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Sistema de Capacidade de Uso das Terras

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Prof. Dr. Marcílio Veira Martins Filho 
Unesp - Jaboticabal
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 1 
SISTEMA DE CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS 
 
1. Introdução 
 
 O uso de sistemas de classificação na ciência do solo tem por 
finalidade ordenar conhecimentos de maneira simples e precisa. Duas 
classificações básicas são utilizadas nessa área do conhecimento: (a) 
classificação taxonômica ou pedológica e, (b) classificação técnica. A 
classificação pedológica tem por objetivo principal identificar e caracterizar 
solos existentes na natureza, sem preocupação em atender finalidades mais 
específicas relativas à exploração de recursos naturais como o solo e/ou a 
água. Já o sistema de capacidade de uso das terras foi elaborado, 
primordialmente, para fins de planejamento conservacionista. Esse sistema é 
uma interpretação técnica de atributos dos solos. 
O sistema de capacidadede uso é composto por grupos de 
capacidade de uso A, B e C que expressam o potencial de utilização 
agrícola das terras, e são estabelecidos com base na intensidade de uso. A 
intensidade de uso representa a maior ou menor mobilização imposta ao 
solo, devido a riscos de erosão e/ou produtividade. Esses riscos são 
decorrentes ou função dos distúrbios causados ao solo ou, ainda, como uma 
conseqüência da redução da cobertura vegetal. 
As classes de capacidade de uso são definidas como os 
agrupamentos de terras com o mesmo grau de limitação, ou seja, terras com 
as mesmas limitações de uso e/ou riscos de degradação do solo semelhantes. 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 2 
Elas podem ser definidas como: 
 - classe I, terras intensivamente cultivadas e sem problemas aparentes 
de conservação do solo (cor convencional: verde claro); 
 - classe II, terras passíveis de serem cultivadas intensivamente, mas 
com problemas simples de conservação do solo e da água (cor convencional: 
amarelo); 
 - classe III, terras com pequenas limitações que reduzem as 
possibilidades de escolhas de cultivos e/ou necessitam de práticas 
complexas de conservação do solo e da água (cor convencional: vermelho); 
 - classe IV, terras com limitações severas para cultivos intensivos, as 
quais só podem ser cultivadas ocasionalmente ou em extensão limitada (cor 
convencional: azul); 
 - classe V, terras com pequeno risco de erosão, mas com outras 
limitações praticamente impossíveis de serem removidas, uso restrito para 
áreas de pastagem, reflorestamento ou preservação de flora e fauna (cor 
convencional: verde-escuro); 
 - classe VI, terras com limitações severas, quanto ao risco de erosão, 
impróprias geralmente para cultivos e limitadas ao uso como áreas de 
pastagem ou reflorestamento (cor convencional: alaranjado); 
 - classe VII, terras com limitações muito severas, impróprias para 
cultivos e uso limitado a áreas de pastagens e/ou reflorestamentos (cor 
convencional: marrom); 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 3 
- classe VIII, terras impróprias para cultivos, pastagens ou 
reflorestamentos, as quais poderão ser utilizadas apenas para a preservação 
da flora e fauna (cor convencional: roxo). 
As subclasses de capacidade de uso (e, s, a, c) são as qualificações 
das limitações dominantes quanto a sua natureza. As letras indicam os tipos 
de limitações: e – erosão, s – solo, a – água e c – clima. 
No sistema de classificação das terras aqui abordado, as unidades de 
capacidade de uso especificam uma qualidade da subclasse. Elas tornam 
mais explícitas a natureza das limitações e facilitam a adoção de práticas de 
manejo. 
 
Exemplo: 
 
IV e-1, 5, s-2,5 
 
em que, Classe IV; e-1,5 = 1 por possuir risco de erosão por apresentar 
declive acentuado e 5 para erosão em sulcos; s-2,5 = 2 por possuir textura 
arenosa em todo perfil e 5 para a baixa saturação por bases. 
Na figura 1 todo sistema de capacidade de uso está representado, 
sendo que no esquema dessa Figura as unidades de capacidade de uso são 
identificadas por algarismos arábicos. 
 
 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Esquema de grupos, classes, subclasses e unidades de 
capacidade de uso. 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 5 
2. Levantamento do meio físico 
 
Nesse tipo de levantamento utiliza-se de critérios diagnósticos, não 
necessariamente fatores limitantes, tais como profundidade efetiva do solo, 
textura, permeabilidade, declividade e erosão, os quais são dispostos em 
uma fração denominada de fórmula mínima, como: 
 
 
profundidade efetiva – textrura – permeabilidade fatores limitantes - uso atual 
 declividade – erosão 
 
 
 Todos esses critérios diagnósticos são representados por algarismos 
arábicos (números ou letras). 
 Numa fórmula mínima estarão denotadas as caraterísticas da terra 
mais importantes (profundidade efetiva, textura, permeabilidade, 
declividade e erosão) e fatores específicos limitantes ao uso da terra. 
 
Exemplo: 
3 – 2/1 - 1/3 al - Lam 
 C – 27 
 
em que, 3 = Profundidade moderada; 2/1 = 2 é textura argilosa (horizonte A) 
e 2 é textura muito argilosa (horizonte B); 1/3 = 1 é permeabilidade rápida 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 6 
(horizonte A) e 3 é permeabilidade lenta horizonte B); C = classe de 
declividade (5 a 10%); 27 = 2 por possuir erosão em lençol moderada e 7 
para sulcos superficiais ocasionais; al = caráter álico; e Lam = uso atual, em 
que L significa lavoura, a lavoura anual e m cultivo de milho. 
 
2.1. Critérios diagnósticos 
 
2.1.1. Profundidade efetiva do solo 
 
 Refere-se à espessura máxima do solo em que as raízes podem 
penetrar sem qualquer impedimento físico (Essa não é a camada mais 
superficial do solo, a mais rica em húmus). É a profundidade na qual a 
planta terá condições favoráveis ao desenvolvimento do seu sistema 
radicular, quanto a disponibilidade de água e nutrientes. Impedimentos 
químicos devido a Al (caráter álico) ou de camadas ácidas sulfatadas devido 
a tiomorfismo, não são considerados nesse item. 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 7 
Quadro 1. Profundidade efetiva do solo. 
 
Símbolo Profundidade 
0 não identificada 
1 muito profundos ( > 2,00 m) 
2 profundos (1,00 a 2,00 m) 
3 ou (3) moderadamente profundos (0,50 a 1,00 m, contacto lítico(1) ou 
litóide(2), respectivamente). 
4 ou (4) rasos (0,25 a 0,50 m, contacto lítico ou litóide, respectivamente). 
5 ou (5) muito rasos (< 0,25 m, contacto lítico ou litóide, 
respectivamente). 
(1) contacto lítico – horizonte A repousando sobre a rocha consolidada; 
(2) contacto litóide – horizonte A repousando sobre a rocha fissurada ou em 
avançado estágio de decomposição consolidada. 
 
2.1.2. Textura do solo 
 
A textura do solo na fórmula mínima ou máxima hipotética é 
apresentada como: textura superficial / textura subsuperficial. Toda a 
simbologia utilizada para representá-la é apresentada no Quadro 2. 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 8 
Exemplo: 2/3 
 
em que, 2 textura argilosa no horizonte A e 3 textura média no horizonte B. 
 
 
2.1.3. Permeabilidade do perfil do solo 
 
 A permeabilidade do perfil do solo, no sistema de capacidade de uso, 
refere-se a sua capacidadeem transmitir água ou ar. Segundo Lepsch 
(1991) a permeabilidade, em termos quantitativos, é a velocidade do fluxo 
através de uma secção transversal unitária de solo saturado, sob determinado 
gradiente hidráulico. 
 
 Exemplo: 2/1 
 
em que, 2 = permeabilidade moderada na camada superficial e 1 = 
permeabilidade rápida na camada subsuperficial. 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 9 
Quadro 2. Textura do solo. 
 
Símbolo Textura Características 
0 não identificada - 
1 muito argilosa (teor de argila 
superior a 60%) 
Material homogêneo, nuito fino 
e macio, sem a aspereza da 
areia, extremamente plástico e 
pegajoso, forma rolos longos e 
finos sem fendilhamentos. 
2 argilosa (teor de argila entre 35 
e 60%) 
Material homogêneo, nuito fino 
e macio em sua maior parte, mas 
pode-se perceber pequena 
aspereza da areia, muito plástico 
e pegajoso, forma rolos longos e 
finos. 
3 média (teor de argila menor que 
35%, areia maior que 15% e de 
silte menor que 50%) 
Material heterogêneo, contituído 
de areia e argila, com aspereza e 
alguma plasticidade e 
pegajosidade, forma rolos às 
vezes e com dificuldades, os 
quais se quebram quando 
dobrados em arcos. 
4 siltosa (teor de silte superior a 
50%, argila menor que 35% e 
areia menor que 15%). 
Material relativamente 
homogêneo e macio ao tato, 
ligeiramente plástico e pegajoso, 
forma rolos com dificuldades, os 
quais são quebradiços. 
5 arenosa (teor de argila inferior a 
15% e de areia superior a 70%) 
Material composto quase que 
exclusivamente por grãos de 
areia, não forma rolos. 
 
 
 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 10 
Quadro 3. Permeabilidade do solo. 
 
Símbolo Permeabilidade Características Velocidade de 
percolação de água 
0 não 
identificada 
- - 
1 Rápida O solo é de textura 
grosseira (arenosa), ou de 
estrutura forte, pequena, 
granular e friável 
(horizonte B latossólico), 
apresenta canais que 
facilitam a percolação de 
água. 
> 150 mm h-1 
2 Moderada O solo é composto por uma 
textura e estrutura que 
condicionam moderada 
permeabilidade. 
5 a 150 mm h-1 
3 Lenta O solo é composto por uma 
textura e estrutura que 
condicionam 
permeabilidade lenta. 
Geralmente, é observada 
em camadas argilosas ou 
muito argilosas (exceto 
latossolos) ou nas de 
textura média, com argila 
de atividade elevada e/ou 
saturação com sódio. 
< 5 mm h-1 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 11 
2.1.5. Classes de declividade 
 
As declividades das glebas de terras no sistema de capacidade de uso 
são enquadradas dentro de classes. Essas classes de declividades são 
representadas por letras maiúsculas como estabelecido no Quadro 4. 
 
 Quadro 4. Classes de declividade. 
Classe Declividade (d%) 
A d% ≤ 2% 
B 2% < d% ≤ 5% 
C 5% < d% ≤ 10% 
D 10% < d% ≤ 15% 
E 15% < d% ≤ 45% 
F 45% < d% ≤ 70% 
G d% > 70% 
 
 
2.1.6. Erosão 
 
É de fundamental importância que a erosão do solo, quanto ao tipo e 
grau, seja identificada, visto que a erosão relaciona-se com a queda de 
produtividade das terras. Uma vez o tipo e o grau de erosão identificados, 
pode-se avaliar a natureza e a intensidade das práticas de controle do 
processo erosivo necessárias para uma dada gleba de terra. 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 12 
2.1.6.1. Erosão em lençol (laminar) 
 
Quadro 5. Erosão em lençol (laminar). 
Símbolo Erosão em lençol Características 
0 Não aparente Presente, mas em grau não identificado. 
θ Não aparente Tal como ocorre com solos virgens recobertos de vegetação. 
1 Ligeira Menos de 25% do solo superficial removido (horizonte A), ou quando não for possível 
identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo virgem, que haja pelo menos 
15 cm de horizonte A remanescente. 
2 Moderada 25 a 75% do solo superficial removido (horizonte A), ou quando não for possível identificar 
a profundidade normal do horizonte A de um solo virgem, que haja pelo menos 5 a 15 cm 
de horizonte A remanescente. 
3 Severa Com mais de 75% do solo superficial removido (horizonte A), ou quando não for possível 
identificar a profundidade normal do horizonte A de um solo virgem, que haja pelo menos 5 
cm de horizonte A remanescente. 
4 Muito severa Todo o solo superficial (horizonte A) removido, horizonte B bastante erodido, sendo que 
em alguns casos removido entre 25 a 75% da profundidade original. 
5 Extremamente severa Com horizonte B em sua maior parte removido, e com o C já atingido. Nesse caso o solo 
encontra-se degradado e imprestável para fins agrícolas. 
6 Áreas desbarrancadas ou com translocações de terra A área erodida deverá ser delimitada num mapa por linha preta pontilhada (....) tendo no seu 
interior o símbolo 6. 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 13 
2.1.6.2. Erosão em sulcos 
 
Nesse item os sulcos são classificados segundo a freqüência de 
ocorrência e com relação a profundidade dos mesmos (Quadros 6 e 7). 
 
 
Quadro 6. Freqüência dos sulcos 
 
Símbolo Freqüência Caracterísiticas 
7 Ocasionais Área com sulcos distanciados mais de 30 m entre si. 
8 Freqüentes Área com sulcos distanciados a menos de 30 m entre si, 
mas ocupando área inferior a 75%. 
9 Muito 
freqüentes 
Área com sulcos distanciados a menos de 30 m entre si, 
mas ocupando área superior a 75%. 
 
 
Quadro 7. Profundidade dos sulcos 
 
Símbolo Profundidade Caracterísiticas 
 
7, 8 e 9 
Superficiais Sulcos que podem ser cruzados por 
máquinas agrícolas, e que desfazem 
totalmento com o preparo do solo. 
 
(7), (8) e (9) 
Rasos Sulcos que podem ser cruzados por 
máquinas agrícolas, mas que não se 
desfazem totalmento com o preparo do solo. 
 
[7], [8] e [9] 
Profundos Sulcos que não podem ser cruzados por 
máquinas agrícolas e que ainda não 
atingiram o horizonte C. 
7V, 8V e 9V 
 
(Voçorocas) 
Muito profundos Sulcos que não podem ser cruzados por 
máquinas agrícolas e que atingiram o 
horizonte C, sendo também denominados de 
voçorocas. 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 14 
Os símbolos utilizados para notar a erosão em sulcos, considerando-se 
freqüência e profundidade, são apresentados no Quadro 8. 
 
 
Quadro 8. Símbolos utilizados para notar a erosão em sulcos quanto a 
freqüência e profundidade. 
 
Profundidade dos sulcos Freqüência dos sulcos 
 Ocasionais Freqüentes Muito freqüentes 
Superficiais 7 8 9 
Rasos (7) (8) (9) 
Profundos [7] [8] [9] 
Muito Profundos ou 
voçoroca 
7V 8V 9V 
 
 
2.1.7. Acumulações 
 
Símbolo Caracterísiticas 
 
 
 
 
Acumulação por deposição coluvial 
 
 
 
Acumulação de depósitos prejudiciais à exploração agrícola como: 
areia, seixos ou material do subsolo (horizonte C). 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 15 
2.1.8. Erosão eólica 
 
 A erosão eólica é classificada quanto a origem e grau de intensidade. 
Quanto a origem ela pode ser assim definida: 
 a) Litorânea (L) é aquela que ocorre junto a orla marítima, com 
deslocamento de material arenoso (Dunas por exemplo);e 
 b) Continental (C) é aquela que ocorre no interior do continente, as 
partículas deslocadas não são repostas (Bastante comum em áreas 
desertificadas, por exemplo). 
 O grau de erosão eólica é avaliado em três níveis como indicado no 
Quadro9. 
 
Quadro 9. Notação para erosão eólica. 
Tipos de erosão 
eólica 
Graus de erosão eólica 
 Pequena ou ligeira Regular ou 
moderada 
Severa ou intensa 
Litorânea (L) L1 L2 L3 
Continental (C) C1 C2 C3 
 
 
 Os símbolos que caracterizam a erosão eólica são utilizados na 
seqüência daqueles empregados para a erosão hídrica. 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 16 
2.2. Fatores limitantes específicos 
 
Um fator é dito limitante quando não pode ser facilmente 
modificado ou corrigido, por melhoramentos menores empregados 
pelo homem. Entende-se por melhoramentos menores aqueles que 
podem ser empregados com recursos diretos ou financiados pelo 
agricultor, tal que possibilitem a remoção da limitação. 
 
Quadro 1. Fatores limitantes da terra. 
 
Símbolo Nome Diagnóstico 
pd Pedregosidade * Presença de pedras, afloramentos rochosos ou matacões. 
i Inundação * Ocorrência de inundações periódicas. 
ab Abrúpto * Mudança textural abrupta entre horizontes A e B (aumento 
de mais de 100% de argila em distância vertical inferior a 7 
cm) 
ve Vértico * Argilas expansivas (Vertissolos). Solos com superfície 
argilosa que fendilha na época da seca e com alta 
capacidade de troca. 
hi Hidromorfismo * Mosqueamento, material orgânico (turfas) ou saturação 
com água, em períodos superiores a dois meses, até 100 
cm de profundidade. 
se Seca prolongada * Solo seco entre 20 e 100 cm, por mais de 90 dias 
consecutivos, na maior parte dos anos. 
gd Geada ou vento frio * Ocorrência periódica de geada, vento frio ou neve. 
di Distrofismo ** Saturação por bases, entre 20 e 60 cm, inferior a 50% (ou 
saturação por alumínio entre 10 e 50% ou pH, em água, 
entre 5,0 e 5,6). 
al Álico ** Saturação por alumíno de 50% entre 20 e 60 cm (ou 
saturação bases inferior a 10 ou pH, em água, menor que 
5,0). 
ct Baixa retenção de cátions ** Capacidade de troca (a pH 7,0) no horizonte superficial e 
subsuperficial 
ti Tiomorfismo ** Presença de sais de enxofre até 60 cm (pH, em água, na 
amostra depois de seca < 3,5). 
so Sodificação ** Saturação elevada com sódio ( > 15% de Na+ até 60 cm). 
sl Salinização ** Condutividade elétrica > 4 mmhos/cm até 60 cm. 
ca Carbonatos ** Presença de carbonatos até 60 cm (efervescência com 
ácido clorídrico e/ou pH superior a 7,3). 
* fatores limitantes específicos que podem ser identificados no campo; 
** dependem de resultados de análises laboratoriais para serem confirmados; 
Fonte: Adaptado de Lepsch (1991). 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 17 
Os fatores limitantes podem ser descritos como (Lepsch, 
1991): 
 
pd – pedregosidade 
 
a) fragmentos grosseiros (c e pd): fragmentos rochosos, em que c – cascalhos 
(diâmetro entre 2 e 20 mm) e pd – pedras (diâmetro entre 20 e 200 mm); 
b) matacões (m): fragmentos rochosos maiores que 200 mm; 
c) afloramento rochoso (r): rochas aflorando na superfície. 
 
 Classes de pedregosidade: 
 
pd0 : significativamente presente, em grau e tipo não identificado; 
 
pdl : com poucas pedras, representando menos de 15 % da massa do solo, em volume, ou, 
quando em matacões, cobrem menos de 0,01% da superfície do solo, ou são espaçados 
entre si de mais de 30 m (matacões não muito grandes, de cerca de 30cm de diâmetro) ou, 
finalmente, quando as rochas abrangem menos de 2 % da superfície do solo ou são 
espaçadas entre si de mais de 100 m(desde que não sejam muito grandes), quando se 
desejar diferenciar matacões(m) de rochas (r), colocar após ao número 1 (um), indicador da 
classe de pedregosidade, a letra m ou r respectivamente. Exemplo: pdl (r); 
 
pd2: solos contendo entre 15 e 50 % de pedras, em volume da massa de solo, já 
apresentando efeitos significativos das pedras sobre as propriedades de retenção e 
infiltração de água, de controle de enxurrada, de penetração das raízes etc., e também 
efeitos de desgaste e/ou dificuldade de emprego de máquinas de preparo e cultivo de solo; 
 
pd3 : solos extremamente abundantes em pedras, quando contendo mais de 50% de pedras, 
em volume da massa do solo, apresentando, por isso, fortes efeitos sobre as propriedades 
físicas do solo e sobre a durabilidade e a facilidade de emprego de máquínas de preparo e 
cultivo do solo; 
 
pd4 : solos com matacões, apresentando matacões em quantidade capaz de interferir no 
preparo mecanizado do solo, porém não em proporção de tornar impraticável a exploração 
com culturas que requeiram freqüentes cultivos; os matacões cobrem entre 0,01 % e 1% da 
superfície do solo, o que equivale dizer que matacões, de cerca de 30 cm de diâmetro 
médio, ocorrem entre 3 e 30 m; 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 18 
pd5: solos abundantes em matacões, apresentando matacões em quantidade suficiente 
para imgedir o uso de máquinas de tração mecânica para o preparo e cultivo do solo, mas 
ainda permitindo o uso de máquinas agrícolas simples de tração animal e instrumentos e 
ferramentas manuais para cultivo do solo e trato de certas culturas arbustivas ou arbóreas; 
os matacôes cobrem entre 1 a 10% da superfície do terreno, o que equivale dizer que 
matacões de cerca de 30cm de diâmetro médio apresentam-se espaçados uns dos outros 
cerca de 1 a 3 metros; 
 
pd6: solos excessivamente abundantes em matacões, apresentando matacões em 
quantidade tal a tornar impraticável qualquer cultura, pela impossibilidade de emprego de 
máquinas ou instrumentos agrícolas, podendo, entretanto, ter algum valor para pastagem ou 
silvicultura; os matacões cobrem mais de 10% e menos de 90% da superfície do solo, o que 
equivale dizer que matacões de cerca de 30cm de diâmetro médio apresentam-se espaçados 
de distâncias inferiores a cerca de 1 metro, ou matacões de cerca de 60 cm de diâmetro 
médio apresentam-se a intervalos menores que 2 metros.Quando a ocorrência de matacões 
for em proporções superiores às descritas, ofuscando as demais caracteristicas do solo e 
impossibilitando a prática de agricultura econômica, o terreno passará a ser registrado 
simplesmente como rochoso (Er); 
 
pd7: solos rochosos : apresentando afloramentos rochosos ou rochas extremamente 
próximas da superfícíe, em quantídade significativa para impedir o uso das máquinas 
agrícolas mais comuns, mas ainda permitindo o uso das máquinas de tração animal. As 
exposiçôes rochosas cobrem superfícies do solo que variam entre 2 e 15 %, 
correspondendo, aproximadamente, a distâncias entre 15 e 100 metros de uma a outra; 
 
pd8: solos muito rochosos, apresentando exposições rochosas em quantidade capaz de 
impedir o uso de máquinas agrícolas de tração mecânica, mas ainda permitindo o uso de 
algumas máquinas de traçâo animal. São terrenos mais adaptados a pastagens, que podem 
ser utilizados para certas culturas arbustivas ou arbóreas que não exigem freqüentes 
cultivos. As exposições rochosas cobrem de 15 a 50% da superfície do solo, espaçadas, 
aproximadamente, de 3 a 15 metros; 
 
pd9: solos extremamente rochosos, apresentando exposições rochosas em quantidade 
capaz de impedir o emprego de qualquer máquina agrícola, podendo, entretanto, ser 
explorados com pastagens e silvicultura. As exposições rochosas cobrem superfícies do 
solo superiores a 50% e inferiores a 90%, o que corresponde a espaços menores que 3 
metros. Quando a condiçãa rochosa for de forma a ofuscar as demais características do 
solo e impossibilitar a prática de agricultura, registra-se o local simplesmente como terreno 
rochoso (Er) . 
 
 
 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 19 
i - Inundação 
 
O risco das inundações deverá ser indicado pela freqüênciae pela 
duração usual com que ocorrem. 
 
Freqüência: 
a) ocasionais: com mais de cinco anos de recorrência provável; 
b) freqüentes: com recorrência provável entre um e cinco anos; 
c) muito freqüentes ou anuais: ocorrendo sistematicamente todo ano, 
repetindo-se uma ou mais vezes nas várias estaçôes do ano. 
 
Duração: 
a) curtas: duração inferior a 2 dias; 
b) médias: duração de 2 dias a 1 mês; 
c) longas: duração > 1 mês. 
 
 
Quadro 00. Simbologia utilizada para representar risco de inundação. 
 Freqüência de ocorrência 
Duração das 
inundações 
Ocasionais Freqüentes Anuais ou 
Muito freqüentes 
Curtas i1 i4 i7 
Médias i2 i5 i8 
Longas i3 i6 i9 
 
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ab – Caráter abrupto: 
 
 É a brusca mudança textural no perfil do solo, caracterizada 
por um aumento no teor de argila (dobro ou mais), numa distância 
vertical menor ou igual a 7 cm entre o horizontes A e B. 
 
ve - Caráter vértico: 
 
Solos com predomínio de argilominerais expansivos de alta 
atividade. O caráter vértico é identificado quando os solos 
apresentarem mais de 30% de argila e fendilhamento intensivo, com 
fendas de mais de 4cm de largura na superfície, na época da estação 
seca. A análise do solo deverá acusar também, na camada 
subsuperficial, uma capacidade de troca maior que 24 meq/100g de 
argila. 
 
hi - Hidromorfismo : 
 
O hidromorfismo é um processo que indica deficiência de 
oxigênio e sua intensidade normalmente aumenta nas camadas mais 
profundas do solo. Como a profundidade de ocorrência do 
hidromorfismo é função do tempo e intensidade de encharcamento, 
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pode-se estabelecer as seguintes classes possíveis de identificação 
no campo: 
 
hio: presente em grau não identificado; 
 
hil: gleização a uma profundidade igual ou superior a 100 cm, com descoramento e/ou 
mosqueados típicos de hídromorfismo. Água do solo escoa de forma relativamente lenta, ao 
do perfil o qual se mantém encharcado por um período curto, mas significatívo. É possível, 
com certas limitações, o desenvolvimento das culturas não adaptadas ao encharcamento 
sem drenagem artificial; 
 
hi2: gleização a uma profundidade igual ou superior a 50cm, mas não superior a 100 cm, 
forte descoramento e/ou mosqueamento típico. A água do solo escoa lentamente pelo perfil, 
o suficiente para conservá-lo encharcado por períodos significativos, porém não por todo o 
tempo. O desenvolvimento das culturas já é marcadamente restrito, obrigando o uso de 
drenagem artificial; 
 
hi3: gleização a uma profundidade igual ou superior a 25cm, mas não superior a 50cm, 
observando-se características nítidas do processo de gleização, como coloração cinza-clara 
abaixo dessa profundidade. A água se perde tão lentamente que o corpo do solo se 
apresenta encharcado por grande parte do tempo; o lençol freático aflora à superfície ou 
chega bem próximo dela durante parte do ano, seja em conseqüência de camadas 
lentamente permeáveis, seja pela adição freqüente de água. O desenvolvimento das culturas 
já é restrito e requer drenagem artificial; 
 
hi4: gleização até à superfície do perfil, com características típicas de completo 
hidromorfismo, cores cinzentas, a partir da superfície ou acúmulo de mais de 50cm de 
material orgânico (turfa). A água se perde tão lentamente através do corpo do salo. O lençol 
freático aflora à superfície ou permanece sobre esta durante a maior parte do tempo. São 
solos de depressões sempre encharcadas e freqüentemente inundadas. São tão encharcados 
que impedem o desenvolvimento das culturas, em alguns casos com exceção do arroz, a 
menos que sejam artificialmente drenados. 
 
 
se - Seca prolongada: 
 
Terras em que alguma parte do perfil do solo, compreendida 
até um metro de profundidade, permanece próxima do ponto de 
murcha permanente por noventa dias consecutivos ou mais na maior 
parte dos anos. Locais com estação seca muito prolongada. Cultivos 
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perenes, exceto de plantas muito adaptadas às condições de falta de 
água, só podem ser feitos com auxílio de irrigação. 
 
 
gd - Geada e/au vento frio: 
 
Refere-se a locais onde existe a possibilidade de ocorrência de 
geadas, ventos frios, ou mesmo neve, que, devido a sua intensidade, 
podem influenciar na escolha dos cultivos a serem implantados. As 
informações sobre a ocorrência desses fenômenos poderão ser 
obtidas por dados meteorológicos ou, no campo, através de 
informações fornecidas pelos agricultores. 
 
 
di - Baixa saturação por bases ou caráter distrófico: 
 
Um solo se enquadra nessa categoria quando sua saturação por 
bases no horizonte subsuperficial é inferior a 50% (método da CTC 
determinado pela soma de cátions mais hidrogênio, a pH 7) ou 
quando apresenta saturação por alumínio entre 10 e 50% (quando a 
saturação por alumínio for maior que 50%, o solo, além de 
distrófico, é álico. Não há necessidade, portanto, de mencionar o 
caráter distrófico para os solos álicos, uma vez que nesse caso esses 
fatores limitantes sempre ocorrem associados). 
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al - Saturação por alumínio ou caráter álico: 
 
m = 100 x Al3+ /(Al3+ + K+ + Ca+2 + Mg2+ + Na+) 
 
 
al - Alta saturação com alumínio ou caráter álico: Este fator 
limitante se refere às altas concentrações de alumínio trocável na 
camada subsuperficial. É identificado quando m ≥ 50%, o que 
geralmente ocorre quando os valores de pH, determinado em água, 
são inferiores a 5,0, e de saturação de bases inferior a 10%. Da 
mesma forma que o caráter distrófico; esse fator deve ser 
identificado na camada subsuperficial (geralmente 40-60cm de 
profundidade), uma vez que, na camada arável, poderá ser corrigido 
com aplicação de calcário, prática esta que deve ser considerada 
como melhoramento menor. 
 
 
ct - Capacidade de retenção de cátions muito baixa: 
 
É utilizado para indicar solos com valores de capacidade de 
troca rnuito baixos na camada superficial (horizonte A) e 
subsuperficial (topo do horizonte B) e, como conseqüência, baixa 
capacidade de retenção de nutrientes para as plantas. É considerada 
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característica de difícil alteração pelo homem, poís a capacidade de 
troca, normalmente, só pode ser aumentada com a adição de matéria 
orgânica ao solo, prática nem sempre possível e de efeito efêmero, 
caso não seja periódica. 
A baixa capacidade de troca se dá quando seus valores (T) são 
menores que 4 meq/ 100g de solo (quando o valor T é determinado 
pela soma de bases mais alumínio e hidrogénio, extraído a pH 7), ou 
que 2 meq de cátions por 100g de solo (determinado ao pH do solo, 
ou seja soma das bases com alumínio sem considerar o H). 
 
 
ti - tiomorfismo: 
 
Indica a presença de materiais sulfídricos ou sulfatados 
(compostos de enxofre) em solos mal ou muito mal drenados (áreas 
planas, encharcadas, próximas à orla marïtíma e que, por ísso, 
podem ser (ou foram) influenciadas por água salobra). Quando essa 
característica ocorre, os solos são denominados tiormóficos, que 
tanto podem ser orgânicos como minerais (Orgânico Tiomórfico e 
Glei Tiomórfico respectivamente). 
Quando um sólo que apresenta o caráter tiomórfico é drenado, 
os sulfetos nele existentes se oxidam, formando ácido sulfúrico. 
Então o pH, que em condições de encharcamento está normalmente 
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perto da neutralidade (entre 6 e 7), pode baixar após a drenagem, a 
valores inferiores a 3,5. O ácido assim formado pode reagir 
quimicamente com o solo para formar sulfatos de alumínio e ferro. 
O sulfato de alumínio ( jarosita) segrega-se no interior do solo, 
formando um mosqueado amarelo, característico dos solos 
tiomórficos. Isso pode impedir o cultivo econômico de qualquer tipo 
de vegetal. Se o caráter tiomórfico ocorre, os solos devem ser 
mantidos encharcados e com sua vegetação natural, pois, se 
drenados, correm o risco de tornarem-se tão improdutivos que 
perderão até mesmo a utilidade de proteção de fauna e flora 
silvestre. 
O caráter tiomórfico é identificado quando amostras de solo, 
retiradas de profundidade entre 0 e 40cm, depois de secas ao ar, 
apresentam valores de pH em água menores que 3,5 (se for possível 
a determinação de enxofre, quando apresentarem mais de 0,75% de 
enxofre e quantidades de carbonato menores que três vezes a 
quantidade de enxofre) . 
No campo, suspeitas são levantadas quanto à presença de 
materiais sulfídricos quando apresentam algum odor de gás 
sulfídrico (cheiro de ovo podre) ao serem escavados, ou quando em 
áreas drenadas aparece o mosqueado amarelo de jarosita, verificado 
facilmente nas paredes dos drenos. Para identificação rápida no 
campo, uma amostra de solo pode também ser rapidamente oxidada, 
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aplicando-lhe água oxigenada concentrada e, assim, medindo-se o 
pH depois desta oxidação, que deve equivaler à da amostra seca. 
 
 
so - sodicidade: 
 
É a saturação elevada com sódio ou sodificação. A dominância 
de sódio trocável, altamente nociva e prejudiciai às plantas, 
normalmente só ocorre em áreas deprimidas, em clima semi-árido 
ou faixas costeiras influenciadas pela água do mar. Como a 
determinação do sódio trocável não é feita rotineiramente na maioria 
dos laboratórios de fertilidade do solo, recomenda-se que esta 
análise só seja solicitada nos casos em que as observações de campo 
dêem margem a suspeitas sobre sua presença. Os indícios são áreas 
baixas ligeiramente deprimidas com vegetaçâo rala, em regiões de 
clima semi-árido, ou áreas planas que sofrem influência da água do 
mar. 
Classificação do grau da sodificação: 
 
soo: presença em grau não identificado; 
so1: moderada: solos que apresentam pequena quantidade de sódio trocável, em cujo teor no 
complexo de troca está compreendido entre 6 e 15%, apresentando problemas simples de 
uso com plantas cultivadas; 
 
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so2: forte: solos que apresentam quantidades excessivas de sódio trocável, cujo teor no 
complexo de troca está compreendido entre 15 e 20 %, apresentando sérios problemas para 
as culturas; 
so3: muito forte: solos cujo teor de sódio trocável é superior a 20%, impedindo 
completamente seu uso com plantas cultivadas. 
 
 
sl - Salinidade: 
 
É a característica que o solo apresenta quando ocorre a 
presença em quantidades excessivas, de sais solúveis, 
principalmente cloretos e sulfatos de sódio, cálcio e magnésio. A 
grande concentração de sais solúveis no solo constitui impedimento 
ao normal desenvolvimento da maioria das plantas cultivadas, 
sendo, pois, de grande importância a determinação do grau de 
salinidade nas regiôes mais secas do país, como base para 
classificação de sua capacidade de uso. 
São considerados solos com salinidade, ou sálicos, aqueles que 
apresentam condutividade elétrica superior a 4mmhos/cm a 25°C, 
equivalendo a quantidades de sais solílveis superiores a 15 % e com 
problemas de excesso de sal para as plantas. Normalmente, um solo 
salino apresenta também sodificaçâo, isto é, além de excesso de sais 
solúveis possui saturação elevada de sódio (mais de 15% da 
capacidade de troca). 
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Para indicar esse fator limitante, podem ser usados os seguintes 
índices : 
 
slo: presente, mas em grau não identificado; 
 
sl1: Ligeira: solos que apresentam quantidades totais de sais solúveis entre 0,1 e 0,3% e/ou, 
a condutividade elétrica variando entre 2 e 4mmho/cm, a 25°C. O rendimento das culturas 
sensíveis pode ser afetado ou inibido, pouco ou nada sofrendo, entretanto, as culturas 
resistentes à salinidade; 
 
sl2: moderada: solos que apresentam quantidades totais de sais solúveis com concentrações 
entre 0,3 e 1,0%, e/ou, com a condutividade elétrica variando entre 4 e l5mmho/cm, a 25°C. 
O rendimento de várias culturas é grandemente afetado e inibido pelos sais presentes, com 
sérias limitações para a capacidade de uso do solo; 
 
sl3: forte: solos que apresentam em alguma época do ano quantidades excessivas de sais 
solúveis com concentrações superiores a 1,0% e/ou, com a condutividade elétrica acima de 
l5 mmho/cm, a 25° C. As culturas em geral não produzem, havendo exceção apenas para 
poucas espécies muito tolerantes. As áreas são desprotegidas de cobertura vegetal e 
apresentam crostas de sal na superfície. 
 
 
ca - Presença de carbonatos: 
 
Os carbonatos podem ocorrer em certas áreas com clima árido 
ou semi-árido. Os íons carbonato (CO32-) e bicarbonato (HCO3-) são 
inter-relacionados, sendo que os teores relativos de cada um são uma 
função do pH da solução do solo. 
O CO32- tem atividade baixa em solos ácidos; entretanto, em 
solos com valores de pH acima de 9,0, teores consideráveis deste ion 
podem estar presentes. A valores de pH ao redor ou inferior a 7,0 , a 
concentração do íon bicarbonato raramente excede 3 ou 4 meq/l. 
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Tais teores são considerados relativamente baixos, sendo que 
valores acima de 8,O meq/l são classificados como consideráveis. A 
toxicidade de bicarbonato pode ocasionar desbalanceamento 
nutriçional, reduzindo a disponibilidade de ferro, de fósforo e zinco 
e inibindo, em muitas plantas, a absorção de N, P e K, 
provavelmente através de um dano fisiológico às raízes, reduzindo 
drasticamente, dessa maneira, o crescimento da planta. 
No campo, a presença de CO32- ou HCO3- pode ser detectada, 
derramando-se no solo algumas gotas de ácido clorídrico dilufdo 
(HCl a 10%). Se houver carbonatos, haverá efemescência 
imediatamente ao contato do solo com o ácido. 
No laboratório, se não houver possibilidade de análises mais 
específicas, o solo poderá ser classificado como carbonático se 
apresentar um pH, em água, superior a 7,3. Se houver possibilidade 
de análise específica para CaCO3 equivalente, o solo pode ser 
considerado como tendo quantidades moderadas de carbonato 
quando a porcentagem por peso de CaCO3 equivalente estiver entre 
5 e 15 %, e quantidades altas se esses valores forem superioies a 
15%. 
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2.3. Uso atual, nível tecnológico e estádio de desbravamento 
 
Segundo Lepsch (1991) o uso atual, no levantamento, fornece 
dados para a elaboração do planejamento a ser desenvolvido. O uso 
da terra dá indicações sobre a tradição e a experiência dos 
agricultores numa região e, ainda, demonstra como ela vem sendo 
manejada, o que será de grnade valia no planejamento de manejos 
futuros. 
O uso atual da terra é caracterizado nos mapas segundo uma 
série de símbolos em seqüência convencional de cinco níveis 
categóricos (Lepsch, 1991). Em levantamentos semidetalhados, com 
escalas entre 1:25.000 e 1:100.000, é muito difícil aparecer detalhes 
acima do segundonível. Nos levantamentos detalhados, com escalas 
maiores que 1:25.000, poderão haver até cinco símbolos, 
caracterizando o uso atual, o nível tecnológico e o estádio de 
desbravamento. 
 
Exemplo: LasMt1 
 
em que: L = Lavoura; a = anual; m = soja; M = tecnologia de nível 
médio: t1 = destocamento leve. 
 
 
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2.3.1. Primeiro nível 
 
Nesse nível os grandes aspectos do uso atual da terra são 
discriminados. Na sequência esles serão relacionados como símbolo: 
definição: características. 
 
F: floresta: vegetação natural composta de árvores de porte alto e 
médio, cujas copas se tocam, dando, a distãncia, a impressão de 
formar uma cobertura contínua. Vegetação vulgarmente deniminada 
por mata; 
 
S: cerrado: formaçâo vegetal com três estratos distintos, em 
proporções variáveis: um arbóreo, um arbustivo e um subarbustivo, 
também designado graminoso. Normalmente, os estratos arbóreos e 
arbustivos apresentam troncos e galhos tortuasos e duros, casca 
grossa e porosa, folhas coriáceas e sistema radicular bem 
desenvolvido. Espécies dominantes da flora peculiar: barbatimão, 
pau- -terra, baru, tingui e pequi. Espécies dominantes de flora 
acessória: angico, copaíba, sucupira-branca, sucupira-parda, aroeira, 
gonçalo-alves e jacarandá; 
 
T: caatinga: formação vegetal predominantemente lenhosa de 
espécies caducifólicas, espinhosas ou não, com maior ou menor 
número de xerófilas. Um tapete efêmero enverdece rapidamente na 
época chuvosa. A vegetação da caatinga é constituída por indivíduos 
lenhosos, esclerófilos, com altura máxima de 5 metros, formando 
um denso e confuso emaranhado. Ocorrem freqüentemente 
bromeliáceas e até cactáceas. As espécies lenhosas mais comuns 
são: mirtáceas, solnáceas e leguminosas; 
 
B: babaçual: mata com predomínio das palmeiras babaçu; 
 
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C: campo nativo: gramíneas e ciperáceas entremeados de outras 
espécies rasteiras. Às vezes, ocorre entremeada com áreas florestais. 
 
O: complexo vegetacional: formações mistas de florestas, cerrados, 
caatingas e campos em diferentes combinações; 
 
M: manguesal: formação vegetal arbórea litorânea com áreas 
intermitentemente inundáveis; 
 
G: vegetação de restinga: formação da flora psamofilítica litorânea; 
 
J: alagadiço e pântano: formação brejosa e de várzeas higrofíticas, 
onde a água do solo superficial permanece em excesso durante todo 
ou parte do ano; 
 
E: terreno sáfaro au estérál: área rochosa, aquosa, salinizada, 
semidesértíca, extremamente erodida, onde a vegetaçâo recobre 
menos de 10% do terreno; 
 
P: pastagem: área naturalmente recoberta ou cultivada em menor ou 
maior grau, com vegetação utilizada para pastejo do gado; 
 
L: lavoura: área com culturas de natureza, porte e ciclo variados; 
 
H: horticultura: área utilizada com explorações frutícolas, olerícolas 
e florícolas diversas; 
 
V: silvicultura: área florestada ou reflorestada com essências nativas 
ou exóticas, em plantio disciplinado, visando à exploração de 
madeira, lenha, celulose, carvão e outros produtos; 
 
I: áreas irrigadas: pastagem, lavoura ou horticultura irrigada; 
 
R: áreas exploradas com rotação: pastagem, lavoura ou horticultura 
em rotação; 
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A: cultura em consorciação: culturas diversas em consorciação; 
 
D: Área em pousio ou descanso: terra cultivável em descanso. 
 
 
2.3.2. Segundo nível 
 
 Discrmina aspectos especiais de vegetação e uso atual da terra 
detalhando o primeiro nível. 
 
 Floresta (F), subdividida da seguinte forma: 
 
Fp : megatérmica pluvial perenifólica: floresta densa, alta, com 
folhas persistentes, bem estratificada, e com árvores emergentes. 
Ocorre nas áreas hileianas da Amazônia e da Bahia; 
 
Fs: megatérmica pluvial subperenifólica: formação alta e densa, 
porém sem árvores emergentes, em parte caducifólia ( menos de 
10% ). Ocorre especialmente no Meio-Norte e na faixa marítima de 
Natal e Salvador; 
 
Fc: megatérmica pluvial subcaducifólia: formação alta e densa, 
sem árvores emergentes, com média caducifólia (cerca de 30%). 
Ocorre no norte e no sul da Amazônia e em partes da Bahia, 
Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás; 
 
Fe: megatérmáca pluvial espinhosa: formação correspondente à 
caatinga arbórea da região seca do Polígono das Secas; 
 
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Fn: megatérmica pluvial não espinhosa: formação correspondente às 
denominadas mata seca, no Nordeste, e mata de cipó, na Bahia; 
 
Fm: mesotérmica pluvial subperenifólia: formação alta e densa, 
eventualmente com árvores emergentes, com poucas espécies 
caducifólicas (menos de 10 % ); 
 
Fl: formação local: formação arbórea primária localizada em 
pequenas áreas como resultado de condições locais de solo ou clima; 
 
Fu: explorada ou utilizada subsidiariamente: floresta nativa 
explorada com retirada de produtos florestais ou aproveitada 
subsidiariamente para pastagem, culturas de sub-bosque ou outras; 
 
Fx: recentemente derrubada: área onde a floresta foi recentemente 
derrubada e ainda não substituída por outra exploração; 
 
Fr: em regeneração ou capoeira: formação secundária resultante de 
regeneração natural em terreno originariamente coberto de floresta. 
 
 
Cerrado (S), subdividida da seguinte forma: 
 
Sg: cerrado grosso ou cerradão: formação com características 
definidas. Pode ser considerada uma floresta típica mais ligada aos 
fatores climáticos, constituída por isso de três andares vegetais 
distintos: 
 
a) o primeiro é formado de gramíneas, leguminosas, 
ciperáceas rasteiras ou de pequeno porte, na grande maioria, vivendo 
à sombra de andares superiores ou de parca luminosidade; 
 
b) o segundo andar vegetal compõe-se de arbustos e pequenas 
formas arbóreas dos mais variados tipos, constituindo um sub-
bosque, donde sai a lenha-branca do conceito popular; 
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c) o terceiro andar vegetal, o principal, é formado de árvores 
que vão de 5-6 metros a 18-20 m de altura. As árvores são menos 
tortuosas que as do cerrado, aparecendo exemplares com caules 
relativamente retilíneos. As formas arbóreas, quase sempre de 
madeiras duras, têm expressão florestal, sendo sua exploração de 
razoável valor econômico. O exemplo do pequi (Caryocar 
brasiliensis) é típico (12-15 m de altura e 60-80 cm de diâmetro); 
 
Sc: cerrado propriamente dito ou cerrado médio: formação 
constituída de formas arbóreas que dificilmente ultrapassam 6 m de 
altura. As árvores e arbustos do cerrado apresentam caules tortuosos, 
recobertos de espessa casca, folhas coriáceas, com aparência de 
 vegetação adaptada a ambientes secos (xeromorfa). Aparência, 
apenas, visto não ser a água o fator mais limitante do cerrado; 
 
Ss: cerrado ralo ou campo sujo: apresenta a formação de campo 
entremeada de arbustos esparsos e de raras formas arbóreas; 
 
Sl: campo limpo: constituído apenas da gramíneas e raramente 
formas arbustivas. 
 
Caatinga (T), subdividida da seguinte forma : 
 
To: hipoxerófila: caatinga subúmida. Ocorre no agreste da Paraíba, 
de Pernambucano, Alagoas e Sergipe, na região denominada 
Caatinga litorânea, e na região de Araçuaí, no Médio Jequitinhonha, 
em Minas Gerais; 
 
Te: hiperxerófila: caatinga subseca. Ocorre na região do Sertão nos 
Estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,Pernambuco 
e Bahia e na região do Cariri, na Paraíba; 
 
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Td : subdesértica: caatinga seca. Ocorre na região do Seridó, no Rio 
Grande do Norte, em região similar do Ceará e na do submédio São 
Francisco, na Bahia; 
 
Tc: chaco matogrossense: agrupamentos florestais caducifólios 
espinhosos. 
 
Campo nativo (C) : 
 
Ca: de altitude ("meadow"): formação de clima mesotérmico de 
altitude, com gramíneas baixas e ciperáceas altas, caracterizada 
sobretudo pela presença de pequenos arbustos; 
 
Ce: estacional ou pradaria ("prairie"): formação de clima 
mesotérmico úmido, com gramíneas estacionais, encontrada nas 
depressões sazonalmente inundáveis; 
 
Cs : mesotérmico ou estépico ( "steppe" ) : formação de gramíneas 
de altura bastante variável, entremeadas por inúmeras plantas 
efêmeras, que apresenta, na época mais fria, um aspecto menos 
denso; 
 
Cv: megatérmico ou das várzeas amazônicas: formação de 
gramíneas em terrenos de váxzeas. Ocorre nas várzeas do Baixo 
Amazonas. 
 
Complexo vegetacional (O), subdividido da seguinte forma: 
 
Or: campos de Roraima; 
 
Oc: campos de Cachimbo; 
 
Op: campos de Puciari-Humaitá. 
 
Terreno de sáfaro ou estéril (E), subdividido da seguinte forma : 
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Er : rochoso : afloramento de rocha ou matacões soltos; 
 
Ea: aquoso: massa d'água, rio, lagoas, represas; 
 
Es: salinizado: danificado pela salga; 
 
Ee: erodido: danificado pela erosão severa; 
 
Ev: dunoso: dunas de areia não fixadas. 
 
Pastagem (P), subdividida da seguinte forma: 
 
Pn: nativa não melhorada: área naturalmente recoberta com 
gramíneas e outras plantas forrageiras capazes de suportar razoável 
número de cabeças de gado, mas não beneficiada com cercas 
divisórias, bebedouros e outros melhoramentos; 
 
Pm: nativa melhorada: área naturalmente recoberta com gramíneas e 
outras plantas forrageiras, beneficiada com melhoramentos, tais 
como: limpeza periódica, ressemeio de capins, subdivisão em pastos 
menores, provisão e melhoramento de bebedouros e outros; 
 
Pc: cultivada: área plantada com gramíneas e/ou outras plantas 
forrageiras, admitindo-se ou não uma cultura auxiliar para o preparo 
e condicionamento prévio do terreno; 
 
Px: capineira e plantas forrageiras: área plantada com forrageiras 
para corte ou colheita de material forrageiro, pondendo ser 
pastoreada ou não. 
 
Lavoura (L), subdividida da seguinte forma : 
 
Lp: perene ou permanente: culturas com duração superior a dez 
anos; 
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Lt: temporária ou semiperene: culturas com duração de um e meio a 
dez anos; 
 
La: anual: culturas de ciclo curto, abaixo de um ano. 
 
Horticultura (H), subdividida da seguinte forma: 
 
Hf : fruticultura: culturas frutfcolas ou pomicultura; 
 
Ho: olericultura e floriicultura: hortaliças e flores. 
 
Silvicultura (V ), subdividida da seguinte forma : 
 
Va : araucária; 
 
Vd: essências exóticas diversas; 
 
Ve: eucalipto; 
 
Vn: essências nativas; 
 
Vp: Pinus. 
 
Irrigadas (I), subdividida da seguinte forma: 
 
Ip: pastagem irrigada artificialmente; 
 
Il: lavouras com culturas perenes, temporárias ou anuais irrigadas; 
 
Ih: horticultura em pomares e hortas irrigadas; 
 
1r: culturas irrigadas em rotação com pastagem. 
 
Rotação (R), subdividida da seguinte forma: 
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Rc: culturas em rotação; 
 
Rp : culturas e pastagens em rotação. 
 
Consociação (A), subdividida da seguinte forma : 
 
Aa: lavouras anuais; 
 
Ah: horticultura e lavoura; 
 
Ac: lavouras semiperenes e lavouras anuais; 
 
Ap: lavouras perenes e lavouras anuais; 
 
As: silvicultura e lavouras; 
 
Ab: silvicultura e pastagens. 
 
 
 
2.3.3. Terceiro nível 
 
Detalha aspectos do uso atual da terra, relativos ao segundo 
nível categórico. 
 
Floresta (F), subdividida da seguinte forma: 
 
Fu : floresta explorada ou utilizada subsidiariamente; 
 
Fub: exploração de borracha e/ou látex; 
Fuc: extração de casca para cortiça; 
Fuf : colheita de frutos; 
Fui: exploração de madeiras de construção e industriais; 
Fuk: exploração do mate; 
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Ful: extração de lenha ou carvão; 
Fuo: extração de óleos essenciais; 
Fup: pastejo de gado; 
Fur: colheita de raízes e plantas medicinais; 
Fus: extração de seiva, resina e cera; 
Fut: extração de tanino. 
 
Fr: floresta em regeneração ou capoeira; 
 
Frc: capoeirão; 
Frd: capoeira fechada ou densa; Fri: capoeira incipiente; 
Frr: capoeira rala. 
 
Pastagem (P), subdividida da seguinte forma : 
 
Pn: pastagem nativa não melhorada; 
 
Pna: alagadiço e pântano; 
Pnc: campo ou pradaria nativa; 
Pnf : floresta; 
Png: vegetação de restinga; 
Pnt: caatinga; 
Prts: cerrado; 
 
Pm: pastagem nativa melhorada; 
 
Pc: pastagem, cultivada; 
 
Pca: capim-angola, bengo, capim-de-planta; 
Pcb: capim-braquiária; 
Pcc: capim-colonião; 
Pcd: gramíneas diversas; 
Pce: capim-elefante ou napier; 
Pcg: capim-gordura, meloso ou catingueiro; 
Pci: anuais de inverno; 
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Pcj: capim-jaraguá ou provisório; 
Pcl: leguminosas diversas; 
Pcm: grama-missioneira; 
Pco: pensacola; 
Pep: capim-pangola; 
Pcr: capim-gengibre; 
Pcs: capim-sempre-verde; 
Pct: grama-batatais; 
Pcv: anuais de verão; 
( ) : mistas ou consorciadas (anotar dentro dos parênteses, as 
letras correspondentes) 
 
Px: capineira ou plantas forrageiras; 
 
Pxa: algarobeira; 
Pxc: cana-de-açúcar; 
Pxd: guandu ou ando; 
Pxe: capim-elefante ou napier; 
Pxf : alfafa; 
Pxg: capim-guatemala; 
Pxi: capim-imperial; 
Pxk: cudzu; 
Pxl: leguminosas díversas; 
Pxp: palma sem espinho; 
Pxs: soja perene. 
 
Lavoura (L), subdividida da seguinte forma : 
 
Lp: lavoura perene ou permanente; 
Lpa: amoreira; 
Lpb: borracha ou seringueira; 
Lpc: café; 
Lpd: dendê; 
Lpp: pimenteira-do-reino; 
Lpt: tungue; 
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Lpu: cacau; 
Lpx: chá. 
 
Lt : lavoura temporária ou semiperene; 
 
Lta: algodão arbóreo; 
Ltb: batata-doce; 
Ltc: cana-de-açúcar; 
Lti: rami; 
Ltf: fórmío; 
Ltm: mandioca; 
Lts: sisal; 
Ltu: mucuna. 
 
La: lavoura anual; 
Laa: algodão herbáceo; 
Lab: batata (batata-inglesa); 
Lac: centeio; 
Lad: amendoim; 
Lae: ervilha-de-vaca ou feijão-macassar; 
Laf : feijão; 
Lag: gergelim; 
Lah: girassol; 
Lai: aveia; 
Laj: juta; 
Lal: linho; 
Lam: milho; 
Lan: menta; 
Lao: sorgo; 
Lap: feijão-de-porco; 
Laq: malva; 
Lar: arroz; 
Las: soja; 
Lat: trigo; 
Lau: fumo; 
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Lav: cevada. 
 
Horticultura (H), subdividida da seguinte forma : 
 
Hf : fruticuitura; 
Hfa: abacate; 
Hjb: banana; 
Hfc: citros; 
Hfe: maçã; 
Hff : figo; 
Hfg: goiaba; 
Hfi: mirtáceas; 
Hfj: caju; 
Hfk: caqui; 
Hfl: marmelo; 
Hfm: mamão; 
Hfn: manga; 
Hfo: coco; 
Hfp : pêssego; 
Hfr: pêra; 
Hfv : videira; 
Hfx: abacaxi; 
Hfd: diversos (pomar doméstico com diversas espécies). 
 
Ho: olericultura e floricultura; 
Haa : alface; 
Hob: berinjela; 
Hoc: cebola; 
Hoe: ervilha;Hof : flores; 
Hog: moranga; 
Hol: alho; 
Hom: melancia; 
Hon: cenoura; 
Hoo: abóbora; 
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Hop: pimentão; 
Hoq: quiabo; 
Hor: repolho; 
Hot: tomate; 
Hou: chuchu; 
Hov: couve-flor; 
Hox: maxixe; 
Hod: diversos (horta doméstica com diversas espécies). 
 
 
 
Silvicultura (V), subdividida da seguinte forma: 
 
Va: araucária; 
Vap: pinheiro-do-paraná. 
 
Vd : essências exóticas diversas; 
Vdg : gmelina; 
Vdk: quiri. 
 
Ve: eucalipto; 
Vea: Eucalyptus urophylla; 
Veb: Eucalyptus botrioides; 
Vec : Eucalyptus citriodora; 
Ved: Eucalyptus camaldulensis; 
Veg : Eucalyptus globulosus; 
Vei : Eucalyptus grandis; 
Vel: Eucalyptus longifolila; 
Ver: Eucalyptus rostrata; 
Ves: Eucalyptus saligna; 
Vet: Eucalyptus tereticornis. 
 
Vn: essências nativas; 
Vna: angico; 
Vnb: baru; 
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Vnd: jacarandá; 
Vne: embaúba; 
Vnj: jacaré; 
Vns: sabiá; 
Vnt: bracatinga; 
Vnu: bambu. 
 
Vp: Pinus; 
Vpc: P. caribaea caribaea; 
V~h: P. caribaea hondurensis; 
ype: P. elliottii; 
Vpo: P. oocarpa; 
Vpp: P. patula; 
Vpr: P. radiata; 
Vpt: P. taeda; 
Vpk: P. kesiya. 
 
Irrigada (1), subdividida da seguinte forma : 
 
Ip: pastagem irrigada; 
Ipc: cultivada; 
Ipx: capineira ou plantas forrageiras. 
 
Il: lavoura irrigada; 
Ila: arroz; 
Ilb: batata. (batata-inglesa); 
Ilc: cana-de-açúcar; 
Ilr: cará. 
 
Ih: horticultura irrigada; 
 Ihf: flores; 
Iho: olerícolas; 
Ihp: pomar ou frutíferas. 
 
Ir: culturas em rotação irrigada; 
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Ira: arroz e pasto; 
Ihb: arroz e batata. 
 
 Rotação (R), subdividida da seguinte forma: 
 
Rc : culturas em rotação; 
 Rca: arroz e batata. 
Rcb: arroz e leguminosas para adubo verde; 
Rcd: cana-de-açúcar e leguminosas para adubo verde; 
Rcm: mandioca e milho; 
Rcs: sisal e milho. 
 
Rp: culturas e pastagem em rotação; 
 
Rpd: algodão, milho e leguminosas para forragem. 
Rpm: mandioca e pastagem; 
Rpr: milho e pastagem; 
Rpt: arroz e pastagem; 
Rpx: trigo e pastagem ; 
Rpm: abacaxi e pastagem. 
 
Culturas em consorciação (A), subdividida da seguinte forma: 
 
Ap: lavouras perenes e lavouras anuais em consorciação; 
 
Apb: seringueira e leguminosas; 
Apf : café e feijão; 
Apm.: café e milho; 
Apr: café e arroz. 
 
As: silvicultura e lavoura em consorciação; 
 
Asa: araucária e milho; 
Asd: essências exóticas diversas e milho; 
Asn: essências nativas e milho; 
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Asp: Pinus e milho. 
 
Ab: silvicultura e pastagens em consorciação; 
Abe: eucalipto e pastagem; 
Abp: Pinus e pastagem. 
 
 
2.3.4. Quarto nível ou nível tecnológico 
 
Indica o grau de desenvolvimento da tecnologia agrícola 
adotada (ou "nível de manejo" da terra) . Pode vir imediatamente 
após o número indicativo do primeiro nível, como após o do 
segundo nível. 
 
N: Tecnologia de nível nulo. Refere-se a adoção de processos, 
implementos e ferramentas rudimentares e primitivas. 
 
B: Tecnologia de nível baixo. Processos e implementos 
semitecnificados. Tecnologia ligeiramente desenvolvida com adoção 
de técnicas que evidenciam um início de racionalização, embora 
ainda em nível baixo ou errôneo. 
 
M: Tecnologia de nível médio. Processos e implementos 
tecnificados. Tecnologia medianamente desenvolvida e 
racionalizada. 
 
E: Tecnologia de nível elevado. Processos e implementos altamente 
tecnificados. Tecnologia de nível altamente avançado e em 
consonância com modernas recomendações de institutos e órgãos de 
pesquisas, evidenciando alto nível de racionalização. 
 
V: Investimentos vultosos porém mal aplicados. Processos e 
implementos ‘dispendiosos e vultosos, porém mal planejados, 
inadequados para as condições locais, mal ou incorretamente 
executados. 
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2.3.5. Quinto nível ou estádio de desbravamento 
 
Indica o estádio de desbravamento do terreno (t), indicando seu 
grau de desmatamento e de destocamento, os quais podem ser 
classificadas da seguinte maneira: 
 
to : não identificado, mas presente; 
 
t1 : destocamento leve: terra com pequena quantidade de tocos, em 
número inferior a 100/ha, espaçados entre si por distâncias médias 
superiores a 10 m, ou terra com tocos, embora em número maior, 
mas de porte pequeno, com diâmetros médios inferiores a 15 cm; 
 
t2 : destocamento médio: terra com quantidade média de tocos, em 
número de 100 a 600/ha, espaçados entre si de 10 a 4 m em média, 
ou terra com tocos em quantidade e porte médios, com diâmetros 
médios éntre 15 e 40 cm; 
 
t3: destocamento pesado: terra com grande quantidade de tocos, em 
número superior a 600/ha, espaçados entre si por distâncias médias 
inferiores a 4 m, ou terra com tocos em quantidade média e de porte 
grande com diâmetros médios superiores a 40 cm; 
 
t4 : desmatamento e destocamento leves : terras com árvores em pé 
em quantidade pequena, em número inferior a 200/ha, espaçadas 
entre si por distâncias médias superiores a 7 m, ou terras com 
árvores em pé, embora de maior número, mas de porte pequeno, 
com diâmetros médios inferiores a 15 cm; 
 
t5: desmatamento e destocamento médios: terras com árvores em pé 
em quantidade média, em número entre 200 e 1.100/ha, espaçadas 
entre si por distâncias médias entre 7 e 3 m, ou terras com árvores 
em pé, de quantidade e porte médios, com diâmetros médios entre 
15 e 40 cm; 
Prof. Dr. Marcílio Vieira Martins Filho UNESP - Jaboticabal 49 
 
t6: desmatamento e destocamento pesados: terras com árvores em pé 
em grande quantidade, em número superior a 1.100/ha, espaçadas 
entre si por distâncias médias inferiores a 3 m, ou terras com árvores 
em pé em quantidade média e de porte grande, com diâmetros 
médios superióres a 40 cm. 
 
 
LITERATURAS CONSULTADAS 
 
1. LEPSCH, I. F. Manual para levantamento utilitário do meio 
físico e classificação de terras no sistema de capacidade de uso. 
In: Lepsch et al. Campinas: SBCS, 1991. 175p. 
 
2. BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do Solo. Piracicaba: Ícone, 1990. 
355p.

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