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Análise das fontes do Direito do trabalho

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1 
 
Análise das fontes do Direito do 
Trabalho 
 
Iniciamos com a Constituição Federal, a primeira de todas, e fundamento de validade 
das demais normas. Traz em seu bojo diversas regras relativas ao Direito do Trabalho, 
estabelecendo um regime de garantias mínimas que busca assegurar ao empregado uma 
condição econômica e social dentro dos padrões de qualidade de vida ditados pelo 
Estado Democrático de Direito. 
 
A Constituição Federal de 1988 nos trouxe, como um grande avanço, a inserção do 
Direito do Trabalho no título dos “Direitos e Garantias Fundamentais”, com destaque 
para os artigos 7º, 8º e 9º, deixando para trás qualquer dúvida acerca da importância 
desse ramo do Direito. 
 
Em ordem hierárquica, a segunda fonte formal do Direito do Trabalho é a Lei, entendida 
em sentido amplo como a regra de direito geral, abstrata e permanente, imposta por 
autoridade competente para tanto e expressa em uma fórmula escrita. Abrange, 
portanto, tanto a lei em sentido material quanto a lei em sentido estrito, que seria 
apenas a norma proveniente do Poder Legislativo, sancionada e promulgada pelo 
Presidente da República. 
 
A terceira fonte de Direito do Trabalho é o Regulamento – do Poder Executivo – aqui 
entendido como aquele que se destina a integrar a Lei, a qual, necessariamente, se 
encontra subordinado, explicitando seus comandos, ex vi do artigo 84, IV da Constituição 
Federal. Cumpre, ainda, salientar que os demais atos emanados da Administração 
Pública – tais como portarias, avisos, circulares, etc. – a rigor, não se constituem em 
fonte de Direito do Trabalho, na medida em que produzem efeitos concretos, obrigando 
apenas os funcionários a que se dirigem e dentro dos limites da obediência hierárquica. 
 
 
 
2 
 
Entretanto, se por expressa previsão legal um desses atos for expedido com a finalidade 
de regulamentar uma determinada lei, este possuirá, necessariamente, conteúdo 
abstrato e caráter genérico, dirigindo-se, indistintamente, a todos que estejam 
enquadrados na hipótese regulamentada. Nessa hipótese, da qual citamos como 
exemplo a delimitação dos graus de insalubridade via normas regulamentares do 
Ministério do Trabalho, o ato, embora não revestido da forma de decreto, será fonte de 
Direito do Trabalho. 
 
A quarta fonte formal do Direito do Trabalho é a Sentença Normativa, a qual, embora 
revista a forma de sentença, estabelece regras de conteúdo abstrato, genérico e 
impessoal, possuindo conteúdo de ato-regra, aproximando-se da lei em sentido material. 
Deve-se salientar que o alcance da Sentença Normativa será, via de regra, menor que o 
da Lei, eis que limitada à determinada categoria e à determinada base territorial. 
 
A quinta fonte formal do Direito do Trabalho é representada pelas Convenções e 
Acordos Coletivos. Referidos instrumentos, oriundos de negociação coletiva, possuem 
natureza jurídica mista, uma vez que, embora consubstanciem negócios jurídicos – 
contratos – não deixam de possuir características de ato-regra, na medida em que 
veiculam regras de caráter impessoal, geral e abstrato, dotados de força coercitiva no 
âmbito de sua aplicabilidade. 
 
Por derradeiro, cabe o mencionar o Costume como fonte formal do Direito do Trabalho, 
aqui entendido como a circunstância de um determinado núcleo social, adotar e 
observar, de forma constante e espontânea, um certo modo de agir de conteúdo jurídico. 
 
O Costume possui enorme importância no Direito do Trabalho, se apresentando, 
basicamente, sob duas formas: secundum legem e praeter legem. A primeira forma 
ocorre quando a Lei expressamente se refere ao Costume, a fim de que esse integre 
uma lacuna propositadamente deixada por aquela. Exemplo dessa hipótese é o artigo 
460 da CLT, no qual a referência à habitualidade deve ser completada com a concepção 
oriunda dos costumes. 
 
 
 
3 
 
A segunda forma, costume praeter legem, acontece quando a lei silencia a respeito de 
determinada situação, que é, então, regulada pelo Direito Consuetudinário. 
 
A última forma através da qual o Costume poderia se apresentar é a denominada contra 
legem, que se caracterizaria por dotá-lo de força derrogatória do próprio direito positivo. 
O costume contra legem não é, ao menos em tese, admitido no ordenamento jurídico 
pátrio, uma vez que a lei somente pode ser revogada por outra lei, permanecendo em 
vigor até que tal se suceda. 
 
Destaca-se, por fim, a existência de divergência doutrinária acerca do enquadramento 
como “fonte” de outros institutos, a exemplo do Regulamento Empresa, da 
Jurisprudência, da Equidade, dos Princípios Gerais do Direito. Tal divergência é 
decorrente do conceito utilizado para definir “fonte”, variando de acordo com a corrente 
adotada.

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