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Imunotoxicologia e Toxicologia Genética

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Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
1 
IMUNOTOXICOLOGIA 
O sistema imune tem como função proteger o organismo contra antígenos, além de reconhecer 
e destruir células neoplásicas, podendo ser dividido em inato, inespecífico ou adquirido, com 
especificidade, e a imunotoxicologia é a ciência que estuda os efeitos adversos físico e químicos 
sobre o sistema imune, que pode ser causada por imunossupressores, com diminuição de 
células desse sistema, ou por imunoestimulantes, com aumento da quantidade de células. 
As reações de hipersensibilidade podem ser de 4 tipos. O tipo 1 é a reação anafilática 
dependente da ligação do antígeno com a IgE presente na superfície dos mastócitos. O tipo 2 é 
dependente dos anticorpos IgM ou IgG. A tipo 3 é a dependente da formação de 
imunocomplexos, e a de tipo 4 é a reação de hipersensibilidade tardia, mediada por resposta 
celular. 
Uma doença auto-imune é um problema de auto-imunidade, em que o corpo não reconhece o 
que é próprio do corpo, com produção de auto-anticorpos. Um dos compostos corporais que 
podem induzir a auto-imunidade são os hormônios, principalmente estrógenos, que podem 
induzir uma resposta dos linfócitos T. Levando em consideração compostos exógenos, podem 
ser imunotóxicos os metais pesados (principalmente chumbo e mercúrio, dejetos de indústrias 
que causam imunossupressão), praguicidas (organoclorados, organofosforados, carbamatos e 
piretroides, que são imunossupressores), micotoxinas (aflatoxinas e tricotecenos, também 
imunossupressores), plantas tóxicas (importantes imunossupressores de animais de produção) 
e medicamentos (também podem causar imunossupressão e hipersensibilidades). 
Os protocolos de imunotoxicidade vão medir a resposta imune humoral (através da avaliação 
de anticorpos específicos) e celular (avalia a ação dos linfócitos), através da análise de timo, 
baço, linfonodos e medula óssea. 
TOXICOLOGIA GENÉTICA 
A toxicologia genética é a área que investiga substâncias que interferem no material genético, 
levando em conta os riscos de mutagenicidade e carcinogenicidade. Os testes e modelos 
experimentais da área são padronizados pelas indústrias química, farmacêutica e alimentar. 
A carcinogênese é a transformação maligna de uma célula, que pode ser induzido por agentes 
químicos, físicos, biológicos e genéticos. Todo câncer foi gerado por uma mutação, mas nem 
toda mutação causa câncer. Os canceres são alteração genéticas em genes fundamentais para 
o crescimento celular, proliferação e diferenciação, além de nos sistemas de remoção celular 
programada. Os causadores podem ser cercinógenos diretos ou indiretos, de acordo com sua 
metabolização, genotóxicos ou epigenéticos, de acordo com sua capacidade de formar ligações 
com DNA, e iniciadores ou promotores, de acordo com o tipo de alteração que causam. 
Os testes para avaliação do potencial carcinogênico de substâncias químicas são os estudos 
crônicos de carcinogenicidade in vivo em roedores. Esse teste consiste na exposição da cobaia 
ao princípio ativo por 2 anos, avaliando biodisponibilidade, biotransformação, farmacocinética, 
toxicidade reprodutiva, teratologia, avaliação comportamental e imunotoxicologia, 
classificando as substâncias em “evidência clara de atividade carcinogênica”, “alguma evidência 
de atividade carcinogênica”, “evidência de atividade carcinogênica”, “sem evidência de 
atividade carcinogênica” e “estudo inadequado”. Testes adicionais podem ser feitos pré-testes 
ao estudo crônico, como exemplo o teste de curta duração em roedores. 
Instituto Federal Catarinense – Campus Araquari 
Alberto Gonçalves Evangelista 
Toxicologia Veterinária e Plantas Tóxicas 
 
 
2 
Mutagênese é a propriedade que dá as substâncias químicas poder de provocar mutações, que 
são as alterações súbitas de material genético, que pode ser transmitida aos descendentes. 
Podem ser letais (incompatíveis com a vida, por induzir morte celular por ausência de função 
vital dos genes alterados), morfológicas (induzem formação completa ou deficiente de órgãos 
ou tecidos), bioquímicas/funcionais (mudanças na função celular, tecidual ou orgânica, sem 
alteração morfológica visível) ou condicionadas (dependem de condições ambientais para serem 
expressas). 
Os testes de mutagenicidade podem ser in vitro (com o Teste de Ames ou Teste em 
Saccharomyces cerevisiae) ou in vivo (com análise de micronúcleos [fragmentos de 
cromossomos não incluídos no núcleo principal durante a mitose], teste do dominante letal 
[morte resultante do dano genético nas células germinativas parentais] ou teste do cometa 
[avalia danos no DNA celular]).

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