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RESUMO PONTO 7
Adaptado por Eugenia Albernaz a partir dos resumos encaminhados pela Monize, Lúcio (MPF), Manuel (humanística) e Gilmar (sanitário).
I. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA 
I.a. -Teoria do conflito e os mecanismos autocompositivos. Técnicas de negociação e mediação. Procedimentos, posturas, condutas e mecanismos aptos a obter a solução conciliada dos conflitos. 
Originalmente, o conflito é abordado como um fenômeno essencialmente negativo, que deve ser evitado ou eliminado por meio de sacrifícios pessoais. Isso gera a insatisfação do jurisdicionado com o resultado do processo, a sua forma de condução e a litigiosidade remanescente, causando a percepção de que mesmo ao término do processo o conflito ainda não foi resolvido.
	
Em função disso, o escopo mais importante do sistema processual, que é a pacificação social, vem sendo obtido apenas sob a ótica dos operadores do Direito, como uma ficção jurídica. Há, pois, necessidade de compreensão de algumas abordagens mais eficientes para resolução de conflitos, de forma a fazer com que o jurisdicionado se sinta efetivamente pacificado.
	
O conflito deve ser considerado um fenômeno natural, que possui potencial destrutivo ou construtivo, dependendo da forma como é abordado e das técnicas utilizadas para sua resolução. Se abordado de forma apropriada (com as técnicas adequadas), o conflito pode ser um importante meio de conhecimento, amadurecimento e aproximação dos seres humanos. Este o marco teórico da Teoria do Conflito a partir dos ensinamentos de Morton Deutsch.
	
Um processo destrutivo se caracteriza pelo enfraquecimento ou rompimento da relação social preexistente à disputa em razão da forma pela qual esta é conduzida. Há a tendência de o conflito se expandir ou se tornar mais acentuado.
	
Já nos processos construtivos, as partes concluem a relação processual com um fortalecimento da relação social preexistente à disputa. 
	
Assim, há evidente necessidade de que os novos mecanismos de resolução de disputas, como a mediação, permitam que as partes possam, por intermédio de um procedimento participativo, resolver suas disputas construtivamente ao fortalecer relações sociais, identificar interesses subjacentes ao conflito, promover relacionamentos cooperativos e explorar estratégias que venham a prevenir ou resolver futuras controvérsias. Perceber o conflito, portanto, como um fenômeno natural e potencialmente positivo.
	
De acordo com a teoria da negociação, utilizada na mediação e em outros processos de resolução de disputas, deve-se abandonar formas mais rudimentares de negociação, como a chamada “negociação posicional”, a fim de se buscar resultados mais satisfatórios.
	
Na negociação posicional, as partes se tratam como oponentes e pensam na negociação em termos de ganhar ou perder. Por isso, frequentemente, questões pessoais, como honra e respeito, passam a ser identificadas como parte da negociação, criando obstáculos ao entendimento e ao acordo.
	
Ao contrário da negociação posicional há a “negociação baseada em princípios” ou “negociação baseada em méritos”, a qual sugere que, para a obtenção de resultados sensatos e justos, evitando-se a deterioração do relacionamento entre as pessoas, faz-se necessário que se abordem os interesses reais dos envolvidos (e não suas posições).
	
São cinco os pontos fundamentais da negociação baseada em princípios:
Separar as pessoas do problema: antes de presumir que as pessoas interessadas façam parte do problema a ser abordado, recomenda-se que os envolvidos assumam uma postura de debater os méritos da negociação, lado a lado.
Foco nos interesses e não em posições;
Geração de opções de ganhos mútuos: geração de uma variedade de possibilidades antes de se decidir qual solução será adotada.
Utilização de critérios objetivos: tal ponto favorece a despersonificação do conflito. Ex.: adotar tabela de preços de veículos.
Melhor alternativa - a negociação de um acordo: os autores propõem uma medida para o valor da negociação. Compensa negociar enquanto não houver uma alternativa melhor.
A inserção da mediação no desenvolvimento sistêmico do nosso ordenamento jurídico-processual está apenas em seu estágio inicial. A mudança de paradigma traz a necessidade de um magistrado menos belicoso e adversarial e mais propenso à utilização criativa dos instrumentos existentes no ordenamento jurídico (ex.: ajustamento de conduta e transação), para solução das controvérsias de maneira mais eficiente. Desse modo, o magistrado deve passar a se preocupar também com a litigiosidade remanescente, com a capacitação das partes a melhor compor seus conflitos e com a maior humanização do conflito. 
I.b.- Direitos e deveres funcionais da magistratura. 
A Magistratura tem predicamentos ou prerrogativas em sede constitucional. Aqui são chamados garantias e são a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos. Tais atributos são erigidos em favor da destinatário da prestação jurisdicional e não em benefício pessoal do juiz. 
Sao vitalícios os juízes de carreira após o período de dois anos de exercício. A perda do cargo só se dará em virtude de sentença judicial com trânsito em julgado. A demissão do juiz é pena e será aplicada ao magistrado vitalício em caso de condenação por crime comum ou de responsabilidade em virtude de processo administrativo.
Inamovibilidade é a garantia de permanecer no posto que titulariza enquanto quira. A promoção, remoção ou permuta dependem sempre da vontade do interessado. A exceção é a remoção compulsória, pena prevista na LOMAN para infrações graves, sempre observado o interesse público.
O predicamento da irredutibilidade de vencimentos se propunha a garantir ao juiz a percepção integral de sua retribuição por serviço, vedada a sua diminuição a qualquer título. Deixou de ser prerrogativa exclusiva do juiz. 
As prerrogativas do magistrado previstas na LOMAN são mais abrangentes do que os predicados de sede constitucional. Dentre elas, o juiz será ouvido como testemunha em data, local e horário previamente ajustados. Também não será preso o juiz, senão por ordem escrita do tribunal ou órgão especial compentente, ressalvado o flagrante em crime inafiançável. Se vier a ser preso, terá direito a prisão especial e à disposição de seu tribunal. Juiz não está sujeito a notificação ou a intimação para comparecimento, ressalvada ordem judicial. E pode portar arma de defesa pessoal, sem necessidade de autorização ou licença especial.
Os deveres do juiz estão previstos no art. 35 da LOMAN e consistem numa evidente positivação de um preceito ético, até mesmo em razão dos qualificativos de natureza moral utilizados. São eles: independência, serenidade, exatidão, urbanidade, diligência e pontualidade, inclusive justificando eventuais atrasos ou saídas temporárias. Culmina norma por exigir que o juiz brasileiro seja virtuoso – “manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”.
Art. 35 - São deveres do magistrado:
I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício;
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência.
V - residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado;
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar injustificadamente antes de seu término;
VIl - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;
VIII - manter conduta irrepreensívelna vida pública e particular.
Por fim, o Código de Ética complementa os deveres do magistrado, estabelecendo, no artigo 1º, que o exercício da magistratura será norteado pelos “princípios da independência, da imparcialidade, do conhecimento e capacitação, da cortesia, da transparência, do segredo profissional, da prudência, da diligência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro.”
Percebe-se, destarte, que o Código de Ética eleva alguns dos deveres do magistrado previstos na LOMAN à condição de princípios, de forma, inclusive, a orientar a interpretação dos demais dispositivos. A seguir, alguns comentários sobre os princípios da independência, da imparcialidade e da transparência.
Nota sobre a independência – a independência do juiz é um dos traços característicos do Estado de Direito. Na verdade, esta opção de convívio político implica a independência do Poder Judiciário, da qual a independência do juiz é correlativa. Dada a importância da independência, foi ela relevada no art. 1º do Código de ética da Magistratura. Logo, a importância desse atributo é tal que deve preceder a enunciação dos outros princípios, “exatamente por constituir a própria essência da função judicial”. [2: José Renato Nalini. Ética da Magistratura. RT. ]
A independência assume três perspectivas. A primeira delas, vinculada a independência externa, isto é, a independência frente aos demais poderes e em relação a sociedade. A segunda, independência é a interna frente ao próprio corpo judicial e, por fim, a independência psicológica, ou seja, a independência do magistrado frente a seus preconceito e limites psicológicos. 
Esta última – independência psicológica – é a independência ética do juiz, isto é, a sua postura liberta de todo influxo que não seja a sua consciência atenta ao ditame da norma. Diante do caso concreto, o juiz só deve prestar contas ao ordenamento e à sua consciência. Seu discernimento é que vai impedir que a aplicação rígida da letra da lei represente uma injustiça concreta.
A vontade judicial deve ser a de fazer justiça. Todavia, fazer justiça conforme o ordenamento.
O exame de consciência é a ferramenta de que o juiz não pode abrir mão. A cada momento, precisa indagar a si mesmo a respeito das razões que o conduzem a decidir de tal ou qual maneira.
É importe não decline de exercitar a dúvida metódica. A dúvida como método de se alcançar a certeza possível é saudável. É mero hiato no processo decisório, com vistas a encontrar a melhor resposta. O que não se confunde com a dúvida sistemática, a dúvida incontornável que leva a uma nefasta imobilização e cria um paradoxo: o juiz existe para decidir e não consegue fazê-lo, imerso no labirinto de suas hesitações.
A independência interior é a tranqüilidade de se considerar afinado com a intenção de proferir a melhor decisão que possa. Aquela provinda do atento estudo do caso, seu cotejo com a normatividade e a interpretação que melhor se ajuste ao contexto real. A resposta que aflija o mínimo possível o aflito que recorre à Justiça. Aquela resultante do bom senso, do equilíbrio, do apreço à paz e à harmonia.
Acresça-se, por fim, que uma das fórmulas de que o constituinte se serviu para garantir independência foi exigir dedicação exclusiva. Outra delas é a vedação à atividade político-partidária.
Nota sobre a imparcialidade - “A imparcialidade do juiz significa que ele não toma partido sobre os interesses que lhe são submetidos; é terceiro imparcial, alheio à solução da questão e estranho às razões da acusação e da defesa. O juiz há de apreciar e decidir as questões em exclusiva obediência à lei.”
Saliente-se uma dupla dimensão na imparcialidade: a subjetiva e a objetiva. A subjetiva provém do foro íntimo do juiz. A objetiva é a exteriorização da equidistância neutral do julgador, diante do caso concreto.
A equidistância do juiz em relação às partes, graficamente representada pelo clássico triângulo chiovendiano, gera o dever de imparcialidade como elemento essencial à jurisdição. Anote-se, contudo, que a imparcialidade não significa distanciamento das partes. Ao contrário, sua relação com elas, a vivência profunda do caso, a assimilação interior de cada drama judicial, é fator valioso na conduta do juiz que tem seu fundamento no princípio da imediação.
Imparcial é o juiz que procura compensar a debilidade de uma das partes, para garantir o equilíbrio de oportunidades a cada qual conferidas. Imparcial é o juiz que se sensibiliza com o hipossuficiente, perante cuja fragilidade o atuar equidistante é sinônimo de injustiça. Imparcial é o juiz que não teme reconhecer ao poderoso a sua razão, quando ela é evidentemente superior à do mais fraco.
Conexo à imparcialidade encontra-se o princípio do contraditório. Contudo, a observância formal do contraditório é insuficiente para garantir a neutralidade. Para alcançar a imparcialidade, deve o juiz tentar colocar-se na situação de ambas as partes, na tentativa de descobrir o que, na realidade, as move quando litigam.
A igualdade absoluta é categoria praticamente inexistente. O papel do juiz é o de assegurar a igualdade de oportunidades, com a eliminação das desigualdades fáticas – sociais, econômicas, culturais – com finalidade de se garantir a igualdade jurídica. Se a lei não funciona como meio de aperfeiçoamento da igualdade, mediante eliminação de desigualdades fáticas, o juiz não está impedido de fazê-lo, no caso concreto, ao exercer a jurisdição. Ao contrário, é obrigado a tanto.
Em termos de imparcialidade, como em quase todos os outros temas éticos, prudência, cautela, cuidado e escrúpulo são eficientes controles da forma com que o juiz deve agir em todos os casos. Sempre se deve recordar que a aparência pode sugerir uma proximidade que, embora não exista, já atuou para destruir a confiança de quem observa a situação dúbia na respeitabilidade do órgão judicial.
Nota sobre a transparência - O Código de Ética determina que a atuação do magistrado deve ser transparente, documentando-se seus atos, sempre que possível, mesmo quando não legalmente previsto, de modo a favorecer sua publicidade, exceto nos casos de sigilo contemplados pela lei.
Nesse particular, ressalte-se que o sigilo é regra de observância obrigatória, que não fora incluída dentre os deveres do magistrado, previstos na LOMAN, mas explicitados no mandamento ético do CNJ.
O Judiciário adquire relevância extrema nesse processo, pois precisa compensar a sua legitimidade – já que não sujeito a sufrágio – mediante sólida fundamentação das decisões e ampla transparência de seus atos. Tal necessidade traduz-se numa dimensão da publicidade como categoria específica da vida político-social, concretizada em verdadeiro dever de publicidade. Dever de que resulta a formação contínua da população em real partícipe do processo político, de maneira a implementar a Democracia Participativa prometida pelo constituinte.
O juiz, embora detentor de uma consciência livre e imune a constrangimentos impostos por qualquer hierarquia, está sujeito a ver aferido o seu trabalho. Está sujeito a avaliações e suscetível a correções, inclusive pelo CNJ. 
O juiz é o primeiro controlador da sua performance. O constituinte exigiu dele produtividade e presteza para avaliação do merecimento em seu desempenho. Se ele for um bom profissional, cumpridor de seus deveres, ele mesmo cuidará de atender a esses dois critérios. Entretanto, se o próprio magistrado não consegue atender espontaneamente esse dever, entrará em ação o esquema correcional posto a serviço da sociedade.
Atento ao recrudescimento de ocorrências – e a criação do CNJ de certa maneira incentivou o vezo do denuncismo – o Código de Ética determina ao magistrado ostentar conduta positiva e de colaboração para com os órgãos de controle e de aferição de seu desempenho profissional.
O comando parte da constatação de que muitos magistrados se rebelam quanto a fornecer dados para as estatísticas, deixam de cumprir prazos para providências rotineiras de controle,desconsideram solicitações provindas de autoridades. Isso não é procedimento ético. Assim compactuar com praxes não recomendáveis quando seus advogados nos processos disciplinares provocam adiamentos, procrastinações, redesignações e outros métodos. Técnicos em direito e afinados com as mais modernas tendências do processo, os juízes não podem ignorar que a ciência processual adota a estrutura cooperativa.
Colaborar com a apuração de responsabilidade funcional é hoje dever ético positivado para o juiz brasileiro.
II. DIREITO CIVIL / DIREITO PROCESSUAL CIVIL / DIREITO DO CONSUMIDOR 
II.a - Prescrição e decadência. Direito de Empresa: institutos complementares. 
	
A diferenciação entre prescrição e decadência sempre foi problema a desafiar a doutrina e a jurisprudência, que utilizava uma pluralidade de critérios para solucioná-lo. Não há diferença ontológica entre os institutos, pois ambos expressam o perecimento de direitos subjetivos em estágio mais ou menos avançado do respectivo processo de formação. A distinção ocorre no plano meramente terminológico, pois ambas traduzem o mesmo fenômeno jurídico, que é a perda de direito pelo decurso do tempo.
O critério de que a prescrição pode ser interrompida e decadência não, por exemplo, realiza a investigações no plano do resultado, reflexo da distinção que faz o CC italiano (art. 2964). Cuida-se, como afirma Caio Mário, de inversão de causalidade. Além disso, não se pode olvidar que no CDC há inclusive, causas suspensivas da decadência (art. 26, § 2o.) 
O critério de Câmara Leal de que a decadência atinge direito e prescrição atinge a ação não pode subsistir, tendo em vista que não se pode diferenciar institutos com base em sua eficácia temporal. Além disso, a moderna doutrina afirma que o que prescreve é a pretensão, surgida da violação de um direito, que é deduzida por meio da ação. 
Para acabar com a polêmica se a prescrição atinge a ação ou o direito, o novo Código Civil, em seu art. 189, fala de prescrição da pretensão (anspruch), e não do direito subjetivo público de ação. 
Para distinguir prescrição e decadência, o novo Código Civil optou por fórmula que espanca quaisquer dúvidas:
Prazos de prescrição são, apenas e exclusivamente, os taxativamente discriminados nos art. 205 (regra geral) e 206 (regras especiais). Todos os demais prazos estabelecidos na parte geral e/ou especial são de decadência. 
Logo, na lição de Nelson Nery Junior, “a exemplo do que já ocorre no CDC 25 a 27, o novo Código Civil adotou o critério científico para distinguir prescrição de decadência, proposto por Agnelo Amorim Filho”.
I – Critério científico (Agnelo Amorim Filho) para distinguir a prescrição da decadência.
O critério mais divulgado é aquele segundo o qual a prescrição extingue a ação, e a decadência o direito. O critério é falho e configura uma verdadeira petição de princípio, porquanto o que se deseja saber é, precisamente, quando o prazo atinge a ação ou o direito. O que se procura é a causa e não o efeito.
Agnelo Amorim Filho utiliza, como critério para distinção das hipóteses de prescrição e decadência, a classificação dos direitos desenvolvida por Chiovenda. É sobre isto que a seguir cuidaremos. Convém ressaltar que seguiremos, por razões didáticas, o raciocínio do autor, que antes de apresentar a distinção entre prescrição e decadência, faz apanhado sobre os direitos a uma prestação, sobre os direitos potestativos, e sobre a classificação das ações em condenatórias, constitutivas e declaratórias.
II – A moderna classificação dos direitos e os direitos potestativos.
Segundo Chiovenda, os direitos subjetivos se dividem em duas grandes categorias: 
a) os direitos a uma prestação, de que constituem exemplos todos aqueles que compõem as duas numerosas categorias dos direitos reais e pessoais. Nessa classe, há sempre um sujeito passivo obrigado a uma prestação, seja positiva (dar ou fazer), como nos direitos de crédito, seja negativa (abster-se), como nos direitos de propriedade;
b) os direitos potestativos, os quais compreendem aqueles poderes que a lei confere a determinadas pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situações jurídicas de outras, sem o concurso da vontade destas.
Exemplos de direitos potestativos: o poder que têm o mandante e o doador de revogarem o mandato e a doação; o poder que tem o cônjuge de promover a separação; o poder que tem o condômino de desfazer a comunhão; o poder que têm os interessados de promover a invalidação dos atos jurídicos nulos ou anuláveis; o poder que tem o sócio de promover a dissolução da sociedade; o poder que tem o contratante de promover a rescisão do contrato por inadimplemento ou por vícios redibitórios; o poder da parte de promover a rescisão da sentença etc.
Da exposição feita acima se verifica que uma das principais características dos direitos potestativos é o estado de sujeição que o seu exercício cria para outra(s) pessoa(s), independentemente da vontade desta última, ou mesmo contra sua vontade.
		
A tal característica dos direitos potestativos se acrescentem as seguintes:
a) são insuscetíveis de violação;
b) a eles não corresponde uma prestação.
Há quem alegue que os direitos potestativos nada mais são que faculdades jurídicas. É certo que, em alguns casos, a distinção é muito sutil, mas a questão fica bem facilitada se se levar em conta, como fator distintivo, a sujeição, pois esta só existe nos direitos potestativos.
III – Formas de exercício dos direitos potestativos.
São três: 
a) mediante simples declaração de vontade do seu titular (em princípio);
b) mediante simples declaração de vontade do seu titular, desde que aquele que sofrer a sujeição concorde com tal forma de exercício. Se não concordar, o titular do direito potestativo pode recorrer à via judicial, que funciona, destarte, subsidiariamente;
c) necessariamente, por meio de ação. São os casos em que a propositura da ação é obrigatória, eis que a alteração de determinadas situações jurídicas tem reflexos acentuados na ordem pública. Tais procedimentos judiciais são cunhados por Calamandrei de ações necessárias. Tal se dá, de maneira geral, nos casos que envolvem o estado civil das pessoas. Cumpre observar que o réu da ação, conquanto não fique obrigado a uma prestação, sofre uma sujeição.
IV – Moderna classificação das ações.
A concepção dos direitos potestativos induziu a substituição da tradicional classificação do direito romano, que levava em conta a natureza dos direitos que se defendiam (ações reais, pessoais...), pela classificação que tem em vista a natureza do pronunciamento judicial requestado. De acordo com esta concepção, Chiovenda classificou as ações em condenatórias, constitutivas e declaratórias.
No que tange às ações condenatórias, cumpre ressaltar que elas se destinam a impor ao réu uma prestação. Por conseqüência, os direitos potestativos jamais podem dar lugar a uma sentença de condenação, haja vista que não correspondem a uma prestação, mas a uma sujeição do réu.
Cotejando as espécies de ação mencionadas e as espécies de direito também já aludidas, oferece o autor as seguintes conclusões:
a) as ações condenatórias constituem a forma de exercício dos direitos a uma prestação, é dizer, dos direitos suscetíveis de violação;
b) as ações constitutivas prestam-se para o exercício dos direitos potestativos (direitos insuscetíveis de violação);
c) as ações declaratórias tem por objeto conseguir uma certeza jurídica (o autor não colima a realização de um direito).
A partir das informações acima, podemos deduzir que as ações constitutivas têm as seguintes características:
a) não pressupõem a existência de lesão a um direito;
b) não se exige uma prestação do réu, mas apenas se pleiteia a formação, modificação ou extinção de um estado jurídico;
c) não têm por objetivo a satisfação de uma pretensão (se se entender como tal o poder de exigir de outrem uma prestação, pois os direitos potestativos são, por definição, “direitossem pretensão”);
d) as sentenças proferidas não são suscetíveis de execução.
V – Fundamentos e efeitos da prescrição.
Prevalece o ponto de vista de que seu fundamento é a segurança e a paz públicas, embora haja quem procure apresentar como fundamento o castigo à negligência, a aplicação do princípio “dormientibus non sucurrit jus”.
Mas há um ponto que deve ficar bem ressaltado, porque interessa fundamentalmente às conclusões do estudo do autor: há unanimidade entre os autores em fixar o termo inicial da prescrição no nascimento da ação (actio nata), determinado, tal nascimento, com a violação/lesão de um direito.
Compreende-se, perfeitamente, a fixação de tal termo inicial: é que a lesão dá origem a uma ação, e a possibilidade de propositura desta, com o fim de reclamar uma prestação destinada a restaurar o direito é que concorre para criar aquele estado de intranqüilidade social, que o instituto da prescrição procura evitar.
Deste modo, fixada a noção de que a violação do direito e o início do prazo prescricional são fatos correlatos, que se correspondem como causa e efeito, e articulando-se tal noção com aquela classificação dos direitos formulada por Chiovenda, concluir-se-á que só os direitos da primeira categoria (direitos a uma prestação) conduzem à prescrição, pois somente eles são suscetíveis de lesão.
Atingiremos, por conseqüência, uma segunda conclusão: só as ações condenatórias podem prescrever, pois elas são as únicas por meio das quais se protegem os direitos suscetíveis de lesão.
É esta, pois, a primeira regra a ser lembrada: todas as ações condenatórias (e somente elas) estão sujeitas a prescrição. 
Analisando o Código Civil, faz o autor as seguintes observações:
a) todos os prazos, dentre aqueles fixados pelo artigo 206, que a doutrina qualifica como de prescrição são referentes a ações condenatórias;
b) o artigo 205 do Código Civil, que fixa os prazos gerais de prescrição, refere-se apenas a ações reais e pessoais. As ações condenatórias (ou ações “de prestação”) são as únicas que comportam subdivisão em ações reais e pessoais;
c) por decorrência do que foi dito em ‘b’, pode se concluir que o artigo 205 se aplica, exclusivamente às ações condenatórias.
Apenas para facilitar o estudo, reproduzimos o artigo 205 do Código Civil, in verbis:
“As ações pessoais prescrevem em vinte anos, as reais em dez entre presentes e, entre ausentes, em quinze, contados da data em que poderiam ter sido propostas”.
VI – Fundamentos e efeitos da decadência.
Conforme adrede salientado, sem embargo de possuírem ambos os institutos – prescrição e decadência – fundamentos comuns, divergem quanto ao objeto e quanto aos efeitos.
Não é demais observar, já aqui, que há direitos potestativos que se exercitam (facultativa ou mesmo obrigatoriamente) por meio de ação, mas, apesar disso, não estão subordinados a prazo. Tal se dá porque inexiste um dispositivo estabelecendo um prazo geral para os direitos potestativos sejam exercitados, sob pena de extinção. Não há, para os direitos potestativos, um artigo do tipo do 205, que fixa prazos gerais para os chamados direitos a prestação.
Assim, os direitos potestativos (e, conseqüentemente, as ações constitutivas) somente se sujeitam a prazo se houver norma específica para a situação. Os prazos gerais fixados pelo artigo 205 – frise-se – somente se aplicam aos direitos a prestação, ou seja, a ações condenatórias. Assim, para aqueles direitos potestativos cujo exercício a lei não fixou um prazo especial, fica prevalecendo o princípio geral da inesgotabilidade ou da perpetuidade, já que não há um prazo geral, mas tão-somente prazos especiais
Nos direitos potestativos subordinados a prazo, o que causa intranqüilidade social não é, propriamente, a existência da ação, mas a existência do direito. É por tal motivo que a decadência implica extinção do próprio direito.
Só na classe dos potestativos é possível cogitar-se da extinção de um direito em virtude do seu não-exercício. Daí se infere que os potestativos são os únicos direitos que podem estar subordinados a prazos de decadência.	 A conclusão imediata é que as únicas ações cuja não propositura implica a decadência do direito que lhes corresponde são as ações constitutivas. Saliente-se, contudo, que tal regra apenas se aplica às ações constitutivas que tiverem prazo especificamente previsto em lei, porquanto, como visto, não existe um artigo prevendo regra geral para os prazos de decadência (há, tão-somente, prazos especificamente previstos para determinadas situações).
Alcançamos, destarte, a segunda regra para distinção dos prazos de decadência e prescrição: os únicos direitos para os quais podem ser fixados prazos de decadência são os potestativos. Conseqüentemente, as únicas ações ligadas ao instituto da decadência são as constitutivas que têm prazo especial de exercício fixado em lei. 
Portanto, se a ação é condenatória, o prazo é de prescrição; se a ação é constitutiva, o prazo é de decadência.
VII – Casos especiais de ações constitutivas encontrados no Código Civil.
Há determinadas situações no CC que trazem duas possibilidades, a exemplo da situação prevista no 442, onde o comprador, diante de vício redibitório, pode pleitear o abatimento do preço (ação condenatória) ou a rescisão do contrato (ação constitutiva). Como, em tais casos, aplicar o critério proposto no tópico anterior se presentes no dispositivo as duas espécies de ações, condenatória e constitutiva?
De acordo com o autor, em tais casos especiais deve-se examinar que interesse há de prevalecer. Assim, porque os prazos decadenciais têm interesse público muito mais relevante que os prescricionais, entende que a contagem deve considerar o prazo de decadência.
VIII – Ações declaratórias.
O único efeito das ações declaratórias é a certeza jurídica. As sentenças declaratórias não impõem prestações, nem sujeições, nem alteram, por qualquer forma, o mundo jurídico.
Já vimos que todo prazo prescricional está ligado à lesão de um direito. Já vimos, igualmente, que todo prazo decadencial está ligado ao exercício de um direito.
Ora, as ações declaratórias não são meio de proteção de direitos lesados, nem são, tampouco, meio de exercício de qualquer direito (criação, modificação ou extinção de um estado jurídico). Se não têm o efeito de realizar uma prestação, nem tampouco o de criar um estado de sujeição, como ligar estas ações aos institutos da prescrição e decadência?
E quais seriam as conseqüências do decurso do prazo sem propositura da ação? A relação inexistente passaria a existir? E a existente deixaria de existir? O documento falso passaria a ser autêntico? E o autêntico passaria a falso? Mesmo admitindo-se, para argumentar, a possibilidade de conseqüências tão absurdas, a ação não seria, nestes casos, declaratória, e sim constitutiva.
E se se levar em conta que a prescrição e a decadência têm uma finalidade comum, que é a paz social, ainda ficará mais evidenciada a desnecessidade de fixar prazo extintivo para as ações declaratórias, pois, não produzindo elas (e as respectivas sentenças) qualquer modificação no mundo jurídico (mas apenas a proclamação da certeza jurídica), o seu exercício, ou falta de exercício, não afetam, direta ou indiretamente, a paz social.
Somente se pode concluir, portanto, que as ações declaratórias não são sujeitas quer a prazos decadenciais, quer a prazos prescricionais. Devem ser classificadas como ações imprescritíveis.
IX – Ações aparentemente declaratórias.
Há algumas ações que, conquanto geralmente classificadas como declaratórias, são, em verdade, constitutivas. É o caso das chamadas “ações de nulidade”.
A respeito das mesmas, cumpre atentar para o equívoco daqueles que denominam determinado feito como “ação declaratória de nulidade de...”. Ora, as ações declaratórias, a teor do próprio Código de Processo Civil, prestam-se para declarar a existência ou inexistência de relação jurídica. Não se prestam, portanto, para declarar nulidade.De acordo com Pontes de Miranda, as ações de nulidade, da mesma forma que as ações de anulação, são constitutivas negativas. Não ocorreu aí, apenas, a proclamação de uma certeza jurídica, e por isso a ação é constitutiva e não simplesmente declaratória.
X – O problema da imprescritibilidade das ações.
O autor salienta que a doutrina carece de um critério seguro, com base científica, para identificar, a priori, as ações imprescritíveis. Ressalta, ademais, a impropriedade da expressão “ações imprescritíveis”. Observa que as referidas ações, além de não se sujeitarem aos prazos de prescrição, também não se sujeitam aos decadenciais, razão por que sugere a expressão “ações perpétuas”.
Sendo a imprescritibilidade um conceito negativo, pode ser definido por exclusão. São perpétuas (imprescritíveis) todas as ações que não estão sujeitas à decadência ou à prescrição. Portanto, são perpétuas:
a) todas as ações meramente declaratórias;
b) algumas ações constitutivas (aquelas que não têm prazo especial de exercício estabelecido em lei).
Dentre as ações condenatórias não há qualquer que seja perpétua, porquanto são todas atingidas, ou por um prazo especial estabelecido em lei (no artigo 206 do Código Civil ou em outro dispositivo legal), ou por um dos prazos gerais do artigo 205 do Código Civil (dito artigo 205, reitere-se, somente se aplica às ações condenatórias, pois somente estas comportam a divisão em ações reais e pessoais).
Já temos elementos, assim, para fixar a terceira regra – terceira e última: são perpétuas (ou imprescritíveis) todas as ações declaratórias, e também aquelas ações constitutivas para as quais a lei não fixa prazo especial de exercício.
		
XI – Conclusões. TESE ADOTADA PELO NOVO CÓDIGO CIVIL 
Primeira regra - estão sujeitas a prescrição todas as ações condenatórias (e somente elas).
Segunda regra - estão sujeitas a decadência (indiretamente, isto é, em virtude da decadência do direito a que correspondem): as constitutivas que têm prazo especial de exercício fixado em lei.
Terceira regra - são perpétuas (ou imprescritíveis) todas as ações declaratórias, e também aquelas ações constitutivas para as quais a lei não fixa prazo especial de exercício.
Várias inferências imediatas podem ser extraídas daquelas três proposições. Assim:
a) não há ações condenatórias perpétuas (imprescritíveis), nem sujeitas a decadência;[3: Com exceção daquela visando ao ressarcimento do Erário, nos casos de improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 5º, da CF/88.]
b) não há ações constitutivas sujeitas a prescrição;
c) não há ações declaratórias sujeitas a prescrição ou a decadência.
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COMENTÁRIOS A ALGUNS ARTIGOS DO CÓDIGO CIVIL
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
O mencionado artigo supre lacuna do antigo CC. Busca evitar que o direito com pretensão prescrita possa ser utilizado à titulo de exceção, como defesa. Estando a pretensão já prescrita, não pode o réu opor exceções de direito material. Advirta-se, contudo, que o dispositivo só se aplica às exceções dependentes (dita exceções impróprias). Vale dizer, só prescrevem aquelas exceções que decorrem de uma pretensão ou de um direito, a exemplo da exceção de compensação. Frise-se que as exceções independentes, por sua vez, são imprescritíveis, uma vez que constituem o conteúdo do próprio direito de excepcionar. Assim, a exceção de prescrição é exemplo de exceção independente.[4: A advertência é feita por Fredie Didier Jr., Direito Processual Civil, Edições Jus Podivm: Salvador, 2004.]
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição. 
Não se admite renúncia prévia da prescrição ou renúncia de prescrição em curso. Caso contrário, seria de se admitir pretensões que fossem imprescritíveis por vontade das partes, o que não se coaduna com o instituto, de direito público.
A renúncia, contudo, pode ocorrer em caso de prescrição já consumada, caso não prejudique terceiros. Pode ser expressa ou tácita, essa caracterizada, por exemplo, quando há reconhecimento da dívida depois de decorrido o prazo prescricional.
Terceiros podem se opor à renúncia de prescrição já consumada, como no caso dos credores de um devedor insolvente. Como a dívida prescrita resultou num acréscimo indireto ao seu patrimônio, permitir que ele renuncie à prescrição seria admitir ato de disposição patrimonial por aquele que já está ou pode ser conduzido à insolvência. Caberia então ação pauliana (revocatória – fraude contra credores) para anular o ato de renúncia.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Da natureza pública do instituto da prescrição também decorre esse dispositivo. O prazo prescricional em curso é inalterável por vontade das partes.
Vale destacar, nesse ponto, ser possível a alteração de prazo prescricional em curso (redução ou ampliação) por lei superveniente, inexistindo direito adquirido. Admite-se, pois a retroatividade de lei prescricional.
Saliente-se ainda a previsão do art. 2.028 do das Disposições Transitórias do novo CC, que dispõe:
“Art. 2.028 – Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada”.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita. 
A prescrição pode ser alegada em qualquer fase do processo, e não somente na contestação (art. 303, III CPC), nas instâncias ordinárias. A não alegação da prescrição na contestação tem como única conseqüência serem indevidos ônus de sucumbência em favor do réu, se a alegação foi feita somente em grau de apelação. (art. 22 CPC).
Não pode ser alegado em fase de liquidação de sentença, a não ser que seja superveniente à sentença, nem em instância extraordinária, em sede de recurso especial ou extraordinário, por violar a exigência de prequestionamento. Em rescisória, somente se for prescrição de direito não patrimonial, o que configuraria hipótese de violação à lei.
A prescrição pode ser alegada em fase de execução? A prescrição de obrigação constante de título executivo judicial somente pode ser alegada, na fase de execução, se posterior à sentença. Se se tratar, todavia, de título executivo extrajudicial, é ampla a defesa.
Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a absolutamente incapaz. DISPOSITIVO REVOGADO PELA LEI N.º 11.280/2006.
Enunciado n.º 295 da IV Jornada de Direito Civil do CJF – Art. 191. A revogação do art. 194 do Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que determina ao juiz o reconhecimento de ofício da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de renúncia admitida no art. 191 do texto codificado.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
O prazo prescricional não se inicia novamente com a morte do autor da herança, dispondo o sucessor apenas o prazo restante (a favor ou contra). O dispositivo se aplica em relação tanto a prazos a favor como contra o sucessor. 
Denomina-se acessio temporis e opera tanto a favor do sucessor causa mortis (herdeiro) como a inter vivos, sendo que, no segundo caso, é facultado ao sucessor somar os prazos de prescrição.
Suspensão / interrupção - as mesmas causas podem impedir ou suspender a prescrição, dependendo do momento de sua ocorrência. 
Impedem se o prazo não começou a fluir. Suspendem se já havia começado a fluir.
A interrupção da prescrição depende de comportamento ativo do credor, traduzido em ato de exercício ou proteção do direito. Ao contrário do ocorre na suspensão, o período já decorrido é inutilizado e o prazo volta a correr por inteiro.Além das previstas nesta seção, outras causas de interrupção são previstas em leis especiais.
Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
Aplica-a também aos casos de união estável, em razão da proteção constitucional conferia ao instituto e de sua equiparação a casamento.
Enunciado n.º 296 da IV Jornada de Direito Civil do CJF - Art. 197. Não corre a prescrição entre os companheiros, na constância da união estável.
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.
Fundamenta-se na confiança e na amizade existente entre as partes, além de militar em favor da manutenção da harmonia das relações mantidas entre tais atores sociais.
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:
I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.
É a aplicação do principio romano da actio nata. O prazo prescricional flui somente quando nasce a pretensão (art. 189).
Este comentário está muito de acordo com a visão de Câmara Leal, mas destoa da moderna orientação do Direito Civil e Processual Civil, pois o direito de ação é categoria de direito subjetivo público e abstrato, dirigido contra o Estado e autônomo em relação ao direito material que se visa tutelar. A “ação” não nasceria com o direito, mas sim a pretensão, poder de exigir determinada prestação de outrem, nasceria da violação do direito subjetivo preexistente.
No caso do dispositivo, o que se tem é ausência de pretensão, que leva a não correr o prazo de prescrição.
No primeiro caso, só há expectativa de direito e não direito subjetivo, pois pendente condição suspensiva este ainda não se incorporou ao patrimônio do sujeito. 
Na segunda hipótese, não há pretensão, pois antes do vencimento do prazo, as obrigações são inexigíveis e, assim, não haveria violação do direito de crédito e, por via de conseqüência, não haveria pretensão. 
E, por último, se pende ação de evicção – se o sujeito está sendo demandado por outrem que disputa a coisa – porque somente nascerá a pretensão de regresso em face do vendedor da coisa, se o evicto for vencido na demanda. 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível.
A prescrição é benefício pessoal, beneficiando somente aqueles taxativamente mencionados, mesmo quando há solidariedade, exceto em casos de direito indivisível. Ex: Se somente um credor é absolutamente incapaz, a prescrição somente não corre contra ele. Conceito de obrigação indivisível – art. 258 CC. Vale ressaltar que a interrupção beneficia a todos (art. 204, §4°).
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
A interrupção ocorre somente uma vez, o que visa a impedir que sempre seja possível a interrupção, ad eternum. Frise-se que em se tratando de causa interruptiva judicial, a paralisação única a que alude o artigo diz respeito a cada tipo de pretensão. Assim, interrompida a prescrição no processo de conhecimento, uma única vez, não obsta que se venha a interromper, também, a prescrição executiva, pelo despacho no processo de execução. Aliás, a Súmula 150 do STF já confirmava a autonomia do prazo prescricional da pretensão executória, embora seja o mesmo da pretensão executiva.
O problema é que, às vezes, uma única interrupção pode resultar em lesão ao direito do credor, pois ele pode ter agido com diligência na perseguição do seu crédito. Veja-se, por exemplo, o caso de uma letra de câmbio vencida. O protesto cambial, indispensável para o credor executar os demais co-obrigados do título, interrompe a prescrição. Não surtindo efeito o protesto (rectius, nenhum dos devedores paga o título), se o credor ajuizar ação de execução, a citação nela não teria o condão de interromper novamente a prescrição e, findos três anos do trâmite do processo, a letra estaria prescrita.
Tal interpretação estrita vai de encontro ao fundamento do instituto – segurança jurídica e punição do credor inerte -, pois o titular do crédito fez tudo que podia para obter sua prestação. Por essas razões, autores defendem que o magistrado dê solução diversa daquela estritamente prevista no CC para casos como esses (TEPEDINO, Gustavo. et. al. Código civil interpretado. Volume I. Rio de Janeiro: Renovar, 2004, p. 379-380)
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
O dispositivo em comento relaciona-se com o art. 219, § 1º, art. 220 e art. 263 do CPC. O efeito interruptivo decorre, na verdade, da citação válida, que retroagirá à data do despacho, se a citação preencher os requisitos de existência e validade. A propositura da ação demonstra inequivocamente que o autor, cujo direito diz violado, não está inerte. Embora haja posicionamentos contrários, a interrupção ocorre ainda que o processo seja extinto sem julgamento do mérito, tendo sido válida a citação. Lembre-se, ainda, que no processo do trabalho e nos Juizados Especiais Cíveis, onde não há despacho liminar, a interrupção se realiza com a simples propositura da demanda. Acolhendo esse posicionamento, cristalizou-se o entendimento da Súmula 106 do STJ.
A extinção do processo sem julgamento do mérito não preserva o efeito interruptrivo da citação caso a extinção tenha se dado em razão da desídia do autor, mas hipóteses dos incisos II e III do art. 267 do CPC (“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. DISSÍDIO CONFIGURADO. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. CITAÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. Não há que se falar em omissão no julgado hostilizado, quando a parte, ao interpor embargos declaratórios, não suscita a matéria que pretende ver examinada. Inadmissível o recurso especial, quando não ventiladas na decisão recorrida as questões federais suscitadas. Modernamente, a citação válida interrompe, não só a prescrição, mas "todos os prazos extintivos previstos em lei" (CPC, art. 220). Apenas em raros casos isso não será possível. Um deles é a perempção, fenômeno processual resultante da extinção do processo, por três vezes, por negligência do autor que, não promovendo os atos e diligências que lhe competirem, abandonar a causa por mais de trinta dias (CPC, art. 267, III, c/c art. 268, § 1º). Destarte, em regra, a citação válida interrompe a prescrição, ainda que o processo venha a ser extinto por inépcia da inicial. Recurso a que se dá provimento.” - REsp 238222/SP, rel. Ministro CASTRO FILHO, SEGUNDA TURMA, Data do Julgamento 15/05/2001, Data da Publicação/Fonte DJ 13.08.2001 p. 93, unânime) 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
Trata-se da única hipótese em que se prescinde de um comportamento ativo do credor para a interrupção. Ex. reconhecimento de dívidas por pagamento de juros, pedido de parcelamento, etc.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.
Denota o efeito instantâneo da interrupção. 
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
Denota os efeitos pessoais da prescrição.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
Trata-se de exceções à regra geral do caput. Herdeiro de credor solidário: art. 270 CC. 
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
V. art. 201 CC. Herdeiro de devedor solidário: art. 276CC.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
O contrato de fiança, como contrato acessório, segue o principal. O contrário, pois, não ocorre.
Por fim, vale destacar que as causas suspensivas, impeditivas e interruptivas estão, exaustivamente, elencadas em lei, inexistindo outras em sedes diversas.
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Como se mencionou, em princípio, os prazos decadenciais são fatais e peremptórios, não se suspendem ou interrompem. A regra não é, contudo, absoluta, p. ex. art. 26, § 2º.CDC. As exceções somente podem ser estabelecidas por lei.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
A irrenunciabilidade da decadência decorrente de sua própria natureza. Trata-se de matéria de ordem pública. Irrenunciáveis, sob pena de nulidade, são apenas os prazos decadenciais previstos em lei, e não os convencionais. 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Sendo o prazo decadencial matéria de ordem pública, pode ser alegada em qualquer tempo ou grau ordinário de jurisdição e deve ser reconhecida de oficio (art. 210), mesmo que se trate de direitos patrimoniais, quando o prazo for estabelecido em lei. 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
A decadência, ao contrário da prescrição (estritamente legal), pode resultar de lei, contrato ou testamento. A decadência convencional não é suscetível de preclusão, mas o juiz não pode conhecê-la de oficio. Tem natureza, pois, híbrida, mesclando matéria de ordem pública e de direito dispositivo. È exceção à regra do art.219, § 5o do CPC.
Súmulas e enunciados das Jornadas de Direito Civil concernentes à prescrição
SÚMULA 149 do STF: “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a petição de herança”.
SÚMULA 150 do STF: “Prescreve a execução no mesmo prazo de prescrição da ação”.
SÚMULA 153 do STF: “Simples protesto cambiário não interrompe a prescrição”.
SÚMULA 443 do STF: “A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre, quando não tiver sido negado, antes daquele prazo, o próprio direito reclamado ou a situação jurídica de que ele resulta”. V. Súmula 85 do STJ.
SÚMULA 39 do STJ: “Prescreve em vinte anos a ação para haver indenização, por responsabilidade civil, de sociedade de economia mista”.
SÚMULA 85 do STJ: “Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação.“
SÚMULA 106 do STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da argüição de prescrição ou decadência.“
SÚMULA 119 do STJ (Desapropriação indireta): “A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos.“ 
Obs. quanto à súmula nº 119 do STJ: a prescrição vintenária corresponde ao período aquisitivo do usucapião extraordinário (artigo 550 do Código Civil).
De se salientar, outrossim, que a jurisprudência iterativa do STJ já reconheceu que a declaração de utilidade pública do bem, para fim expropriatório, caracteriza o reconhecimento do domínio alheio, interrompendo a prescrição extintiva do direito à ação de desapropriação indireta (REsp 21.355-5/PR, in DJU 27/06/94).
SÚMULA 142 do STJ (Marca comercial): “Prescreve em vinte anos a ação para exigir a abstenção do uso de marca comercial.“ V. Súmula 143, abaixo.
SÚMULA 143 do STJ (Marca comercial): “Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso de marca comercial.“
SÚMULA 194 do STJ : “Prescreve em vinte anos a ação para obter, do construtor, indenização por defeitos da obra”.
SÚMULA 210 do STJ; “A AÇÃO DE COBRANÇA DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS PRESCREVE EM TRINTA (30) ANOS”.
SÚMULA 229 do STJ; “O pedido do pagamento de indenização à seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão”.
SÚMULA 278 do STJ: “O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral”.
SÚMULA 291 do STJ: “A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela previdência privada prescreve em cinco anos”.
Súmula 467 – Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração ambiental.
Súmula 405 – A ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) prescreve em três anos.
Súmula 401 do STJ – O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial.
ENUNCIADOS DA I, III, IV e V JORNADAS DE DIREITO CIVIL DO C.J.F.
14 – Art. 189: 1) o início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo; 2) o art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer.
154 – Art. 194: O juiz deve suprir de ofício a alegação de prescrição em favor do absolutamente incapaz.
155 – Art. 194: O art. 194 do Código Civil de 2002, ao permitir a declaração ex officio da prescrição de direitos patrimoniais em favor do absolutamente incapaz, derrogou o disposto no § 5º do art. 219 do CPC.
156 – Art. 198: Desde o termo inicial do desaparecimento, declarado em sentença, não corre a prescrição contra o ausente.
295 – Art. 191. A revogação do art. 194 do Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que determina ao juiz o reconhecimento de ofício da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de renúncia admitida no art. 191 do texto codificado.
296 – Art. 197. Não corre a prescrição entre os companheiros, na constância da união estável.
416 - Art. 202. A propositura de demanda judicial pelo devedor, que importe impugnação do débito contratual ou de cártula representativa do direito do credor, é causa interruptiva da prescrição. 
417 - Art. 202, I. O art. 202, I, do CC deve ser interpretado sistematicamente com o art. 219, § 1º, do CPC, de modo a se entender que o efeito interruptivo da prescrição produzido pelo despacho que ordena a citação é retroativo até a data da propositura da demanda. 
418 - Art. 206. O prazo prescricional de três anos para a pretensão relativa a aluguéis aplica-se aos contratos de locação de imóveis celebrados com a administração pública. 
419 - Art. 206, § 3º, V. O prazo prescricional de três anos para a pretensão de reparação civil aplica-se tanto à responsabilidade contratual quanto à responsabilidade extracontratual. 
420 - Art. 206, § 3º, V. Não se aplica o art. 206, § 3º, V, do Código Civil às pretensões indenizatórias decorrentes de acidente de trabalho, após a vigência da Emenda Constitucional n. 45, incidindo a regra do art. 7º, XXIX, da Constituição da República. 
Problema da lei nova que altera prescrição em curso
Problema da lei nova que diminui o prazo da lei antiga: vejamos o que disseram Haroldo Valladão e Reynaldo Porchat, cujas conclusões, inclusive, são assemelhadas.[5: No seu Anteprojeto de Lei-Geral sobre Aplicação das Normas Jurídicas, artigo 82, §§ 1o e 2o.][6: In Retroatividade das Leis que Abreviam Prazos para Prescrições. “Revista de Direito”, 50/456.]
Haroldo Valladão, nos §§ 1o e 2o do artigo 82 do seu Anteprojeto de Lei-Geral sobre Aplicação das Normas Jurídicas, assim subscreveu: 
“§ 1o A lei que aumenta prazos em curso aplica-se imediatamente, computando-se, quando forem também observados os requisitos da lei nova, o tempo decorrido na vigência da lei antiga.
§ 2o A lei que diminui prazos em curso aplica-seimediatamente, correndo os novos prazos da vigência da mesma lei, salvo se os prazos terminarem mais cedo de acordo com a lei anterior.” (p. 240 de Limongi França)
Reynaldo Porchat foi mais didático:
“1a regra – Se para terminar o prazo antigo da prescrição em curso falta tempo menor do que o estabelecido pela lei nova, não se aplica esta 
2a regra – Se para terminar o prazo antigo da prescrição em curso falta tempo igual, ou maior, ao que o estabelecido pela lei nova, aplica-se esta, contando-se da data da sua vigência o novo prazo.” (p. 245 de Limongi França, grifei.). 
O prazo era de 10, diminuiu para 7anos, entretanto, faltavam apenas 6 meses para completar 10 anos: não se aplica a lei nova; se faltavam 08 anos para completar 10 anos, aplica-se a lei nova e vão faltar só 7 anos, porém conta-se a partir da nova lei. 
 “Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada”.
Segundo Humberto Teodoro Júnior (apud FARIAS, Cristiano Chaves, e ROSENVALD, Nelson. Direitos reais. 3.ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006, p. 289-290), o dispositivo adota o ensinamento de Paul Roubier acerca da incidência da lei nova sobre prazos prescricionais em curso, de modo a preservar situações patrimoniais em vias de formação, porém ainda não completadas.
Os seguintes exemplos deixaram o assunto mais claro:
A) uma posse (comum) iniciada em janeiro de 1986 alcançaria a usucapião extraordinária (pelo CC de 1916) em janeiro de 2006 (20 anos). O novo CC reduziu o prazo para 15 anos. Em janeiro de 2003, quando entrou em vigor o novo CC), já havia transcorrido 17 anos de posse (mais da metade do prazo da lei revogada). Se se contasse o prazo de 15 anos da data de início da posse (1986), ela já estaria consumada antes da entrada em vigor do novo CC, o que ofenderia o direito fundamental de propriedade do titular do domínio em razão da retroatividade da lei nova in pejus. Se se contasse o prazo de 15 anos a partir da entrada em vigor do novo CC, e se desprezasse o prazo anterior, a usucapião só se daria em 2018, mais de 12 anos depois do que se daria pela lei velha. Assim, pela regra de transição,aplica-se a lei velha e a usucapião dar-se-á em janeiro de 2006, mesmo.
B) uma posse (comum) iniciada em janeiro de 1995 alcançaria a usucapião extraordinária (pelo CC de 1916) em janeiro de 2015 (20 anos). O novo CC reduziu o prazo para 15 anos. Em janeiro de 2003, quando entrou em vigor o novo CC), já havia transcorrido 8 anos de posse (menos da metade do prazo da lei revogada). Se se contasse o prazo de 15 anos a partir da entrada em vigor do novo CC, e se desprezasse o prazo anterior, a usucapião só se daria em 2018, 3 anos depois do que se daria pela lei velha, o que ofende ao espírito do CC, que reduziu os prazos. Se se contasse o prazo de 15 anos da data de início da posse (1995), ela se consumaria em 2010. Rosenvald diz que se deve adotar a contagem dos 15 anos a partir da entrada em vigor do novo CC, mas fixar o termo a quo o limite da aplicação da lei antiga, quando este for menor do que os 15 anos contados da vigência da lei nova.(ou seja, conta-se o tempo transcorrido) 
“Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 serão acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916”.
O dispositivo só se aplica às hipóteses de usucapião com função social.
A) posse iniciada em março de 1993,alcançaria a usucapião extraordinária (pelo CC de 1916) em março de 2013 (20 anos). O novo CC reduziu o prazo para 10 anos. Assim, pelo novo CC, a usucapião dar-se-ia em março de 2003. Ocorre que o dispositivo manda acrescer dois anos aos prazos que se vençam nos dois anos seguintes à entrada em vigor do código (11/01/2003). Assim, a usucapião dar-se-ia em março de 2005.
B) posse iniciada em março de 1994,alcançaria a usucapião extraordinária (pelo CC de 1916) em março de 2014 (20 anos). O novo CC reduziu o prazo para 10 anos. Assim, pelo novo CC, a usucapião dar-se-ia em março de 2004. Ocorre que o dispositivo manda acrescer dois anos aos prazos que se vençam nos dois anos seguintes à entrada em vigor do código (11/01/2003). Assim, a usucapião dar-se-ia em março de 2006.
C) posse iniciada em março de 1999,alcançaria a usucapião extraordinária (pelo CC de 1916) em março de 2019 (20 anos). O novo CC reduziu o prazo para 10 anos. Assim, pelo novo CC, a usucapião dar-se-ia em março de 2009. Neste caso, não se aplica a regra transitória, pois ela somente incide nos primeiros dois anos de vigência do Código, para evitar a surpresa dos proprietários e ofensa ao seu direito de propriedade pela lei nova. Assim, a usucapião dar-se-ia mesmo em março de 2009.
D) posse iniciada em setembro de 1983 alcançaria a usucapião extraordinária (pelo CC de 1916) em setembro de 2003 (20 anos). O novo CC reduziu o prazo para 10 anos. Assim, poder-se-ia dizer que já em setembro de 2003 a usucapião já teria se dado, mas isso seria aplicação retroativa da lei em prejuízo do direito de propriedade do titular do domínio, o que ofende a CF/88. Considerar, então, a usucapião efetivada na data de entrada em vigor do novo CC seria também equivocado, pois afrontaria o direito constitucional do proprietário e encontraria obstáculo também na norma transitória. Por outro lado, aplicar a regra de transição seria ampliar o prazo para quase 22 anos, quando o objetivo do código foi reduzi-lo. O melhor, neste caso, é considerar a usucapião efetivada nos ternos da norma antiga, em setembro de 2003.
DIREITO DE EMPRESA – Dos institutos complementares
Segundo o Título IV, do CCB, os institutos complementares são o registro, o nome empresarial, os prepostos e a escrituração.
Registro: É obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário (individual ou sociedade empresária) se inscrever na junta comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de começar a exercer a empresa irregularmente. Trata-se de obrigação prevista no art. 967 do CCB. 
A inscrição, embora seja uma formalidade legal imposta pela lei a todo e qualquer empresário ou sociedade empresária, não é requisito para a caracterização do empresário e sua consequente submissão ao regime jurídico empresarial, pois, afinal, a inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não de sua caracterização (enunciado 199 CJF). 
Sendo assim, se alguém começa a exercer profissionalmente atividade econômica organizada de produção ou circulação de bens ou serviços, mas não se registra na junta comercial, será considerado empresário e se submeterá às regras do regime jurídico empresarial, embora esteja irregular, sofrendo, por isso, algumas consequencias, como a impossibilidade de requerer recuperação judicial, a de requerer a falência de seu devedor ou a de ter os livros autenticados no registro de empresa e assim não se pode valer da eficácia probatória que a legislação processual atribui a esses instrumentos.
E, em se tratando de sociedade empresária, ela será considerada sociedade em comum, e a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais será solidária e ilimitada (990 do CCB). 
O domicílio do empresário individual e da sociedade empresária é o local indicado em seus atos constitutivos, quando do registro na junta comercial. Mas, súmula 373 STF: a pessoa jurídica de direito privado (gênero do qual a sociedade empresária é espécie) pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que praticou o ato. Nesse sentido tb art. 75, parágrafo primeiro, CCB.
A única exceção em relação à obrigatoriedade do registro é a referente aos exercentes de atividade rural, os quais possuem a simples faculdade de registrar-se na junta comercial (art. 971). Os atos de registro de empresários e sociedades devemestar visados por um advogado.
O registro de empresa, no Brasil, está disciplinado em legislação especial, Lei 8934/94, muito embora o CCB também trate sobre algumas normas de registro.
A finalidade do registro, segundo a Lei 8934/94, são as seguintes: dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis; cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações pertinentes; proceder àmatrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como ao seu cancelamento.
Há um caráter híbrido de subordinação das juntas comerciais (ao Estado-membro respectivo e ao DNRC), o STJ tem firmado o entendimento de que há uma divisão de competência para apreciar ações judiciais em que a Junta comercial seja parte. Tratando-se de matéria administrativa, a competência para processar e julgar é da justiça comum estadual. Tratando-se de matéria técnica, relativa ao registro de empresa, a competência passa a ser da justiça federal, em razão do interesse do DNRC na causa. 
Por exemplo, se o registro for indeferido em virtude de instrução normativa do DNRC, a competência será da justiça federal. 
São três os atos de registro de empresa: matrícula (nome do ato de inscrição dos tradutores públicos, intérpretes, leiloeiros, etc.); arquivamento (pertinente à inscrição do empresário individual, e à constituição, dissolução e alteração contratual das sociedades comerciais; são igualmente arquivadas os atos das cooperativas, consórcios de empresas e aos grupos de sociedades, assim como os concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil, microempresas e empresas de pequeno porte); autenticação (ligada aos denominados instrumentos de escrituração. Neste caso, a autenticação é condição de regularidade do documento, já que configura requisito extrinseco de validade da escrituração mercantil).
Súmula 435 do STJ – Presume- se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecimento da execução fiscal para o sócio-gerente.
Escrituração do empresário
Outra obrigação legal imposta a todo empresáro. A obrigação é tão importante que a legislação falimentar considera crime a escrituração irregular, caso a falência do empresário seja decretada (art. 178 LF). Ademais, os livros comerciais são equiparados a documento público para fins penas, sendo tipificada como crime a falsificação, no todo ou em parte, da escrituração comercial.
Atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer empresário é o livro “diário”, que pode ser substituído por fichas no caso de ser adotada escrituração mecanizada ou eletrônica. Também pode ser substituído pelo livro “Balancetes Diários e Balanços”, quando o empresário adotar o sistema de fichas de lançamentos. Registram-se todas as operações relativas ao exercício de empresa.
Outros livro podem ser exigidos do empresário por força de legislação fiscal, trabalhista ou previdência, mas não podem ser considerados livros comerciais. 
Lembrar, ainda, que alguns livros específicos são exigidos a certos empresários, como o livro de registro de duplicatas e de livros das SA (atas da assembléia, transferência de ações nominativas, etc.).
Os livros empresariais são protegidos pelo sigilo, mas há situações excepcionais nas quais o sigilo não será oponível: fiscalização tributária, ordem judicial de exibição (381 e 382 CPC e 1191 CCB), art. 105 da Lei das SA, a partir de requerimento de acionistas que representem 5% do capital social. 
Por fim, os livros possuem força probante, vide art. 379 CPC.
Nome empresarial
Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a ela pertinentes.
Sinal distintivo com duas funções relevantes: individualizar e identificar o sujeito de direitos exercente da atividade empresail (subjetiva) e lhe garantir fama, renome, reputação, etc. (ordem objetiva).
O nome não se confunde com marca, nome de fantasia e sinais de propaganda.
Marca – sinal distintivo que identifica produtos ou serviços. Direito de propriedade industrial.
Nome de fantasia – expressão que identifca o título do estabelecimento. Não há proteção específica, logo proteção é por atos ilícitos constante do 186 do CCB. Já no âmbito penal, vide lei 9279, arts. 191, 194 e 195, v – em síntese, o uso indevido de título de estabelecimento (nome de fantasia) é crime, ainda que a expressão não seja registrada como marca ou nome desse empresário.
Sinais de propaganda – embora não se destinem a identificar especificamente produtos e serviços, exercem a função de chamar a atenção dos consumidores.
Há duas espécies de nome empresarial: firma e denominação.
A firma pode ser individual ou social. A denominação apenas social. Ou seja, a firma é privativa de empresários individuais e sociedades de pessoas, enquanto a denominação é privativa de sociedades de capital. 
A firma, seja individual ou social, exerce também a função de assinatura do empresário ou da sociedade empresária, mas a denominação não exerce essa função, servindo apenas como elemento identificador.
O nome empresarial obedecerá aos princípios da veracidade e da novidade. Quanto ao princípio da novidade, a proteção se inicia automaticamente com o registro e é restrita ao território do Estado da Junta Comercial em que o empresário se registrou. Mas, atenção! O enunciado 491 cjf estabeleceu que “491) Art. 1.166. A proteção ao nome empresarial, limitada ao Estado-Membro para efeito meramente administrativo, estende-se a todo o território nacional por força do art. 5º, XXIX, da Constituição da República e do art. 8º da Convenção Unionista de Paris.” 
O nome empresarial não pode ser objeto de alienação (art. 1164) mas é possível que no trespasse (alienação do estabelecimento empresarial) ele seja negociado, como elemento integrante desse próprio estabelecimento (fundo de empresa).
EIRELI - O parágrafo primeiro do artigo 980-A estabelece que o nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. O nome empresarial das sociedades está regulado no Código Civil em seus artigos 1.155 a 1.168. Na firma individual a EIRELI operará utilizando o nome de seu único sócio, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade, como, por exemplo, "Leonardo Pessoa EIRELI". Na denominação, a EIRELI operará utilizando uma expressão linguística que deve designar o objeto da empresa, como por exemplo, "Consultax EIRELI".
Prepostos
Seja como empregado celetista, ou como representante, autônomo ou terceirizados vinculados por contrato de prestação de serviços, esses trabalhadores,independentemente do vínculo contratual mantido com o empressário,são chamados prepostos. 
Em termos gerais, os atos dos prepostos obrigam o empresário preponente. Os prepostos respondem pelos seus atos sendo que quando agem com dolo respondem também perante o terceiro em solidariedade com o empresário. 
Dois prepostos são destacados no CCB: o gerente e o contabilista. A função do gerente é facultativa, mas do contabilista é obrigatória.
Enunciados CJF (I, II, IV e V Jornada) 
71 – Arts. 1.158 e 1.160: Suprimir o art. 1.160 do Código Civil por estar a matéria regulada mais adequadamente no art. 3º da Lei n. 6.404/76 (disciplinadora das S.A.) e dar nova redação ao § 2º do art. 1.158, de modo a retirar a exigência da designação do objeto da sociedade.
72 – Art. 1.164: Suprimir o art. 1.164 do novo Código Civil.
73 – Art. 2.031: Não havendo revogação do art 1.160 do Código Civil nem modificação do § 2º do art. 1.158 do mesmo diploma, é de interpretar-se este dispositivo no sentido de não aplicá-lo à denominação das sociedades anônimas e sociedades Ltda., já existentes, em razão de se tratar de direito inerente à sua personalidade.74 – Art. 2.045: Apesar da falta de menção expressa, como exigido pelas LCs 95/98 e 107/2001, estão revogadas as disposições de leis especiais que contiverem matéria regulada inteiramente no novo Código Civil, como, v.g., as disposições da Lei n. 6.404/76, referente à sociedade comandita por ações, e do Decreto n. 3.708/1919, sobre sociedade de responsabilidade limitada.
75 – Art. 2.045: A disciplina de matéria mercantil no novo Código Civil não afeta a autonomia do Direito Comercial.
394 – Art. 2.031: Ainda que não promovida a adequação do contrato social no prazo previsto no art. 2.031 do Código Civil, as sociedades não perdem a personalidade jurídica adquirida antes de seu advento. 
395 – Art. 2.031: A sociedade registrada antes da vigência do Código Civil não está obrigada a adaptar seu nome às novas disposições.
396 – Art. 2.035: A capacidade para contratar a constituição da sociedade submete-se à lei vigente no momento do registro.
235 - Art. 1.179: O pequeno empresário, dispensado da escrituração, é aquele previsto na Lei n. 9.841/99. Fica cancelado o Enunciado n. 56.
471 - Os atos constitutivos da EIRELI devem ser arquivados no registro competente, para fins de aquisição de personalidade jurídica. A falta de arquivamento ou de registro de alterações dos atos constitutivos configura irregularidade superveniente. 
472 - Art. 980-A. É inadequada a utilização da expressão “social” para as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
483 - Art. 1.033, parágrafo único. Admite-se a transformação do registro da sociedade anônima, na hipótese do art. 206, I, d, da Lei n. 6.404/1976, em empresário individual ou empresa individual de responsabilidade limitada. 
488 - Art. 1.142 e Súmula n. 451 do Superior Tribunal de Justiça. Admite-se a penhora do website e de outros intangíveis relacionados com o comércio eletrônico. 
489 - Arts. 1.043, II, 1.051, 1.063, § 3º, 1.084, § 1º, 1.109, parágrafo único, 1.122, 1.144, 1.146, 1.148 e 1.149 do Código Civil; e art. 71 da Lei Complementar n. 123/2006. No caso da microempresa, da empresa de pequeno porte e do microempreendedor individual, dispensados de publicação dos seus atos (art. 71 da Lei Complementar n. 123/2006), os prazos estabelecidos no Código Civil contam-se da data do arquivamento do documento (termo inicial) no registro próprio. 
490 - Art. 1.147. A ampliação do prazo de 5 anos de proibição de concorrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, ainda que convencionada no exercício da autonomia da vontade, pode ser revista judicialmente, se abusiva. 
491 - Art. 1.166. A proteção ao nome empresarial, limitada ao Estado-Membro para efeito meramente administrativo, estende-se a todo o território nacional por força do art. 5º, XXIX, da Constituição da República e do art. 8º da Convenção Unionista de Paris. 
QUESTÕES LIVRO DO CAPEZ
O que é nome empresarial? Nome empresarial é aquele com base no qual o empresário desenvolve as suas atividades, adquirindo direitos e assumindo obrigações. Trata-se de elemento de identificação do empresário e, consequentemente, da própria empresa.
O nome empresarial poderá coincidir com o nome civil? Quando se trata de empresário individual, o nome empresarial pode não coincidir com o civil; e, mesmo quando coincidentes, têm o nome civil e o empresarial naturezas diversas. Com efeito, enquanto o nome civil está ligado à personalidade do seu titular, sendo discutível seu caráter patrimonial, em relação ao nome empresarial, à sua natureza. A pessoa jurídica empresária, por sua vez, não tem outro nome além do empresarial.
O que é título do estabelecimento? É o elemento que identifica o estabelecimento empresarial, não se confundindo com o nome empresarial que constitui o nome do próprio empresário. Todavia, apesar de serem institutos diferentes, nada impede que o empresário utilize como título do estabelecimento o mesmo nome utilizado como nome empresarial.
Quais as espécies de nome empresarial? De acordo com o artigo 1155 do CC, o nome empresarial pode ser de duas espécies:
Firma ou razão social – quanto à estrutura, é constituída com base no nome civil do empresário individual ou dos sócios de determinadas sociedades. No tocante à função constitui também a assinatura do empresário.
Denominação – quanto à estrutura, é composta com base no nome civil dos sócios de determinadas sociedades ou com base em uma expressão lingüística distinta, qual seja, o elemento fantasia. No que se refere a função, constitui exclusivamente elemento de identificação do empresário. Não é também sua assinatura.
Qual é a regra para utilização de firma ou razão social ou denominação por parte da empresa? A regra geral é a de que somente as sociedades por ações e as sociedades por quotas de responsabilidade limitada adotam a denominação. As demais adotam, obrigatoriamente, firma (as exceções são as que podem adotar tanto firma qto denominação).
Firma ou razão social – empresário individual, sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples;
Denominação – sociedade anônima;
Firma ou razão social ou denominação – sociedade por quotas de responsabilidade ltda e sociedade por comandita por ações.
Como se dá a proteção jurídica do nome empresarial? De acordo com o art. 1166 do CC, a inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo estado. A proteção jurídica ao nome empresarial se dá por meio do registro na junta comercial. Essa proteção restringe-se aos limites de cada estado, pois a junta é órgão estadual. A proteção estender-se-á a todo território nacional se registrado na forma da lei especial (CC, art. 1166, § único).
Qual é a ratio jurídica em se proteger o nome empresarial? O direito, ao proteger o nome empresarial, tem por escopo tutelar a clientela e o crédito empresarial.
O que poderá fazer o empresário prejudicado? De acordo com o art. 1167 do CC, cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação de lei ou do contrato.
O nome empresarial poderá ser objeto de alienação? De acordo com o art. 1164 do CC, o nome empresarial não pode ser objeto de alienação.
Quais as hipóteses de cancelamento da inscrição do nome empresarial? De acordo com o art. 1168 do CC, a inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.
Se dois empresários distintos registrarem o mesmo nome empresarial, qual deles terá a proteção jurídica pertinente? De acordo com o art. 1163 do CC, o nome do empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Assim, terá a proteção o nome empresarial que em primeiro lugar for registrado (princípio da prioridade). O segundo deverá adotar nome que se possa distinguir do primeiro.
O que se entende por estabelecimento virtual? Com o nascimento do comércio eletrônico, tem gênese uma nova espécie de estabelecimento caracterizado pela inacessibilidade física, isto é, não é o tradicional (físico), mas sim virtual (eletrônico). A distinção entre o virtual e o físico se dá em razao dos meios de acessibilidade, sendo que no primeiro o consumidor ou adquirente de bens ou serviços acessa exclusivamente por transmissão eletrônica de dados enquanto o físico é acessível pelo deslocamento no espaço. O virtual tem um endereço eletrônico, cuja identificação é chamada de domínio (www.....). 
Poderá o preposto fazer-se substituir sem autorização escrita? De acordo com o artigo 1169 do CC, o preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas obrigações por ele contraídas.
Poderá o preposto negociar por conta própria ou de terceiro ou ainda participar de operação do mesmo gênero da que lhe foi cometida?

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