Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estratégia de Saúde da Família Estratégia de Saúde da Família Prof.ª Alane Costa Cuiabá-MT Atenção Primária em Saúde APS PPrrooggrraammaa ddee SSaaúúddee ddaa FFaammíílliiaa,, ccoommoo eessttrraattééggiiaa ddee oorrggaanniizzaaççããoo ddaa AAPPSS.. VViiggiillâânncciiaa EEppiiddeemmiioollóóggiiccaa VViiggiillâânncciiaa SSaanniittáárriiaa VViiggiillâânncciiaa AAmmbbiieennttaall SSaaúúddee ddoo TTrraabbaallhhaaddoorr AAssssiissttêênncciiaa FFaarrmmaaccêêuuttiiccaa CCoonnttrroollee ddee EEnnddeemmiiaass MMoobbiilliizzaaççããoo SSoocciiaall TTeemmooss oo ccoossttuummee ddee aassssoocciiaarr aa AAtteennççããoo PPrriimmáárriiaa aappeennaass aaoo PPrrooggrraammaa ddee SSaaúúddee ddaa FFaammíílliiaa,, mmaass ttrraattaa--ssee ddee uumm ccoonncceeiittoo mmaaiiss aammpplloo qquuee ccoonntteemmppllaa ttooddaass aass aaççõõeess ddee pprroommooççããoo,, pprreevveennççããoo ee pprrootteeççããoo àà SSaaúúddee nnuumm tteerrrriittóórriioo ddeeffiinniiddoo.. OObbsseerrvveemmooss aa ffiigguurraa:: ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE – APS “Atenção de primeiro contato. Contínua, global e coordenada, que se proporciona à população sem distinção de gênero, ou enfermidade, ou sistema orgânico” (Starfield). “Cuidados que propiciam a manutenção básica de saúde, serviços terapêuticos e a coordenação das necessidades e serviços comunitários” (DeCS). ATENÇÃO BÁSICA “A Atenção Básica é um conjunto de ações, de caráter individual e coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação” (MS). “Interpretação oficial (brasileira) de APS, baseada no Programa Saúde da Família” (Aguiar). Estratégia de Saúde da Família Sobre a Atenção Primária à Saúde A declaração de Alma-Ata, datada de 1978 e aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1979, aponta a Atenção Primária em Saúde (APS) como a principal estratégia para o alcance da promoção e assistência à saúde para todos os indivíduos de acordo com o lema “Saúde para todos no ano 2000”. Nestes últimos 27 anos, segundo avaliação da OMS, o Sistema de Saúde que assume os princípios da APS obtém melhores resultados em saúde e aumenta a eficiência do conjunto do sistema. Entretanto, torna-se necessário definir o que seja Atenção Primária em Saúde. Neste sentido, podemos identificar três interpretações principais: a atenção primária à saúde como atenção primária seletiva, a atenção primária à saúde como o nível primário do sistema de serviços de saúde e a atenção primária à saúde como estratégia de organização do sistema de serviços de saúde. Na primeira interpretação, a atenção primária é destinada a populações e regiões onde a concentração de renda é mais baixa. Na segunda, constitui-se como o primeiro nível de atenção do sistema de saúde. Na terceira interpretação, abrange a forma de organizar todo o sistema de serviço de saúde. A Atenção Primária à Saúde como estratégia de organização do sistema de serviços de saúde “é a mais correta do ponto de vista técnico; é a mais ampla, podendo conter, dentro de sua significação estratégica, as duas outras concepções mais restritas; e é perfeitamente factível e viável no estágio de desenvolvimento do Brasil”. Por outro lado, “A Atenção ou os Cuidados Primários de Saúde, como entendemos hoje, constituem um conjunto integrado de ações básicas, articulado a um sistema de promoção e assistência integral à saúde”. Starfield afirma que só haverá atenção primária à saúde de qualidade quando os seis princípios que se seguem abaixo forem obedecidos e respeitados: O primeiro contato: que é o acesso ao uso dos serviços para novo problema para o qual se procura atenção à saúde. A longitudinalidade: é o aporte regular e consistente de cuidados pela equipe de saúde, num ambiente humanizado e de relação mútua entre equipe de saúde, indivíduos e famílias. Estratégia de Saúde da Família A integralidade: é o conjunto de serviços que atendam os problemas mais comuns da população adscrita, no que se refere aos problemas biológicos, psicológicos e sociais que causam a doença. A coordenação: capacidade de garantir a continuidade da atenção. A focalização na família: considerar a família como sujeito da atenção e o conhecimento integral dos seus problemas de saúde. A orientação comunitária: é o reconhecimento das necessidades familiares em função do contexto sócio, econômico e cultural, na perspectiva da saúde coletiva. Um primeiro passo em direção à estruturação da Atenção Primária no Brasil, revelou-se com o Programa de Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1982. Uma estratégia importante para a universalização do direito à saúde que se seguiu a proposição do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, culminando com a instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) na Constituição Brasileira no ano de 1988, em que a Atenção Básica engloba o conjunto de ações de atenção dirigidas às pessoas e ao ambiente que cubram as necessidades de promoção à saúde em cada contexto social e a prevenção de enfermidades. Neste cenário o Programa Saúde da Família (PSF) foi apresentado como proposta de reorientação do modelo assistencial desenvolvido a partir da Atenção Básica. A estratégia do PSF foi iniciada em 1991, com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários. A Saúde da Família formulada inicialmente como um programa, passa a figurar no quadro do Ministério da Saúde, como estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde, respondendo as críticas de que a saúde da família fosse um programa voltado para o pobre e com baixo investimento tecnológico. Com o Piso de Atenção Básica (PAB), editado na NOB-96, a proposta ganha impulso possibilitando maior autonomia dos municípios e ampliando a implantação da proposta para todo o território nacional. Ideologicamente, a estratégia do PSF está em conformidade com os princípios básicos do SUS: universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade. Estrutura-se a partir da Unidade Básica de Saúde da Família, que trabalha com base nos princípios: integralidade e hierarquização, equipe multiprofissional, territorialização e cadastramento de clientela. ABRAHÃO, Ana Lucia. Atenção primária e o processo de trabalho em saúde. Informe-se em promoção da saúde. v. 3, n. 1, p. 01-03, jan-jun. 2007. Estratégia de Saúde da Família Estratégia de Saúde da Família Implica na proposta de definição de vínculos serviços-profissionais-usuários com base nos núcleos familiares. Constitui uma estratégia de grande alcance, tendo em vista o seu princípio de aumentar a cobertura assistencial, pois é o primeiro nível de contato do paciente, da família, e da comunidade com o sistema de saúde, garantindo, assim, a igualdade de acesso à saúde para a população, bem como, principalmente, pelo caráter humanitário e de adoção de medidas para prevenção das doenças e promoção da saúde e qualidade de vida. A composição das equipes de uma Unidade de Saúde da Família recomendada pelo Ministério da Saúde é de, no mínimo, um médico de família ou generalista, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um odontólogo, um Atendente de Consultório Dentário (ACD) e/ou um Técnico de Higiene Dental (THD) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Os profissionais devem trabalhar em regime de dedicação integral, a fim de garantir a vinculação e a identidade cultural com as famílias sob sua responsabilidade, cabendo, igualmente, aos ACS residirem na sua respectiva áreade atuação. Outros profissionais, como nutricionistas, psicólogos, farmacêuticos, assistentes sociais, entre outros, podem ser incorporados às Unidades de Saúde da Família ou em equipes de supervisão, de acordo com as necessidades e possibilidades locais. As Equipes de Saúde da Família - ESF - devem atuar prioritariamente em 7 áreas estratégicas: Esses serviços são oferecidos próximos de onde as pessoas moram e prestados, de forma humanizada, por equipes de profissionais comprometidos com a saúde das famílias e das comunidades, resolvendo em torno de 80% dos problemas de saúde. Controle da Tuberculose Eliminação da Hanseníase Controle da Hipertensão Controle da Diabetes Mellitus Ações de Saúde Bucal Ações de Saúde da Criança Ações de Saúde da Mulher É necessário que a ESF atue em um território definido, sabendo planejar adequadamente suas ações com base nas reais necessidades da população, ou seja, tendo o diagnóstico das principais doenças e agravos que acometem a sua comunidade. Estratégia de Saúde da Família Resolutividade e Qualidade na Atenção Primária: Direito dos Usuários Lembremos que a Atenção Primária de Saúde prestada à população deve ser: Universal – não discriminação em razão de sexo, raça, religião ou qualquer outra condição; Acessível – em relação ao tempo, lugar, financiamento e cultura; Geral – não restrição a faixas etárias, ou tipos de problemas ou condições; Abrangente – ofertar todos os serviços definidos para o 1º Nível de Atenção; Coordenada – coordenação de toda a orientação e apoio que a pessoa recebe, através da integração com os níveis secundário e terciário da atenção à saúde; Integrada - curativa, reabilitadora, promotora de saúde e preventiva de enfermidade; Continuada – acompanhamento ao longo dos períodos substanciais de vida; Orientada para a Família – problemas compreendidos no contexto da família e da rede social; Orientada para a Comunidade – contexto de vida na comunidade e consciência de necessidades de saúde na comunidade; Multidisciplinar – prestada por um grupo de profissionais de várias áreas; Holística – perspectivas físicas, psicológicas e sociais dos indivíduos, das famílias e comunidades; Confidencial – atenção em condição de confidencialidade; Intersetorial – colaboração com outros setores para desencadear mudanças positivas de saúde; Democrática – permita a participação dos usuários, no diagnóstico situacional individual ou da comunidade, na tomada de decisões relacionadas às ações de promoção, prevenção ou reabilitação; Estrutural – organização de serviços e desenvolvimento profissional. Fonte: CEARÁ. Secretaria da Saúde do Estado. O jeito cearense de fazer o SUS: um guia para gestores municipais. Fortaleza: Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, 2004. Os parâmetros de cobertura são os seguintes (Brasil, 2011): Cada equipe de saúde da família será responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas. O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada e de 12 ACS por Equipe de Saúde da Família. Cada agente comunitário de saúde será responsável por, no máximo, 750 pessoas. Estratégia de Saúde da Família Programa Agentes Comunitários de Saúde - PACS A Lei nº 10.507, de 10 de setembro de 2002, cria a Profissão de Agente Comunitário de Saúde – PACS. Por meio do PACS, o Ministério da Saúde dá incentivo à contratação de pessoas da comunidade como agentes responsáveis pela identificação de problemas, orientação dos pacientes e seguimento dos mesmos, por meio de visitas domiciliares. O objetivo geral do Programa é melhorar, através dos Agentes Comunitários de Saúde, a capacidade da população de cuidar da sua saúde, transmitindo-lhe informações e conhecimentos, e contribuir para a construção e consolidação dos Sistemas Locais de Saúde. Na concepção original desse programa, o ACS deve ser morador da comunidade onde trabalha, ter idade mínima de 18 anos, saber ler e escrever e estar disponível para atuar oito horas diárias. Atualmente, segundo a lei n. 11.350, de 05 de outubro de 2006, que regulamenta a atividade dos ACS, são requisitos para o exercício da atividade de ACS: residir na área da comunidade em que atuar, haver concluído, com aproveitamento, o curso introdutório de formação inicial e continuada e haver concluído o ensino fundamental. O programa possui um sistema de informação específico, com registro das atividades cotidianas dos agentes, além de alguns dados sobre morbidade e mortalidade. Cada ACS fica responsável por um contingente de 100 a 250 famílias da sua área de atuação, atendendo um número máximo de 750 pessoas. A avaliação e a supervisão do trabalho do ACS são realizadas pelo enfermeiro, que deverá ter sob a sua responsabilidade um número máximo de trinta ACS. O êxito e a necessidade de incorporar novos profissionais para que o Programa não funcionasse de forma isolada fez o Pacs ser compreendido atualmente como estratégia transitória para o PSF. São atribuições dos Agentes Comunitários de Saúde: Realizar Ações Básicas de Saúde de acordo com seu nível de competência, através de visitas domiciliares, reuniões de grupos ou outras modalidades; Desenvolver atividades de educação em saúde individual e coletiva; Estimular a organização da comunidade; Desenvolver outras atividades pertinentes com sua formação; Registrar as atividades desenvolvidas no seu trabalho e encaminhá-las à coordenação municipal do programa.
Compartilhar