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Organização dos Serviços de Saúde Organização dos Serviços de Saúde Prof.ª Alane Costa Cuiabá-MT A Concepção Hierárquica do SUS Níveis de Atenção à Saúde Organização dos Serviços de Saúde Serviços de Atenção Primária Serviços de Atenção Secundária Serviços de Atenção Terciária Em geral prestados pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou pelos Postos de Saúde: Consultas simples (clínica geral, pediatria, ginecologia e saúde bucal). Serviços de enfermagem, atividades de educação em saúde, vacinação e vigilância epidemiológica e sanitária. Outras atividades clínicas (oftalmologia e psiquiatria). Programas preventivos. Algumas unidades contam com psicologia e serviço social. São as “portas de entrada” do sistema de saúde. Constituídos pelos ambulatórios de especialidades e pelos hospitais de baixa complexidade e resolutividade, capazes de realizar partos, internações clínicas que exijam menos cuidados especializados e cirurgias simples. São o maior apoio para os serviços de atenção primária. É a atenção à saúde de terceiro nível, integrada pelos serviços ambulatoriais e hospitalares especializados de alta complexidade. O elenco de serviços terciários é assim definido: Organização dos Serviços de Saúde Níveis de Atenção à Saúde O SUS ordena o cuidado com a saúde em níveis de atenção, que são de básica, média e alta complexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planejamento das ações e dos serviços do sistema de saúde. Não se deve, porém, desconsiderar algum desses níveis de atenção, porque a atenção à saúde deve ser integral. O que é atenção básica em saúde? Constitui o primeiro nível de atenção à saúde adotada pelo SUS. É um conjunto de ações que engloba promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação. Desenvolve-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, objetivando solucionar os problemas de saúde de maior frequência e relevância das populações. É o contato preferencial dos usuários com o sistema de saúde. Deve considerar o sujeito em sua singularidade, complexidade, inteireza e inserção sociocultural, além de buscar a promoção de sua saúde, a prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável. Por que as Unidades Básicas são prioridade? Porque, quando as Unidades Básicas de Saúde funcionam adequadamente, a comunidade consegue resolver com qualidade a maioria dos seus problemas de saúde. É comum que a primeira preocupação de muitos prefeitos se volte para a reforma ou mesmo a construção de hospitais. Para o SUS, todos os níveis de atenção são igualmente importantes, mas a prática comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária, porque possibilita melhor organização e funcionamento também dos serviços de média e alta complexidade. Estando bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos-socorros e hospitais, o consumo abusivo de medicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde, deixando os ambulatórios de especialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos recursos existentes. Saúde da Família é a saúde mais perto do cidadão A Saúde da Família é parte da estratégia de estruturação eleita pelo Ministério da Saúde para reorganização da atenção básica no País, com recursos financeiros específicos para o seu custeio. Cada equipe é composta por um conjunto de profissionais (médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde, podendo agora contar com profissional de saúde bucal) que se responsabiliza pela situação de saúde de determinada área, cuja população deve ser de no mínimo 2.400 e no máximo 4.500 pessoas. Essa população deve ser cadastrada e acompanhada, tornando-se responsabilidade das equipes atendê-la, entendendo suas necessidades de saúde como resultado também das condições sociais, ambientais e econômicas em que vive. Os profissionais é que devem ir até suas casas, porque o objetivo principal da Saúde da Família é justamente aproximar as equipes das comunidades e estabelecer entre elas vínculos sólidos. Fonte: PEREIRA, Ana Lucia et al. O SUS no seu município: garantindo saúde para todos. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. Fonte: KUSCHNIR, R. C. et al. Gestão dos Sistemas e Serviços de Saúde. Brasília: CAPES: UAB, 2010. Organização dos Serviços de Saúde O Cuidado Ambulatorial de Especialidades O modelo tradicional de rede de atenção é o de especialidades/serviços cujo acesso se dá por referência a partir do primeiro nível – denominados de cuidado secundário – por meio do estabelecimento de listas de espera. Há diferentes modos de organizar a atenção ambulatorial especializada, que tanto pode ser ofertada em hospitais como em unidades ambulatoriais autônomas, por exemplo, as policlínicas. Os Serviços de Diagnóstico e de Terapia Os serviços de diagnóstico e de terapia são comumente denominados “auxiliares” na prestação de serviços clínicos e envolvem diagnóstico laboratorial clínico de anatomia patológica e de imagem. Os de terapia, mais comumente referidos, são os de quimioterapia, radioterapia, hemodiálise e hemoterapia. Os serviços de laboratório de análise clínicas podem ser organizados de forma centralizada ou cada unidade pode dispor de seu próprio laboratório, que caracteriza a forma mais tradicional encontrada em serviços públicos. Os Serviços de Emergência A definição do que sejam casos de emergência e de urgência varia e é pouco precisa. De forma geral, as emergências são definidas como “(...) condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato (...)” e as urgências como “(...) a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata (...)” (CFM, 1995). Perceba que tanto as urgências como as emergências podem ser oriundas de trauma (causas externas) ou de situações clínicas (infarto agudo do miocárdio, apendicite aguda, etc.), o que nos permite afirmar que mesmo com a imprecisão das definições a maioria dos casos atendidos em serviços de emergência não são emergências ou urgências (...). Para que seja equacionado o problema de utilização dos serviços de emergência por casos que não tenham indicação para tal, existem diferentes estratégias: uma delas certamente é a organização do primeiro nível de atenção, mas de forma que contemple o problema do acesso. Por exemplo, um serviço de primeiro nível cujo acesso é determinado por um número limitado de senhas distribuídas pela manhã ou cujo funcionamento se dá em um horário restrito, na prática está impondo barreiras de acesso que levarão o indivíduo inevitavelmente à procura dos serviços de emergência. Temos também a questão das emergências clínicas. Muitas situações não chegam a ser emergências, pois parte dessas são casos crônicos agudizados, necessitando de internação clínica; outros são casos que necessitam de observação ou ainda são efetivamente emergências, como o coma diabético. Cada um desses tipos de problema poderia ser tratado em diferentes tipos de serviços, ligados à rede do primeiro nível, em hospitais gerais com pequenas emergências ou serviços de emergência propriamente ditos. Hospitais As funções do hospital podem ser definidas como cuidado ao paciente relativo à internação cirúrgica eletiva, à internação clínica, aocuidado ambulatorial, à emergência e à reabilitação. As características dos outros componentes da rede definem e redefinem os hospitais. Em especial, as características do primeiro nível de atenção – o nível de cobertura alcançado, a acessibilidade, o grau de resolubilidade – determinam em boa parte a demanda que será gerada para o cuidado realizado nos hospitais. Organização dos Serviços de Saúde A proposta pensada para vencer os desafios de ter uma assistência integral à saúde começa pela reorganização dos processos de trabalho na rede básica e vai somando-se a todas outras ações assistenciais, numa complexa trama de atos, de procedimentos, de fluxos, de rotinas, de saberes, num processo dialético de complementação, mas também de disputa, vão compondo o que entendemos como cuidado em saúde. A maior ou menor integralidade da atenção recebida resulta, em boa medida, da forma como se articulam as práticas dos trabalhadores. Imaginamos, portanto que a integralidade começa pela organização dos processos de trabalho na atenção básica, onde a assistência deve ser multiprofissional, operando através de diretrizes como a do acolhimento e vinculação de clientela, onde a equipe se responsabiliza pelo seu cuidado. Este é exercido a partir dos diversos campos de saberes e práticas, onde se associam os da vigilância à saúde e dos cuidados individuais. Nesse caso, o usuário passa a ser o elemento estruturante de todo processo de produção da saúde, quebrando com um tradicional modo de intervir sobre o campo das necessidades, de forma compartimentada. O trabalho passa a ser integrado e não partilhado, reunindo na cadeia produtiva do cuidado um saber-fazer cada vez mais múltiplo. O conceito de Atenção Integral à Saúde, defendido na 10ª CNS, e a definição de seus princípios romperam teórica e politicamente com os conceitos de Atenção Primária, Secundária e Terciária em Saúde: um rompimento ainda não verificado tanto nas ações e serviços de saúde do Brasil quanto nas bases conceituais dos processos de formação e de gestão. Vale lembrar a perpetuação da troca de palavras sem mudança radical dos modelos de atenção e de gestão em saúde como, por exemplo, das expressões “atenção elementar, intermediária e de apoio” passando-se para “atenção primária, secundária e terciária, e mais recentemente, adotando-se as expressões “atenção básica, de média e de alta complexidade”. Fonte: LAGROTTA, M. T. F. Redes de atenção a saúde, territorialização e implementação de linhas de cuidado. 1 maio de 2010. Disponível em: <http://teiasmesquita.ning.com/profiles/blogs/redes-de-atencao-a-saude>. Acesso: 01 maio 2012. Rede Integrada de Cuidados
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