Buscar

HERMANN, Michel (org.). Dicionário Sócio-Político do Serviço Social-1 (1).pdf

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 59 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Dicionário Sócio-Político 
do Serviço Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
Michael Hermann (org.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes: 
 
 Dicionário de Serviço Social – Curso EAD Serviço Social; Direitos Sociais e 
Competências Profissionais – UNB-CFESS-ABEPSS. 
 Glóssario – Gramsci – Grupo de Estudos Gramscianos – Artnet Brasil 
 Wikipédia – a enciclopédia livre. 
 Curso de capacitação sócio-política em estudos gramscianos - UNICAMP 
 
 
 
 
 
 
 
Organizador: Michael Hermann
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Assistente Social formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, especialista em Violência 
Domestica e Urbana – PUC Rio de Janeiro e em Serviço Social e Direitos Sociais pela Universidade de 
Brasilia – UNB; No momento é mestrando em Políticas Sociais e Cidadania pela Universidade Católica 
do Salvador – UCSal, e atua em 3 campos: 1- como docente do curso de Serviço Social pela UNIME 
Salvador; 2- como assistente social do Conjunto Penal de Lauro de Freitas- BA, Secretaria de estado de 
Cidadania, Justiça e Direitos Humanos -SECJDH-BA e Socializa gestão prisional; 3- como coordenador 
sócio-educativo da ONG Nova Terra, situada em Vera Cruz-BA, atuando no empoderamento social da 
juventude local. 
 
 3 
Dicionário Sócio-Político do Serviço Social 
 
 
Para auxiliar a leitura dos textos trabalhados na disciplina, criou-se este dicionário. 
Deve ser construído coletivamente. Lembrando sempre que um dicionário é uma 
coleção de verbetes e suas definições. 
 
A 
 
Ação Coletiva 
: 
É um conceito muito importante nas Ciências Sociais, especialmente na abordagem 
weberiana- onde a ação social é a referência básica para o entendimento da 
sociedade. Na prática, a ação social se traduz em inúmeras formas de ações 
coletivas - no plano econômico, social, político e cultural. 
 Na Sociologia norte-americana, quer em sua versão funcionalista(que enfatiza os 
aspectos psicológicos, individuais), quer em sua versão mais crítica (centrada na 
análise política e psicocultural), a ação coletiva é um conceito-chave. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais - Capacitação 
em Serviço Social e Política Social - Reprodução social, trabalho e Serviço Social - 
Módulo 02 - CFESS-ABEPSS-CEAD-UNB - 1999 
 
 
 
AÇÕES INSTRUMENTAIS 
: 
São as ações pragmáticas e imediatistas que visam a eficácia e eficiência a despeito dos 
valores e princípios. Nestas ações, muitas vezes, impera a repetição e o espontaneísmo, 
considerando-se a necessidade de responder imediatamente às situações existentes. São 
ações isentas de conteúdo valorativo, na qual a preocupação restringe-se à garantia dos 
fins. Estes subsumem a preocupação com a correção dos meios (valores e princípios 
ético-políticos e civilizatórios). São ações necessárias para responder a um perfil da 
realidade (o do cotidiano) mas são insuficientes para responder as complexas demandas 
do exercício profissional. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.4 , p. 58. 
 
 
 
ad hoc: 
 
Ad hoc é uma expressão latina que quer dizer "com este objetivo". Geralmente significa 
uma solução designada para um problema ou tarefa específicos, que não pode ser 
aplicada em outros casos. Normalmente indica uma situação provisória ou improvisada. 
Algo feito ad hoc ocorre - ou é feito - somente quando a situação assim o exige, ou o 
torna desejável, nunca é planejado ou preparado antecipadamente. 
Um processo ad hoc consiste em um processo em que nenhuma técnica reconhecida é 
empregada e/ou cujas fases variam em cada aplicação do processo. 
Fonte de pesquisa: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
 
 4 
 
 
 
Alienação 
: 
Processo social pelo qual a humanidade, no seu processo de reprodução, produz sua 
própria desumanidade, sua própria negação enquanto ser humano. É a construção social 
de desumanidades pelos próprios homens. Este conceito é objeto de alguma confusão, 
também, porque, no Brasil, ele é denominado de várias maneiras. Alguns autores, 
Ricardo Antunes, por exemplo, preferem o termo estranhamento para designar o que 
aqui denominamos alienação. Já José Paulo Netto tem preferido o termo alienação ao 
invés de estranhamento. O importante é que ambos estão se referindo ao mesmo 
fenômeno social, e que apenas estão traduzindo o termo Entfremdung utilizado por 
Marx e Lukács para designar a produção pelos homens de sua própria desumanidade. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 28. 
 
 
 
ANACRONISMO 
: 
a.na.cro.nis.mo masculino 
erro cronológico 
confusão de data, quanto a acontecimentos ou pessoas. 
fato ou atitude anacrônica (sinônimo = anticronismo) 
Obtido em "http://pt.wiktionary.org/wiki/anacronismo" 
 
 
 
Apodítico 
 
 Aquilo que é afirmado de maneira evidente e não pode ser refutado. 
 
Arauto 
: 
a.rau.to 
emissário; mensageiro, pregoeiro, núncio. 
 
Fonte: "http://pt.wiktionary.org/wiki/arauto" 
 
 
 
ASSISTENCIALISMO: 
 
Ação assistencial que não se funda no reconhecimento do direito social de seus 
usuários, mas no paternalismo e no clientelismo. 
Fonte: YASBEK,M.C. O significado sócio-histórico da profissão. In: Programa de 
Capacitação Continuada para Assistentes Sociais. Serviço Social: direitos sociais e 
competências profissionais. CFESS/ABEPSS/CEAD-UnB, 2009, p.19. 
 
 5 
 
 
 
Assistencialista - 
: 
Ação assistencial que não se funda no reconhecimento do direito social de seus 
usuários, mas no paternalismo e no clientelismo. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais - Capacitação em 
Serviço Social e Política Social - Módulo 2 - CFESS-ABEPSS-CEAD-UNB - 1999 
 
 
 
 
ATENDIMENTO SOCIOASSISTENCIAL 
 
É um procedimento técnico de escuta e identificação de demandas do usuário, 
viabilizando a realização das intervenções pertinentes aos serviços da Política 
de Assistência Social. Os atendimentos podem se dar através de atividades de 
caráter formativo, informativo, lúdico e de socialização. 
 
Os atendimentos podem ser de natureza: 
 
• Pontual: atendimento que se encerra na resolução de uma demanda 
específica dos indivíduos, famílias ou grupos, com ou sem retorno; 
• Processual: atendimento que se dá em um processo no qual indivíduos, 
famílias ou grupos são acompanhados, durante um período 
determinado, considerando suas diferentes demandas. 
• Os atendimentos podem ser classificados em três tipos: 
• Atendimento individual: atendimento a um indivíduo. 
• Atendimento familiar: atendimento a mais de um membro do grupo 
familiar. 
• Atendimento coletivo: atendimento realizado a um grupo de indivíduos 
e/ou famílias. 
 
 
 
Ato de esmaecer 
 
: Perder a cor; demaiar; esmorecer. 
 
 
 
Ato Infracional 
: 
Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal. Os 
adolescentes que cometerem este tipo de infração receberão da autoridade competente - 
Juizado de Infância ou da Juventude - a plicação de medidas socio-educativas, conforme 
a capacidade do aolescente de cumpri-la, considerando as circunstâncias e gravidade da 
situação. 
Fonte: ECA/Art 103,1990 
 
 6 
 
 
atomizar 
: 
Atomizar é a redução deum todo a pequenas unidades 
 
 
 
Atribuições 
: 
São perrogativas exclusivas ao serem definidas enquanto matéria, área e unidade do 
serviço social. 
Definição do Aurélio: faculdade inerente a um cargo. 
 
 
 
 
Autocracia 
: 
s.f. Governo exercido por monarca de poderes ilimitados. 
Fonte: Minidicionário Luft 
 
 
 
Autonomia 
: 
O conceito de autonomia é compreendido, no âmbito do mapa da exclusão/inclusão 
social, como a capacidade e a possibilidade do cidadão em suprir suas necessidades 
vitais, especiais, culturais, políticas e sociais, sob as condições de respeito às idéias 
individuais e coletivas, supondo uma relação com o mercado, onde parte da satisfação 
das necessidades deve ser adquirida, sendo o Estado responsável por assegurar outra 
parte da satisfação das necessidades. Pressupõe-se também a possibilidade de exercício 
de sua liberdade, tendo reconhecida a sua dignidade, e a possibilidade de representar 
pública e partidariamente os seus interesses sem ser obstaculizado por ações de violação 
dos direitos humanos e políticos ou pelo cerceamento à sua expressão. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol. 1, p. 73. 
 
 
 
Autoritarismo 
: 
 (au.to.ri.ta.ris.mo) 
sm. 
 1 Qualidade do que ou de quem é autoritário. 
 2 Maneira autoritária de agir ou de proceder 
 3 Regime político em que o poder está concentrado em uma pessoa ou em um 
pequeno grupo que, para impor sua autoridade, ger. viola direitos e liberdades 
individuais; AUTOCRATISMO; ABSOLUTISMO; DESPOTISMO 
 
 7 
 
 
 
 
C 
Capital 
: 
 É uma relação social que se caracteriza pela expropriação da riqueza produzida 
pelos trabalhadores dando origem a uma forma de propriedade privada que se 
distingue das outras formas anteriores pela sua necessidade intrínseca de expansão. 
Ao capital é impossível qualquer reprodução que não seja a sua reprodução 
ampliada. 
Fonte - Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais - 
Capacitação em Serviço Social e Política Social - Módulo 2 CFESS-ABEPSS-
CEAD-UNB 
 
Capital constante  MEIOS DE PRODUÇÃO. 
 
Capital variável  FORÇA DE TRABALHO. 
 
 
Capitalismo 
: 
Capitalismo- tipo de economia de sociedade que, em sua forma desenvolvida, surgiu a 
partir da Revolução Industrial do século XVIII na Europa Ocidental. Para alguns 
autores como, Marx, o capitalismo define-se como uma sociedade produtora de 
mercadorias, na qual os principais meios de produção estão nas mãos de uma classe 
particular, a Burguesia, e a força de trabalho também se torna uma mercadoria que é 
comprada e vendida. Para Marx, os aspectos característicos do capitalismo seria a auto- 
expansão através da acumulação incessante, ou seja, a centralização e a concentração de 
capital 
 
 
 
CCQ's 
: 
Círculos de controle de qualidade, criados para atender às exigências do mercado em 
relação a um determinado tipo de mercadoria. 
 
 
 
CHÃO DO TRABALHO 
: 
Referêncìa à questão social nas suas diferentes manifestações, objeto de trabalho do 
assistente social. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
184. 
 
 
 
 8 
 
CICLO DE ESTAGNAÇÃO 
: 
Situação em que no movimento de produção e reprodução não há crescimento e/ou 
fluxo do produto. 
 
 
 
cidadania 
: 
Capacidade conquistada por alguns indivíduos, ou (no caso de uma democracia efetiva) 
por todos os indivíduos, de se apropriarem dos bens socialmente criados, de atualizarem 
todo as potencialidades de realização humana abertas pela vida social em cada contexto 
historicamente determinado. Por COUTINHO, Carlos Nelson. Notas sobre cidadania e 
modernidade. In Revista Praia Vermelha n º 01. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997. 
 
 
Ciência da Dialética 
 
 Na Antiguidade Clássica, Aristóteles cunhou o termo dialética como um sinônimo da 
palavra diálogo. Na Modernidade, o termo ganhou o estatuto de “ciência”, o que 
implicou numa mudança de seu significado. Ciência da Dialética passa a ser a 
designação para um método de pensamento baseado em pares opositórios (tese e anti-
tese). Ou seja, para cada pensamento há um contra-pensamento que lhe é contrário; no 
decurso do tempo, entretanto, esses pares tendem a se fundir compondo uma síntese. 
Hegel e Marx são expoentes da utilização da Ciência da Dialética, mas o fazem de 
modos distintos (veja verbetes). 
 
 
 
Classes Sociais 
: 
 Grupo de indivíduos que têm, de maneira não institucional, a mesma condição social. 
 A nação foi utilizada no século XIX por certos historiadores (Guizot, Thiers), dos 
quais Marx a tomou emprestado para precisá-la concebendo que: 1ª) toda sociedade 
divide-se em duas grandes classes opostas, uma dominante e a outra dominada; 2ª) a 
relação entre essas duas classes só pode ser conflituosa; 3ª) o resultado final dessa luta 
será uma sociedade sem classes. Constata-se todavia no mundo contemporâneo que 
existe uma mobilidade social que permite que os indivíduos passem de uma classe a 
outra com relativa facilidade na medida em que o pertencer à classe se ateria cada vez 
mais exclusivamente-a critérios econômicos. 
 Fonte: Dicionário de Filosofia 
 
 
 
CLASSES SUBALTERNAS 
: 
Os fundamentos para a escolha da categoria subalterno foram buscados no pensamento 
de Gramsci. Esta categoria contempla uma diversidade de situações e não expressa 
apenas a exploração, mas também a dominação e a exclusão econômica, política, social 
 
 9 
e cultural. Como categoria analítica a subalternidade é aqui entendida como resultante 
direta das relações de poder na sociedade e se expressa em diferentes circunstâncias e 
condições da vida social, além da exploração do trabalho (ex.: a condição do idoso, de 
mulher, de negro, etc.). 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 95. 
 
 
 
Competências 
: 
Expressam capacidade para apreciar ou dar resolutividade a determinado assunto, não 
sendo exclusivas de uma única especialidade profissional, pois são a ela concernente em 
função de capacitação dos sujeitos profissionais. 
 
 
 
 
Complexo social 
: 
É conjunto de relações sociais que se distingue das outras relações pela função social 
que exercem no processo reprodutivo. Assim, a função social da fala (expressar o novo 
incessantemente produzido pelo trabalho tanto na consciência dos indivíduos como na 
comunicação indispensável entre eles) é distinta da função social do Estado 
(instrumento especial de repressão da classe dominante voltado à realização da 
exploração da força de trabalho das classes dominadas). Nesse sentido preciso, o Estado 
é um complexo social distinto da fala. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 25. 
 
 
 
Condições objetivas 
: 
São aquelas relativas à produção material da sociedade, são condições postas na 
realidade material. Por exemplo: a divisão do trabalho, a propriedade dos meios de 
produção, a conjuntura, os objetos e os campos de intervenção, os espaços sócio-
ocupacionais, as relações e condições materiais de trabalho. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB– 1999 – Vol. 4, p. 53. 
 
 
 
Condições subjetivas 
: 
São as relativas aos sujeitos, às suas escolhas, ao grau de qualificação e competência, ao 
seu preparo técnico e teórico-metodológico, aos referenciais teóricos, metodológicos, 
éticos e políticos utilizados, dentre outras. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol. 4, p. 53. 
 
 10 
 
 
 
CONGRESSO DA VIRADA 
: 
Diz respeito ao III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais realizado em 1979 na 
cidade de São Paulo. Foi naquele Congresso que eclodiu um movimento no interior da 
categoria dos assistentes sociais chamado grito de ruptura. Um movimento que demarca 
a passagem, no interior da profissão, da hegemonia da perspectiva da intenção de 
ruptura contra o conservadorismo em termos do pensamento e da postura teórico-
metodológica para o Serviço Social brasileiro. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.4 , p. 
266. 
 
 
 
CONSCIÊNCIA MORAL 
: 
Posicionamento prático diante de uma situação que nos motiva moralmente e que 
entendemos que deve ser assumida com responsabilidade. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
124. 
 Contra-hegemonia 
 
: Hegemonia a favor das classes subalternas  contra a hegemonia do Estado burguês 
sob a égide do capital. (categoria gramsciana). 
 
 
Consenso de Washington 
: 
é um conjunto de medidas - que se compõe de dez regras básicas - formulado em 
novembro de 1989 por economistas de instituições financeiras baseadas em 
Washington, como o FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados 
Unidos, fundamentadas num texto do economista John Williamson, do International 
Institute for Economy, e que se tornou a política oficial do Fundo Monetário 
Internacional em 1990, quando passou a ser "receitado" para promover o "ajustamento 
macroeconômico" dos países em desenvolvimento que passavam por dificuldades. 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre 
 
 
 
CONSENTIMENTO PASSIVO 
: 
Com base na produção teórica de Gramsci, Dias(1997) considera que a adesão e o 
consentimento podem ser pensados como o processo de incorporação ativa 
(convencimento ativo, em especial pela impregnação da nova racionalidade) ou passiva 
pela neutralização das práticas das classes subalternas, isto é, pela destruição ativa de 
uma personalidade histórica que se expressa na gestação de uma nova classe 
trabalhadora e de uma nova cultura do trabalho. 
 
 11 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
179. 
 
 
 
COSTUMES 
: 
Em latim (mores), costume refere-se a valores e modos de vida incorporados pela 
tradição e considerados socialmente como integrantes da conduta moral dos indivíduos. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
124. 
 
 
 
 
Crise 
: 
"desequilíbrio entre a produção e o consumo, comprometendo a realização do capital, 
ou seja, a transformação da mais‐ valia em lucro, processo que sóse realiza mediante a 
venda das mercadorias capitalisticamente produzidas" (Significado no âmbito 
econômico) 
fonte: segundo texto desta especialização, módulo 1. 
 
 
 
CRISE FISCAL 
: 
Conceito cunhado por James O´Connor (1977), para caracterizar a crise do capitalismo 
aberta nos anos 70, que denota o esgotamento das estratégias keynesianas em larga 
escala. Segundo ele, há uma propensão para os gastos superarem as receitas estatais, 
gerando um déficit que não é conjuntural, como pressupunha Keynes, mas constitui um 
verdadeiro hiato estrutural entre despesas e receitas estatais (Behring, 1998). 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.3, p.35. 
 
Croce 
 
 Benedetto Croce (1866-1952) foi o mais importante filósofo da Itália durante a 
primeira metade do século XX, tendo exercido grande influência, inclusive, sobre a 
figura de Antonio Gramsci (1891-1937). Seus trabalhos teóricos centram-se numa 
perspectiva hegeliana de análise. 
 
 
 
CULTURA PÚBLICA DEMOCRÁTICA 
: 
Uma cultura pública democrática, na acepção de Vera Telles, "é aquela que se abre ao 
reconhecimento da legitimidade dos conflitos e da diversidade dos valores e interesses 
demandados como direitos (...). Os direitos estruturam uma linguagem pública que 
 
 12 
baliza os critérios pelos quais os dramas da existência são problematizados e julgados 
nas suas exigências de equidade e justiça (...). Na medida em que são reconhecidos, os 
direitos estabelecem uma forma de sociabilidade regida pelo reconhecimento do outro 
como sujeito de interesses válidos, valores pertinentes e demandas legítimas (...). Isto 
requer a constituição de espaços públicos nos quais as diferenças possam se expressar e 
se representar em uma negociação possível, nos quais a dimensão ética da vida social 
pode se constituir em uma moralidade pública". 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
146. 
 
 
 
D 
 
Dedução 
 
: Método de raciocínio lógico que parte de uma premissa geral e chega a uma 
conclusão particular. 
 
 
DÉFICIT PÚBLICO 
: 
Segundo Keynes, cabe ao Estado o papel de restabelecer o equilíbrio econômico, 
por meio de uma política fiscal, creditícia e de gastos, realizando investimentos ou 
inversões reais que atuem, nos períodos de depressão, como estímulo à 
economia.Dessa política resultaria um déficit sistemático no orçamento. 
Nas fases de prosperidade, ao contrário, o Estado deve manter uma política 
tributária alta, formando um superávit que deve ser utilizado para o pagamento das 
dívidas públicas e para a formação de um fundo de reserva a ser investido nos 
períodos de depressão. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação 
em Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – 
Vol.3, p.26. 
 
 
 
Demanda 
: 
Manifestação de necessidades apresentadas explicitamente pelo usuário ou identificadas 
pelo técnico, que exigem intervenções de natureza socioassistencial. 
 
 
 
Democracia 
: 
 (de.mo.cra.ci.a) 
sf. 
 1 Pol. Governo em que o povo exerce a soberania; governo popular. 
 2 Pol. Sistema ou regime que se baseia na idéia da soberania popular e na distribuição 
 
 13 
equilibrada do poder, e que se caracteriza pelo direito ao voto, pela divisão dos poderes 
e pelo controle dos meios de decisão e execução. 
 3 País que tem regime democrático. 
 4 Partido ou grupo político comprometido com os ideais da democracia. 
 5 Fig. Igualdade política e social. 
 6 O pensamento ou a prática democrata 
 [F.: Do gr. demokratía, as; ver dem(o)- e -cracia.] 
Democracia autoritária 
1 Pol. Forma de governo que surgiu após a Primeira Guerra Mundial, baseado na 
preponderância do poder executivo sobre os demais. 
Democracia direta 
1 Pol. Sistema político democrático no qual as decisões são tomadas diretamente pelo 
povo, e nãopor representantes eleitos ou por delegação de poder. Era o sistema de 
algumas cidades-estados da Grécia antiga e de algumas pequenas sociedades 
contemporâneas, como o kibutz israelense.] 
Democracia popular 
1 Pol. Designação dos regimes políticos centralizados e monopartidários dos países 
socialistas da segunda metade do séc. XX. 
fonte: Dicionári Aulete Digital 
 
 
 
DESEMPREGO ESTRUTURAL 
: 
Origina-se em mudanças na tecnologia de produção ou nos padrões de demanda dos 
consumidores. Em ambos os casos, um grande número de trabalhadores fica em 
situação de desemprego, enquanto uma minoria especializada é beneficiada (Sandroni, 
1992). Considerando a corrida tecnológica permanente que demarca esse período do 
capitalismo, o desemprego estrutural torna-se um componente da vida contemporânea. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.3, p.35. 
 
 
 
desigualdades sociais 
: 
são fenômenos histórico-estruturais. 
Pedro Demo. Pobreza Política. Ed. Armazém do Ipê. São Paulo, 2006. pág.20. 
 
 
 
 
DESPUBLICIZADO 
: 
Fora do espaço público, localizado na iniciativa privada. 
Fonte: YASBEK,M.C. O significado sócio-histórico da profissão. In: Programa de 
Capacitação Continuada para Assistentes Sociais. Serviço Social: direitos sociais e 
competências profissionais. CFESS/ABEPSS/CEAD-UnB, 2009, p.19. 
 
 
 
 
 14 
Dialética Hegeliana 
 
: Método de pensamento usado por Hegel (1770-1831), filósofo filiado à corrente do 
idealismo alemão. A Ciência da Dialética (veja verbete) levada à cabo por Hegel têm 
seu acabamento máximo na obra: “A Fenomenologia do Espírito”. Trata-se de 
investigar a maneira como o espírito (pensamento racional) debruça-se sobre si mesmo 
produzindo constantemente teses que ora dizem ora contradizem (fenômenos 
contraditórios, donde o estudo dos fenômenos: a fenomenologia). Para Hegel, tais 
contradições são frutos do processo de amadurecimento da razão, assim sendo, não 
existe avanço histórico mas sim um progresso da razão que segue até alcançar uma 
síntese acabada cuja característica é a perfeição da razão, a Razão Absoluta. 
 
 
Dialética Marxista 
 
: Método de pensamento usado por Marx (1818-1883), filósofo filiado à corrente do 
materialismo histórico, vertente bastante influenciada por Hegel mas que rompe com 
ele. A Ciência da Dialética (veja verbete) levada à cabo por Marx têm seu acabamento 
máximo na obra “O Capital”. Nela Marx investiga a maneira como os modos de 
produção que se sucedem na história são contraditórios em suas formas de acumulação, 
embora complementares nas formas de exploração. Tais contradições são frutos do 
processo histórico (e não da razão como quis Hegel – veja verbete), assim sendo, o 
progresso histórico depende de que os explorados rompam com sua condição de 
exploração para que a história siga até alcançar uma síntese acabada cuja característica é 
a justeza das relações sociais, é o Socialismo. 
 
Dialogismo 
 
: Método de raciocínio lógico baseado na separação dos opostos. Para cada tese há uma 
anti-tese que a contradiz. Freqüentemente confunde-se dialética (veja verbete) com 
dialogismo, a diferença é que nessa última os opostos sempre se contradizem, nunca se 
complementam, portanto, não produzem síntese. O dialogismo pode ser entendido como 
maniqueísmo, ou seja, a postura segundo a qual bom-mau, belo-feio e verdadeiro-falso 
são sempre excludentes. 
 
DIMENSÃO POLÍTICO-PEDAGÓGICA 
: 
Trabalho desenvolvido pelos profissionais na perspectiva de desmistificar a realidade 
produtora e reprodutora de desigualdades, visando a autonomia e a emancipação dos 
indivíduos sociais. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.4 , p. 
157. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15 
 
DIREÇÃO SOCIAL ESTRATÉGICA 
: 
Expressa o projeto ético-político da profissão definindo sua vinculação com a 
sociedade. Refere-se, portanto, ao significado sócio-histórico que a categoria 
profissional atribui à profissão. 
"Num ordenamento social com regras democráticas, uma profissão é sempre um campo 
de lutas em que os diferentes segmentos da categoria, expressando a diferenciação 
político-ideológica existente na sociedade, procuram elaborar uma Direção Social 
Estratégica para sua profissão" (Netto, 1996, p.116). 
 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
109. 
 
 
 
 
Direitos Humanos 
: 
São direitos e liberdades básicos de todos os seres humanos. Normalmente o conceito 
de direitos humanos tem a idéia também de liberdade de pensamento e de expressão, e a 
igualdade perante a lei. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas 
afirma: 
" Todos os seres nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e 
de Conciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade." 
A idéia de direitos humanos tem origem no conceito filosófico de direitos naturais que 
seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria nenhuma diferença entre 
os direitos humanos e os direitos naturais e vêem na distinta nomenclatura etiquetas 
para uma mesma idéia. 
pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_humanos 
 
 
 
DISCRIMINAÇÃO POSITIVA 
: 
Significa tratar desigualmente os desiguais. É uma justificativa adotada pelos adeptos de 
políticas sociais focalistas que rompem com o princípio da universalização assegurado 
na Constituição de 1988. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.4 , p. 
129. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
 
discurso competente 
: 
“O discurso competente é um discurso instituído. É aquele no qual a linguagem sofre 
uma restrição que poderia ser assim resumida: não é qualquer um que pode dizer a 
qualquer outro qualquer coisa em qualquer lugar e em qualquer circunstância. O 
discurso competente confunde-se, pois, com a linguagem institucionalmente permitida 
ou autorizada, isto é, com um discurso no qual os interlocutores já foram previamente 
reconhecidos como tendo o direito de falar e ouvir, no qual os lugares e as 
circunstâncias já foram pré-determinadas para que seja permitido falar e ouvir e, enfim, 
no qual o conteúdo e a forma já foram autorizados segundo os cânones de sai própria 
competência.” In CHAUÍ, Marilena. Cultura e democracia: o discurso competente e 
outras falas. São Paulo, Ed. Moderna, 1981. 
 
 
 
DIVISÃO SÓCIO-TÉCNICA DO TRABALHO 
: 
 Há uma diferença entre divisão social do trabalho e divisão técnica do trabalho. A 
divisão técnica é uma divisão necessária no interior do próprio processo de trabalho, 
entendido enquanto “work” ou “trabalho necessário e eterno ao homem, enquanto 
criador de valores de uso” ( MARX, 1988, p. 50). A sociedade do futuro, será com 
certeza, uma sociedade com acentuada divisão técnica. A divisão social do trabalho, por 
outro lado, diz respeito a uma divisão no interior da sociedade, em decorrência de uma 
classe ou Estado se apossar dos meios de trabalho e expropriar a força de trabalho de 
outra classe que é despossuída de tais meios. A divisão social do trabalho diz respeito 
ao trabalho alienado ou “labour” e não ao trabalho necessário e criativo ou “work”. 
(Fonte:http://www.uepg.br/emancipacao/pdfs/revista%201/Artigo%204.pdf)DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA 
: 
É o conjunto dos ensinamentos contidos no Magistério da Igreja Católica constante de 
numerosas encíclicas e pronunciamentos dos papas inseridos na tradição multissecular e 
que tem suas origens nos primórdios do Cristianismo, com finalidade de fixar 
princípios, critérios e diretrizes gerais a respeito da organização social e política dos 
povos e das nações. É um convite à ação. 
A finalidade da doutrina social da Igreja é "levar os homens a corresponderem, com o 
auxílio também da reflexão racional e das ciências humanas, à sua vocação de 
construtores responsáveis da sociedade terrena". 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_Social_da_Igreja_Cat%C3%B3lica 
 
 
 
 
 
 
 17 
Durkheim 
: Émile Durkheim (1858-1917) foi o fundador da escola francesa de sociologia, sua 
marca: combinar pesquisa empírica e teoria sociológica. É reconhecido amplamente 
como um dos melhores teóricos do conceito de “coerção social”. Para Durkheim a 
sociedade é anterior e exterior ao indivíduo, o que equivale dizer que ela o cria e o 
domina. 
 
E 
Economia Solidária 
: 
Economia solidária é uma forma de produção, consumo e distribuição de riqueza 
(economia) centrada na valorização do ser humano - e não do capital - de base 
associativista e cooperativista, voltada para a produção, consumo e comercialização 
de bens e serviços, de modo autogerido, tendo como finalidade a reprodução 
ampliada da vida. Assim, nesta economia, o trabalho se transforma num meio de 
libertação humana dentro de um processo de democratização econômica, criando 
uma alternativa à dimensão alienante e assalariada das relações do trabalho 
capitalista. 
 
Fórum Brasileiro de Economia Solidária: http://www.fbes.org.br 
 
 
 
 
Empirismo 
 
: Doutrina filosófica que admite a experiência como a fonte primeira de todo o 
conhecimento adquirido, negando a existência de princípios puramente racionais. John 
Locke (1632-1704) é o filósofo expoente do empirismo, para ele todos nascemos como 
tábuas em branco que serão preenchidas, ao longo dos anos, com nossas experiências de 
vida. 
 
Empregabilidade 
: 
Refere-se às condições individuais de competência e aptidão para: chegar ao mercado 
de trabalho, manter-se no emprego e reingressar no mercado de trabalho. Associa-se à 
qualificação profissional tendo como meio seguro (e visto como único) de manter-se 
apto, a formação profissional em bases contínuas. A educação permanente seria a 
estratégia possível de salvaguardar a capacidade de transitar em um mercado de trabalho 
hipercompetitivo e em constante mutação. O conceito tem pressupostos, de que obter ou 
não um emprego depende da vontade e aptidão individual; a educação, por sua vez, 
adquire um caráter pragmático e reducionista de simples adequação ao mercado. Em 
ambos os pressuspostos estão presentes os conceitos de capital humano e de sociedade 
do conhecimento cuja crítica contundente encontra-se em Frogotto, G.(1984; 1995 a; 
1995 b);Gentil(1995;1998). 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais - Capacitação em 
Serviço Social e Política Social - Módulo 02 - CFESS-ABEPSS-CEAD-UNB – 1999 
 
 
 18 
 Empreendedorismo social 
:se refere aos trabalhos realizados pelo empreendedor social, pessoa que reconhece 
problemas sociais e tenta utilizar ferramentas empreendedoras para resolvê-los. Difere 
do empreendedorismo tradicional, pois tenta maximizar retornos sociais ao invés de 
maximizar o lucro. 
De maneira mais ampla, o termo pode se referir a qualquer iniciativa empreendedora 
feita com o intuito de avançar causas sociais e ambientais. Essa iniciativa pode ser com 
ou sem fins lucrativos, englobando tanto a criação de um centro de saúde com fins 
lucrativos em uma aldeia onde não exista nenhuma assistência à saúde, como a 
distribuição de remedios gratuitos para a população pobre. 
 
 
 
Engolfado 
: 
engolfado 
Significado de engolfado 
Engolfado: atufado e mergulhado 
Sinônimos de engolfado 
atufado 
mergulhado 
http://www.dicio.com.br/engolfado/ 
 
 
 
epistemologia 
: 
Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, 
conhecimento; λόγος logos], discurso) é um ramo da Filosofia que trata dos problemas 
filosóficos relacionados à crença e ao conhecimento. (Fonte Wikipedia) 
 
: Conjunto de saberes que tem como objetivo fundamentar e compreender o 
conhecimento científico. Alguns autores a denominam: ciência da ciência ou 
conhecimento do conhecimento científico, trata-se no limite do ato de pensar sobre o 
pensamento. 
 
 
 
 
Equidade 
: 
É concebida como o reconhecimento e a efetivação da igualdade dos direitos da 
população, sem restringir o acesso a eles e sem estigmatizar as diferenças que 
conformam os diversos segmentos que a compõem. Assim, a equidade é entendida 
como a possibilidade das diferenças serem manifestadas e respeitadas, sem 
discrimnação; condição que favoreça o combate das práticas de subordinação ou de 
preconceito em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, 
de minorias, etc. 
 
 19 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol. 1, p. 74. 
 
 
 
Esfera pública 
: 
A noção de esfera pública, segundo Raquel Raichellis (1997), remete à construção e ao 
aprofundamento da democracia pela via do fortalecimento do Estado e da sociedade 
civil, expresso fundamentalmente pela inscrição dos interesses das maiorias nos 
processos de decisão política, a partir sobretudo da criação e garantia de espaços de 
interlocução entre os diferentes sujeitos sociais. Na perspectiva de dar visibilidade e 
tornar públicos os interesses em disputa democrática, a esfera pública, para além da 
polarização estatal-privado, se afirma como comunidade politicamente organizada e 
baseada no reconhecimento do direito de todos à participação na vida pública. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
148. 
 
 
 
ESMAECER 
: 
Perder a cor; a importância, a força. 
 
 
 
Espoliação 
: 
Esbrilho, roubo,desvio de dinheiro de alguém. 
 
ESTADO AMPLIADO E ESTADO RESTRITO 
 
Estado ampliado  ampliação do Estado por conta do processo de inserção da 
sociedade ao capitalismo autônomo e dos monopólios; onde a „QUESTÃO SOCIAL” é 
reconhecida pelo Estado burguês, que responde às demandas da classe trabalhadora, que 
entra no jogo político, através das políticas sociais. Estado regulador da vida social. 
Estado restrito  Estado como comitê executivo da burguesia, deixando o mercado se 
auto-regular; a “questão social” era tratada como caso de política; estado oriental. 
 
Evolucionismo 
 
: Corrente da biologia – consagrada por Charles Darwin (1809-1882) – que preconiza a 
mutação das espécies, elas transitariam das mais simples às mais complexas. Quando 
incorporado ao pensamento social tal vertente produz o “evolucionismo ou darwinismo 
social”: doutrina que atribui origem natural a problemas sociais, hierarquizando 
sociedades entre primitivas (termo pejorativo) e civilizadas. 
 
 
 
 
 
 20 
É 
ética 
: 
sf. 
 1 Parte da filosofia que trata das questões e dos preceitos que se relacionam aos 
valores morais e à conduta humana. 
 2 Conjunto de princípios, normas e regras que devem ser seguidos para que se 
estabeleça um comportamento moral exemplar. 
 [F.: Do lat. ethica.]ÉTICA DO TRABALHO 
: 
Direção intelectual e moral difundida pelos puritanos - ver o clássico de Max Weber, A 
Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo - que predominou no século XIX e perdura 
até os dias de hoje, e que aponta o trabalho em si como atividade edificante e benéfica, 
sendo seu fruto o progresso, sem considerar as condições em que este trabalho se 
realiza. Para uma crítica contundente desta visão, vale consultar O Direito à Preguiça, 
de Paul Lafargue (SP, Unesp, 1999). 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.3, p. 24. 
 
 
 
E (ET e EX) 
etnocentrismo 
: 
É uma visão do mundo de onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de 
tudo, e todos os "outros" são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos 
modelos, nossas definições do que é a existência (ROCHA, 1990, p.7) 
 
 
 
EXCLUSÃO SOCIAL 
: 
Designa um processo de não-integração no sistema da sociedade regida por relações 
contratuais lastreadas no pagamento do trabalho dos indivíduos segundo determinadas 
leis. Os indivíduos passam a ter inserções pontuais no mercado de trabalho segundo 
políticas sociais de caráter assistencialistas. 
Castel (1998) prefere denominar o processo de exclusão de desfiliação. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 40. 
 
 
 
Exército Assistencial de Reserva 
: 
Iamamoto (texto 1) faz referência a esse termo para explicar o aumento do contingente 
de profissionais de assistentes sociais lançados ao mercado , que não absorvidos por 
 
 21 
este, pode gerar o exército assistencial de reserva , ou seja, “um recurso de 
qualificação do voluntariado no reforço do chamamento à solidariedade”. 
O termo exército industrial de reserva foi utilizado por Karl Marx para explicar o 
processo de substituição da mão de obra pela máquina, que gerou um contingente de 
desempregados (Wilkipédia). 
 
 
 
EXÉRCITO INDUSTRIAL DE RESERVA 
: 
Também caracterizado por Marx como superpopulação relativa excedente. 
Trata-se de uma reserva de força de trabalho que é inerente ao processo de acumulação 
do capital. Este é impulsionado pela concorrência e pela busca de lucros a aplicar novos 
métodos e tecnologias de produção poupadoras de mão-de-obra, para ampliar a 
produtividade. O exército industrial de reserva também contém a pressão operária sobre 
o aumento dos salários. Ele é ampliado, ainda, pela não-absorção total da mão-de-obra 
jovem, pela mecanização da agricultura e processos migratórios daí decorrentes, e 
falência de pequenas empresas pressionadas pela concentração de capitais. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.3, p.33. 
 
 
 
 
 
 
 
F 
Fenomenologia 
: nascida na segunda metade do século XIX, a partir das análises de Franz 
Brentano sobre a intencionalidade da consciência humana, trata de descrever, 
compreender e interpretar os fenómenos que se apresentam à percepção. Propõe 
a extinção da separação entre "sujeito" e "objecto" (opondo-se ao pensamento 
positivista do século XIX) e examina a realidade a partir da perspectiva de 
primeira pessoa. 
Edmund Husserl, Martin Heidegger, Jean-Paul Sartre e Maurice Merleau-
Ponty foram alguns dos principais filósofos fenomenologistas do século XX. 
O método fenomenológico se define como uma volta às coisas mesmas, isto é, 
aos fenómenos, aquilo que aparece à consciência, que se dá como objecto 
intencional. 
Seu objectivo é chegar à intuição das essências, isto é, ao conteúdo inteligível e 
ideal dos fenómenos, captado de forma imediata. 
Toda consciência é consciência de alguma coisa. Assim sendo, a consciência não 
é uma substância, mas uma actividade constituída por atos (percepção, 
 
 22 
imaginação, especulação, volição, paixão, etc), com os quais visa algo. 
As essências ou significações (noema) são objectos visados de certa maneira 
pelos atos intencionais da consciência (noesis). A fim de que a investigação se 
ocupe apenas das operações realizadas pela consciência, é necessário que se faça 
uma redução fenomenológica ou Epoché, isto é, coloque-se entre parênteses 
toda a existência efectiva do mundo exterior. 
Na prática da fenomenologia efectua-se o processo de redução fenomenológica 
o qual permite atingir a essência do fenómeno. 
As coisas, segundo Husserl, caracterizam-se pela sua não finalização devida, 
pela possibilidade de sempre serem visadas por noesis novas que as enriquecem e 
as modificam. 
Já Immanuel Kant diz que fenómeno que é de fato fenómeno, deve possuir duas 
propriedades elementares: Caracterizar-se no tempo e no espaço. No tempo, 
através da aplicação das categorias do entendimento a priori (uma dedução 
lógica da coisa) e em seguida a posteriori (o que pode ser identificado 
"positivamente" quanto a este objecto). Com a coisa inserida em um contexto 
temporal e espacial, está apta a receber todos os componentes da ciência afim de 
estuda-la. E, para a aplicação dos diversos juízos da ciência (sintético/a priori; 
analítico/a posteriori), deve existir o ser que transcenda a ciência, o objecto e a 
terra. 
 
Fetichismo 
: 
[Do fr. fétichisme.] 
Substantivo masculino. 
2.Culto de objetos materiais, considerados como a encarnação de um espírito, ou 
em ligação com ele, e possuidores de virtude mágica. 
 
Fonte: Dicionário Aurélio online 
 
 
Filologia 
 
: Estudo da língua, da formação das palavras, e dos documentos escritos que servem 
para documenta-las. 
 
Filosofia da Práxis 
 
: O termo é utilizado como fenômeno de marxismo, entretanto trata-se de um tipo 
específico de marxismo: aquele que acentua a combinação entre razão (filosofia) e ação 
(práxis). Gramsci, o marxista responsável pela consagração do termo, acrescenta a essa 
definição ainda mais uma especificidade: essa razão (filosófica) deve ser uma dialética 
baseada tanto no “bom senso” quanto no “senso comum”, e essa ação (práxis) deve 
levar em consideração tanto a “experiência coletiva” quanto a “vivência individual”. 
 
 
 23 
 
Fisicalismo 
 
: Visão de mundo segundo a qual todos os saberes e ciências encontram 
correspondência nos conceitos das Ciências Físicas. Vale dizer, aqui, as ciências 
humanas são interpretadas como física social através da qual se entende, por exemplo, a 
regularidade de toda ação histórica; no limite, é o contrário daquilo que propõe o 
historicismo (veja verbete). 
 
 
Forças produtivas 
: 
São todas as relações sociais que entram no processo de reprodução material da 
sociedade. Incluem não apenas a dimensão imediatamente técnica, os elementos 
materiais da produção (ferramentas, fábricas, etc) mas também a divisão social do 
trabalho e os elementos de ideologia, política, direito, costumes, etc. O conceito de 
forças produtivas de Marx abrange os meios de produção e a força de trabalho. O 
desenvolvimento das forças produtivas compreende, portanto, fenômenos históricos 
como o desenvolvimento da maquinaria e outras modificações no processo de trabalho. 
Na produção de Marx está presente a idéia de que uma contradição entre as forças 
produtivas e as relações de produção subjaz à dinâmica do modo de produção 
capitalista. 
Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 ,p. 28, 
169. 
 
 
 
FORDISMO 
: 
1.Forma de produção maçica de mercadorias em grandes fébricas,reunindo, sob um 
mesmo teto, grande número de trabalhadores manuais, especializados,relativamente 
bem protegidos pela legislação trabalhista.2.O mesmo que keynesianismo.3. Forma 
rígida de organização da produção e intervenção econômica, surgida nos anos 30, após a 
chamda Grande Depressão; Prosseguiu depois da Segunda Guerra Mundial e suas 
principais raízes encontram-se nos Estados Unidos.O modelo começa a entarr em crise 
nos anos 70 e é substituído pela chamada acumulação flexível, ou seja, a 
descentralização da economia. 
Fonte: Capacitação em Serviço Social e Politica Social. EAD / UNB, volume 1; págs 48 
e 82. 
4.Padrão produtivo capitalista desenvolvido ao longo dos ec XX e que tem como 
fundamento a organização da produção em massa. As unidades produtivas são 
concentradas e verticalizadas, apresentam controle rígido dos tempos e dos movimentos, 
desenvolvidos por um proletariado coletivo e de massa, sob forte despotismo e controle 
fabril. 
Fonte: Capacitação em Serviço Social e Politica Social. EAD / UNB, volume 2; pág 78. 
 
 
 
 
 24 
Fordismo periférico 
 
: Ocorrido nos países subdesenvolvidos e de economia de modelo desenvolvimentista – 
países ibéricos e latino-americanos, ocorridos no mesmo tempo sócio-histórico do 
EBES. 
 
 
 
 
G 
GESTÃO ESTATAL DA FORÇA DE TRABALHO 
: 
A gestão estatal do trabalho não se dá exclusivamente através das políticas de 
proteção social. Trata-se de um conjunto de arranjos expresso tanto na seguridade 
social como nas políticas de emprego e renda, na educação, na ciência e tecnologia 
e na definição de incentivos e subsídios fiscais, além de meios legais e 
institucionais reguladores dos estatutos jurídicos do trabalho e do controle da 
organização dos trabalhadores, via legislação sindical, regulação das profissiões, 
etc. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação 
em Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.3 
, p. 173. 
 
 
GRAMSCI, Antônio 
Nascido no norte da ilha mediterrânea da Sardenha, numa aldeia denominada 
Villa Cisper. Era o quarto dos sete filhos de Francesco Gramsci, um homem que 
tinha vários problemas com a polícia. Sua família passou por diversos comunes da 
Sardenha até finalmente instalar-se em Ghilarza.Tendo sido um bom estudante, 
Gramsci venceu um prêmio que lhe permitiu estudar literatura na Università di 
Torino. A cidade de Torino, à época, passava por um rápido processo de 
industrialização, com as fábricas da Fiat e Lancia recrutando trabalhadores de 
várias regiões da Itália. Os sindicatos se fortaleceram e começaram a surgir 
conflitos sociais-trabalhistas. Gramsci frequentou círculos comunistas e associou-
se com imigrantes sardos. Sua situação financeira, no entanto, não era boa. As 
dificuldades materiais moldaram sua visão do mundo e tiveram grande peso na sua 
decisão de filiar-se ao Partido Socialista Italiano. 
Gramsci, em Torino, tornou-se jornalista. Seus escritos eram basicamente 
publicados em jornais esquerdistas como Avanti (órgão oficial do Partido 
Socialista). Sua prosa e a erística de suas observações lhe proporcionaram fama. 
Sendo escritor de teoria política, Gramsci produziu muito como editor de diversos 
jornais comunistas na Itália. Entre estes, ele fundou juntamente com Palmiro 
Togliatti em 1919 L'Ordine Nuovo, e contribuiu para La Città Futura.O grupo 
que se reuniu em torno de L'Ordine Nuovo aliou-se com Amadeo Bordiga e a 
ampla facção Comunista Abstencionista dentro do Partido Socialista. Isto levou à 
 
 25 
organização do Partido Comunista Italiano (PCI) em 21 de janeiro de 1921. 
Gramsci viria a ser um dos líderes do partido desde sua fundação, porém 
subordinado a Bordiga até que este perdeu a liderança em 1924. Suas teses foram 
adotadas pelo PCI no congresso que o partido realizou em 1926. 
Em 1922 Gramsci foi à Rússia representando o partido, e lá conheceu sua esposa, 
Giulia Schucht, uma jovem violinista com a qual teve dois filhos. 
Esta missão na Rússia coincidiu com o advento do fascismo na Itália, e Gramsci - 
que a princípio havia considerado o fascismo apenas como uma forma a mais de 
reação da direita - retornou com instruções da Internacional no sentido de 
incentivar a união dos partidos de esquerda contra o fascismo. Uma frente deste 
tipo teria idealmente o PCI como centro, o que permitiria aos comunistas 
influenciarem - e eventualmente conseguirem a hegemonia - das forças de 
esquerda, até então centradas em torno do Partido Socialista Italiano, que tinha 
uma certa tradição na Itália, enquanto o Partido Comunista parecia relativamente 
jovem e radical. Esta proposta encontrou resistências quanto a sua implementação, 
inclusive dos comunistas, que acreditavam que a Frente Única colocaria o jovem 
PCI numa posição subordinada ao PSI, do qual havia-se desligado. Outros, 
inversamente, acreditavam que uma coalizão capitaneada pelos comunistas 
acabasse ficando distante dos termos predominantes do debate político, o que 
levaria ao risco do isolamento da Esquerda. 
Em 1924, Gramsci foi eleito deputado pelo Veneto. Ele começou a organizar o 
lançamento do jornal oficial do partido, denominado L'Unità, vivendo em Roma 
enquanto sua família permanecia em Moscou. 
Em 1926, as manobras de Stalin dentro do Partido Bolchevista levaram Gramsci 
a escrever uma carta ao Komintern, na qual ele deplorava os erros políticos da 
oposição de Esquerda (dirigida por Lev Davidovitsch Bronstein e Zinoviev) no 
Partido Comunista Russo, porém apelava ao grupo dirigente de Stalin para que não 
expulsasse os opositores do Partido. Togliatti, que estava em Moscou como 
representante do PCI, recebeu a carta e a abriu, leu e decidiu não entregá-la ao 
destinatário. Este fato deu início a um complicado conflito entre Gramsci e 
Togliatti que nunca chegou a ser completamente resolvido. Togliatti, 
posteriormente, divulgaria a obra de Gramsci após sua morte, mas evitou 
cuidadosamente qualquer menção às suas simpatias por Trotsky. 
Em 8 de novembro de 1926, a polícia italiana prendeu Gramsci e o levou a prisão 
romana Regina Coeli. Foi condenado a 5 anos de confinamento (na remota ilha de 
Ustica); no ano seguinte ele foi condenado a vinte anos de prisão (em Turi, 
próximo a Bari, na Puglia). Sua saúde neste momento começava a declinar 
sensivelmente. Em 1932, um projeto para a troca de prisioneiros políticos ente 
Itália e União Soviética, que poderia dar a liberdade ao Gramsci, falhou. Em 1934 
sua saúde estava seriamente abalada e ele recebeu a liberdade condicional, após ter 
passado por alguns hospitais em Civitavecchia, Formia e Roma. Gramsci faleceu 
aos 46 anos, pouco tempo depois de ter sido libertado. 
 
 
 
 26 
 
H 
haurir 
: 
[Do lat. haurire.] 
Verbo transitivo direto. 
1.Tirar para fora de lugar profundo. 
2.Esgotar, consumir. 
3.Beber; sorver, aspirar: 
“andou esse extravagante inglês [Cook] pisando todos os areais, haurindo todas as 
brisas, galgando todos os montes” (Olavo Bilac, Crítica e Fantasia, p. 150); “hauro-
lhe o flóreo e lânguido perfume” (Gilca da Costa Melo Machado, Mulher Nua, p. 
39). 
4.Extrair, colher: 
“a Amazônia brasileira haure os seus recursos, como antigamente, da borracha, da 
juta, da castanha-do-pará, .... do pirarucu, do casco de tartaruga.” (Edison Carneiro, 
A Sabedoria Popular, p. 26). [Normalmente, não se conjuga nas f. terminadas em o 
e a.] 
Fonte: Dicionário Aurelio onlinehegemonia 
: 
Em Geopolítica, hegemonia é a supremacia de um povo sobre outros, seja através da 
introdução de sua cultura ou por meios militares. Na Grécia antiga, era patente a 
supremacia de um Estado dentro de uma confederação. Todavia, os vários casos de 
hegemonia eram instáveis, pois só duravam até que o Estado provido de hegemonia 
sofresse o ataque de outros Estados. Três cidades gregas distingüiram-se pela sua 
hegemonia: Esparta, Atenas e Tebas. Pretendendo o rei Filipe da Macedônia invadir a 
Grécia, esta aliou-se aos países vizinhos, e, unidos, conseguiram, provisoriamente, a 
hegemonia marítima pertencente a Atenas e a terrestre a Tebas. Entretando, dotados os 
macedônicos de maior poderio, tanto em homens quanto em armas, conseguiram a 
hegemonia político-militar. Em Política, o conceito foi formulado por Antonio Gramsci 
para descrever o tipo de dominação ideológica de uma classe social sobre outra, 
particularmente da burguesia sobre o proletariado e outras classes de trabalhadore 
s. 
Para ser mais preciso, em Gramsci quase nunca é possível o domínio bruto de uma 
classe sobre as demais, a não ser nas ditaduras abertas e terroristas. Para o pensador 
sardo, correlacionar poder e classes sociais é, certamente, um imperativo de método, 
mas o fato é que uma classe dominante, para ser também dirigente, deve articular em 
torno de si um bloco de alianças e obter pelo menos o consenso passivo das classes e 
camadas dirigidas. Para tanto, aquela classe não hesita em sacrificar uma parte dos seus 
interesses materiais imediatos, superando o horizonte corporativo e propiciando, 
exatamente, a construção de uma hegemonia ético-política. 
Ao estudar os mecanismos de construção desta hegemonia, Gramsci chega a um 
conceito fundamental na sua teoria política, a saber, o conceito de "Estado ampliado". O 
Estado não é um puro instrumento de força a serviço da classe dominante, como o 
definiam versões mecanicistas do próprio marxismo, mas, exatamente, força revestida 
de consenso, coerção acompanhada de hegemonia. O Estado ampliado, assim, cabe na 
 
 27 
fórmula: sociedade política + sociedade civil. E, nas sociedades de tipo ocidental, a 
hegemonia, que se decide nas inúmeras instâncias e mediações da "sociedade civil", não 
pode ser ignorada pelos grupos sociais subalternos que aspiram a modificar sua 
condição e a dirigir o conjunto da sociedade. 
 
texto extraído do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Hegemonia 
 
Historicidade 
 
: Caráter do que é histórico; atuação do homem como agente no processo histórico. 
 
Historicismo 
 
: Concepção histórica em que se afirma a singularidade absoluta dos fatos históricos e 
a subjetividade absoluta de sua apreensão. Nessa concepção, os fenômenos históricos 
são únicos, jamais se repetem ou se assemelham, e, o entendimento de cada um deles 
variará de analista para analista. 
 
 
 
I 
 
Ideologia 
 
: O termo ideologia assume vários significados, que por vezes são contraditórios, 
para alguns tratam-se de “idéias que estimulam a ação política” para outros tratam-
se de “idéias que distorcem a ação social”. 
Pode é um termo usado no senso comum contendo o sentido de "conjunto de 
idéias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um 
grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas". A ideologia, 
segundo Karl Marx, pode ser considerada um instrumento de dominação que age 
através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a 
consciência humana e mascarando a realidade. 
 
ILUMINISMO 
: 
Termo utilizado para descrever o comportamento filosófico, científico e racional 
existente em grande parte da Europa no século XVIII, também denominado de 
"século das luzes". Desenvolve-se mais especificamente na França, através de 
filósofos, cientistas e pensadores unidos na crença da supremacia da razão e de seus 
resultados práticos no combate às injustiças e às desigualdades. 
Fonte: SIMIONATTO, I. As expressões ideoculturais da crise capitalista na 
atualidade e sua influência teórico-política. Especialização em Serviço Social: 
Direitos Sociais e Competências Profissionais – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 
2009, p.22. 
 
 
 
 
 
 
 28 
INDICADORES SOCIAIS 
: 
Podem ser conceituados como parâmetros qualificados e/ou quantificados, que servem 
para detalhar em que medida os objetivos de um projeto foram alcançados, dentro de 
um prazo delimitado de tempo e numa realidade específica. Como o próprio nome 
sugere, são uma espécie de marca ou sinalizador que visa expressar algum aspecto da 
realidade sob uma forma que possamos observá-lo ou mensurá-lo (Vareli, 2000). 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.4 , p. 82. 
 
 
 
Infirmar 
: 
Infirmar: v. t. Enfraquecer; invalidar; debilitar. 
Fonte: BUENO, F. S. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD : LISA, 
1996. 
 
 
Indução 
 
: Método de raciocínio lógico que parte de uma conclusão geral à partir da qual se 
fundamentam premissas particulares; o contrário da dedução (veja verbete). 
 
 
 
INSTITUCIONALIZAÇÃO E LEGITIMAÇÃO DO SS 
: 
Processo pelo qual o Serviço Social se institui e se estabelece como profissão, 
adquirindo o reconhecimento social de suas atribuições e competências na divisão social 
do trabalho. As particularidades desse processo no Brasil evidenciam que o Serviço 
Social se institucionaliza e legitima profissionalmente como um dos recursos 
mobilizados pelo Estado e pelo empresariado, com o suporte da Igreja Católica, na 
perspectiva de enfrentamento e regulação da questão social, a partir dos anos 30, 
quando a intensidade e extensão das suas manifestações no cotidiano da vida social 
adquirem expressão política. 
Fonte: YASBEK,M.C. O significado sócio-histórico da profissão. In: Programa de 
Capacitação Continuada para Assistentes Sociais. Serviço Social: direitos sociais e 
competências profissionais. CFESS/ABEPSS/CEAD-UnB, 2009, p.6, 19. 
 
 
 
INSTRUMENTALIZAÇÃO DAS PESSOAS 
: 
É o processo pelo qual a ordem burguesa, por meio de um conjunto de inversões, 
transforma os homens de sujeitos em objetos e a força de trabalho em instrumento a 
serviço da valorização do capital. O trabalhador deixa de lado suas necessidades 
enquanto pessoa humana e se converte em instrumento para a execução das 
necessidades de outrem. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.4 , p. 55. 
 
 29 
 
 
 
INTENÇÃO DE RUPTURA 
: 
Chama-se de intenção de ruptura a perspectiva teórico-política e metodológica no 
Serviço Social, que se referencia na tradição marxista e socialista, e em suas fecundas 
contribuições teóricas no terreno da economia política, filosofia, cultura, dentre outros 
(Sales, 1992). 
Ensejada, a partir dos anos 70, no contexto da redemocratização da sociedade brasileira, 
esta perspectiva foi construída por um movimento profissional crítico e que se opunha à 
ditadura militar e ao conservadorismo presente na profissão, sobretudo em sua 
expressão positivista e funcionalista (Netto, 1991). Hoje, ela fundamenta o projeto 
ético-político profissional. 
 
No Brasil, a intenção de ruptura foi protagonizada pelo Método BH, e usava concepções 
do marxismo estruturalista de Althusser e do marxismo empiricista de Mao Tsé-Tung. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB– 1999 – Vol.2 , p. 
145. 
 
 
 
Interdisciplinaridade 
: 
Interdisciplinaridade é a integração de dois ou mais componentes curriculares na 
construção do conhecimento. A interdisciplinaridade surge como uma das respostas à 
necessidade de uma reconciliação epistemológica, processo necessário devido à 
fragmentação dos conhecimentos ocorrido com a revolução industrial e a necessidade 
de mão de obra especializada. A interdisciplinaridade buscou conciliar os conceitos 
pertencentes às diversas áreas do conhecimento a fim de promover avanços como a 
produção de novos conhecimentos ou mesmo, novas sub-áreas. 
Fonte: Wikipedia Português - A enciclopédia livre 
 
 
 
Interesse público/ interesse privado 
: 
O Direito ocidental remonta à tradição romana da distinção entre Direito Público e 
Direito Privado. Hoje, ganha importância uma esfera pública não-estatal e não-
mercantil, o terceiro setor. E permanece o desafio: ampliar o controle da sociedade civil 
sobre o Estado. 
 Chauí (1995) faz a seguinte distinção: carências e privilégios são para alguns. Interesse 
são gerais para grupos ou classes . Só o direito é universal. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais - Capacitação em 
Serviço Social e Política Social - Reprodução social, trabalho e Serviço Social - Módulo 
02 - CFESS-ABEPSS-CEAD-UNB - 1999 
 
 
 
 
 30 
Irracionalismo 
 
: Concepção de mundo que nega à razão a capacidade de compreender o mundo; toda 
explicação se baseia não na razão mas em outros princípios como a intuição, os 
instintos, a sensibilidade, a fé; do mesmo modo, aqui, as experiências valorizadas são 
aquelas que acontecem fora do âmbito real, em êxtases, mistificações, visões, 
revelações, sonhos etc. 
 
 
 
J 
Juizado da Infância e da Juventude 
: 
É a instancia máxima do poder judiciario na proteção à criança e ao adolescente 
com seus direitos violados e de responsabilização cível ao adolescente autor de ato 
infracional. 
Fonte: Rocha, Celio A. Raydan.Belo Horizonte. 2004. 
 
 
 
 
K 
Kanban 
: 
Kanban é uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível. 
Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que controla os 
fluxos de produção em uma indústria. O cartão pode ser substituído por outro 
sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais vazios demarcados. 
Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de produção, 
para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se esgotarem todas 
as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, onde se converte num 
novo pedido para mais peças. Quando for recebido o cartão ou quando não há 
nenhuma peça na caixa ou no local definido, então deve-se movimentar, produzir 
ou solicitar a produção da peça. 
O Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser empregado em 
indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile em demasia. Os 
Kanbans físicos (cartões ou caixas) transitam entre os locais de armazenagem e 
produção substituindo formulários e outras formas de solicitar peças, permitindo 
enfim que a produção se realize Just in time - metodologia desenvolvida e 
aperfeiçoada por Taiichi Ohno e Toyota Sakichi conhecida como Sistema Toyota 
de Produção. 
 
PACE, João Henrique. O Kanban na prática. Rio de janeiro:Qualitymark, 2003. 
ISBN 85-7303-4-1-7 
RITZMAN, Larry P. Administração da produção e operações. São Paulo: Prentice 
Hall, 2004. ISBN 85-87918-38-9. 
Retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Kanban 
 
 
 
 
 
 31 
Keynesianismo 
: 
É a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes, que 
consiste numa organização político-econômica oposta `as concepções neoliberalistas. 
FONTE: Wikipédia - KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da 
moeda.Ed. Atlas, 1992. 
 
 
 
L 
Lastros 
: 
Lastros - Fundamento, base. (Palavra citada por Iamamoto " O Serviço Social na 
Cena Contemporânea" pág. 9) 
Fonte: Minidicionário da Língua Portuguesa. 
Por: Roberta da Silva Santos T27/SP 
 
 
 
 
 
LIBERDADE 
: 
Capacidade essencial do homem dada pela possibilidade de escolher com autonomia, 
isto é, conscientemente, livremente. A liberdade é uma capacidade e um valor; 
capacidade porque permite a escolha; valor porque torna-se valorosa na história do ser 
social. 
É ainda liberdade de e para; de no sentido de superação dos entraves às escolhas e para 
no sentido do vir a ser, ou seja, da realização de projetos que realizem e ampliem a 
liberdade. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
123. 
 
 
 
lúmpen 
: 
Lumpemproletariado 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Lumpemproletariado, ou simplesmente lumpen é uma palavra alemã que significa, ao 
pé da letra, trapo ou homem trapo. Foi primeiramente definido por Karl Marx e 
Friedrich Engels em A Ideologia Alemã. E também é designada ao "Ser lúmpen" 
(pessoa desprovida de qualquer tipo de princípio ético) é um estado de espírito que não 
se restringe a classes ou categorias sociais; por vezes um oportunista. 
Karl Marx classifica a palavra de pernicioso, já que a absoluta ausência de valores e o 
cinismo de seu comportamento poderiam contaminar a consciência revolucionária do 
proletariado. 
Ettore Scola, cineasta italiano, mostra em Feios, Sujos e Malvados, uma radiografia 
minuciosa e completa de uma numerosa e miserável família lúmpen, tal filme é um 
 
 32 
tratado sobre o ser, o sentir e o agir do lumpionato. Existe ainda uma classificação de 
Lúmpens: Realistas, ingênuos (naifs).[ 
De acordo com o dicionário Aulete: 
(lúm.pen) 
1. Soc. Pessoa pertencente ao lumpemproletariado. 
2. Pop. Pessoa sem ocupação profissional definida. 
[Pl.: lúmpens e lúmpenes.] 
[F.: Do al. Lumpen ?trapo farrapo?.] 
 
 
 
M 
mais valia absoluta/relativa 
: 
Mais Valia Absoluta: Se realiza com o prolongamento da jornada de trabalho além 
de ponto em que o trabalhador produz para garantir a sua subsistência, com a 
apropriação, pelo capital, do trabalho excedente; 
Mais Valia Relativa: Se realiza com o prolongamento do tempo de trabalho 
excedente e a condensação dos trabalhos necessários, possíveis pelo uso da 
tecnologia que permite produzir em menos tempo o equivalenete ao salário. 
Fonte: Capacitação em Serviço Social e Politica Social. EAD / UNB, volume 2, 
pág. 157. 
 
 
 
Mais-valia 
: 
Ao analisar a gênese do lucro capitalista, Marx toma como ponto de partida as 
categorias da Escola Clássica Inglesa: já Adam Smith havia observado que o trabalho 
incorporado em uma mercadoria (o seu custo de produção em termos de salários), era 
inferior ao "trabalho comandado" (aquilo que a mercadoria podia, uma vez vendida, 
"comprar" em termos de horas de trabalho). Para Smith, esta discrepância é que 
explicava a existência do lucro, mas não suas causas. Smith considerava que o lucro 
estava associado à propriedade privada do Capital, na medida em que a renda de um 
empresário dependia menos do seu trabalho como gerente do que do volume dos seus 
investimentos, mas tal não explicava a existência do lucro como um overhead sobre os 
custos de produção em termos de salários. 
Para David Ricardo tal se dava devido ao fato de o salário gravitar sempre em torno dos 
seus níveis "naturais" - isto é, de um mínimo de subsistência fisiológica, Caso, em 
função de uma escassez de mão-de-obra, o saláriosubisse além do nível natural, os 
operários se reproduziriam de tal forma que a oferta excessiva de trabalho deprimiria de 
novo os salários ao mesmo nível natural. Para Ricardo, o lucro acabava sendo 
simplesmente um "resíduo" - aquilo que sobrava como renda do empresário depois de 
pagos os salários de subsistência e as rendas da terra; como a teoria da renda da terra 
ricardiana propunha que a ocupação de terras sempre piores inflava os custos de 
reprodução da mão de obra, haveria uma tendência aos lucros serem comprimidos no 
longo prazo. 
Marx adotou tal teoria ricardiana nas suas obras de juventude, como o Manifesto 
Comunista; mais tarde, no entanto, verificou que os valores dos salários, variando de 
uma sociedade a outra, não se reduziam ao elemento biológico, mas pelo contrário 
 
 33 
incorporavam elementos sociais e culturais ("como poderia um operário francês 
subsistir sem seu vinho?" diz ele em O Capital). Ele também reparou que o lucro 
dependia, pelo menos em parte, da produtividade física do capital, o que fez com que 
buscasse sair das constatações simples de seus predecessores para elaborar uma teoria 
mais aprofundada das causas efetivamente sociais do lucro capitalista. 
É importante lembrar que, segundo o Marx maduro, o valor do trabalho não é uma 
grandeza concreta: o operário não vende sua "força" (caso contrário um operário 
fisiculturista deveria ser mais bem remunerado que um outro de físico normal que 
realizasse o mesmo trabalho) ou sua "habilidade". Pelo contrário, o progresso da 
mecanização garante um padrão uniforme de produtividade física dentro de cada ramo 
de atividade e para cada tipo de ocupação, igualando, até certo ponto, a habilidosos e 
obtusos. Como coloca Marx, se o valor em trabalho (e, portanto, o valor do salário 
como parcela do valor da mercadoria)correspondesse ao tempo concreto gasto na 
produção de cada mercadoria individual, seriam os trabalhadores menos habilidosos que 
produziriam as mercadorias mais valiosas, pois demorariam mais tempo para produzi-
las. 
O valor do trabalho é abstrato, no sentido em que o valor padrão de um salário para uma 
determinada atividade (e para uma determinada duração da jornada de trabalho) é dado 
pelo Mercado, isto é, pela demanda agregada dos capitalistas. Para Marx, em princípio o 
salário capitalista é "justo": o capitalista não necessita espoliar seus operários do seu 
salário de mercado para lucrar; o lucro tem uma causa concreta: ele tem por causa a 
propriedade privada do Capital; mas supor que ele seja uma remuneração automática 
deste mesmo capital, uma vez investido, é, para Marx, "fetichismo", pois supõe que uma 
coisa possa gerar sua remuneração, que o capital produza lucros e/ou juros como uma 
laranjeira produz laranjas. Esta origem do lucro não está, na sociedade capitalista, numa 
espoliação direta, como a apropriação da pessoa do trabalhador escravo, ou a cobrança 
de uma renda feudal, mas na medida em que o próprio salário "justo" tem seu valor 
estabelecido de modo a remunerar os trabalhadores por um valor menor do que o valor 
total das mercadorias por eles produzidas durante a jornada de trabalho contratada; é o 
que Marx chama de "jornadas de trabalho simultâneas" (uma paga, a outra não). 
É certo, como dirá mais tarde a economia neoclássica, que a mais-valia necessitaria ser 
realizada pela venda lucrativa da mercadoria, e que esta venda dependerá das flutuações 
da demanda, e que nem sempre o excedente potencial resultante da exploração irá 
realizar-se aos níveis esperados; como dirá o economista inglês Alfred Marshall o custo 
de produção e a demanda são duas lâminas de uma mesma "tesoura" entre as quais é 
determinado o preço da mercadoria. A teoria de Marx, no entanto, preocupa-se menos 
com o lucro capitalista enquanto tal e mais com a sua gênese social; ele se importa 
menos com o modo como o lucro é realizado e dividido do que com a maneira como é 
gerado. O lucro capitalista, para Marx, não é apenas um simples excedente; ele é o 
excedente como mediado por uma relação social historicamente específica. 
 
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mais-valia 
 
 
 
malversação 
: 
Malversar V.t. 1. fazer má administração de; dilapidar. 2. Desviar fundos do fim a que 
estavam destinados. 
(Palavra citada por Tonet, in: Expressões socioculturais da crise capitalista na 
 
 34 
atualidade) 
Fonte de Pesquisa: Rios, Dermival R. Minidicionário da Língua Portuguesa, 2003 
Por: Roberta da Silva Santos 
T 27 (SP) 
 
 
manufatura 
: 
Implica um processo coletivo, executado por numerosos trabalhadores em cooperação. 
A manbufatura contribui, portanto, para a degradação do trabalhador individual, 
acentuando o trabalho repetitivo e fragmentado , dificultando o disciplinamento da 
inteligência , a criatividade, criando uma verdadeira "patologia industrial".A ciência , a 
cultura tornam-se suscetíveis de coexisitir separadas do trabalho, dominando-o como 
força produtiva alheia, em detrimento da intensificação da força produtiva do 
trabalhador individual. Os gastos de formação e treinamento do trabalhador se reduzem 
e com isso , reduz-se também o valor de sua força de trabalho. (IAMAMOTO, 
Marilda Villela, RENOVAÇÃO E CONSERVADORISMO NO SERVIÇO 
SOCIAL;1992 ; p.61,63) 
 
 
 
Materialismo Histórico 
 
: Trata-se da aplicação do marxismo ao estudo do progresso das sociedades. Para Marx, 
na atividade econômica e social os homens estabelecem relações necessárias e 
independentes de sua vontade, são as relações de produção, elas variam de acordo com 
o grau de desenvolvimento de uma série de fatores, como trabalho humano, 
instrumentos e máquinas, são as forças produtivas. No curso de seu desenvolvimento as 
forças produtivas e as relações de produção entram em contradição convertendo-se em 
obstáculos à continuidade do processo produtivo. Disso resulta uma contínua luta entre 
os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores explorados, a análise do 
processo e dos desdobramentos dessa luta é o chamado materialismo histórico. 
 
Materialismo Mecanicista 
 
: O materialismo mecanicista, ao contrário do histórico (veja verbete), interpreta a 
disputa entre forças produtivas e relações de produção desconsiderando que uma e outra 
são dependentes entre si. Nessa vertente de análise concepção (pensamento) e execução 
(fabricação) nada tem em comum. Com isso ignora-se por um lado a relação entre 
ciência e técnica existente nas forças produtivas, e, por outro lado desdenha-se a 
relevância prática do conhecimento presente entre as forças de produção. Realiza-se, 
assim, uma análise simplista, mecânica, do processo produtivo. 
 
MEDIAÇÃO 
: 
Categoria do método crítico dialético e da realidade social. Refere-se a relações 
recíprocas, complexas e dinâmicas, que se estabelecem entre a totalidade social e suas 
partes constitutivas e das partes entre si. 
Fonte: Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais – Capacitação em 
Serviço Social e Política Social – CFESS/ABEPSS/CEAD-UNB – 1999 – Vol.2 , p. 
 
 35 
122. 
 
Metafísica 
 
: Parte da filosofia cujo objetivo é encontrar racionalmente (não empiricamente – veja 
verbete) as regras fundamentais de toda forma de pensamento (não apenas o científico 
como o quer a epistemologia – veja verbete), sua meta final é fundamentar uma 
Verdade que nada tenha de aparência, noutras palavras: uma Verdade Verdadeira. Na 
Antiguidade Clássica toda Filosofia é Metafísica, na Modernidade ela divide espaço 
com o estudo da Ética, Política, Estética, Epistemologia etc. 
 
 
 
 
 
METANARRATIVAS 
: Narrativa falando ou interpretando outras

Outros materiais