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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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PONTO 10
DIREITO ADMINISTRATIVO
Descrição do ponto 10: Domínio público: domínio eminente e domínio patrimonial. Bens públicos: classificação, administração e utilização. Terras devolutas. Lei Orgânica do Distrito Federal. Intervenção no domínio econômico: monopólio e repressão ao abuso do poder econômico. Controle de abastecimento e outras formas de atuação no domínio econômico. Direito Sanitário: 1. Pacto pela Saúde e suas diversas implicações.
1. Domínio público.
Possui 2 sentidos:
a) bens que pertencem ao Estado;
b) conjunto de bens destinados à coletividade.
- CRETELLA, domínio público é o conjunto de bens móveis e imóveis destinado ao uso direto do Poder Público ou à utilização direta ou indireta da coletividade, regulamentados pela Administração e submetidos a regime de direito público”
2. Domínio Eminente e Domínio Patrimonial
Em seus desdobramentos político e jurídico, o domínio público se exterioriza em poderes de:
a) soberania - se exercem sobre todas as coisas de interesse público, sob a forma de domínio eminente;
b) em direitos de propriedade - só incidem sobre os bens pertencentes às entidades públicas, sob a forma de domínio patrimonial.
- Domínio eminente é “o poder geral do Estado sobre tudo quanto esteja em suas linhas territoriais, sendo esse poder decorrente de sua própria soberania”�. Tal domínio não se estende apenas a bens de propriedade do Estado, mas a todas as espécies de bens situadas no território nacional: bens públicos; privados; bens não sujeitos ao regime normal da propriedade, como o espaço aéreo e as águas. Esse poder superior é geral, mas não é absoluto, pois está condicionado à ordem jurídico-constitucional. 
obs: É o domínio geral e potencial sobre bens alheios, que fundamenta a desapropriação, a servidão administrativa, etc.
- Domínio patrimonial do Estado sobre seus bens é direito de propriedade (pública) sujeito a um regime administrativo especial. A esse regime subordinam-se todos os bens das pessoas administrativas, assim considerados bens públicos e, como tais, regidos pelo Direito Público, embora supletivamente se lhes apliquem algumas regras da propriedade privada. Advirta-se, porém, que as normas civis não regem o domínio público; suprem, tão somente, as omissões das leis administrativas.
3. Bens públicos.
3.1. Conceito.
- Carvalho Filho, bens públicos são “todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer título, pertençam às pessoas jurídicas de direito público, sejam elas federativas, como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sejam da Administração descentralizada, como as autarquias, nestas incluindo-se as fundações de direito público e as associações públicas”. 
Tal conceito está no art. 98 do CC/02: "São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem".
- Existe controvérsia sobre o conceito de bens públicos: 
a) alguns entendem que o conceito deve se restringir aos bens das entidades de direito público
b) outros entendem que deve ser extensivo aos bens de direito privado
- Os bens de empresas públicas e de economia mista são, em regra, privados.
- STF também entende que somente são bens públicos aqueles pertencentes à entidades de direito público
obs: o STF entende que os bens da sociedade de economia mista estão sujeitos à tomadas de contas especial do TCU - contudo, isso não altera a natureza dos bens - o fundamento utilizado foi que "em razão da sociedade de economia mista constituir-se de capitais do Estado, em sua maioria, a lesão ao patrimônio da entidade atingiria, além do capital privado, o erário".
RESUMO: somente são bens públicos aqueles pertencentes a pessoas jurídicas de direito público; os bens das pessoas de direito privado integrantes da administração pública não são bens públicos, mas podem estar parcialmente sujeitos ao regime próprio dos bens públicos quando estiverem sendo utilizados no serviço público.
3.2. Classificação
=> Quanto à titularidade: federais, estaduais e municipais.
=> Quanto à disponibilidade: 
a) indisponíveis por natureza - dada a sua natureza não podem ser alienados (ex: mares, rios - uso comum em regra).
b) patrimoniais indisponíveis - possuem valor patrimonial, mas não podem ser alienados porque estão afetados (ex: veículos oficiais, prédios da administração, etc)
c) patrimoniais disponíveis - possuem valor patrimonial e podem ser alienados porque não estão afetados - os dominicais (art. 101, CC - Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei).
=> Quanto à destinação (+ importante): 
3.2.1. Bem de uso comum do público
Os bens de uso comum do público são aqueles destinados ao uso comum e geral de toda a comunidade em igualdade de condições - o destinatário não pode ser identificado. 
obs: em regra são gratuitos, mas nada impede que seja exigida uma contraprestação (ex: estacionamento rotativo) - apesar de serem destinados à população, estão sujeitos a uma fiscalização e aplicação de medidas coercitivas, visando a conservação da coisa pública e à proteção do usuário.
- Algumas observações:
Meio ambiente. O meio ambiente é tratado pela CF como bem de uso comum do povo (art. 225, CF) - difuso.
Ruas. As ruas estão sendo invadidas e fechadas por moradores. Não existe rua particular. O que pode existir em oposição às ruas são vias internas em condomínios regulares. O fechamento é um desrespeito à destinação pública do bem e ao direito de ir e vir.
Praias. As praias sofrem os mesmos problemas das ruas. São bens públicos que vem sendo irregularmente apropriados. As praias marítimas são bens da união (art. 20, IV, CF) e são bens de uso comum do povo, sendo assegurado livre e franco acesso a elas e ao mar. No entanto, para usar a praia, não se pode invadir a propriedade particular que eventualmente a circunde. A lei admite que o uso de certas praias seja restrito quando há bases militares. 
Ilhas. As ilhas marítimas são bens da União. Podem ser de uso comum ou dominicais. No entanto, algumas áreas nessas ilhas podem ser excluídas dessa regra. As áreas nas ilhas oceânicas podem ser de Estados, Municípios ou Particulares. É possível domínio particular em ilhas, tal como ocorre em capitais (Florianópolis). Também é possível a concessão de domínio útil (foro) da União para particular. 
3.2.2. Uso especial
São bens móveis ou imóveis que se destinam-se à prestação do serviço público, seja pela administração direta, seja por autarquias. Possui destinação pública, ou seja, tem afetação. O usuário é identificado. Ex.: Edifícios públicos, escolas, hospitais, cemitérios públicos, aeroportos, veículos oficiais.
3.2.3. Bens Dominicais
- Hely Lopes Meirelles, bens dominiais (ou dominicais) “são aqueles que, embora integrando o domínio público como os demais, deles diferem pela possibilidade sempre presente de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados pela administração, se assim o desejar. Daí porque recebem também a denominação de ‘bens patrimoniais disponíveis’ ou de ‘bens do patrimônio fiscal’. 
- não tem nenhuma destinação específica e podem ser utilizados para fazer renda (todos os que não são de uso comum do povo e especial são dominicais) - ex: terras devolutas, terrenos de marinha, prédios públicos desativados, etc.
obs: Diz-se que uns bens são do domínio público, e outros, bens do patrimônio administrativo. Com maior rigor técnico, tais bens são reclassificados, para efeitos administrativos, em bens do domínio público (os de primeira categoria: de uso comum do povo), bens patrimoniais indisponíveis (os da segunda categoria: de uso especial) e bens patrimoniais disponíveis (os da terceira e última categoria: dominicais).
4. Administração dos bens públicos
- Hely Lopes Meirelles, “no conceito de administração de bens compreende-se, normalmente, o poderde utilização e conservação das coisas administradas, diversamente da idéia de propriedade que contem, além desse, o poder de oneração e disponibilidade e a faculdade de aquisição. Daí porque os atos triviais de administração, ou seja, de utilização e conservação do patrimônio público, independem de autorização especial, ao passo que os de alienação, oneração e aquisição exigem, em regra, lei autorizadora e licitação para o contrato respectivo”.
4.1. Administração em sentido amplo e em sentido estrito
a) Em sentido estrito, a administração compreende apenas as idéias de utilização e conservação de bens. 
b) Em sentido amplo, inclui-se o poder de disposição dos bens que se mostrarem inúteis ou inconvenientes, e a aquisição de outros bens. Não se admite a oneração de bens públicos.
A administração de bens públicos:
rege-se por normas de direito público, aplicando-se subsidiariamente o direito privado;
nas transferências de bens observam-se os instrumentos civis (escritura e registro), tornando-se irretratáveis os atos após essa formalidade;
há sujeição ao regime administrativo pertinente ao seu uso, conservação ou alienação;
é possível a impetração de mandado de segurança, nas hipóteses de ato coator proveniente de outra autoridade administrativa (cf. Hely Lopes Meirelles);
os atos de defesa do patrimônio público, como os atos administrativos em geral, são dotados de auto-executoriedade.
5. Utilização dos bens públicos
Os bens públicos se destinam ao uso comum ou ao uso especial, cabendo ao estado moderar tal utilização.
5.1. Uso comum do povo
Uso comum do povo “é todo aquele que se reconhece à coletividade em geral sobre os bens públicos, sem discriminação de usuários ou ordem especial para sua fruição. É o uso que o povo faz das ruas e logradouros públicos, dos rios navegáveis, do mar e das praias naturais” (Hely Lopes Meirelles). 
Caracterizam o uso comum do povo:
o fato de que não se pode restringir sua utilização salvo hipóteses excepcionais (pedágios em rodovias);
a utilização por usuários anônimos, indeterminados, integrantes de toda a comunidade (utilização uti universi);
limitação do direito à utilização baseado apenas no direito do próximo;
a existência de privilégios apenas em situações excepcionalíssimas (p.ex.: uma rua interditada pode ser acessada apenas pelos moradores);
responsabilidade do Estado na hipótese de danos causados pela má conservação, ou a obras e serviços públicos relacionados aos bens.
OBS1: STJ: (...) RESPONSABILIDADE CIVIL POR ACIDENTE CAUSADO EM RODOVIA FEDERAL. OMISSÃO DO ESTADO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. MÁ CONSERVAÇÃO DA RODOVIA FEDERAL. CULPA DA AUTARQUIA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ADEQUAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. (REsp 763.531/RJ).
OBS2: STJ: ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – ACIDENTE DE TRÂNSITO – DANO MATERIAL – RESPONSABILIDADE DA AUTARQUIA – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO ESTADO.
A Jurisprudência desta Corte considera a autarquia responsável pela conservação das rodovias e pelos danos causados a terceiros em decorrência da má conservação, contudo remanesce ao Estado a responsabilidade subsidiária (AgRg no REsp 875.604/ES).
5.2. Uso especial
Uso especial é: (i) todo aquele que, por um título individual, a Administração atribui a determinada pessoa para fruir de um bem público com exclusividade; (ii) aquele no qual a administração estabelece restrições, ou em que exige pagamento; (iii) o uso que a própria administração faz de seus bens (edifícios públicos, veículos e equipamentos utilizados nas repartições).
O que caracteriza a utilização especial de bem público é o seu caráter singular (uti singuli), ou seja, a privacidade da utilização do bem ou de parte dele, afastando a fruição indiscriminada pela coletividade ou pelo poder público. O uso pode ser concedido gratuita ou onerosamente, por ato ou contrato administrativo que o autorizar, permitir ou conceder.
As formas administrativas para o uso especial são:
autorização de uso;
permissão de uso;
cessão de uso;
concessão de uso;
concessão especial de uso;
concessão de direito real de uso;
enfiteuse ou aforamento.
Essas formas especiais de utilização de bens públicos integram o Ponto 12. De todo modo, expõe-se, aqui, uma idéia geral de cada uma delas.
5.2.1. Autorização de uso
- Hely - “É o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público”. Não tem requisitos especiais e não geram direitos do particular perante a administração. Basta que seja escrito e revogável sumariamente sem ônus para a administração.
OBS: 
a) regra geral é sem prazo de duração
b) regra geral não gera indenização (exceto se outorgada com prazo certo).
c) PRINCIPAL CARACTERÍSTICA - predomínio do interesse do particular
d) ato administrativo
 Ex: autorização para ocupação de terreno baldio; fechamento de uma rua para realização de uma festa.
5.2.2. Permissão de uso
- Hely, “permissão de uso é o ato negocial, unilateral, discricionário e precário através do qual a Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem público. Como ato negocial, pode ser com ou sem condições, gratuito ou remunerado, por tempo certo ou indeteterminado, conforme estabelecido no termo próprio mas sempre modificável ou revogável unilateralmente pela Administração, quando o interesse público o exigir, dados sua natureza precária e o poder discricionário do permitente para consentir e retirar o uso especial do bem público. A revogação se faz, em geral, sem indenização, salvo se em contrário se dispuser (...). O ato da revogação deve ser idêntico ao do deferimento da permissão e atender às condições nele previstas”.
A permissão:
assegura o uso especial e individual do bem público;
gera direitos subjetivos defensáveis na via judicial, inclusive ações possessórias;
em geral não gera exclusividade de uso (característica da concessão), mas pode, excepcionalmente, ser deferida com privatividade sobre outros interessados;
pode incidir sobre qualquer bem público, desde que o justifique o interesse do particular e da coletividade, que deverá auferir vantagens do uso (+ da coletividade).
se não houver vantagens para a comunidade, mas só para o particular, não se trata de hipótese de concessão ou permissão, mas de mera autorização, em caráter precaríssimo;
é deferida independentemente de lei autorizativa, mas depende de licitação (art. 2o da Lei 8.666/93).
OBS: 
a) precário
b) sem prazo de duração
c) é mais relevante o interesse público sobre o privado
d) deve ser precedida de licitação
Exemplos: bancas de jornais e vestiários em praias.
obs: em recente decisão o STJ reconheceu o direito à indenização em permissão de serviço público pelos gastos de instalação: (...) AÇÃO INDENIZATÓRIA. SERVIÇOS LOTÉRICOS. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. NATUREZA JURÍDICA. RESCISÃO UNILATERAL. DIREITO À INDENIZAÇÃO PELOS GASTOS DE INSTALAÇÃO DA CASA LOTÉRICA. EXISTÊNCIA DE INVESTIMENTO VULTOSO PARA CONCRETIZAR O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA DO STJ. DANOS MATERIAIS. (...) 1. No caso dos autos, a empresa Magic Numbers Comercial e Serviços Ltda, ora recorrida, ajuizou ação ordinária de natureza indenizatória (material e moral) contra a Caixa Econômica Federal, em razão da rescisão não motivada do contrato de permissão de serviços lotéricos.
(...) 4. Efetivamente, a permissão de serviços lotéricos é caracterizada pela discricionariedade, unilateralidade e precariedade, o que autorizaria a rescisão unilateral pelo poder permissionário. Nesse sentido: REsp 705.088/SC, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, DJ de 11.12.2006; REsp 821.039/RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 31.8.2006. 5. Entretanto, em hipóteses específicas, como o caso dos autos, é lícito o reconhecimentoao direito à indenização por danos materiais. É incontroverso nos autos que o permissionário realizou significativo investimento para a instalação do próprio empreendimento destinado à execução do serviço público delegado, inclusive mediante atesto de padronização do poder concedente. Todavia, após poucos meses do início da atividade delegada, a Caixa Econômica Federal rescindiu unilateralmente a permissão, sem qualquer justificativa ou indicação de descumprimento contratual pelo permissionário. Assim, no caso concreto, a rescisão por ato unilateral da Administração Pública impõe ao contratante a obrigação de indenizar pelos danos materiais relacionados à instalação da casa lotérica. (REsp 1021113/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/10/2011, DJe 18/10/2011)
5.2.3. Cessão de uso
- Segundo Hely, a cessão de uso, que consubstancia mero ato de colaboração entre repartições públicas “é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado”.
Não há transferência do bem, e o instituto se assemelha ao comodato do direito civil. Não se confunde com as modalidades de outorga ao particular do uso especial de bem público (autorização de uso, permissão de uso, concessão de direito real de uso). Não exige autorização legislativa e se faz por simples termo e anotação cadastral, nas hipóteses em que a cessão do bem se dá entre órgãos da mesma entidade. Nas hipóteses de transferência a outra entidade (p.ex., do executivo para o judiciário), demanda autorização legal. Dispensa registros externos. 
 5.2.4. Concessão de uso
Para Hely, “concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação específica. O que caracteriza a concessão de uso e a distingue dos demais institutos assemelhados - autorização e permissão de uso - é o caráter contratual e estável da outorga do uso do bem público ao particular, para que o utilize com exclusividade e nas condições conveniadas com a administração”.
Pode ser firmada gratuita ou onerosamente, por tempo certo ou indeterminado, mas sempre dependerá de prévia autorização legal e, via de regra, de licitação. A outorga de concessão de uso goza da estabilidade inerente aos contratos administrativos em geral. Confere direitos ao titular, e consubstancia contrato firmado intuitu personae. Sujeita-se ao regime jurídico administrativo. A rescisão antecipada do contrato é admissível mediante indenização. Segundo Hely, não se confunde com a locação ou o comodato, que são figuras inexistentes nos contratos administrativos (em que pese a locação seja prevista, erroneamente, pelo Dec. 9.760/46).
Exemplos: concessão remunerada de um hotel municipal e de bares e restaurantes em edifícios ou logradouros públicos.
	AUTORIZAÇÃO
	PERMISSÃO
	CONCESSÃO
	Ato administrativo
	Ato administrativo
	Contrato administrativo
	Não há licitação
	Há licitação
	Há licitação
	Uso facultativo do particular
	Uso obrigatório conforme a finalidade permitida
	Uso obrigatório conforme a finalidade concedida
	Interesse predominante particular
	Preponderância do interesse público
	Interesses equivalentes
	Ato precário
	Ato precário
	Não há precariedade
	Sem prazo (regra)
	Sem prazo (regra) 
	Prazo determinado
	Revogação sem indenização, exceto se outorgada com prazo ou condicionaoda
	Revogação sem indenização, exceto se outorgada com prazo ou condicionaoda
	Rescisão previstas em lei.
5.3.5. Concessão especial de uso.
Concessão especial de uso foi estabelecida pela MP 2.220/2001, para regulamentar a usucapião de imóveis urbanos públicos. Consoante dispõe o art. 1o da referida MP, “aquele que, até 30 de junho de 2001, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente “e sem oposição, até duzentos e cinqüenta metros quadrados de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural.”
A Lei 11.481/2007 (derivada da MP 335/2006) prevê a possibilidade de a união regularizar, mediante concessão especial de uso, as ocupações irregulares em seus imóveis, inclusive em assentamentos informais de baixa renda, ainda que em terrenos de marinha e acrescidos. Esta modalidade de concessão restringe-se ao ocupante do bem público que o utilize como moradia. Trata-se de direito do ocupante, e não de faculdade do Estado, desde que preenchidos os requisitos da MP 2.220/2001. A concessão especial de uso é transmissível, mas é vedada a alteração da finalidade do imóvel. É concedida por termo administrativo ou por sentença judicial. Na hipótese de favelas em área pública, a concessão pode ser outorgada em caráter coletivo.
5.3.6. Concessão de direito real de uso
- Segundo Hely, “o contrato pelo qual a Administração transfere o uso remunerado ou gratuito de terreno público a particular, como direito real resolúvel, para que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra exploração de interesse social.” (art. 7o do DL 271/67)
Esta modalidade de concessão:
consubstancia direito real sobre coisa alheia e pode ser transmitida a terceiros, por ato inter vivos ou por sucessão legítima ou testamentária, desde que mantida a finalidade;
pode ser outorgada por escritura pública ou termo administrativo;
depende de autorização judicial e de concorrência previa, que é dispensada nas hipóteses em que o beneficiário for outro órgão ou entidade da administração pública (Lei 8.666/93, art. 17,§2o);
substitui vantajosamente a maioria das alienações de bens públicos.
- é um contrato que confere ao particular um direito real resolúvel, por prazo certo ou indeterminado, de forma remunerada ou gratuita. obs: é uma hipótese excepcional de contrato administrativo sem prazo, derrogando o art. 57, § 3º, da Lei 8666/93.
5.3.7. Aforamento
O aforamento é, segundo Hely, “o instituto civil que permite ao proprietário atribuir a outrem o domínio útil de imóvel, pagando a pessoa que o adquire (enfiteuta) ao senhorio direto uma pensão ou foro, anual, certo e invariável (CC/16, art. 678). Consiste, pois, na transferência do domínio útil de imóvel público a posse, uso e gozo perpétuos da pessoa que irá utilizá-lo daí por diante”.
O aforamento corresponde à enfiteuse do direito civil. A figura da enfiteuse não é mais prevista pelo CC/02, mantendo-se apenas aquelas já existentes até sua extinção (art. 2.038 do CC/02). Embora haja autores que trate as expressões como sinônimas, argumenta-se que o aforamento é instituto próprio de direito administrativo e, por isso, o art. 2.038 não o atinge.
O aforamento pode ser transmitida por ato inter vivos ou por sucessão, mas sujeita-se ao pagamento perpétuo de uma pensão anual ao senhorio direto (foro). Para compreensão do instituto, é importante saber que:
domínio útil: consiste no direito de usufruir o imóvel e transmitir esse direito;
domínio direto (ou eminente) é o direito à substância do imóvel, sem suas utilidades;
foro, cânon ou pensão é a contribuição anual paga pelo foreiro ou enfiteuta ao senhorio direto;
laudêmio é o valor pago ao senhorio direto na transferência do direito sobre o bem, como remuneração pelo não exercício, por este, de seu direito de preferência.
O aforamento se extingue: (i) das hipóteses de comisso, ou seja, pela falta do pagamento do foro; (ii) pelo perecimento do objeto; (iii) pela morte do enfiteuta sem deixar herdeiros, preservando-se o interesse de seus credores. 
O instituto é muito criticado, notadamente no direito administrativo.
6. TerrasPúblicas
As terras públicas são compostas de:
	terras devolutas;
	plataforma continental;
	terras ocupadas pelos silvícolas;
	terrenos de marinha;
	terrenos acrescidos;
	ilhas dos rios públicos e oceânicos;
	álveos abandonados;
vias e logradouros públicos;
	áreas ocupadas com fortificações e terrenos públicos.
No edital, na parcela referente à matéria de direito administrativo, somente as terras devolutas encontram-se incluídas, de modo que a essa modalidade de terra pública se dedicará atenção especial.
6.1. Terras devolutas
Segundo Hely, “terras devolutas são todas aquelas que, pertencentes ao domínio público de qualquer das entidades estatais, não se acham utilizadas pelo Poder Público, nem destinadas a fins administrativos específicos. São bens públicos patrimoniais ainda não utilizados pelos respectivos proprietários.”
- enquadram-se como bens dominicais, pois não são utilizadas para qualquer finalidade específica.
O conceito é dado por exclusão. Não está ocupado? Não é de domínio privado? É de domínio público. As terras devolutas podem ser da União ou dos Estados, mas não dos municípios. 
obs: em regra as terras devolutas pertencem aos Estados, sendo da União apenas aquelas " indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei (art. 20, II, CF).
É possível que um bem tenha características mistas. O Maracanã tem parte destinada ao uso comum, mediante pagamento, e parte destinada a uso especial da administração pública.
7. Lei Orgânica do DF.
A lei orgânica do DF é tema abordado nos Pontos 5 e 7 de Constitucional, bem como nos pontos 1, 2, 3, 5 e 14 de Administrativo. Assim, considerei desnecessário repetir o tema aqui.
8. Intervenção no domínio econômico.
8.1. Considerações gerais
8.1.1 O modelo de Estado Liberal
A partir do final do século XVIII, prevaleceu nos Estados a teoria do liberalismo econômico, desenvolvida por ADAM SMITH, segundo a qual compete a cada indivíduo promover seu próprio interesse, sem intervenção estatal. Ao Estado competiria, segundo essa teoria, o papel de mero observador da organização processada pelos indivíduos. 
A adoção irrestrita desse modelo, todavia, surtiu o efeito contrário, aprofundando as diferenças sociais, do que decorreu sua superação.
8.1.2. O Modelo Interventivo
A insatisfação de grande parte dos seguimentos sociais, somada à influência de algumas teorias econômicas (entre as quais se destaca o socialismo), levou o Estado a, paulatinamente, sair de sua posição de indiferença, passando a adotar um modelo interventivo. Segundo Carvalho Filho, “a intervenção do Estado o capacitou a regular a economia, permitindo a inauguração da fase do dirigismo econômico, em que o Poder Público produz uma estratégia sistemática de forma a participar ativamente dos fatos econômicos. Na verdade, o intervencionismo compreende um sistema em que o interesse público sobreleva em relação ao regime econômico capitalista. O governo recebe certas funções distributivas e alocativas, isto é, busca proporcionar uma equânime distribuição de riqueza e fornecer a certas categorias sociais alguns elementos de proteção contra as regras exclusivamente capitalistas”.
8.1.3. Constituição Normativa
Como bem registra MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO, até o início do Século XX as constituições previam tão somente normas regulando a organização política dos Estados. A partir de 1917, com a Constituição Mexicana, e de 1919, com a Constituição de Weimar, a ordem econômica passou a constituir capítulo próprio dentro das cartas consitucionais.
8.1.4. Quadro Normativo
No Estado brasileiro, a partir de 1934 (arts. 115 a 143), todas as Cartas subseqüentes dedicaram um de seus capítulos à ordem econômica. A análise comparativa das constituições demonstra evolução quanto à matéria. 
Na vigente constituição, a disciplina da ordem econômica e financeira está prevista no Título VII (arts. 170 a 192), sendo dividida em quatro capítulos: 
a) o primeiro destinado aos princípios gerais da atividade economia (arts. 170 a 181); 
b) o segundo, à política urbana (arts. 182 a 183); 
c) o terceiro, à política agrícola e fundiária e à reforma agrária (arts. 184 a 191); 
d) e o quarto, ao sistema financeiro nacional (art. 192).
Na CF/88, todos os princípios desenvolvidos nas constituições anteriores são mantidos. Há propriedade privada, a livre iniciativa, e a livre concorrência.
- Quadro explicativo
Para melhor compreensão da matéria, segue quadro explicativo, contendo o direito constitucional previsto e as respectivas limitações, no que é relevante para a matéria de direito econômico.
	Direito
	Condicionante
	
Propriedade privada
	FUNÇÃO SOCIAL da propriedade prevista no artigo 5o, ou seja, mais abrangente do que a mera função social da propriedade da terra (sócio ambiental - seria um 5º atributo da propriedade). Não é somente a propriedade agrária e os bens de produção que têm função social, todos os bens no Brasil deve atender à função social da propriedade. A doutrina já falava que a função social se aplicaria a todos os outros bens e não somente à propriedade de terras ou somente bens de produção. Bens de consumo também têm função social. ATENÇÃO: a idéia de função social deve ser estendida aos bens imateriais (marcas, direito do autor, join ventures), essa revolução já era defendida pela doutrina, mas agora decorre do texto constitucional, o que é uma originalidade da CF/88 (universalidade da função social da propriedade). Essa noção pode ser estendida para:
os direitos reais limitados 
os direitos reais de garantia
a posse
	
Livre iniciativa
e
Livre concorrência
	INTERVENÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO: a CF/88 é mais tímida do que a CF/34. Foram os seguintes mecanismos de intervenção:
MONOPÓLIO: na CF/88 o monopólio somente ocorre em seguimentos determinados pela própria CF, ou seja, a própria CF elencou: minerais nucleares e petróleo. Na CF/34, bastava que a lei infraconstitucional estabelece-se. O exercício do monopólio estatal pode ser delegado. E o MONOPÓLIO POSTAL como fica? Foi recepcionado pela CF ou é incompatível com a ordem vigente? Tudo depende o que se entende por Direito Econômico e como ele é visto no texto constitucional: se o serviço postal for considerado como atividade econômica não foi recepcionado, mas se for um serviço público, não precisaria ser mencionado como um monopólio, porque a natureza jurídica do serviço público é a titularidade do Estado (EXCEÇÃO: cartório é serviço público exercido por delegação para o particular). Visto como serviço público o monopólio postal não poderia ter sido posto como reserva de monopólio. Os TRF’s variam de sobre o entendimento. 
SERVIÇOS PÚBLICOS: não existe um critério satisfatório e universal para identificar, sem dúvidas, quais são os serviços públicos. A CF enumerou algumas atividades materiais das pessoas jurídicas de direito público, com isso a CF está exemplificando alguns serviços públicos. Os serviços públicos não são atividades econômicas assim não estando submetidos à livre iniciativa e à livre concorrência. ATENÇÃO: há administrativistas que afirmam que alguns serviços públicos podem ser prestados pelo regime privado, EXEMPLO: prestação de serviços de telecomunicações, mas isso é uma grande discussão doutrinária. 
REPRESSÃO AO ABUSO DO PODER ECONÔMICO: dominar mercados; eliminar concorrência e aumentar arbitrariamente os lucros. Existe um sistema de livre concorrência que visa a evitar o abuso do poder econômico (CADE e outros órgãos), são órgãos que formam uma estrutura que dá suporte à repressão do abuso do poder econômico. Trata-se de um sistema estruturado e relativamente sofisticado. O abuso que reprime é o abuso do direito de exercer a livre concorrência. A teoria do abuso do direito tem uns casos privilegiados (abuso do direito decontratar, que dá ensejo à responsabilidade objetiva), no direito econômico, trata-se do abuso do direito de concorrer. 
CONSTITUIÇÃO DE EMPRESAS ESTATAIS: o Estado pode intervir diretamente, travestindo-se de empresário. Mas as hipóteses de possibilidade de atuação foram restringidas:
Segurança nacional, definida em lei, que justifique a criação da estatal;
Nas hipóteses de relevante Interesse coletivo, definido em lei, que justifique a criação da estatal.
Em decorrência das exigências acima, é que o programa de desestatização nacional é um imperativo constitucional, ou seja, é um programa que tem a chancela constitucional, o Estado somente pode explorar com o empresário, desde que nas hipóteses acima. Fora esses casos há livre concorrência e livre iniciativa, sendo o particular o principal agente econômico. Quando o agente atua como empresário deve obedecer ao PRINCÍPIO DA PARIDADE, ou seja, está submetido ao mesmo regime jurídico da iniciativa privada. O princípio da paridade está excepcionado quando se tratar de exercício de monopólio estatal, porque não há livre concorrência perfeita, a matéria é de monopólio.
ESTADO COMO AGENTE NORMATIVO E REGULADOR: o Estado aparece como ente soberano, em relação de verticalidade. Em decorrência disso, o Estado pode estabelecer planos, regulação de segmentos específicos, BACEN, autoridade aduaneira.
obs: STF: EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. EMPRESA PÚBLICA DE CORREIOS E TELEGRÁFOS. PRIVILÉGIO DE ENTREGA DE CORRESPONDÊNCIAS. SERVIÇO POSTAL. CONTROVÉRSIA REFERENTE À LEI FEDERAL 6.538, DE 22 DE JUNHO DE 1978. ATO NORMATIVO QUE REGULA DIREITOS E OBRIGAÇÕES CONCERNENTES AO SERVIÇO POSTAL. PREVISÃO DE SANÇÕES NAS HIPÓTESES DE VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL. COMPATIBILIDADE COM O SISTEMA CONSTITUCIONAL VIGENTE. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 1º, INCISO IV; 5º, INCISO XIII, 170, CAPUT, INCISO IV E PARÁGRAFO ÚNICO, E 173 DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA LIVRE CONCORRÊNCIA E LIVRE INICIATIVA. NÃO-CARACTERIZAÇÃO. ARGUIÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO CONFERIDA AO ARTIGO 42 DA LEI N. 6.538, QUE ESTABELECE SANÇÃO, SE CONFIGURADA A VIOLAÇÃO DO PRIVILÉGIO POSTAL DA UNIÃO. APLICAÇÃO ÀS ATIVIDADES POSTAIS DESCRITAS NO ARTIGO 9º, DA LEI. 1. O serviço postal --- conjunto de atividades que torna possível o envio de correspondência, ou objeto postal, de um remetente para endereço final e determinado --- não consubstancia atividade econômica em sentido estrito. Serviço postal é serviço público. 2. A atividade econômica em sentido amplo é gênero que compreende duas espécies, o serviço público e a atividade econômica em sentido estrito. Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, empreendida por agentes econômicos privados. A exclusividade da prestação dos serviços públicos é expressão de uma situação de privilégio. Monopólio e privilégio são distintos entre si; não se os deve confundir no âmbito da linguagem jurídica, qual ocorre no vocabulário vulgar. 3. A Constituição do Brasil confere à União, em caráter exclusivo, a exploração do serviço postal e o correio aéreo nacional [artigo 20, inciso X]. 4. O serviço postal é prestado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT, empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, criada pelo decreto-lei n. 509, de 10 de março de 1.969. 5. É imprescindível distinguirmos o regime de privilégio, que diz com a prestação dos serviços públicos, do regime de monopólio sob o qual, algumas vezes, a exploração de atividade econômica em sentido estrito é empreendida pelo Estado. 6. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos deve atuar em regime de exclusividade na prestação dos serviços que lhe incumbem em situação de privilégio, o privilégio postal. 7. Os regimes jurídicos sob os quais em regra são prestados os serviços públicos importam em que essa atividade seja desenvolvida sob privilégio, inclusive, em regra, o da exclusividade. 8. Argüição de descumprimento de preceito fundamental julgada improcedente por maioria. O Tribunal deu interpretação conforme à Constituição ao artigo 42 da Lei n. 6.538 para restringir a sua aplicação às atividades postais descritas no artigo 9º desse ato normativo. (ADPF 46, Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:  Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 05/08/2009, DJe-035 DIVULG 25-02-2010 PUBLIC 26-02-2010 EMENT VOL-02391-01 PP-00020).
8.2. Ordem econômica
8.2.1. Fundamentos
Nos termos do art. 170 da CF, a ordem econômica é fundada em dois postulados básicos: a valorização do trabalho humano e a livre iniciativa. Aliás, esses dois princípios não são apenas fundamentos da ordem econômica, mas da própria República, conforme o disposto no art. 1º, IV, da CF.
8.2.1.1. Valorização do trabalho humano
A valorização do trabalho humano tem intrínseca relação com os valores sociais do trabalho, isto é, com a necessidade de situar o homem trabalhador em patamar mais elevado, de forma a ajustar seu trabalho aos postulados da justiça social.
8.2.1.2. Livre iniciativa
A liberdade de iniciativa indica que todas as pessoas têm o direito de ingressar no mercado de produção de bens e serviços por sua conta e risco. Trata-se, na verdade, da liberdade de exploração das atividades econômicas sem que o Estado as execute sozinho ou concorra com a iniciativa privada. A livre iniciativa é o postulado maior do regime capitalista. O fundamento em foco se completa com a regra do art. 170, parágrafo único, da CF, segundo o qual a todos é assegurado o livre exercício de qualquer atividade econômica, sem necessidade de autorização de órgãos públicos, à exceção dos casos previstos em lei.
8.2.2. Princípios
Além dos fundamentos, a CF/88 contemplou alguns princípios que devem nortear o sistema da ordem econômica do país:
soberania nacional;
propriedade privada;
função social da propriedade;
livre concorrência
defesa do consumidor;
defesa do meio ambiente;
redução das desigualdades regionais e sociais;
busca do pleno emprego;
tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
8.3. Modalidades de intervenção no domínio econômico:
Eros Roberto Grau distingue três modalidades de intervenção do Estado no domínio econômico: 
intervenção por absorção ou participação;
intervenção por direção;
intervenção por indução.
No primeiro caso (intervenção por absorção), o Estado intervém no domínio econômico, desenvolvendo ação como agente (sujeito) econômico. Quando o faz por absorção, o Estado assume integralmente o controle dos meios de produção e/ou troca em determinado setor da atividade econômica em sentido estrito; atua em regime de monopólio. Quando o faz por participação, o Estado assume o controle de parcela dos meios de produção e/ou troca em determinado setor da atividade econômica em sentido estrito; atua em regime de competição com empresas privadas que permanecem a exercitar suas atividades nesse mesmo setor.
No segundo caso (intervenção por direção) e no terceiro (intervenção por indução), o Estado intervirá sobre o domínio econômico, desenvolvendo ação, então, como regulador da atividade econômica. Quando o faz por direção, o Estado exerce pressão sobre a economia, estabelecendo mecanismos e normas de comportamento compulsório para os sujeitos da atividade econômica em sentido estrito (ex.: controle dos preços, através de tabelamento ou congelamento). Quando o faz por indução, o Estado manipula os instrumentos de intervenção em consonância e na conformidade das leis que regem o funcionamento dos mercados (ex.: incentivos fiscais, estímulos creditícios, obras e serviços de infra-estrutura).
Na CF/88, o Estado intervém na atividade econômica mediante:
elaboração de um plano de desenvolvimento econômico, por meio do qual se buscará identificar e implementar as ações necessárias a propiciaremo bem-estar geral;
fomento à iniciativa privada para, aderindo voluntariamente ao plano, explorar as atividades nele previstas;
repressão ao abuso de poder econômico, proteção ao consumidor e do meio ambiente;
exploração direta, em caráter excepcional, de atividades econômicas que envolvam relevante interesse coletivo ou segurança nacional.
8.4. Formas de atuação do Estado
O Estado atua de duas formas na ordem econômica: como Estado regulador e como Estado executor.
8.4.1. Estado regulador
8.4.1.1. Sentido
O Estado regulador é aquele que, através de regime interventivo, se incumbe de estabelecer as regras disciplinadoras da ordem econômica com o objetivo de ajustá-la aos ditames da justiça social.
O mandamento fundamental do Estado regulador está no art. 174, da CF: “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado”.
Como agente normativo, o estado atua de três formas:
mediante fiscalização: o Estado promove a verificação dos setores econômicos para evitar condutas abusivas;
mediante incentivo: isenções fiscais, aumento de alíquotas para a importação, abertura de créditos especiais para o setor produtivo agrícola etc;
mediante planejamento: projeto técnico instrumentado para transformar a realidade existente no sentido de objetivos previamente estabelecidos. 
No plano internacional, o Estado também atua mediante a criação de associações e a assinatura de tratados, do que são exemplos a Usina Bi-Nacional de Itaipu e o Mercossul.
8.4.1.2. Natureza da atuação 
Quando figura como regulador, o Estado não deixa sua posição interventiva. A intervenção nesse casos se verifica através das imposições normativas destinadas principalmente aos particulares, bem como de mecanismos jurídicos preventivos e repressivos para coibir eventuais condutas abusivas. A atuação do Estado, aqui, se dá de forma direta.
8.4.1.3. Competências 
A competência quase absoluta para a atuação do Estado regulador é da União, segundo o sistema de partilha constitucional de atribuições, conforme disposto nos arts. 21 e 22 da CF. Por exemplo: é competência privativa da União legislar sobre: elaboração de planos regionais e nacionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social (art. 21, IX, CF); fiscalização de operações financeiras (art. 21, VIII, da CF), serviço postal (art. 21, X, CF); telecomunicações e radiodifusão e energia elétrica (art. 21, XI e XII, CF), comércio exterior e interestadual (art. 22, VIII, CF); organização do sistema nacional de empregos (art. 22, XVI, CF), etc. Nestas hipóteses fica clara a supremacia da União como representante do Estado Regulador. 
Os Estados e o Distrito Federal têm funções supletivas de regulação em algumas hipóteses de competência constitucional concorrente, do que são exemplos: a competência para legislação sobre direito econômico e financeiro (art. 24, I, CF), produção e consumo (art 24, V, CF) e proteção ao meio ambiente (art. 24, VI, CF), entre outras matérias.
Por fim, há competência comum para a elaboração de leis para proteção do meio ambiente (art. 23, VI, CF), fomento à produção agropecuária e abastecimento alimentar (art. 23, VIII, CF) e combate a causas de pobreza e promoção de integração social (art. 23, CX, CF). Nestes hipóteses todas as entidades federativas podem atuar como Estado Regulador. 
 Com relação à função interventiva do Estado regulador sobre a economia deve-se fazer alusão ao art. 173, §4º, da CF, que dispõe: “a lei reprimirá o abuso de poder econômico que vise à dominação dos mercados, á eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros”.
8.4.1.4. Repressão ao Abuso do Poder Econômico
8.4.1.4.1. Formas de abuso
Segundo o texto constitucional, o abuso do poder econômico se consuma de três formas: 
dominação dos mercados;
eliminação da concorrência;
aumento arbitrário dos lucros.
A dominação dos mercados decorre do desequilíbrio entre as forças oriundas do fornecimento e do consumo e da possibilidade de a empresa dominante impor condições que somente a ela favoreçam. A eliminação da concorrência tem próxima relação com a dominação dos mercados. A relação é de causa e efeito: a eliminação da concorrência deriva do domínio do mercado. Finalmente, também, o aumento arbitrário dos lucros guarda relação com as formas anteriores. Sempre que a empresa intenta dominar o mercado e eliminar o sistema de concorrência, seu objetivo é mesmo o de auferir lucros despropositados e arbitrários.
A Lei 8.884/94, por sua vez, detalha tais modalidades de abuso em seus arts. 20 e 21.
8.4.1.4.2. Trustes, Cartéis e Dumping
O domínio abusivo dos mercados no setor econômico se apresenta sob múltiplas espécies, dentre as quais se destacam os trustes, os cartéis e o dumping. 
Truste é a forma de abuso do poder econômico pela qual uma grande empresa domina o mercado e afasta seus concorrentes, ou os obriga a seguir a estratégia econômica que adota. É uma forma impositiva do grande sobre o pequeno empresário.
Cartel é a conjugação de interesses entre grandes empresas com o mesmo objetivo, ou seja, o de eliminar a concorrência e aumentar arbitrariamente seus lucros. Segundo Hely, “essas duas formas de abuso do poder econômico, através de uniões de empresas, podem assumir outras nuanças de grupismos, tais como as ‘ententes de igualização ou de preço’ (formas de cartéis), o ‘compotoir’ (cartel de venda), a ‘união de interesses’ (garantia de dividendos ou repartição de lucros), o ‘konzerne’ (base de racionalização técnica), o ‘consórcio’ (união financeira simples), o ‘stines’ (falso truste) e até mesmo a ‘holding’ (controle de sociedades menores por uma super-sociedade) e a ‘multinacional’, que exerce a ‘holding’ em caráter internacional”.
O dumping normalmente encerra abuso de caráter internacional. Uma empresa recebe subsídio oficial de seu país de modo a baratear excessivamente o custo do produto, eliminando, desta forma, a concorrência, que não tem condições de competir com essas condições.
8.4.1.4.3. Normas e meios repressivos
Existem vários diplomas legais que regulamentam a repressão do abuso do poder econômico:
Lei nº 8.884/94: dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, transforma o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE em autarquia e dá outras providências;
Lei nº 8.137/90: define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo.
Lei Delegada nº 4/62: dispõe sobre a intervenção no domínio econômico para assegurar a livre distribuição de produtos necessários ao consumo do povo.
Lei nº 8.078/90: dispõe sobre a proteção do consumidor
Lei nº 8.884/94 desempenha atualmente relevante papel no controle das atividades econômicas pelo Estado. Como já dito acima, o seu art. 20 enumera infrações gerais, que são basicamente quatro:
limitar, falsear ou de qualquer forma prejudicar a livre concorrência ou a livre iniciativa;
dominar mercado relevante de bens ou serviços;
aumentar arbitrariamente os lucros;
exercer de forma abusiva posição dominante.
A primeira consiste em limitar, falsear ou prejudicar, de qualquer forma, a livre concorrência e a livre iniciativa. Outra é a dominação de mercado relevante de bens e serviços; trata-se, todavia, de dominação abusiva, não se caracterizando como tal o fato de a empresa conquistar o mercado por ter-se revelado mais eficiente que seus competidores. Nesse caso, a conduta é absolutamente legítima (art. 20, § 1º).
O aumento arbitrário dos lucros também se tipifica como infração econômica, mas é importante que haja arbitrariedade na elevação dos lucros, de modo que não se poderá dizer a priori que só o fato do aumento da lucratividade se qualifique como arbitrário; para ser arbitrária a prática econômica, deve ser provadoque a empresa tem intenção de dominar o mercado e de impor preços de tal ordem que a parcela do lucro seja desproporcional à atuação da empresa no mercado. 
Por fim, é ainda infração econômica o exercício abusivo, pela empresa, de sua posição dominante, entendida esta como a hipótese em que a empresa ou grupo de empresas controla parcela substancial de mercado relevante, seja na qualidade de fornecedor, intermediário, adquirente ou financiador de produto ou serviço (art. 20, § 2º). Também nessa hipótese o que a lei condena é atuação abusiva, ou seja, aquela de que se vale a empresa dominante para tirar partido de sua posição dominante.
8.4.1.5. Controle de abastecimento
Outra forma interventiva do Estado na economia é o controle de abastecimento. Através dele, o Estado objetiva manter no mercado consumidor produtos e serviços suficientes para atender a demanda da coletividade. Tal tipo de intervenção é regulamentada pela Lei Delegada nº 4/62.
Em momentos de crise ecônomica é comum que empresas retenham produtos ou deixem de prestar serviços, praticando condutas que, muitas vezes, consubstanciam abuso do poder econômico. Nessas situações, o Estador Regulador poderá atuar mediante compra, armazenamento, distribuição e venda de produtos, ou mesmo mediante a fixação de preços ou a desapropriação por interesse social. 
A atividade do Estado no controle de abastecimento consubstancia exercício do poder de polícia administrativa, pelo Estado, por meio da qual são aplicadas medidas preventivas e repressivas.
8.4.1.6. Tabelamento de preços
Preços consubstanciam a expressão monetária dos valores relativos aos bens e serviços, que existem em determinado sistema econômico. Classificam-se em:
privados: aqueles que se originam das condições normais de mercado; e
públicos: fixados unilateralmente pelo Poder Público para os bens e serviços que ele ou seus delegados prestam à coletividade, cobrados por meio de tarifas.
Há quem também defenda a existência de preços semi-privados, que correspondem à ingerência do Poder Público no mercado. O preço, nestes casos, sofre diretamente a influência do mercado na fixação, o que lhe confere, para CARVALHO FILHO, natureza privada.
Só se pode falar de atuação interventiva do Estado, nas hipóteses de tabelamento, em relação aos preços privados. Assim, “o tabelamento é a fixação dos preços privados de bens e produtos pelo Estado quando a iniciativa privada se revela sem condições de mantê-los nas regulares condições de mercado” (CARVALHO FILHO). Alguns especialistas denominam-no congelamento. 
Tabelamento é a fixação dos preços privados de bens e produtos pelo Estado quando a iniciativa privada se revela sem condições de mantê-los nas regulares condições de mercado, sem a lei da oferta e da procura.
O congelamento é uma modalidade de tabelamento estendido no tempo.
O tabelamento de preços está previsto expressamente no art. 2o, II, da Lei Delegada n. 4/62, e retrata uma das formas de atuação interventiva do Estado no domínio econômico.
A competência para essa atuação é privativa da União ou de entidades a ela vinculadas, às quais tenha sido delegada essa atribuição. Estão fora, portanto, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Esse tipo de intervenção estatal, entretanto não pode desviar-se de sua finalidade, qual seja, a regularização do mercado em benefício da coletividade. É que as empresas também têm amparo constitucional para a exploração das atividades econômicas, postulado próprio da liberdade de iniciativa.
8.4.1.6.1. Jurisprudência:
“PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. FIXAÇÃO PELO PODER EXECUTIVO DOS PREÇOS DOS PRODUTOS DERIVADOS DA CANA-DE-AÇÚCAR. (...) 8. A Carta Magna de 1988 recepciona a intervenção estatal na economia como instrumento de regulação dos setores econômicos. Contudo, essa intervenção deve ser exercida com respeito aos princípios e fundamentos da ordem econômica, cuja previsão se encontra no art. 170 da Constituição Federal, de modo a não malferir o princípio da livre iniciativa, um dos pilares da república (art. 1º da CF/1988). (...) Pela intervenção o Estado, com o fito de assegurar a todos uma existência digna, de acordo com os ditames da justiça social (art. 170 da CF), pode restringir, condicionar ou mesmo suprimir a iniciativa privada em certa área da atividade econômica. Não obstante, os atos e medidas que consubstanciam a intervenção hão de respeitar os princípios constitucionais que a conformam com o Estado Democrático de Direito, consignado expressamente em nossa Lei Maior, como é o princípio da livre iniciativa. (...) Presente o nexo de causalidade entre a ação estatal, de fixar os preços dos produtos comercializados pelo setor sucro-alcooleiro em níveis abaixo do custo de produção, e o prejuízo angariado pela recorrida, fixa-se a responsabilidade objetiva do Estado de indenizar. 12. Ademais, impor ao empresário a venda com prejuízo configura confisco, constituí privação de propriedade sem o devido processo legal (art. 5º, LIV). E mais: é da essência do sistema capitalista a obtenção do lucro. (STJ, RESP 744.077/DF, 1a Turma, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 10/10/2006 DJ DATA:09/11/2006 PÁGINA:256)
8.4.2. Estado executor
Paralelamente à sua atuação como regulador, em que o Estado atua editando normas, interferindo na iniciativa privada, regulando preços, controlando o abastecimento e reprimindo o abuso do poder econômico, o Estado também pode atuar como executor, mediante o exercício direto da atividade econômica. 
Essa atividade se dá em caráter excepcional, pois deve prevalecer o princípio da liberdade de iniciativa, concedido pelo art. 170, parágrafo único da CF, aos particulares em geral.
8.4.2.1. Formas de atuação 
8.4.2.1.1. Exploração direta
Exploração direta configura a atuação do próprio Estado na exploração da atividade econômica por meio de seus órgãos internos, cuja disciplina está prevista no art. 173, caput, da CF, verbis: “Ressalvados os casos previstos nesta constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessário aos imperativos de segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.” É importante, aqui, ressaltar que a atuação do Estado, na exploração da atividade econômica, somente pode se dar em benefício ao interesse público. 
8.4.2.1.2. Exploração indireta
E exploração indireta do Estado no domínio econômico, prevista no art. 173, § 1o, da CF, consiste na sua atuação por meio das entidades paraestatais, vale dizer: sociedades de economia mista, empresas públicas e suas subsidiárias. Tais entidades têm sua criação autorizada por lei, que também fixa seus objetivos (art. 37, IV, CF).
Vale relembrar que o regime jurídico dessas entidades é o próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações comerciais, civis, trabalhistas e tributárias. Há, porém, algumas peculiaridades que devem ser observadas:
contratação por concurso público (art. 37, II, CF);
prestação de contas ministerial, ao Tribunal de Contas e à própria administração;
obrigatoriedade de licitação.
CARVALHO FILHO observa que, por força das peculiaridades supra referidas, o regime jurídico das entidades paraestatais é híbrido. Assim, mesmo com a promulgação da Lei que regulará o estatuto dessas entidades (art. 173, §1o), “o regime continuará híbrido, porque, por mais que possam se aproximar das pessoas da iniciativa privada, nunca deixarão de ser entidades que, afinal de contas, foram criadas pelo Estado, e, se assim é, terão de se sujeitar à incidência de normas de direito público”.
Também é relevante notar que, não obstante a CF promova uma aproximação entre as entidades paraestatais que exercem atividade econômica e as empresas privadas, tais entidades devem sempre perseguir o interesse público, fim último da atuação interventiva do Estado. 
8.4.3. Monopólio estatal 
Monopólio significa a exploração exclusiva de um negócio em decorrência da concessãode um privilégio. Na ordem constitucional vigente é expressamente proibido monopólio privado, uma vez que fere os princípios da ordem econômica, notadamente da livre concorrência. 
Por monopólio estatal entende-se a exclusiva atuação do Estado ou de agentes delegados expressamente autorizados em determinado setor econômico, com caráter protetivo e não-lucrativo, visando a proteção de interesse público. Nesse conceito fica nítida a diferença entre monopólio estatal e monopólio privado. Neste, busca-se o lucro. Naquele, o interesse público. 
A exploração direta, pelo Estado, de atividade econômica em regime de monopólio, é obrigatória nas hipóteses em que necessária à preservação da segurança nacional (art. 173, caput, da CF). 
8.4.3.1. Monopólio e privilégio
Monopólio é o fato econômico que retrata a reserva, ao uma pessoa específica, da exploração da atividade econômica. Nem sempre, no entanto, o titular do monopólio é aquele que explora a atividade. Privilégio é a delegação do direito de explorar a atividade econômica a outra pessoa. Assim, só quem tem o monopólio tem idoneidade para conceder privilégio. 
8.4.3.2. Atividades monopolizadas
Há duas modalidades de monopólio estatal: monopólio expresso (art. 177, CF) e monopólio implícito (art. 21, CF). 
As hipóteses de monopólio expresso dividem-se em duas atividades: as relativas a petróleo (pesquisa, lavra, refinação e transporte) e as relativas a minérios e minerais nucleares (pesquisa, lavra, enriquecimento, industrialização e comércio). 
A EC 9/95 introduziu alterações importantes no monopólio das atividades petrolíferas. Antes era vedada a concessão de qualquer tipo de participação na exploração de jazidas. Hoje, a União poderá contratar empresas estatais ou privadas para atuar nas hipóteses dos incisos I a IV do art. 177, CF. Há, aqui, portanto, a manutenção do monopólio, porém, com a possibilidade de concessão de privilégio. 
A EC 49/06 também atenuou o monopólio quanto a minérios e minerais nucleares, passando a admitir a produção, comercialização e utilização de radioisótopos sob o regime de permissão (art. 21, XXIII, alíneas “b” e “c”, CF).
As atividades implicitamente monopolizadas, que podem ser exercidas diretamente pelo Estado ou por terceiro mediante delegação, encontram-se previstas no art. 21, CF, destacando-se: 
emissão de moedas (art. 21, IV, CF);
serviço postal (art. 21, X, CF);
telecomunicações (art. 21, XI, CF);
radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 21, XII, a, CF);
serviço de energia elétrica e aproveitamento dos cursos d’água (art. 21, XII, b, CF);
navegação aérea, aeroespacial, e a infra-estrutura aeroportuária (art. 21, XII, c, CF);
serviço de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território (art. 21, XII, d, CF);
serviço de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros (art. 21, XII, e, CF);
serviços de portos marítimos, fluviais e lacustres (art. 21, XII, f, CF).
8.5. Súmula do STF
Súmula 646/STF: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área”. 
=> DIREITO SANITÁRIO: Pacto pela Saúde e suas diversas implicações
O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema Único de Saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão. Sua implementação se dá por meio da adesão de municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação.
As transferências dos recursos também foram modificadas, passando a ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimentos em Saúde). 
O Pacto se divide em três grandes áreas:
a) Pacto pela Vida
b) Pacto em Defesa do SUS
c) Pacto de Gestão do SUS
O Pacto pela Vida, tem como foco central o estabelecimento de um conjunto de prioridades sanitárias a serem assumidas pelos gestores das três esferas. As prioridades são apresentadas em forma de metas nacionais, estaduais, regionais e municipais. Elas se originam a partir da realidade específica de cada gestão.
O Pacto em Defesa do SUS tem como objetivo discutir o sistema a partir dos seus princípios fundamentais. Pode-se dizer que se trata de repolitizar o debate em torno do SUS para reafirmar seu significado e sua importância para a cidadania brasileira. Ele é parte do processo democrático do país e tem como primeira finalidade a promoção e efetivação do direito à saúde.
O Pacto de Gestão do SUS é a terceira dimensão do Pacto pela Saúde. Suas diretrizes dizem respeito à Regionalização, ao Financiamento, ao Planejamento, à Programação Pactuada e Integrada da Atenção à Saúde (PPI), à Regulação da Atenção à Saúde e da Assistência, à Participação e Controle Social, à Gestão do Trabalho e à Educação na Saúde.
O Pacto se constitui a partir de uma unidade de princípios que buscam:
• respeitar as diferenças locais e regionais;
• reforçar a organização das regiões sanitárias (regionalização) instituindo mecanismos (colegiados) de cogestão e planejamento regional;
• qualificar o acesso ao direito humano à saúde;
• redefinir instrumentos de regulação, programação e avaliação;
• valorizar a cooperação técnica entre os gestores;
• unificar os diversos pactos existentes;
• estimular o financiamento tripartite com critérios de equidade nas transferências fundo a fundo e fortalecer o controle social.
(Trechos retirados da cartilha governamental: Pacto pela Saúde: possibilidade ou realidade? Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacto_pela_saude_possibilidade_realidade.pdf)
Com o Pacto pela Saúde, os estados e municípios poderão receber os recursos federais por meio de cinco blocos de financiamento: 1 – Atenção Básica; 2 – Atenção de Média e Alta Complexidade; 3 – Vigilância em Saúde; 4 – Assistência Farmacêutica; e 5 – Gestão do SUS. 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Descrição do ponto 10: Administração Pública. Estruturas básicas da administração pública. Conselho da república. Conselho de Defesa Nacional. Conselho de Comunicação social. Conselho Nacional de Justiça. Órgãos superiores Estaduais e Municipais. Regiões. Microrregiões. Organismos regionais. Regionalização orçamentária. Regiões metropolitanas. Defesa do Estado e das Instituições democráticas. Poder legislativo. Congresso nacional. Câmara dos Deputados e Câmara Distrital. Do Senado Federal. Atribuições da Câmara Federal e do Senado Federal. 
1. Administração pública. Estruturas básicas da administração pública.
Noção de administração. “Administração pública é o conjunto de meios institucionais, materiais, financeiros e humanos preordenados à execução das decisões políticas”. 
Organização da administração. Com uma organização complexa, a Administração se divide em: federal, estadual e municipal (ou local). A administração ainda pode ser centralizada ou direta (como o conjunto de órgãos subordinados ao Executivo de cada ente da federação), descentralizada ou indireta (entidades personalizadas, mas ligadas ao Executivo, nas quais se incluem as autarquias�, empresas públicas e sociedades de economia mista�, mas “não as funções instituídas pelo Poder Público, pois [a CF] sempre menciona estas especificadamente quando usa a expressão administração indireta” – JAS, Curso, p. 656) e fundacional.
2. Conselhos. 
Conceito. “Conselhos são organismos públicos destinados ao assessoramento de alto nível e de orientação e até de deliberação emdeterminado campo de atuação governamental”.
Observação geral. Constatam-se na Administração Pública inúmeros conselhos, como o de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselho Monetário Nacional, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), etc. JAS, em seu Curso, só trata dos 3 conselhos retratados na CF. Eles são objeto específico do edital.
2.1. Conselho da república.
Função. É órgão superior de consulta do presidente da república (art. 89, caput, CF) com competência para pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa, estado de sítio e outras questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas (art. 90, CF). 
Composição. Compõem o Conselho: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados [salvo engano esses não precisam ser brasileiros natos]; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução”. O art. 3o, da Lei 8.041, de 05/06/1990, esclarece que o Conselho da República é presidido pelo Presidente da República. De qualquer forma, “o Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo Ministério” (art. 90, §1o, CF). Esse Ministro não terá direito a voto. Os 6 brasileiros natos nomeados para o Conselho da República terão suplentes, com eles juntamente nomeados ou eleitos. O tempo de mandato será contado a partir da data da posse dos Conselheiro. A participação no Conselho da República é considerada atividade relevante e não remunerada.
Reuniões. O Conselho da República reunir-se-á por convocação do Presidente da República. As reuniões do Conselho da República serão realizadas com o comparecimento da maioria dos Conselheiros.
Requisição de documentos. O Conselho da República poderá requisitar de órgãos e entidades públicas as informações e estudos que se fizerem necessários ao exercício de suas atribuições.
Regulamentação. A lei 8.041, de 05/06/1990, foi editada para regular a atividade do Conselho da República. O art. 4o da referida lei esclareceu que “incumbe à Secretaria-Geral da Presidência da República prestar apoio administrativo ao Conselho da República, cabendo ao Secretário-Geral da Presidência da República secretariar-lhe as atividades” 
2.2. Conselho de defesa nacional.
Função. O art. 91, CF, indica que “o Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático”. Note que aqui o texto da CF não fala em órgão superior, mas JAS considera que a omissão é irrelevante para caracterizar este órgão como superior (p. 661). Mais especificamente, compete ao Conselho de Defesa Nacional: I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz; II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal [note que nessas hipóteses há duplicidade de consultas, pois o PR ouve o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional]; III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo�; IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. De qualquer forma, as manifestações do Conselho de Defesa Nacional serão fundamentadas no estudo e no acompanhamento dos assuntos de interesse da independência nacional e da defesa do estado democrático, em especial os que se refere: I - à segurança da fronteira terrestre, do mar territorial, do espaço aéreo e de outras áreas indispensáveis à defesa do território nacional; II - quanto à ocupação e à integração das áreas de faixa de fronteira; III - quanto à exploração dos recursos naturais de qualquer tipo e ao controle dos materiais de atividades consideradas do interesse da defesa nacional.
Composição. Do Conselho de Defesa Nacional participam como membros natos: I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - o Ministro da Justiça; V - o Ministro de Estado da Defesa; VI - o Ministro das Relações Exteriores; VII - o Ministro do Planejamento. VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O Conselho de Defesa é presidido pelo Presidente da República (art. 2o, lei 8.183, de 11.04.1991). O Presidente da República poderá designar membros eventuais para as reuniões do Conselho de Defesa Nacional, conforme a matéria a ser apreciada. A participação, efetiva ou eventual, no Conselho de Defesa Nacional, constitui serviço público relevante e seus membros não poderão receber remuneração sob qualquer título ou pretexto.
Estrutura. O Conselho de Defesa Nacional terá uma Secretaria-Executiva para execução das atividades permanentes necessárias ao exercício de sua competência constitucional. Ademais, o Conselho de Defesa Nacional poderá contar com órgãos complementares necessários ao desempenho de sua competência constitucional. Os órgãos e as entidades de Administração Federal realizarão estudos, emitirão pareceres e prestarão toda a colaboração de que o Conselho de Defesa Nacional necessitar, mediante solicitação de sua Secretaria-Executiva.
Reuniões. O Conselho de Defesa Nacional reunir-se-á por convocação do Presidente da República, mas este poderá ouvir o Conselho de Defesa Nacional mediante consulta feita separadamente a cada um dos seus membros, quando a matéria não justificar a sua convocação.
Regulamentação. A lei 8.183, de 11.04.1991, regulou o Conselho de Defesa Nacional. 
2.3. Conselho de comunicação social.
Previsão Constitucional. Ao encerrar o capítulo que dedica à comunicação social, a CF, em seu art. 224, estabeleceu, laconicamente, que o Congresso Nacional “instituirá, como seu órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei”. Assim, esse Conselho não é propriamente auxiliar do Presidente da República, mas do Congresso Nacional. De qualquer forma, esse órgão pode ser visto como um instrumento de democracia participativa, por meio do qual a população pode influenciar a elaboração das leis.
Função. A Lei 8.389, de 30.12.1991, regulamentou o tema, instituindo “o Conselho de Comunicação Social, como órgão auxiliar do Congresso Nacional, na forma do art. 224 da Constituição Federal” (art. 1o). “O Conselho de Comunicação Social terá como atribuição a realização de estudos, pareceres, recomendações e outras solicitações que lhe forem encaminhadas pelo Congresso Nacional a respeito do Título VIII, Capítulo V, da Constituição Federal, em especial sobre:
a) liberdade de manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação;
b) propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias nos meios de comunicação social;
c) diversões e espetáculos públicos;
d) produção e programação das emissoras de rádio e televisão;
e) monopólio ou oligopólio dos meios de comunicação social;
f) finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas da programação das emissoras de rádio e televisão;
g) promoção da cultura nacional e regional, e estímulo à produção independente e à regionalização da produção cultural, artística e jornalística;
h) complementariedade dos sistemas privado, público e estatal de radiodifusão;
i) defesa da pessoa e da família de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto na ConstituiçãoFederal;
j) propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
l) outorga e renovação de concessão, permissão e autorização de serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
m) legislação complementar quanto aos dispositivos constitucionais que se referem à comunicação social” (art. 2o).
Composição.
 “O Conselho de Comunicação Social compõe-se de:
I - um representante das empresas de rádio;
II - um representante das empresas de televisão;
III - um representante de empresas da imprensa escrita;
IV - um engenheiro com notórios conhecimentos na área de comunicação social;
V - um representante da categoria profissional dos jornalistas;
VI - um representante da categoria profissional dos radialistas;
VII - um representante da categoria profissional dos artistas;
VIII - um representante das categorias profissionais de cinema e vídeo;
IX - cinco membros representantes da sociedade civil” (art. 4o).
 Cada membro do conselho terá um suplente exclusivo. Os membros do conselho e seus respectivos suplentes serão eleitos em sessão conjunta do Congresso Nacional, podendo as entidades representativas dos setores mencionados nos incisos I a IX deste artigo sugerir nomes à mesa do Congresso Nacional.
 Os membros do conselho deverão ser brasileiros, maiores de idade e de reputação ilibada.
 A duração do mandato dos membros do conselho será de dois anos, permitida uma recondução. Os membros do conselho terão estabilidade no emprego durante o período de seus mandatos.
 O presidente e vice-presidente serão eleitos pelo conselho dentre os cinco membros mencionados no item IX acima.
 O presidente será substituído, em seus impedimentos, pelo vice-presidente.

Reuniões. O conselho, presente a maioria absoluta dos seus membros, reunir-se-á, ordinariamente, na periodicidade prevista em seu regimento interno, na sede do Congresso Nacional.
 A convocação extraordinária do conselho far-se-á:
I - pelo Presidente do Senado Federal; ou
II - pelo seu Presidente, ex officio, ou a requerimento de cinco de seus membros.

Custeio. As despesas com a instalação e funcionamento do Conselho de Comunicação Social correrão à conta do orçamento do Senado Federal.

3. Órgãos superiores Estaduais e Municipais. 
Secretários de Estado. Como os Estados, o DF e os Municípios são dotados de autonomia, podem organizar seus órgãos superiores como quiserem, criando Secretarias ou Departamentos. Nos Estados, o Governador exerce o Poder Executivo auxiliado por Secretários de Estado, que têm no âmbito estadual�, posição semelhante a que os Ministros têm na esfera Federal.
Condições de investidura. No DF, “os Secretários de Estado serão escolhidos entre brasileiros maiores de vinte e um anos, no exercício dos direitos políticos” (Art. 105, LODF)
Atribuições. Compete aos Secretários de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Lei Orgânica e nas demais leis: I – exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração do Distrito Federal, na área de sua competência; II – referendar os decretos e os atos assinados pelo Governador, referentes à área de sua competência; III – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; IV – apresentar ao Governador relatório anual de sua gestão; V – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Governador do Distrito Federal; VI – comparecer à Câmara Legislativa ou a suas comissões, nos casos e para os fins indicados nesta Lei Orgânica; VII – delegar a seus subordinados, por ato expresso, atribuições previstas na legislação.
Comparecimento à Câmara Legislativa. Os Secretários de Estado poderão comparecer à Câmara Legislativa do Distrito Federal ou a qualquer de suas comissões, por sua iniciativa ou por convocação, para expor assunto relevante de sua secretaria (Art. 106, LODF).
Foro. “Os Secretários de Estado serão, nos crimes comuns e nos de responsabilidade, processados e julgados pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ressalvada a competência dos órgãos judiciários federais” (
Art. 107, LODF).
Crimes de responsabilidade. São crimes de responsabilidade dos Secretários de Estado os referidos nos arts. 60, XII, e 101�, LODF, bem como os demais previstos em lei, incluída a recusa ou o não comparecimento à Câmara Legislativa ou a qualquer de suas comissões quando convocados, além da não prestação de informações no prazo de trinta dias ou o fornecimento de informações falsas. O acolhimento da denúncia pela prática de crime de responsabilidade acarreta o afastamento do Secretário de Estado do Distrito Federal do exercício de suas funções.
4. Regiões. 
A CF trata de dois tipos de regiões: regiões de desenvolvimento e as regiões metropolitanas. 
Organismos regionais. As Regiões de Desenvolvimento. São também chamadas regiões administrativas. O art. 43, CF, estabelece que “para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais”. Trata-se de formas especiais de organização administrativa do território, destituídas de competência legislativa. “Lei complementar disporá sobre: I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento; II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes”. “Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei: I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas”. Nestas regiões sujeitas a secas periódicas, “a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação”. Entre essas regiões administrativas ou de desenvolvimento, encontram-se a SUDENE, SUFRAMA e SUDAM, entidades de natureza autárquica especial e vinculadas ao Ministério da Integração Nacional.
Regiões Metropolitanas. Os Estados podem, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas ou microrregiões, constituídas de agrupamento de municípios limítrofes, para integrar a organização, planejamento e execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, §3o, CF). As regiões metropolitanas têm uma certa continuidade urbana, estando ligadas a um município-mãe�. As aglomerações são marcadas pela densidade populacional e continuidade urbana, mas não têm um pólo definido e nem município sede. As microrregiões não têm continuidade urbana, embora tenham um município sede. Nas três hipóteses há de haver lei complementar, conjunto de municípios limítrofes e uma finalidade comum (solução de problemas comuns). Não custa lembrar que tais órgãos não tem personalidade própria.
Regionalização orçamentária. “A organização das regiões federais administrativas se torna necessária para que se possa dar efetividade à regra constante do art. 165, §1o, segundo o qual a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada” (JAS, Curso, p. 665).
5. Conselho Nacional de Justiça.
Contexto histórico. A criação de um órgão de controle administrativo do Judiciário se insere em um contexto em que se procura “repensar o modo de atuação de todas as nossas instituições republicanas, modernizando-as,

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