permanecer sempre em debate no nosso país. Após o desenvolvimento do presente trabalho, podemos concluir que a mulher conquistou muitos direitos ao longo da história e o seu espaço no mercado de trabalho. Os órgãos públicos e a legislação brasileira vem garantindo, a mulher, segurança e liberdade perante a sociedade, de forma que ela possa exercer seus direitos e obrigações, de acordo com as leis municipais e estaduais. Como se afirmou na introdução deste trabalho, o objetivo maior desta pesquisa para nós era analisar a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro e apresentar de forma descritiva e analítica os programa e leis governamentais que buscam garantir os direitos da mulher no âmbito de trabalho, pois o trabalho é parte essencial para a realização do ser humano, por isso o direito de trabalhar do cidadão é sem dúvida um direito fundamental, uma vez que, o trabalho é parte essencial para a realização do ser humano. E para a mulher, sem dúvida é um grande avanço ter atualmente direitos iguais e proteção no mercado de trabalho, visto que por anos sofreu com normas discriminatórias e com o preconceito social. Como afirma Andrade (2014) que, “Além de brechas para vencer o racismo, as mulheres também vêm encontrando espaços importantes para estabelecer estratégias de combate ao sexíssimo, como na apropriação de um discurso que valoriza uma gestão mais “feminina” para o sucesso do negócios”. Elas Já provaram serem tão competentes quanto os homens no que diz respeito ao mercado de trabalho. Agora, resta a mulher, comemorar a vitória, o sucesso e o grande destaque no mundo empresarial, pois, lutaram por isso, e são merecedoras de suas conquistas. 47 A CLT é sem dúvida muito importante para o ordenamento jurídico e para a mulher, regulamentando o trabalho feminino e possibilitando benefícios e resguardando a mesma em seu ambiente de trabalho. A Constituição Federal de 1988 também é de grande importância, por ter conferido a mulher a igualdade, e com isso impedindo diferenças entre gêneros. Mas, Apesar de todos os avanços alcançados pela mulher ao longo dos anos e principalmente no mercado de trabalho, é necessário esclarecer que ainda existe mesmo que de forma menos expressiva, a discriminação e o desrespeito à mulher, algo que deve ser inaceitável. Portanto, é preciso acreditar que ainda haverá grandes transformações no mercado de trabalho. Pois, mesmo com tantas diferenças, a mulher já possui grande influência na sociedade e no mercado de trabalho, e poderá ainda vir a ter uma melhor apresentação nas relações trabalhistas. Como afirma Andrade (2014) “...afirmou-se uma concepção de “supermulher”, capaz de dar conta não apenas dessa carreira ascendente, mas também da conciliação do trabalho com a formação de uma família nuclear, da maternidade com qualidade de vida”, (ANDRADE. 2014). 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADRE, Silvana. Eu sou uma pessoa de tremendo sucesso: representações, identidades e tragetórias de mulheres executivano Brasil. 1 ed. Rio de Janeiro: Mauad: FAPERJ. 2014. BALTAR, P.; LEONE, E. T. A mulher na recuperação recente do mercado de trabalho brasileiro. Revista brasileira de Estudos Populacionais, São Paulo, v.25, n.2, p. 233-249, jul/dez. 2008. BARRETO, Ana Cristina. IGUALDADE ENTRE SEXOS: Carta de 1988 é um marco contra discriminação. 05 de novembro de 2010. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2010-nov-05/constituicao-1988-marco- discriminacao-familia- contemporanea. BERGAMINI, C. W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994. 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All the authors were of great relevance in order to better understand the situation of women in the Brazilian labor market and that there should be compliance with the laws, so as to guarantee greater security for working women, both in companies and in their home .This research is qualitative, and its results are presented in a descriptive and analytical way, and in order to develop this work we have done several researches and readings from different sources, where we can see that there are several laws, programs and public bodies that benefit the Women, some of them are unknown to them, because there is no greater incentive on the part of the government to make these laws known through debates and lectures. It is therefore of great importance that we discuss more on this subject so that women have more knowledge of their rights and thus may demand compliance with them. Finally, we find that women need to be better aware of these rights and laws that can guarantee them more job security and gender equality, as well as protection in homes, not violence, sexual harassment and discrimination. Much has been done to change this situation, but there is still much to conquer Keywords: Women - Labor market - Labor rights. LISTA DE SIGLAS IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. SPM Secretaria de Políticas para as Mulheres. CLT Consolidação das Leis Trabalhistas. CF Constituição Federal. PNPM Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. CECF Conselho Estadual da Condição Feminina. CNDM Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 11 1. A MULHER E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DOS TEMPOS .......................................... 14 1.1. UM BREVE HISTÓRICO DA MULHER NA ANTIGUIDADE ............................................... 16 1.2. UM PERFIL DA MULHER CONTEMPORÂNEA ........................................................ 22 1.3. A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO .................................. 24 2. A MULHER E O SEU PERFIL DE LIDERANÇA ..................................................................... 28 2.1. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO ...................................................................................................................... 30 2.2. AS RESPONSABILIDADES FAMILIARES E A MATERNIDADE: UM “PROBLEMA PARA AS EMPRESAS” .................................................................................................... 32 2.3. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE DE GÊNERO .................................................... 34 3. UMA ANÁLISE DOS DIREITOS GARANTIDOS POR LEI PARA A INCLUSÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO: BREVES APONTAMENTOS E DISCUSSÕES................ ................................................................................................................... 38 3.1. IDENTIFICANDO E ANALISANDO ESSES DIREITOS ............................................. 38 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 48 11 INTRODUÇÃO Se não houvesse tanta desigualdade entre as classes sociais seria algo muito lindo, plausível e não haveria a necessidade de criação de Leis ou direitos entre as pessoas. Mas infelizmente essas diferenças existem desde o início das civilizações até os dias atuais e o que nos resta é fazer com que todas as leis entrem em vigor. A mulher vem lutando por seus direitos há muitos anos e com toda a sua força de vontade foram muitas as conquistas que obtiveram como, as leis que entraram em vigor após suas reivindicações. “Ao longo da história da humanidade, as civilizações impuseram uma posição social de inferioridade às mulheres (Barreto. 2010)”. Mas, apesar das diferenças das legislações aplicada a cada gênero, podemos afirmar que valeu a pena todas as lutas enfrentadas por elas. Elas estão sempre lutando por uma sociedade mais justa, uma vida digna e com condições de trabalhos igualitários. O que têm dificultado a inserção da mulher no mercado de trabalho é a cultura marxista que está enraizada desde os tempos antigos, onde as mulheres não tinham nenhum direito ou autonomia no meio social ou familiar. Em meio a tantas adversidades, houve avanços em diversas questões, apesar de ainda estarmos muito distante da situação ideal. Todos nós devemos lutar por uma sociedade em que haja liberdade, igualdade e justiça na sociedade. São muitas as pesquisas que mostram como o caminho a ser percorrido é longo e espinhoso, cheios de autos e baixos. Mas é preciso que haja força e incentivo para se alcançar cada vez mais essa liberdade tão sonhada por todos. Para a elaboração do trabalho, será usada a pesquisa qualitativa que, de acordo com Lakatos e Marconi (1991), consiste em ter o ambiente natural como sua fonte de dados e o pesquisador como seu principal instrumento, o que leva o contado direto do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Essa abordagem será teórico- metodológica e caracteriza-se como um estudo descritivo/analítico, levando em consideração as várias fontes documentais e bibliográficas complementadas por informações e dados captados via Internet. 12 Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar a inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro e apresentar de forma descritiva e analítica os programa e leis governamentais que buscam garantir os direitos da mulher no âmbito de trabalho, essas leis estão contidas na CLT de 1943 e na CF de 1988 que é o principal documento que rege os direitos trabalhistas no Brasil. Ao longo do trabalho citamos também outros órgãos e secretarias que lutam a favor da mulher e de seus direitos de igualdade. Também fazermos uma análise da evolução dos direitos da mulher brasileira no decorrer do tempo, com o aparato da legislação que será o foco dessa evolução, abordando o tema de forma legal e fática, contribuindo com a compreensão da progressão da conquista dos direitos do trabalho da mulher, e suas adaptações frente às demandas que surgiram com o tempo, até os dias atuais. A escolha de tal tema deve-se à carência de estudos desenvolvidos nesta área (talvez pela própria discriminação com o tema em debate) e à necessidade de aprimoramento do estudo. Este estudo contribuirá não apenas para o conhecimento dessas leis e programas, mas principalmente para que as mulheres possam despertar cada dia mais para essa questão e lutar por esses direitos, juntas as autoridades públicas. Que elas não se calem por medo ou frustrações, mas que façam valer cada conquista, cada luta enfrentada e cada direito que lhe és garantido por lei. Este trabalho é dividido em quatro capítulos e a seção de considerações finais. No primeiro capítulo, dedicado à introdução, apresentamos o objetivo da pesquisa, o tipo de pesquisa e a contribuição do mesmo, para autores, pesquisadores, estudantes, ou, pessoas interessadas nesse tema. No segundo capítulo apresentaremos alguns pontos sobre a história da mulher na antiguidade e como ela veio conquistando seu espaço no mercado de trabalho e na sociedade com o passar dos anos. Para isso levamos em consideração alguns autores e pesquisadores. Já no terceiro capítulo discorremos sobre o perfil de liderança da mulher, sobre seu domínio no espaço de trabalho, vistoque o tema do nosso trabalho é sobre a mulher e o mercado de trabalho. Apresentamos também algumas dificuldades encontradas por elas quando ingressam no ramo trabalhista. E no quarto capítulo identificamos, descrevemos e analisamos algumas as leis que beneficiam as 13 mulheres no mercado de trabalho, e para isso utilizamos alguns documentos que foram a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de 1943, a Constituição Federal de 1988 (CF), e o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres-(PNPM-2013-2015). Observa-se diante desse estudo que há uma necessidade de se conhecer melhor essas leis, e falar sobre esse tema irá ajudar a divulgar o assunto, pois quanto mais instruídas as pessoas são, mais elas entendem quais são os seus direitos e dessa forma podem lutar por eles. Portanto, faz-se necessário expandir essas leis que beneficiam as mulheres, para que elas tomem mais conhecimento de seus direitos e não permitam ser desrespeitadas ou desvalorizadas em seu ambiente de trabalho ou até no seu próprio lar como acontece na maioria das vezes. A luta não parou, as conquistas devem continuar, pois ainda existem muitos conflitos no que se refere à igualdade de gênero. 14 1. A MULHER E SUA EVOLUÇÃO AO LONGO DOS TEMPOS Neste capítulo, com base nas considerações de alguns estudiosos e de acordo com estudos e pesquisas que tratem sobre o tema, apresentaremos um pequeno relato sobre a evolução da mulher ao longo dos anos, visto que a mulher vem conquistando o seu espaço a cada dia. Trataremos de apresentar de forma discutida a importância das transformações ocorridas ao longo dos anos que contribuíram significativamente para a conquista dos direitos da mulher e sua inserção no mercado de trabalho. Cada vez mais a mulher é a base que mantém a estrutura familiar, como um pilar de sustentação, mantendo a harmonia doméstica, gerenciando os problemas e tomando decisões. A mulher tem a sensibilidade de cuidar com amor, organizar com carinho e pensar cuidadosamente em cada momento do seu dia-a-dia, ganhando cada vez mais espaço no mercado de trabalho. Mas, nem sempre a mulher foi vista dessa forma, antigamente, a atividade da mulher se restringia a cuidar da casa e da criação dos filhos. Existia na realidade, uma relação de submissão- onde o marido era o único que podia tomar decisões e manter o sustento do lar. De acordo com alguns estudiosos, a mulher era tão submissa e inferior antigamente, no caso da Grécia e de Roma que foram o berço da nossa civilização que, não podia tomar nenhuma decisão ou comparecer perante os tribunais e se por acaso o crime fosse cometido por ela, a mesma era julgada pela família do marido, pois eles eram como juízes das mulheres, exercia todo o poder sobre elas. Existia na realidade um regime patriarcal, onde a mulher e os filhos deviam total submissão ao pai e seguiam sempre as ideias das gerações anteriores, sendo que dessa forma, a futura geração crescia e aprendia a ideia de que a mulher e os filhos deviam total submissão ao marido, sem ter direitos ou vontades próprias, seguindo apenas ritos e costumes dos seus antepassados. Naquela época os pais é que exercia o total poder, julgando o que era certo ou errado, também não levavam em consideração o interesse individual do ser humano, mas apenas o interesse da família, sendo que a mãe nunca podia opinar, o marido sempre decidia tudo. A filha naquela época teria que se casar e seguir os 15 passos da mãe, se não quisesse se casar teria que ir para um convento, desenvolver práticas religiosas. Ela não tinha o direito nem de escolher o seu marido, o mesmo era escolhido pelo pai, que tinha por objetivo maior interesses políticos e sociais. De acordo com Fustel de Coulanges (1996), referindo-se a lei de Manu, diz que: “A mulher, durante a sua infância depende de seu pai; durante a juventude, de seu marido; por morte do marido, de seus filhos; se não tem filhos, dos parentes próximos de seu marido; porque a mulher jamais deve governar-se à sua vontade”. (Fustel de Coulanges. 1996, pág. 69). Percebe-se diante dessas afirmações e desses fatos históricos, que a mulher era muito inferior frente ao homem. A filha também não tinha direito a herdar nada, era excluída do direito de sucessão, os filhos é que recebiam tudo. A mulher era sempre considerada como parte integrante de seu esposo seja na morte ou na vida. Como afirma o autor Fustel de Coulanges (1996): “As leis greco-romanas dizem o mesmo. Enquanto moça está sujeita a seu pai; morto o pai, a seus irmãos e aos seus agnados; casada, a mulher está sob a tutela do marido; morto o marido, não volta para a sua própria família porque renunciou a esta para sempre, pelo casamento sagrado; a viúva continua submissa à tutela dos agnados de seu marido, isto é, à tutela de seus próprios filhos, se os tem, ou, na falta destes, à dos mais próximos parentes do marido. O marido tem sobre ela tanta autoridade que pode, antes de morrer, designar- lhe tutor, e até mesmo escolher lhe novo marido (Fustel de Coulanges.1996)”. Existia muita desigualdade entre os gêneros- homem e mulher, desde o início das civilizações. Felizmente esse é um tema que mudou muito com o passar dos anos, e dos séculos. Hoje em dia, a mulher tem conquistado mais o seu espaço apesar de ainda existir uma fragilidade dos seus direitos. A mulher é guerreira, forte e corajosa, estar sempre a lutar por seus direitos de igualdade, sempre se superando e batalhando para ajudar na organização e no sustento de sua casa. Ela não se deixa intimidar por ameaças ou por preconceitos de homens maxistas e autoritários, busca sempre se superar e vencer a dificuldades do dia-a-dia. 16 1.1. UM BREVE HISTÓRICO DA MULHER NA ANTIGUIDADE Quando falamos da antiguidade logo vem à mente o período da Pré- história, mas sabemos que nesse período não existiam documentos escritos. Portanto, não é possível saber o papel da mulher nesse período. De acordo com alguns pesquisadores e historiadores a mulher não dominava nesse período, mas algumas civilizações antigas costumavam cultuar a mulher e a feminilidade na figura de diversas deusas. No mundo clássico também se destacaram como sacerdotisas, sábias, filósofas ou guerreiras. Sabendo que a Grécia e Roma foram o berço da nossa civilização, continuaremos a apresentar algumas considerações sobre a mulher nesse período, para que possamos entender melhor a história da mulher até os dias atuais. Falar sobre a história da mulher é algo muito desafiador, pois, por muito tempo a mulher teve um papel de submissão, sendo secundária na sua relação familiar e social. Felizmente existem muitas abordagens sobre a mulher, muitos estudos foram realizados a fim de mostrar a trajetória dessas guerreiras até o século XXI. Muitos pesquisadores e estudiosos, assim como as universidades, tem realizado inúmeras pesquisas e debates valiosos sobre a situação da mulher em todo o mundo e também no Brasil e esses estudos abrangem tanto os períodos como as regiões, como afirma Mocelin (2014), tornando o campo de estudo ainda maior, e por esse motivo, vamos apresentar uma abordagem mais geral e de forma mais simplificada sobre o papel da mulher na antiguidade. Quando passamos a analisar a história da mulher, encontramos alguns temas importantes como: família, sexualidade, corpo, feminismo, feminista, violência, direitos, entre outros que muito tem contribuído para que as mulheres sejam mais valorizadas e respeitadas, tendo os seus direitos garantidos por lei. Esses estudos também ajudam a divulgar o papel da mulher na sociedade moderna, para que se disfarça a ideia de que a mulher deve ser totalmente submissa e secundária no convívio familiar e social. 17 Para falarmos da mulher faz-se necessário falarmos do homem, pois as relações existentes entre ambos é muito forte até os dias atuais, visto quea família- homem e mulher é a base para a construção de uma sociedade, como afirma a professora Norma Musco Mendes: [...] Diante deste contexto, a produção das ciências sócias começa a definir um novo instrumento de análise para a relação entre os sexos: a categoria gênero. Esse instrumento de análise afasta-se da distinção biológica que marcava as identidades sexuais e parte do pressuposto de que, numa dinâmica relacional as diferenças de posicionamento social entre homens e mulheres são construções sociais e culturais produzidas em diferentes espaços e tempo histórico [...]. Fica claro diante da afirmação da autora que “não é possível uma história das mulheres que não leve em conta as relações entre homens e mulheres”, (Mocellin, 2014.p.08). Se pararmos para analisar a história das mulheres no mundo antigo, vamos nos deparar com fatos tristes e desagradáveis que nos deixam, até de certa forma, revoltadas (os), porque antigamente as mulheres não tinham direito a nada, elas só podiam cuidar da casa e dos filhos e servir ao marido sempre que ele ordenasse, não tinham direitos ou vontades próprias, seguiam apenas os costumes e a cultura dos seus antepassados. Diferentemente da mulher de hoje que ocupa cada vez mais espaço no meio social, cultural e político, e que busca cada vez mais garantir o seu espaço e seus direitos perante a lei. Por isso, é importante que existam estudos que abordem esse tema sobre a mulher no mercado do trabalho, para que a mesma se conscientize cada vez mais do seu papel na sociedade atual. Voltando a falar sobre a mulher na antiguidade, foram muitas as lutas e dificuldades enfrentadas por elas como afirma Mocellin (2014, p.09.) que, “[...] milhares de mulheres foram queimadas em fogueiras inquisitórias em países católicos. Há de se destacar que os Estados protestantes também executaram muitas bruxas e feiticeiras”. Lembrar esses acontecimentos é, de fato, algo muito triste. Infelizmente, apesar do espaço que a mulher tem conquistado ainda existem muitos abusos contra as mesmas, principalmente o abuso sexual e a violência. Na Grécia antiga a condição da mulher era diferente da condição do homem, como afirma o professor Frias em seu artigo sobre “A mulher da Grécia 18 Antiga e possíveis aspectos da cultura grega na contemporaneidade” publicado no site Café com Filosofia PhiPsi (2008-2013): “A condição social e política da mulher da Grécia antiga se diferem largamente dos direitos conferidos aos homens de tal sociedade. Elas não eram consideradas cidadãs e, do mesmo modo, ocupavam uma posição de inferioridade social em relação aos indivíduos do sexo masculino. Destarte, tal relação de desigualdade corroboraria por atribuir às mulheres atividades direcionadas, em geral, às tarefas domiciliares e à procriação, isto é, o ambiente “natural” delas estava confinado ao lar, educando e gerando os filhos de seus maridos, sendo que, assim, elas deveriam ser subservientes aos seus cônjuges e lhe prestar total fidelidade”. Se analisarmos o trabalho feminino na antiguidade vamos perceber que a mulher já fazia parte de uma divisão social do trabalho, pois tanto as escravas como as livres tinham o seu espaço de trabalho na esfera doméstica, onde elas eram responsáveis pela organização da casa, que incluía a alimentação e a higiene de homens e crianças. De acordo com o estudioso Engels, “na Grécia antiga as mulheres e os escravos não eram considerados cidadãos, somente o homem livre tinha esse status”. Mas vale destacar que o patriarcado que dominou essa época não foi algo por acaso, nem uma revolução violenta, mas sim um processo, uma cultura, visto que a sociedade dessa época seguiam os costumes dos antepassados, se bem que hoje em dia ainda existe um pouco dessa cultura, onde a mulher deve somente cuidar da casa, dos filhos e do marido. Segundo Flores (2000), “a Grécia é pátria da cultura ocidental. É lá que nasceram as novas formas de pensamento das quais somos herdeiros”. Por isso que ainda existem tantos preconceitos contra as mulheres, mesmo elas tendo conquistado tantos direitos, “herdamos seu modo de pensar e de questionar”, os nossos costumes estão cheios de valores gregos, um exemplo é o teatro. Mas vamos voltar a falar sobre o papel da mulher nesse período de soberania do homem como afirma Flores (2000, p.69) que: “O estudo de gênero da antiguidade clássica revela o quanto de trabalho e de esporádicas regalias recaíam sobre a mulher da Grécia e Roma antigas. O estudo se justifica porquanto muitos de seus elementos culturais se perpetuaram nas culturas posteriores, substituindo no Brasil colonial e até o século passado, traduzido na aceitação genérica da inferioridade feminina. Se para Aristóteles o homem grego era mais perfeito que a mulher, nos inícios do séc. 19 XIX foi aceito ser o homem mais inteligente por possuir caixa craniana maior que a mulher”. (Flores. 2000, p.69). Diante desses estudos podemos perceber que a desvalorização da mulher ao longo dos anos foi muito forte, não que o homem da Pré-história ou homem das cavernas desvalorizasse a mulher, pois nesse período o que contava mesmo era a força muscular, já que eles viviam da caça e da pesca, sendo necessário o manuseio de lanças e o peso do braço e sabemos que os homens possuem mais massa muscular, por isso estavam à frente de quase todas as atividades diárias. De acordo com Flores (2000) as mulheres em Esparta até tinham algumas regalias, se fosse filha ou esposa de cidadão (homem livre). A situação de inferioridade foi se agravando no decorrer da história grega. Existiu um período (na época de Homero, 800 a.C) “em que se comprava esposa, mas séculos mais tarde o preço baixou a ponto de o pai contribuir com um dote para o noivo. Sem dote nada de casamento”. Essa linha de raciocínio continuou na Idade Média com S. Agostinho, visto que a igreja católica exercia forte poder nesse período. Para ele a mulher era visto como algo totalmente sem valor e transmitia uma ideia totalmente absurda da mulher. O P. Antônio Vieira também deu continuidade, em Portugal e no Brasil, de ver a mulher como fonte do pecado. S. Agostinho considerava a mulher: “Impura por natureza, predisposta a gerar monstros em sua própria peçonha, é armadilha e seu coração uma rede. É pela mulher que se introduz o pecado, foi ela a causa da queda. Consequência do pecado original provocado pela mulher, há uma afinidade natural da mulher com a luxúria: tudo se passa como se ela tivesse apetites carnais desenfreadas que o homem não tem condições de saciar”. (Kappler. 1993, p.380-81. In. Flores. 2000, p.70). Segundo a Bíblia, considerado o maior livro literário da história, o pecado entrou através da mulher que tinha por nome Eva, mas o castigo dado por Deus foi para os dois, Adão e Eva, assim como para a serpente que os enganou. Então podemos perceber que a mulher não foi a única culpada por isso, e que Deus não foi severo somente com a mulher, julgando somente ela e tratando-a de forma tão humilhante como o faz S. Agostinho em suas palavras. 20 No mesmo livro sagrado, em Gênesis 3:15, encontramos a primeira profecia que Deus fala algo muito impressionante, Ele fala sobre a “Semente da Mulher”. No decorrer das histórias narradas na Bíblia encontramos muitas histórias lindas sobre mulheres. Isso nos mostra, que a linha de raciocínio da igreja católica daquela época sobre as mulheres era muito radical e preconceituosa. Em Roma não era diferente, a religião romana era dominada pelos homens. Mas as mulheres não eram totalmente excluídas, pois haviam as deusas e elas participavam de forma igual nos rituais. Como afirma Mocellin (2014) que: “De forma geral podemos afirmar que as mulheres – excluídas da vida pública ou privada – tinham importância nas cerimônias dos cultos importados. No culto da deusa egípcia Ísis, por exemplo, haviaigualdade entre homens e mulheres. Nos cultos marginais (o cristianismo será um deles), as mulheres desempenhavam papeis importantes”. (Mocelin 2014, p.14). Vemos diante dessas afirmações, que as mulheres em alguns casos tinham alguma importância ainda que pequena, mas esses papeis desempenhados pelas mulheres não estavam relacionados ao trabalho como fonte de renda ou de sustento do lar, pois essa responsabilidade nessa época era somente dos homens. A inserção da mulher fortemente no mercado de trabalho só teve início depois, nas últimas décadas do século XX. “Jesus de Nazaré foi um revolucionário no que diz respeito à posição da mulher na vida social e religiosa. Manteve conversações com mulheres estrangeiras, ignorou as restrições de impureza ritual, deu- lhes uma posição igual à dos homens e conferiu-lhes respeito e consideração”. (Mocellin. 2014, p.15). Se o próprio Jesus, maior líder religioso que existiu, conferiu a mulher o direito de igualdade diante da sociedade, os líderes que surgiram após Ele não deviam agir de forma tão preconceituosa contra as mulheres, como se elas fossem miseráveis e imundas diante da lei de Deus. Como já havíamos falado antes, lendo os evangelhos podemos perceber a forte presença de mulheres que fizeram história, e que foram muito importante para a sociedade da época, desempenhando papéis honrosos e dignos de serem 21 registrados no livro sagrado que era o espelho da igreja católica que dominava naquela época. Mas de acordo com Mocellin (2014), “à medida que a igreja hierarquizava- se, o papel da mulher ficava limitado, tanto que a palavra e o ensino foram interditados a elas”. Mas apesar de serem oprimidas algumas mulheres tiveram forte poder e influência naquela época, apesar das fontes literárias (masculinas) tentarem mostrar o contrário. Percebemos então, que o Status da mulher melhorou com o cristianismo, apesar da opinião negativa de alguns autores cristãos, que se referem à imagem da mulher como condenada. “Diante do martírio, não há narrativas na qual não esteja assinalada a presença de mulheres” Mocellin (2014). A história da mulher na antiguidade é muito complexa e extensa, então tentamos apresentar de forma bem resumida um pouco desses acontecimentos para que possamos entender melhor, e analisarmos de forma mais crítica o papel da mulher na sociedade, pois para a nova geração sempre fica a pergunta: como viviam as mulheres de antigamente? Que direitos elas tinham? Procuramos assim mostrar um pouco dessa história, para podermos traçar uma linha sobre a conquista de seus direitos ao longo da história. Acreditamos que o conhecimento do passado ajuda a entendermos mais as mudanças ocorridas entre os homens e as mulheres nos dias atuais. De acordo com alguns autores existiram muitas formas de se organizar e viver naquela época, então, é necessário que venhamos a refletir sobre isso, e entender que a única forma correta de viver não é a que achamos ser, é preciso analisar a história, conhecer os livros, abrir a mente para a reflexão, o estudo sempre abre a mente das pessoas para a compreensão. Um dos motivos pelo qual existem tantos preconceitos e discriminações é a ignorância das pessoas, a falta do conhecimento e do respeito para com o próximo. Existem muitas formas de se viver nesse mundo que precisam ser respeitadas, e devemos combater o preconceito e as injustiças que ferem os direitos de qualquer ser humano, inclusive a mulher. Portanto fica evidente que a mulher sempre teve uma grande importância no meio social e familiar, desde os tempos passados. Ela era responsável por todas as atividades domésticas e em algumas civilizações ainda exerciam outras funções na ausência do marido, trabalhavam incansavelmente para manter a organização do lar, ainda tinham que suportar a falta de reconhecimento dos seus direitos, não 22 podiam tomar nenhuma decisão, tendo que conviver com atos preconceituosos e de certa forma maxista contra elas e seus direitos 1.2. UM PERFIL DA MULHER CONTEMPORÂNEA Falar sobre a mulher é algo muito importante, sabendo que ela é vista como uma guerreira por causa de suas muitas conquistas, mas é preciso destacar também a questão feminista e a feminina. A questão feminista, de acordo com alguns estudiosos, ocorreu durante todo o século XX e ainda ocorre, mas deixou de ser o foco no século XXI, esse movimento foi representado pelos feministas que tentou idealizar uma manifestação muito forte da mulher. Hoje, na contemporaneidade, existe uma grande discursão sobre a questão feminina, algo mais profundo que tenta não apenas defender a mulher, mas igualar seus direitos, de forma que não haja preconceitos ou distinção de gênero, como afirma Wagner (2003) que: “Trata-se, sobretudo, de olhar a realidade e buscar compreenderes-te impasses, criando recursos que contribuam não só para a eliminação de preconceitos relativos a algumas formas de convivência familiar, como também direcionando estes recursos para a compreensão dos conflitos vividos no grupo familiar, (Wagner. 2003, p.13)”. Nesse sentido, é preciso ter uma visão mais crítica da história e também da organização familiar, devemos observar que o “processo evolutivo está permeado de mudanças e permanências”, Wagner (2003, p.29). Com relação aos direitos que as mulheres tinham no passado, ocorreram muitas transformações até ser atingido esse modelo de família contemporânea que nós temos hoje. Podemos afirmar, de certa forma, que foi toda essa submissão e falta de liberdade da mulher que trouxe a ela um desejo de mudança em sua vida, apesar de que: “Em realidade, a transmissão de questões transgeracionais relativas a valores, às crenças, aos legados e aos mitos familiares são inevitáveis e fazem parte da própria estruturação do núcleo familiar. Entretanto, a transmissão dos saberes e modos de agir não ocorre de forma linear, mas exige uma reelaboração e seleção, uma adaptação e uma inovação ainda maior do que anteriormente eram necessários”. (WAGNER. 2003, p.28). 23 O comportamento da mulher vem mudando desde o século XIX, “cada vez mais tornam-se evidentes as mudanças contextuais que a família contemporânea vem sofrendo” (Wagner, 2003. p.27). Aquela mulher que objetivava cuidar somente da casa, dos filhos e do marido resolve sair nas ruas à procura de liberdade, começou a falar e a lutar por seus direitos, não esquecendo que as mulheres não deixaram de fazer o que fora lhe imposto como responsabilidade, mas sim ampliaram seu papel, passando a dominar um maior número de atividades em seu dia a dia, mostrando que são capazes de irem muito além do que tentaram impor a elas nos séculos passados. Apesar de conseguirem ir muito além conquistando o seu espaço, as mulheres ainda sofrem com algumas desigualdades, como por exemplo, o ganho salarial das mulheres, segundo o IBGE, é 28% menos que o dos homens, sendo que elas trabalham até 5 horas a mais que eles. É contra essa e outras desigualdades que as mulheres continuam sua luta incansável, não se deixando ser vencida por uma sociedade maxista e desigual. A mulher tem um papel multifuncional, e isso pode causar algum transtorno psicológico nelas, por isso é preciso também ter cuidado e fazer um balanceamento das atividades, para não se sobrecarregar. Diante desse tema tão polêmico, sobre o papel que a mulher desempenha no século XXI, não podemos deixar de argumentar sobre o fato de que, nem todas as mulheres conseguem se libertar de um padrão de cultura, religião e política de um país. Existem alguns países onde a submissão exigida das para com as mulheres é feita de um modo muito exagerado, como nas aldeias do Xingú, onde as meninas ficam presas dentro das malocas após a primeira menstruação, como um ritual, e esperam pelo marido que é escolhido pelos pais. Essa forma de cultura vem de séculos passados comovimos no tópico anterior, onde as moças não podiam escolher os seus maridos, mas somente os pais e levavam em consideração questões políticas. Também na África, meninas a partir dos dois (02) anos de idade passam por circuncisão, onde o clitóris é extraído de uma forma muito cruel e algumas delas chegam até a morrer por infecção durante o processo. Para eles é uma forma de repressão do desejo sexual e da infidelidade. 24 Já na religião Muçulmana, as mulheres são tratadas de formas mais cruéis, sendo que, qualquer deslize das mesmas, seja no modo de se vestir ou com alguma ação a mulher é estuprada como forma de castigo, ou, se elas forem abusadas sem motivos são mortas pelos pais, caso ocorra o estupro. Podemos perceber diante desses fatos que ainda existem muito a ser conquistado, não só nos países citados anteriormente, mas também em outros como o Brasil, onde ainda existem muitas desigualdades e respeito para com as mulheres. Portanto, como falamos no início deste tópico o movimento feminista não é mais o foco deste século XXI, mas foi através de movimentos como este e de protestos que as mulheres ganharam muitos benefícios e direitos que trataremos mais na frente e no capítulo 3 deste trabalho analítico/discursivo. 1.3. A EVOLUÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO A mulher vem conquistando seu espaço cada dia mais, no meio social e principalmente no mercado de trabalho, visto que, antigamente ela não tinha nenhum direito com relação à tomada de decisões ou de exigir algum direito, como falamos antes, o seu único direito naquela época era cuidar dos filhos, da casa e do marido. Hoje em dia a mulher tem uma posição mais dominante na sociedade, e isso, aterroriza um pouco os homens e por esse motivo ainda existem tantas dificuldades para que as mesmas tenham o direito de assumir qualquer posição ou cargo na sociedade. A rapidez da inserção da mulher no mercado de trabalho e sua crescente participação nesse contexto merecem reflexões e discussões sobre o assunto. A participação feminina no mercado de trabalho vem aumentando dia após dia, mas para que isso pudesse acontecer foi preciso muitas lutas contra os preconceitos existentes. E essa inserção da mulher no mercado de trabalho se deu, principalmente, por causa das muitas mudanças que ocorreram na industrialização, como o seu crescimento elevado, e também o aumento da urbanização, onde os homens do campo passaram a morar nas cidades, e com isso veio também à necessidade de mais mãos de obra, incluindo assim o sexo feminino. A mulheres, para conseguirem chegar ao nível social em que elas se encontram hoje sofreram muitas humilhações e dificuldades, mas elas deram uma 25 virada no decorrer da história conseguindo alcançar um patamar muito alto e ingressando cada vez mais no mercado do trabalho. A inserção da mulher no mercado do trabalho se deu no início das I e II Guerras Mundiais, onde os homens precisavam ir para as batalhas e elas tinham que cuidar da família, assumindo o papel dos maridos. Quando acabava a guerra, os homens que conseguiam voltar sem tantos ferimentos retomavam o seu papel de chefe, ou, senhor do lar e as mulheres voltavam a fazer somente os afazeres domésticos. Já os que morriam na guerra deixavam suas esposas sem um destino certo, sem um líder para comandar o lar, como era o costume daquela época. E assim, essas mulheres viúvas tinham que trabalhar para manter o sustento da casa e dos filhos, apesar, de seus trabalhos não serem valorizados pela sociedade daquela época, PROBST (2003, P.1). Se olharmos algumas passagens na Bíblia, como o livro de 1 Timóteo 5: 3-7, em Tiago 1:27, Deuteronômio 10: 18; 24: 17, entre outros, vamos perceber que Jesus ordenava que cuidassem dos órfãos e das viúvas, mostrando dessa forma, que essas mulheres tinham uma grande dificuldade de se sustentarem desde de muito antes, por conta de não ser esse o papel das mulheres naquela época, o de sustentarem a família. De acordo com PROBST(2003): “[...] As que ficavam viúvas, ou eram de uma elite empobrecida, e precisam se virar para se sustentar e aos filhos, faziam doces por encomendas, arranjo de flores, bordados e crivos, davam aulas de piano etc. Mas além de pouco valorizadas, essas atividades eram mal vistas pela sociedade”. (PROBST, 2003, p.1). Sendo assim, as mulheres foram ingressando, ainda que de forma muito simples e pouco valorizada, no mercado do trabalho, se mostrando verdadeiras guerreiras, ultrapassando o limite que era imposto a elas nesse período, não cedendo à pressão social daquela época. Começou, então, a conquista das mulheres em relação ao seu ingresso no mundo do trabalho, sendo que elas tiveram uma história de sofrimento e escravidão ao longo do tempos, não podiam nem frequentar as escolas, também não tinham não podiam votar. Esses direitos só foram conquistados por elas após muitos esforços e lutas. 26 Hoje em dia, as mulheres já conquistaram cargos de liderança, tanto nas empresas como na política, mostrando que sua capacidade é muito maior do que imaginamos. O papel da mulher hoje no mercado de trabalho está muito boa, apesar de algumas dificuldades que elas ainda enfrentam, pois existem políticas públicas que defendem os seus direitos, como afirma PROBST (2003, p.1), que: [...] algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Ficou estabelecido na Constituição de 32 que “sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas às 5 da manhã; é proibido o trabalho da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez”. Mesmo com essa conquista, algumas formas de exploração perduraram durante muito tempo. (PROBST, 2003, p.1). A consolidação e ampliação desses direitos são voltados para a melhoria das mulheres em todas as áreas. Os desafios vão sempre existir, pois a mulher foi vista secularmente como um sujeito de segunda categoria. Mas é importante lembrar que ela agora assume um papel de destaque, tendo conquistado muitos benefícios em seu favor. Como afirmam COSTA, SORJ, BRUSCHINI e HIRATA (2008, p.22) em um trabalho publicado pelas mesmas sobre, “Mercado de trabalho e gênero: comparações internacionais”, onde destacam que as mulheres vem cada vez mais ocupando cargos de prestígio e, no Brasil, sua inserção no mercado do trabalho se deu por conta da precariedade de parte dos trabalhadores e em contraste com essa ocupação precária, as mulheres instruídas, vem conquistando seu espaço em cargos cada vez mais elevados como, a medicina, a advocacia, a arquitetura, a engenharia, entre outros, elas vem ganhando espaço até em cargos que se diz, tradicionalmente, masculino. “O ingresso dessas mulheres nessas ocupações de qualidade teria ocorrido como resultado da convergência de vários fatores. Entre eles, uma intensa transformação cultural”, COSTA, SORJ, BRUSCHINI e HIRATA (2008, p.37). Vale destacar que essas informações cobrem apenas a área formal do trabalho feminino, visto que existem ainda as mulheres que trabalham em áreas mais simples, mas também de grande importância. “O aumento do número de mulheres em profissões que permanecem prestigiadas- magistrados, advogados, jornalistas, médicos, etc.- está aí para provar que a desvalorização não é o destino de todo ofício que 27 se feminiza. Do mesmo todo, assiste-se a uma progressão sustentada do número de mulheres executivas, apesar de o acesso a essas funções ainda ser mais difícil para elas do que para os homens”. (COSTA, SORJ, BRUSCHINI e HIRATA. 2008, p.42). As mulheres conquistaram muitos cargos importantes, mas ainda tem a questão do salário das mesmas. Alguns autores, pesquisadores e estudiosos, afirmam que as mulheres, em sua maioria, são mais escolarizadas do queos homens, mas infelizmente ainda existe um regime patriarcal que desvaloriza o trabalho feminino, de forma que elas continuam tendo um salário menor do que o dos homens, mesmo tendo a mesma formação profissional, ou até mais, daí a questão de que a luta pelos direitos ainda continua. A inserção da mulher no mercado econômico vai muito além de ser apenas uma renda complementar, ou, uma ajuda para a manutenção das despesas de casa. A mulher está mostrando o seu talento, sua capacidade psicológica em administrar uma empresa. Tudo isso envolve uma transformação na vida pessoal dela, que antes não tinha nenhum valor. É uma questão de superação, de independência financeira, de conquista da mulher, entre outras. E tudo isso foi possível após elas receberem alguns apoios e incentivos e de conseguirem leis governamentais que as beneficiassem. “Com a feminização do mundo do trabalho, o que está em jogo é o estatuto do “segundo sexo” na sociedade. O fato de as mulheres constituírem agora quase metade da força de trabalho é uma mudança social muito importante. Ainda assim, as questões das desigualdades de sexo, de suas novas roupagens e de seus velhos resquícios permanece”. (COSTA, SORJ, BRUSCHINI e HIRATA. 2008, p.50). Pode-se afirmar então que tudo mudou, com relação aos tempos passados. A sociedade agora vê a mulher de forma diferente, não apenas como uma mulher que cuida somente da casa, do marido e dos filhos, mas como alguém que ultrapassou barreiras e limites e garantiu um papel de destaque na sociedade atual. Para ser mais preciso é entre “liberdade e igualdade” (FRAISSE, 1995) que se articula o lugar da mulher na sociedade. “O acesso da maioria das mulheres à autonomia econômica é uma conquista rumo a liberdade”. (COSTA, SORJ, BRUSCHINI e HIRATA. 2008, p.50). 28 2. A MULHER E O SEU PERFIL DE LIDERANÇA Este capítulo tem como finalidade apresentar um pouco sobre o perfil de liderança da mulher, visto que o nosso trabalho fala sobre um tema muito polêmico e importante que é a inserção da mulher no mercado de trabalho. Segundo alguns estudiosos, para que uma pessoa se torne um bom líder ela precisa saber tomar a iniciativa, ser Honesto e íntegro, focar resultados, ser uma inspiração e motivação para os outros, relacionar-se bem com as pessoas e trabalhar em equipe. Analisando a mulher como uma líder, pode-se observar que ela se encaixa bem nesses pontos por ser mais sensível e calma, e analisar sempre antes da tomada de decisões, visto que ela já tem uma experiência trazida do seu próprio lar, onde a mesma é responsável pela organização da casa, o cuidado os filhos e com o marido. Para Carreira et al (2006), as mulheres trazem para o ambiente de negócios heranças do ambiente doméstico e, assim, melhoram a capacidade de fazer múltiplas tarefas simultaneamente e, ainda, prestar atenção às atitudes dos demais colaboradores A mulher, quando consegue uma posição de liderança busca ser sempre muito responsável e competente no que faz, apesar de ainda serem vítimas de alguns preconceitos e maxismos. [...] normalmente, nos ambientes que incorporam pela primeira vez uma mulher, a reação à recém-chegada não é de agressão. Ela é introduzida como raridade, um ser exótico e sem chances de convivência normal. Essa diferenciação de tratamento é justificada pelos estereótipos tradicionais masculinos. (CARREIRA et al, 2006, p.26). Quando a mulher consegue chegar a uma posição mais alta no seu trabalho, há muito já aprendeu a superar barreiras e dificuldades típicas do sexo feminino, desde sua infância até a fase adulta, sempre tendo restrições em muitas coisas como, a capacidade de tomar decisões e ocupar determinados cargos na sociedade. Felizmente tudo está mudando, evoluído para algo melhor em relação ao espaço que a mulheres ocupam no meio social em que estão inseridas. Hoje em dia, temos muitas mulheres na liderança, depois de terem vencido tantos preconceitos e 29 dificuldades no decorrer da história da humanidade ocupam lugar de destaque em vários setores industriais e também na política. “Longe de se resumir a uma evolução linear, a história dos feminismos é feita de progressos, de conquistas e recuos, em relação estreita com os contextos sociais, políticos e econômicos”. (TAVARES. 2010). Há algumas décadas o mundo do trabalho vem passando por mudanças, sendo que uma das mais importantes se refere à entrada da mulher no mercado de trabalho, especialmente a partir de 1960, conforme sinaliza Botelho, Moraes e Cunha (2008). Segundo a Dra. Janete Vaz, começou a chegar o momento das mulheres, pois nos séculos passados existiam muitas dificuldades, onde as mulheres eram preparadas apenas para ficar em casa e conseguir um marido, elas não tinham nenhum modelo de liderança, visto que, na cultura daquela época apenas os homens podiam liderar. Nos dias de hoje, as mulheres já podem, não só pensar em liderar, mas sim liderar nas empresas e nos negócios da família. A mulher, está vivendo um momento histórico muito importante no ecossistema empreendedor, elas estão preparadas para gerir, criar, e empreender. Para Frankel (2007), “as mulheres lideram melhor por terem mais autoconfiança em seu trabalho, elas possuem uma visão global da realidade e mais acesso à educação em relação à geração anterior”. “O diagnóstico da presença de mulheres no mercado de trabalho é hoje bem mais complexo que vinte anos atrás. O início dos anos 80 evidenciava o descompasso da PEA (População Economicamente Ativa) masculina e a PEA feminina e, consequentemente, solicitava ações de apoio para FAZER CONSTAR as mulheres no mundo do trabalho como trabalhadoras”. (CAPPELLIN, 2003, p.13). Como já havíamos falado anteriormente, uma pessoa para ser líder precisa apresentar alguns traços ou perfil que as diferenciem das demais pessoas, ela precisa ser um destaque no meio das outras, de forma que essa pessoa seja vista pelos demais, inclusive pelas empresas empregadoras, como afirma Bergamini (1994) que: “Ela parte do pressuposto de que algumas pessoas possuem uma combinação especial de qualidades e características pessoais que as distinguem das outras tais como: inteligência, decisão, percepção, empatia, raciocínio rápido, presença de espírito, perseverança, aparência física, flexibilidade, agressividade”. (BERGAMINI, 1994). 30 Ainda existem outros tipos de liderança como afirma Marinho (2004, p.14), mas não nos aprofundaremos nesse assunto, visto que, o nosso objetivo principal deste capítulo é destacar um pouco o perfil de liderança da mulher. Sabemos que, todo líder costuma ter o seu próprio estilo de liderança, e uma das características da liderança feminina é o aspecto social e/ou psicológico. A escolha profissional da mulher sempre é influenciada por alguém, e ela também é ousada, vive buscando mudanças e traçando novos caminhos. Enfim, a mulher é por natureza, mais resistente que o homem, tanto física como psicologicamente. 2.1. DIFICULDADES ENFRENTADAS PELAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO O mundo do trabalho ainda é muito desafiador para algumas mulheres, mas com toda a sua força e garra algumas mulheres ultrapassam todas as dificuldades encontradas e conseguem chegar muito longe em sua carreira profissional. Hoje em dia, a participação feminina nas empresas chega a ser quase igual a dos homens, bem diferente do que acontecia antigamente, onde as mesmas não podiam trabalhar fora do ambiente doméstico. Apesar das várias conquistas femininas no mercado do trabalho as mulheres ainda enfrentam alguns preconceitos e maxismos, principalmente em relação ao salário e a cargos de chefia, ou seja, os cargos mais elevados nas empresas ainda continua sendo preferencial para os homens. No decorrer da história, a mulher sempre desenvolveu muitas tarefas domésticas, ela sempre teve a capacidade de fazer um conjunto de atividades,já em contra partida, o homem, que se diz ser mais superior, jamais conseguiria competir com a mulher em relação a isso. A mulher, na realidade consegue trabalhar três expedientes, enquanto o homem só consegue trabalhar dois. E isso, deixa claro o grau de competência da mulher em seu cotidiano. Longe de nós, querer desprezar o trabalho masculino, pois o homem também tem uma grande importância na vida da mulher, mas em parceria com ela e não como o superior em tudo. De acordo com o artigo 5º da Constituição Federal, todos somos iguais perante a lei, mas quando observamos a realidade não é bem esta, pois o tratamento preconceituoso com as mulheres no âmbito do trabalho, tanto doméstico 31 como empresarial, ainda existe de forma muito crítica, mesmo tendo várias leis que defendem o trabalho feminino, elas ainda precisam lutar para garantir total respeito e dignidade diante da sociedade e principalmente das empresas empregadoras. A Constituição Federal assegurou salário igual a homens e mulheres, além de outros benefícios como o da maternidade, mas infelizmente o desrespeito com a legislação surge da própria sociedade. É preciso educar as pessoas, de forma que elas aprendam a respeitar o trabalho feminino, já que a mulher tem uma jornada de trabalho intensa, tanto em casa como no ambiente de trabalho. Todas essas dificuldades encontradas pelas mulheres no mercado de trabalho é a herança de uma sociedade patriarcal, que tem o homem como o único provedor do sustento da família, o chefe da casa, mas sabemos que tudo isso é apenas uma questão de cultura, pelo fato de que nos tempos passados o mercado de trabalho era dominado somente pelos homens. Notoriamente isso tem mudado no decorrer dos séculos, a mulher vem conquistando lugar de destaque e continua batalhando para chegar a um patamar igual ou semelhante ao dos homens. “É preciso um novo olhar para se poder perceber que a desigualdade entre homens e mulheres em nossa sociedade se reflete em pequenas (e grandes) discriminações, em pequenas (e grandes) dificuldades enfrentadas pela mulher em seu cotidiano, em dificuldades de acesso a serviço, em um cotidiano penoso na esfera doméstica”. (CAMAROTTI; SPINK. 2003, p.111). Mesmo diante dessas desigualdades não podemos esquecer que existem ações do governo, programas sociais e políticas públicas que ajudam muito a mulher diante desses problemas e dificuldades. Portanto, em se tratando de inclusão feminina no mercado de trabalho, como afirma alguns autores, há ainda um longo caminho a ser percorrido. Isso acontece porque alguns programa. Não dão a devida atenção, as diferenças de gênero, de forma que sejam criadas ações para acabar com as desigualdades de oportunidades entre homens e mulheres. 32 2.2. AS RESPONSABILIDADES FAMILIARES E A MATERNIDADE: UM “PROBLEMA PARA AS EMPRESAS” Alguns fatores influenciaram a inserção da mulher no mercado de trabalho como: o crescimento das indústrias, as mudanças tecnológicas, o movimento feminista, entre outros. Esses acontecimentos muito contribuíram, para que, aos poucos, as mulheres fossem conquistando o seu espaço. Mas, infelizmente, para que a mulher consiga ter mais oportunidades no mercado de trabalho ela precisa deixar de lado o sonho de ser mãe e algumas responsabilidades dentro do seu lar, pois, esses fatores atrapalham na hora da sua contratação pelas empresas. É como se isso fosse o preço pelo seu sucesso. As mulheres que enfrentam a maternidade sofrem muito com a falta de contratação para trabalhar, pois, para as empresas o custo é mais alto, e não adianta ser uma pessoa competente porque eles vão levar em consideração o custo para mantê-las e o tempo disponível que elas têm. Se analisarmos vamos perceber que as famílias têm reduzido o número de filhos. Cada vez mais, as mulheres, vem diminuindo o número de filhos, já não encontramos tantas famílias grandes como antigamente, e o que explica isso é o fato de as mulheres estarem ingressando cada vez mais nas empresas, em busca de trabalho para ajudar no sustento da sua família, ou, simplesmente para conseguir uma realização pessoal, sentir-se bem consigo mesma e saber que importante e capaz de transformar o mundo ao seu redor. Ser mãe é algo lindo e maravilhoso, mas isso, têm sido um dos fatores que afasta a mulher do mercado de trabalho, e se o filho for pequeno é pior ainda, pois, surgem preocupações por parte do empregador achando que a mulher pode largar o emprego logo para cuidar do filho. Pesquisas revelam que a maternidade e as responsabilidades familiares das mulheres causam problemas para as empresas, eles acham que existe muita proteção à maternidade. Mas, sabemos que, todos os custos da licença maternidade são assumidos pelo estado por meio da Previdência Social, então, as empresas não deveriam estar preocupadas com isso, mas sim com a produtividade gerada 33 pelas pessoas contratadas para ficarem no lugar das mulheres em licença- maternidade, Abramo (2007, p.74). Alguns estudiosos afirmam que além dos filhos serem um fator que influencia negativamente a ingressão da mulher no ramo trabalhista, também têm a questão da idade, e segundo pesquisas, apesar de todas as faixas etárias femininas terem crescido no mercado de trabalho, as mulheres mais jovens tiveram menos participação por conta da sua pouca experiência. Quem ganhou mais espaço foram às mulheres entre 35 e 49 anos (SCORZAFAVE e FILHO, 2006, p.6). [...] O Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) divulgou dois estudos com o balanço dos ganhos e as dificuldades enfrentadas pelas brasileiras ao longo dos anos 90. A renda média das trabalhadoras passou de R$ 281,00 para R$ 410,00. As famílias comandadas por mulheres passaram de 18% do total para 25%. A média de escolaridade dessas “chefes de família” aumentou em um ano de 4,4 para 5,6 anos de estudos. A média salarial passou de R$ 365 para R$ 591 em 2000. Uma dificuldade a ser vencida é a taxa de analfabetismo, que ainda está 20%. Outra característica da década foi consolidar a tendência de queda da taxa de fecundidade [...] (PROBST, 2003.p.06). Percebe-se diante destas pesquisas que houve uma evolução no grupo das mulheres, apesar de todas as dificuldades enfrentadas por elas, que além de cuidar de seus filhos, de seu marido e de sua casa, cumpriam jornadas duplas de trabalho e ainda estudavam, mostrando-se verdadeiras guerreiras. Encontramos muitas dificuldades no que diz respeito à inserção da mulher no mercado de trabalho. Surgem muitos preconceitos quando a mulher apresenta uma posição mais dura no seu trabalho, ou seja, quando ela precisa exercer alguma autoridade, e alguns relacionam isso a questões hormonais, como se só o homem pudesse exercer esse papel de autoridade superior. Também sofrem por assédio sexual no mercado de trabalho, como vemos, vez por outra, mulheres fazendo esse tipo de denúncia. Elas ainda enfrentam uma grande dificuldade em se resolver essa questão, pois, as mesmas têm medo de denunciar a prática, elas têm medo do que possa acontecer futuramente, já que o estado não garante a proteção dessas mulheres. 34 Mas, apesar de todas essas dificuldades encontradas pelas mulheres no mercado de trabalho, algumas pesquisas revelam que o ingresso delas nas empresas têm aumentado visivelmente, assim como, cargos de destaque em grandes empresas. “Atualmente, a maioria das mulheres não para de trabalhar quando têm filhos. O fim da descontinuidade das trajetórias profissionais das mulheres marca assim uma verdadeira ruptura com as normas sociais anteriores”, COSTA, SORJ, BRUSCHINI e HIRATA (2008, p.39). Portanto, dizer que as mulheres são um “sexo frágil” já não se encaixa no perfil delas, as mesmas provam o contrário quando conseguem desenvolver tantas atividades no seu dia a dia, e isso tudo com muita dedicaçãoe eficiência. 2.3. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE DE GÊNERO Durante muitos anos, as mulheres vem lutando pela sua inserção no mercado de trabalho, e apesar de todas as leis e programas que as beneficiam elas ainda enfrentam inúmeras dificuldades, desigualdades e muitos preconceitos. Acerca desta desigualdade Biceglia (2002) afirma que: “A regra da igualdade dos indivíduos perante a lei, apenas foi reconhecida pelo constitucionalismo moderno, em 1.934, porém, somente ganhou força após a promulgação da Constituição Federal de 1.988, vigente atualmente” BICEGLIA (2002, p.60). Infelizmente existe algumas diferenças no que se refere à inserção do homem e da mulher no mercado de trabalho. Sabemos que as empresas quando querem contratar alguém avaliam alguns pontos entre os trabalhadores, para que ela não venha sofrer nenhum prejuízo futuramente nos seus rendimentos. Para se conseguir um trabalho em uma empresa precisa apresentar um currículo e passar por entrevistas e é nessa hora que as empresas levam em consideração a experiência do trabalhador (a), sua formação profissional, seu psicológico, entre outros pontos que são relevantes na contratação. Nesse sentido, analisando as diferenças entre homens e mulheres, observamos que existe na realidade uma desigualdade que chega a ser um preconceito visto que de acordo com pesquisas e alguns estudiosos as mulheres são 35 mais informadas e escolarizadas que os homens, então, a forma justa seria igualar os direitos entre ambos. Mas o que vemos na realidade é os homens em condições mais favoráveis do que as mulheres no mercado de trabalho. Diante disso, percebemos que existe uma forma diferente de tratar o homem e a mulher na inserção no mercado de trabalho, onde o homem sempre tem mais oportunidades e uma remuneração melhor. Alguns estudiosos do assunto afirmam que essa desigualdade se dar por conta da falta de disponibilidade por parte da mulher, que por questões culturais, como já havíamos falado no ponto anterior, desde sua infância foi instruída a cuidar da casa, do marido e dos filhos e isso afeta a sua jornada de trabalho. Assim, o homem, têm mais tempo disponível do que a mulher para ingressar em uma carreira profissional. Também existe a questão salarial que é muito discutida entre autores, pesquisadores e estudiosos do assunto, onde o homem ganha mais que a mulher em muitas profissões, mas isso está mesmo relacionado é a questão de discriminação por conta de muitos ainda acreditarem que a mulher é mais frágil que o homem em tudo. Para Baltar & Leone (2008, p.07): “A discriminação é definida precisamente como a observância de tratamento desigual para insumos de produção iguais. Parte do princípio de que sexo não é uma característica produtiva do indivíduo nem está correlacionada a outras características produtivas (BALTAR & LEONE, 2008, p.07)”. É possível reverter essa questão de discriminação, já que a classe feminina estuda mais que a classe masculina, então, logicamente elas têm mais capacidades, e também são mais organizadas, pois, chefiam a casa o dia inteiro, resolvendo inúmeros problemas familiares. Como sabemos a família é uma instituição que precisa de organização, e é a mulher que desempenha essa função, isso, a torna bem treinada em administrar. Observando de forma crítica esses pontos podemos observar que essa luta das mulheres pela igualdade de gênero está longe de terminar. Ainda é preciso fazer valer todos os direitos garantidos por lei, que o estado na maioria das vezes finge que não ver. É justo que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que 36 os homens e também os mesmos ganhos salariais. De acordo com o artigo 5º, I, da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição”. É preciso adotar um novo olhar para a questão da igualdade entre homens e mulheres, principalmente na questão profissional, ou seja, no ambiente de trabalho, buscando despertar cada dia mais os órgãos públicos responsáveis por garantir as mulheres seus direitos, também incentivando as empresas a participarem de programas do governo que tratam sobre o tema. O governo criou muitos programas e leis que ajudam as mulheres a garantirem seus direitos, apresentaremos apenas um, o Programa de Pró- Equidade de Gênero e Raça, visto que no capítulo seguinte trataremos de forma mais aprofundada sobre essas leis. Esse programa aborda exatamente a questão que estamos discutindo neste subponto que é a questão da igualdade de gênero. Neste programa há uma participação voluntária das empresas públicas e privadas, que buscam uma forma de garantir igualdade entre homens e mulheres. Esse programa é muito importante para a inserção da mulher no mercado de trabalho, pois, a própria empresa vai elaborar um plano que busque melhorar a desigualdade entre homens e mulheres na empresa que trabalham. Muitas empresas aderiram ao programa, e que esse número possa aumentar cada dia mais, de forma que as mulheres tenham os mesmos direitos que os homens dentro do seu ambiente de trabalho, e que essas desigualdades venham acabar junto com todo o preconceito que existe em relação ao salário, a promoção, a permanência no emprego, entre outros, Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) 6ª edição. De acordo com Camarotti e Spink (2003): “As ações governamentais, às políticas públicas e os programas desenvolvidos por governos podem exercer um papel importante 37 diante deste quadro de desigualdades. Podem, de um lado, reforçar as desigualdades, o que ocorre em geral não intencionalmente, mas em decorrência de os governos e as agências estatais não estarem atentas às desigualdades de gênero. Mas também pelo fato de a própria sociedade não está atenta a essas diferenças. Por outro lado, as ações governamentais e as políticas públicas podem também contribuir para a redução dessas desigualdades” (CAMAROTTI e SPINK. 2003, p.111). Concordamos com as autoras quando elas falam que os governos contribuem de forma não intencional para essa desigualdade por não estarem focados nesse assunto que é tão importante. Portanto, vamos estar atentos a essa questão de desigualdades e preconceitos contra as mulheres, e buscar através de estudos, debates e projetos alertar cada vez mais os órgãos e autoridades públicas para esse tema tão importante, objetivando futuramente homens e mulheres disfrutem dos mesmos direitos dentro das empresas 38 3. UMA ANÁLISE DOS DIREITOS GARANTIDOS POR LEI PARA A INCLUSÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO: BREVES APONTAMENTOS E DISCUSSÕES Este capítulo é precedido por uma descrição analítica sobre o que se entende sobre os direitos garantidos as mulheres, em relação a sua inserção no mercado de trabalho brasileiro. Discutiremos esse assunto e analisaremos essas Leis e programas, a fim de verificar se estas estão sendo colocados em prática, ou se estão apenas no papel, de forma que possamos despertar cada vez mais o interesse de alunos, professores (as), órgãos públicos e estudiosos para um assunto tão importante. 3.1. IDENTIFICANDO E ANALISANDO ESSES DIREITOS Este capítulo trata de uma análise reflexiva dos direitos garantidos por lei as mulheres, em relação a sua inserção no mercado de trabalho, no qual identificamos, descrevemos e analisamos de forma crítica essas Leis e programas dos governos com base na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de 1943, na Constituição Federal de 1988 (CF), e no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres-PNPM (2013-2015). No Brasil, as mulheres