Buscar

SEDIMENTOS E PROCESSOS SEDIMENTARES IMPRESSÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
Atualmente o estudo da formação e das modificações do solo tem sido requisito 
básico para a formação de qualquer profissional que busca aperfeiçoamento na 
área de ciências agrárias. Com esse objetivo foi montado este trabalho, com o 
intuito básico de se conhecer os principais sedimentos, bem seus processos 
formadores desde o surgimento do grão, até a formação da rocha sedimentar, 
distinguindo-os segundo suas características principais. Também torna-se 
necessário, com a confecção deste trabalho, fazer uma análise sobre a influência 
dos processos sedimentares na formação do solo, e suas características de 
interesse agronômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
2 
 
SEDIMENTOS E PROCESSOS SEDIMENTARES 
São várias as formas superficiais de relevo existentes no Brasil e no mundo, que 
variam desde pequenas extensões à quilômetros de distância e apresentam 
também características próprias que as diferenciam de acordo com seus 
processos formadores, como os processos de sedimentação e acúmulo de 
materiais. Dentre as paisagens brasileiras que torna-se interessante fazer uma 
análise quanto às suas diferenças podemos citar como exemplos a planície do 
Rio Amazonas, os lençóis maranhenses, a Serra do Mar, Vila Velha, as lagunas 
fluminenses, as dunas costeiras do Nordeste, os pantanais mato-grossenses e as 
praias do Rio de Janeiro. Quando essas formações são, basicamente, originadas 
de processos de deposição de sedimentos, costuma-se denominar essas áreas 
como, forma de leito sedimentar. Essas formas de leito podem variar 
gradativamente em suas escalas, como por exemplo, no caso das dunas, podem 
existir micro-ondulações ou marcas onduladas que possuem alguns milímetros de 
extensão, enquanto podem ocorrer também, megaondulações que chegam a 
alcançar quilômetros de distância, e são envolvidos por processos formadores 
cuja duração varia de segundos a milhares de anos. 
Existem também outros locais formados e formadores de diferentes relevos, como 
é o caso das serras, escarpas e planícies, que são formas modeladas na 
superfície terrestre a partir da combinação de processos erosivos e deposicionais, 
formados não somente por grãos, mas também de diferentes tipos de rochas. No 
entanto, as serras e as escarpas diferem-se das planícies, devido às suas 
menores quantidades de materiais sedimentados em suas superfícies e maior 
ocorrência de processos erosivos. Sendo assim, pode-se constatar que dunas e 
planícies, são basicamente formadas de sedimentos acumulados, principalmente 
nas áreas periféricas de montanhas e serras. Pode-se assim classificar os relevos 
em formas deposicionais e formas erosivas. 
Quando se fala na ação modeladora dos processos sedimentares, sejam eles 
erosivos ou deposicionais, se esquece de relacionar estes processos com a ação 
antropogênica, fazendo com que eles não se restrinjam, única e exclusivamente, 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
3 
 
a áreas naturais, ou seja, pouco modificadas pelo homem. Como prova destes 
aspectos, pode-se citar como exemplo a ocupação inescrupulosa das marginais 
do rio Tietê, bem como morros de declives acentuados. 
Então, como é possível observar, a interação processo-forma se dá nas mais 
diferentes escalas, nas diversas formas de relevo, e para que se possa entender 
de forma clara estes processos, será feita uma análise completa desde a 
formação até a deposição de um sedimento comum no mar, o grão de areia, já 
que o mar torna-se o destino final da maioria dos sedimentos. No que diz respeito 
a essa análise, é conveniente dizer que os processos originais e deposicionais de 
outros sedimentos, podem se caracterizar da mesma forma. 
Como Formas e Processos se Relacionam? 
Cada forma de relevo deposicional corresponde a uma série se processos 
modeladores, como no exemplo da duna, que pode se formar a partir de 
processos transportadores e deposicionais de areia, através da formação de 
nuvens de areia, avalanchas na crista da duna, pelo movimento de marcas 
onduladas, também através de correntes marítimas que deslocam areia de uma 
praia conduzindo-a a outra, etc. 
Neste caso, é fácil perceber que as formas sedimentares estão diretamente 
ligadas aos seus processos. Se por um lado, a forma da duna eólica determina a 
ocorrência de avalanchas ou de nuvens de grãos em suspensão, a partir da ação 
do vento em sua parte exposta, por outro, é possível notar que a ocorrência 
frequente destes processos acarreta um avanço e decorrente aumento dessa 
duna. No entanto, para que cada um destes diferentes processos possa ocorrer 
demora-se um tempo diferente, e levam-se em consideração fatores ambientais 
que influem diretamente nesse tempo, na forma e dimensões da duna, como 
energia do vento, quantidade de areia disponível, presença de vegetação, 
umidade e tamanho do grão. Entretanto devemos nos reportar também a outros 
processos e fatores que lhes influenciam, que variam de acordo com a região 
(área) de localização desta duna, como a influência marítima. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
4 
 
Biografia de um Grão de Areia 
Intemperismo da rocha-mãe: gestação e nascimento do grão 
A palavra sedimento tem origem latina e significa, etimologicamente, assento, 
deposição. Então, tem-se como sedimento tudo aquilo que se deposita, depositou 
ou pode se depositar. Ante estas definições pode-se relacionar diretamente a 
formação do sedimento, com algum tipo de transporte, já que a palavra deposição 
remete a ideia de movimento, seja ele físico ou químico. Na ocorrência de 
transporte físico, o sedimento é deslocado já em seu estado sólido, enquanto no 
transporte químico, ocorre o deslocamento de íons e moléculas, que ao se 
reagirem entre si formam-se compostos sólidos. 
Analisando-se o grão de areia, admitindo que seja constituído basicamente de 
quartzo e que ele não possa se precipitar quimicamente, pode-se dizer que seu 
deslocamento ocorre unicamente através do transporte mecânico desde seu 
ponto de origem (áreas elevadas) até seu destino final (planícies litorâneas). 
Considera-se que sua formação inicia no que se pode denominar de serra, onde 
ocorreria seu estagio pré-grão, ou seja, o seu estagio anterior à sua 
desintegração inicial ou desligamento das rochas que sustentam essa serra, 
supondo-se que sejam elas metamórficas ou ígneas. Essa desintegração se daria 
a partir de processos físicos e químicos na superfície da rocha, também chamada 
de rocha-mãe, estando então sujeita ao intemperismo. 
É importante ressaltar que os processos intempéricos não envolvem transporte 
mecânico significativo, o que nos permite avaliar que a matéria formada não se 
constitui, ainda como sedimento, mas sim como uma camada superior do solo 
ainda em formação. A partir do momento que esta matéria passa a ser deslocada 
pelo transporte mecânico e sofre alterações físicas que diminuem seu tamanho e 
regulariza sua forma, ela transforma-se em uma partícula sedimentar. 
O que move o grão? 
Basicamente a força que influencia na deposição de sedimentos, é a força 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
5 
 
gravitacional,ou seja, ela é a variável física em todos os fenômenos de 
sedimentação, que atua sobre a massa e o volume de um corpo (sedimento) e 
que depende de sua densidade. Essa força é analisada no contato entre o grão e 
o fluido que o cerca. Este fluido exerce uma força de reação sobre o grão em 
contato, o que é conhecido como empuxo, que varia diretamente com a 
densidade do fluido. A força resultante entre peso e empuxo é a tensão interna 
atuante no grão, a qual depende de sua densidade efetiva (diferença de 
densidade entre grão e fluido). Quando a densidade efetiva é negativa, o empuxo 
sobrepuja a força-peso e ocorre flutuação. 
Outras forças que atuam no movimento do grão são denominadas forças de 
superfície, já que suas atuações não dependem tanto da massa ou do volume do 
mesmo. Entre elas estão a fricção, a coesão, a força ascendente produzida por 
turbulência e as forças de ação e reação na interface grão/fluido. Nestas forças 
podem se destacar dois pares de forças importantes: o primeiro, formado pelo 
esforço tangencial exercida pelo fluido em movimento sobre o grão, e sua força 
oposta; o segundo par é formado pelo esforço tangencial formado pelo grão em 
movimento sobre o fluido, e a resistência exercida por este. 
As forças de superfície dependem da razão área superficial/volume nos grãos, e 
da viscosidade do fluido, que corresponde à tensão necessária para produzir 
determinada deformação no grão e mede a resistência do fluido. 
A atuação destas forças, também chamadas de forças de resistência, impede o 
movimento autônomo do grão, o que por um lado pode dificultar o seu transporte 
individual, mas pelo outro pode facilitá-lo com o aumento da viscosidade do fluido 
que o cerca, o que torna possível o deslocamento, por exemplo, de um bloco 
impassível de ser movimentado por uma corrente de água, mas que pode ser feito 
através de uma corrente de lama com mesma velocidade, entretanto mais 
viscosa. 
Torna-se, então, possível realizar uma diferenciação entre as duas forças que 
atuam no transporte físico de sedimentos, a de corpo e a força de superfície. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
6 
 
Quando essas forças atuam sobre cada grão individualmente, esse transporte é 
caracterizado pela liberdade de movimento do grão em meio ao fluido pouco 
viscoso, sendo assim, é chamado de transporte de grãos livres. Já quando nos 
deparamos com o transporte realizado a partir da atuação da força-peso mais 
sobre a massa de grãos, formada pela proximidade das partículas, do que sobre 
grãos individualizados, ele se caracteriza como sendo, transporte gravitacional 
ou fluxo denso, já que a concentração da massa de grãos torna-se mais alta que 
a concentração do fluido. Com a proximidade dos grãos nesta ultima forma de 
transporte, pode-se tangenciar outros fatores que são assim influenciados, como 
antes discorridos, a fricção, a coesão, tensão entre os grânulos e a formação de 
uma massa densa a partir da mistura do fluido com partículas sedimentares 
pequenas, que atuarão sobre grãos maiores. 
Transporte sedimentar: a maturação do grão 
Após o transporte inicial do grão, através de torrentes pluviais e/ou movimentos 
gravitacionais para a encosta da serra, ele passa a se incorporar aos leitos dos 
rios e corredeiras presentes nas escarpas, que logo após atingirá rios que cruzam 
as planícies litorâneas. 
Quando o grão passa por este transporte, ele passa também por um período de 
fluentes transformações químicas e/ou físicas, ou seja, por um longo processo de 
maturação, através da ação de processos intempéricos e transportadores. Essas 
transformações variam de sedimento para sedimento, já que alguns destes são 
mais propensos a essas transformações do que outros, como por exemplo, o 
quartzo que pode demorar mais tempo para modificar sua estrutura física, do que 
o feldspato. As mudanças químicas dos minerais podem ocorrer desde pequenas 
modificações em suas fissuras ou fraturas, até sua completa dissolução. Já as 
mudanças físicas resultam, basicamente, na redução no tamanho do grão e no 
arredondamento de sua forma, causados pelo desgaste e quebra causados no 
mesmo. 
Essa análise, no que diz respeito à maturação do grão, segundo os transportes 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
7 
 
realizados sobre ele, varia de acordo com a intensidade e o tempo com que esse 
transporte ocorreu, e também de acordo com a estabilidade química do mineral 
de origem, no caso do transporte químico, e da seleção granulométrica e o 
arredondamento, no caso do transporte físico. 
Principais cenários da existência do grão: conceitos de área-fonte, bacia 
sedimentar e nível base 
A partir do que foi visto até então, pode-se fazer agora o reconhecimento dos três 
cenários geográficos, ligados diretamente às três principais fases da biografia 
granular: a serra, a escarpa e o oceano. E também será possível compreender os 
quatro principais processos geológicos, que interferem na formação do grão: o 
intemperismo, a erosão, o transporte e a deposição. 
O intemperismo ocorre, basicamente, através da manutenção e residência do 
grão juntamente com matéria orgânica geológica em um determinado local, o que 
favorece a ação do tempo sobre o mesmo. Então, é possível deduzir que as áreas 
de maior influência intempérica são aquelas em que o grão permanece por mais 
tempo sobre influencia de processos climatológicos e geológicos, como o topo da 
serra e a planície litorânea. 
O transporte predomina em áreas em que o deposito de matéria negativo, 
favorece a remobilização de grãos e partículas, o que pode-se por assim chamar 
de erosão. Este processo ocorre com mais intensidade no pico das serras, bem 
como nas partes mais íngremes da escarpa. E se caracteriza pela sua incidência 
intermitente, o que pode alternar a velocidade com que ocorrem. O transporte 
pode variar também de acordo com hidrodinâmica e com clima do local, já que o 
clima relaciona-se diretamente com os processos intempéricos decorrentes. 
Como exemplo, em climas quentes e úmidos a desintegração e decomposição 
mineral são mais rápidas do que em climas frios e áridos. É perceptível a direta 
ligação necessária entre o transporte e os processos intempéricos, uma vez que 
em terrenos menos acidentados o transporte ocorre de forma lenta, favorecendo a 
atuação climática de contato, enquanto em áreas mais abruptas o transporte 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
8 
 
ocorre rapidamente promovendo, por exemplo, soterramentos que impedem a 
ação climática direta com os sedimentos. 
A deposição dos sedimentos ocorre em maior intensidade em regiões de baixa 
altitude, como nas planícies litorâneas e em sua grande maioria no oceano, por se 
constituir como o destino final dos sedimentos. 
Então ao se construir este mapa de sedimentação, pode ser feita a análise nos 
tipos de dominância geográfica, segundo sua predominância básica de processos 
geológicos. No primeiro tipo, percebe-se a grande influencia do intemperismo, 
predominante basicamente ao interior da serra e algumas poucas vezes ás 
planícies litorâneas. O segundo tipo é influenciado pela erosão, que predomina 
sobre o intemperismo e a deposição, na escarpa da serra. O terceiro tipo é então 
formado a partir dos dois primeiros, por se tornar a área de origem dos 
sedimentos, é denominada área-fonte. Esse tipo é caracterizado pela dominância 
dos processos deposicionais sobre os outros domínios, que geralmente ocorrem 
nas planícies litorâneas,e que posteriormente passará a ser chamada de bacia 
sedimentar. 
O local onde é predominante o domínio deposicional, ou seja, onde os processos 
erosivos e intempéricos tornam-se pouco intensos, é denominado, basicamente 
como nível de base, e é muitas vezes confundido com o nível do mar, por se 
apresentarem geralmente na mesma altitude, no entanto podem variar quando 
este domínio se apresenta em bacias continentais. Esse nível de base varia 
também com o passar dos anos de acordo com a variação do nível do mar, que 
pode ou não aumentar e/ou diminuir. 
Sedimentos que Não São Grãos: o Transporte Químico 
O transporte químico ocorre, basicamente com a mesma função do transporte 
físico ou mecânico, depositar sedimentos em uma bacia sedimentar. O que o 
difere, fundamentalmente, do transporte físico, é que neste não ocorre o 
transporte de partículas sólidas, mas sim de íons, que posteriormente passarão 
por uma integração química em que ocorrerá a ligação entre estes íons, formando 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
9 
 
então o sedimento final. Na bacia sedimentar a transformação do soluto em 
sedimento pode ocorrer de três diferentes formas: pela precipitação química, 
como o evaporito, que se constitui em um determinado mar, quando a taxa de 
evaporação é maior que a taxa de precipitação; pela ação de organismos vivos, 
como na carapaça de em um molusco ou em um recife de corais; ou pela 
precipitação química induzida pelo metabolismo de seres vivos. 
Primeiramente, estes íons transportados se diferem dos compostos sólidos pela 
sua característica fina e leve, que não os permitem ser classificados como 
partículas, no entanto, são também caracterizadas como grossos e pesados não 
se adequando também à categoria de íon, fazendo com que o limite entre 
partícula sólida e íon, não seja absoluto. Então o material transportado 
quimicamente que adquire características intermediárias de sólidos e íons recebe 
o nome de coloide. Muitos dos compostos sedimentados quimicamente, 
precipitam-se originalmente, sob forma coloidal, podendo mais tarde passar à 
forma cristalina. 
Dando Nomes aos Sedimentos 
Como pode-se notar, são vários os tipos e formas sedimentares existentes. Por 
isso torna-se de extrema importância, classificar esses materiais segundo a 
constituição mineralógica e aspectos texturais do grão, deposito ou rocha. 
No entanto, para que essa classificação seja feita, deve-se levar em consideração 
se a ultima origem do material, ou seja, o ultimo processo pelo qual ele passou 
química, biológica ou física (transporte mecânico). 
A partir da análise destes critérios, é possível classificar estes materiais 
sedimentares, em alóctones e autóctones. Segundo suas origens gregas, os 
prefixos alo e auto, significam outro, diferente e por si próprio, de si mesmo, 
respectivamente. Sendo assim tem-se como alóctone o sedimento que vem de 
um lugar diferente de onde ele se depositou, passando pelo transporte mecânico, 
e o autóctone o sedimento que se formou exatamente onde se encontra, 
formando-se então química ou biologicamente. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
10 
 
Transporte e deposição por processos físicos: materiais alóctones 
O conceito de alóctones abrange tanto o grão de quartzo provindo de um granito, 
quanto o fragmento de lava lançado e consolidado no ar, durante uma explosão 
vulcânica. Então para que esse sedimento alóctone seja classificado, deve-se 
analisar se sua estrutura é originada e transportada por agentes dinâmicos 
externos a terra, ou se possui influência direta com a dinâmica interna da terra. 
Quando são de origem externa, são classificados como epiclásticos, já quando se 
originam no interior da terra são chamados de piroclásticos. 
O alóctone epiclástico faz referência a qualquer sedimento transportado de forma 
física, independente da distancia decorrida pelo mesmo, como é o caso do grão 
de quartzo, que pode ser carregado por vários quilômetros, e a carapaça de um 
animal, que simplesmente decantar para o fundo do oceano. Essa diferença se 
dá, no entanto, quanto à proximidade do sedimento e a bacia sedimentar. No 
caso de sedimentos que se localizam fora dos limites da bacia, estes são 
denominados extraclásticos ou terrígenos. Já os que se localizam dentro da bacia 
sedimentar, são denominados intraclásticos. 
O sufixo clasto, utilizado nestas definições remete basicamente ao seu conceito 
sedimentológico, que o define como sendo qualquer sedimento que experimentou 
transporte mecânico, ou seja, pode ser considerado um detrito. 
Origem interna: materiais intraclásticos 
Quando se busca detalhar a classificação dos sedimentos alóctones 
intraclásticos, deve-se analisar se estes sedimentos passaram por processos de 
formação químicos ou biológicos. Quando isso acontece, esse material deve ser 
classificado de acordo com seus componentes alobioquímicos, assim 
denominados por Robert Folk ao classificar rochas calcárias: bioclastos, pellets, 
restos mineralizados de excrementos fecais, oóides e fragmentos líticos calcários. 
Já quando se fala de sedimentos intraclásticos sem influência químico-biológica, 
eles correspondem a fragmentos de depósitos terrígenos pré-existentes, retirados 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
11 
 
mecanicamente do fundo da bacia e redepositados independente do tempo 
transcorrido entre estes dois processos. 
Transporte e deposição por processos bioquímicos: materiais autóctones 
Para que os sedimentos autóctones sejam classificados, deve-se fazer uma 
análise quanto a sua formação, se é de origem química ou biológica. Quando são 
de origem biológica, acontece a deposição de substrato e seu crescimento 
gradual in situ, que posteriormente formará uma camada sólida, semelhante a um 
edifício. Estes edifícios podem ser denominados edifícios sedimentares, e podem 
ser classificados quando aos seus processos formadores em bioconstruidos ou 
bioinduzidos. 
Edifícios sedimentares bioconstruidos 
Ocorrem com a fixação de organismos formadores, ainda em vida, a um substrato 
onde deixam suas carapaças. 
Nessa categoria os representantes clássicos são os recifes de corais e algas 
vermelhas, que vivem associados a edifícios marinhos, trocando oxigênio e gás 
carbônico, responsáveis à respiração e fotossíntese, respectivamente. 
 Edifícios sedimentares Bioinduzidos 
Ocorre através do metabolismo de organismos formadores, que provocam 
mudanças químicas e/ou hidrodinâmicas que geram a deposição de sedimentos. 
São basicamente representados por construções calcárias, ou algumas vezes 
fosfáticas, formadas pelo metabolismo fotossintético das cianobactérias. Esse 
processo pode ser bem representado pelo Principio de Le Chatelier, que relaciona 
as formas iônica e precipitada do carbonato. 
 
 
 
 
“Segundo o principio de Le Chatelier, a retirada de qualquer componente de um 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
12 
 
sistema aberto, em prejuízo de um dos lados da equação, é naturalmente 
compensado pelo deslocamento do equilíbrio para esse lado e pela reposição do 
componente consumido. Assim, a retirada de CO2 pela cianobactéria desloca o 
equilíbrio para a direita, repõe o gás carbônico consumido e favorece a 
precipitação de carbonato insolúvel, sob a forma de calcita ou aragonita. Deve-se 
ressaltar,no entanto, que a presença de carbonato nas construções microbianas 
pode também ter uma componente mecânica, isto é, a retenção ou filtragem de 
partículas finas pelos microrganismos.” 
Os edifícios estromatolíticos são formados pela alternância regular concordante 
entre laminas de esteira microbiana e laminas de carbonato que as recobre. 
Materiais ortoquímicos 
Os materiais autóctones de origem química são denominados, ortoquímicos. 
São assim chamados por não possuírem nenhum tipo de influência de 
mecanismos físicos e/ou biológicos. 
Alguns exemplos típicos de sedimentos ortoquímicos são: evaporito, formado pela 
evaporação de salmouras naturais; caliches, formado pela precipitação ou 
concentração química nos horizontes superiores de solos; e alguns 
espeleotemas, formadas por precipitações calcárias em cavernas. 
Categorias de Transporte Mecânico 
O transporte sedimentar mecânico ocorre sempre através de um fluido, parado ou 
em movimento, seja ele o ar, a água ou a massa formada pela mistura de 
sedimentos. 
Para que ocorra o transporte mecânico, o sedimento deve estar diretamente 
ligado ao fluido ao seu redor. O que faz com que os grãos se movam são as 
forças atuantes presentes no fluido, então, pode-se dizer que quanto mais viscoso 
e denso for o fluido maior será a quantidade de grãos transportados e vice-versa. 
Sendo assim o transporte sedimentar pode ser dividido em dois grandes grupos, 
de acordo com sua viscosidade baixa ou alta. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
13 
 
Fluxo de baixa viscosidade 
Nos fluidos de baixa viscosidade estacionários, ou seja, parados as forças de 
corpo e de superfície atuam individualmente sobre cada grão. Enquanto nos 
fluidos em movimento as forças de corpo atuam sobre o fluido, fazendo-o se 
movimentar declive abaixo, enquanto isso ele repassa esta ação a cada grão, 
podendo ou não transportá-lo, através do esforço tangencial. Tem-se assim, que 
quanto menos viscoso for o fluido, menor será sua capacidade de transportar os 
grãos, isso, é claro, dependendo da forma e estrutura do grão. Pode-se dizer 
também que a trajetória, a velocidade e o modo de deslocamento do grão estão 
diretamente relacionados às forças que atuam sobre ele, podendo ocorrer, 
durante o transporte, a seleção granulométrica dos sedimentos. 
Sabe-se que em fluxos de baixa viscosidade o transporte de grãos pesados, 
acontece de forma mais lenta. Sendo assim mantendo-se a densidade e demais 
variáveis dos grãos, quanto mais grossa a granulação, tende aumentar a 
velocidade mínima ou crítica necessária para iniciar o seu movimento, 
excetuando-se granulações muito finas. Este é o fato pelo qual ocorre o efeito ou 
anomalia de Hjulstrom-Sundborg, que torna o silte e a argila bem menos erosivos 
do que a areia. 
Uma vez que a corrente coloca o grão em movimento, sua velocidade e 
mecanismos transportadores variam de acordo com o tamanho das partículas 
transportadas. Os principais mecanismos são a suspenção, a saltação, o arrasto 
e o rolamento. 
A suspensão ocorre quando o grão fica suspenso sobre a interface 
sedimento/fluido. E pode ocorrer a partir de três condições básicas: existência de 
turbulência, baixa densidade e comportamento coloidal. 
A saltação ocorre quando o grão fica temporariamente suspenso após a ação da 
corrente, e ao retornar à superfície deposicional causa um choque que produz 
ricochetes, ou seja, a saltação induzida que pode através do impacto entre as 
partículas provocar outros movimentos continuados. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
14 
 
O arrasto é o deslocamento do grão subparalelo e rente à interface 
sedimento/fluido, e assim como no movimento de saltação o contato entre grão 
pode ocasionar novos movimentos, como o remanejamento de grãos através do 
empurrão. 
O rolamento é provocado quando o grão inicia um processo de rotação, no 
próprio eixo, sobre outros grãos. 
O transporte feito pelo arrasto e pelo rolamento é denominado tração. Sendo 
assim existe uma variação no transporte de grãos diferenciados. No caso de 
grãos menores a predominância é do movimento de suspensão, em grãos 
intermediários predomina a saltação e em grãos mais pesados, geralmente ocorre 
a tração. 
Fica clara a influência da viscosidade, da densidade e da profundidade do meio, 
sobre o mecanismo de transporte, principalmente no movimento inicial. 
Enquanto mecanismos de dispersão de sedimentos, a tração e a suspensão que 
atuam basicamente sobre grãos livres, exercem funções parecidas. Mas quando 
se trata da deposição destes, essas funções tornam-se distintas. Na deposição 
por suspenção, os sedimentos tendem a se acumular homogeneamente por todo 
o leito sedimentar, formando assim um leito plano. Já na deposição por tração 
ocorre o acúmulo de sedimentos no sentido do esforço tangencial, no entanto, o 
leito tende a ser plano já que a quantidade de sedimentos que se acumula em 
uma determinada área, é a mesma quantidade que sai de outra. A formação 
deste leito sedimentar é denominada leito plano. 
Fluxos densos ou gravitacionais 
Este tipo de movimentação de sedimentos é caracterizado pela elevada 
viscosidade do fluido em contato com o grão. Diferentemente dos fluxos de baixa 
viscosidade, neste caso as forças de corpo e de superfície não atuam 
individualmente sobre cada grão, caracterizando este transporte pela associação 
preferencial a declives, pela formação de depósitos na base destes declives e 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
15 
 
pelo transporte rápido de uma grande quantidade de sedimentos. 
As forças que agem nesta forma de transporte são as mesmas forças que atuam 
no transporte de baixa viscosidade, no entanto, neste caso elas atuam com mais 
intensidade sobre os grãos, por influencia da elevação da força peso exercida 
sobre um determinado local. Portanto quando em equilíbrio com as forças de 
resistência atuantes (coesão e atrito) contra a força-peso, dificilmente ocorrerá 
esta movimentação. 
No entanto, estes fluxos podem ocorrer devido à dinâmica incessante das 
encostas, que pode variar com uma taxa mais alta de pluviosidade na região, por 
exemplo, ou também pela variação da força-peso e das forças de resistência. 
Regimes de transporte de alta viscosidade 
A matéria-prima do transporte gravitacional é uma mistura de fluido com sólido, no 
entanto ele não é ocasionado por nenhum deles, mas sim pelos regimes 
reológicos, ou seja, o comportamento mecânico de corpos deformáveis que não 
sejam sólidos nem líquidos. Neste caso os regimes reológicos podem ser o rúptil, 
o plástico e o fluidal. 
No regime rúptil, os grãos mantem contato sistemático e permanente entre si, 
rompendo-se somente ao longo de superfícies definidas. No regime plástico, 
existe movimento entre os grãos, com choques ou atrito, comportando-se como 
um falso fluido. Já no regime fluidal os grãos encontram-se mergulhados em 
agua, por isso chamada de fluido. 
Sedimentologicamente falando, podem existir dentro dos regimes reológicos 
outros fluxos densos, de acordo com a interação dos grãos e das características 
de seus depósitos. Estes fluxos são representados pelo escorregamento, 
deslizamento, fluxo granular, fluxo de lama, liquefação e corrente de turbidez. 
Fluxos densos de reologia rúptil: escorregamentos e deslizamentos 
Os escorregamentos e deslizamentos constituem os tipos mais comuns de fluxo 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO,CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
16 
 
gravitacional rúptil. São caracterizados pelo desequilíbrio localizado de tensão 
interna, ao longo de uma superfície de fraqueza. Neste caso o regime de forças 
atuantes se distribui de maneira que ocorre a distensão no topo do declive e 
formam-se os chamados planos de deslocamento subverticais e blocos 
escalonados, e compressão da base pelo material deslocado, sob forma de 
dobras. Este transporte pode ou não manter a homogeneidade do bloco 
deslocado. 
Fluxos de reologia plástica (fluxos granulares) 
Ocorrem quando a razão grãos/fluido é elevada, e são caracterizados pela 
integração granular, tipicamente, friccional e por ocorrerem geralmente entre 
grãos puros. Como a força de atrito existente entre estes grãos é mais elevada, a 
inclinação necessária para que ocorram estes fluxos plásticos, é maior do nos 
outros tipos de movimentação. Um exemplo típico deste movimento são as 
avalanchas nas frentes de dunas eólicas. 
Este processo ocorre quando a quantidade de areia depositada por saltação 
exerce maior pressão sobre o leito de origem e em busca de declives menor, gera 
o fluxo gravitacional, devido à pressão dispersiva que ocasiona uma maior 
movimentação de massa. 
A areia que é transportada pode ser depositada na base do leito sedimentar, 
como também em sua parte média, isso depende muitas vezes do teor umidade 
da areia, que determinará as forças atuantes sobre a massa de areia. 
Quando a lama comanda o movimento: fluxos de lama ou de detritos 
Este transporte é caracterizado pela formação de matriz pelítica de interação 
entre os grãos. Quanto mais fina for a matriz maior será seu potencial ligante e 
lubrificante entre materiais grossos. 
Este mecanismo é comandado pelo empuxo gerado entre o fluido e os grãos em 
contato com o mesmo, e é determinado pela viscosidade fluidal. Neste caso, a 
viscosidade do fluido inibe a turbulência entre os grãos, o que gera um fluxo 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
17 
 
laminar, que é caracterizado por um movimento mais rápido em suas partes 
superiores. 
Neste caso a deposição sedimentar ocorre em grande escala nas marginais do 
fluxo de lama, devido à menor velocidade em seus diques marginais e maior 
velocidade em seu centro, o que impede a deposição. 
Areias movediças: o fenômeno da liquidificação 
A liquefação é o estado intermediário que se encontra entre a reologia plástica e 
fluidal, em que ocorre a suspensão dos grãos em seus próprios poros. Este 
estado ocorre quando a areia fofa e muito encharcada sofre uma vibração 
mecânica que ocasiona a máxima pressão possível da água em seus poros, 
formando um empacotamento aberto dos grãos. 
Enquanto a vibração, que mantem os grãos afastados, dura, o empacotamento 
dos grãos permanece. No entanto quando suspensa essa vibração, a areia irá 
decantar e a água tenderá a excender-se ou formar vulcões de areia. 
Na natureza a vibração mecânica pode ocorrer pela turbulência caudada pela 
corrente que depositou a areia, pelo pisoteio de animais, ou também por fatores 
sísmicos. 
Fluxos densos de reologia fluidal: correntes de turbidez 
Este mecanismo de transporte ocorre em mistura de água e sedimentos e se 
movem junto ao fundo sedimentar. É formada em decorrência da densidade da 
corrente formada, ser maior em comparação com a água e geralmente é gerado 
pela turbulência entre os grãos. 
A turbulência gera forças resultantes para cima, o que mantem os materiais da 
corrente de turbidez em suspensão constante. Esse mecanismo pode percorrer 
vários quilômetros, graças à capacidade erosiva do mesmo, que tende a 
aumentar a carga de materiais em suspensão aumentando sua viscosidade, em 
um processo continuo. 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
18 
 
A formação destas correntes de turbidez depende do estimulo inicial que coloque 
os sedimentos em suspensão na água. Estes estímulos podem ser representados 
por um abalo sísmicos, pelo aporte e deposição rápida de grande quantidade de 
sedimentos, entre outros. Por isso geralmente este transporte ocorre em taludes 
continentais, devido à alta sismicidade, declive acentuado, concentração 
sedimentar e imensos sistemas de leques aluviais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
19 
 
DEPÓSITOS E ROCHAS SEDIMENTARES 
Estudo dos processos subsequentes que conduzem a formação da rocha 
sedimentar. Os depósitos sedimentares podem ser divididos em terrígenos e 
carbonáticas. 
Os terrígenos São formados de sedimentos ricos em quartzo e outros materiais 
como feldspatos, micas e argilominerais. Já os carbonáticas São formados de 
sedimentos ricos em quartzo e outros materiais como feldspatos, micas e 
argilominerais. 
Transformando sedimentos em rochas sedimentares 
O conjunto de transformações que o deposito sedimentar sofre após sua 
decomposição, em resposta a estas novas condições, dá-se o nome de 
diagênese. 
A diagênese é uma transformação em adaptação a novas condições físicas 
(pressão e temperatura) e químicas (Eh, pH e pressão de agua), onde o material 
original é exclusivamente sedimentar. 
Processos e produtos diagenéticos 
A diagênese é caracterizada por um conjunto de processos e por seus 
respectivos produtos. 
Os processos mais conhecidos são: compactação, dissolução, cimentação e 
recristalização diagenética. 
Compactação 
A compactação diagenética pode ser mecânica ou química. 
A compactação química resulta do efeito de dissolução de minerais sobre 
pressão. 
A compactação mecânica resulta no empacotamento intergranular e a quebra ou 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
20 
 
deformação de grãos individuais. 
Dissolução 
A dissolução diagenética pode ocorrer sem ou com efeito significativo da pressão 
de soterramento. 
A dissolução sem pressão ocorre apenas pelo efeito da percolação de soluções 
pós deposicionais, ainda na diagênese precoce. 
Cimentação 
É a precipitação química de minerais a partir de íons em solução na água 
intersticial. 
Os cimentos mais comuns em rochas sedimentares são os siliciosos, os 
carbonáticas, os férricos e ferrosos e os aluminossilicatos. 
Recristalização Diagenéticas 
O termo recristalização diagenética designa modificação da mineralogia e textura 
cristalina de componentes sedimentares pela ação de soluções intersticiais em 
condições de soterramento. 
As duas modificações mais comuns são a transformação de aragonita em calcita 
e carbonato em sílica. 
Componentes de Rochas Sedimentares 
Os processos diageneticos modificam a textura e a mineralogia dos grãos, 
alteram a forma e a taxa de porosidade e criam novos componentes 
mineralógicos sob a forma de cimentos. 
O deposito sedimentar pode ser dividido em dois grupos de componentes: 
- Deposicionais (primários) 
- Diageneticos ( secundários) 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
21 
 
Componentes deposicionais 
Os componentes deposicionais de um agregado sedimentar são três: 
– o arcabouço 
– a matriz 
– e a porosidade primária 
Componentes diageneticos 
Os processos diageneticos incluem dissolução e fragmentação, o que equivale a 
criar poros, sendotambém capaz de fechar estes poros por meio da 
compactação. 
Dando nome às rochas sedimentares 
Inicialmente, para a nomenclatura da rochas, as mesmas são classificadas quanto 
ao tipo de rocha: 
– terrígenas ou carbonáticas 
Classificação das Rochas Terrígenas 
O conceito de textura refere-se às propriedades físicas de partícula.Essas 
propriedades texturais são o tamanho do grão (granulação), a forma (proporção 
da Matriz), e suas feições superficiais (arredondamento). 
As propriedades mineralógicas ficam caracterizadas pela proporção QFL 
(Quartzo, feldspato e Líticos) e pela diversidade ou pureza composicional. 
• Nomes Texturais 
– nomes granulométricos: rochas rudáceas, arenáceas e lutáceas. 
– Nomes baseados na quantidade relativa de matriz: arenitos, wackes, 
ortoconglomerados e paraconglomerados 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
22 
 
– nomes alusivos ao arredondamento dos grãos: brechas e 
conglomerados. 
• Nomes Mineralógicos 
– nomes mineralógicos de rochas arenáceas. 
– Nomes mineralógicos de rochas rudáceas 
– nomes mineralógicos de rochas lutáceas. 
– nomes relativos a estruturas sedimentares: folhelho e ritmitos 
Classificação das rochas carbonáticas 
• Nomes Texturais 
– nomes granulométricos: calcarenitos, calcirruditos e calcilutitos. 
– Nomes granulométricos para rochas não-carbonáticas, formadas de 
material de dentro da bacia 
• Nomes baseados no tipo de grão 
• Nomes químico-mineralógicos: dolomitos e calcários 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
23 
 
CONCLUSÕES 
Como pode ser observado no decorrer deste trabalho, são várias as formas de 
deposição de sedimentos na superfície terrestre, cada uma caracterizada com 
fatores próprios que lhes conferem a devida importância na constituição do solo, 
seja ele com características favoráveis ou não ao ramo agronômico. 
É devidamente importante conhecer estes aspectos formadores do solo, pois o 
solo de cada região apresenta características diferentes seja por seus processos 
de formação, seja por suas características físico-químicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
DE MINAS GERAIS - CAMPUS SÃO JOÃO EVANGELISTA 
 
 
24 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
TEIXEIRA, Wilson, Decifrando a Terra, Cap. 09 (pag.167 a 190), cap. 14 (pag. 285 a 304) 
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAuwoAD/geologia-introdutoria-10-sedimentos-
processos# 
http://geoturismobrasil.com/Material%20didatico/Rochas%20Sedimentares.pdf 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sedimento 
http://www.infopedia.pt/$processo-sedimentar;jsessionid=MLlda9AgzqKtLTaksdFPIw__ 
http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/sedimentares/sedimentares.html

Outros materiais