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* TEORIA GERAL DO PROCESSO ALEXANDRE PINHEIRO SAMPAIO Aracaju 2015.1 * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS A jurisdição – palavra que tem sua origem na composição das expressões jus, juris (direito) e dictio, dictionis (ação de dizer) – surgiu da necessidade jurídica de se impedir que a prática temerária da autodefesa, por parte de indivíduos que se vissem envolvidos em um conflito, levasse a sociedade à desordem oriunda da inevitável parcialidade da justiça feita com as próprias mãos. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Conceito: “(...) pode ser entendida como a atuação estatal visando a aplicação do direito objetivo ao caso concreto, resolvendo-se com definitividade uma situação de crise jurídica e gerando com tal solução a pacificação social.”¹ “É uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que envolve, com justiça.”² Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Conceito: “(...) função do Estado consistente em fazer atuar, pelos órgãos jurisdicionais, que são os juízes e Tribunais, o direito objetivo a um caso concreto, obtendo-se a justa composição da lide". [4] Reforça ainda que "esse poder de aplicar o direito objetivo aos casos concretos, por meio do processo, e por um órgão desinteressado, imparcial e independente, surgiu, inegavelmente, como impostergável necessidade jurídica à própria sobrevivência do Estado". ³ Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Conceito: Pode ser analisada, também, sob três aspectos distintos: (é ao mesmo tempo)... PODER: representa o Poder Estatal de interferir na esfera jurídica dos jusrisdicionados. Capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. FUNÇÃO: encargo atribuído pela Constituição Federal, em regra, ao Poder Judiciário de promover a pacificação dos conflitos interindividuais, através do processo. ATIVIDADE: é o complexo de atos praticados pelo agente estatal investido de jurisdição no processo. Complexo de atos do Juiz no processo. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS A Função jurisdicional se concretiza por meio do processo, na forma em que a lei criou para que tal exercício se fizesse possível. Na condução do processo, o Estado, ser inanimado que é, investe determinados sujeitos do poder jurisdicional para que possa, por meio da prática de atos processuais, exercem concretamente tal poder. Esse sujeito é o juiz, que por representar o Estado no processo é chamado de Estado-juiz. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: Investidura; Aderência ao território; Indelegabilidade; Inevitabilidade; Inafastabilidade; Juiz natural; Inércia. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: Investidura: O Estado, como pessoa jurídica de direito público, necessita de pessoas físicas para o exercício da função jurisdicional. Para que essas pessoas possam exercer a jurisdição, é preciso que estejam regularmente investidas no cargo de juiz e em pleno exercício, de acordo com o que prescreve a lei. CPC, Art. 132. O juiz, titular ou substituto, que concluir a audiência julgará a lide, salvo se estiver convocado, licenciado, afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado, casos em que passará os autos ao seu sucessor. Parágrafo único. Em qualquer hipótese, o juiz que proferir a sentença, se entender necessário, poderá mandar repetir as provas já produzidas. CP, Art. Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública: Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: b) Aderência ao território (ou da improrrogabilidade): manifesta-se, em primeiro lugar, a limitação da própria soberania nacional ao território do país e, depois, de acordo com as atribuições do magistrado (Comarca ou Seções Judiciárias). CPC, Art. 201. Expedir-se-á carta de ordem se o juiz for subordinado ao tribunal de que ela emanar; carta rogatória, quando dirigida à autoridade judiciária estrangeira; e carta precatória nos demais casos. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Carta de ordem: É a modalidade utilizada para solicitar a prática de ato por outro juízo (não só a citação), fora da jurisdição do juízo que a pede, sendo dita “precatória” (CPC, art. 201 e ss.), se no Brasil, e “rogatória” (CPC, art. 210), se no estrangeiro. Através de precatória e de rogatória um juiz solicita a outro. A carta tem caráter itinerante, ou seja, dirigida a um juízo, verificando-se que deve ser cumprida noutro, total ou parcialmente, ela segue o seu iter, salvo quando faltar ao juiz competência absoluta, caso em que ele deve restituir a carta ao juízo remetente. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: c) Indelegabilidade: não pode o juiz delegar sua jurisdição a outro órgão, pois, se assim o fizesse, violaria, pela via oblíqua, o princípio da inafastabilidade e a garantia constitucionalmente assegurada do juiz natural ("ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente" - artigo 5°, inciso LIII, CF/88). É importante notar, entretanto, que o princípio da indelegabilidade não é absoluto, pois admite exceções. O artigo 102, I, m, da CF/88, e os artigos 201 e 492 do Código de Processo Civil admitem que haja delegação nos casos de execução forçada pelo STF e também nas chamadas cartas de ordem (artigo 9°, §1°, da Lei n° 8.038/90 e regimentos internos do STF, STJ, TRFs e TJs). Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS d) Inevitabilidade: Significa que a autoridade dos órgãos jurisdicionais, sendo uma emanação da soberania estatal, impõe-se por si mesma, independentemente da vontade das partes ou de eventual pacto de aceitarem os resultados do processo. A situação das partes perante o Estado-juiz é de sujeição, que independe de sua vontade e consiste na impossibilidade de evitar que sobre eleas e sobre sua esfera de direitos se exerça a autoridade estatal. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS e) Inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional): Expresso no art. 5º, XXXV, da CF, garante a todos o acesso ao Poder Judiciário, o qual não pode deixar de atender a quem venha a juízo deduzir uma pretensão fundada no direito e pedir solução para ela. Não pode a lei "excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito", nem pode o juiz, a pretexto de lacuna ou obscuridade da lei, escusar-se de proferir decisão (CPC, art. 126). Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS f) Juiz natural: Princípio do juiz natural Ou princípio do juízo legal. Princípio segundo o qual o juízo de uma causa se determina... prévia e abstratamente pelas normas gerais de competência e organização judiciária. A Constituição veda os chamados tribunais de exceção. CF, Art. 5º - XXXVII. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS g) Inércia: O princípio da inércia é aquele que orienta no sentido de que a jurisdição somente poderá ser exercida caso seja provocada pela parte ou pelo interessado. O Estado não pode conceder a jurisdição a alguém se esta não tenha sido solicitada. Dispõe o art. 2º, do Código de Processo Civil que “nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais”. Prof. Alexandre P. Sampaio * JURISDIÇÃO: CONCEITO E PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS g) Inércia: Exceções: Declarar de ofício a falência em processos de recuperação judicial (Lei 11.101/05, arts. 73-74); Execução Trabalhista (CLT, art. 878); Habeas Corpus (CPP, art. 654, § 2º); Execução Penal (LEP, art. 105). Prof. Alexandre P. Sampaio * 8. Referência Bibliográfica: CINTRA, Antonio Carlos de Araújo, GRINOVER, Ada Pellegrini e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 28ª (rev. e atual.) ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processo Civil. 5ª ed. São Paulo: Método, 2013. Prof. Alexandre P. Sampaio
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