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Revisão para o concurso do TRF1

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Revisão de véspera de prova – Concurso de Juiz Federal Substituto TRF1 2013 
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REVISÃO PARA O CONCURSO DE 
JUIZ FEDERAL DO TRF1 – 2013 
 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
PRINCIPAL NOVIDADE LEGISLATIVA SOBRE DIREITO CONSTITUCIONAL DE 2012 
 
A Lei 12.711/2012, que prevê o SISTEMA DE COTAS: 
 
Em que instituições? Em favor de quem:  nas universidades federais; e 
  nas instituições federais de 
ensino técnico de nível 
médio 
 estudantes que tenham estudado integralmente em escolas públicas 
 pretos  pardos  e indígenas 
 
Qual é o percentual de vagas? 
A Lei prevê que 50% das vagas serão destinadas às cotas. 
No caso dos autodeclarados pretos, pardos e indígenas, o número de vagas a eles destinado será 
proporcional à quantidade de pretos, pardos e indígenas que morem no local onde está instalada a 
Instituição, segundo dados do último censo do IBGE. 
A Lei deverá ainda ser regulamentada para que sejam definidos os percentuais exatos segundo cálculos a 
serem ainda realizados. 
 
Prazo para que as Instituições cumpram a Lei: 
As Instituições terão o prazo máximo de 4 anos para o cumprimento integral do sistema de cotas da Lei. 
 
 
MATÉRIA QUE VEM SENDO BASTANTE COBRADA NAS PROVAS: CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONSTITUIÇÃO 
 
A Constituição é a lei suprema, fundamental 
de um Estado. Organiza os elementos 
constitutivos do Estado (território, povo, 
governo soberano e finalidade). 
 
Conceito ideal de constituição 
(segundo o constitucionalismo):  consagra um sistema de garantia das 
liberdades (previsão de direitos 
individuais e de participação popular 
nas decisões políticas);  adota o princípio da separação dos 
poderes;  assume a forma escrita. 
 
Concepções sobre a Constituição 
a) Sentido sociológico 
Ferdinand Lassalle ("A Essência da Constituição"). 
A Constituição real e efetiva é a soma dos 
fatores reais de poder. 
A Constituição escrita seria mera folha de papel. 
 
b) Sentido político 
Carl Schmitt ("Teoria da Constituição"). 
A Constituição representa as decisões 
políticas fundamentais do Estado. Segundo 
essa concepção, poderia haver em uma 
Carta constitucional, normas que 
representassem efetivamente a Constituição 
(ex.: art. 14, CF) ou então normas que 
fossem meras leis constitucionais por não 
serem decisões políticas fundamentais (ex.: 
art. 208, § 3.º, CF). 
 
c) Sentido jurídico 
Hans Kelsen ("Teoria Pura do Direito"). 
Constituição é norma pura, puro dever-
ser, dissociado de qualquer fundamento 
sociológico, político ou filosófico. 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
As Constituições podem ser classificadas quanto à (ao): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) material – as normas contidas na 
Constituição tenham conteúdo constitucional. 
Ex.: Constituição de 1824. 
1. CONTEÚDO 
b) formal – é a Constituição que possui em seu 
texto tanto normas de conteúdo constitucional 
como normas que não tratam de matéria 
constitucional mas que são assim consideradas 
porque formalmente foram inseridas na Carta 
Magna. Ex.: CF/88. 
a) escrita – quando for codificada e 
sistematizada em um documento único. 
CANOTILHO denomina-a de constituição 
instrumental. Também chamada de 
constituição reduzida. 
2. FORMA ou 
SISTEMÁTICA b) não-escrita (costumeira ou consuetudinária) 
não foi reduzida a um texto único e solene, 
estando suas normas previstas em textos 
esparsos, na jurisprudência ou nos costumes. 
Também chamada de constituição variada. Ex.: 
Constituição Inglesa. 
a) dogmática – apresenta-se como produto de 
um órgão constituinte, a partir de princípios e 
ideais da teoria política e do direito dominante. As 
dogmáticas são sempre escritas. 
3. MODO de 
ELABORAÇÃO b) histórica resulta da lenta e paulatina 
formação histórica, do lento evoluir das 
tradições de um povo que se cristalizam 
como normas fundamentais da organização 
do Estado. Ex.: Constituição Inglesa. 
 
a) sintética (concisa ou negativa) – é aquela 
que prevê somente os princípios e as 
normas gerais de regência do Estado, 
organizando-o e limitando o poder. Exerce a 
função apenas de garantia do existente 
(Constituição-garantia). Ex.: Constituição EUA. 
4. EXTENSÃO 
ou FINALIDADE b) analítica (dirigente ou prolixa) – examina e 
regulamenta todos os assuntos que entenda 
relevantes à formação, finalidade e 
funcionamento do Estado. Esse tipo de 
Constituição determina tarefas, estabelece 
programas e define fins para o Estado, com o 
objetivo de transformar a realidade. Ex.: CF/88. 
 
a) rígida – somente pode ser alterada por 
um processo formal especial, diferente e 
mais difícil do que o exigido para as leis 
infraconstitucionais. Ex.: CF/88. 
 
b) flexível (plástica) – nesta não há 
procedimento especial para alterar a 
Constituição. Da mesma como se modifica 
uma lei ordinária podem ser alteradas as 
normas constitucionais. Nenhuma de nossas 
Constituições foi flexível. 
6. ESTABILIDADE 
c) semi-rígida – ocorre quando parte da 
Constituição é rígida e a outra flexível, ou 
seja, algumas matérias exigem um processo de 
alteração mais dificultoso do que o exigido 
para alteração das leis infraconstitucionais, 
enquanto outras não requerem tal 
formalidade. Ex.: Constituição de 1824. 
 
d) imutável – seria aquela Constituição 
inalterável. Impensável nos dias atuais. 
a) promulgada (democrática ou popular) – 
quando se origina do trabalho de uma 
Assembléia Constituinte composta de 
representantes do povo, eleitos com a 
finalidade de sua elaboração. Exs.: 
Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988. 
 
b) outorgada – quando imposta pelo 
governante, seja ele imperador, rei ou 
ditador, sem a participação do povo. 
Exs.: Constituições brasileiras de 1824, 
1937, 1967 e Emenda Constitucional de 1969. 
 
c) cesarista (plebiscitária) – é aquela 
formada por referendo no qual o povo vota 
se aceita ou não uma um projeto 
previamente elaborado pelo governante. 
 
d) pactuada – o poder constituinte está nas mãos 
de dois ou mais titulares que formam um pacto e 
daí surge a Constituição. Trata-se de referência 
histórica, sendo impossível na atualidade. 
5. ORIGEM 
a) ortodoxa – é aquela formada por uma só 
ideologia. Ex.: Constituição soviética de 1977. 
7. IDEOLOGIA 
 b) eclética – é aquela formada por 
ideologias conciliatórias. Ex.: CF/88. 
Constituição Federal de 1988: FORMAL, ESCRITA, DOGMÁTICA, ANALÍTICA, PROMULGADA, RÍGIDA E ECLÉTICA 
 
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PRINCIPAIS DECISÕES SOBRE DIREITO CONSTITUCIONAL DE 2012 E 2013 
 
O sistema de cotas em universidades públicas, com base em critério étnico-racial, é CONSTITUCIONAL. 
No entanto, as políticas de ação afirmativa baseadas no critério racial possuem natureza transitória. 
STF. Plenário. ADPF 186/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 25 e 26/4/2012 (Info 663 STF). 
 
É também constitucional fixar cotas para alunos que sejam egressos de escolas públicas. 
STF. Plenário. RE 597285/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 9/5/2012 (Info 665 STF). 
 
Oàpƌogƌaŵaà͞UŶiveƌsidadeàpaƌaàTodos͟à;PROUNIͿ,àiŶstituídoàpelaàleiàϭϭ.Ϭϵϲ/ϮϬϬϱ,àĠàĐoŶstituĐioŶal. 
STF. Plenário. ADI 3330/DF, rel. Min. Ayres Britto, 3.5.2012. 
 
O TCU não detém legitimidade para requisitar diretamente informações que importem quebra de sigilo 
bancário. STF. Segunda Turma. MS 22934/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.4.2012. 
 
É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em recurso extraordinário com repercussão geral 
reconhecida. Para que seja realizadaesta modulação, exige-se o voto de 2/3 (dois terços) dos membros 
do STF (maioria qualificada). 
STF. Plenário. RE 586453/SE, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, 20/2/2013 (Info 695 STF). 
 
O descumprimento voluntário e intencional de decisão transitada em julgado configura pressuposto 
indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal. 
Para que seja decretada a intervenção federal em um Estado-membro que tenha deixado de pagar 
precatórios é necessário que fique comprovado que esse descumprimento é voluntário e intencional. Se 
ficar demonstrado que o ente não pagou por dificuldades financeiras não há intervenção. 
STF. Plenário. IF 5101/RS, IF 5105/RS, IF 5106/RS, IF 5114/RS, Min. Cezar Peluso, 28.3.2012 (Info 660 STF). 
 
Oà“TFàŶĆoàadŵiteàaà͞teoƌiaàdaàtƌaŶsĐeŶdġŶĐiaàdosàŵotivosàdeteƌŵiŶaŶtes͟. 
Não se pode utilizar a reclamação, que é uma via excepcional, como se fosse um incidente de 
uniformização de jurisprudência. 
STF. Primeira Turma. Rcl 11477 AgR/CE, rel. Min. Marco Aurélio, 29/5/2012 (Info 668 STF). 
 
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STF, em ADI e ADC, produzem eficácia contra todos e 
efeito vinculante. 
Tais efeitos não vinculam, contudo, o próprio STF. Assim, se o STF decidiu, em uma ADI ou ADC, que 
determinada lei é CONSTITUCIONAL, a Corte poderá, mais tarde, mudar seu entendimento e decidir que 
esta mesma lei é INCONSTITUCIONAL por conta de mudanças no cenário jurídico, político, econômico ou 
social do país. 
As sentenças contêm implicitamente a cláusula rebus sic stantibus, de modo que as alterações 
posteriores que alterem a realidade normativa, bem como eventual modificação da orientação jurídica 
sobre a matéria, podem tornar inconstitucional norma anteriormente considerada legítima 
(͞inconstitucionalidade superveniente͟) (obs: a expressão inconstitucionalidade superveniente foi 
utilizada aqui em sentido diferente da situação em que uma lei anterior à CF/88 torna-se incompatível 
com o novo Texto Constitucional. Os autoƌesàafiƌŵaŵàƋueàŶesteàĐasoàhouveàuŵaà͞ŶĆoàƌeĐepçĆo͟,àŶĆoàseà
podeŶdoàfalaƌàeŵà͞iŶĐoŶstituĐioŶalidadeàsupeƌveŶieŶte͟Ϳ. 
Esta mudança de entendimento do STF sobre a constitucionalidade de uma norma pode ser decidida 
durante o julgamento de uma reclamação constitucional. 
STF. Plenário. Rcl 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013. 
 
 
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É possível que o STF, por meio de reclamação, faça a (re)interpretação de decisão proferida em controle 
de constitucionalidade abstrato. 
Ao julgar uma reclamação, o STF realiza um juízo de confronto e de adequação entre o objeto (ato 
impugnado) e o parâmetro (decisão do STF tida por violada). Isso pode fazer com que se conclua pela 
necessidade de redefinição do conteúdo e do alcance do parâmetro (decisão que havia sido proferida). 
áoàaŶalisaƌàuŵaàƌeĐlaŵaçĆo,àoà“TFàfazàuŵaàespĠĐieàdeà͞ďalaŶçaƌàdeàolhos͟à;expƌessĆoàĐuŶhadaàpoƌàKaƌlà
Engisch) entre o ato impugnado (objeto) e que havia sido decidido (parâmetro) e poderá chegar a 
conclusão diferente do que já tinha deliberado anteriormente. 
É por meio da reclamação, portanto, que as decisões do STF permanecem abertas a esse constante 
processo hermenêutico de reinterpretação realizado pelo próprio Tribunal. 
A reclamação, dessa forma, constitui um instrumento para a realização de mutação constitucional e de 
inconstitucionalização de normas que muitas vezes podem levar à redefinição do conteúdo e do alcance, 
e até mesmo à superação, total ou parcial, de uma antiga decisão. 
STF. Plenário. Rcl 4374/PE, rel. Min. Gilmar Mendes, 18/4/2013. 
 
Se a petição inicial da ADI ou da ADC for assinada por advogado, deverá ser acompanhada de 
procuração. Exige-se que essa procuração tenha poderes especiais e indique, de forma específica, os atos 
normativos que serão objeto da ação. 
STF. Plenário. ADI 4430/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 27, 28 e 29/6/2012 (Info 672 STF). 
 
A emissão de parecer sobre as medidas provisórias, por comissão mista de deputados e senadores antes 
do exame, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das casas do Congresso Nacional (CF, art. 62, § 
9º) configura fase de observância obrigatória no processo constitucional de conversão dessa espécie 
normativa em lei ordinária. 
Vale ressaltar, no entanto, que o parecer da comissão mista (previsto no § 9º do art. 62 da CF/88) é 
obrigatório apenas para as medidas provisórias assinadas e encaminhadas ao Congresso Nacional a partir 
do julgamento da ADI 4029. 
As medidas provisórias anteriores a essa ADI 4029 não precisaram passar, obrigatoriamente, pela 
comissão mista por estarem regidas pelas regras da Resolução n.º 01, do Congresso Nacional. 
Os arts. 5°, caput e 6°, §§ 1° e 2° da Resolução n.° 1, do CN foram reconhecidos inconstitucionais pelo STF, 
no entanto, a Corte determinou que essa declaração de inconstitucionalidade somente produz efeitos ex 
nunc (a partir da decisão); 
Todas as leis aprovadas segundo a tramitação da Resolução n.° 1 (ou seja, sem parecer obrigatório da 
comissão mista após o 14° dia) são válidas e não podem ser questionadas por esta razão. 
STF. Plenário. ADI 4029/DF, rel. Min. Luiz Fux, 7 e 8/3/2012 (Info 657 STF). 
 
Não existe óbice a que o julgador, ao proferir sua decisão, acolha os argumentos de uma das partes ou de 
outras decisões proferidas nos autos, adotando fundamentação que lhe pareceu adequada. O que 
importa em nulidade é a absoluta ausência de fundamentação. 
A adoção dos fundamentos da sentença de 1ª instância ou das alegações de uma das partes como razões de 
decidir, embora não seja uma prática recomendável, não traduz, por si só, afronta ao art. 93, IX, da CF/88. 
A reprodução dos fundamentos declinados pelas partes ou pelo órgão do Ministério Público ou mesmo 
de outras decisões proferidas nos autos da demanda (ex: sentença de 1ª instância) atende ao art. 93, IX, 
da CF/88. 
STJ. Corte Especial. EREsp 1.021.851-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgados em 28/6/2012 (Info 500 STJ). 
 
É possível que o STF, ao julgar MS impetrado por parlamentar, exerça controle de constitucionalidade de 
projeto que tramita no Congresso Nacional e o declare inconstitucional, determinando seu 
arquivamento? 
Em regra, não. Existem duas exceções nas quais o STF pode determinar o arquivamento da propositura: 
a) Proposta de emenda constitucional que viole cláusula pétrea; 
 
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b) Proposta de emenda constitucional ou projeto de lei cuja tramitação esteja ocorrendo com violação às 
regras constitucionais sobre o processo legislativo. 
STF. Plenário. MS 32033/DF, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o acórdão Min. Teori Zavascki, 
20/6/2013 (Info 711). 
 
Segundo o art. 12, § 4º, I, da CF/88, após ter sido deferida a naturalização, seu desfazimento só pode 
ocorrer mediante processo judicial, mesmo que o ato de concessão da naturalização tenha sido 
embasado em premissas falsas (erro de fato). 
O STF entendeu que os §§ 2º e 3º do art. 112 da Lei n. 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) não foram 
recepcionados pela CF/88. 
STF. Plenário. RMS 27840/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 
7/2/2013. 
 
O § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar (provisória) do parlamentar, ou seja, não 
proíbe a prisão decorrente da sentença transitada em julgado, como no caso de Deputado Federal 
condenado definitivamente pelo STF. 
STF. Plenário. AP 396 QO/RO, AP 396 ED-ED/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 26/6/2013 (Info 712). 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
O prazo prescricional aplicável às ações de indenização contra a Fazenda Pública é de 5 (CINCO) anos, 
conforme previsto no Decreto 20.910/32, e não de três anos (regra do Código Civil), por se tratar de 
norma especial, que prevalece sobre a geral. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.251.993-PR,Rel. Min. Mauro Campbell, julgado em 12/12/2012 (Info 512 STJ). 
 
A Administração Pública está obrigada ao pagamento de pensão e indenização por danos morais no caso 
de morte por suicídio de detento ocorrido dentro de estabelecimento prisional mantido pelo Estado. 
Nessas hipóteses, não é necessário perquirir eventual culpa da Administração Pública. 
Na verdade, a responsabilidade civil estatal pela integridade dos presidiários é OBJETIVA. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.305.259-SC, Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/4/2013 (Info 520). 
 
NÃO é cabível indenização por danos morais/estéticos em decorrência de lesões sofridas por militar das 
Forças Armadas em acidente ocorrido durante sessão de treinamento, salvo se ficar demonstrado que o 
militar foi submetido a condições de risco excessivo e desarrazoado. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 29.046-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 21/2/2013. 
 
As ações de indenização por danos morais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime 
Militar de exceção são imprescritíveis. 
Não se aplica o prazo prescricional de 5 anos previsto no art. 1º do Decreto 20.910/1932. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.374.376-CE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/6/2013. 
 
O extravio de correspondência registrada acarreta dano moral in re ipsa (sem necessidade de 
comprovação do prejuízo), devendo os Correios indenizar o consumidor. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.097.266-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min. Raul Araújo, 
julgado em 2/5/2013. 
 
 
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A alegação da União de que determinada área constitui terreno de marinha, sem que tenha sido 
realizado processo demarcatório específico e conclusivo pela Delegacia de Patrimônio da União, não 
obsta o reconhecimento de usucapião. 
Nesse caso, na sentença que reconhecer a usucapião, o juiz deverá ressalvar que a União poderá fazer 
uma eventual e futura demarcação no terreno. Se ficar constatado, efetivamente, que o imóvel está 
localizado em terreno de marinha, a União será declarada proprietária da área, não havendo preclusão 
sobre o tema. Aplica-se o mesmo raciocínio constante na Súmula 496 do STJ: Os registros de propriedade 
particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à União. Com isso, não haverá 
prejuízo à União. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.090.847-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 23/4/2013. 
 
O prazo prescricional no caso de ação de desapropriação indireta é de 10 anos. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.300.442-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/6/2013. 
 
Se o servidor público responder a processo administrativo disciplinar e for absolvido, ainda assim poderá 
ser condenado a ressarcir o erário, em tomada de contas especial, pelo Tribunal de Contas da União. 
STF. 1ª Turma. MS 27867 AgR/DF, rel. Min. Dias Toffoli, 18/9/2012 (Info 680 STF). 
 
A partir da entrada em vigor da EC n. 41/2003 (que deu nova redação ao art. 37, XI, da CF), o servidor não 
pode alegar direito adquirido ao recebimento de remuneração, proventos ou pensão acima do teto 
remuneratório. 
Não prevalece a garantia da irredutibilidade de vencimentos diante da nova ordem constitucional 
imposta pela emenda. 
STJ. 2ª Turma. RMS 32.796-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/6/2012 (Info 500 STJ) 
 
Havendo compatibilidade de horários, é possível a acumulação de cargos nas hipóteses previstas na 
CF/88, ainda que a soma da carga horária ultrapasse o limite máximo de 60 horas semanais previsto em 
Parecer da AGU e Acórdão do TCU. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 291.919-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/4/2013 
(Info 521). 
 
Caso exista compatibilidade de horários, é possível a acumulação do cargo de médico militar com o de 
professor de instituição pública de ensino. 
STJ. 2ª Turma. RMS 39.157-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 26/2/2013. 
 
Os servidores concursados de empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços 
públicos não gozam de estabilidade (art. 41 da CF/88), mas caso sejam demitidos, este ato de demissão 
deve ser sempre motivado. 
STF. Plenário. RE 589998/PI, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20/3/2013. 
 
O servidor público federal tem direito de ser removido a pedido, independentemente do interesse da 
Administração, para acompanhar o seu cônjuge empregado de empresa pública federal que foi 
deslocado para outra localidade no interesse da Administração. 
Oàaƌt.àϯϲ,àpaƌĄgƌafoàúŶiĐo,àIII,à͞a͟,àdaàLeiàϴ.ϭϭϮ/ϭϵϵϬàĐoŶfeƌeàoàdiƌeitoàaoàseƌvidoƌàpúďliĐoàfedeƌalàdeàseƌà
removido para acompanhar o seu cônjuge SERVIDOR público que foi deslocado no interesse da 
Administração. 
A jurisprudência do STJ vem atribuindo uma interpretação ampliativa ao conceito de servidor público 
para alcançar não apenas os que se vinculam à Administração Direta, mas também os que exercem suas 
atividades nas entidades da Administração Indireta. 
 
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Desse modo, o disposto no referido dispositivo legal deve ser interpretado de forma a possibilitar o 
reconhecimento do direto de remoção também ao servidor público que pretende acompanhar seu 
cônjuge empregado de empresa pública federal. 
STJ. 3ª Seção. MS 14.195-DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/3/2013 (Info 519). 
 
O adicional noturno previsto no art. 75 da Lei 8.112/1990 será devido ao servidor público federal que 
preste o seu serviço em horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas do dia seguinte, ainda 
que o serviço seja prestado em regime de plantão. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.292.335-RO, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 9/4/2013 (Info 519). 
 
É cabível a concessão de licença a servidor público para acompanhamento de cônjuge na hipótese em 
que se tenha constatado o preenchimento dos requisitos legais para tanto, ainda que o 
cônjuge/companheiro a ser acompanhado não seja servidor público e que o seu deslocamento não tenha 
sido atual. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.243.276-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 5/2/2013. 
 
Se o servidor trabalhou sob condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a sua integridade física, 
ele poderá se utilizar deste tempo para gozar de aposentadoria especial, cujo tempo de trabalho é 
inferior ao da aposentadoria comum (aplica-se aos servidores o art. 57, caput e § 1º da Lei n. 8.213/91). 
Ex: trabalhou 25 anos em atividades insalubres, terá direito à aposentadoria especial valendo-se das 
regras dos trabalhadores em geral. Isso é assegurado pelo art. 40, § 3º, III, da CF e a mora legislativa não 
poderá mais prejudicar o servidor. 
No entanto, se o período que este servidor trabalhou sob condições especiais não for suficiente para que 
ele goze da aposentadoria especial, ele não poderá converter este tempo especial usando os índices de 
conversão previstos para os trabalhadores em geral (não se aplica aos servidores o § 5º do art. 57 da Lei 
não precisa tratar sobre este tema. Não se extrai da norma contida no art. 40, § 4º, III, da CF a existência 
de dever constitucional de legislar acerca do reconhecimento à contagem diferenciada e da averbação de 
tempo de serviço prestado por servidores públicos em condições prejudiciais à saúde e à integridade 
física. 
STF. Plenário. MI 2140 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 6/3/2013. 
 
O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de ser irrelevante o fato de a pensão e a 
complementação previdenciária serem legalmente acumuláveis, tendo em conta o fato de serem pagas 
pelo mesmo ente, visto que até mesmo a remuneração decorrente do exercício de mais de um cargo 
público, a princípio, submete-se conjuntamente (somadas) ao teto constitucional. 
É consolidada nesta Corte Superior a compreensão de que nãohá direito adquirido à percepção de 
vencimentos, proventos, remuneração ou proventos acima do teto estabelecido pela EC n. 41/2003, 
nem mesmo ofensa à garantia de irredutibilidade de vencimentos, devido à alteração constitucional. 
STJ. 6ª Turma. AgRg nos EDcl no RMS 29.457/CE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 04/12/2012. 
 
A acumulação de proventos de servidor aposentado em decorrência do exercício cumulado de dois 
cargos de profissionais da área de saúde legalmente exercidos, nos termos autorizados pela CF/88, NÃO 
se submete ao teto constitucional, devendo os cargos ser considerados isoladamente para esse fim. 
STJ. 2ª Turma. RMS 38.682-ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012 (Info 508 STJ). 
Tratando-se de cumulação legítima de cargos, a remuneração do servidor público não se submete ao teto 
constitucional, devendo os cargos, para este fim, ser considerados isoladamente. 
Se houvesse vinculação ao teto haveria um enriquecimento sem causa por parte do Poder Público. 
STJ. 2ª T. AgRg no AgRg no RMS 33.100/DF, Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 07/05/2013. 
 
 
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Os servidores públicos ocupantes exclusivamente de cargo em comissão não se submetem à 
aposentadoria compulsória aos 70 anos. 
STJ. 2ª Turma. RMS 36.950-RO, Rel. Min. Castro Meira, DJe 26/4/2013. 
 
Não é possível exigir a devolução ao erário dos valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, quando 
pagos indevidamente pela Administração Pública, em função de interpretação equivocada de lei. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.244.182-PB, Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/10/2012 (recurso repetitivo). 
 
A nomeação tardia a cargo público em decorrência de decisão judicial NÃO gera direito à indenização. 
STJ. 3ª Turma. REsp 949.072-RS, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 27/3/2012 (Info 494 STJ). 
 
O STJ entende que os prefeitos podem responder por improbidade administrativa, ação que será julgada 
em primeira instância. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 46.546/MA, Min. Napoleão Nunes Maia Filho, j. 14/02/2012 (Info 495 STJ). 
 
Para que seja reconhecida a improbidade administrativa é necessário que o agente tenha atuado com 
DOLO nos casos dos arts. 9º (enriquecimento ilícito) e 11 (violação dos princípios da Administração 
Pública) e, ao menos, com culpa nas hipóteses do art. 10º (prejuízo ao erário) da Lei n. 8.429/92. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.192.056-DF, Rel. para o acórdão Min. Benedito Gonçalves, j. 17/4/2012 (Info 495 STJ). 
 
O inquérito civil, como peça informativa, pode embasar a propositura de ação civil pública de 
improbidade administrativa contra agente político, sem a necessidade de abertura de procedimento 
administrativo prévio. 
STJ. 1ª Turma. AREsp 113.436-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 10/4/2012 (Info 495 STJ). 
 
A petição inicial na ação por ato de improbidade administrativa, além dos requisitos do art. 282 do CPC, 
deve ser instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da existência do 
ato de improbidade. 
Assim, diz-se que a ação de improbidade administrativa, além das condições genéricas da ação, exige 
ainda a presença da justa causa. 
STJ. 1ª Turma. REsp 952.351-RJ, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 4/10/2012 (Info 506 STJ). 
 
A falta de notificação do acusado para apresentar defesa prévia na ação de improbidade administrativa 
(art. 17, § 7º, da Lei n. 8.429/1992) é causa de NULIDADE RELATIVA do feito, devendo ser alegada em 
momento oportuno e devidamente comprovado o prejuízo à parte. 
STJ. 1ª Turma. EDcl no REsp 1.194.009-SP, Min. Arnaldo Esteves Lima, julgados em 17/5/2012 (Info 497 STJ). 
 
De acordo com a orientação jurisprudencial do STJ, existindo meros indícios de cometimento de atos 
enquadrados como improbidade administrativa, a petição inicial da ação de improbidade deve ser 
recebida pelo juiz, pois, na fase inicial prevista no art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, vale o 
princípio do in dubio pro societate, a fim de possibilitar o maior resguardo do interesse público. 
No caso concreto, o STJ entendeu que deveria ser recebida a petição inicial de ação de improbidade no 
caso em que determinado prefeito, no contexto de campanha de estímulo ao pagamento do IPTU, fizera 
constar seu nome, juntamente com informações que colocavam o município entre outros que detinham 
bons índices de qualidade de vida, tanto na contracapa do carnê de pagamento do tributo quanto em 
outros meios de comunicação. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.317.127-ES, Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/3/2013 (Info 518 STJ). 
 
 
 
 
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INDISPONIBILIDADE DE BENS NA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
 
Para a decretação da indisponibilidade de bens pela prática de ato de improbidade administrativa que 
tenha causado lesão ao patrimônio público, não se exige que seu requerente demonstre a ocorrência de 
periculum in mora. 
Nesses casos, a presunção quanto à existência dessa circunstância milita em favor do requerente da 
medida cautelar, estando o periculum in mora implícito no comando normativo descrito no art. 7º da Lei 
n. 8.429/1992, conforme determinação contida no art. 37, § 4º, da CF. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.229.942-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/12/2012 
(Info 515 STJ). 
 
A indisponibilidade pode ser decretada antes do recebimento da petição inicial da ação de improbidade? 
SIM. A jurisprudência do STJ é no sentido de que a decretação da indisponibilidade e do sequestro de bens 
em improbidade administrativa é possível antes do recebimento da ação (AgRg no REsp 1317653/SP, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 07/03/2013, DJe 13/03/2013). 
 
Tendo sido instaurado procedimento administrativo para apurar a improbidade, conforme permite o art. 
14 da LIA, a indisponibilidade dos bens pode ser decretada antes mesmo de encerrado esse 
procedimento? 
SIM. É nesse sentido a jurisprudência do STJ. 
 
Essa indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu? 
SIM. É admissível a concessão de liminar inaudita altera pars para a decretação de indisponibilidade e 
sequestro de bens, visando assegurar o resultado útil da tutela jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao 
Erário. 
Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza acautelatória, a medida de indisponibilidade de bens 
em ação de improbidade administrativa pode ser deferida nos autos da ação principal sem audiência da 
parte adversa e, portanto, antes da notificação para defesa prévia (art. 17, § 7º da LIA). 
 
Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado ato de 
improbidade exige-se a demonstração de fumus boni iuris e periculum in mora? 
NÃO. Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido (implícito). Assim, é 
desnecessária a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de que os réus estejam dilapidando seu 
patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, exigindo-se apenas a demonstração de fumus boni iuris, consistente 
em fundados indícios da prática de atos de improbidade. 
A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em uma tutela de evidência, de 
forma que basta a comprovação da verossimilhança das alegações, pois, pela própria natureza do bem 
protegido, o legislador dispensou o requisito do perigo da demora. 
 
Então, pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se desfazendo de 
seus bens? 
SIM. A indisponibilidade dos bens visa, justamente, a evitar que ocorra a dilapidação patrimonial. Não é 
razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou dissipação. Exigir a comprovação de 
que tal fato esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria difícil a efetivação da medida cautelare, muitas 
vezes, inócua (Min. Herman Benjamin). 
Vale ressaltar, no entanto, que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da excepcionalidade legal 
expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação do patrimônio, não é uma medida de 
adoção automática, devendo ser adequadamente fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade 
(art. 93, IX, da Constituição Federal), sobretudo por se tratar de constrição patrimonial (REsp 1319515/ES). 
 
 
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Pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possuía antes da suposta prática do ato 
de improbidade? 
SIM. A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes como depois da prática do ato de 
improbidade. 
 
A indisponibilidade pode recair sobre bem de família? 
SIM. Segundo o STJ, o caráter de bem de família de imóvel não tem a força de obstar a determinação de 
sua indisponibilidade nos autos de ação civil pública, pois tal medida não implica em expropriação do bem 
(REsp 1204794/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 16/05/2013). 
 
A indisponibilidade é decretada para assegurar apenas o ressarcimento dos valores ao Erário ou também 
para custear o pagamento da multa civil? 
Para custear os dois. A indisponibilidade de bens deve recair sobre o patrimônio do réu de modo suficiente a 
garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor 
de possível multa civil como sanção autônoma (STJ. AgRg no REsp 1311013 / RO). 
Vale ressaltar que é assegurado ao réu provar que a indisponibilidade que recaiu sobre o seu patrimônio foi 
muito drástica e que não está garantindo seu mínimo existencial. 
 
É necessário que o Ministério Público (ou outro autor da ação de improbidade), ao formular o pedido de 
indisponibilidade, faça a indicação individualizada dos bens do réu? 
NÃO. A jurisprudência do STJ está consolidada no sentido de que é desnecessária a individualização dos bens 
sobre os quais se pretende fazer recair a indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 
8.429/92 (AgRg no REsp 1307137/BA, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 
Ϯ5/Ϭ9/ϮϬϭϮͿ.àáàiŶdividualizaçãoàsoŵeŶteàĠàŶeĐessĄƌiaàpaƌaàaàĐoŶĐessãoàdoà͞seƋuestƌoàdeàďeŶs͟,àpƌevistoàŶoà
art. 16 da Lei n. 8.429/92. 
 
A indisponibilidade de bens constitui uma sanção? 
NÃO. A indisponibilidade de bens não constitui propriamente uma sanção, mas medida de garantia destinada 
a assegurar o ressarcimento ao erário (DPE/MA – CESPE – 2011). 
 
A entrega de carnês de IPTU e ISS pelos municípios sem a intermediação de terceiros no seu âmbito 
territorial não constitui violação do privilégio da União na manutenção do serviço público postal. Isso 
porque a notificação, por fazer parte do processo de constituição do crédito tributário, é ato próprio do 
sujeito ativo da obrigação, que pode ou não delegar tal ato ao serviço público postal. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 228.049-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 21/3/2013 
(Info 519). 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (IMPORTANTE) 
Se der tempo, ler a apostila que foi divulgada no site sobre o assunto. 
 
A União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que o arrendatário objetive ser 
indenizado pelos prejuízos decorrentes da desapropriação por interesse social, para a reforma agrária, do 
imóvel arrendado. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.130.124-PR, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 4/4/2013 (Info 522). 
 
 
As operadoras de plano de saúde que estejam em débito quanto ao ressarcimento de valores devidos ao 
SUS podem, em razão da inadimplência, ser inscritas no Cadin. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 307.233-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 6/6/2013. 
 
 
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DIREITO ECONÔMICO 
 
Infelizmente, amigo(a), não vou poder ajudar quanto a este tema. 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
Conceito de consumidor e teoria finalista aprofundada 
Em regra, somente pode ser considerado consumidor, para fins de aplicação do CDC, o destinatário fático 
e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica. 
Com isso, em regra, fica excluído da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como 
aquele cujo produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e, portanto, 
o preço final) de um novo bem ou serviço. 
Embora consagre o critério finalista para interpretação do conceito de consumidor, a jurisprudência do 
STJ também reconhece a necessidade de, em situações específicas, abrandar o rigor desse critério para 
admitir a aplicabilidade do CDC nas relações entre fornecedores e sociedades empresárias em que, 
mesmo a sociedade empresária utilizando os bens ou serviços para suas atividades econômicas, fique 
evidenciado que ela apresenta vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que isso é a teoria finalista 
mitigada, abrandada ou aprofundada. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012. 
 
Se houver descredenciamento de médicos ou hospitais, a operadora de plano de saúde tem o dever de 
informar esse fato individualmente a cada um dos associados. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.144.840-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 20/3/2012. 
 
O banco pode ser condenado a pagar reparação por dano moral coletivo, em ação civil pública, pelo fato 
de oferecer, em sua agência, atendimento inadequado aos consumidores idosos, deficientes físicos e 
com dificuldade de locomoção. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.221.756-RJ, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 2/2/2012. 
 
A instituição financeira não pode ser responsabilizada por assalto sofrido por sua correntista em via 
pública, isto é, fora das dependências de sua agência bancária, após a retirada, na agência, de valores em 
espécie, sem que tenha havido qualquer falha determinante para a ocorrência do sinistro no sistema de 
segurança da instituição. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.284.962-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 11/12/2012 (Info 512 STJ). 
 
A inversão do ônus da prova de que trata o art. 6º, VIII, do CDC é REGRA DE INSTRUÇÃO, devendo a 
decisão judicial que determiná-la ser proferida preferencialmente na fase de saneamento do processo 
ou, pelo menos, assegurar à parte a quem não incumbia inicialmente o encargo a reabertura de 
oportunidade para manifestar-se nos autos. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 422.778-SP, Rel. para o acórdão Min. Maria Isabel Gallotti (art. 52, IV, b, do RISTJ), 
julgados em 29/2/2012. 
 
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito 
interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias. 
STJ. 2ª Seção, DJe 1/8/2012. 
 
 
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O prazo prescricional nas ações de responsabilidade civil por acidente aéreo é de 5 anos, com base no 
Código de Defesa do Consumidor. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.281.090-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 7/2/2012. 
 
Qual é o prazo prescricional para que moradores de casas atingidas por queda de avião ajuízem ação de 
indenização contra a companhia aérea? 
5 anos (art. 27 do CDC). 
 
Os moradores, embora não tenham utilizado o serviço da companhia aérea como destinatários finais, 
equiparam-se a consumidores pelo simples fato de serem vítimas do evento. São conhecidos como 
bystanders (art. 17 do CDC). 
 
Não se aplica o prazo prescricional do Código Brasileiro de Aeronáutica quando a relação jurídica 
envolvida for de consumo. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.202.013-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/6/2013. 
 
Súmula 477-STJ: A decadência do artigo 26 do CDC não é aplicável à prestação de contas para obter 
esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargosbancários. 
STJ. 2ª Seção, DJe 19/6/2012. 
 
É vedada a denunciação da lide para que ingresse terceiro em processo de autoria do consumidor, 
cuidando-se de relação de consumo, propiciando ampla dilação probatória que não interessa ao 
hipossuficiente e que apenas lhe causa prejuízo. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1305780/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 04/04/2013. 
 
Não cabe a denunciação da lide nas ações indenizatórias decorrentes da relação de consumo, seja no 
caso de responsabilidade pelo fato do produto, seja no caso de responsabilidade pelo fato do serviço 
(arts. 12 a 17 do CDC). 
Assim, a vedação à denunciação da lide prevista no art. 88 do CDC não se restringe à responsabilidade de 
comerciante por fato do produto (art. 13 do CDC), sendo aplicável também nas demais hipóteses de 
responsabilidade civil por acidentes de consumo (arts. 12 e 14 do CDC). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.165.279-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/5/2012 (Info 498 STJ). 
 
A responsabilidade por débito relativo ao consumo de água e serviço de esgoto é de quem efetivamente 
obteve a prestação do serviço. Trata-se de obrigação de natureza pessoal, não se caracterizando como 
obrigação propter rem. Assim, não se pode responsabilizar o atual usuário por débitos antigos contraídos 
pelo morador anterior do imóvel. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.313.235-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/9/2012 
(Info 505 STJ). 
 
 
DIREITO FINANCEIRO E DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Vou colocar aqui apenas as principais decisões de 2012 e 2013, mas é importante você revisar pelos seus 
resumos e anotações porque são duas matérias muito importantes. 
 
A maçonaria não é considerada uma religião, razão pela qual não goza da imunidade religiosa prevista no 
art. 150, VI, b, da CF/88. 
STF. 1ª Turma. RE 562351/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4/9/2012. 
 
 
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A entidade que goza de imunidade tributária tem o dever de cumprir as obrigações acessórias, dentre 
elas a de manter os livros fiscais. 
STF. 1ª Turma. RE 250844/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 29/5/2012. 
 
1) O consumidor final de energia elétrica tem legitimidade ativa para propor ação declaratória cumulada 
com repetição de indébito que tenha por escopo afastar a incidência de ICMS sobre a demanda 
contratada e não utilizada de energia elétrica. 
2) O usuário do serviço de energia elétrica (consumidor em operação interna), na condição de 
contribuinte de fato, é parte legítima para discutir pedido de compensação do ICMS supostamente pago 
a maior no regime de substituição tributária. 
STJ. 1ª Turma. AgRg nos EDcl no REsp 1.269.424-SC, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/10/2012. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no RMS 28.044-ES, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 13/11/2012. 
 
Qual é o prazo prescricional para obter a restituição do valor pago indevidamente no caso de tributos 
sujeitos a lançamento por homologação? 
•àPaƌaàaçƁesàdeàrepetição de indébito ajuizadas até 8/6/2005: 10 anos. 
•àPaƌaàaçƁesàdeàƌepetiçĆoàdeàiŶdĠďitoàajuizadasàaàpaƌtiƌàdeàϵ/ϲ/ϮϬϬϱ:àϱàaŶos. 
No dia 09/06/2005 entrou em vigor a LC 118/2005, que estabeleceu que, para efeito de repetição de 
indébito, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por 
homologação, no momento do pagamento antecipado. 
Obs: não importa se o pagamento indevido foi feito antes da LC 118/2005 (09/06/2005). O que interessa 
saber é se a ação foi ajuizada antes da LC 118/2005 entrar em vigor. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.269.570-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/5/2012. 
 
Não é possível a constituição de crédito tributário com base em documento de confissão de dívida tributária 
apresentado, para fins de parcelamento, após o prazo decadencial previsto no art. 173, I, do CTN. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.355.947–SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 12/6/2013 (Info 522). 
 
Em caso de inadimplemento do crédito tributário, os juros de mora deverão incidir sobre a totalidade da 
dívida, ou seja, sobre o tributo acrescido da multa fiscal punitiva, a qual também integra o crédito tributário. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.335.688-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 4/12/2012. 
 
A prescrição da ação de execução fiscal interrompe-se com o despacho do juiz que ordena a citação do 
executado. No entanto, esta interrupção retroage à data do ajuizamento da execução, considerando que 
o art. 174, parágrafo único, I, do CTN deve ser interpretado em conjunto com o art. 219, § 1º, do CPC. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.293.997-SE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20/3/2012. 
 
Incide imposto de renda sobre os valores recebidos a título de abono de permanência (art. 40, § 19, CF). 
STJ. 2ª Turma. AREsp 225.144-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 6/11/2012. 
 
O crédito-prêmio de IPI gera acréscimo patrimonial, devendo, portanto, compor a base de cálculo do IR. 
STJ. 2ª Turma. REsp 957.153-PE, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 4/10/2012. 
 
Súmula 498-STJ: Não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais. 
STJ. 1ª Seção, DJe 13/8/2012. 
 
Não incide IPI na importação de veículo automotor, por pessoa física, para uso próprio. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no AREsp 204.994-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 9/10/2012. 
 
 
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Súmula 494-STJ: O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às exportações 
incide mesmo quando as matérias-primas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica 
não contribuinte do PIS/PASEP. 
STJ. 1ª Seção, DJe 13/8/2012. 
 
Súmula 495-STJ: A aquisição de bens integrantes do ativo permanente da empresa não gera direito a 
creditamento de IPI. 
STJ. 1ª Seção, DJe 13/8/2012. 
 
Incide contribuição ao PIS sobre as receitas decorrentes da prestação de serviços advocatícios de 
sociedade de advogados. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.283.410-PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 20/9/2012. 
 
Não é possível a inclusão do crédito presumido de ICMS na base de cálculo da contribuição do PIS e da Cofins. 
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1.329.781-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 27/11/2012. 
 
É de CINCO anos o prazo prescricional da ação promovida contra a União Federal por titulares de contas 
vinculadas ao PIS/PASEP visando à cobrança de diferenças de correção monetária incidente sobre o saldo 
das referidas contas, nos termos do art. 1º do Decreto-Lei 20.910/32. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.205.277-PB, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 27/6/2012. 
 
Súmula 499-STJ: As empresas prestadoras de serviços estão sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, 
salvo se integradas noutro serviço social. 
STJ 1ª Seção. DJe 18/03/2013 
 
Quando interrompido pelo pedido de adesão ao Refis, o prazo prescricional de 5 anos para a cobrança de 
créditos tributários devidos pelo contribuinte excluído do programa reinicia na data da decisão final do 
processo administrativo que determina a exclusão do devedor do referido regime de parcelamento de 
débitos fiscais. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.144.963-SC, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 20/11/2012. 
 
É possível a expedição de certidões negativas de débito ou positivas com efeitos de negativas em nome 
de filial de grupo econômico, ainda que existam pendências tributárias da matriz ou de outras filiais, 
desde que possuam números de CNPJ distintos. 
STJ. 2ª Turma. AgRg no AREsp 192.658-AM, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 23/10/2012. 
 
O Poder Judiciário não pode, por meio de uma decisão judicial, estender isenção fiscal a uma categoria 
não abrangida pelo benefício, mesmo que sob o argumento de que haveria na hipótese uma situação 
discriminatória e uma ofensa ao princípio da isonomia. 
STJ.2ª Turma. AgRg no AREsp 248.264-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 27/11/2012. 
 
A cassação de registro especial para a fabricação e comercialização de cigarros, em virtude de 
descumprimento de obrigações tributárias por parte da empresa, não constitui sanção política. 
STF. Plenário. RE 550769/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 22/5/2013. 
 
Os valores depositados em contas em nome das filiais estão sujeitos à penhora por dívidas tributárias da matriz. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.355.812-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 22/5/2013. 
 
LEI 12.810/2013 
Será importante ler a Lei n. 12.810/2013. 
 
 
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DIREITO CIVIL 
 
Direito à imagem: existe ofensa mesmo que a veiculação não tenha caráter vexatório 
A ofensa ao direito à imagem materializa-se com a mera utilização da imagem sem autorização, ainda 
que não tenha caráter vexatório ou que não viole a honra ou a intimidade da pessoa, e desde que o 
conteúdo exibido seja capaz de individualizar o ofendido. 
A obrigação de reparação decorre do próprio uso indevido do direito personalíssimo, não sendo devido 
exigir-se a prova da existência de prejuízo ou dano. O dano é a própria utilização indevida da imagem. 
STJ. REsp 794.586/RJ, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 15/03/2012 (Info 493 STJ). 
 
Não é suficiente para afastar a anterioridade do crédito que se busca garantir (requisito exigido para a 
caracterização de fraude contra credores) a assinatura de contrato particular de promessa de compra e 
venda de imóvel não registrado e desacompanhado de qualquer outro elemento que possa evidenciar, 
perante terceiros, a realização prévia desse negócio jurídico. 
Em outras palavras, para que haja a fraude contra credores, a dívida deve ser anterior à alienação 
realizada pelo devedor. Caso esta alienação tenha sido feita por meio de instrumento particular, a data 
que será considerada como sendo a da alienação não é aquela constante do contrato (porque seria muito 
fácil de falsificar), mas sim a data na qual este negócio jurídico foi registrado no Cartório. Isso porque é 
com o registro da promessa de compra e venda no Cartório de Registro de Imóveis que o direito do 
promissário comprador alcança terceiros estranhos à relação contratual originária. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.217.593-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 12/3/2013. 
 
Em uma ação pauliana, se ficar comprovado que o bem foi sucessivamente alienado fraudulentamente 
para diversas pessoas, mas que, ao final, o atual adquirente estava de boa-fé, neste caso deverá o juiz 
reconhecer que é eficaz o negócio jurídico por meio do qual o último proprietário adquiriu o bem, 
devendo-se condenar os réus que agiram de má-fé a indenizar o autor da pauliana, pagando o valor do 
bem que foi adquirido fraudulentamente. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.100.525-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/4/2013 (Info 521). 
 
I – Para que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção, na hipótese em que a perda da 
coisa adquirida tenha sido determinada por decisão judicial, não é necessário o trânsito em julgado da 
referida decisão. 
II – O direito que o evicto tem de cobrar indenização pela perda da coisa evicta independe, para ser 
exercitado, de ele ter denunciado a lide ao alienante na ação em que terceiro reivindicara a coisa. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.332.112-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013 (Info 519). 
 
Decretada a resolução do contrato de promessa de compra e venda, deve o juiz, ainda que não tenha 
sido expressamente provocado pela parte interessada, determinar a restituição, pelo promitente 
vendedor, das parcelas do preço pagas pelos promitentes compradores. 
Trata-se da concretização da eficácia restitutória da resolução, aplicável em benefício das duas partes do 
contrato, como consequência natural da desconstituição do vínculo contratual. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.286.144-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 7/3/2013. 
 
A taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 do Código Civil de 2002, é a SELIC. 
A incidência da taxa Selic como juros moratórios exclui a correção monetária, sob pena de bis in idem, 
considerando que a referida taxa já é composta de juros e correção monetária. 
STJ. 3ª Turma. EDcl no REsp 1.025.298-RS, Rel. originário Min. Massami Uyeda, Rel. para acórdão Min. Luis 
Felipe Salomão, julgados em 28/11/2012 (Info 510 STJ). 
 
 
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CAPITALIZAÇÃO DE JUROS 
Quatro conclusões importantes do STJ sobre o tema: 
I – A capitalização de juros, também chamada de anatocismo, ocorre quando os juros são calculados 
sobre os próprios juros devidos. 
II – A capitalização ANUAL de juros é permitida, seja para contratos bancários ou não-bancários. 
III – A capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano, em regra, é vedada. Exceção: é 
permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior a um ano em contratos BANCÁRIOS 
celebrados após 31 de março de 2000, data da publicação da MP 1.963-17/2000 (atual MP 2.170-
36/2001), desde que expressamente pactuada. 
IV – A capitalização dos juros em periodicidade inferior à anual deve vir pactuada de forma expressa e 
clara. Para isso, basta que, no contrato, esteja prevista a taxa de juros anual superior ao duodécuplo da 
mensal. Os bancos não preĐisaŵàdizeƌàexpƌessaŵeŶteàŶoàĐoŶtƌatoàƋueàestĆoàadotaŶdoàaà͞ĐapitalizaçĆoà
deàjuƌos͟,àďastaŶdoàexpliĐitaƌàĐoŵàĐlaƌezaàasàtaxasàĐoďƌadas. 
STJ. 2ª Seção. REsp 973.827-RS, Rel. originário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para o acórdão Min. Maria 
Isabel Gallotti, julgado em 27/6/2012 (Info 500 STJ). 
 
Súmula 472-STJ: A cobrança de comissão de permanência – cujo valor não pode ultrapassar a soma dos 
encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – exclui a exigibilidade dos juros 
remuneratórios, moratórios e da multa contratual. 
STJ. 2ª Seção, DJe 19.6.2012. 
 
Correção monetária significa atualizar o valor nominal da obrigação, ou seja, manter no tempo o poder 
de compra original daquela quantia. Com isso, evita-se que as oscilações por causa da inflação façam com 
que seja diminuído o poder de compra do dinheiro. 
Se, no período que se busca fazer a correção monetária, houve índices negativos (deflação), tais índices 
devem ser também considerados no cálculo final da correção monetária. No entanto, se, no período que 
se busca fazer a correção, a soma de todos os índices for negativa, não se deve aplicar esse percentual 
porque senão o credor seria prejudicado e receberia uma quantia menor do que o valor original. O credor 
seria punido pelo devedor não ter pago no tempo correto. Logo, em tal situação em que a correção 
monetária for negativa, o credor deverá receber o valor original, sem a aplicação do índice. 
STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1.300.928-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 5/6/2012. 
 
A cobrança de encargos ilegais, durante o período da normalidade contratual, descaracteriza (afasta) a 
configuração da mora do devedor. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 775.765-RS, Rel. Min. Massami Uyeda, julgados em 8/8/2012. 
 
Em um contrato no qual foi estipulada uma cláusula penal moratória, caso haja a mora, é possível que o 
credor exija o valor desta cláusula penal e mais os lucros cessantes que provar ter sofrido? 
SIM. A cláusula penal moratória não é estipulada para compensar o inadimplemento nem para substituir o 
adimplemento. Assim, a cominação contratual de uma multa para o caso de mora não interfere com a 
responsabilidade civil correlata que já deflui naturalmente do próprio sistema. Logo, não há óbice a que se 
exija a cláusula penal moratória juntamente com o valor referente aos lucros cessantes. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.355.554-RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 6/12/2012. 
 
Por meioda teoria do adimplemento substancial, defende-se que, se o adimplemento da obrigação foi 
muito próximo ao resultado final, a parte credora não terá direito de pedir a resolução do contrato 
porque isso violaria a boa-fé objetiva, já que seria exagerado, desproporcional, iníquo. 
No caso do adimplemento substancial, a parte devedora não cumpriu tudo, mas quase tudo, de modo 
que o credor terá que se contentar em pedir o cumprimento da parte que ficou inadimplida ou então 
pleitear indenização pelos prejuízos que sofreu (art. 475, CC). 
 
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Em uma alienação fiduciária, se o devedor deixou de pagar apenas umas poucas parcelas, não caberá ao 
credor a reintegração de posse do bem, devendo ele se contentar em exigir judicialmente o pagamento 
das prestações que não foram adimplidas. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.200.105-AM, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 19/6/2012. 
 
A resolução contratual pela onerosidade excessiva reclama superveniência de evento extraordinário, 
impossível às partes antever, não sendo suficiente alterações que se inserem nos riscos ordinários. 
STJ. 4ª Turma. REsp 945.166-GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/2/2012. 
 
Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que 
celebrados antes da sua edição. 
STJ. Corte Especial, DJe 1/8/2012. 
 
Não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega 
das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção sob o regime de 
iŶĐoƌpoƌaçĆoàiŵoďiliĄƌia.àEŵàoutƌasàpalavƌas,àosà͞juƌosàŶoàpĠ͟àŶĆoàsĆoàaďusivos. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 670.117-PB, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. Antonio Carlos 
Ferreira, julgados em 13/6/2012. 
 
Sempre que ocorrer ofensa injusta à dignidade da pessoa humana restará configurado o dano moral, não 
sendo necessária a comprovação de dor e sofrimento. Trata-se de dano moral in re ipsa (dano moral 
presumido). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.292.141-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012 (Info 513 STJ). 
 
Não constitui ato ilícito apto à produção de danos morais a matéria jornalística sobre pessoa notória a 
qual, além de encontrar apoio em matérias anteriormente publicadas por outros meios de comunicação, 
tenha cunho meramente investigativo, revestindo-se, ainda, de interesse público, sem nenhum 
sensacionalismo ou intromissão na privacidade do autor. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.330.028-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 6/11/2012 (Info 508 STJ). 
 
A relação da Google® com seus usuários é uma relação de consumo, mesmo sendo gratuita. 
A Google® não responde objetivamente pelos danos morais causados por mensagens ofensivas 
publicadas pelos usuários do Orkut®. 
Ao oferecer um serviço por meio do qual se possibilita que os usuários externem livremente sua opinião, 
deve o provedor de conteúdo ter o cuidado de propiciar meios para que se possa identificar cada um 
desses usuários. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.306.066-MT, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 17/4/2012 (Info 495 STJ). 
 
No entanto, ao ser comunicada pelo ofendido de que determinado texto ou imagem que está em uma 
rede social (Orkut®, Facebook®, Twitter® etc.) possui conteúdo ilícito, deve a empresa provedora da rede 
retirar a página do ar no prazo máximo de 24 horas, sob pena de responder solidariamente com o autor 
direto do dano, em virtude da omissão praticada. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.308.830-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 8/5/2012 (Info 497 STJ). 
 
Os serviços prestados pela Google® na internet, como é o caso de seu sistema de buscas, mesmo sendo 
gratuitos, configuram relação de consumo. 
O fato de o serviço prestado pelo provedor de serviço de Internet ser gratuito não desvirtua a relação de 
ĐoŶsuŵo,àpoisàoàteƌŵoà͞ŵediaŶteàƌeŵuŶeƌaçĆo͟,àĐoŶtidoàŶoàaƌt.àϯº,à§àϮº,àdoàCDC,àdeveàseƌàiŶteƌpƌetadoà
de forma ampla, de modo a incluir o ganho indireto do fornecedor. 
O provedor de pesquisa é uma espécie do gênero provedor de conteúdo. 
 
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A filtragem do conteúdo das pesquisas feitas por cada usuário não constitui atividade intrínseca ao 
serviço prestado pelos provedores de pesquisa, de modo que não se pode reputar defeituoso, nos 
termos do art. 14 do CDC, o site que não exerce esse controle sobre os resultados das buscas. 
Os provedores de pesquisa não podem ser obrigados a eliminar do seu sistema os resultados derivados 
da busca de determinado termo ou expressão, tampouco os resultados que apontem para uma foto ou 
texto específico. 
Não se pode, sob o pretexto de dificultar a propagação de conteúdo ilícito ou ofensivo na web, reprimir o 
direito da coletividade à informação. Sopesados os direitos envolvidos e o risco potencial de violação de 
cada um deles, o fiel da balança deve pender para a garantia da liberdade de informação assegurada pelo 
art. 220, § 1º, da CF/88, sobretudo considerando que a Internet representa, hoje, importante veículo de 
comunicação social de massa. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.921-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 26/6/2012 (Info 500 STJ). 
 
Não são permitidas indenizações por danos morais ilimitadas que, a pretexto de repararem 
integralmente vítimas, mostrem-se desproporcionais. Em caso de dano moral decorrente de morte de 
parentes próximos, a indenização deve ser arbitrada de forma global para a família da vítima, não 
devendo, de regra, ultrapassar o equivalente a 500 salários mínimos, podendo, porém, esse valor ser 
aumentado segundo as particularidades do caso concreto, dentre elas o grande número de familiares. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.127.913-RS, Rel. para acórdão Min. Luis Felipe Salomão, em 20/9/2012 (Info 505 STJ). 
 
O noivo não possui legitimidade para pedir indenização por danos morais em razão do falecimento de 
sua noiva. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.076.160-AM, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/4/2012 (Info 495 STJ). 
 
A Caixa Econômica Federal não tem legitimidade para figurar no polo passivo de ação que objetive reparar 
danos materiais e compensar danos morais causados por roubo ocorrido no interior de agência lotérica. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.317.472-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 5/3/2013. 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO BANCO POR COMPENSAÇÃO DE CHEQUE ADULTERADO 
O banco responde objetivamente pelos danos causados ao correntista por conta da compensação de 
cheque falsificado (sem culpa do cliente), ainda que a falsificação seja sofisticada. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.093.440-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 2/4/2013 (Info 520). 
 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL EM CASO DE ROUBO OCORRIDO EM ESTACIONAMENTO PRIVADO 
O cliente, após sacar dinheiro na agência, é roubado à mão armada em um estacionamento privado que 
fica ao lado do banco, mas que não tem qualquer relação com a instituição financeira. 
Neste caso, NÃO haverá responsabilidade civil da empresa de estacionamento por este fato. O 
estacionamento se responsabiliza apenas pela guarda do veículo, não sendo razoável lhe impor o dever 
de garantir a segurança e integridade física do usuário e a proteção dos bens portados por ele. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.232.795-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 2/4/2013 (Info 521). 
 
 
Não é abusiva a cláusula de cobrança de juros compensatórios incidentes em período anterior à entrega 
das chaves nos contratos de compromisso de compra e venda de imóveis em construção sob o regime de 
incorporação imobiliária. Em outras palavras, osà͞juƌosàŶoàpĠ͟ànão são abusivos. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 670.117-PB, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. Antonio Carlos 
Ferreira, julgados em 13/6/2012 (Info 499 STJ). 
 
 
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É possívela adoção de uma criança por casal homoafetivo. É possível também a adoção unilateral do 
filho biológico da companheira homoafetiva. Ex: João é filho biológico de Maria. A criança foi fruto de 
uma inseminação artificial heteróloga com doador desconhecido. Maria mantém união estável 
homoafetiva com Andrea, que deseja adotar o menor. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.281.093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 18/12/2012 (Info 513 STJ). 
 
É possível o reconhecimento da paternidade biológica e a anulação do registro de nascimento na 
hipótese em que isso for pleiteado pelo filho que foi registrado conforme prática conhecida como 
͞adoçĆoàăàďƌasileiƌa͟. 
Caracteriza violação ao princípio da dignidade da pessoa humana cercear o direito de conhecimento da 
origem genética, respeitando-se, por conseguinte, a necessidade psicológica de se conhecer a verdade 
biológica. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.167.993-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012 (Info 512 STJ). 
 
Para que a ação negatória de paternidade seja julgada procedente não basta apenas que o DNA prove que o 
͞paiàƌegistƌal͟àŶĆoàĠàoà͞paiàďiolſgiĐo͟.àÉàŶeĐessĄƌioàtaŵďĠŵàƋueàfiƋueàpƌovadoàƋueàoà͞paiàƌegistƌal͟àŶuŶĐaàfoià
uŵà͞paiàsoĐioafetivo͟,àouàseja,àƋueàŶuŶĐaàfoiàĐoŶstƌuídaàuŵaàƌelaçĆoàsoĐioafetivaàeŶtƌeàpai e filho. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.059.214-RS, Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/2/2012 (Info 491 STJ). 
 
É possível a flexibilização da coisa julgada material nas ações de investigação de paternidade, na situação 
em que o pedido foi julgado improcedente por falta de prova. 
Contudo, não se admite o ajuizamento de nova ação para comprovar a paternidade mediante a utilização 
de exame de DNA em caso no qual o pedido anterior foi julgado improcedente com base em prova 
pericial produzida de acordo com a tecnologia então disponível. 
STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 929.773-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012; REsp 
1.223.610-RS, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 6/12/2012 (Info 512 STJ). 
 
O abandono afetivo decorrente da omissão do genitor no dever de cuidar da prole constitui elemento 
suficiente para caracterizar dano moral compensável. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.159.242-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 24/4/2012 (Info 496 STJ). 
 
Segundo decidiu o STJ, a exceção prevista no art. 3º, V, da Lei n. 8.009/90 (bem de família legal) deve ser 
interpretada restritivamente e somente atinge os bens que foram dados em garantia de dívidas 
contraídas em benefício da própria família, não abrangendo bens dados em garantia de terceiros. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.115.265-RS, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 24/4/2012. 
 
Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, 
desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. 
STJ. Corte Especial, DJe 1/8/2012. 
 
Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga 
de forma proporcional ao grau da invalidez. 
STJ. 2ª Seção, DJe 19.6.2012. 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO EMPRESARIAL 
 
As empresas de factoring NÃO são instituições financeiras, visto que suas atividades regulares de 
fomento mercantil não se amoldam ao conceito legal, tampouco efetuam operação de mútuo ou 
captação de recursos de terceiros. 
Uma sociedade empresária que contrata os serviços de uma factoring não pode ser considerada 
consumidora porque não é destinatária final do serviço e, tampouco se insere em situação de 
vulnerabilidade, já que não se apresenta como sujeito mais fraco, com necessidade de proteção estatal. 
Logo, não há relação de consumo no contrato entre uma sociedade empresária e a factoring. 
STJ. 4ª Turma. REsp 938.979-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 19/6/2012. 
 
Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário que recebe por 
endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado 
seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
STJ. 2ª Seção, DJe 19.6.2012. 
 
Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos 
decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
STJ. 2ª Seção, DJe 19.6.2012. 
 
Depois do título ter sido protestado, caso o devedor efetue a quitação da dívida, a responsabilidade por 
promover o cancelamento do protesto não é do credor, mas sim do devedor ou de qualquer outro 
interessado, bastando que faça a prova do pagamento junto ao tabelionato de protesto. 
STJ. 4ª Turma. REsp 959.114-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012. 
 
O simples apontamento do título, sem o efetivo registro do protesto, ainda que de forma indevida, é 
incapaz de gerar dano moral a quem quer que seja. 
O dano moral somente ocorrerá se o protesto indevido for efetivado, ou seja, se, após 3 dias da 
intimação, não houver pagamento ou sustação, ocasião em que o protesto será lavrado. 
Apenas com a efetivação do protesto, este é registrado e se torna público, trazendo efeitos negativos à 
pessoa protestada, que será, inclusive, incluída nos cadastros negativos de crédito. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.005.752-PE, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 26/6/2012. 
 
É cabível a indenização por danos morais pela instituição financeira quando o cheque apresentado fora 
do prazo legal e já prescrito é devolvido sob o argumento de insuficiência de fundos. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.297.353-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 16/10/2012. 
 
Em ação monitória fundada em cheque prescrito, ajuizada em face do emitente, é dispensável menção 
ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula. 
O autor da ação monitória não precisa, na petição inicial, mencionar ou comprovar a relação causal 
(causa debendi) que deu origem à emissão do cheque prescrito (não precisa explicar porque o réu emitiu 
aquele cheque). Cabe ao réu o ônus de provar, se quiser, a inexistência do débito. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.094.571-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 4/2/2013 (recurso repetitivo) 
 
O prazo prescricional para propositura de ação monitória fundada em cheque prescrito é de 5 (cinco) 
anos, independentemente da relação jurídica que deu causa à emissão do título. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.339.874-RS, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 9/10/2012. 
 
 
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A Cédula de Crédito Bancário, desde que atendidas as prescrições da Lei n.º 10.931/2004, é título 
executivo extrajudicial, ainda que tenha sido emitida para documentar a abertura de crédito em conta-
corrente. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.103.523-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 10/4/2012. 
 
O STJ considera válida a duplicata virtual. 
As duplicatas virtuais, emitidas e recebidas por meio magnético ou de gravação eletrônica, podem ser 
protestadas por mera indicação, de modo que a exibição do título não é imprescindível para o 
ajuizamento da execução, conforme previsto no art. 8º, parágrafo único, da Lei n. 9.492/1997. 
Os boletos de cobrança bancária vinculados ao título virtual devidamente acompanhados dos 
instrumentos de protesto por indicação e dos comprovantes de entrega da mercadoria ou da prestação 
dos serviços suprem a ausência física do título cambiário eletrônico e constituem, em princípio, títulos 
executivos extrajudiciais. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 1.024.691-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgados em 22/8/2012. 
 
Quando um sócio deixa a sociedade (dissolução parcial de sociedade), deve-se calcular a parte que lhe 
cabe ŶoàpatƌiŵƀŶioàsoĐial.àáàissoàseàĐhaŵaà͞apuƌaçĆoàdeàhaveƌes͟. 
A possível repercussão econômica do renome de um dos sócios não integra o cálculo na apuração de 
haveres em dissoluçãoparcial de sociedade simples composta por profissionais liberais. Isso porque o 
renome é atributo personalíssimo, intransferível, fora do comércio, e não é passível de indenização a 
título de fundo de comércio. 
STJ. 4ª Turma. REsp 958.116-PR, Rel. originário Min. João Otávio de Noronha, Rel. para o acórdão Min. Raul 
Araújo (art. 52, IV, b, do RISTJ), julgado em 22/5/2012. 
 
A sucessão, por incorporação, de empresas, determina a extinção da personalidade jurídica da 
incorporada, com a transmissão de seus direitos e obrigações à incorporadora. 
Logo, à luz do instituto jurídico da incorporação, deve-se reconhecer que a incorporadora detém 
legitimidade passiva para responder pelos atos da sociedade incorporada. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.322.624-SC, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 12/6/2013 (Info 
522). 
 
Para o ajuizamento da ação de responsabilidade civil contra os administradores da sociedade anônima, é 
necessária a prévia propositura da ação de anulação da assembleia geral que aprovou as contas da 
sociedade. 
Somente após o trânsito em julgado da sentença que julgar procedente a ação anulatória da assembleia 
(pela ocorrência de erro, dolo, fraude ou simulação), será possível ajuizar a ação de responsabilidade. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.313.725-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 26/6/2012. 
 
É possível, no âmbito de procedimento incidental, a extensão dos efeitos da falência às sociedades do 
mesmo grupo, sempre que houver evidências de utilização da personalidade jurídica da falida com abuso 
de direito, para fraudar a lei ou prejudicar terceiros, e desde que: 
• seja demonstrada a existência de vínculo societário no âmbito do grupo econômico; e 
• seja oportunizado o contraditório à sociedade empresária a ser afetada. 
 
Esta extensão dos efeitos da falência às sociedades integrantes do mesmo grupo da falida encontra 
respaldo na teoria da desconsideração da personalidade jurídica. 
STJ. 4ª Turma. AgRg no REsp 1.229.579-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/12/2012. 
 
A competência para processar e julgar o pedido de falência de empresa em liquidação extrajudicial, ou 
seja, sob intervenção do BACEN é da Justiça Estadual (e não da Justiça Federal). 
 
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STJ. 3ª Turma. REsp 1.162.469-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 12/04/2012. 
 
Súmula 480-STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de 
bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
STJ. 2ª Seção, DJe 1/8/2012. 
 
O contrato de abertura de crédito rotativo, ainda que acompanhado dos extratos relativos à 
movimentação bancária do cliente, não constitui título executivo. 
Aplica-se a Súmula 233 do STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da 
conta-corrente, não é título executivo. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.022.034-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/3/2013. 
 
É legítimo o interesse do titular de uma marca em obter do INPI, pela via direta, uma declaração geral e 
abstrata de que sua marca é de alto renome. 
Caso inexista uma declaração administrativa do INPI a respeito da caracterização, ou não, de uma marca 
como sendo de alto renome, não pode o Poder Judiciário conferir, pela via judicial, a correspondente 
proteção especial. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.162.281-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 19/2/2013. 
 
É indevida a cumulação, em um mesmo processo, do pedido de reconhecimento de nulidade de registro 
marcário com o de reparação de danos causados por particular que teria utilizado indevidamente marca 
de outro particular. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.188.105-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 5/3/2013 (Info 519). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
Lei n. 12.810/2013: 
Vale destacar o novo art. 285-B do CPC, que foi inserido pela Lei n. 12.810/2013: 
Art. 285-B. Nos litígios que tenham por objeto obrigações decorrentes de empréstimo, financiamento ou 
arrendamento mercantil, o autor deverá discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, 
aquelas que pretende controverter, quantificando o valor incontroverso. 
Parágrafo único. O valor incontroverso deverá continuar sendo pago no tempo e modo contratados. 
 
A eventual nulidade declarada pelo juiz de ato processual praticado pelo serventuário não pode retroagir 
para prejudicar os atos praticados de boa-fé pelas partes. 
Dessa forma, no processo, exige-se dos magistrados e dos serventuários da Justiça conduta pautada por 
lealdade e boa-fé, sendo vedados os comportamentos contraditórios. 
Em outras palavras, aplica-se também o venire contra factum proprium para atos do juiz e dos 
serventuários da justiça. 
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 91.311-DF, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 6/12/2012. 
 
O STF entende que a OAB não é uma autarquia. A Ordem é um serviço público independente, categoria 
única no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro. No entanto, apesar disso, as 
funções atribuídas à OAB possuem natureza federal. Portanto, o Presidente da seccional da OAB exerce 
função delegada federal, motivo pelo qual a competência para o julgamento do mandado de segurança 
contra ele impetrado é da Justiça Federal. 
STF. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.255.052-AP, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 6/11/2012. 
 
 
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Ainda que proferida por juízo absolutamente incompetente, é válida a decisão que, em ação civil pública 
proposta para a apuração de ato de improbidade administrativa, tenha determinado — até que haja 
pronunciamento do juízo competente — a indisponibilidade dos bens do réu a fim de assegurar o 
ressarcimento de suposto dano ao patrimônio público. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.038.199-ES, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 7/5/2013. 
 
Não é possível a aplicação do art. 285-A do CPC quando o entendimento exposto na sentença, apesar de 
estar em consonância com a jurisprudência do STJ, divergir do entendimento do tribunal de origem. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.225.227-MS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/5/2013. 
 
A União deverá figurar como litisconsorte necessária em ação na qual se discute com particulares se 
determinada área é remanescente das comunidades dos quilombos (art. 68 do ADCT), mesmo que na 
ação já exista a presença da Fundação Cultural Palmares (fundação federal). 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.116.553-MT, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 17/5/2012. 
 
Súmula 481-STJ: Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins lucrativos que 
demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais. 
STJ. Corte Especial, DJe 1/8/2012. 
 
É ônus do Estado arcar com os honorários periciais na hipótese em que a sucumbência recai sobre 
beneficiário da assistência judiciária, tendo em vista o dever constitucional de prestar assistência 
judiciária aos hipossuficientes. 
STJ. 2ª Turma. EDcl no AgRg no REsp 1.327.281-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 18/10/2012. 
 
Se ocorrer alguma OMISSÃO, ATRASO ou EQUÍVOCO na divulgação da tramitação processual no site do 
Tribunal, isso constitui justa causa a ensejar a devolução do prazo processual? 
•àOŵissĆoàouàatƌaso:àNÃOàHãàJU“TáàCáU“á 
•àEƋuívoĐo:àPODEàCONFIGURáRàJU“TáàCáU“á 
STJ. 4ª Turma. AgRg no AREsp 76.935-RS, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 18/10/2012. 
 
Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios, 
Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado, não cabe o chamamento ao 
processo da União, medida que apenas iria protelar a solução da causa. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.009.947-SC, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 7/2/2012. 
 
Independentemente de requerimento, os réus com diferentes

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