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1 INTENSIVO I Disciplina: Direito Penal Prof.: Cleber Masson Aula: 01 Monitor: Adrian MATERIAL DE APOIO - MONITORIA Índice I. Anotações da aula II. Lousas I. ANOTAÇÕES DA AULA Continuação da aula anterior 10.3.2. Princípio da subsidiariedade Esse princípio se manifesta no plano concreto, ou seja, ele tem como destinatário o aplicador do Direito Penal, note que esse princípio diz respeito à atuação prática do Direito Penal. 11. Princípio da insignificância ou criminalidade de bagatela 11.1. Introdução e finalidade desse princípio � Origem Surgiu no direito romano “de minimus non curat praetor”. No direito penal esse princípio aparece na década de 1970, pelos estudos de Claus Roxin. Esse princípio está intimamente ligado com o funcionalismo penal. � Finalidade Primeiramente esse princípio é uma medida de política criminal, ou seja, ele busca adaptar a letra da lei a realidade social. A finalidade desse princípio é buscar uma interpretação restritiva da Lei Penal. STF: HC 104.787. EMENTA: HABEAS CORPUS. CRIME MILITAR. PECULATO-FURTO. MUNIÇÕES DE ARMAMENTO DE USO RESTRITO DAS FORÇAS ARMADAS. INAPLICABILIDADE DO POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA. DOSIMETRIA DA PENA. VETORES DO ART. 69 DO CÓDIGO PENAL MILITAR. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR PENA RESTRITIVA DE DIREITOS. INCIDÊNCIA DO ART. 44 DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO. QUESTÃO NÃO ARGÜIDA NAS INSTÂNCIAS PRECEDENTES. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIAS. HABEAS CORPUS PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA EXTENSÃO, DENEGADO. 1. O princípio da insignificância é vetor interpretativo do tipo penal, tendo por escopo restringir a qualificação de condutas que se traduzam em ínfima lesão ao bem jurídico nele (tipo penal) albergado. Tal forma de interpretação insere-se num quadro de válida medida de 2 política criminal, visando, para além da descarcerização, ao descongestionamento da Justiça Penal, que deve ocupar-se apenas das infrações tidas por socialmente mais graves. 2. Numa visão humanitária do Direito Penal, então, é de se prestigiar esse princípio da tolerância, que, se bem aplicado, não chega a estimular a idéia de impunidade. Ao tempo que se verificam patentes a necessidade e a utilidade do princípio da insignificância, é imprescindível que aplicação se dê de maneira criteriosa, contribuindo sempre tendo em conta a realidade brasileira, para evitar que a atuação estatal vá além dos limites do razoável na proteção do interesse público. 3. No caso, os pacientes, militares em atividade, subtraíram munições de armamentos de uso restrito das Forças Armadas, sendo parte da munição vendida a terceiro. Donde a impossibilidade de se acatar a tese da irrelevância jurídico-penal da conduta. 4. As penas privativas de liberdade dimensionadas pelo Superior Tribunal Militar não destoam dos vetores do art. 69 do Código Penal Militar, especialmente da culpabilidade e do grau de extensão do risco concreto de lesão à coletividade. 5. A tese de incidência do art. 44 do Código Penal Brasileiro não foi argüida nas instâncias precedentes, não cabendo ao Supremo Tribunal Federal examiná-la per saltum. 6. Ordem parcialmente conhecida e, nessa extensão, denegada. (HC 104787, Relator (a): Min. AYRES BRITTO, Segunda Turma, julgado em 26/10/2010, DJe-033 DIVULG 17-02-2011 PUBLIC 18-02-2011 EMENT VOL-02466- 01 PP-00115) 11.2. Natureza jurídica O princípio da insignificância é uma causa supralegal (não prevista em lei) de exclusão da tipicidade. Tipicidade penal = tipicidade formal + tipicidade material (é a lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico). 11.3. Requisitos � Objetivos São aqueles ligados ao fato praticado. Esses requisitos são 4: a) Mínima ofensividade da conduta; b) Ausência de periculosidade social da ação; c) Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; d) Inexpressividade da lesão jurídica. � Subjetivos São aqueles que dizem respeito à pessoa do agente e à pessoa da vítima. o Agente a) Militares Não se aplica o princípio da insignificância nos crimes militares. b) Criminoso habitual c) Reincidente 3 O STF, no HC 122.547 diz que não se aplica o princípio da insignificância ao reincidente. EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO QUALIFICADO PELO CONCURSO DE AGENTES (ART. 155, § 4º, IV, DO CP). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. HABEAS CORPUS EXTINTO POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. O princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (a) mínima ofensividade da conduta do agente, (b) nenhuma periculosidade social da ação, (c) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 2. A aplicação do princípio da insignificância deve, contudo, ser precedida de criteriosa análise de cada caso, a fim de evitar que sua adoção indiscriminada constitua verdadeiro incentivo à prática de pequenos delitos patrimoniais. 3. O valor da res furtiva não pode ser o único parâmetro a ser avaliado, devendo ser analisadas as circunstâncias do fato para decidir-se sobre seu efetivo enquadramento na hipótese de crime de bagatela, bem assim o reflexo da conduta no âmbito da sociedade. 4. In casu, a) a paciente foi condenada a 3 (três) anos, 3 (três) meses e 6 (seis) dias de reclusão, em regime inicial semiaberto, pela prática do crime de furto qualificado pelo concurso de agentes (art. 155, § 4º, IV, do CP), por ter subtraído uma lata de azeite de oliva, dois bolos e três discos de uma máquina Makita de três estabelecimentos comerciais distintos. b) Ademais, trata-se de condenada reincidente na prática de delitos contra o patrimônio. c) Destarte, o reconhecimento da atipicidade da conduta da recorrente, pela adoção do princípio da insignificância, poderia, por via transversa, imprimir nas consciências a ideia de estar sendo avalizada a prática de delitos e de desvios de conduta. d) A fundamentação contida no acórdão do Superior Tribunal de Justiça – consistente na reiteração delitiva e no concurso de agentes – não pode ser tida como inovação, porquanto visa demonstrar a acentuada reprovabilidade do comportamento da paciente e a significativa ofensividade social de sua conduta, que, segundo o entendimento pacificado nesta Corte, constituem vetores do princípio da insignificância. 5. Habeas corpus extinto por inadequação da via eleita e concessão da ordem de ofício para substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou alternativas, a critério do juízo da execução. (HC 122547, Relator (a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 19/08/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-176 DIVULG 10-09-2014 PUBLIC 11-09-2014) Mas o STJ admite o princípio da insignificância (STJ: HC 299.185 – informativo 548) HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. FALTA DE CABIMENTO. TENTATIVA DE FURTO SIMPLES. BENS DE PEQUENO VALOR RESTITUÍDOS À VÍTIMA. REGISTRO DE ANTECEDENTE CRIMINAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. POSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 1. O habeas corpus tem suas hipóteses de cabimento restritas, não devendo vir como sucedâneo do meio próprio cabível. 2. Mesmo diante de writ manifestamente incabível, ao se deparar com evidente coação ilegal, cabe ao Superior Tribunal de Justiça expedir ordem de ofício. 4 3. A intervenção do Direito Penal há de ficar reservada para os casos realmente necessários. Para o reconhecimento da insignificância da ação, não se pode levar em conta apenas a expressão econômica da lesão. Todas as peculiaridades do caso concreto devem ser consideradas, por exemplo, o grau de reprovabilidadedo comportamento do agente, o valor do objeto, a restituição do bem, a repercussão econômica para a vítima, a premeditação, a ausência de violência, o tempo do agente na prisão pela conduta etc. 4. Nem a reincidência nem a reiteração criminosa, tampouco a habitualidade delitiva, são suficientes, por si sós e isoladamente, para afastar a aplicação do denominado princípio da insignificância. 5. Na espécie, as oito barras de chocolate foram integralmente restituídas ao supermercado vítima da tentativa de furto, e, não obstante a certidão de antecedentes criminais indicar uma condenação transitada em julgado em crime de mesma natureza, a conduta do paciente não traduz lesividade efetiva e concreta ao bem jurídico tutelado. 6. Habeas corpus não conhecido. Ordem expedida de ofício, extinguindo-se a ação penal. (HC 299.185/SP, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 09/09/2014, DJe 25/09/2014) o Vítima Dize respeito às: � Condições pessoais � Valor do bem para ela Valor sentimental do bem. Exemplo: STF. HC 107.615 – informativo 639 EMENTA Habeas corpus. Furto de quadro denominado "disco de ouro". Premiação conferida àqueles artistas que tenham alcançado a marca de mais de cem mil discos vendidos no País. Valor sentimental inestimável. Alegada incidência do postulado da insignificância penal. Inaplicabilidade. Bem restituído à vítima. Irrelevância. Circunstâncias alheias à vontade do agente. Paciente reincidente específico em delitos contra o patrimônio, conforme certidão de antecedentes criminais. Precedentes. Ordem denegada. 1. As circunstâncias peculiares do caso concreto inviabilizam a aplicação do postulado da insignificância à espécie. Paciente que invadiu a residência de músico, donde subtraiu um quadro denominado "disco de ouro", premiação a ele conferida por ter alcançado a marca de mais de cem mil discos vendidos no País. 2. Embora a res subtraída não tenha sido avaliada, essa é dotada de valor sentimental inestimável para a vítima. Não se pode, tão somente, avaliar a tipicidade da conduta praticada em vista do seu valor econômico, especialmente porque, no caso, o prejuízo suportado pela vítima, obviamente, é superior a qualquer quantia pecuniária. 3. Revela-se irrelevante para o caso o argumento da defesa de que o bem teria sido restituído à vitima, pois ocorreu em circunstâncias alheias à vontade do paciente. Segundo o inquérito policial o paciente foi abordado por policiais militares em via pública na posse do objeto furtado, o que ensejou a sua apreensão e, consequentemente, a sua restituição. 4. Impossibilidade de acatar a tese de 5 irrelevância material da conduta praticada pelo paciente, especialmente porque a folha de antecedentes criminais que instrui a impetração demonstra a presença de outros delitos contra o patrimônio por ele praticados. Com efeito, esses aspectos dão claras demonstrações de ser ele um infrator contumaz e com personalidade voltada à prática delitiva. 5. Conforme a jurisprudência desta Corte, o reconhecimento da insignificância material da conduta increpada ao paciente serviria muito mais como um deletério incentivo ao cometimento de novos delitos do que propriamente uma injustificada mobilização do Poder Judiciário (HC nº 96.202/RS, DJe de 28/5/10). 6. Ordem denegada. (HC 107615, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, julgado em 06/09/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-192 DIVULG 05-10- 2011 PUBLIC 06-10-2011 RT v. 101, n. 918, 2012, p. 707-712) 11.4. Aplicabilidade e inaplicabilidade Crime de descaminho (art. 334 CP). STF: 20 mil. (HC 120.620 – informativo 739) Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE DESCAMINHO. VALOR SONEGADO INFERIOR AO FIXADO NO ART. 20 DA LEI 10.522/2002, ATUALIZADO PELAS PORTARIAS 75/2012 E 130/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. RETROATIVIDADE DA NORMA MAIS BENÉFICA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. PRECEDENTES. ORDEM CONCEDIDA. I - Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, o princípio da insignificância deve ser aplicado ao delito de descaminho quando o valor sonegado for inferior ao estabelecido no art. 20 da Lei 10.522/2002, atualizado pelas Portarias 75/2012 e 130/2012 do Ministério da Fazenda, que, por se tratar de normas mais benéficas ao réu, devem ser imediatamente aplicadas, consoante o disposto no art. 5º, XL, da Carta Magna. II – Ordem concedida para restabelecer a sentença de primeiro grau, que reconheceu a incidência do princípio da insignificância e absolveu sumariamente o ora paciente com fundamento no art. 397, III, do Código de Processo Penal. (HC 122213, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 27/05/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-113 DIVULG 11-06-2014 PUBLIC 12-06- 2014) STJ: AgRg no REsp 1.402.207 – informativo 536) PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DESCAMINHO. ART. 334 DO CÓDIGO PENAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INEXISTÊNCIA. APRECIAÇÃO DA MATÉRIA EM JULGAMENTO COLEGIADO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO INCIDÊNCIA. VALOR DOS TRIBUTOS ILUDIDOS SUPERIOR A R$ 10.000,00. PARÂMETRO ESTABELECIDO EM RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. PORTARIA 75/2012, DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. INAPLICABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. O julgamento do Recurso Especial, de forma monocrática, está previsto no art. 557, § 1º-A, do CPC c/c art. 3º do CPP, pelo que não prospera a alegação de contrariedade ao princípio da colegialidade. De outra parte, a apreciação das questões expendidas no Recurso Especial, quando do julgamento colegiado do Agravo Regimental, torna superada a alegação de ofensa ao referido postulado. Precedentes. II. Conforme entendimento consolidado no âmbito da Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de recurso especial repetitivo representativo da controvérsia, em sintonia com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, incide o princípio da insignificância aos débitos tributários que não 6 ultrapassem o limite de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei 10.522/2002 (STJ, REsp 1.112.748/TO, Rel. Ministro FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, DJe de 13/10/2009). III. Consoante a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, "Tal parâmetro não está necessariamente atrelado aos critérios fixados nas normas tributárias para o ajuizamento da execução fiscal, regida pelos critérios de eficiência, economicidade e praticidade e não sujeita a um patamar legal absoluto, mas decorre de construção jurisprudencial erigida a partir de medida de política criminal em face do grau de lesão à ordem tributária que atribua relevância penal à conduta, dada a natureza fragmentária do Direito Penal" (STJ, AgRg no AREsp 321.051/PR, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, DJe de 06/12/2013). Em igual sentido: STJ, AgRg no AREsp 242.049/PR, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, DJe de 13/12/2013. Restou afastada, nos aludidos precedentes, a aplicação do princípio da insignificância ao delito de descaminho, quando o valor do tributo iludido é superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais) e igual ou inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), restando afastada, para tal fim, em consequência, a Portaria 75, de 22/03/2012, do Ministério da Fazenda. IV. Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1402207/PR, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 04/02/2014, DJe 24/02/2014) O princípio não se aplica: a) Crimes contra a vida b) Dignidade sexual c) Roubo e demais crimes cometidos com violência à pessoa ou grave ameaça. 11.5. Valoração pela autoridade policial O STJ diz que esse princípio apenas pode ser aplicado pelo Juiz. HC 154.949 – informativo 441 PENAL. HABEAS CORPUS. FURTO. IRRELEVÂNCIAPENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. RESISTÊNCIA. ALEGAÇÃO DE POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE RESISTÊNCIA ANTE A ATIPICIDADE DA CONDUTA DE FURTO. IMPOSSIBILIDADE. ATO LEGAL DE AUTORIDADE. I - No caso de furto, a verificação da relevância penal da conduta requer se faça distinção entre ínfimo (ninharia) e pequeno valor. Este, ex vi legis, implica eventualmente, em furto privilegiado; aquele, na atipia conglobante (dada a mínima gravidade). II - A interpretação deve considerar o bem jurídico tutelado e o tipo de injusto. III - In casu, imputa-se ao paciente o furto de dois sacos de cimento de 50 Kg, avaliados em R$ 45,00 (quarenta e cinco reais). Assim, é de se reconhecer, na espécie, a irrelevância penal da conduta. IV - Ademais, a absolvição quanto ao crime de furto, tendo em vista a aplicação do princípio da insignificância, não tem o condão de descaracterizar a legalidade da prisão em flagrante contra o paciente. Na hipótese, encontra-se configurada a conduta típica do crime de resistência pela repulsão contra o ato de prisão, já que o paciente, por duas vezes após a captura e mediante violência, conseguiu escapar do domínio dos policiais, danificando, neste interregno, a viatura policial, fato este que o levou posteriormente a ser algemado e amarrado. Habeas corpus parcialmente concedido. (HC 154.949/MG, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 03/08/2010, DJe 23/08/2010) 11.6. Princípio da insignificância imprópria ou bagatela imprópria 7 Insignificância própria Insignificância imprópria Exclui a tipicidade Não há crime Não há ação penal O fato é típico e ilícito e o agente é culpável. Há crime e ação penal “desnecessidade da pena” – extinção da punibilidade. Evolução doutrinária do Direito Penal 1. Funcionalismo penal Também chamado de pós finalismo 1.1. Introdução - Movimento doutrinário - Alemanha – década 1970 O funcionalismo nada mais é do que procurar qual a função do direito penal. 1.2. Características fundamentais a) Proteção do bem jurídico O direito penal só é legítimo na medida em que protege um bem jurídico b) Desapego da técnica jurídica excessiva c) Prevalência do jurista sobre o legislador Exemplo, é o princípio da insignificância. 1.3. Funcionalismo a) Moderado Moderado porque o direito penal tem limites, que são impostos pelo próprio direito penal, pelos demais ramos do direito e também limites impostos pela sociedade. b) Dualista c) De política criminal É o filtro entre a letra da lei e os anseios da sociedade. d) Racional – teleológico É um direito penal movido pela razão. É teológico porque o direito penal tem uma finalidade que é a proteção de bens jurídicos. Escola de Bonn (Gunther Jakobs) � Funcionalismo radical 8 � Funcionalismo monista O direito penal independe dos demais ramos do direito � Funcionalismo sistêmico O direito penal é um sistema próprio de princípios e de regras que não interagem com os demais ramos do direito. Teoria dos sistemas (Niklas Luhmann) � Sistema autônomo O Direito penal independe dos demais ramos do direito � Sistema autorreferente Todos os conceitos que o Direito Penal precisa estão no próprio direito penal. � Sistema autopoiético O direito penal se renova por conta própria Jakobs diz que a função do direito penal é a proteção da norma, sendo que não é o direito penal que tem que se adaptar a sociedade, mas sim a sociedade deve-se ajustar ao direito penal. 2. Velocidades do direito penal (Jesús-Maria Silva Sánchez) Esse autor tem uma obra “a expansão do Direito Penal”. O direito penal sempre se desenvolveu em duas velocidades> a) 1ª velocidade – Direito Penal da prisão Esse direito penal é lento, porque é um direito penal extremamente garantista, porque a liberdade do ser humano está em jogo. b) 2ª velocidade – Direito Penal periférico É o direito penal das penas alternativas. Penas restritivas de direitos e também as penas de multa. 3. Direito de intervenção ou direito intervencionista Winfried Hassemer. Diz que temos que pegar parte da matéria que está no direito penal e transferi-la em outo ramo do direito que ele chama de “direito de intervenção”; Deixa no direito penal apenas os crimes de dano e de perigo concreto contra bens jurídicos individuais. Direito de intervenção (administração pública) Tema da próxima aula: 4. Direito Penal do inimigo II. LOUSAS 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
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