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Prof. Dr. Marcílio Veira Martins Filho Unesp - Jaboticabal Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 1 SISTEMA DE CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS 1. Introdução O uso de sistemas de classificação na ciência do solo tem por finalidade ordenar conhecimentos de maneira simples e precisa. Duas classificações básicas são utilizadas nessa área do conhecimento: (a) classificação taxonômica ou pedológica e, (b) classificação técnica. A classificação pedológica tem por objetivo principal identificar e caracterizar solos existentes na natureza, sem preocupação em atender finalidades mais específicas relativas à exploração de recursos naturais como o solo e/ou a água. Já o sistema de capacidade de uso das terras foi elaborado, primordialmente, para fins de planejamento conservacionista. Esse sistema é uma interpretação técnica de atributos dos solos. O sistema de capacidadede uso é composto por grupos de capacidade de uso A, B e C que expressam o potencial de utilização agrícola das terras, e são estabelecidos com base na intensidade de uso. A intensidade de uso representa a maior ou menor mobilização imposta ao solo, devido a riscos de erosão e/ou produtividade. Esses riscos são decorrentes ou função dos distúrbios causados ao solo ou, ainda, como uma conseqüência da redução da cobertura vegetal. As classes de capacidade de uso são definidas como os agrupamentos de terras com o mesmo grau de limitação, ou seja, terras com as mesmas limitações de uso e/ou riscos de degradação do solo semelhantes. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 2 Elas podem ser definidas como: - classe I, terras intensivamente cultivadas e sem problemas aparentes de conservação do solo (cor convencional: verde claro); - classe II, terras passíveis de serem cultivadas intensivamente, mas com problemas simples de conservação do solo e da água (cor convencional: amarelo); - classe III, terras com pequenas limitações que reduzem as possibilidades de escolhas de cultivos e/ou necessitam de práticas complexas de conservação do solo e da água (cor convencional: vermelho); - classe IV, terras com limitações severas para cultivos intensivos, as quais só podem ser cultivadas ocasionalmente ou em extensão limitada (cor convencional: azul); - classe V, terras com pequeno risco de erosão, mas com outras limitações praticamente impossíveis de serem removidas, uso restrito para áreas de pastagem, reflorestamento ou preservação de flora e fauna (cor convencional: verde-escuro); - classe VI, terras com limitações severas, quanto ao risco de erosão, impróprias geralmente para cultivos e limitadas ao uso como áreas de pastagem ou reflorestamento (cor convencional: alaranjado); - classe VII, terras com limitações muito severas, impróprias para cultivos e uso limitado a áreas de pastagens e/ou reflorestamentos (cor convencional: marrom); Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 3 - classe VIII, terras impróprias para cultivos, pastagens ou reflorestamentos, as quais poderão ser utilizadas apenas para a preservação da flora e fauna (cor convencional: roxo). As subclasses de capacidade de uso (e, s, a, c) são as qualificações das limitações dominantes quanto a sua natureza. As letras indicam os tipos de limitações: e – erosão, s – solo, a – água e c – clima. No sistema de classificação das terras aqui abordado, as unidades de capacidade de uso especificam uma qualidade da subclasse. Elas tornam mais explícitas a natureza das limitações e facilitam a adoção de práticas de manejo. Exemplo: IV e-1, 5, s-2,5 em que, Classe IV; e-1,5 = 1 por possuir risco de erosão por apresentar declive acentuado e 5 para erosão em sulcos; s-2,5 = 2 por possuir textura arenosa em todo perfil e 5 para a baixa saturação por bases. Na figura 1 todo sistema de capacidade de uso está representado, sendo que no esquema dessa Figura as unidades de capacidade de uso são identificadas por algarismos arábicos. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 4 Figura 1. Esquema de grupos, classes, subclasses e unidades de capacidade de uso. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 5 2. Levantamento do meio físico Nesse tipo de levantamento utiliza-se de critérios diagnósticos, não necessariamente fatores limitantes, tais como profundidade efetiva do solo, textura, permeabilidade, declividade e erosão, os quais são dispostos em uma fração denominada de fórmula mínima, como: profundidade efetiva – textrura – permeabilidade fatores limitantes - uso atual declividade – erosão Todos esses critérios diagnósticos são representados por algarismos arábicos (números ou letras). Numa fórmula mínima estarão denotadas as caraterísticas da terra mais importantes (profundidade efetiva, textura, permeabilidade, declividade e erosão) e fatores específicos limitantes ao uso da terra. Exemplo: 3 – 2/1 - 1/3 al - Lam C – 27 em que, 3 = Profundidade moderada; 2/1 = 2 é textura argilosa (horizonte A) e 2 é textura muito argilosa (horizonte B); 1/3 = 1 é permeabilidade rápida Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 6 (horizonte A) e 3 é permeabilidade lenta horizonte B); C = classe de declividade (5 a 10%); 27 = 2 por possuir erosão em lençol moderada e 7 para sulcos superficiais ocasionais; al = caráter álico; e Lam = uso atual, em que L significa lavoura, a lavoura anual e m cultivo de milho. 2.1. Critérios diagnósticos 2.1.1. Profundidade efetiva do solo Refere-se à espessura máxima do solo em que as raízes podem penetrar sem qualquer impedimento físico (Essa não é a camada mais superficial do solo, a mais rica em húmus). É a profundidade na qual a planta terá condições favoráveis ao desenvolvimento do seu sistema radicular, quanto a disponibilidade de água e nutrientes. Impedimentos químicos devido a Al (caráter álico) ou de camadas ácidas sulfatadas devido a tiomorfismo, não são considerados nesse item. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 7 Quadro 1. Profundidade efetiva do solo. Símbolo Profundidade 0 não identificada 1 muito profundos ( > 2,00 m) 2 profundos (1,00 a 2,00 m) 3 ou (3) moderadamente profundos (0,50 a 1,00 m, contacto lítico(1) ou litóide(2), respectivamente). 4 ou (4) rasos (0,25 a 0,50 m, contacto lítico ou litóide, respectivamente). 5 ou (5) muito rasos (< 0,25 m, contacto lítico ou litóide, respectivamente). (1) contacto lítico – horizonte A repousando sobre a rocha consolidada; (2) contacto litóide – horizonte A repousando sobre a rocha fissurada ou em avançado estágio de decomposição consolidada. 2.1.2. Textura do solo A textura do solo na fórmula mínima ou máxima hipotética é apresentada como: textura superficial / textura subsuperficial. Toda a simbologia utilizada para representá-la é apresentada no Quadro 2. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 8 Exemplo: 2/3 em que, 2 textura argilosa no horizonte A e 3 textura média no horizonte B. 2.1.3. Permeabilidade do perfil do solo A permeabilidade do perfil do solo, no sistema de capacidade de uso, refere-se a sua capacidadeem transmitir água ou ar. Segundo Lepsch (1991) a permeabilidade, em termos quantitativos, é a velocidade do fluxo através de uma secção transversal unitária de solo saturado, sob determinado gradiente hidráulico. Exemplo: 2/1 em que, 2 = permeabilidade moderada na camada superficial e 1 = permeabilidade rápida na camada subsuperficial. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 9 Quadro 2. Textura do solo. Símbolo Textura Características 0 não identificada - 1 muito argilosa (teor de argila superior a 60%) Material homogêneo, nuito fino e macio, sem a aspereza da areia, extremamente plástico e pegajoso, forma rolos longos e finos sem fendilhamentos. 2 argilosa (teor de argila entre 35 e 60%) Material homogêneo, nuito fino e macio em sua maior parte, mas pode-se perceber pequena aspereza da areia, muito plástico e pegajoso, forma rolos longos e finos. 3 média (teor de argila menor que 35%, areia maior que 15% e de silte menor que 50%) Material heterogêneo, contituído de areia e argila, com aspereza e alguma plasticidade e pegajosidade, forma rolos às vezes e com dificuldades, os quais se quebram quando dobrados em arcos. 4 siltosa (teor de silte superior a 50%, argila menor que 35% e areia menor que 15%). Material relativamente homogêneo e macio ao tato, ligeiramente plástico e pegajoso, forma rolos com dificuldades, os quais são quebradiços. 5 arenosa (teor de argila inferior a 15% e de areia superior a 70%) Material composto quase que exclusivamente por grãos de areia, não forma rolos. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 10 Quadro 3. Permeabilidade do solo. Símbolo Permeabilidade Características Velocidade de percolação de água 0 não identificada - - 1 Rápida O solo é de textura grosseira (arenosa), ou de estrutura forte, pequena, granular e friável (horizonte B latossólico), apresenta canais que facilitam a percolação de água. > 150 mm h-1 2 Moderada O solo é composto por uma textura e estrutura que condicionam moderada permeabilidade. 5 a 150 mm h-1 3 Lenta O solo é composto por uma textura e estrutura que condicionam permeabilidade lenta. Geralmente, é observada em camadas argilosas ou muito argilosas (exceto latossolos) ou nas de textura média, com argila de atividade elevada e/ou saturação com sódio. < 5 mm h-1 Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 11 2.1.5. Classes de declividade As declividades das glebas de terras no sistema de capacidade de uso são enquadradas dentro de classes. Essas classes de declividades são representadas por letras maiúsculas como estabelecido no Quadro 4. Quadro 4. Classes de declividade. Classe Declividade (d%) A d% ≤ 2% B 2% < d% ≤ 5% C 5% < d% ≤ 10% D 10% < d% ≤ 15% E 15% < d% ≤ 45% F 45% < d% ≤ 70% G d% > 70% 2.1.6. Erosão É de fundamental importância que a erosão do solo, quanto ao tipo e grau, seja identificada, visto que a erosão relaciona-se com a queda de produtividade das terras. Uma vez o tipo e o grau de erosão identificados, pode-se avaliar a natureza e a intensidade das práticas de controle do processo erosivo necessárias para uma dada gleba de terra. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 12 2.1.6.1. Erosão em lençol (laminar) Quadro 5. Erosão em lençol (laminar). Símbolo Erosão em lençol Características 0 Não aparente Presente, mas em grau não identificado. θ Não aparente Tal como ocorre com solos virgens recobertos de vegetação. 1 Ligeira Menos de 25% do solo superficial removido (horizonte A), ou quando não for possível identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo virgem, que haja pelo menos 15 cm de horizonte A remanescente. 2 Moderada 25 a 75% do solo superficial removido (horizonte A), ou quando não for possível identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo virgem, que haja pelo menos 5 a 15 cm de horizonte A remanescente. 3 Severa Com mais de 75% do solo superficial removido (horizonte A), ou quando não for possível identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo virgem, que haja pelo menos 5 cm de horizonte A remanescente. 4 Muito severa Todo o solo superficial (horizonte A) removido, horizonte B bastante erodido, sendo que em alguns casos removido entre 25 a 75% da profundidade original. 5 Extremamente severa Com horizonte B em sua maior parte removido, e com o C já atingido. Nesse caso o solo encontra-se degradado e imprestável para fins agrícolas. 6 Áreas desbarrancadas ou com translocações de terra A área erodida deverá ser delimitada num mapa por linha preta pontilhada (....) tendo no seu interior o símbolo 6. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 13 2.1.6.2. Erosão em sulcos Nesse item os sulcos são classificados segundo a freqüência de ocorrência e com relação a profundidade dos mesmos (Quadros 6 e 7). Quadro 6. Freqüência dos sulcos Símbolo Freqüência Caracterísiticas 7 Ocasionais Área com sulcos distanciados mais de 30 m entre si. 8 Freqüentes Área com sulcos distanciados a menos de 30 m entre si, mas ocupando área inferior a 75%. 9 Muito freqüentes Área com sulcos distanciados a menos de 30 m entre si, mas ocupando área superior a 75%. Quadro 7. Profundidade dos sulcos Símbolo Profundidade Caracterísiticas 7, 8 e 9 Superficiais Sulcos que podem ser cruzados por máquinas agrícolas, e que desfazem totalmento com o preparo do solo. (7), (8) e (9) Rasos Sulcos que podem ser cruzados por máquinas agrícolas, mas que não se desfazem totalmento com o preparo do solo. [7], [8] e [9] Profundos Sulcos que não podem ser cruzados por máquinas agrícolas e que ainda não atingiram o horizonte C. 7V, 8V e 9V (Voçorocas) Muito profundos Sulcos que não podem ser cruzados por máquinas agrícolas e que atingiram o horizonte C, sendo também denominados de voçorocas. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 14 Os símbolos utilizados para notar a erosão em sulcos, considerando-se freqüência e profundidade, são apresentados no Quadro 8. Quadro 8. Símbolos utilizados para notar a erosão em sulcos quanto a freqüência e profundidade. Profundidade dos sulcos Freqüência dos sulcos Ocasionais Freqüentes Muito freqüentes Superficiais 7 8 9 Rasos (7) (8) (9) Profundos [7] [8] [9] Muito Profundos ou voçoroca 7V 8V 9V 2.1.7. Acumulações Símbolo Caracterísiticas Acumulação por deposição coluvial Acumulação de depósitos prejudiciais à exploração agrícola como: areia, seixos ou material do subsolo (horizonte C). Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 15 2.1.8. Erosão eólica A erosão eólica é classificada quanto a origem e grau de intensidade. Quanto a origem ela pode ser assim definida: a) Litorânea (L) é aquela que ocorre junto a orla marítima, com deslocamento de material arenoso (Dunas por exemplo);e b) Continental (C) é aquela que ocorre no interior do continente, as partículas deslocadas não são repostas (Bastante comum em áreas desertificadas, por exemplo). O grau de erosão eólica é avaliado em três níveis como indicado no Quadro9. Quadro 9. Notação para erosão eólica. Tipos de erosão eólica Graus de erosão eólica Pequena ou ligeira Regular ou moderada Severa ou intensa Litorânea (L) L1 L2 L3 Continental (C) C1 C2 C3 Os símbolos que caracterizam a erosão eólica são utilizados na seqüência daqueles empregados para a erosão hídrica. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 16 2.2. Fatores limitantes específicos Um fator é dito limitante quando não pode ser facilmente modificado ou corrigido, por melhoramentos menores empregados pelo homem. Entende-se por melhoramentos menores aqueles que podem ser empregados com recursos diretos ou financiados pelo agricultor, tal que possibilitem a remoção da limitação. Quadro 1. Fatores limitantes da terra. Símbolo Nome Diagnóstico pd Pedregosidade * Presença de pedras, afloramentos rochosos ou matacões. i Inundação * Ocorrência de inundações periódicas. ab Abrúpto * Mudança textural abrupta entre horizontes A e B (aumento de mais de 100% de argila em distância vertical inferior a 7 cm) ve Vértico * Argilas expansivas (Vertissolos). Solos com superfície argilosa que fendilha na época da seca e com alta capacidade de troca. hi Hidromorfismo * Mosqueamento, material orgânico (turfas) ou saturação com água, em períodos superiores a dois meses, até 100 cm de profundidade. se Seca prolongada * Solo seco entre 20 e 100 cm, por mais de 90 dias consecutivos, na maior parte dos anos. gd Geada ou vento frio * Ocorrência periódica de geada, vento frio ou neve. di Distrofismo ** Saturação por bases, entre 20 e 60 cm, inferior a 50% (ou saturação por alumínio entre 10 e 50% ou pH, em água, entre 5,0 e 5,6). al Álico ** Saturação por alumíno de 50% entre 20 e 60 cm (ou saturação bases inferior a 10 ou pH, em água, menor que 5,0). ct Baixa retenção de cátions ** Capacidade de troca (a pH 7,0) no horizonte superficial e subsuperficial ti Tiomorfismo ** Presença de sais de enxofre até 60 cm (pH, em água, na amostra depois de seca < 3,5). so Sodificação ** Saturação elevada com sódio ( > 15% de Na+ até 60 cm). sl Salinização ** Condutividade elétrica > 4 mmhos/cm até 60 cm. ca Carbonatos ** Presença de carbonatos até 60 cm (efervescência com ácido clorídrico e/ou pH superior a 7,3). * fatores limitantes específicos que podem ser identificados no campo; ** dependem de resultados de análises laboratoriais para serem confirmados; Fonte: Adaptado de Lepsch (1991). Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 17 Os fatores limitantes podem ser descritos como (Lepsch, 1991): pd – pedregosidade a) fragmentos grosseiros (c e pd): fragmentos rochosos, em que c – cascalhos (diâmetro entre 2 e 20 mm) e pd – pedras (diâmetro entre 20 e 200 mm); b) matacões (m): fragmentos rochosos maiores que 200 mm; c) afloramento rochoso (r): rochas aflorando na superfície. Classes de pedregosidade: pd0 : significativamente presente, em grau e tipo não identificado; pdl : com poucas pedras, representando menos de 15 % da massa do solo, em volume, ou, quando em matacões, cobrem menos de 0,01% da superfície do solo, ou são espaçados entre si de mais de 30 m (matacões não muito grandes, de cerca de 30cm de diâmetro) ou, finalmente, quando as rochas abrangem menos de 2 % da superfície do solo ou são espaçadas entre si de mais de 100 m(desde que não sejam muito grandes), quando se desejar diferenciar matacões(m) de rochas (r), colocar após ao número 1 (um), indicador da classe de pedregosidade, a letra m ou r respectivamente. Exemplo: pdl (r); pd2: solos contendo entre 15 e 50 % de pedras, em volume da massa de solo, já apresentando efeitos significativos das pedras sobre as propriedades de retenção e infiltração de água, de controle de enxurrada, de penetração das raízes etc., e também efeitos de desgaste e/ou dificuldade de emprego de máquinas de preparo e cultivo de solo; pd3 : solos extremamente abundantes em pedras, quando contendo mais de 50% de pedras, em volume da massa do solo, apresentando, por isso, fortes efeitos sobre as propriedades físicas do solo e sobre a durabilidade e a facilidade de emprego de máquínas de preparo e cultivo do solo; pd4 : solos com matacões, apresentando matacões em quantidade capaz de interferir no preparo mecanizado do solo, porém não em proporção de tornar impraticável a exploração com culturas que requeiram freqüentes cultivos; os matacões cobrem entre 0,01 % e 1% da superfície do solo, o que equivale dizer que matacões, de cerca de 30 cm de diâmetro médio, ocorrem entre 3 e 30 m; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 18 pd5: solos abundantes em matacões, apresentando matacões em quantidade suficiente para imgedir o uso de máquinas de tração mecânica para o preparo e cultivo do solo, mas ainda permitindo o uso de máquinas agrícolas simples de tração animal e instrumentos e ferramentas manuais para cultivo do solo e trato de certas culturas arbustivas ou arbóreas; os matacôes cobrem entre 1 a 10% da superfície do terreno, o que equivale dizer que matacões de cerca de 30cm de diâmetro médio apresentam-se espaçados uns dos outros cerca de 1 a 3 metros; pd6: solos excessivamente abundantes em matacões, apresentando matacões em quantidade tal a tornar impraticável qualquer cultura, pela impossibilidade de emprego de máquinas ou instrumentos agrícolas, podendo, entretanto, ter algum valor para pastagem ou silvicultura; os matacões cobrem mais de 10% e menos de 90% da superfície do solo, o que equivale dizer que matacões de cerca de 30cm de diâmetro médio apresentam-se espaçados de distâncias inferiores a cerca de 1 metro, ou matacões de cerca de 60 cm de diâmetro médio apresentam-se a intervalos menores que 2 metros.Quando a ocorrência de matacões for em proporções superiores às descritas, ofuscando as demais caracteristicas do solo e impossibilitando a prática de agricultura econômica, o terreno passará a ser registrado simplesmente como rochoso (Er); pd7: solos rochosos : apresentando afloramentos rochosos ou rochas extremamente próximas da superfícíe, em quantídade significativa para impedir o uso das máquinas agrícolas mais comuns, mas ainda permitindo o uso das máquinas de tração animal. As exposiçôes rochosas cobrem superfícies do solo que variam entre 2 e 15 %, correspondendo, aproximadamente, a distâncias entre 15 e 100 metros de uma a outra; pd8: solos muito rochosos, apresentando exposições rochosas em quantidade capaz de impedir o uso de máquinas agrícolas de tração mecânica, mas ainda permitindo o uso de algumas máquinas de traçâo animal. São terrenos mais adaptados a pastagens, que podem ser utilizados para certas culturas arbustivas ou arbóreas que não exigem freqüentes cultivos. As exposições rochosas cobrem de 15 a 50% da superfície do solo, espaçadas, aproximadamente, de 3 a 15 metros; pd9: solos extremamente rochosos, apresentando exposições rochosas em quantidade capaz de impedir o emprego de qualquer máquina agrícola, podendo, entretanto, ser explorados com pastagens e silvicultura. As exposições rochosas cobrem superfícies do solo superiores a 50% e inferiores a 90%, o que corresponde a espaços menores que 3 metros. Quando a condiçãa rochosa for de forma a ofuscar as demais características do solo e impossibilitar a prática de agricultura, registra-se o local simplesmente como terreno rochoso (Er) . Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 19 i - Inundação O risco das inundações deverá ser indicado pela freqüênciae pela duração usual com que ocorrem. Freqüência: a) ocasionais: com mais de cinco anos de recorrência provável; b) freqüentes: com recorrência provável entre um e cinco anos; c) muito freqüentes ou anuais: ocorrendo sistematicamente todo ano, repetindo-se uma ou mais vezes nas várias estaçôes do ano. Duração: a) curtas: duração inferior a 2 dias; b) médias: duração de 2 dias a 1 mês; c) longas: duração > 1 mês. Quadro 00. Simbologia utilizada para representar risco de inundação. Freqüência de ocorrência Duração das inundações Ocasionais Freqüentes Anuais ou Muito freqüentes Curtas i1 i4 i7 Médias i2 i5 i8 Longas i3 i6 i9 Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 20 ab – Caráter abrupto: É a brusca mudança textural no perfil do solo, caracterizada por um aumento no teor de argila (dobro ou mais), numa distância vertical menor ou igual a 7 cm entre o horizontes A e B. ve - Caráter vértico: Solos com predomínio de argilominerais expansivos de alta atividade. O caráter vértico é identificado quando os solos apresentarem mais de 30% de argila e fendilhamento intensivo, com fendas de mais de 4cm de largura na superfície, na época da estação seca. A análise do solo deverá acusar também, na camada subsuperficial, uma capacidade de troca maior que 24 meq/100g de argila. hi - Hidromorfismo : O hidromorfismo é um processo que indica deficiência de oxigênio e sua intensidade normalmente aumenta nas camadas mais profundas do solo. Como a profundidade de ocorrência do hidromorfismo é função do tempo e intensidade de encharcamento, Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 21 pode-se estabelecer as seguintes classes possíveis de identificação no campo: hio: presente em grau não identificado; hil: gleização a uma profundidade igual ou superior a 100 cm, com descoramento e/ou mosqueados típicos de hídromorfismo. Água do solo escoa de forma relativamente lenta, ao do perfil o qual se mantém encharcado por um período curto, mas significatívo. É possível, com certas limitações, o desenvolvimento das culturas não adaptadas ao encharcamento sem drenagem artificial; hi2: gleização a uma profundidade igual ou superior a 50cm, mas não superior a 100 cm, forte descoramento e/ou mosqueamento típico. A água do solo escoa lentamente pelo perfil, o suficiente para conservá-lo encharcado por períodos significativos, porém não por todo o tempo. O desenvolvimento das culturas já é marcadamente restrito, obrigando o uso de drenagem artificial; hi3: gleização a uma profundidade igual ou superior a 25cm, mas não superior a 50cm, observando-se características nítidas do processo de gleização, como coloração cinza-clara abaixo dessa profundidade. A água se perde tão lentamente que o corpo do solo se apresenta encharcado por grande parte do tempo; o lençol freático aflora à superfície ou chega bem próximo dela durante parte do ano, seja em conseqüência de camadas lentamente permeáveis, seja pela adição freqüente de água. O desenvolvimento das culturas já é restrito e requer drenagem artificial; hi4: gleização até à superfície do perfil, com características típicas de completo hidromorfismo, cores cinzentas, a partir da superfície ou acúmulo de mais de 50cm de material orgânico (turfa). A água se perde tão lentamente através do corpo do salo. O lençol freático aflora à superfície ou permanece sobre esta durante a maior parte do tempo. São solos de depressões sempre encharcadas e freqüentemente inundadas. São tão encharcados que impedem o desenvolvimento das culturas, em alguns casos com exceção do arroz, a menos que sejam artificialmente drenados. se - Seca prolongada: Terras em que alguma parte do perfil do solo, compreendida até um metro de profundidade, permanece próxima do ponto de murcha permanente por noventa dias consecutivos ou mais na maior parte dos anos. Locais com estação seca muito prolongada. Cultivos Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 22 perenes, exceto de plantas muito adaptadas às condições de falta de água, só podem ser feitos com auxílio de irrigação. gd - Geada e/au vento frio: Refere-se a locais onde existe a possibilidade de ocorrência de geadas, ventos frios, ou mesmo neve, que, devido a sua intensidade, podem influenciar na escolha dos cultivos a serem implantados. As informações sobre a ocorrência desses fenômenos poderão ser obtidas por dados meteorológicos ou, no campo, através de informações fornecidas pelos agricultores. di - Baixa saturação por bases ou caráter distrófico: Um solo se enquadra nessa categoria quando sua saturação por bases no horizonte subsuperficial é inferior a 50% (método da CTC determinado pela soma de cátions mais hidrogênio, a pH 7) ou quando apresenta saturação por alumínio entre 10 e 50% (quando a saturação por alumínio for maior que 50%, o solo, além de distrófico, é álico. Não há necessidade, portanto, de mencionar o caráter distrófico para os solos álicos, uma vez que nesse caso esses fatores limitantes sempre ocorrem associados). Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 23 al - Saturação por alumínio ou caráter álico: m = 100 x Al3+ /(Al3+ + K+ + Ca+2 + Mg2+ + Na+) al - Alta saturação com alumínio ou caráter álico: Este fator limitante se refere às altas concentrações de alumínio trocável na camada subsuperficial. É identificado quando m ≥ 50%, o que geralmente ocorre quando os valores de pH, determinado em água, são inferiores a 5,0, e de saturação de bases inferior a 10%. Da mesma forma que o caráter distrófico; esse fator deve ser identificado na camada subsuperficial (geralmente 40-60cm de profundidade), uma vez que, na camada arável, poderá ser corrigido com aplicação de calcário, prática esta que deve ser considerada como melhoramento menor. ct - Capacidade de retenção de cátions muito baixa: É utilizado para indicar solos com valores de capacidade de troca rnuito baixos na camada superficial (horizonte A) e subsuperficial (topo do horizonte B) e, como conseqüência, baixa capacidade de retenção de nutrientes para as plantas. É considerada Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 24 característica de difícil alteração pelo homem, poís a capacidade de troca, normalmente, só pode ser aumentada com a adição de matéria orgânica ao solo, prática nem sempre possível e de efeito efêmero, caso não seja periódica. A baixa capacidade de troca se dá quando seus valores (T) são menores que 4 meq/ 100g de solo (quando o valor T é determinado pela soma de bases mais alumínio e hidrogénio, extraído a pH 7), ou que 2 meq de cátions por 100g de solo (determinado ao pH do solo, ou seja soma das bases com alumínio sem considerar o H). ti - tiomorfismo: Indica a presença de materiais sulfídricos ou sulfatados (compostos de enxofre) em solos mal ou muito mal drenados (áreas planas, encharcadas, próximas à orla marïtíma e que, por ísso, podem ser (ou foram) influenciadas por água salobra). Quando essa característica ocorre, os solos são denominados tiormóficos, que tanto podem ser orgânicos como minerais (Orgânico Tiomórfico e Glei Tiomórfico respectivamente). Quando um sólo que apresenta o caráter tiomórfico é drenado, os sulfetos nele existentes se oxidam, formando ácido sulfúrico. Então o pH, que em condições de encharcamento está normalmente Prof. Dr. Marcílio VieiraMartins Filho UNESP - Jaboticabal 25 perto da neutralidade (entre 6 e 7), pode baixar após a drenagem, a valores inferiores a 3,5. O ácido assim formado pode reagir quimicamente com o solo para formar sulfatos de alumínio e ferro. O sulfato de alumínio ( jarosita) segrega-se no interior do solo, formando um mosqueado amarelo, característico dos solos tiomórficos. Isso pode impedir o cultivo econômico de qualquer tipo de vegetal. Se o caráter tiomórfico ocorre, os solos devem ser mantidos encharcados e com sua vegetação natural, pois, se drenados, correm o risco de tornarem-se tão improdutivos que perderão até mesmo a utilidade de proteção de fauna e flora silvestre. O caráter tiomórfico é identificado quando amostras de solo, retiradas de profundidade entre 0 e 40cm, depois de secas ao ar, apresentam valores de pH em água menores que 3,5 (se for possível a determinação de enxofre, quando apresentarem mais de 0,75% de enxofre e quantidades de carbonato menores que três vezes a quantidade de enxofre) . No campo, suspeitas são levantadas quanto à presença de materiais sulfídricos quando apresentam algum odor de gás sulfídrico (cheiro de ovo podre) ao serem escavados, ou quando em áreas drenadas aparece o mosqueado amarelo de jarosita, verificado facilmente nas paredes dos drenos. Para identificação rápida no campo, uma amostra de solo pode também ser rapidamente oxidada, Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 26 aplicando-lhe água oxigenada concentrada e, assim, medindo-se o pH depois desta oxidação, que deve equivaler à da amostra seca. so - sodicidade: É a saturação elevada com sódio ou sodificação. A dominância de sódio trocável, altamente nociva e prejudiciai às plantas, normalmente só ocorre em áreas deprimidas, em clima semi-árido ou faixas costeiras influenciadas pela água do mar. Como a determinação do sódio trocável não é feita rotineiramente na maioria dos laboratórios de fertilidade do solo, recomenda-se que esta análise só seja solicitada nos casos em que as observações de campo dêem margem a suspeitas sobre sua presença. Os indícios são áreas baixas ligeiramente deprimidas com vegetaçâo rala, em regiões de clima semi-árido, ou áreas planas que sofrem influência da água do mar. Classificação do grau da sodificação: soo: presença em grau não identificado; so1: moderada: solos que apresentam pequena quantidade de sódio trocável, em cujo teor no complexo de troca está compreendido entre 6 e 15%, apresentando problemas simples de uso com plantas cultivadas; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 27 so2: forte: solos que apresentam quantidades excessivas de sódio trocável, cujo teor no complexo de troca está compreendido entre 15 e 20 %, apresentando sérios problemas para as culturas; so3: muito forte: solos cujo teor de sódio trocável é superior a 20%, impedindo completamente seu uso com plantas cultivadas. sl - Salinidade: É a característica que o solo apresenta quando ocorre a presença em quantidades excessivas, de sais solúveis, principalmente cloretos e sulfatos de sódio, cálcio e magnésio. A grande concentração de sais solúveis no solo constitui impedimento ao normal desenvolvimento da maioria das plantas cultivadas, sendo, pois, de grande importância a determinação do grau de salinidade nas regiôes mais secas do país, como base para classificação de sua capacidade de uso. São considerados solos com salinidade, ou sálicos, aqueles que apresentam condutividade elétrica superior a 4mmhos/cm a 25°C, equivalendo a quantidades de sais solílveis superiores a 15 % e com problemas de excesso de sal para as plantas. Normalmente, um solo salino apresenta também sodificaçâo, isto é, além de excesso de sais solúveis possui saturação elevada de sódio (mais de 15% da capacidade de troca). Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 28 Para indicar esse fator limitante, podem ser usados os seguintes índices : slo: presente, mas em grau não identificado; sl1: Ligeira: solos que apresentam quantidades totais de sais solúveis entre 0,1 e 0,3% e/ou, a condutividade elétrica variando entre 2 e 4mmho/cm, a 25°C. O rendimento das culturas sensíveis pode ser afetado ou inibido, pouco ou nada sofrendo, entretanto, as culturas resistentes à salinidade; sl2: moderada: solos que apresentam quantidades totais de sais solúveis com concentrações entre 0,3 e 1,0%, e/ou, com a condutividade elétrica variando entre 4 e l5mmho/cm, a 25°C. O rendimento de várias culturas é grandemente afetado e inibido pelos sais presentes, com sérias limitações para a capacidade de uso do solo; sl3: forte: solos que apresentam em alguma época do ano quantidades excessivas de sais solúveis com concentrações superiores a 1,0% e/ou, com a condutividade elétrica acima de l5 mmho/cm, a 25° C. As culturas em geral não produzem, havendo exceção apenas para poucas espécies muito tolerantes. As áreas são desprotegidas de cobertura vegetal e apresentam crostas de sal na superfície. ca - Presença de carbonatos: Os carbonatos podem ocorrer em certas áreas com clima árido ou semi-árido. Os íons carbonato (CO32-) e bicarbonato (HCO3-) são inter-relacionados, sendo que os teores relativos de cada um são uma função do pH da solução do solo. O CO32- tem atividade baixa em solos ácidos; entretanto, em solos com valores de pH acima de 9,0, teores consideráveis deste ion podem estar presentes. A valores de pH ao redor ou inferior a 7,0 , a concentração do íon bicarbonato raramente excede 3 ou 4 meq/l. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 29 Tais teores são considerados relativamente baixos, sendo que valores acima de 8,O meq/l são classificados como consideráveis. A toxicidade de bicarbonato pode ocasionar desbalanceamento nutriçional, reduzindo a disponibilidade de ferro, de fósforo e zinco e inibindo, em muitas plantas, a absorção de N, P e K, provavelmente através de um dano fisiológico às raízes, reduzindo drasticamente, dessa maneira, o crescimento da planta. No campo, a presença de CO32- ou HCO3- pode ser detectada, derramando-se no solo algumas gotas de ácido clorídrico dilufdo (HCl a 10%). Se houver carbonatos, haverá efemescência imediatamente ao contato do solo com o ácido. No laboratório, se não houver possibilidade de análises mais específicas, o solo poderá ser classificado como carbonático se apresentar um pH, em água, superior a 7,3. Se houver possibilidade de análise específica para CaCO3 equivalente, o solo pode ser considerado como tendo quantidades moderadas de carbonato quando a porcentagem por peso de CaCO3 equivalente estiver entre 5 e 15 %, e quantidades altas se esses valores forem superioies a 15%. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 30 2.3. Uso atual, nível tecnológico e estádio de desbravamento Segundo Lepsch (1991) o uso atual, no levantamento, fornece dados para a elaboração do planejamento a ser desenvolvido. O uso da terra dá indicações sobre a tradição e a experiência dos agricultores numa região e, ainda, demonstra como ela vem sendo manejada, o que será de grnade valia no planejamento de manejos futuros. O uso atual da terra é caracterizado nos mapas segundo uma série de símbolos em seqüência convencional de cinco níveis categóricos (Lepsch, 1991). Em levantamentos semidetalhados, com escalas entre 1:25.000 e 1:100.000, é muito difícil aparecer detalhes acima do segundonível. Nos levantamentos detalhados, com escalas maiores que 1:25.000, poderão haver até cinco símbolos, caracterizando o uso atual, o nível tecnológico e o estádio de desbravamento. Exemplo: LasMt1 em que: L = Lavoura; a = anual; m = soja; M = tecnologia de nível médio: t1 = destocamento leve. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 31 2.3.1. Primeiro nível Nesse nível os grandes aspectos do uso atual da terra são discriminados. Na sequência esles serão relacionados como símbolo: definição: características. F: floresta: vegetação natural composta de árvores de porte alto e médio, cujas copas se tocam, dando, a distãncia, a impressão de formar uma cobertura contínua. Vegetação vulgarmente deniminada por mata; S: cerrado: formaçâo vegetal com três estratos distintos, em proporções variáveis: um arbóreo, um arbustivo e um subarbustivo, também designado graminoso. Normalmente, os estratos arbóreos e arbustivos apresentam troncos e galhos tortuasos e duros, casca grossa e porosa, folhas coriáceas e sistema radicular bem desenvolvido. Espécies dominantes da flora peculiar: barbatimão, pau- -terra, baru, tingui e pequi. Espécies dominantes de flora acessória: angico, copaíba, sucupira-branca, sucupira-parda, aroeira, gonçalo-alves e jacarandá; T: caatinga: formação vegetal predominantemente lenhosa de espécies caducifólicas, espinhosas ou não, com maior ou menor número de xerófilas. Um tapete efêmero enverdece rapidamente na época chuvosa. A vegetação da caatinga é constituída por indivíduos lenhosos, esclerófilos, com altura máxima de 5 metros, formando um denso e confuso emaranhado. Ocorrem freqüentemente bromeliáceas e até cactáceas. As espécies lenhosas mais comuns são: mirtáceas, solnáceas e leguminosas; B: babaçual: mata com predomínio das palmeiras babaçu; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 32 C: campo nativo: gramíneas e ciperáceas entremeados de outras espécies rasteiras. Às vezes, ocorre entremeada com áreas florestais. O: complexo vegetacional: formações mistas de florestas, cerrados, caatingas e campos em diferentes combinações; M: manguesal: formação vegetal arbórea litorânea com áreas intermitentemente inundáveis; G: vegetação de restinga: formação da flora psamofilítica litorânea; J: alagadiço e pântano: formação brejosa e de várzeas higrofíticas, onde a água do solo superficial permanece em excesso durante todo ou parte do ano; E: terreno sáfaro au estérál: área rochosa, aquosa, salinizada, semidesértíca, extremamente erodida, onde a vegetaçâo recobre menos de 10% do terreno; P: pastagem: área naturalmente recoberta ou cultivada em menor ou maior grau, com vegetação utilizada para pastejo do gado; L: lavoura: área com culturas de natureza, porte e ciclo variados; H: horticultura: área utilizada com explorações frutícolas, olerícolas e florícolas diversas; V: silvicultura: área florestada ou reflorestada com essências nativas ou exóticas, em plantio disciplinado, visando à exploração de madeira, lenha, celulose, carvão e outros produtos; I: áreas irrigadas: pastagem, lavoura ou horticultura irrigada; R: áreas exploradas com rotação: pastagem, lavoura ou horticultura em rotação; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 33 A: cultura em consorciação: culturas diversas em consorciação; D: Área em pousio ou descanso: terra cultivável em descanso. 2.3.2. Segundo nível Discrmina aspectos especiais de vegetação e uso atual da terra detalhando o primeiro nível. Floresta (F), subdividida da seguinte forma: Fp : megatérmica pluvial perenifólica: floresta densa, alta, com folhas persistentes, bem estratificada, e com árvores emergentes. Ocorre nas áreas hileianas da Amazônia e da Bahia; Fs: megatérmica pluvial subperenifólica: formação alta e densa, porém sem árvores emergentes, em parte caducifólia ( menos de 10% ). Ocorre especialmente no Meio-Norte e na faixa marítima de Natal e Salvador; Fc: megatérmica pluvial subcaducifólia: formação alta e densa, sem árvores emergentes, com média caducifólia (cerca de 30%). Ocorre no norte e no sul da Amazônia e em partes da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás; Fe: megatérmáca pluvial espinhosa: formação correspondente à caatinga arbórea da região seca do Polígono das Secas; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 34 Fn: megatérmica pluvial não espinhosa: formação correspondente às denominadas mata seca, no Nordeste, e mata de cipó, na Bahia; Fm: mesotérmica pluvial subperenifólia: formação alta e densa, eventualmente com árvores emergentes, com poucas espécies caducifólicas (menos de 10 % ); Fl: formação local: formação arbórea primária localizada em pequenas áreas como resultado de condições locais de solo ou clima; Fu: explorada ou utilizada subsidiariamente: floresta nativa explorada com retirada de produtos florestais ou aproveitada subsidiariamente para pastagem, culturas de sub-bosque ou outras; Fx: recentemente derrubada: área onde a floresta foi recentemente derrubada e ainda não substituída por outra exploração; Fr: em regeneração ou capoeira: formação secundária resultante de regeneração natural em terreno originariamente coberto de floresta. Cerrado (S), subdividida da seguinte forma: Sg: cerrado grosso ou cerradão: formação com características definidas. Pode ser considerada uma floresta típica mais ligada aos fatores climáticos, constituída por isso de três andares vegetais distintos: a) o primeiro é formado de gramíneas, leguminosas, ciperáceas rasteiras ou de pequeno porte, na grande maioria, vivendo à sombra de andares superiores ou de parca luminosidade; b) o segundo andar vegetal compõe-se de arbustos e pequenas formas arbóreas dos mais variados tipos, constituindo um sub- bosque, donde sai a lenha-branca do conceito popular; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 35 c) o terceiro andar vegetal, o principal, é formado de árvores que vão de 5-6 metros a 18-20 m de altura. As árvores são menos tortuosas que as do cerrado, aparecendo exemplares com caules relativamente retilíneos. As formas arbóreas, quase sempre de madeiras duras, têm expressão florestal, sendo sua exploração de razoável valor econômico. O exemplo do pequi (Caryocar brasiliensis) é típico (12-15 m de altura e 60-80 cm de diâmetro); Sc: cerrado propriamente dito ou cerrado médio: formação constituída de formas arbóreas que dificilmente ultrapassam 6 m de altura. As árvores e arbustos do cerrado apresentam caules tortuosos, recobertos de espessa casca, folhas coriáceas, com aparência de vegetação adaptada a ambientes secos (xeromorfa). Aparência, apenas, visto não ser a água o fator mais limitante do cerrado; Ss: cerrado ralo ou campo sujo: apresenta a formação de campo entremeada de arbustos esparsos e de raras formas arbóreas; Sl: campo limpo: constituído apenas da gramíneas e raramente formas arbustivas. Caatinga (T), subdividida da seguinte forma : To: hipoxerófila: caatinga subúmida. Ocorre no agreste da Paraíba, de Pernambucano, Alagoas e Sergipe, na região denominada Caatinga litorânea, e na região de Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, em Minas Gerais; Te: hiperxerófila: caatinga subseca. Ocorre na região do Sertão nos Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,Pernambuco e Bahia e na região do Cariri, na Paraíba; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 36 Td : subdesértica: caatinga seca. Ocorre na região do Seridó, no Rio Grande do Norte, em região similar do Ceará e na do submédio São Francisco, na Bahia; Tc: chaco matogrossense: agrupamentos florestais caducifólios espinhosos. Campo nativo (C) : Ca: de altitude ("meadow"): formação de clima mesotérmico de altitude, com gramíneas baixas e ciperáceas altas, caracterizada sobretudo pela presença de pequenos arbustos; Ce: estacional ou pradaria ("prairie"): formação de clima mesotérmico úmido, com gramíneas estacionais, encontrada nas depressões sazonalmente inundáveis; Cs : mesotérmico ou estépico ( "steppe" ) : formação de gramíneas de altura bastante variável, entremeadas por inúmeras plantas efêmeras, que apresenta, na época mais fria, um aspecto menos denso; Cv: megatérmico ou das várzeas amazônicas: formação de gramíneas em terrenos de váxzeas. Ocorre nas várzeas do Baixo Amazonas. Complexo vegetacional (O), subdividido da seguinte forma: Or: campos de Roraima; Oc: campos de Cachimbo; Op: campos de Puciari-Humaitá. Terreno de sáfaro ou estéril (E), subdividido da seguinte forma : Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 37 Er : rochoso : afloramento de rocha ou matacões soltos; Ea: aquoso: massa d'água, rio, lagoas, represas; Es: salinizado: danificado pela salga; Ee: erodido: danificado pela erosão severa; Ev: dunoso: dunas de areia não fixadas. Pastagem (P), subdividida da seguinte forma: Pn: nativa não melhorada: área naturalmente recoberta com gramíneas e outras plantas forrageiras capazes de suportar razoável número de cabeças de gado, mas não beneficiada com cercas divisórias, bebedouros e outros melhoramentos; Pm: nativa melhorada: área naturalmente recoberta com gramíneas e outras plantas forrageiras, beneficiada com melhoramentos, tais como: limpeza periódica, ressemeio de capins, subdivisão em pastos menores, provisão e melhoramento de bebedouros e outros; Pc: cultivada: área plantada com gramíneas e/ou outras plantas forrageiras, admitindo-se ou não uma cultura auxiliar para o preparo e condicionamento prévio do terreno; Px: capineira e plantas forrageiras: área plantada com forrageiras para corte ou colheita de material forrageiro, pondendo ser pastoreada ou não. Lavoura (L), subdividida da seguinte forma : Lp: perene ou permanente: culturas com duração superior a dez anos; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 38 Lt: temporária ou semiperene: culturas com duração de um e meio a dez anos; La: anual: culturas de ciclo curto, abaixo de um ano. Horticultura (H), subdividida da seguinte forma: Hf : fruticultura: culturas frutfcolas ou pomicultura; Ho: olericultura e floriicultura: hortaliças e flores. Silvicultura (V ), subdividida da seguinte forma : Va : araucária; Vd: essências exóticas diversas; Ve: eucalipto; Vn: essências nativas; Vp: Pinus. Irrigadas (I), subdividida da seguinte forma: Ip: pastagem irrigada artificialmente; Il: lavouras com culturas perenes, temporárias ou anuais irrigadas; Ih: horticultura em pomares e hortas irrigadas; 1r: culturas irrigadas em rotação com pastagem. Rotação (R), subdividida da seguinte forma: Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 39 Rc: culturas em rotação; Rp : culturas e pastagens em rotação. Consociação (A), subdividida da seguinte forma : Aa: lavouras anuais; Ah: horticultura e lavoura; Ac: lavouras semiperenes e lavouras anuais; Ap: lavouras perenes e lavouras anuais; As: silvicultura e lavouras; Ab: silvicultura e pastagens. 2.3.3. Terceiro nível Detalha aspectos do uso atual da terra, relativos ao segundo nível categórico. Floresta (F), subdividida da seguinte forma: Fu : floresta explorada ou utilizada subsidiariamente; Fub: exploração de borracha e/ou látex; Fuc: extração de casca para cortiça; Fuf : colheita de frutos; Fui: exploração de madeiras de construção e industriais; Fuk: exploração do mate; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 40 Ful: extração de lenha ou carvão; Fuo: extração de óleos essenciais; Fup: pastejo de gado; Fur: colheita de raízes e plantas medicinais; Fus: extração de seiva, resina e cera; Fut: extração de tanino. Fr: floresta em regeneração ou capoeira; Frc: capoeirão; Frd: capoeira fechada ou densa; Fri: capoeira incipiente; Frr: capoeira rala. Pastagem (P), subdividida da seguinte forma : Pn: pastagem nativa não melhorada; Pna: alagadiço e pântano; Pnc: campo ou pradaria nativa; Pnf : floresta; Png: vegetação de restinga; Pnt: caatinga; Prts: cerrado; Pm: pastagem nativa melhorada; Pc: pastagem, cultivada; Pca: capim-angola, bengo, capim-de-planta; Pcb: capim-braquiária; Pcc: capim-colonião; Pcd: gramíneas diversas; Pce: capim-elefante ou napier; Pcg: capim-gordura, meloso ou catingueiro; Pci: anuais de inverno; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 41 Pcj: capim-jaraguá ou provisório; Pcl: leguminosas diversas; Pcm: grama-missioneira; Pco: pensacola; Pep: capim-pangola; Pcr: capim-gengibre; Pcs: capim-sempre-verde; Pct: grama-batatais; Pcv: anuais de verão; ( ) : mistas ou consorciadas (anotar dentro dos parênteses, as letras correspondentes) Px: capineira ou plantas forrageiras; Pxa: algarobeira; Pxc: cana-de-açúcar; Pxd: guandu ou ando; Pxe: capim-elefante ou napier; Pxf : alfafa; Pxg: capim-guatemala; Pxi: capim-imperial; Pxk: cudzu; Pxl: leguminosas díversas; Pxp: palma sem espinho; Pxs: soja perene. Lavoura (L), subdividida da seguinte forma : Lp: lavoura perene ou permanente; Lpa: amoreira; Lpb: borracha ou seringueira; Lpc: café; Lpd: dendê; Lpp: pimenteira-do-reino; Lpt: tungue; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 42 Lpu: cacau; Lpx: chá. Lt : lavoura temporária ou semiperene; Lta: algodão arbóreo; Ltb: batata-doce; Ltc: cana-de-açúcar; Lti: rami; Ltf: fórmío; Ltm: mandioca; Lts: sisal; Ltu: mucuna. La: lavoura anual; Laa: algodão herbáceo; Lab: batata (batata-inglesa); Lac: centeio; Lad: amendoim; Lae: ervilha-de-vaca ou feijão-macassar; Laf : feijão; Lag: gergelim; Lah: girassol; Lai: aveia; Laj: juta; Lal: linho; Lam: milho; Lan: menta; Lao: sorgo; Lap: feijão-de-porco; Laq: malva; Lar: arroz; Las: soja; Lat: trigo; Lau: fumo; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 43 Lav: cevada. Horticultura (H), subdividida da seguinte forma : Hf : fruticuitura; Hfa: abacate; Hjb: banana; Hfc: citros; Hfe: maçã; Hff : figo; Hfg: goiaba; Hfi: mirtáceas; Hfj: caju; Hfk: caqui; Hfl: marmelo; Hfm: mamão; Hfn: manga; Hfo: coco; Hfp : pêssego; Hfr: pêra; Hfv : videira; Hfx: abacaxi; Hfd: diversos (pomar doméstico com diversas espécies). Ho: olericultura e floricultura; Haa : alface; Hob: berinjela; Hoc: cebola; Hoe: ervilha;Hof : flores; Hog: moranga; Hol: alho; Hom: melancia; Hon: cenoura; Hoo: abóbora; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 44 Hop: pimentão; Hoq: quiabo; Hor: repolho; Hot: tomate; Hou: chuchu; Hov: couve-flor; Hox: maxixe; Hod: diversos (horta doméstica com diversas espécies). Silvicultura (V), subdividida da seguinte forma: Va: araucária; Vap: pinheiro-do-paraná. Vd : essências exóticas diversas; Vdg : gmelina; Vdk: quiri. Ve: eucalipto; Vea: Eucalyptus urophylla; Veb: Eucalyptus botrioides; Vec : Eucalyptus citriodora; Ved: Eucalyptus camaldulensis; Veg : Eucalyptus globulosus; Vei : Eucalyptus grandis; Vel: Eucalyptus longifolila; Ver: Eucalyptus rostrata; Ves: Eucalyptus saligna; Vet: Eucalyptus tereticornis. Vn: essências nativas; Vna: angico; Vnb: baru; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 45 Vnd: jacarandá; Vne: embaúba; Vnj: jacaré; Vns: sabiá; Vnt: bracatinga; Vnu: bambu. Vp: Pinus; Vpc: P. caribaea caribaea; V~h: P. caribaea hondurensis; ype: P. elliottii; Vpo: P. oocarpa; Vpp: P. patula; Vpr: P. radiata; Vpt: P. taeda; Vpk: P. kesiya. Irrigada (1), subdividida da seguinte forma : Ip: pastagem irrigada; Ipc: cultivada; Ipx: capineira ou plantas forrageiras. Il: lavoura irrigada; Ila: arroz; Ilb: batata. (batata-inglesa); Ilc: cana-de-açúcar; Ilr: cará. Ih: horticultura irrigada; Ihf: flores; Iho: olerícolas; Ihp: pomar ou frutíferas. Ir: culturas em rotação irrigada; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 46 Ira: arroz e pasto; Ihb: arroz e batata. Rotação (R), subdividida da seguinte forma: Rc : culturas em rotação; Rca: arroz e batata. Rcb: arroz e leguminosas para adubo verde; Rcd: cana-de-açúcar e leguminosas para adubo verde; Rcm: mandioca e milho; Rcs: sisal e milho. Rp: culturas e pastagem em rotação; Rpd: algodão, milho e leguminosas para forragem. Rpm: mandioca e pastagem; Rpr: milho e pastagem; Rpt: arroz e pastagem; Rpx: trigo e pastagem ; Rpm: abacaxi e pastagem. Culturas em consorciação (A), subdividida da seguinte forma: Ap: lavouras perenes e lavouras anuais em consorciação; Apb: seringueira e leguminosas; Apf : café e feijão; Apm.: café e milho; Apr: café e arroz. As: silvicultura e lavoura em consorciação; Asa: araucária e milho; Asd: essências exóticas diversas e milho; Asn: essências nativas e milho; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 47 Asp: Pinus e milho. Ab: silvicultura e pastagens em consorciação; Abe: eucalipto e pastagem; Abp: Pinus e pastagem. 2.3.4. Quarto nível ou nível tecnológico Indica o grau de desenvolvimento da tecnologia agrícola adotada (ou "nível de manejo" da terra) . Pode vir imediatamente após o número indicativo do primeiro nível, como após o do segundo nível. N: Tecnologia de nível nulo. Refere-se a adoção de processos, implementos e ferramentas rudimentares e primitivas. B: Tecnologia de nível baixo. Processos e implementos semitecnificados. Tecnologia ligeiramente desenvolvida com adoção de técnicas que evidenciam um início de racionalização, embora ainda em nível baixo ou errôneo. M: Tecnologia de nível médio. Processos e implementos tecnificados. Tecnologia medianamente desenvolvida e racionalizada. E: Tecnologia de nível elevado. Processos e implementos altamente tecnificados. Tecnologia de nível altamente avançado e em consonância com modernas recomendações de institutos e órgãos de pesquisas, evidenciando alto nível de racionalização. V: Investimentos vultosos porém mal aplicados. Processos e implementos ‘dispendiosos e vultosos, porém mal planejados, inadequados para as condições locais, mal ou incorretamente executados. Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 48 2.3.5. Quinto nível ou estádio de desbravamento Indica o estádio de desbravamento do terreno (t), indicando seu grau de desmatamento e de destocamento, os quais podem ser classificadas da seguinte maneira: to : não identificado, mas presente; t1 : destocamento leve: terra com pequena quantidade de tocos, em número inferior a 100/ha, espaçados entre si por distâncias médias superiores a 10 m, ou terra com tocos, embora em número maior, mas de porte pequeno, com diâmetros médios inferiores a 15 cm; t2 : destocamento médio: terra com quantidade média de tocos, em número de 100 a 600/ha, espaçados entre si de 10 a 4 m em média, ou terra com tocos em quantidade e porte médios, com diâmetros médios éntre 15 e 40 cm; t3: destocamento pesado: terra com grande quantidade de tocos, em número superior a 600/ha, espaçados entre si por distâncias médias inferiores a 4 m, ou terra com tocos em quantidade média e de porte grande com diâmetros médios superiores a 40 cm; t4 : desmatamento e destocamento leves : terras com árvores em pé em quantidade pequena, em número inferior a 200/ha, espaçadas entre si por distâncias médias superiores a 7 m, ou terras com árvores em pé, embora de maior número, mas de porte pequeno, com diâmetros médios inferiores a 15 cm; t5: desmatamento e destocamento médios: terras com árvores em pé em quantidade média, em número entre 200 e 1.100/ha, espaçadas entre si por distâncias médias entre 7 e 3 m, ou terras com árvores em pé, de quantidade e porte médios, com diâmetros médios entre 15 e 40 cm; Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 49 t6: desmatamento e destocamento pesados: terras com árvores em pé em grande quantidade, em número superior a 1.100/ha, espaçadas entre si por distâncias médias inferiores a 3 m, ou terras com árvores em pé em quantidade média e de porte grande, com diâmetros médios superióres a 40 cm. LITERATURAS CONSULTADAS 1. LEPSCH, I. F. Manual para levantamento utilitário do meio físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso. In: Lepsch et al. Campinas: SBCS, 1991. 175p. 2. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. Piracicaba: Ícone, 1990. 355p.
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