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SUBSTITUIÇÃO TESTAMENTÁRIA

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Sucessão Testamentária
1.1
Está regulada no Código Civil a partir do art. 1857 C.C.. 
O testamento é ato personalíssimo e por isso não admite representação.
É encarado como o último desejo do de cujus, podendo ser mudado ou revogado quantas vezes o seu autor desejar (art. 1858 C.C.) A revogação pode ser expressa ou tácita, conforme exista ou não cláusula testamentária denunciando-a, e pode ser total ou parcial, dependendo se o testamento anterior foi totalmente revogado ou não (arts. 1969 e 1970, C.C.) .
Serve não apenas para transferir patrimônio, podendo conter também cláusulas não patrimoniais (parágrafo segundo do art. 1857 C.C.), como a de reconhecimento de filho (art.1609 C.C.).
Como negócio jurídico que é o testamento só pode ser realizado por quem possui discernimento, sob pena de nulidade, mas por exceção o menor com 16 e 17 anos pode fazer qualquer espécie de testamento, sem assistência (art. 1.860 C.C.)
O momento para se averiguar a capacidade testamentária é o momento da realização do negócio, de acordo com o art.1861 C.C.
Quem tem herdeiros necessários só pode dispor, em testamento, da metade do que possui, sob pena de redução testamentária. Se a legítima, parte reservada aos herdeiros necessários, for violada, os prejudicados podem peticionar pedindo a redução do testamento, considerando os arts.1967,caput e 1968, caput e parágrafo primeiro, C.C.
São três espécies de Testamento: Público, Cerrado e Particular. Esses são os tipos Ordinários. Todos são solenes e as solenidades devem ser seguidas sob pena de nulidade.
O testamento Público está regulado no Código Civil a partir do art. 1864 C.C., o Cerrado a partir do art. 1868 C.C., e o Particular a partir do art. 1876 C.C., valendo esclarecer que os cegos e aqueles que não sabem ler só podem fazer Testamento Público (arts. 1867 e 1872, C.C.).
OBS: O número de testemunhas do Testamento Particular é maior (arts. 1864, 1868 e 1876, C.C.).
Além das espécies Ordinárias, existem também os Testamentos Especiais, realizados em circunstâncias especiais: Marítimo, Aeronáutico e Militar, na conformidade dos arts. 1888 a 1896, C.C.
1.2 Legado
Legatário é aquele recebe a título singular, ou seja, aquele recebe um bem específico, destacado do restante dos bens do de cujus.
O legado pode ser de coisa certa ou incerta, este último também chamado de legado de gênero. Na primeira hipótese o bem está plenamente especificado no testamento, com indicação de gênero, quantidade e qualidade, o que não acontece no segundo caso em que a coisa é indicada pelo gênero e pela quantidade, mas falta a qualidade, ou seja, faltam as suas especificações.
OBS: No legado de coisa incerta os herdeiros devem escolher a coisa a ser entregue, seguindo o princípio da qualidade média, determinado no art. 1929 C.C.
O legado de coisa certa só é eficaz se o bem legado existir entre aqueles deixados pelo falecido ao tempo da morte (art. 1912 C.C.), entretanto o legado de coisa incerta deve ser cumprido ainda que a coisa não exista entre aquelas deixadas pelo morto, ou seja, ainda que o bem nunca tenha pertencido ao falecido ou tenha deixado de pertencer (art.1915 C.C.)
Na hipótese de legado de coisa certa a propriedade da coisa se transfere para o legatário imediatamente ao falecimento, mas a posse não. O legatário só recebe a posse depois de averiguada a existência ou não de dívidas, deixadas pelo morto, com o objetivo de saber se o volume dessas supostas dívidas absorvem ou não o bem legado (art.1923 , caput e parágrafo primeiro, C.C.).
OBS: Não podemos falar em Princípio de Saisine, porque este transfere propriedade e posse logo em seguida à morte, e não apenas a propriedade como descrito no art. 1923 C.C.
Considerando que o legatário de coisa certa adquire a titularidade do bem imediatamente ao óbito do de cujus, tem direito a todos os frutos e rendimentos que o objeto legado produzir desde o mesmo momento (morte do testador) (parágrafo segundo do art. 1923 C.C.)
OBS: No legado de coisa incerta nem a propriedade, nem a posse, se transmitem imediatamente, considerando que não se sabe exatamente qual bem será entregue ao legatário.
1.3 Substituição testamentária
Não se aplica o direito de representação na sucessão testamentária, o que significa que se o herdeiro testamentário, ou o legatário, não quiser ou não puder receber o benefício, será este devolvido ao monte para que seja distribuído aos herdeiros legítimos, a não ser que o testador tenha prevista a substituição do beneficiado.
Existem quatro espécies de substituição: Ordinário ou Vulgar, Recíproca, Fideicomissária e Compendiosa.
Na primeira hipótese o testador estabelece uma herança ou um legado a favor de alguém prevendo, entretanto, que se este não quiser ou não puder receber, será substituído por outrem (art.1947 C.C.).
OBS: A Substituição Ordinária ou Vulgar também pode se aplicar na forma Plural, em que o testador beneficia uma pessoa prevendo que ela pode ser substituída por muitas, caso não queira ou não possa receber o que lhe cabe, ou ao contrário, quando o testador substitui muitas pessoas por uma só, no caso desta não querer ou não poder receber a herança ou legado (art. 1948, primeira parte,C.C.).
No caso de Substituição Recíproca o testador beneficia duas ou mais pessoas ao mesmo tempo, prevendo que se uma delas não quiser ou não puder receber o benefício, será substituída pelas outras e assim reciprocamente (art.1948, última parte, C.C.)
OBS: Vale esclarecer que na Substituição Recíproca a cota vaga será dividida entre os demais, respeitada a primeira distribuição feita pelo testador. Ex: Carlos faz testamento deixando 1/6 para Rose, 2/6 para Valéria e 3/6 para Mari, prevendo a substituição entre elas. Se Rose renuncia à sua cota, Valéria receberá duas partes da cota vaga, e Mari, titular de um quinhão maior, receberá três partes desta cota. 
Na espécie de Substituição Fideicomissária o testador beneficia alguém, chamado fiduciário, com uma herança ou um legado, prevendo, entretanto, que mediante o implemento de um termo ou uma condição, o benefício será transferido a outrem, denominado fideicomissário (art.1951 C.C.). 
De acordo com o art.1952, caput, C.C.o fideicomissário necessariamente deve ser um filho futuro de alguém (prole eventual). Ex: Você deixa um imóvel específico para a Vanessa (fiduciária), sua amiga, estabelecendo que num prazo de cinco anos o bem passará para o filho futuro da Ethel (fideicomissário), outra amiga.
Se ao tempo do falecimento do testador o fideicomissário já tiver nascido a propriedade do bem legado, ou a titularidade da herança deixada, passará direto para ele, e o fiduciário (ou fiduciária) se tornará usufrutuário (ou usufrutuária) do bem (parágrafo único do art.1952 C.C.). Ex: Você deixa um imóvel específico para a sua amiga chamada Vanessa prevendo que num prazo de cinco anos da sua morte o bem será do filho futuro da Ethel, mas ao tempo do seu falecimento o filho futuro da Ethel já não é mais futuro, pois já nasceu. Neste caso a propriedade do bem será, desde logo, do fideicomissário (filho futuro da Ethel) e Vanessa poderá usufruir do bem pelo prazo de cinco anos, que era o tempo previsto, em testamento, para a extinção do seu direito.
A Lei não admite o fideicomisso além de segundo grau (art. 1959 C.C.). Ex: Eu deixo um bem específico para a minha amiga Vanessa estabelecendo que num prazo de cinco anos passará a ser do filho futuro da Ethel, e que num prazo de mais cinco anos passará a ser de um terceiro, filho futuro do João. De acordo com a regra do art. 1959 C.C. esse terceiro nunca receberá.
A Substituição Compendiosa é resultado de uma mistura da Substituição Fideicomissária com a Substituição Ordinária ou Vulgar. Ex: Você deixa um bem específico para a Vanessa, prevendo que se ela não quiser ou não puder receber ficará para o Beto, e estabelecendo ainda que num prazo de cinco anos o bem passará a ser do filho futuro da Ethel.
1.4 Direito de Acrescer
O direito de acrescer está regulado no Código Civil a partir do art. 1941.O dispositivo esclarece que sempre que o testador beneficiar duas ou mais pessoas, ao mesmo tempo, através da mesma deixa testamentária, desde que as cotas não estejam determinadas, caso um dos herdeiros ou legatários não queira ou não posso receber, a sua parte acresce automaticamente a dos demais. Ex: Deixo 30 % para as minhas amigas Gisele, Roberta e Alexandra. Nesta hipótese, se uma das cotas vagar acrescerá à cota das demais, salvo se o testador pensou em um substituto.
Se o testador determinar as cotas de cada herdeiro, ou legatário, não se aplica o direito de acrescer. Ex: Deixo 30% para as minhas amigas Gisele, Roberta e Alexandra, cabendo 10% a cada uma. Nesta hipótese, se uma das cotas vagar, retorna ao monte para ser distribuída aos herdeiros legítimos, a não ser que o testamento preveja substituição recíproca. Isso ocorre porque na interpretação do legislador, se o testador determinou as cotas é porque não queria que os beneficiários recebem mais que a cota prevista para cada, motivo pelo qual neste caso não se aplica o direito de acrescer (arts. 1941/1942/1943, C.C).
1.5 Rompimento do testamento
Se o sujeito faz o testamento desconhecendo a existência de herdeiros necessários, ou porque não os possuía, ou porque não sabia da sua existência, o testamento é rompido, completamente, de maneira que todas as cláusulas se tornam ineficazes, mesmo aquelas que se referem à metade disponível (arts. 1973 e 1974 C.C.).

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