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O Fim da URSS e a Nova Ordem Mundial

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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Profª. Joselia de Castro Silva
Aula 9: O fim da URSS e a Nova Ordem Mundial
AULA 9: O FIM DA URSS E A NOVA ORDEM MUNDIAL
HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II
Nesta aula, discutiremos os fatores que levaram a desagregação da União Soviética e do bloco socialista que ela representava. Destacaremos as reformas empreendidas por Gorbatchev, bem como seu fracasso e suas implicações para o estabelecimento de uma nova ordem mundial.
 
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RECONFIGURAÇÃO DA GUERRA FRIA
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A década de 1970 do século XX foi caracterizada por uma série de acordos, objetivando, sobretudo, o controle da produção e comercialização de armamentos entre os dois blocos envolvidos na guerra fria. Isto era necessário pois a corrida armamentista, iniciada no final da Segunda Guerra Mundial levou o mundo à um momento de tensão permanente. Qualquer conflito poderia lançar mão de armas nucleares, o que seria devastador para todo o planeta.
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A crise dos mísseis envolvendo Cuba, URSS e EUA foi um destes momentos de terror. A URSS retrocedeu, mas se esta não tivesse sido sua posição política, não podemos imaginar a proporção do desastre bélico. 
 
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O presidente dos EUA no período John F. Kennedy foi assassinado no Texas, em 1963, por Lee Harvey Oswald. O atirador alegava ser inocente e estaria sendo incriminado somente por ter vivido parte de sua vida na União Soviética. Oswald jamais foi ouvido em um tribunal pois foi assassinado por Jack Rubi logo após o crime, enquanto era transferido para a prisão.
A despeito das inúmeras teorias da conspiração acerca deste episódio, não há como inferir exatamente as motivações deste crime. Com a morte de Kennedy, assume o poder seu vice, Lyndon Johnson. 
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Johnson recrudesceu a participação dos EUA na Guerra do Vietnã, aumentando intensamente o quantitativo de soldados estadunidenses na região. Além disso, seu governo se empenhou no combate ao socialismo. Essa era uma bandeira da gestão Kennedy, que havia estabelecido o embargo econômico a Cuba. Há, portanto, uma continuidade política e não uma tentativa de estabelecer qualquer tipo de conciliação.
	
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Apenas no governo Nixon iniciou-se um processo de conciliação com Cuba, em 1968. Richard Nixon, um republicano, começa uma aproximação progressiva com os países comunistas, sem comprometer, entretanto, o bloco capitalista. No início dos anos 1970, os EUA defendem a entrada da China no Conselho de Segurança da ONU, marcando uma nova etapa na história desse país. 
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O apoio de Nixon à entrada da China comunista neste conselho é uma das evidencias do início do período que ficou comumente conhecido como detente e que caracteriza a década de 1970. Detente, é um termo francês que significa distensão ou relaxamento e, na verdade, indica o afrouxamento da austeridade política que dividida o mundo até então. 
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A aproximação entre China e EUA se consolidou em 1972, com a visita de Nixon ao país, governado por Mao Tse Tung. A política externa do presidente estadunidense ficou conhecida como Doutrina Nixon e teve a frente um dos mais importantes nomes da política dos EUA no século XX, o secretário de Estado Henry Kissinger.
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Kissinger foi um dos principais articuladores da aproximação EUA/China e se tornou um dos maiores especialistas em política internacional da história da segunda metade do século XX. Por essa razão, a política de Nixon foi incrivelmente inovadora, já que quebrava com um isolamento diplomático de décadas entre os blocos capitalista e socialista.
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À China, seguiu-se outra ação impensável: a visita de um presidente estadunidense à União Soviética. Ela ocorreu em 1972 e foi também fartamente comentada nas manchetes do mundo inteiro. Fotos de Leonid Brejnev – líder da União Soviética – e de Nixon correram o mundo, estampando as mais diversas revistas e jornais. No ano seguinte, Brejnev vai aos EUA e ocorre o encontro dos dois novamente. 
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O encontro com Brejnev rendeu a assinatura do primeiro SALT - Strategic Arms Limitation Talks – conversações sobre limites de armas estratégicas, cujo termo envolve diversos tipos de armamentos, como aviões de guerra, armas nucleares e mísseis intercontinentais. 
Foi no governo Nixon que teve lugar a retirada das tropas do Vietnã, o que consagrou a vitória do bloco socialista na região. Mas, se por um lado, havia esta clara estratégia diplomática de aproximação dos blocos, a influência estadunidense na América Latina não havia arrefecido. Um exemplo disto foi o apoio a ditadura chilena de Augusto Pinochet, instituída em 1973 após o golpe que derrubou o presidente socialista Salvador Allende.
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ESCÂNDALO
WATERGATE
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Em 1972 tem início o chamado escândalo Watergate. Membros do partido republicano foram acusados de espionar o partido rival, democrata, plantando escutas nos seus escritórios. Watergate era o nome do complexo de prédios localizado em Washington e que abrigava a sede do Partido Democrata. O Jornal Washington Post mobilizou os demais veículos da imprensa, após fazer a denúncia de espionagem. Logo, a opinião pública foi sentida no Senado Americano. Nixon foi pressionado a renunciar, caso contrário, sofreria impeachment. A renúncia ocorreu em 1974. 
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Seus sucessores Gerald Ford e Jimmy Carter continuaram a política externa anterior. Entretanto, no governo Ronald Reagan, (1981 – 1989) esta aproximação sofre alguns percalços. Em 1980, ainda na gestão Carter os estadunidenses boicotam as Olimpíadas realizadas em Moscou. O motivo do boicote foi a invasão soviética ao Afeganistão, ocorrida em 1979. Em 1984, os soviéticos dão o troco, boicotando as Olimpíadas de 1984, sediadas em Los Angeles. Ainda que os boicotes sejam relativamente simbólicos – afetam, basicamente, somente o mundo do esporte – eles possuem um forte significado ideológico, apontando que, apesar dos esforços, a guerra fria ainda era uma realidade.
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Se os EUA voltaram seus esforços para a política externa, a URSS por sua vez, estava mais preocupada com seus problemas externos. Como era formada por diversas repúblicas – por isso União Soviética – a unidade do bloco sempre foi uma questão em pauta. A diversidade de países, etnias e interesses era uma constante fonte de problemas para o governo de Moscou. 
Em 1968, a fragilidade desta união se torna evidente a partir do que ficaria conhecido como Primavera de Praga, ocorrida na Tchecoslováquia em 1968. O líder do partido comunista Tcheco – e, portanto, o líder do país já que nas republicas soviéticas este cargo era acumulado, Alexander Dubcek iniciou uma série de reformas, chamadas de socialismo humanizado. 
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A primavera de Praga era um conjunto de reformas, apoiadas por intelectuais e membros do partido comunista. Além de incentivar as artes e a ciência, também pregava a autonomia do país frente à URSS, além de reivindicar a descentralização política e criticar a primazia do Partido Comunista de Moscou. 
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As iniciativas tchecas colocavam em xeque a própria unidade não só da URSS mas do partido Comunista em si. A reação foi imediata. Tropas do Pacto de Varsóvia invadiram o país e reprimiram o movimento. Seus líderes foram presos e enviados a Moscou para julgamento. A unidade da URSS foi restaurada, mas este incidente demonstrava que a desagregação era uma questão de tempo. 
Nos anos 1980 foi a vez da Polônia se colocar contra Moscou. Os trabalhadores poloneses estavam organizados em fortes sindicatos dos quais se destacava o Solidarnosc, em português, Solidariedade, liderado por Lech Walessa. 
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Em 1980, o sindicato organizou uma greve de trabalhadores navais e mobilizou mais de 17000 pessoas. As principais reivindicações eram por melhorias nas condições de vida e trabalho. Em 1983, o sindicalista ganha o Premio Nobel da paz, o que demonstra que suas representatividade havia ultrapassado os limites da Polônia.
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Do ponto de vista econômico, como não era uma sociedade de consumo, o desenvolvimento das indústrias das repúblicas socialistas era limitado. Investia-se, sobretudo, na indústria pesada. Nos anos 1980, aproximadamente 50% das exportações soviéticas eram de petróleo e gás, e boa parte das importações, de maquinários e produtos industrializados. Não havia uma planificação econômica, em parte devido à diversidade econômica das repúblicas. Esta lentidão econômica, somada a intrincada burocracia, emperrava o desenvolvimento político e econômico da URSS que rapidamente perdia seu lugar na economia mundial para a Europa, o Japão e a China. 
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Em 1985 assume o poder Mikhail Gorbatchev, com a árdua tarefa de manter a unidade da URSS e revitalizar sua economia. O novo líder estabelece então um conjunto de amplas reformas, fundadas em dois pilares: a Glasnost (transparência) e Perestroika (que significa reconstrução ou reestruturação).
 
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Glasnost - conjunto de liberdades civis dentre as quais se destaca a liberdade de expressão. Desde a vitória da Revolução de Outubro, em 1917, havia uma forte censura nos meios de comunicação, que a Glasnost vinha por um fim. 
Perestroika - concentrava-se em medidas de cunho econômico e político, como o controle dos gastos da defesa, a diminuição do investimento na indústria bélica e a concessão de maior autonomia política as demais repúblicas. 
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Em 1989 cai o muro de Berlim, uma nova etapa na história da Guerra Fria. A queda do muro e a unificação de todo o país adotando o sistema capitalista foi interpretada como a falência do regime socialista. Os críticos deste regime apontavam que este só se mantinha através do autoritarismo e, quando havia uma possibilidade de abertura, os países livremente adotavam o capitalismo. 
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Apesar dos esforços de Gorbatchev, a Perestroika e a Glasnost conseguiram desagradar tanto os socialistas radicais como os simpatizantes do capitalismo. Sem apoio, Gorbatchev viu as repúblicas soviéticas se organizarem sob uma nova bandeira, fundando a CEI, Comunidade dos Estados Independentes, em dezembro de 1991. Logo depois da criação da CEI, Gorbatchev renunciou. Ele deixava o poder como o último líder da União Soviética e sua renúncia marcou o fim de um dos mais poderosos países do mundo no século XX. Em seu lugar assumiu Boris Yeltsin, que conduziria a Rússia à transição para o capitalismo. 
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O fim da URSS implicou no fim da Guerra Fria e, portanto, da bipolaridade. De imediato, os EUA emergem como potência nesta nova ordem mundial, mas logo ficaria claro que, com o desenvolvimento europeu e chinês, a nova realidade seria multipolar. Os mercados mundiais passaram a ser unificados em torno do capitalismo - ainda que o socialismo e o comunismo se mantivessem em alguns países, como Cuba e China – e o processo de globalização foi acelerado.
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NESSA AULA VOCÊ:
 Nesta aula, caracterizamos a Era Nixon, identificamos os fatores que levaram ao fim da URSS e reconhecemos o papel da queda do Muro de Berlim no fim do sistema socialista soviético. Abordamos ainda a globalização e seus efeitos para a era contemporânea.
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