Buscar

ultratividade dos acordos e convenções trabalhistas

Prévia do material em texto

1 
 
As mudanças provocadas pela 
Resolução 185 do TST, de 14 de 
setembro de 2012 
 
 
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE - ESTABILIDADE 
PROVISÓRIA - INSTRUMENTO COLETIVO - VIGÊNCIA - LIMITAÇÃO. 
Os acordos e as convenções coletivas de trabalho são instrumentos 
que estipulam normas de caráter provisório, uma vez que, de acordo 
com o art. 613 da CLT, todo acordo ou convenção coletiva deve 
assinalar seu prazo de vigência. Assim sendo, as normas criadas 
mediante esses instrumentos normativos se incorporam ao contrato 
de trabalho somente pelo seu prazo de vigência ficando os direitos 
referentes à estabilidade provisória limitados ao seu período de 
vigência, pois, do contrário, estaríamos diante de estabilidade 
permanente, repelida pela Carta Política de 1988 (CF, art. 7º, I). Não 
há, nesse passo, como se reconhecer julgamento fora dos limites da 
lide quando o TRT limita a estabilidade provisória ao período de 
vigência da norma coletiva, independentemente de pedido limitativo 
do Reclamado. Revista não conhecida. (...) 
TST - QUARTA TURMA - PROC: RR 721058 - ANO: 2001 - Rel. 
MINISTRO IVES GANDRA MARTINS FILHO) 
 
 
No entanto, esse entendimento foi modificado por força da Resolução 185 do TST, de 14 
de setembro de 2012, passando, a Súmula 277 do TST a vigorar com a seguinte redação: 
 
Súmula nº 277 do TST 
 
 
2 
 
CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. 
ULTRATIVIDADE (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) 
- Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012. 
 
“As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os 
contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas 
mediante negociação coletiva de trabalho.” 
 
Com essa nova redação, e frisando-se vir expresso no próprio Enunciado da Súmula, o 
que se observa é que o TST passa, a partir desse momento, a admitir a ultratividade 
dessas normas, ou seja, que os direitos e regras nelas estipulados se perpetuem para 
além do seu termo pré-fixado, ressalvada a hipótese de norma posterior modificar o teor 
do direito assegurado. 
 
O art. 6º. da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro estabelece que a lei terá 
efeito imediato e geral, respeitado o direito adquirido. 
 
A teoria do direito adquirido significa que se a controvérsia recai sobre um direito 
adquirido à época da lei anterior, não se deve aplicar a lei nova; mas, por outro lado, se o 
fato ao tempo da lei anterior expressava mera expectativa de direito ou faculdade, aplica-
se a lei vigente.

Outros materiais