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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE FI´SICA FI´SICA III – 2012/1 PRIMEIRA PROVA (P1) – 02/05/2012 VERSA˜O: A INSTRUC¸O˜ES: LEIA COM CUIDADO! 1. Preencha CORRETA, LEGI´VEL E TOTALMENTE os campos em branco do cabec¸alho do caderno de resoluc¸a˜o, fornecido em separado. 2. A prova constitui-se de duas partes: • uma parte objetiva, perfazendo um total de 5,0 pontos, constitu´ıda por dez (10) questo˜es objetivas (de mu´ltipla escolha), cada uma das quais valendo 0,5 ponto, sem penalizac¸a˜o por questa˜o errada. • uma parte discursiva, perfazendo um total de 5,0 pontos, constitu´ıda por duas (2) questo˜es discursivas (ou argumentativas ou dissertativas), cada uma das quais valendo 2,5 pontos. 3. Acima da tabela de respostas das questo˜es objetivas, na primeira pa´gina do caderno de resoluc¸a˜o, INDI- QUE CLARAMENTE A VERSA˜O DA PROVA (A, B,. . . ). 4. O item considerado correto, em cada uma das questo˜es objetivas, deve ser assinalado, A CANETA (de tinta azul ou preta), na tabela de respostas correspondente do caderno de resoluc¸a˜o 5. E´ vedado o uso de qualquer instrumento eletro-eletroˆnico (calculadora, celular, iPod, etc) 6. Seja organizado e claro. Formula´rio F e = qE , E = k0 q r2 rˆ ( onde k0 = 1 4πǫ0 ) , ∮ S E ·dA = Qint ǫ0 , E = −∇V , V = k0 q r , U = k0 qq′ r , E = E0 K , C = Q/V , U = 1 2 QV , I = ∫ S J · nˆ dA , J = nqv , V = RI . (1 + x)α ≃ 1 + αx+ 1 2 α(α− 1)x2 + . . . (x, α ∈ R, |x| ≪ 1) 1 Sec¸a˜o 1. Mu´ltipla escolha (10×0,5 = 5,0 pontos) 1. Uma part´ıcula α e um nu´cleo de l´ıtio esta˜o em repouso. O nu´cleo de l´ıtio tem carga 3e > 0 e massa 7 u (unidades de massa atoˆmica), ao passo que a part´ıcula α tem carga 2e e massa 4 u. Qual dos me´todos propostos a seguir acelera as duas part´ıculas ate´ o mesmo valor final de energia cine´tica? (a) Sujeitar ambos a uma mesma diferenc¸a de potencial (ddp). (b) Sujeitar a part´ıcula α a uma ddp V e o nu´cleo de l´ıtio a uma ddp 3V . (c) Sujeitar a part´ıcula α a uma ddp V e o nu´cleo de l´ıtio a uma ddp 7V/4. (d) Sujeitar a part´ıcula α a uma ddp V e o nu´cleo de l´ıtio a uma ddp 2V/3. (e) Nenhum dos me´todos anteriores. 2. Uma part´ıcula (pontual) de carga −Q esta´ rode- ada por part´ıculas (pontuais) carregadas, situa- das em dois ane´is conceˆntricos com a part´ıcula de carga −Q, conforme indicado na figura. Os raios dos ane´is sa˜o r e R = 2r. Indique a alternativa que apresenta corretamente: o campo ele´trico E no centro da figura (excetuando, naturalmente, o da pro´pria part´ıcula de carga−Q), a forc¸a ele´trica resultante F sobre a part´ıcula de carga−Q e o po- tencial ele´trico V no centro da figura (excetuando, novamente, o da pro´pria part´ıcula de carga −Q). Aproveite-se de simetrias do problema. (a) E = k0 10q r2 yˆ, F = k0 10qQ r2 yˆ, V = k0 10q r . (b) E = −k0 2q r2 yˆ, F = −k0 2qQ r2 yˆ, V = k0 4q R+ r . (c) E = −k0 2q r2 yˆ, F = k0 2qQ r2 yˆ, V = −k0 10q r . (d) E = k0 3q R2 yˆ, F = −k0 3qQ R2 yˆ, V = k0 3q R . 2 3. Um dipolo r´ıgido e´ colocado na proximidade de uma part´ıcula (pontual) de carga Q < 0, fixa no plano me´dio, perpendicular ao eixo do dipolo, conforme mostra a figura. Podemos afirmar que o movimento inicial do dipolo, imediatamente apo´s ser liberado do repouso, consiste em (a) uma translac¸a˜o para a direita e uma rotac¸a˜o, em torno do seu centro, no sen- tido anti-hora´rio. (b) uma translac¸a˜o para a direita e uma rotac¸a˜o, em torno do seu centro, no sen- tido hora´rio. (c) uma translac¸a˜o para cima e uma rotac¸a˜o, em torno do seu centro, no sentido hora´rio. (d) uma translac¸a˜o para baixo e uma rotac¸a˜o, em torno do seu centro, no sentido hora´rio. (e) uma translac¸a˜o para a esquerda e uma rotac¸a˜o, em torno do seu centro, no sen- tido hora´rio. 4. Na figura, temos sec¸o˜es transversais de superf´ıcies esfe´ricas e cu´bicas, dentro de cada uma das quais existe uma part´ıcula carregada. Ordene, em sequ¨eˆncia decrescente, os fluxos de campo ele´trico Φi(i = 1, 2, 3, 4, 5, 6) atrave´s de cada superf´ıcie. (a) Φ3 > Φ6 = Φ5 > Φ4 > Φ2 = Φ1. (b) Φ3 > Φ5 > Φ4 > Φ1 > Φ6 > Φ2. (c) Φ6 = Φ5 > Φ3 > Φ2 = Φ1 > Φ4. (d) Φ3 > Φ6 > Φ5 > Φ4 > Φ2 > Φ1. (e) Φ6 = Φ5 > Φ3 = Φ2 = Φ1 > Φ4. 3 5. Considere o gra´fico que mostra como o potencial eletrosta´tico varia, em func¸a˜o da distaˆncia radial a partir de um determinado ponto central, em cada uma de 4 regio˜es (disjuntas) do espac¸o. Nas regio˜es I e III, o potencial e´ constante, ao passo que, nas regio˜es II e IV, ele decresce monotona- mente. Podemos afirmar que: (a) A componente radial do campo ele´trico e´ negativa nas regio˜es I e II. (b) A componente radial do campo ele´trico e´ nula nas regio˜es I e III. (c) A componente radial do campo ele´trico e´ negativa nas regio˜es II e IV. (d) A componente radial do campo ele´trico e´ nula nas regio˜es II e IV. (e) A componente radial do campo ele´trico e´ positiva em todas as quatro regio˜es. 6. Na figura, ilustramos duas esferas carregadas, de mesmo raio R. Elas esta˜o isoladas uma da outra e se encontram em equil´ıbrio eletrosta´tico. A es- fera da direita e´ condutora e a esfera da esquerda tem densidade volumar de carga ρ = const. Seja Wi (i = 1, 2, 3, 4) o trabalho realizado pela forc¸a ele´trica ao transportar uma part´ıcula de teste com carga positiva, saindo do ponto A e retornando ao mesmo, ao longo dos caminhos (orientados) Ci (i = 1, 2, 3, 4). Qual das alternativas abaixo e´ a correta? (a) W1 = W2 = W3 =W4. (b) W1 > W3 < W2 < W4. (c) W1 = W3 < W2 =W4. (d) W1 > W3 > W2 < W4. (e) W1 = W3 > W2 =W4. 7. Uma “pastilha” de metal em forma de parale- lep´ıpedo sera´ utilizada como um resistor. Tal pas- tilha tem arestas de 2 cm, 4 cm e 10 cm. Para obter a resisteˆncia mı´nima poss´ıvel, temos de co- locar os contatos nos centros das faces paralelas do resistor, faces essas de largura e comprimento iguais a: (a) 2 cm e 4 cm. (b) 2 cm e 10 cm. (c) 4 cm e 10 cm. (d) Qualquer par de faces paralelas dara´ a mesma resisteˆncia. (e) Nenhuma das respostas acima e´ correta. 4 8. Um capacitor de capacitaˆncia C0 e´ carregado por uma bateria de fem V0, recebendo, nesse processo, uma carga final de mo´dulo Q0 em cada placa. A seguir, o capacitor e´ desligado da bateria e co- nectado em paralelo com um capacitor de capa- citaˆncia C0/2, que esta´ descarregado. Apo´s atin- gido o equil´ıbrio eletrosta´tico, podemos afirmar que as grandezas mo´dulo da diferenc¸a de poten- cial V , mo´dulo da cargaQ em cada placa e energia armazenada U , no capacitor de capacitaˆncia C0, apresentam o seguinte comportamento: (a) V permanece constante, Q permanece constante, U diminui. (b) V permanece constante, Q diminui, U permanece constante. (c) V diminui, Q permanece constante, U di- minui. (d) V diminui, Q diminui, U permanece cons- tante. (e) V diminui, Q diminui, U diminui. 9. Na figura, temos uma sec¸a˜o tranversal de um corpo condutor, isolado (muito afastado de quais- quer outros corpos), em equil´ıbrio eletrosta´tico, carregado positivamente, ale´m de algumas curvas orientadas. Qual(is) de tais curvas, nitidamente, na˜o pode(m) representar linhas de campo do cor- respondente campo eletrosta´tico? (a) 1 e 4. (b) 1, 4 e 8. (c) 2, 6 e 7. (d) 1, 3, 4, 5, 7 e 8. (e) 1, 3, 4, 5 e 8. 10. Considere um capacitor de placas quadradas, pa- ralelas, de a´rea A e separadas por uma distaˆncia L. Das operac¸o˜es listadas a seguir, qual na˜o altera a capacitaˆncia? (a) Inclinar uma das placas com respeito a` outra. (b) Reduzir a separac¸a˜o L. (c) Introduzir uma chapa de cobre entre as placas do capacitor. (d) Introduzir uma chapa isolante entre as placasdo capacitor. (e) Duplicar a a´rea de ambas as placas. (f) Duplicar a diferenc¸a de potencial entre as placas. 5 Sec¸a˜o 2. Questo˜es discursivas (2×2,5 = 5,0 pontos) 1. [2,5 pontos] Na figura ao lado, temos dois objetos ex- tensos, muito finos, uniformemente carregados, em re- pouso. O anel tem raio r e carga q, e a barra tem comprimento L e carga Q. Como mostrado na fi- gura, a barra esta´ sobre o eixo Z, que e´ perpendicular ao plano do anel e passa pelo centro desse, tomado como origem. A extremidade mais pro´xima da barra encontra-se na cota z = a. (a) Determine o vetor campo ele´trico produzido pelo anel em um ponto arbitra´rio do eixo Z, com cota z. [1,0 ponto] (b) Determine o vetor forc¸a ele´trica que o anel exerce sobre a barra. [1,0 ponto] (c) Determine o vetor forc¸a ele´trica do anel sobre a barra, no limite em que a≫ L, r. [0,5 ponto] 2. [2,5 pontos] Um cilindro circular, so´lido, con- dutor, muito longo, com base de raio R, pos- sui, em sua superf´ıcie lateral, uma densidade superficial de carga constante igual a σR. Co- axial com esse cilindro, ha´ uma casca espessa, neutra, tambe´m cil´ındrica, condutora e igual- mente longa, de raios interno a e externo b, conforme mostra a figura ao lado. Suponha que o sistema todo esteja em equil´ıbrio ele- trosta´tico. (a) Determine as densidades superficiais de carga σa e σb, supostas constantes, nas su- perf´ıcies interna e externa da casca, respecti- vamente. [0,5 ponto] (b) Determine o vetor campo ele´trico nas quatro regio˜es: (I) 0 ≤ r < R, (II) R < r < a, (III) a < r < b, e (IV) b < r <∞. [1,0 ponto] (c) Determine o potencial eletrosta´tico nas quatro regio˜es acima, tomando-o como zero na superf´ıcie do cilindro so´lido de raio R. [1,0 ponto] Justifique toda sua argumentac¸a˜o. 6 Gabarito para Versa˜o A Sec¸a˜o 1. Mu´ltipla escolha (10×0,5 = 5,0 pontos) 1. (d) 2. (c) 3. (a) 4. (e) 5. (b) 6. (a) 7. (c) 8. (e) 9. (d) 10. (f) 1 Sec¸a˜o 2. Questo˜es discursivas (2×2,5 = 5,0 pontos) 1. Resoluc¸a˜o: (a) Considere o elemento de carga dq ilustrado na figura. Este elemento de carga dista s do ponto de cota z no eixo Z tal que: s2 = r2 + z2 . O vetor campo ele´trico ~dE devido ao elemento de carga dq no ponto de cota z tem mo´dulo dE = 1 4πǫ0 dq s2 e faz um aˆngulo θ com o eixo Z, de modo que: cos θ = z s = z (r2 + z2)1/2 e sen θ = r s = r (r2 + z2)1/2 . Enta˜o dE = dE cos θzˆ + dE sen θ xˆ . ARGUMENTAC¸A˜O EXTENSA: Por sua vez, ainda em relac¸a˜o ao ponto de cota z, o campo ele´trico ~dE associado ao elemento de carga diametralmente oposto ao dq citado acima tambe´m faz o mesmo aˆngulo θ com o eixo Z, tem o mesmo mo´dulo dE determinado antes, mas tem a sua projec¸a˜o perpendicular ao eixo Z em sentido oposto a` projec¸a˜o correspondente relacionada ao elemento de carga dq. Este cancelamento vai acontecer para cada par de elementos de carga diametralmente opostos no anel uniformente carregado. Ou seja, o vetor campo ele´trico do anel de cargas no ponto de cota z tem a direc¸a˜o do eixo Z e o sentido e´ o do unita´rio zˆ. ARGUMENTAC¸A˜O COMPACTA: De acordo com a simetria da distribuic¸a˜o de cargas, o campo ele´trico resultante na˜o tem componente componente perpendicular ao eixo Z: os componentes perpendiculares relativos a dois elementos de carga diametralmente opostos se cancelam. Logo, E = ∫ dE cos θzˆ , E = 1 4πǫ0 ∫ dq (r2 + z2) z (r2 + z2)1/2 zˆ . Como r e z sa˜o constantes e ∫ dq = q, temos E = 1 4πǫ0 zq (r2 + z2)3/2 zˆ . 2 � (b) Seja dQ um elemento de carga da barra. O vetor forc¸a ele´trica que o anel exerce sobre esse elemento e´ dado por dF = dQE , onde o campo ele´trico e´ dado pelo resultado do item (a). Como a barra esta´ uniformemente carregada, a sua densidade linear de carga e´ dada por λ = Q L . Com isso, podemos expressar o elemento de carga dQ em termos de um elemento de linha ao longo da barra dQ = λdz = Q L dz . Logo, a forc¸a resultante sobre a barra sera´ dada por F = ∫ dF = ∫ Q L dzE = 1 4πǫ0 qQ L ∫ a+L a zdz (r2 + z2)3/2 zˆ. Definindo uma nova varia´vel u := r2 + z2, temos que du = 2zdz. Com isso, a expressa˜o pode ser reescrita como F = 1 4πǫ0 qQ 2L ∫ r2+(a+L)2 r2+a2 du u3/2 zˆ = 1 4πǫ0 qQ 2L ( − 2 u1/2 ) ∣∣∣r2+(a+L)2r2+a2 zˆ. Portanto F = 1 4πǫ0 qQ L ( 1√ r2 + a2 − 1√ r2 + (a+ L)2 ) zˆ . � (c) Podemos reescrever a expressa˜o para a forc¸a como F = 1 4πǫ0 qQ L ( 1√ r2 + a2 − 1√ r2 + a2 + L2 + 2aL ) zˆ , e ainda como F = 1 4πǫ0 qQ L 1 a 1√ 1 + r 2 a2 − 1√ 1 + r 2 a2 + L2 a2 + 2L a zˆ . Considerando que, conforme o Formula´rio, (1 + x)α = 1 + αx + α(α − 1)x22! + . . ., para x ≪ 1 e que, no limite a≫ L, La ≪ 1 e ra ≪ 1, temos 1√ 1 + r 2 a2 ≈ 1− r 2 2a2 e 1√ 1 + r 2 a2 + L2 a2 + 2L a ≈ 1− 1 2 ( r2 a2 + L2 a2 + 2L a ) . Logo, F ≈ 1 4πǫ0 qQ L 1 a ( 1− r 2 2a2 − 1 + r 2 2a2 + L2 2a2 + L a ) zˆ = 1 4πǫ0 qQ a2 ( 1 + L 2a ) zˆ . Considerando-se, de novo, que 1≫ L2a , pois a≫ L, tem-se, finalmente, F ≈ 1 4πǫ0 qQ a2 zˆ , 3 que e´ a forc¸a de interac¸a˜o eletrosta´tica entre duas part´ıculas pontuais carregadas separadas por uma distaˆncia a. � 2. Resoluc¸a˜o: (a) Em pontos do interior de um condutor em equil´ıbrio eletrosta´tico, o campo ele´trico (macrosco´pico) e´ zero. Logo, pela lei de Gauss, qualquer superf´ıcie fechada constitu´ıda totalmente por pontos do interior do condutor deve encerrar uma carga total igual a zero. Apliquemos isso para uma gaussiana cil´ındrica circular, coaxial com o eixo de simetria da distribuic¸a˜o em questa˜o, de raio r, tal que a < r < b. Devemos ter, enta˜o: Qint = σR2πRh+ σa2πah = 0 . Logo, σa = −R a σR . (1) Como a casca e´ condutora, no equil´ıbrio eletrosta´tico, toda a carga em excesso so´ pode depositar-se em suas superf´ıcies (interna e/ou externa). Enta˜o, e´ claro, registra-se uma distribuic¸a˜o de carga com densidade na˜o nula, dada por (1), na sua superf´ıcie interna (de raio a). Como a casca e´ neutra, isso implica que, na sua superf´ıcie externa (de raio b) deve haver uma correspondente distribuic¸a˜o de carga com densidade σb tal que σb2πbh+ σa2πah = 0 . Logo, σb = −a b σa = R b σR . (2) � (b) Nas regio˜es I e III, por tratarem-se de regio˜es no interior de condutores em equil´ıbrio eletrosta´tico, os campos ele´tricos (macrosco´picos) sa˜o zero, como simples consequ¨eˆncia das definic¸o˜es de condutor e de equil´ıbrio eletrosta´tico. Concretamente, • Regia˜o I: 0 ≤ r < R: E = 0 . (3) • Regia˜o III: a < r < b: E = 0 . (4) • Regia˜o II: R < r < a: Devido a` simetria cil´ındrica da situac¸a˜o, o campo ele´trico resultante deve ter somente componente radial: E = Errˆ . Ale´m disso, de novo por simetria cil´ındrica, sua u´nica componente so´ pode depender da distaˆncia ate´ o eixo de simetria, ou seja, Er = Er(r) . Por isso tudo, conve´m escolher como superf´ıcie gaussiana, a partir da qual determinaremos o campo ele´trico, uma superf´ıcie cil´ındrica circular S, de raio gene´rico r e altura (comprimento) h; tal superf´ıcie inclui, e´ claro, ale´m da superf´ıcie lateral Slat, suas bases superior Bsup e inferior Binf , para que, como qualquer gaussiana, seja uma superf´ıcie fechada. A integral que define o fluxo do campo ele´trico atrave´s de tal gaussiana divide-se em treˆs contribuic¸o˜es:∮ S E ·n dA = ∫ Slat E ·n dA+ ∫ Bsup E ·n dA+ ∫ Binf E ·n dA . 4 E´ claro que, devido a` perpendicularidade, nas bases, entre Ee nˆ, as duas u´ltimas integrais sa˜o nulas, sobrando somente aquela na superf´ıcie lateral. Essa pode, nitidamente, levando em conta que, nesse caso, nˆ = rˆ, ser escrita como ∫ Slat E ·n dA = Er(r)2πrh . (5) Por outro lado, a carga total encerrada nessa gaussiana e´ somente aquela presente no cilindro so´lido, de raio R, ou seja: Qint = σR2πRh . (6) A lei de Gauss exige que igualemos a expressao do fluxo total (5) e a expressa˜o dessa carga total encerrada (6), dividida por ǫ0. Isso nos leva a Er(r)2πrh = σR2πRh ǫ0 , ou seja, E = σRR ǫ0 1 r rˆ . (7) • Regia˜o IV: b < r <∞: Por uma argumentac¸a˜o ana´loga a`quela apresentada para a regia˜o II, teremos, como expressa˜o para a integral do fluxo, atrave´s de uma nova gaussiana de raio r tal que b < r < ∞ agora, a mesma expressa˜o: ∮ S E ·nˆ dA = Er(r)2πrh . Tambe´m, pelo fato da casca espessa ser neutra, a carga encerrada nessa nova gaussiana resulta ser a mesma que a correspondente na regia˜o II, ou seja, Qint = σR2πRh . Logo, pela lei de Gauss, continuamos a ter a mesma expressa˜o para o campo ele´trico: E = σRR ǫ0 1 r rˆ . (8) � (c) Como, no item (b), foram encontradas as expresso˜es (3), (7), (4), (8), para o campo ele´trico em todas as 4 regio˜es t´ıpicas, vamos determinar o potencial eletrosta´tico, via integrac¸a˜o de dV = −E ·dℓ . Para tanto, precisaremos, e´ claro, fazer uma escolha do “zero” do potencial, que ja´ foi indicada no enunciado: V (r = R) = 0. Como isso situa-se na fronteira entre as regio˜es I e II, comec¸aremos por determinar o potencial justamente na regia˜o I e prosseguiremos “para fora”. • Regia˜o I: 0 ≤ r < R: Obviamente, como o campo e´ zero [cf. (3)], temos V = VR ≡ const . O valor expl´ıcito de tal constante vem da imposic¸a˜o, conforme o enunciado, de que V (r = R) = 0. Logo V = 0 . 5 • Regia˜o II: R < r < a: Da expressa˜o para o campo (7), vem V = −σRR ǫ0 ln ( r r1 ) , com r1 uma constante de integrac¸a˜o. Novamente, como o potencial deve ser cont´ınuo e igual a zero em r = R, deduzimos que r1 = R e, portanto, V = −σRR ǫ0 ln ( r R ) . (9) • Regia˜o III: a < r < b: Da expressa˜o para o campo (4), vem V = V1 ≡ const . Como o potencial deve ser cont´ınuo em r = a, podemos usar a expressa˜o (9), para determinar o valor de V1, obtendo, enta˜o, V = −σRR ǫ0 ln ( a R ) . (10) • Regia˜o IV: b < r <∞: Da expressa˜o para o campo (8), vem V = −σRR ǫ0 ln ( r r2 ) , (11) com r2 uma constante de integrac¸a˜o. Novamente, por continuidade em r = b, deduzimos, usando essa u´ltima expressa˜o e (10), que −σRR ǫ0 ln ( a R ) = −σRR ǫ0 ln ( b r2 ) , ou seja, r2 = b a R . Substituindo isso de volta em (11), temos, pois, V = −σRR ǫ0 ln ( a bR r ) . � 6
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