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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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PONTO 13 – NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
- Fontes do Direito objetivo. Princípios gerais de Direito. Jurisprudência. Súmula Vinculante.
- Código de Ética da Magistratura.
Direito objetivo: É o direito posto, como algo que é produzido pela sociedade, fruto de determinada cultura. Nada mais é do que o ordenamento jurídico. Trata-se do conjunto de normas jurídicas que possui vigência e eficácia na universalidade de um território. É o que chamamos de ordenamento jurídico. Miguel Reale acrescenta informação importante: não podemos confundir o ordenamento jurídico com um mero conjunto de Leis. O ordenamento jurídico é muito mais e se refere a princípios implícitos, jurisprudência, posições doutrinárias. Ou seja, o ordenamento jurídico é tudo aquilo que contribui para a formação do direito objetivo. Daí vem a noção de fontes do direito. A legislação é uma das fontes do direito, ao lado da jurisprudência, etc
Fontes do Direito = é a origem, gênese do Direito. Dividem-se em fontes materiais e fontes formais. 
Fonte material: é a realidade social, a relação estabelecida entre os indivíduos, cabendo ao Direito regulamentar essas relações, por meio das normas jurídicas. 
Também são fontes materiais o Direito: (i) o Estado, que deve legislar impulsionado pela vida social com seus valores e fatores sociais; (ii) grupos sociais, que surgem a partir de seus anseios, como, por exemplo, uma norma criada internamente em um clube.
Fontes formais: É o meio pelo qual a realidade social é tornada discurso jurídico. A doutrina, com alguma divergência, classifica as fontes formais em imediatas (ou primárias, a exemplo da lei e dos costumes) ou mediatas (ou secundárias, a exemplo da jurisprudência e da doutrina). 
Lei: norma escrita constitutiva de direito, que, principalmente a partir do Estado Moderno, tornou-se primordial fonte do direito, obrigando a todos os cidadãos que se encontram vinculados a determinado Estado de Direito. Lei, em sentido estrito, é a norma criada pelo Poder Legislativo. Este é o órgão estatal que efetivamente representa os anseios dos cidadãos os quais, modernamente, exercem a participação nos rumos da sociedade por meio de sufrágio universal. 
Elemento material da lei: (a) geral – obriga a todos os jurisdicionados, indistintamente; (b) abstrato - porque prevê casos em tese que abarcam variadas situações da vida social; (c) permanente – porque, uma vez validamente inserida no ordenamento jurídico, tem vocação de perdurar no tempo, observadas as regras de vigência e revogação da norma jurídica.
Elemento formal da lei: a lei, para que passe a integrar o ordenamento jurídico, deve obedecer a determinadas formalidades: iniciativa, debates, aprovação, sanção ou veto, promulgação e publicação.
Elemento instrumental da lei: a lei deve ser escrita para que seja de conhecimento de todos.
Costumes: constituem as práticas e os usos reiterados, com conteúdo lícito e reconhecido pela lei. Podem ser secundum legem, praeter legem (na falta da lei) e contra legem. A doutrina majoritária veda o reconhecimento do costume contra legem.
 Aplicação do costume como fonte do direito: (a) no direito comercial: a própria lei aponta os costumes como fonte do direito. Exemplo: “usos e costumes da praça de São Paulo” editado pela JUCESP; (b) direito civil: no art. 569, II, do CC/2002, há disposição que prescreve que o locatário é obrigado a pagar pontualmente o aluguel nos prazos ajustados, e, em falta de ajuste, segundo o costume do lugar. (c) no direito penal: em virtude da estrita legalidade, não é possível capitular conduta como criminosa em virtude de costume; (d) no direito tributário: os tributos só podem ser criados através de lei, e o fato do não pagamento do tributo ser reiterado socialmente não tem força de torná-lo inexigível.
Princípios gerais de Direito: são regramentos básicos aplicáveis a um determinado instituto jurídico. Os princípios são abstraídos das normas, dos costumes, da doutrina, da jurisprudência e de aspectos políticos, econômicos e sociais. A própria LICC traz em seu art. 5º. o princípio da socialidade, pelo qual, na aplicação da norma, o juiz deve procurar o seu fim social e o bem comum. Os princípios assumem papel relevante com a promulgação do Código Civil de 2002, devendo ser reconhecida a aplicação imediata dos princípios constitucionais que protege a pessoa. Dica para aprofundar: Flavio Tartuce trabalha bem os princípios gerais do direito, no livro I de seu curso.
Jurisprudência: tradução literal do latim: prudência da justiça. É o conjunto de decisões reiteradas de um Tribunal, tratando de determinado tem. É da análise dos casos em concreto e de decisões do mesmo sentido que surgirá a jurisprudência. Em nosso sistema, apenas as decisões reiteradas dos tribunais podem ser consideradas como fonte de direito. Ao contrário da lei, a observância de jurisprudência não é obrigatória. No entanto, nos últimos tempos, o próprio ordenamento jurídico vem conferindo força de lei a determinadas súmulas de Tribunais Superiores. Exemplo: art. 518, §1º: o juiz não conhecerá de recurso de apelação quando a decisão estiver de acordo com súmula do STF ou do STJ.
DIREITO CONSTITUCIONAL
A CONSTITUIÇÃO DE 1988 - CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS - DIREITO DE PROPRIEDADE - REGIME JURÍDICO DA PROPRIEDADE PRIVADA - PROPRIEDADES ESPECIAIS - LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE - FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE - DIREITO SOCIAL RELATIVO AOS TRABALHADORES - DIREITO DOS TRABALHADORES - DIREITOS COLETIVOS DOS TRABALHAADORES - FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA - O FUNCIONAMENTO DO PODER JUDICIÁRIO - O ADVOGADO NA CONSTITUIÇÃO - O MINISTÉRIO PÚBLICO. A ADVOCACIA PÚBLICA.
1. A Constituição de 1988.
Em 1985, o então Presidente José Sarney enviou proposta de emenda constitucional ao Congresso Nacional convocando a Assembléia Nacional Constituinte.
No dia 27.11.1985 foi promulgada a EC n. 26, convocando os membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para se reunirem em Assembléia Nacional Constituinte, livre e soberana, no dia 01.02.1987 e que seria instalada sob a presidência do Presidente do Supremo Tribunal Federal. Estabeleceu que seria promulgada depois da aprovação de seu texto, em dois turnos de discussão e votação, pela maioria absoluta dos membros da Assembléia Nacional Constituinte.
		Estrutura da Constituição:
		Compreende 09 títulos que cuidam:
Direitos fundamentais;
Direitos e garantias fundamentais, segundo uma perspectiva moderna e abrangente dos direitos individuais e coletivos, dos direitos sociais dos trabalhadores, da nacionalidade, dos direitos políticos e dos partidos políticos;
Da organização do Estado, em que estrutura a federação com seus componentes;
Da organização dos poderes: Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário, com a manutenção do sistema presidencialista, derrotado o parlamentarismo, seguindo um capítulo sobre as funções essenciais à Justiça, com ministério público, advocacia pública (da União e dos Estados), advocacia privada e defensoria pública;
Da defesa do Estado e das instituições democráticas, com mecanismos do estado de defesa, do estado de sítio e da segurança pública;
Da tributação e do orçamento;
Da ordem econômica e financeira;
Da ordem social
Das disposições gerais.
Ao final tem-se o ADCT – ato das disposições constitucionais transitórias.
É a constituição cidadã, entitulada por Ulysses Guimarães, em razão da ampla participação popular em sua elaboração.
A constituição é formal, escrita, dogmática, popular ou democrática e rígida.
2. Controle de constitucionalidade das leis.
2.1 – ORIGEM: nasce na perspectiva de preservar a supremacia constitucional. Só tem aplicação nos Estados de Constituição rígida.
Não há controle de constitucionalidade em modelo de Estado de constituição flexível, que pode ser alterada da mesma forma que se altera Leis ordinária, não havendo hierarquia, podendo norma ordinária revogara CF.
2.2 – CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA: há presunção de constitucionalidade das normas de natureza “júris tantum”. Afastada esta presunção, estamos diante de vício da norma em face da constituição.
2.3 – VÍCIOS: 
Podem ser vícios formais, materiais, aqueles são de procedimento do processo legislativo, o conteúdo pode até ser constitucional, mas pode estar contaminado por algum vício de elaboração.
- VÍCIOS FORMAIS SÃO:
A) Orgânicos: advém da violação de regra de competência legislativa. Ex.: Lei estadual sobre comércio, pois é regra de interesse municipal.
B) Propriamente ditos: são os vícios relacionados ao processo legislativo e subdividem em:
 1) subjetivos: fase da iniciativa do processo legislativo; 
 2) objetivos: ocorrem dentro do processo legislativo, após a fase da iniciativa;
C) Vícios referentes aos pressupostos objetivos do ato: é citado por Pedro Lenza referindo à obra de Canotilho: em determinados momentos a nossa CF exige cumprimento prévio de alguns pressupostos:
	Ex.1: art. 18, §§3º e 4º, CF; Art. 62 da CF.
§ 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei
	- sua inobservância acarreta a inconstitucionalidade monodinâmica – são vícios materiais, de substância, da própria essência da norma. A matéria colide com as regras constitucionais.
	Ex.2: projeto de lei para pena de morte; exigência de altura mínima para advogado do Corpo de bombeiros;
	- neste caso, a inobservância acarreta inconstitucionalidade nomoestática.
3. SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO DIREITO COMPARADO
3.1 – Sistema Político – o controle é feito por órgão político – França (Conselho Constitucional de composição mista);
3.2 – Sistema Judicial ou jurisdicional – é o Poder Judiciário quem promove o controle – Brasil, Portugal, Espanha, EUA e ALEMANHA;
Ainda que tenhamos controle por órgãos constitucionais políticos, são exceções.
3.3 – Sistema Misto ou híbrido – parte das normas sofrem controle político e outra parte sofre controle judicial – Suíça.
	Esse controle judicial é feito de forma repressiva, pressupondo a lei em vigor.
4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE NO BRASIL
No Brasil o controle é judicial repressivo. A doutrina aponta duas exceções:
A - Controle político repressivo que são 02:
A1) Art. 49, inciso V da CF – ocorre quando o CN analisa a urgência e relevância da MP que já está em vigor – sendo político repressivo. OBS.: A doutrina moderna diz que não é controle constitucional, mas controle de mera legalidade, especialmente sobre o decreto regulamentar.
A2) Quando susta excesso da lei delegada: O CN faz através de decreto legislativo. É controle político repressivo.
4.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS CONTROLES CONSTITUCIONAIS
	1) Preventivo – é o exercido na fase do processo legislativo, perante o judiciário;
	2) Repressivo – é o controle feito após a entrada da lei em vigor.
OBS.: controle no período “vacatio legis” – a questão não é pacífica, mas prevalece entendimento de que é cabível, estando classificado como controle repressivo.
STF – A jurisprudência do STF exige que tenha havido, para fins de cabimento de ADI, pelo menos, a promulgação da lei (ADI 466 e 3367).
CONTROLE PREVENTIVO
– Pelo Executivo: Art. 66, §1º da CF – veto do Presidente da República em duas razões:
- Jurídico: o projeto tem vício de inconstitucionalidade;
- Político: o projeto não tem interesse público que justifique a aprovação naquele momento – é a ausência de interesse público – não serve como sistema;
1.2 – Pelo Legislativo: Art. 58 e SS da CF – é o controle realizado pela Comissão de Constituição e Justiça;
1.3 – Pelo Judiciário – caso do MS – o Parlamentar o impetra perante o STF – o Parlamentar é detentor de direito líquido e certo de participar de processo legislativo constitucional. É jurisdicional preventivo. 
Este MS implica 04 discussões:
1.3.1 – Legitimação: é exclusiva do parlamentar. 
- STF – é exclusiva do parlamentar, justificando que o controle preventivo jurisdicional é excepcionalíssimo. Somente o parlamentar que está participando do processo legislativo teria essa legitimação.
1.3.2 – Fundamento único – direito líquido e certo de participar do devido processo legislativo. 
- STF – não cabe para descumprimento de Regimento interno por ser regra interna corporis, questão política. Exceção: quando norma regimental invocada como violada pelo parlamentar for simples repetição de norma constitucional de processo legislativo. Aqui estará em jogo a própria integridade da CF.
1.3.3 – INF 479 – MS 26712 – Quando o STF indefere a liminar e antes que julgue o mérito do MS, o PL é transformado em lei, o que acontece? O MS não poderá prosseguir por perda do objeto, enfeixando os seguintes fundamentos:
		- Não cabe MS contra lei em tese;
		- Se pudesse prosseguir para atacar a lei, estaria sendo utilizado como sucedâneo de ADI – há perda do objeto.
1.3.4 – Ao acolher o MS, o STF estará reconhecendo vício no PL em tramitação, mas não pronuncia a inconstitucionalidade do PL porque não há ato normativo pronto e acabado que possa declarado inconstitucional. Vai impedir o prosseguimento do projeto de lei ou exigir que passe a observar o devido processo legislativo, sob pena de ser declarada a inconstitucionalidade futura em ADI.
5. CRITÉRIOS, VIAS E METÓDOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE:
- Critérios – são modos de exercer o controle;
- vias – são os instrumentos.
O Brasil adotou:
5.1 – CONTROLE CONCENTRADO OU RESERVADO – CF 1946 por meio da EC 16/65;
É exercido por um único órgão do Poder Judicial. Tem a via abstrata de ação, direta e principal (principaliter) nos instrumentos: ADI, ADC, ADPF, ADIO, ADI INTERVENTIVA.
5.2 – CONTROLE DIFUSO OU ABERTO (in casu) – este surgiu na CF de 1891.
É o controle que permite a todos os órgãos do Poder Judiciário. Configura a via concreta, defesa ou exceção, incidental ou incidenter tantum. As ações podem ser todas as ações judiciais com exceção da ADI, ADC, ADPF, ADIO e ADI INTERVENTIVA.
Obs.: A diferença entre as duas vias está na característica do controle concentrado ser abstrato, sem lide, sem litígio e sem pretensões resistidas – o que se tem é a via abstrata de controle abstrato – encerra processo objetivo de fiscalização abstrata da constituição – tem por objetivo a declaração de inconstitucionalidade da lei em tese. O pedido principal já é a declaração inconstitucional. Enquanto no controle difuso tem-se: - caso concreto; - situações jurídicas individuais; - pretensões resistidas; - O juiz tem que julgar não a declaração de inconstitucionalidade, mas o bem jurídico pretendido pelo autor, mas primeiro tem que declarar a inconstitucionalidade da lei que é secundária, prejudicial ao pedido principal. A declaração de inconstitucionalidade é a causa de pedir, é o fundamento da causa principal.
EXCEÇÃO: casos de controle concentrado por via concreta – são 03 situações:
	- HC, HD, MS da competência originária do STF – art. 102 da CF.
	Nestes casos, há pedido incidental da inconstitucionalidade de uma lei que o STF julga por via concreta.
	- Ação Penal de competência originária do STF – este pode declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de uma lei.
 - CONTROLE DIFUSO
1. LEGITIMAÇÃO: - qualquer parte; 
 - terceiros intervenientes;- MP (parte/fiscal da lei);
 - Juiz de ofício.
2. COMPETÊNCIA: - qualquer juiz;
		 - tribunais;
		 - inclusive STF e TCU – súmula 347 STF (O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público) – por simetria os TCes também podem na esfera estadual.
Obs.: 1 – quanto aos tribunais, a CF exibe a cláusula de reserva de plenário – pela maioria absoluta dos membros do plenário e órgão especial. 
– Significa que os órgãos fracionários não podem declarar a inconstitucionalidade de lei. 
– Esta exigência implica a nulidade absoluta, no caso de inobservância, por exemplo, ser declarada inconstitucionalidade por um relator ou câmara.
A cláusula de reserva de jurisdição é condição de eficácia jurídica para a declaração de inconstitucionalidade.
O TCU também subordina à cláusula de reserva de plenário;
Não se aplica às turmas recursais do JEC a cláusula de reserva de plenário;
Caso de Lei anterior à CF – o tribunal emite juízo negativo de recepção da lei constitucional – aqui não se aplica a cláusula de reserva de plenário, que a princípio só se aplica para a declaração de inconstitucionalidade.
Súmula vinculante nº 10 – reforçou a cláusula de reserva de plenário. Viola a cláusula se o órgão fracionário afasta a aplicação da lei, no todo ou em parte, sem declarar a inconstitucionalidade – portanto, para afastar a lei, é preciso respeitar a cláusula de reserva de plenário. ( precedente: ArAgr.Inst. 472897-7/Pr – Celso de Melo.
“O controle difuso é também chamado de controle livre ou aberto, pois admite questionamento em qualquer juiz, tribunal, tendo por objeto Leis revogadas, atos estatais de efeito concreto, até cláusula contratual e lei pré-constitucional.”
3. EFEITOS DA DECISÃO NO CONTROLE DIFUSO
- INTER PARTES – não produz coisa julgada material – art. 469, III do CPC, não admite em decisão incidental a coisa julgada material. Pressupõe caso concreto.
- EX TUNC – é para trás, retroativo. Fundamento: o STF ao declarar a inconstitucionalidade utiliza a teoria das nulidades do CC – a lei inconstitucional possui vício congênito que nunca deveria ter produzido efeito.
- MODERNAMENTE OS EFEITOS SÃO:
	>> EX TUNC – em regra.
	>> MODULAÇÃO DOS EFEITOS TEMPORAIS: A lei 9868/ no art. 27 consagra o efeito da modulação dos efeitos temporais na declaração de inconstitucionalidade da ADI e ADPF, mas que por analogia se aplica ao controle difuso. É uma mitigação dos efeitos com fundamento: - razões de segurança jurídica e/ou de excepcional interesse social;
		Outros nomes: - técnica da declaração inconstitucional pró-ativa;
				- técnica da declaração de inconstitucionalidade limitada;
				- técnica da declaração de inconstitucionalidade com efeitos prospectivos;
				- decisão de calibragem da declaração de inconstitucionalidade;
				- Declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia da nulidade.
OBS.: o STF ao analisar Lei anterior em controle difuso faz um juízo negativo de recepção de direito pré-constitucional – neste caso o STF não pode aplicar a MODULAÇÃO DE EFEITOS, cuja técnica é própria da declaração de inconstitucionalidade e no caso de não recepção não há declaração de constitucionalidade, mas apenas análise de recepção ou não (AgrR RE 353508 – Celso de Melo).
4 – PARTICIPAÇÃO DO SENADO NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE – art. 52, X da CF.
		- compete ao Senado suspender no todo ou em parte a execução da lei declarada inconstitucional pelo STF, por meio de RESOLUÇÃO:
		- O Senado não é obrigado a suspender a lei declarada inconstitucional (critério de oportunidade e conveniência);
		- Suspensa a execução da lei pelo senado, os efeitos serão:
			>> erga omnes;
			>> “ex nunc”, salvo para a administração pública federal que por força do D. 2346/97, os efeitos serão “ex tunc” – art. 1º, §2º;
		- Não há prazo para a decisão do Senado;
		- A resolução do Senado é irretratável;
		- só se aplica em sede de controle difuso;
		- A decisão do Senado está sujeita a controle abstrato de constitucionalidade e também a reclamação (resolução).
			>> no todo ou em parte significa que o Senado está vinculado aos limites da decisão do STF;
			>> Mas se o STF declarar a lei totalmente inconstitucional, o SENADO só pode suspendê-la no todo.
5. TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES NO CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE OU ABSTRATIVAÇÃO/OBJETIVAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO (Informativo 454 – STF).
Obs.: 01 -	A partir do julgamento, a própria decisão do STF já produziria os efeitos “erga omnes e ex nunc” – com efeito extensivo a todos os cidadãos – a parte já entraria com reclamação para aplicar a decisão ao seu caso.
	02 -	Para Gilmar Mendes, o art. 52, X, está em franca mutação constitucional – deveria ser reinterpretada para consagrar uma fórmula de se conferir simples efeitos de publicidade às decisões do STF – não é posição majoritária (GILMAR MENDES e EROS GRAU).
	03 - 	Doutrina – é contra a teoria dos efeitos transcendentes.
		Enfim, a teoria refere-se à postura do STF que vem admitindo, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, que a eficácia vinculante das deliberações não cinge somente à parte dispositiva do julgado, mas abrange também os próprios fundamentos determinantes da decisão. Segundo a processualística tradicional, somente a parte dispositiva das decisões interlocutórias, das sentenças e das deliberações colegiadas é que são abrangidas pela eficácia preclusiva da coisa julgada, possuindo força vinculante sobre os litigantes e, eventualmente, sobre terceiros, no caso de previsão normativa de efeitos contra todos (erga omnes), a exemplo das sentenças proferidas em ações civis públicas.
Entretanto, em recente decisum singular (Medida Cautelar em Reclamação 2986, de Sergipe, apreciada em 11.03.2005), o Ministro Celso de Mello abriu uma exceção ao entendimento processual acima referido, ao conferir efeitos vinculantes inclusive para os fundamentos determinantes das deliberações da Corte Suprema, em se tratando de demandas de fiscalização abstrata. A decisão monocrática indicada possui a seguinte ementa:
FISCALIZAÇÃO ABSTRATA DE CONSTITUCIONALIDADE. RECONHECIMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA VALIDADE CONSTITUCIONAL DA LEGISLAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ QUE DEFINIU, PARA OS FINS DO ART. 100, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO, O SIGNIFICADO DE OBRIGAÇÃO DE PEQUENO VALOR. DECISÃO JUDICIAL, DE QUE ORA SE RECLAMA, QUE ENTENDEU INCONSTITUCIONAL LEGISLAÇÃO, DE IDÊNTICO CONTEÚDO, EDITADA PELO ESTADO DE SERGIPE. ALEGADO DESRESPEITO AO JULGAMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA ADI 2.868 (PIAUÍ). EXAME DA QUESTÃO RELATIVA AO EFEITO TRANSCENDENTE DOS MOTIVOS DETERMINANTES QUE DÃO SUPORTE AO JULGAMENTO, "IN ABSTRACTO", DE CONSTITUCIONALIDADE OU DE INCONSTITUCIONALIDADE. DOUTRINA. PRECEDENTES. ADMISSIBILIDADE DA RECLAMAÇÃO. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. 
Segundo o mencionado magistrado: Cabe registrar, neste ponto, por relevante, que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no exame final da Rcl 1.987/DF, Rel. Min. MAURÍCIO CORREA, expressamente admitiu a possibilidade de reconhecer-se, em nosso sistema jurídico, a existência do fenômeno da "transcendência dos motivos que embasaram a decisão" proferida por esta Corte, em processo de fiscalização normativa abstrata, em ordem a proclamar que o efeito vinculante refere-se, também, à própria "ratio decidendi", projetando-se, em conseqüência, para além da parte dispositiva do julgamento, "in abstracto", de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade. 	Após expor o tema, no mesmo julgado, o Ministro expõe os motivos de sua decisão, com base na doutrina especializada.
		Verifica-se que a teoria da força vinculante dos motivos determinantes, em sede de controle de constitucionalidade, objetiva exatamente conferir eficácia e utilidade à fiscalização concentrada, conferindo força aos pronunciamentos das Cortes Constitucionais.Tome-se por exemplo decisão, em sede de ação direta, que julga determinado ato normativo inconstitucional, sob o fundamento de que ele fere determinado preceito fundamental. A eficácia do dispositivo desta deliberação impediria que outros juízos aplicassem tal diploma legal reconhecido como assimétrico com a Carta Magna, por força do disposto no art. 102, § 2º, da CRFB. Todavia, segundo a processualística tradicional, nada impediria que algum magistrado aplicasse outra norma, igualmente lesiva ao preceito fundamental defendido pelo Tribunal Constitucional, porquanto este outro dispositivo não estaria abrangido pela força vinculante da decisão da Corte, uma vez que não expressamente previsto no dispositivo do acórdão versando sobre o mesmo tema. Adotando-se tal entendimento, no exemplo acima mencionado, o magistrado não poderia aplicar a outra norma que, da mesma forma que a já declarada inconstitucional pela Suprema Corte, ofende igualmente ao preceito fundamental tutelado, devendo abster-se de contrariar as balizas decisórias do Pretório Excelso, porquanto também abrangidas pela eficácia erga omnes prevista no art. 102, § 2º, da CRFB, sob pena de autorizar o manejo da respectiva reclamação, via processual prevista nos arts. 13 a 18 da Lei 8.038/1990 ("Art. 13. Para preservar a competência do Tribunal ou garantir a autoridade das suas decisões, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público").
		
Há controvérsias sobre a transcendência dos motivos determinantes, mas trata-se de instituto que procura assegurar a força normativa da Carta Magna, nos termos em que interpretada e aplicada pelo Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização abstrata, porquanto veda a violação do conteúdo essencial das decisões em demandas de controle concentrado proferidas por aquela Corte.
5. AÇÃO CIVIL PÚBLICA E O CONTROLE DIFUSO
		- é possível controle difuso em ACP;
		- Art. 16 – LACP – produz efeitos “erga omnes” dentro dos limites territoriais do órgão prolator da sentença: esta redação é criticada, mas substituiu a anterior que garantia eficácia geral. 
		- Às decisões aplicam a regra do CDC – art. 103, para conceder efeito “erga omnes”.
		- Doutrina: diz que estaria usurpando competência do STF;
		- STJ/STF – a ACP pode servir do controle difuso, não sendo ação principal, mas como causa de pedir;
		- o efeito erga omnes é do pedido principal e não da lei declarada incidentalmente.
- CONTROLE CONCENTRADO
1. Modos de exercícios: É exercido por:
		- via de ação;
		- via direta;
		- via principaliter;
		- via abstrata.
2. LEGITIMADOS ATIVOS – art. 103 da CF – são os mesmos da ADI, ADC, ADIO E ADPF.
		Não há partes, mas legitimados divididos nas seguintes categorias:
2.1 – UNIVERSAIS:	1 - Presidente da República;
			2 - Mesa do Senado;
			3 – Mesa da Câmara;
			4 – Procurador Geral da República;
			5 – Partido Político;
			6 – Conselho Federal da OAB.
		Estes não precisam comprovar a pertinência temática, isto é, têm legitimidade para atacar qualquer norma, sem ter de comprovar interesse direto no assunto regulado pela lei.
2.2 – ESPECIAIS: 	1 – Governador (Estados e DF);
			2 – Mesa da Assembléia Estadual e Distrital;
			3 – Confederação Sindical;
			4 – Entidade de classe ou associação de âmbito nacional.
		Exige-se destes a comprovação da pertinência temática.
		É a necessidade imposta pelo STF para que o legitimado demonstre interesse nas ações objetivas, a relação (nexo de causalidade) que se estabelece entre o dispositivo de lei que se pretende atacar e os objetivos e interesses perseguidos pelos legitimados. Como demonstrar:
		- ENTIDADES DE CLASSE e CONFEDERAÇÃO SINDICAL – os estatutos sociais estabelecerão o interesse;
		- os demais: caso concreto.
OBS.:
1 – Necessidade de Advogados: a procuração deve ser com poderes especiais. O STF exige somente para:
			- Confederação sindical;
			- Entidade de Classe;
			- Partido Político com representação no CN.
2 – Partidos Políticos com Representação no CN – exige o STF que possua no mínimo um parlamentar com assento numa das casas no CN. Se este único representante vier a mudar de sigla ou deixou o cargo, não prejudica a ADI, pois a exigência é condição para a propositura da ação, após, há perpetuação e impulso oficial, não mais exigindo a condição até o deslinde da ação.
3 – Confederação Sindical: é aquela constituída nos moldes do art. 535 da CLT:
			- represente 03 federações;
			- essa legitimação não alcança os sindicatos, as associações sindicais, centrais sindicais nem as federações sindicais.
4 – Associação de âmbito Nacional – o seu conceito é amplo, incluindo até associação de associações (pessoa jurídica) e associações (Pessoa física). Até 2004 não aceitava a Associação de Pessoa Jurídica, mas tal entendimento mudou.
3 – OBJETO DO CONTROLE CONCENTRADO FEDERAL
3.1 – ADI – art. 102, I, a: como já mencionado foi introduzida no Brasil em 1965 com a EC 16/65, sob a égide da CF/46, no regime militar.
		Objetiva atacar:
		-Leis;
		- atos normativos federais e estaduais;
		Obs.: Lei distrital – a competência é estadual.
3.2 – Requisitos da ADI exigidos pelo STF:
		a) LEI POSTERIOR À CF/88: inconstitucionalidade superveniente não é aceita pelo STF.
		- Princípio da contemporaneidade – exige relação de contemporaneidade entre o ato atacado, impugnado e a CF sob cuja produção normativa veio ela a ser produzida.
		b) CF/88: Lei infraconstitucional x EC que modifica a lei, tornando-a inconstitucional: Não cabe ADI por não ser inconstitucionalidade, mas o que houve foi uma revogação da lei anterior pela EC superveniente. A lei não possuía vício congênito na origem e tinha relação de contemporaneidade com a CF.
		c) O ato estatal deve possuir as seguintes características: ADI 203 – DF.
			- abstração;
			- generalidade;
			- normatividade;
			- impessoalidade.
OBS.: - Leis orçamentárias em geral: LOA e LDO – em regra não pode ser objeto de ADI, pois tem destinatário e objeto certo. Mas o STF começa a rever sua posição:
>> quando comprovasse mínimo grau de generalidade e abstração (Inf. 515 – ADI 3449-DF).
>> está superando a exigência de abstração (INF. 502 e 506), generalidade e impessoalidade (ADI 4048);
>> hipóteses excepcionais de MP – imprevisibilidade – 405/2007- guerra declarada, art. 167, §3º (abertura de crédito suplementar extraordinário.
		d) Ofensa direta à CF.
		e) Esteja em vigor – (ainda que em período de “vacatio legis”).
			- Se houver revogação da lei – há perda do objeto da ADI;
Obs.: neste particular o STF vem mudando sua posição – ADI 3232, 3983 e 3990 – em que uma lei atacada do TO – 1950/08 – foi revogada e os ministros do plenário acolheram a questão de ordem no sentido de afastar a prejudicialidade e analisar a norma até então vigente para ver sua constitucionalidade e suas conseqüências, pois a lei produziu efeito no mundo jurídico.
			- Não admite ADI contra atos de eficácia exaurida (ex.: MP rejeitada pelo CN).
		f) Causa de pedir: o STF não está vinculado à causa de pedir – princípio da causa de pedir aberta;
		g) Pedido: o STF em regra está vinculado ao pedido, salvo quando o dispositivo não atacado possuir decorrência lógica com o dispositivo atacado: neste caso ocorrerá inconstitucionalidade por arrastamento, derivação conseqüencial de preceitos não expressamente impugnados, por atração;
		- por arrastamento pode alcançar dispositivo de outro diploma normativo se houver fundamento de validade entre os dois diplomas. Ex.: Lei – dec. Regulamentar (art. 84, IV da CF; MP – Lei de conversão (ADI desta pode atingir aquela)
	h) não cabe desistência – previsão na lei – o legitimado não postula direito próprio;
	i) não cabe intervenção de terceiro – este tem interesse concreto no bem da vida da ação;
	j) não cabe ação rescisória – a decisão é irrecorrível, salvo embargos de declarações;
	l)cabe litisconsórcio ativo entre os legitimados
4 – EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA:
4.1 – erga omnes;
4.2 – vinculante – ao judiciário, administração pública direta e indireta;
4.3 – ex tunc – em regra, salvo modulação de efeitos temporais (art. 27 da Lei 9868/99);
4.4 – repristinatório automático ou definitivo:
		- Se a lei é declarada inconstitucional a lei anterior volta a produzir efeitos jurídicos repristinatório automático – a doutrina afirma que é indispensável o efeito repristinátório, embora a lei nada disponha – por analogia aplica o art. 11 da Lei 9868/99;
		- o STF nunca pronunciou sobre a questão;
		- se houver aplicação da modulação dos efeitos para considerar a inconstitucionalidade a partir, por exemplo de 10 meses, a lei declarada inconstitucional produziu efeito, mas a lei anterior revogada voltará a produzir efeito após o prazo dos 10 meses, com efeito repristinatório postergado ou diferido.
OBS.: 
decisão descumprida – cabe reclamação;
		NÃO CABE ADI
Leis municipais;
Leis distritais com competência municipal;
atos normativos de eficácia exaurida;
decretos regulamentares;
súmulas vinculantes – tem procedimento próprio para revisão e não tem normatividade;
normas constitucionais originárias.
OBS.: na Alemanha – teoria das normas constitucionais inconstitucionais com fundo nos princípios de postulados de justiça não escritos.
		
		CABE ADI
- Atos estatais e federais:
1) MP’s
	- ADI contra MP com vício formal de urgência/relevância que é convertida em lei: está sanado o vício e a ADI não pode prosseguir;
	- ADI – MP – outros fundamentos (vício material) – lei de conversão com a mesma redação da MP – ADI pode prosseguir, contanto que o legitimado faça aditamento da ADI para incluir a lei.
	- ADI – MP – conversão com alteração substancial do texto – ADI não deixa de se processar;
	- mais no informativo 516 – MC 4048/DF.
2) EC’s
3) Constituição estadual
4) Tratados e convenções internacionais:
	- processo de incorporação:
		> celebração do tratado pela RFB através do Presidente da República;
		> ratificação pelo CN por Decreto Legislativo;
		> Decreto presidencial de promulgação
		Obs.: os decretos podem ser alvo de ADI.
	- antes da EC 45/04: 
		> entendimento majoritário: incorporavam como leis ordinárias;
		> Gilmar Ferreira Mendes: nem lei ordinária nem norma constitucional – sustentando o caráter de norma supralegal: abaixo das normas constitucionais, mas acima das normas infralegais;
		> minoritário: incorporam como normas constitucionais.
	- após a EC 45/04:
		> art. 5º, §3º da CF – tratados que versem sobre direitos humanos e aprovados por cada casa do CN em 2 turnos com 3/5 dos votos são considerados equivalentes a EC – cabe ADI;
		> não versa sobre direitos humanos – Lei ordinária;
		> GFM – STF – norma supralegal;
5) Decretos autônomos – art. 84, VI da CF;
6) Regimentos internos de TJ, casas Legislativa e TCU – atos de natureza primária
AMICUS CURIAE
		Tem previsão no art. 7º, §2º da Lei 9868/99 e não configura intervenção de terceiro.
		Principais aspectos:
- Natureza jurídica: há 03 correntes:
	1 – intervenção processual – Celso de Melo;
	2 – Intervenção Sui generis de intervenção de 3º - Pedro Lenza;
	3 – Mero colaborador informal da corte – é majoritária;
- Fundamento: confere caráter pluralista e democrático nos processos objetivos de controle; – é a participação da sociedade;
- é o relator quem decide sobre a participação – á decisão é irrecorrível, mas o plenário pode afastar a participação no julgamento ou admitir se recusado pelo relator;
- Forma: requerimento da entidade representativa ou o STF de ofício;
- só esta prevista para a ADI expressamente, mas é admitido em ADC, ADPF e controle difuso por meio de RE;
- O AMICUS CURIAE TEM DIREITO: - sustentação oral por 15 minutos 
		
CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL
Objeto: Leis ou atos normativos estaduais ou municipais.
Competência: TJ – art. 125, §2º, CF;
Parâmetro: Leis estaduais x leis municipais
Requisitos: vai depender da previsão constante da Constituição Estadual.
Legitimados: também vai depender da Constituição Estadual – mas proíbe a atribuição a um único órgão.
AÇÃO: leva o nome de Representação de inconstitucionalidade que corresponde à ADI estadual.
Tramitação: Lei Municipal/Lei Estadual >>CE >> TJ >>ACÓRDÃO >> como regra geral não comporta RE, porque em matéria de interpretação de LE e LM frente à CE compete ao TJ dar a última palavra, salvo quando a norma da CE que serviu de parâmetro para a declaração de inconstitucionalidade for de repetição obrigatória (previstas na CF – modelo federal de Estado).
- São exemplos de normas de repetição obrigatória: STF
1 – normas que digam respeito ao processo legislativo;
2 – normas que digam respeito a composição do TCU – art. 71 e §§, CF;
3 – normas referentes à competência, estrutura, atribuições e requisitos de criação de CPI (art. 58, §3º).
Obs.: - se couber RE - para o STF, não estará sendo utilizado como instrumento de controle difuso, mas como instrumento de controle abstrato, dizendo o STF que se está diante de abstrativização e objetivação do RE.
	- Ao julgar o RE, o STF concede efeitos:
		. erga omnes;
		. “ex tunc” ou modulação temporal;
		. vinculante;
		. não comunica ao senado.
ADC - AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE
Art. 102, inciso I, alínea “a” da CF
1 - Origem: surge com a EC 03/93;
2 – Objeto: somente lei ou ato normativo federal;
3 – Finalidade: pronúncia de constitucionalidade da lei ou ato normativo federal.
		A presunção de constitucionalidade possui caráter relativo que admite prova em contrário. Pode ocorrer que esteja abalada, colocando em risco a presunção de constitucionalidade.
		A ADC pretende transformar a presunção constitucional relativa em absoluta – a partir de quando os demais órgãos não mais poderão questionar a constitucionalidade da lei.
4 – Legitimados: art. 103 da CF – são os mesmos da ADI a partir da EC 45/04.
5 – Requisitos: os mesmos da ADI, mas deve obedecer características próprias:
		- petição inicial – art. 14, III, da Lei 9868/99: deve demonstrar relevante controvérsia constitucional sobre a aplicação da Lei federal pelos tribunais que coloca em risco a presunção de constitucionalidade – comprova através de ementário judicial de jurisprudência – decisão dos tribunais, não pode ser cópia da internet
		- não há participação do AGU na ADC – não tem que defender o ato legislativo, ele já tem presunção de constitucionalidade
		- CAUSA DE PEDIR
Obs.: - é ação de sinal trocado – é semelhante à ADI – são ações de caráter ambivalente ou dúplice – art. 24 da Lei 9868/99 – qualquer que seja o resultado das decisões produzem reflexos importantes de uma e de outra semelhantes.
EX.: ADI: 	- maioria absoluta >> inconstitucionalidade >> procedente;
		- maioria absoluta (06 ministros – quorum de 08 ministros – art. 23, parágrafo único da Lei 9868/99) >> constitucionalidade >> improcedente;
	ADC: 	- maioria absoluta >> constitucionalidade >> procedente;
		- maioria absoluta >> inconstitucionalidade >> improcedente
6. EFEITOS DA DECISÃO DEFINITIVA EM ADC
- erga omnes;
- vinculante;
- ex tunc - não cabe modulação dos efeitos temporais, mas é possível quando declarar a inconstitucionalidade da lei;
- repristinatório quando a ADC for improcedente com declaração de inconstitucionalidade;
DIFERENÇAS ENTRE ADI E ADC NA CAUTELAR:
	MEDIDA CAUTELAR NA ADI
	MEDIDA CAUTELAR NA ADC
	- art. 10/21 da Lei 9868/99
	Art. 21 da Lei 9868/99
	- compete ao plenário por maioria absoluta, em regra;
	- compete ao plenário por maioria absoluta, em regra;
	- exceção: recesso: o relator concede ouvindo os órgãos ou autoridades de onde emanou o ato, salvo urgência.
	- exceção: recesso – o relator concede ouvindo os órgãos ou autoridades deonde emanou o ato
	- art. 12 – permite o julgamento antecipado da ADI/ADC ao analisar a cautelar, desde que tenham sido ouvidos os órgãos/autoridade: AGU/PGR.
	- IDEM
	- O relator só ouve o PGR e AGU se julgar indispensável.
	- suspensão de todos os processos correlatos que estejam tramitando no território nacional;
	- EFEITOS: - erga omnes
- vinculante – todos do poder judiciário e administração pública federal/estadual e municipal;
- ex nunc (em regra), salvo decisão contrária do STF – art. 11 – por maioria absoluta;
- repristinatório provisório mitigado ou relativo.
> tecnicamente não há repristinação: 1º)LICC – art. 2º, §3º - repristinação só excepcionalmente por disposição contrária; - não há repristinação tácita;
2º) se a lei está sendo declarada inconstitucional, quer dizer que nunca teve existência e validade, nunca produziu efeitos válidos, então não revogou a lei anterior validamente – então não há falar em repristinação. A doutrina fala que o que se tem é efeito repristinatório.
	- EFEITOS: -- erga omnes;
- vinculante;
- ex tunc;
- não há efeito repristinatório provisório – seja deferida ou não a cautelar;
	
	- O prazo de eficácia da cautelar é de 180 dias, improrrogável ( o STF não respeita)
ADI POR OMISSÃO – art. 103, §2º da CF
		Destina-se a tornar efetivas as normas constitucionais de eficácia limitada que demandam regulamentação superveniente. É ação objetiva de controle abstrato de omissão em tese.
Objeto: combater a omissão da regulamentação das normas de eficácia limitada;
Cabimento: 	- omissões legislativa federal e estadual;
Legitimados: mesmos do art. 103, com aplicação da pertinência temática;
Competência – STF;
Discussão: 	cabe em omissões de caráter normativo, como falta de medida administrativa – normatividade em geral;
- presta para atacar omissões totais ou parciais.
	6.	é ação de garantia da CF que visa combater a síndrome de inefetividade das normas de eficácia limitada.
6. EFEITOS DA DECISÃO EM ADI POR OMISSÃO
	- se a omissão está sendo reconhecida, declara a inconstitucionalidade e deve:
		> se a mora for legislativa: dará ciência ao poder legislativo para conhecer a mora, não pode agir como legislador positivo, apenas negativo;
		> se a mora for do Poder Executivo: 	- se for dos órgãos superiores do Poder Executivo – a decisão do STF limita a dar ciência ao órgão, pois não pode obrigar a nada;
		> se for de órgão da administração comum – a decisão do STF tem caráter mandamental e vai determinar que no prazo de 30 dias tome as medidas administrativas para suprir a lacuna constitucional, sob pena de responsabilidade do Agente responsável (art. 103, §2º da CF).
		PEDRO LENZA: o judiciário não pode obrigar, mas a decisão constitui em mora o poder omisso e a persistir a inércia, será cabível ação de indenização do particular prejudicado contra o Estado, comprovando que está experimentando dano com nexo de causalidade com a omissão.
OBS.:
O STF já entendeu que, pendente julgamento de ADI por omissão, se a norma constitucional que dependia de regulamentação é revogada por EC – a ADI por omissão deverá ser extinta por perda do objeto – ADIO 1836/SP;
O mesmo entendimento, qual seja, a perda do objeto, vinha sendo estabelecido para a hipótese de encaminhamento de PL regulamentador sobre a matéria ao CN, contudo foi mudado recentemente, uma vez que o PL é apresentado, mas não é processado, fica parado anos e anos, ocorrendo inércia deliberandi, ou seja, não dá andamento ao PL apresentado. Neste caso a ADI tem prosseguimento (3682/MT). Inclusive, em julgamentos mais recentes, o STF tem entendido que a inércia deliberandi (discussão e votação dos PLs já apresentados) também poderia configurar omissão passível de vir a ser reputada morosa, nos casos do órgão legislativo não deliberarem dentro de prazo razoável sobre os PL’s em tramitação. A doutrina sustenta que este entendimento deve ser aplicado em mandado de injunção.
DIREITO DE PROPRIEDADE (AINDA DENTRO DE CONSTITUCIONAL)
Conceito - É modo de imputação jurídica de uma coisa a um sujeito, constituindo relação entre um indivíduo (sujeito ativo) e um sujeito passivo universal integrado por todas as pessoas, que tem o dever de respeitar o direito daquele, abstraindo-se de violá-la. É sempre direito atual, com faculdade de usar, gozar e dispor dos bens, direito assegurado pela Lei ao proprietário (Código Civil, art. 1228).
Fundamento constitucional – a CF garante o direito de propriedade, exigindo que atenda a sua função social, com assento no art. 5º, inciso XXII e XXIII, respectivamente. Portanto, a propriedade só será garantida se atender a função social e sua inobservância acarreta conseqüências, tal como a desapropriação (art. 182, §4º e 184). 
Outras normas constitucionais interferem com a propriedade mediante provisões especiais – art. 5º, XXIV a XXX; arts. 170 , incisos II e III, 177 e 178, 183 a 186, 191 e 222, o que denota que não pode mais se considera puro direito individual, mas vincula-se ao princípio da ordem econômica também, que tem como fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.
Regime jurídico da propriedade privada.
A maioria considera o regime jurídico da propriedade privada subordinado ao direito civil, relativo ao direito real fundamental, não leva em conta a estreita relação com o direito público que tem sede constitucional.
Na verdade a Constituição assegura o direito de propriedade e também estabelece seu regime fundamental, de tal modo que o Direito civil disciplina, tão só, as relações civis a ela referentes. Assim, no âmbito das relações civis estabelecem as faculdades de usar, gozar e dispor de bens (art. 1.228), a plenitude da propriedade e seu caráter exclusivo e ilimitado (art. 1.231), desde que respeitados os condicionamentos constitucionais.
Os aspectos de direito civil subjetivo e direito público subjetivo ficam superados com a aceitação da função social como elemento da estrutura e do regime jurídico da propriedade. Por isso foi substituídos pela concepção de situação jurídica subjetiva (complexa).
Portando a disciplina de direito privado sobre a propriedade há de ser compreendida em conformidade com as normas constitucionais.
Propriedades especiais.
Refere-se às disposições que garantem outros tipos de propriedades, as especiais, tal como a propriedade de recursos minerais (art. 176 da CF), a propriedade urbana e a propriedade rural (arts. 183, §2º e 184, da CF), a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 222) e também as propriedades especiais referidas no art. 5º: propriedade autoral, propriedade de inventos e de marcas e patentes e a propriedade bem de família.
– Propriedade autoral
É assegurado no direito autoral no art. 5º, inciso XXVII, conferindo aos autores o direito exclusivo de utilizar, publicar e reproduzir suas obras, sem dizer como, mas desde que em conexão com o disposto no inciso IX que dispões que são obras literárias, artísticas, científicas e de comunicação.
- Norma de eficácia limitada, regulada pela lei 9.279, de 14.05.1996.
- propriedade de bens incorpóreos: privilégio de invenção industrial – garante ao inventor obter patente que garanta a propriedade e o uso exclusivo.
- Tempo do privilégio do inventor: 	- patente de invenção: máximo de 20 anos e mínimo de 10 anos;
					- modelo de utilidade: máximo de 15 anos e mínimo de 07 anos;
- após o período de privilégio o invento cai em domínio público;
- patenteado, o invento deve ser posto em funcionamento pelo inventor ou terceiro, obrigatória após 03 anos da licença de exploração.
- admite transmissão inter vivos.
- deve atender ao interesse social, que ocorre quando cai em domínio público.
4.2 – Propriedade bem de família
	O Código Civil, no art. 1711, permitiu a instituição do bem de família.
- legitimados: cônjuge ou entidade familiar;
-instrumento: escritura pública ou testamento;
- limite do patrimônio: até 1/3 do patrimônio líquido da família;
- restrições: impenhorabilidade e isenção de execução por dívidas;
- considera a previsão do Art. 5º, inciso XXVI, que preserva a pequena propriedade rural trabalhada pela família, como bem de família nos moldes acima mencionado;
 Limitações ao direito de propriedade.
- Conceito: são limitações e condicionamentos que atingem os caracteres do direito de propriedade: absoluto, exclusivo e perpétuo.
- espécies de limitações: - restrições: limitam o caráter absoluto da propriedade;
				- servidões: limitam o caráter exclusivo;
				- expropriação: limitam o caráter perpétuo da propriedade.
5.1 – restrições: Abalam as faculdades do caráter absoluto de propriedade de que decorrem:
	1) faculdade de fruição, em que o proprietário retira todas as vantagens da propriedade:
	1.a) o uso da coisa como lhe aprouver;
	1.b) a ocupação da coisa, em toda sua extensão, profundidade e altura ( art. 1.229, CC);
	2) faculdade de modificação da propriedade, no todo ou em parte, inclusive destruir sua substância;
	3) direito de alienação: o dono pode alienar por qualquer dos meios admitidos para aquisição.
		Portanto, como já salientado, as restrições são a estas faculdades e direitos, pelo que já não mais existe direito absoluto à propriedade.
– Servidões e utilização de propriedade alheia
São formas de limitação que atingem o caráter exclusivo da propriedade.
São ônus impostos à coisa.
- Característica: vinculam duas coisas > uma serviente (imóvel que sofre o ônus) e outra dominante (bem em favor do qual se dá o ônus).
- Legitimados:- Poder público – ocupação ou uso temporário em caso de perigo iminente. É o caso previsto noa RT. 5º, XXV: no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior se houver dano.
		- particular: são os casos de direitos reais sobre coisa alheia previstas no direito privado�.
- Tipos de servidões públicas: - podem ser em favor de um serviço ou obra pública. Cita-se exemplo do direito de superfície que também pode ser utilizada pelo poder público, especialmente no interesse de atuação urbanística, salvo a concessão real de uso de terrenos ou particulares (DL 271/67, art. 7º), que se assemelha.
- São indenizáveis em princípio;
- Requisições civis e militares estão previstas na CF, art. 22, inciso III.
5.3 – Desapropriação
	É limitação que afeta o caráter perpétuo da propriedade. É o meio pelo qual se determina a transferência compulsória da propriedade particular para o patrimônio público.
	- requisitos: - por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro (art. 5º, inciso XXIV); - desapropriação sanção: por não estar cumprindo a função social, cabendo indenização com título da dívida pública e agrária (arts. 182 e 184).
Função social da propriedade. 
Exige a CF em seu art. 5º, inciso XXII, que a propriedade atenderá sua função social, inclusive como princípio da ordem econômica (art. 170, incisos II e III).
- É norma de aplicabilidade imediata, com plena eficácia, porque interfere com a estrutura e o conceito da propriedade, fundamentando um novo regime jurídico da propriedade, transformando-a numa instituição de direito público.
- atinge a configuração estrutural do direito de propriedade, predeterminando os modos de aquisição, gozo e utilização dos bens.
- não vai ao ponto de suprimir a propriedade privada.
- o direito de propriedade não pode mais ser tido como um direito individual, pois a função social exige sua socialização.
Direitos sociais relativos aos trabalhadores.
A CF trás um capítulo sobre direitos sociais, que não se confundem com os direitos de ordem social, embora não ocorra uma distinção efetiva entre os mesmos.
		Conceito de direito social: como dimensão dos direitos fundamentais do homem, são prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais (JOSÉ AFONSO DA SILVA).
	No art. 6º prevê que são direitos sociais:
	- a educação;
	- a saúde;
	- o trabalho;
	- a moradia;
	- o lazer;
	- a segurança;
	- a previdência social;
	- a proteção à maternidade;
	- a proteção à infância;
	- a assistência aos desamparados.
Já a forma de garantir esses direitos vêm alinhados no capítulo da ordem social, onde trata de seus mecanismos e aspectos organizacionais.
	Ademais podem ser agrupados em seis classes:
direitos relativos ao trabalhador;
direitos sociais relativos à seguridade( saúde, previdência e assistência social);
direitos sociais relativos à educação e à cultura;
direitos sociais relativos à moradia;
direitos sociais relativos à família, criança, adolescente e idoso;
direitos sociais relativos ao meio ambiente.
Consideram ainda como direito social:
- a liberdade de instituição sindical;
- o direito de greve;
- o direito do trabalhador determinar suas condições de trabalho;
- o direito de cooperar na gestão da empresa;
- o direito de obter um emprego;
- o direito do homem consumidor: incluindo a saúde, segurança social, desenvolvimento intelectual e desenvolvimento familiar.
		Todos acabam inseridos no título da ordem social
 Direito dos trabalhadores.
- decorrente de relações individuais (art. 7º da CF) – relacionados como direitos dos trabalhadores urbanos e rurais e no parágrafo único do art. 7º vem a relação de direitos do trabalhador doméstico. O rol é meramente exemplificativo.
	Além de ser definido como direito social, o direito ao trabalho vem como um fundamento da República no art. 1º - os valores sociais do trabalho e o art. 170, estatui que a ordem econômica se fundamenta na valorização do trabalho, o art. 193 estipula que a ordem social tem como base o primado do trabalho. Portanto, o direito ao trabalho constitui condição à existência digna e vem configurar a dignidade da pessoa humana, também fundamento da Republica – art. 1º, inciso III.
- Garantia do emprego: assegura conservar a relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa causa. Não é absoluta, pois o art. 7º, I, prevê a proteção contra despedida arbitrária, assegurando indenização compensatória, nos termos de Lei Complementar.
- a norma do art. 7º, inciso I, é de eficácia contida;
- indenização prevista: 40% sobre o valor previsto no art. 6º, “caput” e §1º da Lei 5. 107/1966.
- como proteção ao emprego, prevê a constituição o seguro-desemprego no caso de desemprego involuntário, financiado pelo Programa de Integração Social e Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP;
- outro tema de garantia é o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias (art. 7º, XXI.)
- busca ainda condições dignas de trabalho aos trabalhadores;
- direito ao salário – como corolário de condições dignas de trabalho possui dois aspectos: o da fixação e da proteção do salário do trabalhador. Estatui a CF o salário mínimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família. Prevê também o piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho. Assegura salário nunca inferior ao mínimo para os que percebem remuneração variável. Trabalho noturno com remuneração superior ao diurno e também a remuneração do serviço extraordinário, ao menos 50% maior que a do trabalho normal. Prevê salário família ao trabalhador de baixa renda e ainda outras garantias previstas no art. 7º e seus incisos, cujas normas visam garantir a segurança do trabalhador contra decisões unilaterais dos empregadores.
- proteção do salário – o art. 7º, inciso VI assegura que o salário é irredutível,salvo cláusula de convenção ou acordo coletivo. Constitui crime a retenção dolosa do salário, aqui a proteção atinge o empregador, os credores do empregador e do empregado, por isso os salários são também impenhoráveis, irrenunciáveis e constituem créditos privilegiados na falência e recuperação de empresas.
- direito ao repouso e à inatividade do trabalhador: garante o repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos e também o gozo de férias anuais, remunerados com pelo menos 1/3 a mais do salário normal, pagas antes do início das férias; inclui aqui a licença à gestante com duração de 120 dias, prorrogávies por mais 02 meses(estes dois meses vem previsto em lei a parte e não está assegurado na CF, sendo que para a iniciativa privada depende de negociação com o empregador e para o poder público, depende de norma regulamentadora) e a licença paternidade de cinco dias nos termos do art. 10, §1º, do ADCT. Também a aposentadoria consubstancia direito à inatividade.
- Proteção dos trabalhadores: - proteção do mercado de trabalho da mulher ( art.7º, XX); - Segurança do trabalho – com redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, XXII); - proteção em face da automação, na forma da lei – refere-se ao avança tecnológico, que ameaça, substituir a mão de obra humana por robôs; - seguro contra acidentes de trabalho (art. 7º, inciso XXVIII); - prevê ainda isonomia e não discriminação (art. 7º, XXX a XXXIII); - igualdade entre trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso;
- Direitos relativos aos dependentes do trabalhador: - salário-família para os dependentes do trabalhador de baixa renda (art. 7º, inciso XII); - assistência gratuita aos filhos e dependentes do trabalhador desde o nascimento até 5 anos de idade em creches e pré- escolhas.
- Participação nos lucros e co- gestão:
	É direito dos trabalhadores a participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, a participação na gestão da empresa, conforme definido em lei.
	> formas de participação: - participação nos lucros ou resultados;
				- participação na gestão.
	> é norma de eficácia limitada;
	> correlaciona com o fim da ordem econômica de assegurar existência digna;
	> o direito está regulado na MP 1.982-7/2000, convertida na Lei 10.101 de 19.12.2000: exige negociação entre empresa e empregados através de comissão escolhida pelas partes, com participação de um representante do sindicato da categoria ou por meio de convenção ou acordo coletivo. Pode levar em conta: - índice de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; - programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. 
	> não alcança pessoas físicas nem entidades sem fins lucrativos;
	> não substitui nem complementa a remuneração do trabalhador;
	> lucros e resultados têm conceitos diferentes, uma vez que estes consistem na equação positiva ou negativa entre todos os ganhos e perdas da empresa em exercício, podendo ser positivos ou negativos. Lucros divide em bruto e líquido, aquele como diferença entre a receita líquida e os custos da produção dos bens e serviços e estes como ganhos líquidos de eventuais menos provisões, doações e fundos.
	> a participação na gestão da empresa é admitida apenas excepcionalmente;
	> os mecanismos de participação não substituem os sindicados em suas atividades essenciais.
- direito coletivo dos trabalhadores (arts. 9º a 11 da CF).
Direitos coletivos dos trabalhadores. 
Constituem-se de:
- direito a associação profissional ou sindical;
- direito de greve;
- direito de substituição processual;
- direito de participação laboral;
- direito de representação na empresa.
9.1. Associação e sindicato: 
	O art. 8º menciona dois tipos de associação – a profissional e a sindical.
	A associação sindical tem como prerrogativas: a) defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, judicial e administrativamente; b) promover as negociações coletivas de trabalho e celebrar convenções e acordos coletivos; c) eleger ou designar representantes da categoria; d) impor contribuições sindicais das categorias econômicas ou profissionais representadas.
	A associação profissional caracteriza-se por ser de estudo, defesa e coordenação dos interesses econômicos e profissionais de seus associados.
9.2. Liberdade e autonomia sindical
	A liberdade sindical implica:
- liberdade de fundação de sindicato( sem formalismo e adquire de plano direito e personalidade jurídica com o registro no órgão competente que é o mesmo das pessoas jurídica, não cabendo ao poder público intervir ou interferir na organização sindical, consagrando aqui o princípio da autonomia sindical – art. 8º da CF).
- liberdade de adesão sindical – é o direito de filiar ou desfiliar-se do sindicato;
- liberdade de atuação – garante consecução de seus fins e livremente represente os interesses da categoria;
- liberdade de filiação do sindicato a associação sindical de grau superior(confederação e federação – art. 8º, IV).
9.3. Contribuição sindical
	Pelo art. 8º, inciso IV, a assembléia geral pode fixar contribuição sindical que será descontada em folha para custeio do sistema confederativo da representação sindical. Esta contribuição é diversa da contribuição prevista em lei de caráter parafiscal, portanto compulsória, chamada de contribuição sindical, paga, recolhida e aplicada na execução de programas sociais de interesse das categorias que corresponde a um dia de trabalho por ano, descontada de todos os trabalhadores, independente de filiação a sindicato. Aquela prevista no inciso IV só deve ser cobrada dos trabalhadores sindicalizados. 
	
9.4. Pluralidade e unicidade sindical
		- PLURALIDADE SINDICAL – quem defende, preconiza a livre possibilidade de constituir vários sindicatos para uma mesma categoria profissional ou econômica numa mesma base territorial;
	Os defensores pregam que o pluralismo sindical atende melhor à liberdade sindical e realiza o pluralismopolítico. É na verdade, a fragmentação sindical
		- UNICIDADE SINDICAL – implica na previsão constitucional de criação de apenas um sindicato para cada categoria profissional ou econômica na mesma base territorial, a qual é definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município.
9.5. DIREITO DE GREVE
		A CF assegura o direito de greve no art. 9º, não subordinando a eventual previsão em lei, significando que esta não pode restringir o direito garantido.
		- Oportunidade: será decidida pelos trabalhadores em assembléia;
		- Possibilidades de greves: - greves reivindicatórias de melhores condições de trabalho; - greve de solidariedade, em apóio a outra categorias ou grupos reprimidos; - greves políticas,com o fim de conseguir as transformações econômico-sociais; - greve de protestos;
		- Serviços essenciais: cabe à lei definir o que seja serviço essecial e dispor sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
		- Servidores públicos – submeteu o exercício do direito de greve aos termos e limites definidos em LEI ESPECÍFICA (art. 37, VII).
		- Os abusos submetem os responsáveis às penas da lei (art. 9º, §2º).
9.6. DIREITO DE SUBSTITUÇÃO PROCESSUAL
		O SINDICATO PODE INGRESSAR EM Juízo NA defesa de direitos e interesses coletivos e individuais da categoria;
		- é uma prerrogativa conatural;
		- defende o sindicalizado em qualquer meio, seja judicial, seja administrativo.
		- para muitos trata-se de substituição processual, já que ingressa em nome próprio na defesa de interesses alheios.
Funções essenciais à Justiça.
O juiz não promoverá a prestação jurisdicional se não for provocado – Nemo iudex sine actore – como princípio basilar da função jurisdicional, o judiciário permanece inerte até que outrem, um agente, provoque-o.
	Diante desta característica,fez-se justificável a previsão de funções essenciais à justiça, como sendo aquelas atividades profissionais públicas ou privadas, sem as quais o Poder Judiciário não poderia funcionar ou funcionará com vícios.
	As funções essenciais à justiça, com sede constitucional, são:
O Advogado;
o Ministério Público;
a Advocacia-Geral da União;
os Procuradores de Estado e do Distrito Federal;
a Defensoria Pública.
Serão vista a seguir.
 O funcionamento do Poder Judiciário. 
A CF organiza o Poder Judiciário nos artigos 92 a 126, cuja função primordial é compor conflitos de interesses em cada caso concreto, exercendo a jurisdição com exclusividade.
A função jurisdicional é exercida pelos seguintes órgãos do Poder Judiciário:
I – Supremo Tribunal Federal – com jurisdição constitucional, guarda da constituição e corte constitucional;
II – Conselho Nacional de Justiça – função de controle do Poder Judiciário – trazido pela EC 45/;
III – Superior Tribunal de Justiça – jurisdição infraconstitucional;
IV – Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
V – Os Tribunais e Juízes do Trabalho;
VI – Os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VII – Os Tribunais e Juízes Militares;
VIII – Os Tribunais e Juízes dos Estados, do Distrito Federal e dos territórios.
	Portanto, compreende um órgão de cúpula, um órgão de articulação e defesa do direito objetivo federal, as estruturas e sistemas judiciárias, os sistemas judiciários dos Estados e Distrito Federal.
O Advogado na Constituição.
Art. 133 da CF: - confere ao advogado o “jus postulandi” como pressuposto essencial à formação e funcionamento do Poder Judiciário.
- é indispensável à administração da justiça; 
EXCEÇÃO: processos trabalhistas, HC e Lei 9.099/95.
- presta serviço público e exerce função social;
	12.2	inviolabilidade: não é absoluta. Só ampara atos e manifestações no exercício da profissão, nos termos da lei. É uma proteção do cliente que confia ao Advogado documentos e confissões da esfera íntima.
 O Ministério Público. 
Natureza – é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado; suas atividades são de natureza executiva e seus membros são agentes políticos. 
Tem plena liberdade funcional;
Não são funcionários em sentido estrito, mas sujeitam ao regime estatutário comum.
Tem poder de iniciativa de lei que digam respeito à criação e extinção de seus cargos, política remuneratória e planos da carreira.
Pode elaborar sua proposta orçamentária.
Princípios institucionais:
Unidade;
Indivisibilidade;
Independência funcional;
Autonomia administrativa
Garantias
Prerrogativas:
Vitaliciedade;
Irredutibilidade de subsídio;
Inamovibilidade (art. 18, §5º, inciso I da CF). Aqui, é possível remoção por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa.
Vedações: previstas no art. 128, §5º, inciso II da CF.
Receber a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;
Exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
Exercer atividade político-partidária – hoje é proibição absoluta, sem exceções. Está em discussão o direito adquirido de quem já estava em atividade política, por enquanto, tem-se garantido o direito de continuarem.
Exercer a advocacia no âmbito jurisdicional em que desempenhava suas atribuições, antes de decorrido três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.
13.4. Funções institucionais
	Estão relacionadas no art. 129:
- titular da ação penal, da ação civil pública para tutela dos interesses públicos, coletivos, sociais e difusos e da ação direta da inconstitucionalidade genérica e interventiva;
- garantidor do respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública, aos direitos assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;
- defensor dos direitos e interesses das populações indígenas;
- intervenção em procedimentos administrativos;
- controlador externo da atividade policial, na forma da lei complementar;
- pode requisitar diligências investigatórias e de instauração de IP
	As funções só podem ser exercidas por integrantes da carreira que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição.
13.5. Conselho Nacional do Ministério Público
		A EC/45 introduziu na Constituição Federal o art. 130-A, criando o Conselho Nacional do Ministério Público.
- COMPOSIÇÃO: 14 membros nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para mandato de 02 anos, admitida uma recondução.
		I – Presidente: O Procurador-Geral da República;
		II – 04 membros oriundos do Ministério Público da União;
		III – 03 membros do MP dos Estados;
		IV – 02 juízes, um indicado pelo STF e outro pelo STJ;
		V – 02 advogados indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados;
		VI – 02 cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal.
- COMPETÊNCIA: controle da atuação administrativa e financeira do MP e do cumprimento dos deveres funcionais;
- CORREGEDOR NACIONAL: será escolhido pelo conselho, em votação secreta, dentre os membros do MP que o integram.
- FUNCIONAMENTO: lei determinará seu funcionamento, embora sem determinação
- OUVIDORIAS DO MP – 
A Advocacia Pública.
- União: AGU – art. 131 – representa a União, judicial e extrajudicialmente. Lei complementar disporá sobre essa organização e funcionamento.
Obs.: Procuradoria da Fazenda Nacional – representa a União na execução de dívida tributária, portanto, constitui uma instituição a parte.
- Unidades Federadas: são representadas por seus procuradores, organizados em carreira.
- Defensorias Públicas: tem atribuição de dar a assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados – art. 5º, LXXIV. A CF prevê no art. 134 a defensoria como instituição essencial à justiça. A LC 80, regula suas atividades, estabelecendo normas gerais, sendo que só às defensorias estaduais assegura autonomia funcional e administrativa, bem como a proposta orçamentária e subordinação ao art. 99, § 2º.
CUIDADO: A EC 69, de 20 de março de 2012, transferiu da União para o Distrito Federal as atribuições de organizar e manter a Defensoria Pública do Distrito Federal. Referida EC entra em vigor na data de sua publicação, mas produz efeitos decorridos 120 dias de sua publicação oficial.
	
PONTO 13 – DIREITO ADMINISTRATIVO
Domínio público: conceito e classificação dos bens públicos. Terras públicas, águas públicas, jazidas, florestas e fauna. Proteção ambiental: controle da poluição, preservação dos recursos naturais e restauração de elementos. Terras ocupadas pelos silvícolas. Agências Reguladoras e suas atribuições: energia, telecomunicação, vigilância sanitária, água e petróleo. Autonomia do Direito Administrativo. Os princípios de igualdade dos administrados e de presunção da verdade
DOMÍNIO PÚBLICO:
Conceito: Em sentido amplo, domínio público é o conjunto de bens móveis e imóveis destinados ao uso direto do Poder Público ou à utilização direta ou indireta da coletividade, regulamentados pela Administração e submetidos a regime de direito público.
CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE BENS PÚBLICOS:
Bens públicos - Bens públicos são todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer título, pertençam às pessoas jurídicas de direito público, sejam elas federativas como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sejam da Administração descentralizada, como as autarquias e as fundações de direito público. O Novo CC em seu art. 98, define como bens públicos, aqueles bens do domínio nacional pertencentesàs pessoas jurídicas de direito público interno.
Obs.: expressões relacionadas com bens públicos: - bens alodiais: é uma expressão da idade média e significava os bens que constituíam a propriedade definitiva, não estavam sujeitas a prazo ou condições e tinham isenções senhoriais feudais. Hoje pode ser utilizada para indicar bens públicos livres (alodialidade).
Classificação.
Quanto à natureza da pessoa titular, classificam-se em: a) federais, b) estaduais,c) distritais e d) municipais. 
Quanto à destinação: classificam-se em bens de uso comum do povo, de uso especial e bens dominicais.
- Os bens de uso comum do povo são aqueles que se destinam à utilização geral pelos indivíduos, podendo ser federais, estaduais e municipais. 
	Os bens de uso comum do povo e os de uso especial estão fora do comércio jurídico de direito privado. Tem como características a inalienabilidade, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração. No entanto, podem ser alienados ser foram desafetados. 
- Bens de uso especial são aqueles que visam à execução dos serviços administrativos e dos serviços públicos em geral. Podem ser móveis ou imóveis. 
- Os bens dominicais são os que constituem o patrimônio das pessoas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. A noção é residual, porque nessa categoria se situam todos os bens que não se caracterizem como de uso comum do povo ou de uso especial. Os bens dominicais podem ser alienados, porém possuem como características também a imprescritibilidade, impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração.
	Iii - Quanto à disponibilidade: classificam em bens indisponíveis, patrimoniais indisponíveis e patrimoniais disponíveis.
- Bens indisponíveis são aqueles que não ostentam caráter tipicamente patrimonial e que, por isso mesmo, as pessoas a quem pertencem não podem deles dispor. Ex: os mares, os rios, as estradas. 
- Bens patrimoniais indisponíveis são os que possuem caráter patrimonial e são indisponíveis porque utilizados efetivamente pelo Estado para alcançar seus fins. 
- Bens patrimoniais disponíveis são os que podem ser alienados, dentro das condições legalmente fixadas. São os bens dominicais em geral.
	c) Afetação é o fato administrativo pelo qual se atribui ao bem público uma destinação pública especial de interesse direito ou indireto da Administração. A afetação ao uso comum tanto pode provir do destino natural do bem, como ocorre com os mares, rios, ruas, estradas, praças, quanto por lei ou por ato administrativo que determine a aplicação de um bem dominical ou de uso especial ao uso público.
	d) Desafetação, ao contrário, refere-se ao bem que não está sendo usado para qualquer fim público, ou quando deixa de servir à finalidade pública anterior, diz-se então que o bem foi desafetado.
	Os bens de uso comum do povo e os de uso especial estão fora do comércio jurídico de direito privado. Tem como características a inalienabilidade, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração. No entanto, podem ser alienados ser foram desafetados. 
		e) Regime Jurídico
			Os bens públicos marcam-se pelas seguintes características de regime:
Inalienabilidade ou alienabilidade nos termos da lei – expressamente previsto no art. 100 do CC. J. Santos Carvalho Filho fala em alienabilidade condicionada, uma vez que só são inalienáveis enquanto qualificados, ou seja afetados a um fim público, conforme dispõe o artigo 100 referido.
Veja que a lei possibilita a alienação do bem público desde que observadas as exigências da lei (art. 101, CC).
Impenhorabilidade: bens públicos não podem ser penhorados – art. 100 da CF. Não se sujeitam ao regime da penhora, uma vez que os créditos contra a Fazenda Pública, em virtude de sentença judicial, são pagos através do sistema de precatórios, em que o Judiciário recomenda ao Executivo que coloque o crédito, em ordem cronológica para pagamento. A impenhorabilidade objetiva salvaguardar os bens públicos do processo de alienação da execução.
Imprescritibilidade: significa que os bens públicos são insuscetíveis de aquisição por usucapião, independentemente da classificação (art. 100 do CC e 200 do DL 9.760/46, súmula 340 do STF e arts. 183, §3º e 191 da CF
3. TERRAS PÚBLICAS, ÁGUAS PÚBLICAS, JAZIDAS, FLORESTAS E FAUNA 
	3.1. TERRAS PÚBLICAS – TERRAS DEVOLUTAS
	Evolução do regime jurídico das terras públicas no Brasil. (Hely Lopes e Di Pietro)
A história da propriedade rural, no Brasil, compreende quatro fases: primeira fase: a de sesmarias, a de posses, a que se inicia com a Lei Imperial de Terras (Lei n. 601/1850) e a que tem por marco a instauração da República, com a Constituição de 1891.
No Brasil todas as terras foram, originariamente, públicas, por pertencentes à Nação Portuguesa, por direito de conquista. Depois, passaram ao Império e à República, sempre como domínio do Estado.
A primeira medida adotada com vistas à colonização foi a divisão das terras em capitanias hereditárias, incluindo entre os direitos outorgados aos donatários o de distribuir sesmarias, assim consideradas as glebas de terras públicas que eram concedidas aos particulares interessados em cultivá-las, mediante o pagamento de uma renda calculada sobre os frutos. A concessão de sesmarias, feita sob o regime enfitêutico, gerou os grandes latifúndios.
Em 1822, pouco antes da Independência, foi suspensa a concessão de sesmarias, iniciando-se a segunda fase, de ocupação; como não havia legislação disciplinando o uso das terras, as pessoas tomavam posse e começavam a cultiva-las. A partir de então, a morada habitual e o cultivo da terra passaram a ser considerados fatores essenciais à legitimação da posse. 
Terceira fase: Com o intuito de regularizar a situação das terras públicas e legitimar as ocupações, foi promulgada a primeira lei de terras no Brasil – a Lei n. 601/1850, que: a) definiu as terras devolutas e proibiu sua aquisição a não ser por compra, salvo as limítrofes com outros países; b) tratou da revalidação das concessões de sesmarias; c) dispôs sobre a legitimação de posses e instituiu o processo de discriminação das terras públicas das particulares.
Pelo conceito da Lei n. 601/1850, terras devolutas eram terras vagas, abandonadas, não utilizadas quer pelo poder público, quer por particulares. Esta lei foi regulamentada pelo Dec. Imperial 1.318/1854 que instituiu as terras reservadas e a faixa de fronteira.
A quarta fase da evolução do regime de terras se inicia com a Constituição de 1891, que reservou para a União a porção de terras indispensável à defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de ferro federais; transferiu as demais aos Estados.
O Dec. Federal 19.924/31 reafirmou o direito dos Estados-membros sobre as terras que lhes foram transferidas pela Constituição de 1891. 
	O Decreto-lei n. 9760/46 define as terras devolutas federais em seu artigo 5º: “são devolutas, na faixa da fronteira, nos Territórios Federais e no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público federal, estadual ou municipal, não se incorporaram ao domínio privado”.
	Na Constituição de 1988, em seu art. 20, enumera os bens pertencentes à União. 
	As terras públicas compõem-se de terras devolutas, plataforma continental, terrenos reservados, terras ocupadas pelos silvícolas, terrenos de marinha, terrenos acrescidos, ilhas dos rios públicos e oceânicos, álveos abandonados, além das vias e logradouros públicos e áreas ocupadas com as fortificações e edifícios públicos.
- terras devolutas: são áreas indispensáveis à defesa da fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental (art. 20, II da CF). Observe que podem ser do domínio da União ou dos Estados, existindo a ação discriminatória para demarcar o que seja domínio público e o que

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