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PLANEJAMENTO ESCOLAR
PEDAGOGIA – DALTA MOTTA
AULA 07
Rio de Janeiro, 2011 
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O Projeto Político-Pedagógico 
Construindo caminhos na escola III
Retomando a conversa
Marco Referencial – (Situacional-Doutrinal-Operativo)
 – explicitação das idéias e posicionamento dos educadores – princípios e fundamentos.
Diagnóstico – análise do contexto intraescolar - realidade.
Tanto o Marco Referencial quanto o diagnóstico são elementos considerados fundamentais na elaboração da Programação. 
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Sobre a Programação: aprofundando a reflexão
Programação, dentro de um plano, é uma proposta de ação para diminuir a distância entre a realidade da instituição e o que estabelece o Marco Operativo. 
Sobre a Programação destaca Vasconcellos (2000, p. 194): 
A ação da instituição é fundamental, pois é ela que dá vida, consistência, o seu sentido de existir.
O problema que se coloca é o tipo e a qualidade da ação que irá se desenvolver. 
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Também é importante procurar dar saltos qualitativos e avançar na direção da concepção e da realização de ações e atividades que possam ir além e sempre em uma perspectiva transformadora. 
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Um espaço de busca, construção, diálogo e confronto, prazer, desafio, conquista, descoberta de diferentes possibilidades de expressão e linguagens, aventura, organização cidadã, afirmação da dimensão ética e política de todo o processo educativo.
Segundo Candau (2000): significa pensar em ações e atividades que possam fazer da escola,
A elaboração da Programação da escola, retoma as discussões e definições feitas no momento da elaboração do Marco Referencial. 
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Para Koff (2011) a Programação retoma o debate sobre: 
	 o papel da escola hoje;
	 as suas concepções e abordagens pedagógicas;
- os seus currículos e as suas práticas educativas.
 Provoca a reflexão e busca ressignificar aspectos como: 
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- organização espaço-temporal;
	concepção do processo de ensino-aprendizagem;
	papel dos (as) professores (as);
	ofício dos(as) alunos(as);
	natureza das relações;
	saberes;
	conhecimentos e valores;
	 métodos;
	 técnicas e recursos;
	 linguagens;
	 planejamento;
	 avaliação;
	 formas de gestão;
- estratégias da formação em serviço, etc. 
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Segundo Vasconcellos (2000) para definir a Programação é necessário estabelecer:
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1 - Linhas de ação – expressam atitudes, comportamentos, têm um caráter mais estratégico. 
Exemplo: 
Durante o ano letivo vamos buscar envolver os pais por meio de palestras com a coordenação pedagógica e encontros com os professores. 
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Outro exemplo: 
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Nossa escola vai buscar parcerias para a realização de atividades educativoculturais em horários alternativos àqueles destinados ao trabalho na sala de aula. 
São linhas de ação que, no momento oportuno, poderão se transformar em ações concretas, mas que nesse momento do planejamento ainda não podem ser traduzidas com todos os detalhes necessários à sua execução, mas nem por isso deixam de ser importantes. 
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Gandin (2001) propõe a definição de objetivos gerais e específicos:
Organizar um programa de estudo sobre as teorias de Piaget e Paulo Freire, buscando em seus pensamentos, fundamentos para transformação da realidade.
Exemplo: 
Geral
Estudar, em dois dias, as teorias de Piaget, organizando grupos de estudo por setores da escola.
Estudar, em dois dias, as teorias de Paulo Freire, organizando grupos de estudo por setores da escola. 
Constituir comissão, para propor modificações no trabalho da escola a partir dos estudos. 
Específico
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Exemplo: 
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2 - Ações concretas 
Expressam o quê vai ser realizado, definem o tipo de ação e para quê (com que finalidade). Nesta fase do planejamento as ações podem ser elencadas com claras definições gerais sobre: 
	 os seus objetivos;
	 os seus responsáveis 
específicos;
- os equipamentos e os recursos didáticos.
	 o período;
- os horários e os locais para a realização dos encontros, entre outras características.
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Exemplo: 
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	 Reorganizar o setor X
- Redefinir as funções da direção.
3 - Atividades permanentes – mais relacionadas às rotinas, são as atividades que se repetem com frequência, tais como as reuniões das equipes pedagógicas, as reuniões dos professores por ano ou por disciplina. 
Exemplo: 
Reunião do Conselho Escolar toda última quinta-feira do mês. 
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4 - Determinações: têm um caráter normativo e de obrigatoriedade, apontando um comportamento que possa ser observado e avaliado.
São normas ou comportamentos que devem fazer sentido para todos os envolvidos e na perspectiva de responder às necessidades do bom funcionamento da escola. 
Todos os professores apresentarão seus planos de aula, na primeira semana do mês. 
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No primeiro segmento do ensino fundamental, a acolhida dos alunos em sala, na hora da chegada, deve ser feita sempre pelo “professor” da turma. 
Exemplo: 
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Esses elementos que compõem a Programação podem ser compreendidos em diferentes níveis de ação e atividades - precisam levar em conta tanto o que foi definido no Marco Referencial como os resultados do Diagnóstico. 
A Programação precisa expressar o que é relevante e prioritário para a instituição, tendo sempre presente sua realidade, metas e ideais. 
E como fazer essa programação? 
- Todos devem participar de sua construção. 
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- A metodologia pode ser a mesma adotada nos momentos anteriores, partir de perguntas desafiadoras como o que fazer?, para que fazer?, como fazer?, ou de outra maneira, que ações e/ou atividades?, com que finalidades e/ou objetivos?, com que características gerais?
	 Pequenos grupos de trabalho para troca de ideias, apontar caminhos, fazer sugestões - os professores podem ter um momento de reflexão individual.
- As ações devem ser ratificada em plenária; 
- O registro das propostas - pode acontecer de forma progressiva, os pequenos grupos podem ir construindo sistematizações preliminares, até chegar ao documento final que vai compor o Projeto Politico Pedagógico da escola. 
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Dependendo do tamanho da equipe e da complexidade da escola, é possível indicar uma equipe responsável pela redação final do documento a ser referendado na plenária.
Vale lembrar que o processo de planejamento é flexível e se realimenta a partir da sua própria realização e, por isso mesmo, a Programação (conjunto de ações e de atividades) sempre pode ser redefinida e ajustada ao longo de sua realização, segundo a sua própria dinâmica e as necessidades da instituição.
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Uma palavra final
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Depois desse processo de reflexão, debate, registros, sistematizações e consolidação das ideias e propostas em um texto denso e rico, temos Projeto Político Pedagógico da escola.
Ele deve ser reproduzido e socializado de modo que facilite a consulta, o acompanhamento, a avaliação e a sua atualização sempre que necessário. 
Além da própria dinâmica da execução das ações/atividades, todo ano o Diagnóstico precisa ser atualizado e a Programação reelaborada.
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O Projeto Político Pedagógico se constitui de planos de médio e de curto prazos. O Marco Referencial pode ter um horizonte balizado dentro de um período de 3 a 5 anos, podendo ser revisto e ajustado em um tempo menor. 
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O Projeto Político Pedagógico não é uma ferramenta meramente burocrática e administrativa e sim um planejamento que, por excelência, se constitui um espaço de construção coletiva, de indicação de caminhos alternativos para superar as dificuldades e fazer avançar na direção da realização de sonhos e utopias que ajudem a escola a contribuir para a formaçãode sujeitos/cidadãos mais autônomos, críticos e criativos. 
O Projeto Político Pedagógico é uma oportunidade de reflexão coletiva, onde os atores devem se perceber como parte de um processo permanente de planejar, agir, avaliar e (re)planejar. 
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O Projeto Político Pedagógico precisa ser pensado, concebido e realizado como uma “obra aberta”, em constante movimento e que, portanto, implica permanente reflexão, ação, avaliação e novas deliberações sobre a vida escolar.
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Como diz o professor Libâneo (2001), o projeto pedagógico curricular (é assim que ele denomina o que aqui chamamos de projeto politico pedagógico):
	 dá mostras de maturidade de sua equipe;
	 demonstra o bom nível de desenvolvimento profissional dos seus professores;
	 dá referência da capacidade de liderança da direção e de envolvimento da comunidade escolar;
- demonstra autonomia da equipe escolar e oportunidade de desenvolvimento profissional dos professores.
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Não existe uma só maneira de construir o Projeto Político Pedagógico. Mesmo o roteiro orientador e a metodologia para a sua elaboração podem ser diferentes [o próprio Libâneo (2001) tem uma sugestão diferente para o roteiro].
 
O que importa é perceber que, seja qual for o roteiro, é necessário ter o momento em que os princípios e fundamentos do trabalho sejam explicitados, que a realidade intra e extraescolar seja levada em conta e que as ações e atividades sejam significativas, façam sentido para todos aqueles que dela vão participar, tendo como horizonte a formação pessoal e coletiva de todos os envolvidos.