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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
Responsabilidade dos Magistrados:
	Imunização do Art. 41 da LOMAN - O magistrado não responde pelos atos eminentemente jurisdicionais (despachos, decisões interlocutórias e sentenças).
	Art. 41. Salvo os casos de impropriedade ou excesso de linguagem o magistrado não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir.
	Para o STF, o juiz responde por desvio de conduta nas formas previstas em lei. Se o juiz desviar da linguagem forense poderá responder administrativamente. 
	Não é correta a afirmação de que o juiz nunca responderá pelo atos eminentemente jurisdicionais. Poderá responder por excesso de linguagem e impropriedade de linguagem (aquela que não observa a linguagem observada pela práxis forense).
	Características: Lide
 I
 D
 E 
 S
	Responsabilidade Civil dos Magistrados:
	Agindo como particular, responderá como particular. Agindo como juiz, praticando atos jurisdicional, estará imunizado pelos seus atos. Ele só responderá se praticar determinada conduta prevista na legislação. O STF diz que o juiz só responde na forma prevista em lei. E qual é esta legislação?
	Art. 133 do CPC – “Responderá por perdas e danos o juiz, quando: 
	I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; Esta situação tem que ficar provada.
	II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providências que deva ordenar de ofício, ou a requerimento da parte.
	Parágrafo Único. Reputar-se-ão verificadas hipóteses prevista no nº. II só depois que a parte, por intermédio do escrivão, requerer ao juiz que determine a providência e este não lhe atender o pedido dentro de 10 (dez) dias.
	É a mesma coisa do que diz o Art. 49 da LOMAN.
	Quem responde civilmente pelos atos dolosos ou culposos praticados pelo Juiz? O Estado responde imediatamente, de forma objetiva, pelo dano causado pelo juiz, pois este age em nome daquele. Basta comprovar a conduta, o dano e o nexo causal, não havendo a necessidade de se provar culpa. Claro que, depois de dirimidas tais obrigações objetivas, cabe ao Estado intentar a ação regressiva contra o juiz. Mas, agora, a responsabilidade é subjetiva, sendo discutida a culpabilidade do juiz. É a posição da jurisprudência.
	Segundo o STF e o STJ o juiz não tem legitimidade passiva para figurar na ação de indenização proposta pelo jurisdicionado. Ele apenas responderá em ação regressiva do Estado, em sendo o caso.
	Se o juízo criminal manteve o réu preso preventivamente e, finalmente, foi constatado, em apelação pelo tribunal, que não foi o réu o autor do crime. O Estado responde por esta prisão? Não. Apenas aquele que for vítima de erro judiciário e quem ficar preso além do tempo fixado na sentença (Art. 5º., LXXV, da CF/88) gera indenização (a prisão preventiva no andamento normal do processo não gera direito a indenização). A prisão preventiva é de natureza cautelar e, mesmo que houver absolvição, não gera direito à indenização.
A Lei de Improbidade Administrativa não é compatível com a Lei Orgânica da Magistratura, sendo que somente essa tem competência para definir as hipóteses de punição e o seu processamento para a perda do cargo. Com esse entendimento, o juiz Márcio Aparecido Guedes rejeitou liminarmente a Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público de Mato Grosso contra o juiz substituto da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Popular, Roberto Seror. As informações são da jornalista Antonielle Costa, editora do jornal Mato Grosso Notícias. 
De acordo com reportagem, o Ministério Público acusou o juiz de ter cometido atos de improbidade administrativa em conduta tida por “ilegal decorrente de manifesta parcialidade na condução e julgamento de determinadas ações que tramitam ou tramitaram pela Vara Especializada, quando nela atuou esporadicamente como substituto do juiz titular”.
Na decisão, o juiz critica a iniciativa dos promotores. “Quer me parece ser este o caso ora judicializado, onde os ilustres promotores de justiça se valem do ajuizamento temerário de uma ação civil pública, da qual são dominus litis com grande responsabilidade funcional, para buscar forçosamente o afastamento definitivo das funções de um magistrado que atuou no exercício de suas atividades judicantes por força de substituição legal”, escreve. 
Em outro trecho, ele diz que “é preciso dar um basta em ações desse tipo, sendo certo que os membros do Ministério Público não podem se utilizar de instrumentos de defesa social tão importantes de forma absolutamente inconsequente, atécnica e imprudente, como é o caso desta que esta sendo analisada nesse momento”. 
O Ministério Público solicitou, sem sucesso, a perda da função do juiz. Guedes disse estar convencido “da inexistência do ato de improbidade e da inadequação da via eleita para apreciar atos de natureza eminentemente judicante”. Ele afirmou, ainda, que o juiz Seror agiu no cumprimento do dever legal no julgamento das ações questionadas pelos membros do MPE, que integram a Núcleo de Defesa do Patrimônio e da Probidade Administrativa. 
Para Guedes, as próprias garantias constitucionais dos juízes não dão a possibilidade da aplicação da lei ordinária para a perda do cargo. “Ora, estando o juiz em substituição legal e vindo os autos a sua análise, é certo que deve atuar na forma indicada, ou seja, despachando, decidindo ou sentenciando, independentemente de quem sejam as partes, que podem inclusive pedir preferência para tais atuações judicantes, sem que isso induza a conclusão de perda de imparcialidade, da impessoalidade e da honestidade. Anoto, é dever do julgador praticar atos de seu ofício, seja como titular, seja como substituto legal”, diz a decisão. 
O Supremo Tribunal Federal já decidiu no mesmo sentido, lembrou Guedes. Ao comentar que o magistrado está imune de responsabilização civil pelos fundamentos, ele explica que “as decisões judiciais somente podem ser questionadas por meio dos recursos próprios e existentes, não se podendo querer criar a responsabilidade objetiva do julgador para considerar que este pratica ato de improbidade administrativa por despachar ou decidir em substituição legal, ou dar preferência de celeridade a determinados processos, tudo em decorrência de solicitação própria das partes interessadas”.
	Responsabilidade Criminal dos Magistrados:
	O juiz, com uma mesma conduta, pode cometer um ato passível de punição civil, criminal e administrativamente. Primeiro o Estado responde objetivamente pelos prejuízos que a parte sofreu. Depois o juiz responde, em ação regressiva, pelo danos causados, se houver previsão legal.
	Responsabilidade - Criminal --------- Tipicidade
 - Administrativa --------|
	Tipicidade Criminal: Temos que analisar o preceito primário da norma (“matar alguém”) e o preceito secundário da norma (pena – é a sanção). No direito penal temos uma tipicidade e uma subsunção do fato à norma. É a tipicidade fechada.
Se o magistrado produz um disparo de arma de fogo e a vitima desmaia e cai, mas não houve o evento morte. Assim não houve o evento morte. Assim não haverá a sanção pelo fato morte. Pois o fato não se subsume à norma descritiva da conduta e do resultado.
 
	Na tipicidade administrativa poderá haver a sanção se os deveres impostos ao juiz não forem cumpridos. Não haverá condutas previstas legalmente, mas deveres funcionais. Se estes não forem cumpridos se aplicará uma sanção. Haverá um juízo de discricionariedade. É a tipicidade aberta.
	Exemplo: Um juiz que reside fora da comarca, sem autorização do tribunal, não estará cometendo um crime, mas tão somente uma infração administrativa. E a sua punição vai depender a medida do tribunal quando ao grau dainfração dos deveres do juiz. Não pode o poder judiciário afastar a pena administrativamente aplicada pelo tribunal. O poder judiciário poderá controlar apenas a legalidade do procedimento através de mandado de segurança. Mas não pode mudar a sanção aplicada, pois esta é de competência administrativa do tribunal, sendo, portanto, poder discricionário deste. 
	
	Competência para o julgamento de crimes praticados pelo magistrado:
	O Art. 96, III, da CF/88 prevê uma regra de competência especial por prerrogativa de função.
	“Art. 96. Compete privativamente:
 I – (...)
II – (...) 
III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral”.
	Mas será sempre que o Tribunal de Justiça julgará os seus juízes? Mesmo em se tratando de um crime de competência da Justiça Federal permanece a competência do TJ para julgar os seus juízes. É a posição do STF. Exceto uma única exceção: os crimes eleitorais (o competente é o TRE). 
	O TJ continua competente para julgar um juiz aposentado? O STF entende que, com o fim da atividade jurisdicional, cessa o foro por prerrogativa de função. Foi revogada a Súmula nº. 394. O magistrado será julgado pelo juízo comum.
	Em um crime praticado por 2 desembargadores federais, 1 juiz federal e 2 cidadãos comuns prevalece o princípio da prevalência da instância superior, ou seja, eles serão julgados pela maior autoridade com competência para julgar as maiores autoridades infratoras. Assim, prevalece a competência do STJ.
	Se o Tribunal entender que a causa é complexa é possível o desmembramento do processo como base no Art. 80 do CPP e cada réu seja julgado pelo seu juízo natural. No caso do exemplo anterior o STJ continua julgando os desembargadores federais. O processo será desmembrado e enviado cópia dos autos para o TRF, no caso do juiz federal, e para o juiz de primeiro grau, no caso dos cidadãos comuns.
	Quanto à prisão, o juiz só poderá ser preso em flagrante por crime inafiançável e por ordem do seu tribunal (Art. 33, II, da LOMAN) e deverá ser apresentado imediatamente ao presidente do tribunal competente.
“Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado (vetado);”
 “Art. 29 - Quando, pela natureza ou gravidade da infração penal, se torne aconselhável o recebimento de denúncia ou de queixa contra magistrado, o Tribunal, ou seu órgão especial, poderá, em decisão tomada pelo voto de dois terços de seus membros, determinar o afastamento do cargo do magistrado denunciado”. Mas para a sua condenação não é exigido este quorum. 
	Segundo o STF, em regra, não cabe “Habeas Corpus” para que o juiz volte às suas atividades normais, pois a sua liberdade não está em risco e porque o afastamento é baseado no interesse público e, se não afastado, causaria perplexidade na sociedade. Mas há um HC no STF concedendo o retorno do juiz ao cargo, mas o retorno foi admitido por excesso de prazo.
	Uma autoridade policial não pode presidir um Inquérito Policial contra um magistrado. Se o Delegado, em um IP, perceber a participação criminosa de um magistrado deverá encaminhar os autos ao Presidente do Tribunal de Justiça competente. O órgão especial do referido tribunal promoverá o sorteio do caso para um dos desembargadores para condução do Inquérito Judicial.
	É posição pacífica no STF e STJ que Ministério Público tem legitimidade para atuar no Inquérito Judicial, pois é ele o destinatário do referido procedimento e o dono da ação penal. 
	
Ver HC nº. 16.894. Um processo administrativo constatou que o ato praticado pelo magistrado não configurava crime (abuso de autoridade) e o órgão especial, no âmbito criminal, reconheceu a ausência de justa causa como fundamento para não receber a denúncia contra o magistrado. Isto não é uma exceção ao princípio da independência das instâncias. 
 
	Responsabilidade Administrativa do Magistrado:
	A tipicidade aqui é uma tipicidade aberta.
	“Art. 35 - São deveres do magistrado:
I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício;
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência.
V - residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado;
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar injustificadamente antes de seu término;
VIl - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”. Conduta irrepreensível é um comportamento honesto, ético e ______ esperado pela sociedade em ralação ao juiz. A Resolução nº. 135 regulamenta a responsabilidade administrativa dos magistrado. Mas deve ser analisada também a Resolução nº. 30. Ambas do CNJ. 
Qualquer lei que atinja o regime jurídico da magistratura nacional só pode ter início no STF e aprovada por lei complementar. Qualquer ato administrativo ou lei estadual deve respeitar o que dispõe a Constituição Federal (Art. 93) e o Estatuto da Magistratura (que não existe atualmente, sendo que hoje vem disciplinado na LOMAN). Qualquer ato do CNJ que viole a Constituição ou à LOMAN será inconstitucional. Esse ato não pode inovar sobre esses institutos legais.
Simetria: CF/88 – LOMAN – Leis Estaduais e Atos Administrativos.
Penas Administrativas Aplicáveis aos Magistrados:
Advertência: cabível em casos de atrasos a audiência, faltas, etc.
Censura.
Estas duas penas somente são aplicáveis aos juízes (substitutos, titulares e juízes atuantes nos tribunais).
remoção compulsória: é aplicada em caso de incompatibilidade com as funções (juiz que comete excessos e, por isso, é removido para outra localidade).
Disponibilidade: O juiz vitaliciando (que ainda está em estágio probatório) não está sujeito a esta penalidade. É a pena mais grave aplicável ao juiz vitalício.
Demissão: Pode ser aplicada ao juiz vitaliciando por decisão administrativa do próprio tribunal. Já para o juiz vitalício somente a decisão judicial com o trânsito em julgado pode levá-lo à demissão.
A reclamação contra juiz somente pode se dar por reclamação escrita. Vedada a reclamação anônima. A reclamação feita contra juiz de primeiro grau é apurada por meio de sindicância pela Corregedoria Geral de Justiça e ao Desembargador Presidente em caso de reclamação contra desembargador. Não haverá a aplicação de pena pelo Corregedor ou Presidente do Tribunal. Apenas o Tribunal tem tal poder, mediante processo administrativo disciplinar. E os arquivamentos de procedimento disciplinar contra magistrado deve ser informado ao CNJ.
Os procedimentos administrativos aplicáveis aos juízes vitalícios poderão ser aplicados aos casos de juízes vitaliciandos, dependendo do caso concreto.
Prescrição no Procedimento Administrativo Disciplina Contra Magistrados:
 O STJ e STF, em suas jurisprudências, aplicam ao processo administrativo disciplina, naqueilo que não contraria a CF/88 e a LOMAN, a regras da Lei nº. 8.112/90. Os prazo prescricionais é uma delas. 
Segundo o STJ, para a demissão, disponibilidade e aposentadoria compulsória, o prazo prescricional é de 5anos. A remoção e censura tem como prazo prescricional de 2 anos. E no caso de advertência o STJ tem reconhecido o prazo de 180 dias.
	O início da contagem do prazo é a data de ciência da pratica do fato pelo tribunal competente para julgá-lo.
Ver Resoluções nº. 30 e 135 do CNJ.
CONCEITO DE DIREITO 
I – Direito Objetivo e Direito Subjetivo:
Considerações Iniciais - O Direito tem várias sentidos. Pode ser entendido como um conjunto de normas que existe, independente da vontade do indivíduo. Também pode ser entendido como uma faculdade do individuo. E é tratado como fenômeno objetivo (Law) e como fenômeno subjetivo (right).
 
Conceito de Direito Objetivo – É aquilo que denominamos de ordenamento jurídico. É o conjunto de normas com vigência em um determinado território. Para MIGUEL REALE o Direito é um conjunto de normas positivadas, envolvendo também os costumes. É “norma agendi” (norma de conduta).Está ligado ao sentido de soberania, pois é o detentor da soberania que cria o direito positivo.
Conceito de Direito Subjetivo – É o poder atribuído ao sujeito para fazer ou não fazer algo ou para exigir de outros um comportamento determinado. Este poder é também chamado de “facultas agendi” (faculdade de agir). É uma faculdade atribuída a alguém.
Embora se divida o direito em direito objetivo e direito subjetivo, eles são pensados em conjunto.
Teorias sobre a natureza do direito subjetivo:
Teoria da Vontade (Windscheid) – Diz que o direito subjetivo é a vontade juridicamente protegida. Os críticos desta teoria dizem que os incapazes não teriam direito subjetivos porque não podem expressar sua vontade.
Teoria do Interesse (Jhering) – O direito subjetivo é o interesse juridicamente protegido. A crítica é que, em primeiro lugar, interesse é uma palavra muito vaga, um índice de indeterminação muito amplo, difícil de se delimitar. Em segundo lugar, há casos em que, mesmo não havendo por parte do indivíduo, interesse que o direito proteja determinado bem, mesmo assim o direito protege esse bem. Não sendo, assim, adequada a explicar o direito subjetivo.
Teoria Eclética ou Mista (Jellinek) – O direito subjetivo é o interesse juridicamente protegido que se efetiva através de uma manifestação de vontade. É uma junção das duas teorias anteriores. Critica: como síntese das teorias anteriores ela padece dos mesmos problemas que aquelas.
Teoria da Garantia (Thon) – Direito subjetivo é a proteção que o ordenamento jurídico oferece ao titular do direito, tornando-o efetivo. Critica: se ele é proteção, no fundo o direito subjetivo não nada mais que o próprio direito objetivo.
Teoria de Kelsen – O direito subjetivo é apenas um reflexo de um dever jurídico que é estabelecido pela norma. Não se deve invadir a propriedade de outrem, se se causar dano deve-se indenizar, etc. Assim, não há como se distinguir direito subjetivo do direito objetivo. Quando se diz que se tem um direito de que uma fazenda não seja invadida (direito subjetivo), esta frase é apenas um reflexo do direito objetivo. 
d) Conclusões – A doutrina costuma chamar a atenção para o seguinte fato: se enxergarmos o direito sob um ângulo mais psicológico a tendência é darmos relevância ao direito subjetivo. Se formos analisar o direito dando uma prioridade lógica a esta analise, daremos relevância ao direito objetivo como um conjunto de normas. A diferença entre o direito objetivo e o subjetivo varia de acordo com a postura adotada. 
 Se adotarmos uma postura jus naturalista, chegaremos a uma conclusão diversa da conclusão que se chaga adotando uma posição positivista. Pois os “jus naturalistas” dizem que o homem possui direitos independente de uma ordem estatal dizer que nós temos direitos. Enquanto uma postura positivista diz que a única forma de direito que existe é aquele direito positivado pelo Estado (fruto da vontade do Estado). Conforme a posição que adotamos, chegamos a uma conclusão diferente.
 A doutrina mais recente busca uma posição de equilíbrio, dizendo que é impossível se conceber o direito subjetivo sem o direito objetivo. Na verdade eles estão ligado. É o que prevalece na doutrina. Nós só temos uma faculdade porque há um ordenamento jurídico que nos concede aquela faculdade. Na verdade, o que há entre direito objetivo e direito subjetivo é uma coimplicação (um conceito só existe por causa do outro). Não sendo possível se pensar em direito subjetivo que não seja concedido por normas de direito objetivo. Ambos os direitos são faces da mesma moeda. Tudo vai depender do ponto de vista (GARCIA MAYLES).
2. O conceito de Direito. Equidade. Direito e Moral. 
2.1 O conceito de direito
 1. definição nominal: “direito”: “jurídico”
		2. definição real: analisemos cinco expressões com o vocábulo:
	
O direito não permite o duelo 
O Estado tem o direito de legislar 
A educação é direito da criança 
Cabe ao direito estudar a criança 
Direito constitui o vetor da vida social 
A. Direito-norma: Ihering define o direito a partir desse sentido: “o direito é um conjunto de normas coativamente garantidas pelo Poder Público”. 
B. Direito faculdade (subjetivo): Meyer: “o poder moral de fazer, exigir ou possuir alguma coisa.” Direito interesse e o direito-função. 
C. Direito justo: Duas acepções: a) aquilo que é devido por justiça (a minha participação é devida por justiça); b) aquilo que possui conformidade com a justiça (“não é direito condenar um anormal”, isto é, não é de acordo com a justiça...). A primeira acepção pode ser denominada “justo objetivo”, a que se refera Ulpiano: Justiça é a vontade constante e perpétua de dar a cada um o seu direito. Já a segunda definição pode ser chamada de “justo qualificativo”, ao indicar a conformidade com as exigências da justiça. É empregado por Liberatore: “Direito é tudo o que é reto, na ordem de costumes”. O conceito mais difundido de direito também o vincula à Justiça; trata-se da definição de Celso: ius est ars boni et aequi (o direito é a arte do bom e do justo).
D. Direito-ciência: Hermann Post: “Direito é a exposição sistematizada de todos os fenômenos da vida jurídica e a determinação de suas causas”.
E. Direito fato-social: José de Oliveira Ascensão: “sendo um fenômeno humano, o Direito não é um fenômeno do homem isolado, é um fenômeno social: há uma ligação necessária e constante entre Direito e sociedade. Por isso se diz que ubi ius ibi societas.” 
Outras concepções:
Concepção histórico-materialista (Marx, critica da economia política): o conjunto das relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se forma uma superestrutura jurídica e política a à qual correspondem formas de consciência social determinadas.
Concepção quântica do direito (Goffredo Telles Jr. O direito quântico): a ordenação jurídica é a própria ordenação universal: é a ordenação universal no setor humano; a ordenação da natureza única, no mundo que é promovida a ordenação cultural; a teoria do direito quântico é a tese de que o direito se insere na harmonia do universo e, ao mesmo tempo, dela emerge, como requintada elaboração do mais evoluído dos seres. 
2.2 Equidade: 3 funções:
a) Equidade como mecanismo destinado a atender comando legal: quando a lei expressamente autoriza o seu recurso (Ex: 413 e 944, parágrafo único, do CC).
b) Equidade como mecanismo destinado a suprir lacunas: adquire sentido próprio como um mecanismo destinado a suprir lacunas porventura existentes no sistema legal, a serviço da técnica de integração da norma jurídica (art. 4°LICC por extensão), mediante a criação de uma norma para solucionar o caso em concreto.
c) Equidade como elemento de adaptação da norma ao caso concreto. Vem, pelo art. 5º da Lei de Introdução ao Código Civil (Decreto-lei nº 4.657, de 04/09/1942), como válvula de segurança que possibilita aliviar a tensão e o descompasso entre a norma e a realidade: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.” Servede referencial para os princípios gerais do Direito e levando o juiz a um critério de moderação e isonomia, ou seja, a um agir com razoabilidade. Como disse Aristóteles: “a equidade é a justiça do caso particular”, ou seja, o ato de moldar a justiça à especificidade de uma situação real, via flexibilização da lei. A equidade consiste, assim, em corrigir a impessoalidade das leis, para aplicá-las com espírito de compreensão e coerência, dosando o rigor da norma e medindo a intensidade das sanções..
2.3 Direito e moral: define-se como moral um conjunto de regras de condutas que orienta o agir humano na realização do bem. Diferenças: a) finalidade: a ordem moral é uma ordem das consciências, pretende o aperfeiçoamento dos indivíduos, orientando-os para o bem (unilateral). Pelo contrário, o direito pretende ordenar os aspectos fundamentais da convivência, criando as condições exteriores que permitam a conservação da sociedade e a realização pessoal dos seus membros (bilateral); b) Coercibilidade: a regra moral é incoercível, porque nenhum poder exterior pode impor que os homens sejam melhores. Atributividade: o direito impõe deveres e prescreve direitos; a moral apenas impõe deveres. Teorias: a) Thomasius: foro interno/externo; b) Jellinek (mínimo ético): o direito representa apenas o mínimo de preceitos morais necessários para que a sociedade possa viver (a teoria pode ser representada pela imagem de dois círculos concêntricos, sendo o círculo maior o da moral, e o menor, o do direito; c) Teoria dos Círculos secantes (Pasquier): direito e moral possuem um campo de de competência comum e, ao mesmo tempo, uma área particular, independente. 
Principais diferenças entre moral e direito:
- o descumprimento da norma moral enseja sanção difusa caracterizada pela reprovação social. Já o descumprimento do direito, nomra jurídica, enseja uma sanção organizada, pré-estabelecida na norma e imposta pelo Estado.
- direito: há bilateralidade. O dever jurídico pode ser exigido.
Moral: é instancia de normatividade ética de natureza unilateral os preceitos morais se dirigem aos indivíduos em particular e não há como exigir de alguém o cumprimento de um dever moral. Ex. dever de solidariedade, dever de amor ao próximo.
"Moral é um conjunto de regras no convívio. O seu campo de aplicação é maior do que o campo do Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídicas. O campo da moral é mais amplo. A semelhança que o Direito tem com a Moral é que ambas são formas de controle social.
Existem algumas teorias que podem explicar melhor o campo de aplicação entre o Direito e Moral, quais sejam:
* Teoria dos círculos secantes de Claude du Pasquier, segundo a qual Direito e Moral coexistem, não se separam, pois há um campo de competência comum onde há regras com qualidade jurídica e que têm caráter moral. Toda norma júridica tem conteúdo moral, mas nem todo conteúdo moral tem conteúdo jurídico;
* Teoria dos círculos concêntricos (Jeremy Bentham), segundo a qual a ordem jurídica estaria incluída totalmente no campo da Moral. Os dois círculos (Moral e Direito) seriam concêntricos, com o maior pertencendo à Moral. Assim, o campo moral é mais amplo do que o do Direito e este se subordina à Moral.
* Teoria do mínimo ético, desenvolvida por Georg Jellinek, saegundo a qual o Direito representa apenas o mínimo de Moral obrigatório para que a sociedade possa sobreviver."
“O direito é:
heterônomo: por ser imposto ou garantido pela autoridade competente, mesmo contra a vontade de seus destinatários
bilateral: em virtude de se operar entre indivíduos (partes) que se colocam como sujeitos, um de direitos e outro de obrigações.
coercível: porque o dever jurídico deve ser cumprido sob pena de sofrer o devedor os efeitos da sanção organizada, aplicável pelos órgãos especializados da sociedade.
A moral é:
autônoma pois é imposta pela consciência ao homem.
unilateral: por dizer respeito apenas ao indivíduo.
incoercível: o dever moral não é exigível por ninguém, reduzindo-se a dever de consciência
CONSTITUCIONAL: 
PONTO 20: AUTARQUIA. EMPRESA PÚBLICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. AGÊNCIAS REGULADORAS. MANDADO DE SEGURANÇA. HABEAS CORPUS. HABEAS DATA. MANDADO DE INJUNÇÃO. REFORMA DO PEDOR JUDICIÁRIO – EC 45/04. AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI FEDERAL E DISTRITAL. ORDEM ECONOMÔCIA E FINANCEIRA. ORDEM SOCIAL. DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA: FISCALIZAÇÃO, CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVIDA, COBRANÇA JUDICIAL DO CRÉDITO E CERTIDÕES NEGATIVA E POSITIVA COM EFEITO NEGATIVO. 
--- AUTARQUIA. EMPRESA PÚBLICA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. AGÊNCIAS REGULADORAS: Vide Ponto 18 de Administrativo 
-- MANDADO DE SEGURANÇA. HABEAS CORPUS. HABEAS DATA. MANDADO DE INJUNÇÃO: Vide Ponto 5
-- REFORMA DO PEDOR JUDICIÁRIO – EC 45/04: Vide Ponto 1
-- AÇÃO DIREITA DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI FEDERAL E DISTRITAL: Vide Pontos 2 e 8 
-- ORDEM ECONOMÔCIA E FINANCEIRA: Vide Pontos 4 e 6 
-- ORDEM SOCIAL: Vide Pontos 4 e 7 
-- DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS: Vide Ponto 15
-- ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA: FISCALIZAÇÃO, CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVIDA, COBRANÇA JUDICIAL DO CRÉDITO E CERTIDÕES NEGATIVA E POSITIVA COM EFEITO NEGATIVO.
 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA:
Noção Conceitual:
Administração Tributária : conjunto de órgãos públicos com a incumbência de aplicar a legislação tributária. Principais atividades: fiscalização, a arrecadação e a cobrança (administrativa e judicial) dos tributos. 
Ostenta status constitucional (art. 37, inciso XVIII, CR/88 e 194, CF). Em razão de sua importância, a Constituição conferiu à administração fazendária a precedência, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, sobre os demais setores administrativos. São atividades essenciais ao funcionamento do Estado, com recursos prioritários para realização de suas atividades, exercidas por servidores de carreiras específicas, que atuarão de forma integrada, inclusive o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. 
A Administração Tributária sofrerá controle externo pelo Poder Legislativo, tendo a EC n. 42/2003, introduzido, entre as competências do Senado Federal (art. 52, XV da CR/88.
Expressões chave: Aplicar e fiscalizar o cumprimento da legislação tributária. Atividades de Fiscalização, Arrecadação e Cobrança. Matriz constitucional. Precedência sobre os demais órgãos administrativos. Recursos prioritários. Servidores de carreiras específicas.
 FISCALIZAÇÃO: 
É um Poder-Dever da administração tributária, por objetivo estimular o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias por intermédio da identificação e punição das daqueles que não as cumprem”. (Ricardo Alexandre, Direito Tributário Esquematizado). 
Indispensável que seja feita por pessoas às quais a legislação atribua competência para tanto, pena de invalidade do ato.
Quem é passível de sofrer a fiscalização - toda e qualquer pessoa, quer seja natural, jurídica, contribuinte, não-contribuinte, isenta ou imune. A fiscalização tributária pode lançar mão do auxílio da força pública (federal, estadual ou municipal) quando vítima de embaraço, desacato ou quando necessária para efetivar medida prevista na legislação tributária. 
Poder de requisição de informações - A própria CR/88 autoriza a Administração Tributária a entrar na intimidade econômica dos particulares, mediante identificação dos respectivos patrimônios, rendimentos e atividades econômicas (art. 145, §1º da CR/88). Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício; II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras; III - as empresas de administração de bens; IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais; V - os inventariantes; VI - os síndicos, comissários e liquidatários;VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão (art. 197 do CTN).
Requisição de informação a instituição financeira - Há grande controvérsia sobre a possibilidade de a autoridade administrativa, por ato próprio, requisitar às instituições bancárias enumeradas no inciso II, art. 197 do CTN, informações protegidas por sigilo bancário. Contudo, após o advento da LC 105/2001, tornou-se possível ao fisco requisitar diretamente às instituições financeiras (sem necessidade de ordem judicial) informações protegidas por sigilo bancário. A requisição deve ser excepcional, só se justificando quando não haja outro meio à disposição da Administração Fazendária de obter as informações indispensáveis à consecução de seu mister constitucional. 
Limite às informações - A obrigação da fiscalização prevista não abrange a prestação de informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão. Sendo ainda vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades.
Fiscalização e sigilo - O caráter sigiloso da escrituração comercial e fiscal, bem como dos documentos que comprovam os fatos escriturados, não pode ser oposto ao Fisco, devendo os sujeitos passivos mantê-los (livros e documentos) até que ocorra a prescrição dos créditos decorrentes das operações a que se refiram. SÚMULA 439 DO STF: “Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação”.
Fiscalização e Direitos e Garantias Fundamentais - Ao fiscalizar, o Estado deve respeito a todos os direitos e garantias constitucionalmente consagrados, como a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, das comunicações, do domicílio (que, segundo o STF, compreende o local de exercício de profissão) etc. Além disso, tratando especificamente do exercício da função fiscalizatória, o CTN previu outras restrições a serem observadas pelas autoridades fiscais, como:
a) O dever de documentar o início do procedimento
São dois os efeitos da Efeitos dessa lavratura: a) afastar a espontaneidade do sujeito passivo (art. 138, CTN – denúncia espontânea) e b) antecipar a contagem do prazo decadencial, caso este ainda não tenha se iniciado. Regra geral, o termo inicial de fluência do prazo decadencial é o do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, CTN). Todavia, se, antes de atingida tal data, for iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento, o termo inicial é antecipado para a data da notificação. (art. 173, parágrafo único, CTN). 
b) O dever de manter sigilo e suas exceções
Determinadas informações não podem ser divulgadas e, como regra, nem mesmo quando solicitadas podem ser fornecidas. É o dever de mantê-las em sigilo, sob pena de responsabilização administrativa, cível e criminal. Não se submete à regra do sigilo as meras informações cadastrais, como nome do contribuinte, número de seus documentos, endereço, etc. 
c) A transferência do sigilo - O art. 198 caput do CTN estabelece a regra do sigilo, e os §§ 1º e 3º trazem exceções a tal regra. [2: Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades][3: §1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa][4: §3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: I – representações fiscais para fins penais;   II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; III – parcelamento ou moratória]
Nas hipóteses do §1º: a informação NÃO DEIXA DE SER SIGILOSA, sendo apenas transferida no âmbito da Administração Tributária. Nas do §3º, a informação DEIXA DE SER SIGILOSA, podendo ser divulgada, inclusive pela imprensa. O inciso I do §1º traz hipótese em que a autoridade judiciária (juiz ou tribunal) requisita a informação protegida pelo sigilo, sendo que em tal caso deve também permanecer em sigilo no âmbito do judiciário. 
CPI e sigilo fiscal - Ressalte-se que, nos termos do art. 58, §3º, da Constituição, as Comissões Parlamentares de Inquérito possuem poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, podendo, fundamentadamente, determinar a quebra do sigilo fiscal. Já o inciso II do §1º tem aplicabilidade quando instaurado processo administrativo no âmbito da entidade solicitante, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração. Nesse caso, a solicitação só é cabível quando efetivamente existam graves indícios de cometimento de ilícito administrativo que já esteja sendo objeto de apuração em processo regularmente instaurado. A informação sai sigilosa da repartição fiscal e deve ser mantida em sigilo também na organização requisitante ou solicitante, passando esta a ser verdadeira detentora do sigilo.
d) A divulgação das informações 
Quando o ato praticado configura crime de ação pública, incumbe à autoridade administrativa informar a autoridade competente para oferecer a ação penal cabível. Assim, é elaborada uma representação fiscal (pois oriunda de autoridade fiscal) para fins penais (porque o objetivo é a responsabilização penal do infrator) – art 198, §3º, inciso I. 
Art. 198, § 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
        I – representações fiscais para fins penais;
        II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
        III – parcelamento ou moratória. 
Divulgação e os crimes contra ordem tributária tipo do crime contra a ordem tributária depende da efetiva existência de crédito tributário. O art. 83 da Lei 9.430/96 vincula a autoridade administrativa, impedindo-a de formular a representação ao Ministério Público antes da constituição definitiva do crédito. 
Na prática, nos citados crimes contra a ordem tributária, só há justa causa para que o Ministério Público ofereça denúncia após o término do processo administrativo fiscal (se o crédito foi mantido), apesar de o ajuizamento independer de representação da autoridade fiscal (STF, ADI 1.571/UF, de 10.12.03, DJ 30.04.2004). Assim, pode-se afirmar que a representação fiscal não é condição de procedibilidade para a instauração da ação penal pública, mas a definitividade da constituição do crédito é condição para a configuração do crime. E enquanto não concluído o processo administrativo fiscal, não corre o prazo prescricional do crime.
Em relação aos crimes contra a administração pública não há tal exigência, podendo ser imediatamente formulada a representação fiscal para fins penais.
Divulgação e cobrança indireta ilegal – A doutrina critica a possibilidade de divulgação permitida pelos incisos II e III do §3 º do art. 198 do CTN, vendo em tal um ilegal meio de cobrança indireta dos tributos pela Fazenda Pública. Alegam que a divulgação em Diário Oficial do nome dos sujeitos passivos a quem foram concedidos o parcelamento ou moratória, confere um indício relativo à ruína econômica do sujeito passivo. Assim, defendem a inconstitucionalidadede tais dispositivos, pois emprega meios vexatórios na cobrança (indireta) dos tributos.
Contudo é possível enxergar utilidade prática para a divulgação: presumir o conhecimento erga omnes acerca da situação do devedor, de forma a possibilitar a aplicação da presunção de fraude prevista no art. 185 do CTN.[5: Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa]
 
e) A permuta de informações sigilosas entre entes tributantes
A permuta de informação tem como objetivo conferir maior eficiência e integração das máquinas fiscalizatórias.
Após a EC 42/03, a própria Constituição passou a prever que as diversas administrações tributárias atuarão de forma integrada. A possibilidade de permuta de informações é norma de eficácia limitada, por depender de lei de caráter geral ou de tratado, convênio,convenção.
 
No âmbito internacional, o parágrafo único do art. 199 estipula, para os Estados-nações, essencialmente a mesma regra sobre transferência de sigilo entre os entes tributantes internos, sendo colocados, ao lado dos acordos e convênios, os tratados, típicos instrumentos para a celebração de avenças entre Estados soberanos.
 CERTIDÃO DA DIVIDA ATIVA:
Documento que atesta o débito de um sujeito para com a Fazenda Pública, seja débito de natureza tributária ou não-tributária, que tem força de título executivo extrajudicial (com presunção relativa de liquidez e certeza, com efeito de prova pré-constituída - art. 204 do CTN), possibilitando a execução forçada de seu valor, por meio de processo judicial de execução fiscal. Quando proveniente de relação tributária, a certidão que atesta o crédito tributário é denominada de Certidão da Dívida Ativa Tributária. 
Contudo, a lei 4.320/64 (Lei de Execuções Fiscais) retira qualquer efeito prático da divisão entre dívida Tributária e não-tributária, uma vez que trata da mesma forma a execução de ambas as modalidades. 
Art. 201 do CTN: “Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular”.
O crédito tributário não pago, na forma prevista na legislação própria, e não sujeito a qualquer das causas de suspensão da exigibilidade, é encaminhado para inscrição na Dívida Ativa pela repartição administrativa competente. O ato de inscrição constitui-se em controle administrativo da legalidade do crédito tributário e suspende a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 (cento e oitenta) dias ou até a distribuição da execução fiscal, se essa ocorrer antes de findo aquele prazo.
TJDF entende que : A SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL, POR 180 (CENTO E OITENTA) DIAS, CONTADOS DA INSCRIÇÃO NA DÍVIDA ATIVA (§ 3º, ART. 2º, LEI N.º 6.830/80), DIZ RESPEITO, TÃO-SOMENTE, ÀS DÍVIDAS DE NATUREZA NÃO TRIBUTÁRIA.
Constituído o crédito, o contribuinte, via de regra, tem um prazo para efetuar o pagamento, quando há impugnação administrativa. Ultrapassado o prazo, ele será inscrito em dívida ativa e daqui será extraída a certidão de dívida ativa. Essa inscrição é feita pela Procuradoria da Fazenda Nacional, nos termos da Lei de Execuções Fiscais. A certidão de dívida ativa será o título executivo que possibilitará à Fazenda Pública a propositura da execução fiscal.
Finalidades da inscrição do crédito na dívida ativa: A inscrição do crédito tributário na denominada dívida ativa possui dupla finalidade:
-
exerça o controle da legalidade de todos os procedimentos administrativos realizados até aquele ponto
obtenha um título executivo extrajudicial,
 possibilitando a execução fiscal.
Finalidade
s 
da inscrição do crédito na dívida ativa
Elementos que compões o termo de inscrição - art. 202 CTN:
(O nome do devedor, dos co-responsáveis e se possível o domicílio, Valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os juros de mora e demais encargos previstos em lei; A origem e a natureza do crédito, Data e número da inscrição no Registro da Dívida Ativa, O número do processo administrativo de que se originou crédito)
Omissão de requisitos> nulidade da CDA: A omissão de qualquer dos requisitos da certidão, ou erro relativo aos mesmos, causa a nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente. 
Sanatória de Vício da CDA: Mas a nulidade pode ser sanada, desde que ainda não tenha havido o julgamento da 1ª instância, mediante a substituição da certidão nula, diz a Lei de Execuções Fiscais, no seu art. 2º, § 8º (até a decisão de primeira instância, a CDA poderá ser emendada ou substituída). Uma vez operada a substituição, se deverá outorgar ao devedor um novo prazo para oferecimento de embargos, mas somente em relação à parte modificada da CDA, já que ele não teve a oportunidade de defender-se daquela parte da certidão que foi agora trocada (CTN, art. 203 e LEF art. 2º, §8º).
Logo, Regra: admite sanatória de vícios da CDA, que poderá ser, no mesmo processo executivo, até a decisão de primeira instância, mediante substituição da CDA, devolvido o prazo de embargos, que somente poderá versar sobre a parte modificada da CDA.
Ou em novo processo, a qualquer tempo, desde que não operada a prescrição.
Mesmo depois do julgamento de 1º instância, dando pela nulidade da certidão, e do processo de cobrança, é possível corrigir os defeitos da certidão. Não sobrevive, porém, o processo de cobrança cuja nulidade tenha sido declarada no julgamento, a não ser pela reforma deste na instância superior. Mas outra ação de cobrança pode ser intentada.
Com efeito, o processo de execução, se instruído com certidão de inscrição nula, deve ser extinto sem julgamento de mérito, nos termos do art. 267, inciso IV, do Código de Processo Civil. E, nos termos do art. 268 do mesmo Código, a extinção do processo não impede que a entidade exeqüente promova outra vez a ação de cobrança. Mas a petição inicial só deve ser despachada com a prova de que a exeqüente cumpriu o que lhe tenha sido imposto pela sentença no processo anterior.
Limites à Substituição da CDA: Não é possível a substituição da certidão como meio de corrigir lançamento materialmente errado. Se há um erro material a ser corrigido, deve ser feito novo lançamento em que se assegure a possibilidade de o sujeito passivo proceder à impugnação na via administrativa com os meios e recursos inerentes, sob pena de ofensa à Ampla Defesa na via administrativa, com os meio e recursos inerentes, afrontando o art. 5º, LV da CR/88. Possível será a substituição da CDA quando o vício for de ordem formal da própria certidão e nunca relativo a questão material de lançamento. Não se admite a alteração do polo passivo após a propositura da ação – jurisprudência majoritária do TJDF.[6: STJ, 2ª T., REsp 87.768/SP: “Inadmissível a substituição de CDA referente à cobrança de IPTU e Taxas lançados sobre área a maior, por isso que não se trata de simples correção de erro material ou formal do título executivo, mas de modificação do próprio lançamento, com alteração do valor do débito, o que não guarda apoio no art. 2º, § 8º da Lei 6.830/80”.]
A dívida ativa regularmente inscrita goza de presunção de certeza e liquidez. A certidão de inscrição tem o efeito de prova pré-constituída (CTN, art. 204). Essa presunção, todavia, é relativa, podendo ser elidida por prova inequívoca a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a quem aproveite (CTN, art. 204, parágrafo único). A isto equivale dizer que a dívida ativa regularmente inscrita é líquida e certa até prova em contrário. Líquida, quanto a seu montante; certa, quanto à sua legalidade. O executado, se alegar que não deve, ou deve menos, terá o ônus de provar o legado. A presunção referida pode ser afastada, em regra no processo autônomo de embargos à execução, por provainequívoca a cargo de quem a aproveite.
A presunção de liquidez e certeza da dívida ativa regularmente inscrita decorre da circunstância de ser a inscrição em Dívida Ativa precedida de apuração em regular processo administrativo, no qual é assegurada ampla defesa ao sujeito passivo da obrigação tributária.
 COBRANÇA JUDICIAL DE CRÉDITO:
(obs. Tal tópico é relativo à Execução Fiscal, desenvolvida no ponto 10 do programa de Direito Tributário, ao qual remetemos o colega. Contudo, traçaremos breves notas acerca do tema)
Para o direito civil os créditos são garantidos pelo patrimônio do devedor e as garantias, que podem ser reais ou pessoais, servem para garantir o pagamento desse crédito, já que nas hipóteses de inadimplemento os credores terão uma maior possibilidade de satisfazer seu direito. 
Quando o patrimônio do credor mostra-se insuficiente para atender o crédito, e este possui mais de um credor, a regra é a divisão do patrimônio de modo a satisfazer crédito de cada um deles. 
O crédito da Fazenda Pública, consolidado na CDA, seja ele tributátio ou não-tributário, é cobrado judicialmente por meio de processo de Execução Fiscal, regulado pela lei 6.830/80, com aplicação subsidiária do CPC, no que couber. 
O Sujeito Ativo ou Exeqüente (credora): Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal e respectivas autarquias.
 Sujeito Passivo ou Executado (devedor) : contribuinte e demais responsáveis legais pela dívida ativa de natureza tributária ou não tributária. ( Lei n.º: 4.320/64, art. 39, parágrafo 2º, 2º parte )
Procedimento resumido da Execução Fiscal (lei 6830/80) – Proposta a execução fiscal, instruída com a CDA, e presentes os demais requisitos processuais, o juiz determinará a citação do executado, por meio dos correios ou outra forma requerida pela Fazenda Pública (frustrada a citação pessoal, efetuar-se-á a citação editalícia), nos termos do art. 8º da LEF. 
TJDF: AJUIZADA A AÇÃO QUANDO JÁ VIGENTE A ALTERAÇÃO PROMOVIDA PELA LC 118/05, O DESPACHO DO JUIZ QUE ORDENAR A CITAÇÃO EM EXECUÇÃO FISCAL É CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRIÇÃO, A TEOR DO ART. 174, PARÁGRAFO ÚNICO, INC. I, DO CTN. 
Penhora: Citado, o prazo para Pagar ou Garantir o Juízo, mediante finaça bancária ou depósito, ou ainda indicar bens à penhora será de 05 (cinco) dias. Caso assim nao proceda, será efetivada a penhora de bens do executados que não sejam absolutamente impenhoráveis (art. 649 do CPC).
Embargos: A Defesa do executado será efetivada através de Embargos, interpostos no prazo de 30 (trinta) dias (art.16 da LEF), contados da segurança do juízo, ou seja, do depósito, da juntada da prova da fiança bancária ou da intimação da penhora.
A admissão de processamento dos embargos suspendem o curso da execução fiscal.
Ressalte-se que não serão admitidos Embagros sem que esteja garantida a execução (art. 16 § 1º da LEF), havendo divergência doutrinária acerca da necessidade de ser total ou parcial a segurança do juízo, tendo prevalecido, inclusive no STJ esta última. A saber, REsp 995706 / CE e E REsp 425288 / RS.[7: REsp 995706 / CE : Ao interpretar o art. 16, § 1º, da LEF, a jurisprudência evoluiu para entender que, se a penhora for parcial e o juiz não determinar o reforço, ou, se determinado, a parte não dispuser de bens livres e desembaraçados, aceita-se a defesa via embargos, para que não se tire do executado a única possibilidade de defesa”][8: REsp 425288 / RS: “A insuficiência de penhora não é causa suficiente para determinar a extinção dos embargos do devedor. Assim, cumpre ao magistrado, antes da extinção intimar o devedor a proceder ao reforço, à luz da sua capacidade econômica e da garantia pétrea do acesso à justiça. A possibilidade de substituição dos bens penhorados ou de reforço da penhora, revelam excessivo obstar a admissibilidade dos embargos do devedor ante à insuficiência do valor do bem constrito, máxime porque a expropriação do mesmo garante parcial pagamento e conspira em prol da amplitude da defesa.]
Segundo Hugo de Brito Machado: “O Juiz ao acolher os embargos, se o faz apenas em parte, não poderá fazer um lançamento tributário em substituição àquele feito pela autoridade competentem que considerou incorreto. Assim, não poderá determinar o prosseguimento da execução pela diferença que considere devida.” Continua, “Admite-se, porém, nos casos em que a cobrança diga respeito a parcelas autônomas,, como acontece, por exemplo, com a cobrança de imposto de renda de diferentes exercícios financeiros, prossiga a execução pela parcela autônoma, considerada devida.”
Foro Competente: ó o foro do domicílio do executado, " proposta a execução, a posterior mudança de domicílio do executado não desloca a competência já fixada
Circunstâncias impeditivas ou excludentes da cobrança judicial:
As causas suspensivas da exigibilidade, extintivas e exludentes do crédito tributário (art.151, 156 e 175, todos do CTN) impedem a cobrança judicial do crédito tributário. 
Garantias e Privilégios do Crédito Tributário: No direito tributário, as garantias dizem respeito à responsabilidade das pessoas quanto ao pagamento do crédito tributário, são meios jurídicos que asseguram o direito do Estado de receber a prestação do tributo. Já o privilégio, que deve ser analisado conjuntamente com a preferência, é a posição de superioridade que desfruta o crédito tributário em relação aos demais créditos, ou seja, a Fazenda receberá seu crédito antes dos demais credores. Assim, no direito tributário não se aplica a norma do direito civil, de divisão do patrimônio do devedor entre seus vário credores. O credor fiscal, assim como o credor trabalhista, tem o seu crédito satisfeito antes do crédito dos demais credores. 
Da conjugação desses dos artigos 186 e 187 do CTN, verifica-se que o crédito tributário prefere a qualquer outro, ressalvados aqueles provenientes da legislação do trabalho ou de acidente de trabalho. 
Na Falência - No caso de falência o crédito tributário deixa de ter preferência, também, sobre os créditos extracontratuais (remunerações devidas ao administrador judicial, despesas com arrecadação, administração, custas, etc.)
A cobrança do crédito tributário não está sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, recuperação judicial ou extrajudicial, inventário ou arrolamento, versando a preferência apenas sobre as pessoas jurídicas de direito público interno. 
Ordem de Preferência para recebimento entre as Fazendas: a ordem de preferência para recebimento de créditos tributários pelas pessoas jurídicas de direito público é: 
*1º lugar: créditos da União e INSS conjuntamente e “pro rata”, e depois as demais autarquias federais;
*2º lugar: créditos dos Estados e DF e suas autarquias conjuntamente e “pro rata”; 
*3º lugar: créditos dos Municípios e suas autarquias conjuntamente e “pro rata”.
 CERTIDÃO NEGATIVA:
Documento que comprova inexistência de débito de determinado contribuinte, de determinado tributo ou relativo a determinado período. 
A Lei 8.212 exige CND quando a empresa tiver que contratar com o poder público ou dele receber incentivo fiscal ou creditício. A forma judicial para obtenção da CND negada administrativamente é através de mandado de segurança, contra o ato da autoridade que tenha incumbência de expedir o documento. 
O art. 207 do CTN dispensa o sujeito passivo de apresentação de certidão negativa, mesmo que não haja lei expressamente liberando, quando ele precisar praticar um “ato indispensável para evitar a caducidade de direito”, respondendo, porém, todos os participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis, exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.
A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra o Fisco, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito e juros de mora. Cabe, ainda, responsabilidade criminal e administrativa (ou funcional), conforme previsto no art. 208do CTN. 
 Certidão Positiva com efeito de negativa:
Existem situações em que, apesar da existência de débitos, o sujeito passivo se encontra em situação regular perante o Fisco. Nestes casos, é expedida a denominada certidão positiva com efeitos de negativa. Trata-se de certidão positiva, pois débitos existem, mas com efeitos de negativa, pois o requerente está em situação regular.
É assim denominada a certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa, por quaisquer das causas elencadas no art. 151 do Código Tributário Nacional.
A certidão positiva com efeito de negativa, prevista expressamente no art. 206 do Código Tributário Nacional, tem sido denominada freqüentemente de “certidão de regularidade” e tem os mesmos efeitos da certidão negativa. 
As 3 Situações em que, apesar de reconhecida a existência de débitos, é reconhecida a regularidade do sujeito passivo:
CERTID
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O POSITIVA COM EFEITOS NEGATIVOS
Informativos de Jurisprudência:
Informativo 380 STJ: “(...) enquanto pendente a análise daquele pedido administrativo, suspende-se a exigibilidade do tributo, hipótese em que não há como negar a expedição de certidão positiva de débitos com efeito de negativa (art. 206 do CTN)”.
Informativo 252 STJ : CERTIDÃO POSITIVA. EFEITOS. NEGATIVA. VALOR INTEGRAL. DINHEIRO. A Turma conheceu em parte e, nessa parte, deu provimento ao recurso por entender que, no presente caso, não poderia o contribuinte interpor ação anulatória de débito fiscal no intuito de suspender a sua exigibilidade, oferecendo em garantia bem imóvel. Para que ele suspenda a exigibilidade do crédito e, conseqüentemente, permita a expedição de certidão, necessário que a garantia seja efetuada com o depósito integral em dinheiro do valor do tributo questionado.
Informativo 242 STJ: AÇÃO CAUTELAR. EXPEDIÇÃO. CERTIDÃO POSITIVA. EFEITOS DE NEGATIVA. A questão cinge-se à possibilidade de arrolamento de bens em sede de ação cautelar, para a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, cujo respectivo executivo fiscal ainda não fora ajuizado, visando à obtenção de certidão positiva com efeitos de negativa. A caução oferecida pelo contribuinte antes da propositura da execução fiscal é equiparável à penhora antecipada e viabiliza a certidão pretendida. Segundo o art. 206 do CTN, vê-se que a garantia do crédito, em suma, é a essência da norma, regramento jurídico de direito material que permite a expedição da almejada certidão positiva com efeito de negativa
Dispensa da apresentação da certidão negativa: o art. 207 do CTN prevê a dispensa legal da apresentação da certidão negativa quando se tratar de prática de ato indispensável para evitar a caducidade de direito. 
Responsabilidade por expedição de certidão com erro: (art. 208 do CTN) a expedição de certidão negativa com dolo ou fraude, que contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos. 
Contudo, apesar do CTN dizer que a responsabilidade é pessoal, logo, Exclusiva (o que acarreta o efeito de que não resta qualquer outra pessoa que responda subsidiariamente ou solidariamente com o devedor), tem a doutrina entendido que tal responsabilidade é Solidária entre o beneficiário da emissão da certidão e o servidor que a expediu. Pois caso contrário, havendo erro na expedição, o sujeito passivo estaria livre de pagar o seu débito, restando ao fisco somente cobrar do servidor que a expediu, que, via de regra, tem patrimônio infinitamente inferior ao do sujeito passivo .
Cumpre ressaltar que mesmo havendo erro, se não houver dolo ou fraude do servidor que a expediu este não será responsabilizado.
DIREITO ADMINISTRATIVO
PONTO 20: O PROCESSO DISCIPLINAR ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO E O DE CONSULTA. REGIME JURÍDICO DAS JAZIDAS E MINAS. AGÊNCIAS REGULADORAS: ENERGIA, TELECOMUNICAÇÃO, VIGILÂNCIA SANITÁRIA, ÁGUA E PETRÓLEO. DESAPROPRIAÇÃO E REQUISIÇÃO. CONCESSÃO DE USO DE BENS PÚBLICOS E CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE USO. PARCERIAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCESSÃO, PERMISSÃO, FRANQUIA, TERCEIRIZAÇÃO E CONVÊNIOS E CONSÓRCIOS. LEI DE LICITAÇÃO E LEI DE PARCEIRA PÚBLICO-PRIVADA. 
-- O PROCESSO DISCIPLINAR ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO E O DE CONSULTA.
O PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
Noção Conceitual
Segundo José dos Santos Carvalho Filho: “é o instrumento formal através do qual a Administração apura a existência de infrações praticadas por seus servidores e, se for o caso, aplica as sanções adequadas”.
O PAD é apenas um dos processos ocorridos em âmbito administrativo. 
O diploma que regulamenta a matéria é a Lei 9.784/99, aplicada somente à União. Esse diploma será adotado quando cada um dos Poderes estiver exercendo sua função executiva, que lhe é atípica.
Cada pessoa federativa tem autonomia para intituir o seu estatuto funcional e seu PAD, respeitada a CF/88.
Lei 9.784/99 traz normas gerais dos processos administrativos federais, no âmbito de seus três poderes. Leis federais que possuem regras específicas para processo administrativo prevalecem. Lei 9.784/99 será utilizada subsidiariamente, conforme seu art. 69. Ex.: Lei 8.112/90 é aplicada ao PAD e Lei 9.784/99, subsidiariamente. Vide MS 24095, MS 24163 e MS 24449, STF. 
Lei 8.112/90 não prevê alegações finais; seria possível adotar a Lei 9.784/99 para regulamentar as alegações finais no PAD? Para STF, não é possível, pois há lei específica para reger o PAD. Vide RMS 26226.
Princípios do PAD
Devido Processo Legal (art 5º LIV da CF/88)
Ampla Defesa (art 5º LV da CF/88)
Contraditório (art 5º LV da CF/88)
Oficialidade: a iniciativa da instauração e do desenvolvimento do processo administrativo compete à própria administração.
Publicidade: os atos do processo devem ser publicados. Sem publicação não fluem os prazos para impugnação administrativa ou anulação judicial, quer o de decadência para impetração de mandado de segurança (120 dias da publicação), quer os de prescrição da ação cabível
Verdade Material persegue a verdade real, ou seja, aquela que resulta efetivamente dos fatos que a constituíram e não a verdade formal.
Princípio da adequação punitiva:Punição aplicada pela Administração Pública ao servidor deve ser adequada, razoável, proporcional, devendo ocorrer somente após a devida apuração dos fatos. O poder judiciário poderá atuar uma vez comprovada a violação ao princípio da proporcionalidade, quando da aplicação de sanção administrativa descabida. (Vide MS 13000, STJ). 
h) Princípio da Motivação da Penalidade: ao punir o servidor, os motivos devem, obrigatoriamente, constar do PAD. Motivação é ferramenta para que o poder judiciário possa se manifestar futuramente, na análise de eventual ilegalidade. 
FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
3 fases: a instauração, o inquérito administrativo dividido em instrução, defesa e relatório, e o julgamento. Se ausentes elementos suficientes para instaurar o PAD: a Administração procederá à sindicância. 
Fase Preliminar: Sindicância 
Sindicância tem caráter preliminar ao PAD, a fim de permitir à Administração apurar se indícios contra o servidor têm ou não fundamento. Tem caráter inquisitório; fase preparatória; por isso, contraditório seria dispensado. Em alguns caso, a sindicância é, excepcionalmente, o próprio processo principal, caracterizado pelo seu caráter acusatório, desde que a lei preveja essa possibilidade (como o art. 145, Lei 8.112/90: sindicância pode culminar com a aplicação de advertência ou suspensão de até 30 dias). Neste caso, o contraditório e a ampla defesa são obrigatórios. Vide MS 22791.
I) Instauração
Ocorre com a publicação do ato que constitui a comissão que vai julgar o indigitado servidor. É de suma importância que a peça de início determine de forma clara e precisa o objeto da lide de forma a possibilitar a justificação plena do apontado;
II) InquéritoAdministrativo
É dividido em três sub-fases: Instrução, Defesa e Relatório.
III Instrução
Na instrução são apurados de forma precisa os fatos que deram origem ao Processo Administrativo Disciplinar. A Autoridade Administrativa tem nesta sub-fase do processo a oportunidade de produzir as provas de acusação;
IV- Defesa
Garantida de forma expressa na nossa Constituição como princípio que deve reger todos os processos, quer em área federal, quer em área administrativa (CF/88, art. 5º, LV), como já foi ressaltado, o devido processo legal também deve ser seguido, sob pena de anulação do ato;
V- Relatório
É a apreciação célere e sucinta do que ocorreu no processo, não carrega efeito vinculativo para a Administração Pública, que pode não seguir as conclusões da comissão processante, desde que informe os motivos que levaram a tomar decisão divergente;
VI- Julgamento
É a decisão da Autoridade Administrativa acerca do objeto da lide em questão. Sobredita fase é vinculativa devendo se basear em elementos probatórios existentes, necessariamente, no processo administrativo disciplinar (acusação ou defesa e provas). Poderá acolher o relatório da comissão ou dele divergir. Sendo assim, se comissão inocentou, autoridade poderá punir; ou se comissão sugeriu punição severa do servidor, autoridade pode entender caber punição leve. 
No PAD, admite-se reformatio in pejus: a decisão do recurso pode piorar a situação do servidor descrita no relatório, desde que devidamente fundamentada. 
Obs: Isso não se confunde com revisão do processo, cabível quando processo já acabou e desde que surjam novos fatos. Não se admite reformatio in pejus: revisão mantém a primeira decisão ou melhora a situação do servidor. 
Segundo a Lei 8.112/90, autoridade tem 20 dias para julgar. Não ocorrendo o julgamento nesse período, não haverá nulidade no processo. Prazo dilatório.
Ao PAD pode ser aplicada a regra do Processo do Trabalho, chamada de princípio do imediatismo?
O princípio do imediatismo, aplicado na esfera das relações de trabalho privadas, determina que se opera o perdão tácito quando o empregador, diante da ocorrência de uma falta disciplinar, retarda a aplicação da sanção ao empregado. Ele não tem incidência no âmbito do processo administrativo disciplinar, ainda que julgamento do servidor seja concluído em prazo além dos 20 dias previstos em lei (MS 8928, STJ).
Com a instauração do PAD, há interrupção ou suspensão do prazo prescricional para punir servidor?
Lei 8.112/90 determina que, com a instauração da sindicância ou do PAD, ocorrerá suspensão da prescrição por aproximadamente 140 dias (já que este é, em tese, o prazo de duração do PAD: 60 dias para conclusão, prorrogáveis por mais 60 dias; 20 dias para julgamento). No 141º dia, recomeçará a correr a prescrição do início. Vide MS 13364, STJ; MS 23299 e MS 23176, STF.
- Servidor pratica ilícito e tem o dever de ressarcir o erário: prazo seria prescricional, pois Estado tem pretensão de obter ressarcimento. Nessa hipótese, jurisprudência entende que ações de ressarcimento são imprescritíveis, com fundamento no art. 37, §5º, CR/88
Obs 2: Se o ilícito hipoteticamente praticado pelo servidor configurar crime será enviada cópia dos autos ao representante ministerial. Se for instaurada ação penal o prazo prescricional para instauração do PAD será o prazo da prescrição penal. Segue julgado:
PAD. DEMISSÃO. PRESCRIÇÃO.
A Seção concedeu a segurança para reintegrar os impetrantes no cargo de agente de saúde pública. No mandamus, os servidores públicos sustentaram a ocorrência da prescrição da ação disciplinar nos termos do art. 142, I, da Lei n. 8.112/1990, tendo em vista o transcurso de mais de cinco anos entre o conhecimento pela Administração Pública do fato a eles imputado (prática do crime de peculato) e a instauração do processo administrativo disciplinar que culminou na sua demissão. Nesse contexto, consignou o Min. Relator que, nas hipóteses em que o servidor comete infração disciplinar também tipificada como crime, o prazo prescricional da legislação penal somente se aplica quando o fato for apurado na esfera criminal. In casu, como não houve essa apuração, entendeu que deve ser aplicada a regra geral da prescrição de cinco anos prevista na legislação administrativa. Precedentes citados: RMS 19.087-SP, DJe 4/8/2008; MS 12.884-DF, DJe 22/4/2008; MS 13.242-DF, DJe 19/12/2008; RMS 18.688-RJ, DJ 9/2/2005, e MS 9.772-DF, DJ 26/10/2005. MS 15.462-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 14/3/2011 (ver Informativo n. 464).
Se, porventura, o fato tivesse sido investigado pela autoridade policial competente, o prazo prescricional seria regulado pelas regras do Código Penal. Sendo o crime de peculato apenado de dois a doze anos e, a prescrição da pretensão punitiva regulada pela máxima em abstrato, o fato prescreveria em dezesseis anos – art. 109, II, CP.
Obs3: VERDADE SABIDA: Verdade sabida é o conhecimento direto da infração pela autoridade competente para a aplicar a punição. Não mais prevalece "ex vi" do artigo 5, LX, da Carta Magna que impôs a obrigatoriedade do contraditório na aplicação de penas.
A Recorribilidade No Processo Administrativo Disciplinar
A recorribilidade no Processo Disciplinar está garantida quanto à órbita administrativa federal e quanto à esfera do judiciário, ele sempre poderá ser revisto caso for ilegal. É que a decisão administrativa, por o Brasil não seguir o sistema do contencioso administrativo, não tem o que é denominado no direito anglo-americano de "final enforcing power" podendo ser traduzido como "coisa julgada material" no ordenamento jurídico pátrio.
O que não pode o Judiciário é alterar a punição aplicada pela Administração Pública para uma mais gravosa ou mais leve, pois ao Judiciário só cabe analisar da legalidade ou não do ato, senão aviria invasão, não permitida, na discricionariedade administrativa. Ao judiciário incumbe também examinar a pertinência da motivação do julgamento com as provas colhidas ou se a pena aplicada viola o princípio da proporcionalidade. 
“(...) Anote-se, por fim, ser possível ao Judiciário examinar a motivação do ato que impõe pena disciplinar ao servidor, isso com o desiderato de averiguar se existem provas suficientes da prática da infração ou mesmo se ocorre flagrante ofensa ao princípio da proporcionalidade, tal como ocorreu na hipótese. Precedentes citados: MS 12.429-DF, DJ 29/6/2007, e MS 13.091-DF, DJe 7/3/2008. MS 14.993-DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 8/6/2011.
A Questão Da Prescrição Aplicada Às Infrações Funcionais
Prescrição é a perda do direito de ação pela inércia do titular diante de violação por outrem.
É instituto presente em praticamente todos os ramos do direito como princípio de ordem pública que não pode ser relevado pela Administração.
Em relação às infrações funcionais, o Regime Jurídico dos Servidores Civis da União (Lei 8.112/90) determina o prazo de prescrição da ação disciplinar em seu artigo 142, verbis:
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.
A Carta Magna, porém, ressalva, sempre, os casos de ressarcimento ao erário público no artigo 37, Inciso XXI, § 5º.
1 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Busca na Constituição Federal (art. 5º LV) e no Código Tributário Nacional (art. 145) as linhas mestras para sua constituição, cabendo aos entes da federação, obedecidos os ditames da Lei Maior, estipular as demais condições ou "ritos" procedimentais.
Noção Conceitual:
Processo Tributário consiste no conjunto de atos administrativos e judiciais ordenados, com o objetivo de apurar a obrigação tributária ou descumprimento desta, tendentes dirimir controvérsias entre Fisco e Contribuintes.
A atividade administrativa desenvolvida pela autoridade da Administração tributária é sempre vinculada. O próprio conceitolegal de tributo exige que seja assim. Inadmissível qualquer atividade discricionária no âmbito da Administração tributária
Classificação quanto ao objeto:
O processo administrativo fiscal pode ser classificado em cinco espécies, a saber:
a) determinação e exigência do crédito tributário;
b) consulta;
c) repetição de indébito;
d) parcelamento de débito;
e) reconhecimento de direitos.
1) A determinação e exigência do crédito tributário é aquela espécie de processo tributário destinada à constituição do crédito tributário e à sua cobrança dita amigável. É o processo de lançamento do tributo.
O processo tributário serve de condução para as normas de direito tributário, no campo estático para o dinâmico, aplicando-as ao fato concreto para relevar o débito ou indébito.
O processo de determinação e exigência do crédito tributário, ou processo de acertamento, ou simplesmente o lançamento tributário, divide-se em duas fases: 
(a) unilateral ou não contenciosa: A fase não contenciosa é essencial no lançamento de ofício de qualquer tributo. Começa com o primeiro ato da autoridade competente para fazer o lançamento, tendente à realização deste. Necessariamente escrito, e dele há de ter conhecimento o sujeito passivo da obrigação tributária correspondente.	Tem como principal efeito do início da fiscalização a exclusão da espontaneidade da denúncia apresentada pelo sujeito passivo para os fins do art. 138 do CTN.
	Termina com o termo de encerramento de fiscalização, que será acompanhado de um auto de infração, nos casos em que alguma infração da legislação tributária tenha sido constatada.
(b) bilateral, contenciosa ou litigiosa : A segunda fase do processo de determinação e exigência do crédito tributário começa com a impugnação do lançamento, vale dizer, com a impugnação da exigência formulada no auto de infração. Seguem-se os atos de instrução do processo, como a realização de diligências e de perícias, quando necessários, e o julgamento em primeira instância.
	O ônus da prova dos fatos em disputa no procedimento administrativo fiscal não é do contribuinte, como alguns afirmam. O ônus da prova quanto ao fato constitutivo do direito é de quem o alega. Da decisão do órgão de primeiro grau, geralmente monocrático, cabe recurso para um órgão superior, geralmente um colegiado. Fica condicionada a Reexame Necessário quando a decisão do órgão de primeiro grau é favorável ao contribuinte, no todo ou em parte, é obrigatória a remessa do caso ao órgão superior, para reexame.
2 PROCESSO DE CONSULTA: 
Visa eliminar dúvidas que tenha na interpretação da lei tributária. A resposta a uma consulta não é simples manifestação de um ponto de vista pela autoridade fiscal. Se contrária ao contribuinte, tem o efeito de obrigá-lo a assumir o entendimento nela contido, sob pena de sofrer a penalidade cabível, ensejando, por isto, a impetração de mandado de segurança contra a autoridade ou órgão por ela responsável. Se favorável ao contribuinte, vincula a Administração Tributária.
Isto não quer dizer que a Administração Tributária esteja impedida de corrigir erro eventualmente cometido na resposta. Pode, e deve fazê-lo; mas não se deve confundir erro de direito com mudança de critério jurídico. Em qualquer caso, a observância, pelo contribuinte, do entendimento adotado na resposta, exclui a aplicação de penalidades. Tendo havido erro de direito, pode ser cobrado o tributo devido, que não tenha sido pago em face da resposta que o continha. Em se tratando de mudança de critério jurídico, porém, a cobrança do tributo devido só abrangerá o período seguinte à notificação do contribuinte do novo entendimento adotado.
Outros processos administrativos tributários
Existem, ainda, outros procedimentos administrativos no âmbito da Administração Tributária, tais como o de repetição do indébito, o de parcelamento de dívidas fiscais e o de reconhecimento de direitos.
Efetuado o pagamento indevido de um tributo, tem o contribuinte direito de requerer à autoridade administrativa competente que determine sua restituição. Como, porém, essa restituição é coisa raríssima, geralmente tal processo não é utilizado.
O parcelamento de débitos fiscais é um outro processo muitas vezes colocado à disposição do contribuinte com o fito de estimular o adimplemento da obrigação tributária.
Finalmente, o processo administrativo de reconhecimento de direitos destina-se à formalização de isenções e imunidades que estejam a depender de manifestação da autoridade da Administração Tributária.
Contagem dos prazos
Os prazos previstos na legislação tributária devem ser contados em dias corridos. Esta é a regra estabelecida pelo art. 210 do Código Tributário Nacional.
Recurso hierárquico
PROCESSO JUDICIAL TRIBUTÁRIO
Não obstante o lançamento tributário tenha uma fase na qual, mediante processo contraditório, ocorre o acertamento, o sujeito passivo da obrigação tributária muitas vezes não se conforma com a exigência do tributo, ou com a imposição de certa penalidade. Tem, nestes casos, a seu dispor o processo judicial, mediante o qual se opera o controle da legalidade dos atos da Administração Tributária pelo Poder Judiciário. Regula-se pelo CPC, à míngua de leis específicas.
O processo de conhecimento, em matéria tributária, é sempre de iniciativa do contribuinte, porque a decisão, no processo administrativo, é sempre do fisco, inexistindo, assim, razão para que este provoque o controle judicial da legalidade de tais decisões
Garantias constitucionais
1 Inafastabilidade do controle judicial
2 Contraditório e ampla defesa
Ações de iniciativa do fisco
1 Execução fiscal
Denomina-se execução fiscal a ação de que dispõe a Fazenda Pública para a cobrança de seus créditos, sejam tributários ou não, desde que inscritos na Dívida Ativa.
A matéria é regulada pela Lei n. 6.830, de 22.9.1980, que afastou a aplicação dos dispositivos do Código de Processo Civil concernentes ao processo de execução, em face dos quais restou revogado o Decreto n. 960/38.
2 Cautelar fiscal
A cautelar fiscal tem por fim tornar indisponíveis os bens do contribuinte. Foi instituída pela Lei n. 8.397, de 6.1.1992, sendo cabível, nas hipóteses indicadas pela lei, antes da propositura da execução fiscal ou no curso desta.
	A cautelar fiscal somente pode ser intentada contra sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, regularmente constituído em procedimento administrativo (art. 2Ü). Em tal situação, com o crédito regularmente constituído, pode a Fazenda Pública credora promover a execução fiscal e, assim, conseguir a penhora de bens. O pedido de cautelar, portanto, é procedimento inútil, que nada acrescenta como garantia do Tesouro Público
3 Ação rescisória
Com o trânsito em julgado de sentença favorável ao contribuinte proferida em ação anulatória de lançamento tributário ou em ação declaratória, pode a Fazenda Pública promover ação rescisória se ocorrer uma das hipóteses de cabimento desta (CPC, art. 485), para a desconstituição do julgado que lhe tenha sido desfavorável.
Tratando-se de rescisória de acórdão proferido em ação declaratória, quando julgada procedente coloca-se a questão de saber se a Fazenda havia feito, ou não, o lançamento tributário. Se não havia lançado e já decorreu o prazo de decadência, a rescisória terá sido inútil, pois já não será possível a constituição do crédito tributário. Seja havia a Fazenda lançado e não promovera a cobrança por estar impedida de fazê-lo pelo julgado agora rescindido, poderá promover a execução fiscal.
Ações de iniciativa do contribuinte
1 Ação anulatória de lançamento tributário
	Seu objeto específico é a anulação do procedimento administrativo de lançamento, concerne ao processo de conhecimento e segue o rito ordinário.
2 Ação declaratória
Seu objeto é apenas a declaração da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica. Segue o procedimento ordinário.
3 Ação de consignação em pagamento
Nos termos do art. 164 do Código Tributário

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