Buscar

Aula_01 todo conteúdo adaptado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 1 
Aula 1: Direito do Trabalho ................................................................................................... 2 
Introdução ............................................................................................................................. 2 
Conteúdo ................................................................................................................................ 3 
Fundamentos do Direito do Trabalho ........................................................................... 3 
Fundamentos do Direito do Trabalho ........................................................................... 3 
O nascimento do Direito de Trabalho ........................................................................... 4 
As mudanças na relação Estado X cidadão .................................................................. 4 
 O esquema teórico do Liberalismo e as primeiras normas trabalhistas .................. 5 
Direito do Trabalho: Conceito ........................................................................................ 7 
Fontes do Direito do Trabalho ........................................................................................ 8 
Os tipos de fontes formais ............................................................................................... 9 
Análise das fontes do Direito do Trabalho .................................................................... 9 
Princípios do Direito do Trabalho................................................................................. 13 
Atividade proposta .......................................................................................................... 19 
Referências........................................................................................................................... 21 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 22 
Nota ............................................................................................................................................. 26 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 27 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 2 
Introdução 
Olá, pessoal! Sejam bem-vindos! Vamos iniciar nossos estudos de Teoria Geral 
do Direito do Trabalho, apresentando um conceito para a disciplina, assim 
como seus fundamentos e características. 
 
A seguir, examinaremos as fontes e princípios do Direito do Trabalho dentro do 
atual contexto da flexibilização. 
 
Objetivo: 
 
Apresentar as noções gerais do Direito do Trabalho, descrevendo e explicando 
suas fontes e identificando os princípios peculiares a esse ramo do direito, em 
sua interpretação e aplicação a casos concretos. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 3 
 
Conteúdo 
Fundamentos do Direito do Trabalho 
 
A temática relativa aos fundamentos do Direito do Trabalho encontra-se ligada 
à investigação acerca das causas sociais, político-econômicas e ideológicas de 
seu surgimento. 
 
Na obra “Introdução ao Direito do Trabalho”, Evaristo de Moraes Filho 
trata interessantemente o assunto, destacando que não devemos confundir a 
história das formas de trabalho humano ao longo das civilizações (e sua 
regulação jurídica pelo Estado) com as atuais leis sociais dotadas de outro 
espírito e com finalidade diversa. 
 
O autor esclarece, ainda, que leis sobre o trabalho humano sempre existiram, 
desde a antiguidade, mas eram leis de servidão, leis do trabalhador reduzido ao 
estado de coisa, que, em muito, se diferenciam desse direito tutelar de 
formação recente, originado no século XIX e objeto de nosso estudo. 
 
Fundamentos do Direito do Trabalho 
 
A temática relativa aos fundamentos do Direito do Trabalho encontra-se ligada 
à investigação acerca das causas sociais, político-econômicas e ideológicas de 
seu surgimento. 
 
Na obra “Introdução ao Direito do Trabalho”, Evaristo de Moraes Filho 
trata interessantemente o assunto, destacando que não devemos confundir a 
história das formas de trabalho humano ao longo das civilizações (e sua 
regulação jurídica pelo Estado) com as atuais leis sociais dotadas de outro 
espírito e com finalidade diversa. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 4 
O autor esclarece, ainda, que leis sobre o trabalho humano sempre existiram, 
desde a antiguidade, mas eram leis de servidão, leis do trabalhador reduzido ao 
estado de coisa, que, em muito, se diferenciam desse direito tutelar de 
formação recente, originado no século XIX e objeto de nosso estudo. 
 
O nascimento do Direito de Trabalho 
Assim, no cenário global, a ambientação político-social e econômica, que 
possibilitaria o surgimento do Direito do Trabalho de caráter tutelar e 
intervencionista, resultou das emanações oriundas de duas grandes revoluções. 
 
A Revolução Francesa, responsável pela implantação de um regime político 
de liberdade e igualdade, ainda que formais. 
 
A Revolução Industrial, responsável pela transformação de um contexto 
produtivo fundamentalmente agrário no contexto industrial moderno, 
desencadeador de problemas humanos e sociais que deixaram de encontrar 
solução nos quadros do direito clássico. 
 
As mudanças na relação Estado X cidadão 
Originado dos progressos alcançados através das reivindicações sociais, esse 
novo ramo do Direito pressupunha, para a sua formação, um regime político 
que respeitasse, ao menos no plano jurídico, a livre manifestação da vontade, 
sem o qual não seria dado ao trabalhador a possibilidade de reivindicar a 
melhoria de suas condições sociais. 
 
Daí a importância da Revolução Francesa e das demais manifestações 
revolucionárias do século XVIII, que romperam politicamente com os regimes 
alicerçados, no reconhecimento estatal de uma sociedade estratificada, para 
estabelecer os cânones de um novo regime que se assenta sobre as bases do 
tratamento igualitário dos cidadãos perante o Estado. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 5 
Assim, politicamente, a transição do feudalismo para o capitalismo se 
estabelece sob o alicerce dos postulados do Liberalismo jurídico-político, 
expressos no reconhecimento dos direitos individuais subjetivos e no 
absenteísmo do Estado, dentro de um sistema assegurador da livre 
concorrência. 
 
As relações de trabalho, nesse contexto, vão ser disciplinadas pelo Código Civil, 
com a otimista filosofia revolucionária de que a liberdade e a igualdade de 
tratamento dariam a todos as mesmas chances de progressão social. 
 
O esquema teórico do Liberalismo e as primeiras normas 
trabalhistas 
Apesar dos nobres ideais que o inspiraram, o Liberalismo não tardaria em 
noticiar o seu fracasso. Ao cabo de poucos anos, o que se verificou, na prática, 
foi um acelerado crescimento do número de miseráveis e empobrecidos e a 
concentração de riquezas nas mãos de uma minoria-proprietária, de onde deflui 
a constatação de que a igualdade formal, em uma sociedade marcada pela 
desigualdade material, resulta na exploração do fraco pelo forte. 
 
No setor produtivo, a ausência de intervenção estatal nas relações contratuais 
terá suas consequências agravadas com a crescente utilização da máquina, do 
que deriva a relegação do homem a um papel secundário na produção, 
desencadeador do desemprego e da utilização do trabalho de mulheres e 
crianças. Surgem, agora, novas moléstias profissionais e a multiplicação dos 
acidentes de trabalho, ocasionados pela ausência de normas de segurança no 
trabalho, de limitação da jornadaou de imposição de um salário justo. A 
insatisfação no lar operário passa a se refletir na própria segurança da 
sociedade. 
 
Nesse contexto, a coletivização do trabalho nas grandes indústrias acaba por 
gerar a concentração de grandes massas humanas, resultando no surgimento e 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 6 
formação de uma consciência de classe. Compartilhando as mesmas, e 
desumanas, condições existenciais, a aproximação da massa operária vai 
facilitar a organização coletiva de suas reivindicações, o que viria a se constituir 
como fator determinante para as latentes lutas sociais. 
 
Inevitáveis, a partir daí, as desordens ocasionadas pelo absenteísmo estatal, 
marcadas pelo crescimento das ideologias de protesto, paralisações do 
trabalho, agitações, prisões e até mortes. Dentre as lutas sociais que se 
desenvolveram ao longo do século XIX, são citados os movimentos luditas e 
cartistas, na Inglaterra, as revoluções de 1848 e 1871, na França, e a revolução 
de 1848, na Alemanha, todas igualmente expressivas para o florescimento do 
direito do trabalho. 
 
Como demorasse uma iniciativa do Estado, que a tudo assistia, 
complacentemente, respaldado nos postulados do Liberalismo, o quadro de 
stress social crescente acabou por gerar o surgimento paraestatal das primeiras 
normas trabalhistas. 
 
Resultantes de acordos entre empregados e empregadores, e consideradas pela 
doutrina como verdadeiras convenções coletivas de trabalho, as primeiras 
normas trabalhistas surgem do fogo direto das lutas e reivindicações sociais, à 
margem da regulamentação estatal, tendo alcançado o mérito de normalizar as 
relações entre as classes produtoras, ao menos transitoriamente. 
 
Dentre as causas que influenciaram a formação do direito do trabalho, 
destacou-se, ainda, a manifestação da Igreja, através da encíclica Rerum 
Novarum, do Papa Leão XIII, publicada em 15 de maio de 1891, a qual chegou 
a ser intitulada “Manifesto Comunista da Igreja”. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 7 
Assim, em reação às desvirtudes do capitalismo e à incapacidade do sistema 
jurídico-liberal em lidar com os problemas humanos e sociais resultantes do 
novo contexto produtivo, surge o direito do trabalho com a almejada missão de 
interferir nas relações entre operariado e burguesia, suprindo de vantagens 
jurídicas os hipossuficientes nas relações contratuais, e construindo, através de 
sua ação tutelar, a melhor igualdade possível. 
 
Contribuiria, por fim, para a consolidação e autonomia do novel ramo do 
direito, o reconhecimento estatal da importância da classe trabalhadora, 
efetivado no contexto instaurado pela Primeira Guerra Mundial, do qual surge a 
necessidade de sua colaboração e parceria. 
 
A interdependência entre as máquinas industrial e bélica, no complexo 
envolvimento entre a geração de recursos e a eficiência nos campos de batalha, 
despertou os Estados para o papel central que os problemas relativos ao 
trabalho deveriam ocupar na sociedade. Esse despertar se fez refletir no pós-
guerra, já na assinatura do Tratado de Versalhes, com a criação da Organização 
Internacional do Trabalho, consolidando o Direito do Trabalho, com o seu 
posicionamento definitivo e preponderante nos quadros legislativos dos Estados 
nacionais e alcançando o plano da regulamentação internacional. 
 
Direito do Trabalho: Conceito 
Quando tratamos sobre o conceito do Direito do Trabalho, a doutrina considera 
3 definições: 
 
Subjetivistas: 
Têm como vértice as pessoas a quem se aplica o Direito do Trabalho e que 
figuram nas respectivas relações jurídicas. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 8 
Objetivistas: 
Consideram o objeto, a matéria disciplinada pelo Direito do Trabalho. 
 
Mistas: 
Abrangem as pessoas e o objeto do Direito do Trabalho numa unidade 
considerada necessária para melhor explicar o conteúdo desse ramo do direito. 
 
Maurício Godinho Delgado, Ministro do Tribunal Superior do Trabalho desde 
novembro de 2007, adota o conceito de “natureza mista”, que define o Direito 
do Trabalho como: 
 
“Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam a relação 
empregatícia de trabalho e outras relações normativamente especificadas, 
englobando, também, os institutos, regras e princípios jurídicos concernentes às 
relações coletivas entre trabalhadores e tomadores de serviços, em especial 
através de suas associações coletivas”. 
 
Fontes do Direito do Trabalho 
A temática das “fontes do Direito”, como a própria denominação já deixa 
entrever, está relacionada com a “origem do Direito”. Veja a seguir a 
classificação das fontes de Direito, em caráter genérico. 
 
Fontes Materiais 
Correspondem ao conjunto de fenômenos sociais, econômicos e políticos que 
são “apreendidos” e regulamentados pelo Direito. No que concerne, 
particularmente, ao Direito do Trabalho, pode-se acrescentar a pressão 
exercida pelos trabalhadores junto ao Estado capitalista, em prol de melhores 
condições de trabalho, o que se caracteriza como fonte de material específica. 
Exemplo: os avanços no campo da engenharia genética que suscitam, com 
urgência, a elaboração de normas aptas a disciplinarem a sua aplicação regular. 
 
Fontes Formais 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 9 
Correspondem aos meios através dos quais este Direito se manifesta em uma 
dada sociedade, vale dizer, aquilo que se inscreve no Direito Positivo. 
Ou ainda, seguindo a classificação de Délio Maranhão, as fontes formais são as 
regras gerais, abstratas, impessoais – escritas ou não – que se impõem 
coercitivamente aos agentes sociais. 
 
Conclui-se, do exposto, que as denominadas “fontes materiais do Direito” 
constituem um estágio preliminar em relação às ”fontes formais”, uma vez 
que é exatamente da atuação dos diversos elementos que as compõem que 
vão surgindo os mecanismos formais de manifestação do direito. 
 
Os tipos de fontes formais 
As fontes formais do Direito do Trabalho se subdividem em autônomas e 
heterônomas. Conheça alguns exemplos: 
 
 Fontes autônomas 
 Acordo coletivo 
 Convenção coletiva 
 Costume 
 Fontes heterônimas 
 Constituição Federal 
 Lei 
 Regulamento 
 Sentença normativa 
 
Análise das fontes do Direito do Trabalho 
 
Uma vez delineado o quadro relativo às fontes materiais e formais do Direito do 
Trabalho, passaremos ao exame de tais fontes. 
 
Nesta análise, destaque para o Acordo Coletivo, a Convenção Coletiva e a 
Sentença Normativa, por serem fontes específicas do Direito do Trabalho. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 10 
 
Iniciamos com a Constituição Federal, a primeira de todas, e fundamento de 
validade das demais normas. Traz em seu bojo diversas regras relativas ao 
Direito do Trabalho, estabelecendo um regime de garantias mínimas que busca 
assegurar ao empregado uma condição econômica e social dentro dos padrões 
de qualidade de vida ditados pelo Estado Democrático de Direito. 
 
A Constituição Federal de 1988 nos trouxe, como um grande avanço, a inserção 
do Direito do Trabalho no título dos “Direitos e Garantias Fundamentais”, com 
destaque para os artigos 7º, 8º e 9º, deixando para trás qualquer dúvida 
acerca da importância desse ramo do Direito. 
 
Em ordem hierárquica, a segunda fonte formal do Direito do Trabalho é a Lei, 
entendida em sentido amplo como a regra de direito geral, abstrata e 
permanente, imposta por autoridade competente para tanto e expressa em 
uma fórmula escrita. Abrange, portanto, tanto a lei em sentido material quanto 
a lei em sentido estrito, que seria apenas a normaproveniente do Poder 
Legislativo, sancionada e promulgada pelo Presidente da República. 
 
A terceira fonte de Direito do Trabalho é o Regulamento – do Poder Executivo – 
aqui entendido como aquele que se destina a integrar a Lei, a qual, 
necessariamente, se encontra subordinado, explicitando seus comandos, ex vi 
do artigo 84, IV da Constituição Federal. Cumpre, ainda, salientar que os 
demais atos emanados da Administração Pública – tais como portarias, avisos, 
circulares, etc. – a rigor, não se constituem em fonte de Direito do Trabalho, na 
medida em que produzem efeitos concretos, obrigando apenas os funcionários 
a que se dirigem e dentro dos limites da obediência hierárquica. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 11 
Entretanto, se por expressa previsão legal um desses atos for expedido com a 
finalidade de regulamentar uma determinada lei, este possuirá, 
necessariamente, conteúdo abstrato e caráter genérico, dirigindo-se, 
indistintamente, a todos que estejam enquadrados na hipótese regulamentada. 
Nessa hipótese, da qual citamos como exemplo a delimitação dos graus de 
insalubridade via normas regulamentares do Ministério do Trabalho, o ato, 
embora não revestido da forma de decreto, será fonte de Direito do Trabalho. 
 
A quarta fonte formal do Direito do Trabalho é a Sentença Normativa, a qual, 
embora revista a forma de sentença, estabelece regras de conteúdo abstrato, 
genérico e impessoal, possuindo conteúdo de ato-regra, aproximando-se da lei 
em sentido material. Deve-se salientar que o alcance da Sentença Normativa 
será, via de regra, menor que o da Lei, eis que limitada à determinada 
categoria e à determinada base territorial. 
 
A quinta fonte formal do Direito do Trabalho é representada pelas Convenções 
e Acordos Coletivos. Referidos instrumentos, oriundos de negociação coletiva, 
possuem natureza jurídica mista, uma vez que, embora consubstanciem 
negócios jurídicos – contratos – não deixam de possuir características de ato-
regra, na medida em que veiculam regras de caráter impessoal, geral e 
abstrato, dotados de força coercitiva no âmbito de sua aplicabilidade. 
 
Por derradeiro, cabe o mencionar o Costume como fonte formal do Direito do 
Trabalho, aqui entendido como a circunstância de um determinado núcleo 
social, adotar e observar, de forma constante e espontânea, um certo modo de 
agir de conteúdo jurídico. 
 
O Costume possui enorme importância no Direito do Trabalho, se 
apresentando, basicamente, sob duas formas: secundum legem e praeter 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 12 
legem. A primeira forma ocorre quando a Lei expressamente se refere ao 
Costume, a fim de que esse integre uma lacuna propositadamente deixada por 
aquela. Exemplo dessa hipótese é o artigo 460 da CLT, no qual a referência à 
habitualidade deve ser completada com a concepção oriunda dos costumes. 
 
A segunda forma, costume praeter legem, acontece quando a lei silencia a 
respeito de determinada situação, que é, então, regulada pelo Direito 
Consuetudinário. 
 
A última forma através da qual o Costume poderia se apresentar é a 
denominada contra legem, que se caracterizaria por dotá-lo de força 
derrogatória do próprio direito positivo. O costume contra legem não é, ao 
menos em tese, admitido no ordenamento jurídico pátrio, uma vez que a lei 
somente pode ser revogada por outra lei, permanecendo em vigor até que tal 
se suceda. 
 
Destaca-se, por fim, a existência de divergência doutrinária acerca do 
enquadramento como “fonte” de outros institutos, a exemplo do Regulamento 
Empresa, da Jurisprudência, da Equidade, dos Princípios Gerais do Direito. Tal 
divergência é decorrente do conceito utilizado para definir “fonte”, variando de 
acordo com a corrente adotada. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 13 
 
 
Atenção 
 A aplicação da Legislação Trabalhista pressupõe o conhecimento 
dos princípios específicos do Direito do Trabalho. Em sua 
definição, os princípios são premissas gerais que devem orientar 
a elaboração da lei, sua interpretação e aplicação aos casos 
concretos. É a existência de princípios específicos e peculiares – 
e que os diferenciam dos demais ramos do direito - que atribui 
autonomia ao Direito do Trabalho. 
Trataremos, neste tópico, dos princípios aplicáveis ao Direito do 
Trabalho como um todo. Aqueles que informam temas 
específicos, a exemplo do Princípio da Irredutibilidade Salarial, 
serão abordados dentro das respectivas aulas. 
 
 
Princípios do Direito do Trabalho 
De acordo com a teoria de Américo Plá Rodriguez, autor uruguaio conhecido 
e reconhecido mundialmente na área trabalhista, citada reiteradamente pela 
doutrina trabalhista, os seguintes princípios podem ser destacados como 
específicos do Direito do Trabalho. 
 
 
Princípio da proteção 
 
Princípio da proteção: destinado a equilibrar a desigualdade contratual que 
se estabelece entre empregado e empregador, o Direito do Trabalho tem, por 
fundamento básico, a proteção ao hipossuficiente. Desse princípio, decorre 
a irrenunciabilidade (em regra) dos direitos trabalhistas e a imperatividade e 
inderrogabilidade das suas normas. Isso significa que ainda que o empregado 
manifeste sua vontade “abrindo mão” dos direitos assegurados pela Legislação, 
essa manifestação de vontade, regra geral, não produzirá efeitos. As normas 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 14 
trabalhistas são imperativas e não podem ser validamente afastadas pelas 
partes. 
 
Princípio da norma mais favorável 
 
Princípio do in dúbio pro misero: aconselha o intérprete a escolher entre 
duas ou mais interpretações viáveis (possíveis e razoáveis) de um mesmo 
dispositivo legal, desde que seja a mais favorável ao trabalhador e que não 
afronte a nítida manifestação do legislador. 
Exemplo de sua aplicação é o caso do art. 59 da CLT, que limita o labor 
extraordinário a duas horas suplementares diárias. Indaga-se: e se o 
empregado trabalhar três, quatro ou mais horas extras? Não será remunerado, 
então? Responde-se: claro que será. A proposta do legislador com essa norma 
é limitar o trabalho extraordinário, visando a proteger a saúde do trabalhador. 
Se, no entanto, o empregador desrespeita essa regra, com base no princípio do 
in dubio pro misero, podemos interpretar esse artigo no sentido de penalizar 
o contratante pela violação perpetrada. Quanto ao empregado, diante da 
impossibilidade de ressarcimento da força de trabalho despendida, deverá ser 
regularmente remunerado, inclusive com o adicional de 50%. 
 
Princípio da primazia da realidade 
 
Princípio da condição mais benéfica: determina que toda circunstância 
mais vantajosa em que o empregado se encontrar habitualmente prevalecerá 
sobre a situação anterior, seja ela oriunda da lei, do contrato, de norma coletiva 
ou regulamento da empresa (salvo se a concessão do benefício for submetida a 
termo ou condição). Vale dizer, consoante esse princípio, as benesses 
concedidas com habitualidade pelo empregador irão, regra geral, se incorporar 
aos contratos de trabalho dos seus empregados. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 15 
Em primeiro lugar, indaga-se em que consiste essa “habitualidade”, já que o 
legislador não a conceitua. Explicamos, inicialmente, que o legislador não pode 
definir “habitualidade” de forma genérica, pois ela irá variar de acordo com 
cada benefício concedido, uma vez que existem benefícios diários, semanais, 
mensais, semestrais, anuais... 
 
Então, como identificar quais seriam habituais? 
 
A tendência de nossos tribunais tem sido no sentido de considerar habitual tudo 
aquilo que gerauma expectativa de repetição. Por exemplo: suponhamos que 
uma empresa pague o 14º salário aos seus funcionários no ano de 2012. Ela 
não estava obrigada a isso, mas o fez. Trata-se de uma situação eventual, 
esporádica. 
 
No entanto, se essa empresa concede o mesmo benefício no ano de 2013, 
pagando novamente um 14º Salário – que não é obrigatório por lei – a 
tendência é que em 2014 já exista uma expectativa desse pagamento por parte 
dos empregados. Os tribunais considerarão que se tornou habitual. 
 
Portanto, uma vez caracterizada a habitualidade na respectiva concessão, o 
empregador não poderá suprimi-la, sob pena de violação ao princípio e à regra 
do Art. 468 da CLT. 
 
Ressalva-se, aqui, o benefício que foi submetido a termo ou condição, pois, 
nesse caso, o empregado (ou o setor) precisará cumprir o requisito para a sua 
concessão. À guisa de exemplo, se o pagamento suplementar está 
condicionado ao resultado positivo do setor ou a determinadas metas, não há 
que se falar em “incorporação” se a meta não foi atingida ou implementada. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 16 
 
Em termos de consultoria prática prestada a empresas, essa pequena 
orientação pode evitar um número sem limites de demandas judiciais. As 
cláusulas benéficas interpretam-se restritivamente. Portanto, o empregador tem 
o direito de disciplinar as condições para a concessão de benefícios. 
 
Por fim, cabe examinar a matéria nos casos em que a condição benéfica é 
decorrente de previsão em instrumento normativo. 
 
Por força da Resolução 185/2012, o TST mudou a redação da Súmula 277, que 
passou a ter o seguinte teor: 
 
Súmula nº 277 do TST 
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. 
EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno 
realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 
27.09.2012. 
 
“As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas 
integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser 
modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho”. 
 
Não era o entendimento do TST até então, apesar da larga discussão 
doutrinária acerca da matéria. Ora, os acordos e convenções coletivos de 
trabalho possuem prazo de vigência e são negociados mediante concessões 
recíprocas das partes. Portanto, encerrada a vigência dessas normas, o 
benefício concedido por força da sua previsão não deveria se incorporar ao 
contrato de trabalho, podendo ser retirado. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 17 
 
Assim entendeu o TST até a modificação de 2012. Hoje, com a nova redação 
da Súmula 277 TST, se a norma coletiva trouxer previsão, por exemplo, de 
hora extra remunerada com adicional de 70% sobre o valor do salário hora 
contratual, tal direito irá se incorporar ao contrato, salvo se sobrevier uma nova 
norma coletiva dispondo expressamente sobre o tema. Não basta, portanto, 
que a norma encerre seu prazo de vigência, já que a súmula é expressa em 
estabelecer a sua ultratividade. 
 
Princípio do in dúbio pro misero 
 
Princípio da norma mais favorável: independente de sua colocação na 
escala hierárquica das normas jurídicas, na hipótese de existência de duas 
regras aplicáveis ao mesmo trabalhador, deve prevalecer a que for mais 
favorável. Na CLT, esse princípio se exterioriza através da previsão do art. 620, 
que trata do conflito entre o acordo coletivo e a convenção coletiva. A doutrina 
tem interpretado que, nos casos de flexibilização do Direito do Trabalho, esse 
princípio não deve ser aplicado. Por quê? Como podemos explicar a 
flexibilização? Quais os seus limites? 
 
Existem vários critérios doutrinários que são utilizados para definir a 
flexibilização. De uma forma geral, “flexibilizar”, como o próprio nome indica, 
significa dar “maleabilidade” às normas trabalhistas, permitir a quebra da sua 
rigidez em certos casos em que isso é necessário. 
 
Dentro dos fundamentos trabalhistas, essa situação estaria ligada à 
necessidade de adequar esse ramo tutelar a um novo contexto de globalização, 
de avanços tecnológicos e competitividade em nível mundial jamais vistos em 
nossa história. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 18 
A despeito da polêmica que permeia o tema, a verdade é que a negociação, em 
alguns casos, é a única alternativa para o desemprego. 
 
Portanto, a finalidade da flexibilização não é aumentar lucros, é possibilitar a 
negociação da rigidez normativa, com vistas a aproximar interesses de 
empregadores e trabalhadores. 
Apresentamos, assim, um conceito para a flexibilização: 
A flexibilização é a maleabilidade na aplicação da Norma Trabalhista, com vistas 
a aproximar interesses de trabalhadores e empregadores, com a finalidade de 
proteger o emprego. 
 
Exemplo: consideremos que uma empresa possui dez empregados e adquire 
tecnologia que lhe permita funcionar com apenas cinco. Em regra, os cinco 
funcionários remanescentes seriam demitidos. A flexibilização é o instituto que 
permitirá que todos trabalhem meio expediente, recebendo metade do salário 
(flexibilização da regra de irredutibilidade salarial – art. 7º, inciso VI, CRFB), 
desde que seja negociada a permanência de todos no serviço. 
 
No caso brasileiro, a flexibilização só pode ser aplicada nas situações 
autorizadas pela Lei. Portanto, não há “desregulamentação do Direito do 
Trabalho”. As regras permanecem existindo, mas poderão ser flexibilizadas 
mediante negociação coletiva. 
 
A Constituição Federal de 1988 prevê a flexibilização no Art. 7º, incisos VI 
(irredutibilidade de salário, salvo “o disposto em convenção ou acordo 
coletivo”); XIII (duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução 
da jornada, “mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho”) e XIV 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 19 
(jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de 
revezamento, “salvo negociação coletiva”). 
 
Nesses casos, portanto, para que a norma de flexibilização possa ter 
efetividade, é ela que será aplicada, afastando-se o Princípio da Norma 
Favorável. 
 
Princípio da condição mais benéfica 
 
Princípio da primazia da realidade: tal princípio indica que, no Direito do 
Trabalho, é a realidade fática que irá prevalecer, ainda que encoberta por 
registros que visem distorcê-la ou ocultá-la. Daí, a doutrina destaca que o 
contrato de trabalho é um “contrato-realidade”. Assim, à guisa de exemplo, se 
um empregado assina a folha de ponto com horário de saída “18 horas”, mas 
prorroga seu trabalho até às 20 horas, é a realidade fática que prevalece, 
podendo ser provada, em eventual processo trabalhista, por todos os meios de 
prova em direitos admitidos. 
 
Atividade proposta 
Agora, você fará uma atividade relacionada ao tema visto nesta aula! 
Os gestores de uma empresa, cliente de seu escritório, o consultaram acerca da 
existência de direitos trabalhistas distintos, fixados em acordo coletivo e 
sentença normativa, ambos aplicáveis simultaneamente e no mesmo prazo de 
vigência aos seus empregados. Indaga-se: quais regras deverão prevalecer? 
Seria o caso de aplicar o princípio da norma mais favorável? 
 
Chave de resposta: No Direito Brasileiro, não se aplica o princípio da norma 
mais favorável quando há confronto entre acordo coletivo de trabalho e 
sentença normativa, pois a Constituição da República, em seu artigo 114, § 2º, 
estabelece que a sentença normativa terá de respeitar as disposições legais e 
convencionais relativas às normas detrabalho aplicáveis àquela categoria, 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 20 
razão pela qual, seja mais ou menos favorável que a sentença normativa. O 
acordo coletivo, sendo um veículo de disposições convencionais (artigo 611, § 
1o, CLT), sempre prevalecerá, consagrando-se o princípio da flexibilização do 
Direito do Trabalho. 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 21 
Referências 
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 10ª. ed. São 
Paulo: LTr, 2011, p. 51. 
 
MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. Instituições 
de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 2000. 
 
MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. Instituições 
de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 2000, p. 154-
156. 
 
MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. Instituições 
de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 2000, p. 162-
170. 
 
MORAES FILHO, Evaristo; MORAES, Antônio Carlos Flores. Introdução ao 
Direito do Trabalho. 8ª. ed. São Paulo: LTr, 2000, p. 66-80. 
 
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de direito do trabalho. Tradução por 
Wagner D. Giglio. 3ª ed. atual. São Paulo: LTr Editora, 2000. 
 
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de direito do trabalho. Tradução por 
Wagner D. Giglio. 3ª ed. atual. São Paulo: LTr Editora, 2000, p. 339-389. 
 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 13ª ed. 
rev. São Paulo: Malheiros Editores, 1997, p. 111. 
 
TEIXEIRA FILHO, João de Lima; SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio et al. 
Instituições de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 
2000, p. 33-43. 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 22 
Exercícios de fixação 
 
Questão 1 
A origem histórica do Direito do Trabalho está vinculada ao fenômeno 
conhecido sob a designação de “Revolução Industrial”. O desenvolvimento 
técnico das máquinas acarretou mudanças no setor produtivo e deu origem à 
classe operária, transformando as relações sociais. Assim, o Direito do Trabalho 
surge no século XIX, na Europa, em um mundo marcado pela desigualdade 
econômica e social. Podem-se afirmar como principais causas de sua gênese no 
cenário da época: 
 
I - O liberalismo político e a liberdade econômica sem limites, com opressão dos 
mais fracos, gerando uma nova forma de escravidão. 
II - O emprego generalizado de mulheres e menores suplantando o trabalho 
dos homens, já que a máquina reduziu o esforço físico, tornando possível a 
utilização das “meias-forças”, não preparadas para reivindicar. 
III - Salários ínfimos, jornadas desumanas e condições de higiene degradantes. 
IV - As lutas de classes. 
V - A encíclica Rerum Novarum (coisas novas), de Leão XIII, considerando o 
trabalho como elemento da dignidade humana e preconizando o salário justo. 
 
Analise as proposições citadas e assinale a alternativa correta: 
 
a) Todas as proposições são verdadeiras. 
b) Todas as proposições são falsas. 
c) Apenas a primeira proposição é verdadeira. 
d) Apenas a última proposição é verdadeira. 
e) Apenas as proposições II, III e IV são verdadeiras. 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 23 
Questão 2 
Leia atentamente as assertivas abaixo: 
 
I. A convenção coletiva e o costume são fontes heterônomas do Direito do 
Trabalho. 
II. São fontes formais de Direito do Trabalho os fatores sociais que contribuem 
para a formação da substância da norma jurídica. 
III. A diferença entre a fonte material e a fonte formal corresponde à diferença 
entre a origem do conteúdo e a forma do Direito. 
 
a) Apenas as assertivas I e II estão corretas. 
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. 
c) Apenas as assertivas II e III estão corretas. 
d) Apenas a assertiva III está correta. 
e) Todas as assertivas estão corretas. 
 
Questão 3 
A competência normativa da Justiça do Trabalho, consubstanciada no chamado 
poder normativo, tem previsão constitucional e significa: 
 
a) A possibilidade dos tribunais trabalhistas editarem súmulas e prejulgados com 
força normativa e vinculante em relação às instâncias superiores. 
b) A prerrogativa dos tribunais do trabalho de se auto-organizarem, elaborando, 
de forma soberana, seus próprios regimentos internos. 
c) A competência de editar normas e obrigações através das chamadas sentenças 
normativas, proferidas em dissídios coletivos. 
d) Que o enunciado é falso, visto que a competência e o poder normativos não 
foram recepcionados pela Carta de 1988. 
e) A prerrogativa de enunciar normas de caráter meramente programático, 
contendo recomendações para as categorias profissional e econômica. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 24 
Questão 4 
Determinado princípio geral do Direito do Trabalho prioriza a verdade real 
diante da verdade formal. Assim, entre os documentos que discorrem sobre a 
relação de emprego e o modo efetivo como, concretamente, os fatos 
ocorreram, deve-se reconhecer esses em detrimento daqueles. Trata-se do 
princípio: 
 
a) Da razoabilidade. 
b) Da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas. 
c) Da primazia da realidade. 
d) Da prevalência do legislado sobre o negociado. 
e) Da condição mais benéfica. 
 
Questão 5 
O Direito do Trabalho tem seus próprios princípios, sem o que não seria 
possível atribuir-lhe autonomia científica. Com base no conceituado jurista 
uruguaio Américo Plá Rodriguez, reconhecido como autoridade no tema, em 
razão da relevância do estudo que publicou sobre a matéria, é correto afirmar 
que: 
 
I. O princípio da proteção se concretiza em três ideias ou regras, a saber: “in 
dubio pro operario”, regra da norma mais favorável e regra da condição mais 
benéfica. 
II. A regra da condição mais benéfica se dá pela adesão ao contrato de 
trabalho, quando de seu curso, de todas as transformações benéficas ao 
trabalhador, tornando-se cláusulas contratuais e, como tais, submetidas a todo 
o sistema de proteção. 
III. O princípio da irrenunciabilidade de direitos tem como escopo a presunção 
de que a vontade do trabalhador pode ser submetida a vícios de 
consentimento, dada a sua condição de inferioridade, em especial, quando 
manifestada no curso do contrato de trabalho. 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 25 
IV. O princípio da primazia da realidade revela o predomínio das relações 
concretas travadas pelas partes sobre as formais, ou mesmo da própria 
realidade sobre a documentação escrita, o que se traduz, inclusive, no art. 442 
da CLT. 
 
a) Todas as afirmativas estão corretas. 
b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas. 
c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas. 
d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas. 
e) Apenas as afirmativas I e II estão corretas. 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 26 
Liberalismo: A palavra "liberal" deriva do latim, liber ("livre" ou "não 
escravo") e está associada com a palavra ”liberdade” ou ”libertário”. 
 
Trata-se de uma filosofia política ou visão do mundo fundada sobre ideais 
de liberdade e igualdade. Os liberais defendem uma ampla gama de pontos de 
vista, dependendo de sua compreensão desses princípios, mas, geralmente, 
apoiam ideias como: eleições livres e justas, direitos civis, liberdade de 
imprensa, liberdade de religião, livre comércio e propriedade privada. 
 
O Liberalismo começou a se fortalecer em meados do século XIX, após as 
décadas de 1830-1840, e teve sua maior representação na França. Se juntou, 
mais tarde, à ideia do Nacionalismo, onde foi usado como pilar da unificaçãoda Alemanha (1864-1870 – Otto von Bismarck) e da Itália (1848 – Mazzini e 
Garibaldi). 
 
 
 
 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 27 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: Com seu discurso irrefreável de liberdade e igualdade formais, o 
sistema capitalista propiciou que os mais ricos pudessem, livremente, explorar 
os mais fracos, cuja proteção não interessava a um Estado-mínimo, tendo em 
vista a pretensa garantia da liberdade jurídica de sua força de trabalho, ainda 
que essa ficasse submissa - pela força oculta da fome e da falta de dinheiro - 
às condições econômicas impostas pela burguesia. A defesa da liberdade e da 
igualdade formais, valores notadamente individuais, ainda representava grave 
ameaça aos próprios interesses do Estado, enquanto instituição resultante da 
aglutinação de sentimentos e ideais eminentemente coletivos. 
 
Não apenas a qualidade, como também a quantidade de força de trabalho 
necessária à produção se reduziu, o que gerou um excedente de mão de obra, 
demandando pouco trabalho. Isso forçou, através da Lei da Oferta e da 
Procura, a queda dos valores pagos pelo trabalho prestado (nominalmente e 
em proporção ao horário trabalhado) e a possibilidade de uso da força de 
trabalho menos crítica à nova forma de produção. 
 
A nova realidade social, que aprisiona os mais pobres em bolsões de pobreza e 
miséria, com degradantes condições de vida, incutiu na mente dos mesmos a 
consciência de que formavam uma classe oposta à que tinha sucesso no novo 
sistema de produção. Isso resultou nos movimentos sindicais e, com eles, as 
greves e reivindicações que, gradativamente, forçaram os Estados a intervirem 
no sistema econômico em proveito dos trabalhadores. 
 
A referida encíclica conclama a necessidade de união de forças entre capital e 
trabalho nesta nova era social, o que conclamou vários Estados à intervenção 
nos direitos individuais em prol dos direitos coletivos. As considerações que 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 28 
justificam o acerto das afirmativas da questão são consenso na doutrina, e suas 
linhas gerais podem ser vistas, por exemplo, nas considerações de Segadas 
Vianna. 
 
TEIXEIRA FILHO, João de Lima; SÜSSEKIND, Arnaldo; MARANHÃO, Délio 
et al. Instituições de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr 
Editora, 2000, p. 33-43. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: A afirmativa I é falsa, pois ambas são fontes autônomas. 
Segundo Délio Maranhão, a convenção coletiva é um instrumento de produção 
das normas jurídicas pelos próprios interessados, enquanto que o costume é 
produzido pelo próprio núcleo social. A afirmativa II também é falsa, pois 
esse é o conceito de fonte material. Já a afirmativa III é verdadeira, pois, 
como explica Délio Maranhão, as fontes materiais são os fatores sociais que, 
em certo momento da história, fornecem o substrato de determinada norma ou 
conjunto de normas, ao passo que as fontes formais são o meio pelo qual se dá 
à regra jurídica o caráter de Direito Positivo. 
 
MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas; et al. 
Instituições de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 
2000, p. 162-170. 
 
MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas; et al. 
Instituições de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 
2000, p. 154-156. 
 
Questão 3 - C 
Justificativa: Artigo 114, § 2º, CRFB/88. Como explica José Afonso da Silva, a 
harmonia entre os poderes (artigo 2º, CRFB/88) pressupõe que a divisão de 
funções entre os órgãos do poder e a independência dos mesmos não são 
absolutas, havendo interferências cujo objetivo é estabelecer um sistema de 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 29 
freios e contrapesos que equilibrem as relações entre os órgãos do poder, 
evitando que um deles prevaleça sobre os demais e possibilitando a realização 
do bem da coletividade. 
 
A sentença normativa se encaixa em tal sistema porque, por ela, o Poder 
Judiciário, por dicção constitucional expressa, pode “legislar” para uma 
categoria profissional e econômica, sendo o produto de tal atividade, como 
esclarece Délio Maranhão, norma formulada de maneira abstrata, em função da 
categoria a que pertencem os empregados e a base territorial do dissídio. 
 
Assim, em que pese a EC nº 45/2004 ter alterado a redação do artigo 114, § 2º 
da Constituição da República de 1988, a sentença normativa não foi excluída 
enquanto “fonte” do Direito do Trabalho, como vem sendo interpretado pela 
doutrina e tribunais. 
 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 13ª ed. 
rev. São Paulo: Malheiros Editores, 1997, p. 111. 
 
MARANHÃO, Délio; SÜSSEKIND, Arnaldo; VIANNA, Segadas et al. 
Instituições de direito do trabalho. Vol. I. 19ª ed. São Paulo: LTr Editora, 
2000, p. 162. 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: O enunciado é autoexplicativo e traz como consequências, dentre 
outras: (a) a caracterização da relação de emprego pelo tipo de trabalho que o 
empregado exerce na prática, pouco importando o disfarce que o empregador 
lhe confira; (b) a verificação da função exercida pelo empregado na prática, 
mesmo que conste outra em sua carteira de trabalho; (c) a qualificação, como 
salário para todos os efeitos legais, de parcelas pagas fora do principal ou com 
rubricas que tenderiam a lhe tirar tal caráter, constem ou não no recibo de 
pagamento de salário; (d) a ideia de grupo econômico para responsabilização 
trabalhista, seja por cooperação ou por subordinação, como percepção de que 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 30 
um único empregador pode possuir vários empreendimentos aparentemente 
desconexos entre si; e (e) a unicidade do contrato de trabalho em situações 
formais de vários contratos de trabalho sucessivos, indicando que havia índole 
de permanência do empregado na atividade econômica realizada pelo 
empregador. Vide, por todos, Américo Plá Rodriguez. 
 
RODRIGUEZ, Américo Plá. Princípios de direito do trabalho. Tradução por 
Wagner D. Giglio. 3ª ed. atual. São Paulo: LTr Editora, 2000, p. 339-389. 
 
Questão 5 - C 
Justificativa: Afirmativas I e II verdadeiras: Segundo Plá Rodriguez, o 
princípio da proteção evidencia a preocupação do Direito do Trabalho com o 
empregado, quebrantando-se a igualdade civilística, porque a mesma, por ser 
apenas jurídico-formal, não evita (antes agrava) a desigualdade sócio-
econômica entre empregador e empregado, cabendo ao Direito do Trabalho, 
destarte, ser a contradesigualdade jurídico-formal a compensar tal 
desigualdade. Tal princípio, ainda segundo o mesmo autor, se triparte nas 
regras (ou melhor, nos subprincípios densificadores e concretizadores) citadas 
na afirmativa I: o primeiro deles tem como objetivo permitir ao juiz e ao 
intérprete escolher, entre vários sentidos possíveis de uma norma jurídica, 
aquele que seja mais favorável ao trabalhador; o segundo deles almeja que, 
havendo mais de uma norma jurídica aplicável, deva ser escolhida a que 
favoreça em maior intensidade o empregado, ainda que não seja a mais alta do 
ponto de vista hierárquico; e o terceiro deles objetiva que a aplicação de nova 
norma trabalhista nunca deve ensejar a revogação das condições mais 
favoráveis em que um empregado se encontrava, sendo justamente por isso 
que somente as novas cláusulas mais favoráveis se aderirão ao contrato de 
trabalho do empregado. Afirmativa III verdadeira: no contrato de trabalho 
não existe uma vontade livre do empregado que lhe possibilite renunciar a seus 
direitos, em razão da situação de dependência em que se encontra em face de 
seu empregador. Afirmativa IV verdadeira:se o contrato de trabalho pode 
 
 TEORIA GERAL DO DIREITO DO TRABALHO 31 
ser tácito ou expresso, escrito ou verbal, é sinal que interessa primeiramente o 
que ocorre faticamente e não o documentalmente estipulado.

Outros materiais